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Natural de São Paulo (SP), é graduado em Matemática pelo Centro Universitário Fundação Santo André
(1976) e graduado (1985) e mestre (2005) em Administração pela Universidade Cidade de São Paulo. Desenvolveu
suas principais atividades na carreira empresarial como analista de processos administrativos, programador de
sistemas de informação e analista de sistemas. Atuou posteriormente em cargos de supervisor de sistemas de
informação e gerente de desenvolvimento de sistemas. Atua na carreira docente desde 2005 como professor dos
cursos de Administração e Marketing. Atuou também como professor de cursos de pós-graduação nas áreas de
Marketing e Logística na Universidade Anhanguera e Faculdade Unida de Suzano. Atualmente é professor mestre
da Universidade Paulista – UNIP, da Faculdade Unida de Suzano e da Faculdade Sumaré, além de consultor de
empresas na área de reestruturação organizacional da Savenet Ltda. Atua principalmente nos temas: Sistemas
de Informação, Processos Administrativos, Plano de Negócios, Planejamento de Marketing.
CDU 572
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Elaine Fares
Sumário
Matemática Aplicada
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
Unidade I
1 REVISÃO..................................................................................................................................................................9
1.1 Números reais............................................................................................................................................9
1.2 Expressões algébricas........................................................................................................................... 12
1.3 Razão e proporção................................................................................................................................ 16
1.4 Porcentagem........................................................................................................................................... 18
1.5 Regra de três........................................................................................................................................... 23
1.5.1 Regra de três simples............................................................................................................................. 25
1.5.2 Regra de três composta........................................................................................................................ 29
2 CONJUNTOS........................................................................................................................................................ 31
2.1 Introdução: a ideia de conjunto indo além da matemática................................................ 31
2.2 Conceitos básicos.................................................................................................................................. 33
2.3 Definições matemáticas..................................................................................................................... 34
2.3.1 Representação ordinária....................................................................................................................... 35
2.3.2 Representação abstrata......................................................................................................................... 35
2.3.3 Representação por diagramas de Venn.......................................................................................... 36
2.4 Pertinência e inclusão......................................................................................................................... 36
2.5 Operações entre conjuntos............................................................................................................... 38
2.5.1 Interseção.................................................................................................................................................... 38
2.5.2 União............................................................................................................................................................. 39
2.5.3 Diferença ou complemento relativo................................................................................................ 41
2.5.4 Cardinalidade de um conjunto........................................................................................................... 42
2.5.5 Representação de conjuntos usando o diagrama de Venn.................................................... 43
3 RELAÇÕES............................................................................................................................................................ 44
3.1 Plano cartesiano.................................................................................................................................... 44
3.2 Produto cartesiano............................................................................................................................... 46
3.3 Relação binária: domínio, contradomínio e conjunto imagem......................................... 47
3.4 Gráfico cartesiano ............................................................................................................................... 48
4 CONJUNTOS NUMÉRICOS............................................................................................................................. 50
4.1 Números naturais.................................................................................................................................. 51
4.2 Números inteiros................................................................................................................................... 52
4.3 Números racionais................................................................................................................................ 53
4.4 Números irracionais............................................................................................................................. 55
4.5 Números reais......................................................................................................................................... 57
4.6 Aplicação.................................................................................................................................................. 60
Unidade II
5 EQUAÇÕES.......................................................................................................................................................... 65
5.1 Equações do 1º grau............................................................................................................................ 66
5.2 Equações do 2º grau............................................................................................................................ 69
6 FUNÇÕES............................................................................................................................................................. 77
6.1 Conceito.................................................................................................................................................... 77
6.2 Definição .................................................................................................................................................. 79
6.3 Tipos de funções ................................................................................................................................... 81
6.3.1 Função sobrejetora ................................................................................................................................. 81
6.3.2 Função injetora ........................................................................................................................................ 81
6.3.3 Função bijetora ........................................................................................................................................ 81
6.4 Funções usuais ...................................................................................................................................... 84
6.4.1 Função par.................................................................................................................................................. 84
6.4.2 Função ímpa ............................................................................................................................................. 84
6.4.3 Função constante.................................................................................................................................... 85
6.4.4 Função linear............................................................................................................................................. 86
6.5 Função do 1º grau................................................................................................................................. 86
6.6 Aplicações................................................................................................................................................. 88
6.6.1 Demanda e oferta de mercado.......................................................................................................... 89
6.6.2 Preço e quantidade de equilíbrio...................................................................................................... 91
6.6.3 Receita total............................................................................................................................................... 91
6.6.4 Custo total.................................................................................................................................................. 91
6.6.5 Ponto crítico (break even point) ou ponto de nivelamento................................................... 92
6.6.6 Função lucro.............................................................................................................................................. 92
6.6.7 Margem de contribuição...................................................................................................................... 92
7 AJUSTE DE CURVAS......................................................................................................................................... 94
7.1 Introdução à regressão linear........................................................................................................... 95
7.2 Regressão linear..................................................................................................................................... 97
7.3 Regressão quadrática.......................................................................................................................... 99
8 MATEMÁTICA FINANCEIRA.........................................................................................................................103
8.1 Conceitos de juros e taxas...............................................................................................................103
8.2 Fluxo de caixa.......................................................................................................................................104
8.3 Capitalização.........................................................................................................................................105
8.4 Capitalização simples........................................................................................................................106
8.5 Capitalização composta....................................................................................................................106
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno,
Esta disciplina, Matemática Aplicada, voltada para o curso de Gestão, está dividida em duas
Unidades.
O objetivo dessa revisão é simples. Esses conhecimentos básicos são importantes para fazer outros
cálculos mais complexos que você precisará realizar ao exercer sua atividade profissional.
Na sequência abordaremos outros conteúdos matemáticos que você deverá aplicar quando questões
pertinentes à área administrativa surgirem em seu dia a dia. Na Unidade II aprofundamos a matéria com
o propósito de que você desenvolva o raciocínio lógico e a habilidade para solucionar problemas com a
ajuda de ferramentas como formulações e modelos matemáticos.
As despesas de uma empresa com energia elétrica, telefone, água etc. podem ser avaliadas medindo-
se o consumo durante um determinado período. O tempo de viagem que levam os caminhões de uma
indústria para entregar as mercadorias nos pontos de venda depende da velocidade média desenvolvida
pelos veículos durante o percurso. O preço de venda de um produto que está sendo lançado no mercado
resulta de uma avaliação criteriosa dos custos que envolvem sua produção. Esses são exemplos de
cálculos que rotineiramente são efetuados nas empresas, e para realizá-los nos servimos da linguagem
matemática.
Os tópicos desta disciplina são apresentados de forma didática e são ilustrados por diversos
exemplos para facilitar sua assimilação. Para exercitar-se, você encontrará uma boa gama de questões
e problemas.
Bons estudos.
7
MATEMÁTICA APLICADA
Unidade I
1 REVISÃO
Sistemas de numeração
A história da humanidade nos conta que os números, a exemplo das palavras, também passaram por diversas
mudanças em sua representação escrita ao longo dos séculos. A representação gráfica do número “9”, por
exemplo, passou por diversas formas, entre elas, a repetição de três sequências de três traços verticais, ficando
uma embaixo da outra; a repetição de uma sequência de nove traços verticais numa mesma linha, a combinação
das letras “I” e “X” (maiúsculas) utilizada pelos romanos, que resultou no “IX”. Na atualidade, além de escrevermos
esse número por meio do símbolo “9”, também podemos representá-lo por extenso, ou seja, assim: “nove”.
A vida do homem, há milhares de anos, era muito diferente da atual. Ele não tinha necessidade de
contar, uma vez que não comprava, não vendia, não usava dinheiro.
Com o passar dos anos, os costumes foram mudando, o homem passou a cultivar a terra, a criar
animais, a construir casas e a comercializar. Foi então que surgiu a necessidade de contar.
Conforme a vida foi se tornando mais complexa, surgiram as primeiras povoações. Estas foram
crescendo, tornando-se cidades, se desenvolveram e deram origem às grandes civilizações. Com o
progresso e o alto grau de organização dessas civilizações apareceu a necessidade de aprimorar os
processos de contagem e de registrá-los.
Foram criados então símbolos e regras que resultaram nos diferentes sistemas de numeração.
Faremos agora uma breve recapitulação sobre o sistema de numeração decimal, que é o que
normalmente utilizamos.
Conhecido como indo-arábico, porque foi criado pelos hindus e divulgado pelos árabes, esse
sistema utiliza dez símbolos diferentes – 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 – para expressar os algarismos com os
quais contamos unidades, dezenas, centenas, milhares e demais quantidades e, obviamente, com que
realizamos todo tipo de cálculo.
Diz-se que é um sistema posicional porque um mesmo símbolo representa um valor diferente,
dependendo da posição que ocupa na escrita do número. Por exemplo, no número 4.545 (lendo da
9
Unidade I
Com os algarismos formamos os números e aos números damos nomes. A palavra que designa esses
nomes chamamos de numeral.
Para ficar bem claro: número e numeral são coisas diferentes. Exemplos de numerais: sete, terceiro,
triplo, um quinto. Exemplos de números: 6, 4º, 1/8.
Os números reais
Os números reais fazem parte de um conjunto numérico que veremos mais adiante, entretanto,
faremos um breve estudo dos números reais para entender sua utilização.
Quando estudamos o comportamento das funções, podemos notar que ele depende dos três
elementos importantes que as compõem: o domínio, o contradomínio e a lei de definição.
Daí se conclui que é importante ter clareza sobre as propriedades dos números reais para compreender
as funções de uma variável real. Essa compreensão dos números reais, no entanto, não é tão simples como
parece. O problema começa pelo método de introdução dos números reais: se pelo método construtivo
ou se pelo método axiomático.
O interessante é que na ponta inicial do método construtivo também está o método axiomático.
Na realidade, o método axiomático fundamenta toda teoria matemática. Por isso, vamos falar um
pouco dele.
10
MATEMÁTICA APLICADA
1. Termos indefinidos.
2. Relações indefinidas.
4. Definições.
Os termos e as relações indefinidas também são denominados conceitos primitivos. Axiomas são
propriedades aceitas como verdadeiras, sem questionamento e sem demonstração.
A teoria dos conjuntos tem dois axiomas fundamentais (que não são os únicos):
Axioma da extensão: Dois conjuntos, A e B, são iguais se, e somente se, cada elemento de A
pertence a B e cada elemento de B pertence a A.
Com os elementos disponíveis, podemos definir novos objetos, como, por exemplo, a reunião de dois
conjuntos:
AB = { x : x pertence a A ou x pertence a B }
Agora, com base na definição anterior e no axioma da extensão, podemos enunciar a propriedade
associativa para a reunião:
11
Unidade I
(A ∪ B) ∪ C = A ∪(B ∪ C)
P(x): x+4 = 1
Expressões numéricas
1. Potenciações e radiciações.
2. Multiplicações e divisões.
3. Adições e subtrações.
Exemplo:
102 ÷ 52 + 51 . 23 -50 =
=100 ÷ 25 + 5.8 -1 =
= 4 + 40 - 1 =
= 44 - 1 = 43
Outra regra importante é que em expressões numéricas com sinais de associação (parênteses,
colchetes e chaves), inicialmente devem ser efetuadas as operações dentro dos parênteses, depois as
que estão dentro dos colchetes e, por último, as que estão dentro das chaves, respeitando-se, ainda, a
prioridade das operações.
12
MATEMÁTICA APLICADA
Exemplos:
37 + 2.{25 + [ 18 – (5 – 2).3]} =
= 37 + 2.{ 25 + [18 – 3.3]} =
= 37 + 2.{25 + [18 – 9]} =
= 37 + 2.{25 + 9} =
= 37 +2.34 =
= 37 + 68 = 105
Agora que você já está familiarizado com as expressões, experimente calcular algumas:
11 + 32 + 4.9 – 15 : 3 =
11 + 32 + 36 – 5 = 74
109 – 15.4 + 26 : 13 =
109 – 60 + 2 = 51
10 + 3502 : 17 – 100 : 25 =
10 + 206 – 4 = 212
25 + 25 : 25 – 25.1 =
25 + 1 – 25 = 1
Exemplos de aplicação
Faça os exercícios a seguir. Como cada uma das expressões já traz a resposta, cabe a você desenvolver
o cálculo para chegar aos resultados dados.
a) 10-1+8-4 = 13
b) 12-8+9-3 = 10
c) 25-1-4-7 = 13
d) 45-18+3+1-2 = 29
e) 75-10-8+5-1 = 61
f) 10+5-6-3-3+1 = 4
13
Unidade I
a) 30-(5+3) = 22
b) 15+(8+2) = 25
c) 15-(10-1-3) = 9
d) 23-(2+8)-7 = 6
e) (10+5)-(1+6) = 8
f) 7-(8-3)+1 = 3
a) 25-[10+(7-4)] = 12
b) 32+[10-(9-4)+8] = 45
c) 45-[12-4+(2+1)] = 34
d) 70-{20-[10-(5-1)]} = 56
e) 28+{13-[6-(4+1)+2]-1} = 37
f) 53-{20-[30-(15-1+6)+2]} = 45
g) 62-{16-[7-(6-4)+1]} = 52
h) 20-{8+[3+(8-5)-1]+6} = 1
i) 15+{25-[2-(8-6)]+2} = 42
j) 56-[3+(8-2)+(51-10)-(7-2)] = 11
k){42+[(45-19)-(18-3)+1]-(28-15)-1} = 40
a) 7-(1+3) = 3
b) 9-(5-1+2) = 3
c) 10-(2+5)+4 = 7
d) (13-7)+8-1 = 13
e) 15-(3+2)-6 = 4
f) (10-4)-(9-8)+3 = 8
g) 50-[37-(15-8)] = 20
h) 28+[50-(24-2)-10] = 46
i) 20+[13+(10-6)+4] = 41
j) 52-{12+[15-(8-4)]} = 29
Expressões algébricas
14
MATEMÁTICA APLICADA
Chamamos de expressões algébricas aquelas que envolvem números, letras e operações indicadas
entre eles.
As letras em uma expressão algébrica representam qualquer número real. Elas são chamadas de
incógnitas.
Por exemplo:
Y + 10
Outro exemplo:
5.K
K é a incógnita, um número qualquer (valor desconhecido).
O produto de 5 por um número qualquer.
y + y = 2y => pois os monômios são semelhantes (as letras são iguais e os seus expoentes
também).
m – 7m = -6m => pois os monômios são semelhantes (as letras são iguais e os seus expoentes
também).
Concluímos que:
5 . (x + 2) – 8 . x = -3x + 10
15
Unidade I
Razão
Chama-se razão qualquer relação numérica entre grandezas feita através de uma divisão.
Especificando: dá-se o nome de razão, entre os dois números racionais a e b, com b ≠ 0, ao quociente
entre eles. Indica-se a razão de a para b por a/b ou por a : b.
Exemplo:
Na sala de aula de uma faculdade há 20 rapazes e 25 moças. Encontre a razão entre o número de
rapazes e o número de moças (lembrando que razão é divisão):
20
25
Utilizando o mesmo exercício, vamos encontrar a razão entre o número de moças e rapazes. Note
que invertemos a pergunta.
25
20
Lendo razões:
16
MATEMÁTICA APLICADA
Proporção
Exemplo: meu carro faz 13 km por litro de combustível, então, para 26 km preciso de 2L, para 39 km
preciso de 3L e assim por diante.
Portanto
Propriedades
Grandezas especiais
Exemplo:
Em um mapa, a distância entre Piracaia e Rio de Janeiro é representada por um segmento de 4,7 cm.
A distância real entre essas cidades é de 470 km. Vamos calcular a escala desse mapa. Para poder realizar
o cálculo, os números devem estar na mesma unidade de medida, logo 470 km = 47 000 000 cm
Velocidade média é a razão entre a distância a ser percorrida e o tempo gasto (note que no exemplo
a seguir as unidades são diferentes).
17
Unidade I
Exemplo:
Um carro percorre 400 km em 5h. Determine a velocidade média desse carro. Velocidade = 400/5 = 80
Densidade demográfica
Densidade demográfica é a razão entre o número de habitantes e a área onde eles ficam.
Exemplo:
O município de São Paulo tem uma área de 1523 km2 e uma população de 11.037.593 habitantes.
Calcule a densidade demográfica do município.
Razões inversas
Dizemos, então, que as razões são inversas quando o antecedente de uma é o consequente da outra
e vice-versa. Uma propriedade das razões inversas é que o produto delas é sempre igual a 1, isso porque
uma é o inverso multiplicativo da outra.
Exemplo:
A razão inversa de
1.4 Porcentagem
A porcentagem é utilizada em muitas situações do seu dia a dia. Veja, a seguir, algumas notícias
corriqueiras nos meios de comunicação:
18
MATEMÁTICA APLICADA
Os cálculos envolvendo porcentagens são comuns em nosso cotidiano, motivo pelo qual
devemos entender seu uso e as operações necessárias em cada situação. Por exemplo:
Determinado shopping resolve fazer uma liquidação e estabelece que todas suas lojas deverão
oferecer um desconto de 10% no preço de seus produtos. Se um produto custa R$ 120,00, quanto será
seu novo preço?
Feito o cálculo, obtivemos o valor de R$ 12,00, que é a quantia (10%) a ser descontada. Subtraindo
esse valor do preço atual, que é R$ 120,00, temos: 120 - 12 = 108. Portanto, o novo preço do produto
será de R$108,00.
Razão centesimal:
Toda razão que tem como denominador o número 100 denomina-se razão centesimal. Por
exemplo:
Uma razão centesimal também pode ser representada de outras formas. Veja os exemplos a
seguir:
19
Unidade I
Porcentagem é o valor que obtemos quando aplicamos uma razão centesimal a um determinado
valor.
1) 20% de 1200:
A razão centesimal é:
Portanto,
2) 20% de 800:
A razão centesimal é:
Portanto,
3) 25% de 200:
Portanto,
Portanto:
A taxa é de 60%
20
MATEMÁTICA APLICADA
Portanto:
A taxa é de 50%
Observação
1. Digite 1000
2. Aperte a tecla de multiplicação: X
3. Digite: 25
4. Aperte a tecla de porcentagem: %
Exemplos de aplicação:
1. Em visita a uma loja, um consumidor efetuou uma compra no valor de R$ 2.000,00. Como o
consumidor já era cliente, conseguiu um desconto de 20%. Qual foi o valor pago?
2. Um automóvel foi comprado por R$ 18.000,00; após uma reforma e inclusão de vários acessórios
teve uma valorização (acréscimo no valor) de 10% em seu preço. Quanto ficou o novo valor do
automóvel?
3. Em uma loja de móveis, um conjunto de estofados custa R$ 2.200,00. Ele foi vendido com um
lucro de R$ 330,00. De quanto por cento foi o lucro sobre o preço de venda?
4. Em uma pequena loja, um novo comerciante comprou uma mercadoria por R$ 400,00. Acresceu
a esse valor 50%, que seria seu lucro. Um consumidor pediu um desconto e o comerciante
ofereceu um desconto de 40% sobre o novo preço, pensando que assim teria um lucro de 10%. O
comerciante teve lucro ou prejuízo?
21
Unidade I
Resolução
1. Cálculo do desconto:
3.
4. Vamos calcular:
O comerciante comprou a mercadoria por R$ 400,00 e acresceu 50% sobre esse valor.
Calculado o lucro de R$ 200,00 (50% de R$ 400), o valor da venda ficaria sendo de R$ 400,00 de
custo mais R$ 200,00 do lucro pretendido, ou seja, a mercadoria teria o preço de venda de R$ 600,00.
22
MATEMÁTICA APLICADA
Os 40% de desconto representam R$ 240,00. Descontando esse valor do preço de venda (R$ 600,00)
temos R$ 360,00, o preço de venda após desconto.
Portanto, como o comerciante comprou a mercadoria por R$ 400,00 e vendeu por R$ 360,00, teve
um prejuízo de R$ 40,00.
Vamos entender agora o que significa regra de três. Suponhamos que seu gerente informe que
precisa cortar 20% dos gastos do departamento. Quanto representa isso? O valor é alto ou baixo? Você
descobrirá ao calcular porcentagens e ao entender como funciona esse tipo de dado numérico. Veja as
definições e exemplos a seguir.
Porcentagem nada mais é que uma razão, isto é, a relação entre dois números. É uma razão “fixa”,
uma fração em que o número 100 está sempre no denominador. No caso da redução de 20% dos gastos
do departamento:
Como é uma razão (relação entre números), a porcentagem varia segundo o número a que está
relacionada. No caso em questão, reduzir 20% das despesas pode ser muito ou pouco dinheiro,
dependendo do valor total das despesas do departamento.
Vamos supor que seu gerente informe que as despesas do departamento são de R$ 2.000,00. Para
determinar quanto é 20% de 2.000, vamos fazer uma regra de três. R$ 2.000,00 é o total, ou seja, é
100%. Você deseja saber quanto vale 20% (x). Alinhe de um lado as porcentagens (100% e 20%) e do
outro os valores em “números reais” (R$ 2.000,00 e o valor a ser reduzido, isto é, quanto vale 20%).
Logo:
O departamento deverá reduzir suas despesas em R$ 400,00, portanto, as despesas totais passarão
dos atuais R$ 2.000,00 para R$ 1.600,00.
23
Unidade I
Utilizamos com frequência as razões em nosso dia a dia. Por exemplo, podemos dirigir nosso carro
a 60 quilômetros por hora ou podemos ver um mapa que está em uma escala cartográfica de 1 por
1.000 – a escala estabelece uma relação de proporcionalidade entre as distâncias lineares no mapa e as
distâncias correspondentes na realidade.
No primeiro caso dizemos que em 1 hora percorremos 60 quilômetros. No segundo dizemos que
cada 1 centímetro no mapa corresponde a 1.000 centímetros da região representada. Também podemos
usar unidades de medida diferentes, por exemplo, cada 1 centímetro no mapa pode corresponder a 10
quilômetros na vida real.
1. Em um concurso concorreram 1.000 candidatos para 100 vagas. Qual a razão entre candidatos e
vagas?
Usando a simplificação, você pode reduzir esse número e entender melhor a relação entre candidatos
e vagas:
2. Um usuário de cartão de crédito tem desconto de 50% em teatros, cinemas e outros espetáculos.
Se a entrada em uma peça custa R$ 42,50, quanto ele vai pagar usando o cartão de crédito?
Logo:
24
MATEMÁTICA APLICADA
Portanto, o valor do ingresso seria de R$ 34,00 no caso de o desconto ser de apenas 20%.
Siga o seguinte método para não errar na hora de calcular: os números que estão “na mesma
linha do x” (ao lado e acima) ficam na parte de cima da fração (denominador), multiplicando
(ou seja, 42,50 vezes 50), e o que estiver na diagonal (ou seja, o que sobrar) fica embaixo, no
denominador, dividindo:
Você pode perceber que algumas equações são simples de calcular, já que relacionam grandezas
(tempo, comprimento, quantidades etc.) que envolvem proporcionalidades, facilmente resolvidas por
regra de três. Veja os seguintes exemplos:
Misture 1 parte do produto a 4 partes de água. Adoce a gosto. Neste caso, temos a proporção de
suco concentrado para a de água, ou seja:
Logo, se forem colocados 2 copos de suco concentrado, deverão ser acrescidos 8 de água. Então:
25
Unidade I
Numa receita de macarrão caseiro, lê-se: misturar 110g de farinha de trigo para cada ovo. Relembrando
o conceito, temos a proporção:
As proporções possuem uma propriedade importante, que você precisa lembrar sempre: multiplicando
seus termos em cruz, obtém-se o mesmo resultado:
Vimos que a proporção é de 1 ovo para 110g de farinha de trigo. Para facilitar, vamos aprender
a organizar os dados para a resolução da proporcionalidade através da regra de três. Assim, vamos
organizar as grandezas em colunas. Neste caso, as grandezas são os ovos e a farinha. Como já dissemos
anteriormente, colocam-se as grandezas iguais na mesma coluna:
Note que na coluna dos ovos a resposta que procuramos é representada por um “x”, o qual exprime
a quantidade de ovos necessária para 550g de farinha.
26
MATEMÁTICA APLICADA
Lembrete
Você deve usar esse raciocínio para grandezas diretamente proporcionais (quanto mais farinha,
mais ovos; assim como quanto menos água, menos suco). Para a proporção de grandezas inversamente
proporcionais, o modo de calcular é diferente.
Observe que algumas proporções (relação entre grandezas) se apresentam de forma diferente, isto
é, as proporções são grandezas inversamente proporcionais, de forma que para resolver a questão não
basta aplicar a regra de três simples.
O que significa inversamente proporcional? Simplesmente que enquanto uma grandeza cresce, a
outra diminui. Daí seu nome.
Observe este exemplo: em uma obra de construção, se 6 operários levantam um muro em 10 dias,
quantos operários serão necessários para levantar o mesmo muro em 4 dias?
27
Unidade I
Note que as grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais operários forem
contratados, menor será o tempo necessário para a conclusão do trabalho. Vejamos como podemos
calcular essa questão.
Para começar, vamos utilizar o que aprendemos na regra de três simples. Primeiramente organizamos
as grandezas em colunas; neste caso elas são os dias e os operários.
Fica assim:
Dias Operários
10 → 6
4 → x
Atenção: como as grandezas são inversamente proporcionais, devemos inverter uma das colunas:
Dias Operários
10 → x
4 → 6
Dias Operários
10 → x
4 → 6
Resposta: será necessário aumentar de 6 para 15 o número de operários a fim de diminuir o tempo
de 10 para 4 dias. Perceba que uma grandeza diminuiu (dias) e a outra aumentou (operários), portanto
trata-se de grandezas inversamente proporcionais.
Agora você já sabe que antes de calcular uma regra de três devemos verificar a proporcionalidade
das grandezas, se são diretas (caso dos ovos e da farinha) ou indiretas (caso dos dias e operários).
28
MATEMÁTICA APLICADA
E agora que você relembrou como calcular a proporção entre duas grandezas, sejam diretas ou
indiretas, vamos a novos desafios. Existem também problemas em que mais de duas grandezas estão
envolvidas. Para esses casos usa-se a chamada regra de três composta.
As regras de três são usadas quando há uma relação de dados que guardam entre si razão de
proporcionalidade. São regras de três simples, quando há apenas duas grandezas (quantidade de farinha
e número de ovos para um bolo, número de operários e de dias para terminar uma obra), ou compostas,
quando há mais de duas grandezas envolvidas no problema. Para entender melhor, vamos ver um
exemplo passo a passo.
Problema: 12 tecelões, em 90 dias de trabalho, com jornada de 8 horas diárias, produzem 36m de
tecido. Quantos dias levarão 15 tecelões para fazer 12m de tecido com o dobro da largura, trabalhando
6 horas por dia?
Vamos utilizar a mesma técnica de cálculo dos exemplos anteriores. Iniciamos colocando as
variáveis em colunas. A incógnita, ou seja, o dado que você quer descobrir, é o número de dias, que
será representado por x. Como temos 4 variáveis, colocamos os dados fornecidos no problema em 4
colunas.
Assim:
Note que o problema pede 12 metros de tecido e não 24. Para facilitar o cálculo, foi dobrado o
comprimento. Assim, não se acrescentou uma nova grandeza, a largura. Afinal, dobrar uma das dimensões
do tapete é o mesmo que dobrar a outra, concorda?
29
Unidade I
Com o aumento do número de operários, a quantidade de dias deve diminuir: logo, trata-se de uma relação
inversamente proporcional. Portanto, você deve inverter a coluna dos operários. Temos, assim, provisoriamente:
Quanto mais horas trabalhadas por dia, menos dias serão necessários. Logo, você deve inverter a
coluna das horas/dia. Temos, assim, provisoriamente:
Quanto mais dias trabalhados, mais metros serão produzidos. Ou seja, as duas grandezas são
diretamente proporcionais. Portanto, você não deve mexer na última coluna:
Você deve agora verificar quais os números que pertencem ao numerador. Nas equações que
acabamos de ver podemos identificar que são 12, 90, 8 e 24. Também verificamos os números que fazem
parte do denominador, que são 15, 6 e 36. Dessa forma montamos a expressão:
2 CONJUNTOS
Todos sabem que a precisão é premissa da matemática. Não é suficiente saber o que é
um objeto ou conjunto de objetos, mais que isso, faz-se necessária a aplicação concreta de
conceitos que nos permitam estudar com maior profundidade o que são objetos, conjuntos
e suas relações. A teoria dos conjuntos foi estabelecida por Georg Ferdinand Ludwig Philipp
Cantor (1845-1918).
Lembrete
Conjunto
O que é um conjunto? Vamos entender através de uma definição simples: é qualquer coleção,
dentro de um todo, de objetos definidos e distinguíveis de nossa intuição ou pensamento, chamados de
31
Unidade I
elementos. Essa definição intuitiva de um conjunto foi dada primeiramente por Cantor. Para entender
esse conceito na prática, vejamos estes exemplos:
Objeto: é correto afirmar que um conjunto é composto de objetos. Esse conceito de objeto também
é primitivo, logo, aceito intuitivamente, não é preciso provar.
Neste ponto você já tem uma ideia sobre o que é um conjunto, mas vamos examinar mais alguns exemplos.
Podemos, através da intuição, considerar alguns conjuntos dentro do contexto moderno de civilização:
Até o momento possuímos dois conceitos primitivos: conjunto e objeto. Mesmo diante de um
objeto e de um conjunto, necessitamos ainda determinar a representação do objeto pertencendo a um
conjunto. Aqui surge um terceiro conceito: pertencer.
Assim como os anteriores, este também é um conceito primitivo, portanto, básico, da natureza e
do desenvolvimento cognitivo humano. Pertencer significa fazer parte de, logo, quando dizemos que
determinado objeto pertence a um conjunto, estamos dizendo que o objeto faz parte do conjunto.
Exemplos:
32
MATEMÁTICA APLICADA
Depois de entender as colocações acima, estamos prontos para esclarecer a teoria fundamentada
nos três conceitos primitivos – conjunto, objeto e pertencer: estamos falando da teoria intuitiva dos
conjuntos.
Podemos notar que essa teoria tem início no desenvolvimento lógico do ser humano, em
suas necessidades de descrever áreas, animais, valores, propriedades, relações interpessoais e até
empresariais.
A teoria dos conjuntos e suas ferramentas são amplamente vistas em nossa formação escolar básica,
cabendo aqui apenas uma breve revisão para recordá-las.
Vamos agora aprender mais dois conceitos que fazem parte dessa teoria.
Dizemos que um conjunto é finito quando ele contém um número finito de elementos, isto é,
quando podemos identificar a quantidade de elementos do conjunto.
Conjuntos finitos:
Conjuntos infinitos:
{ a, b, c, d, e, f }
Com relação ao conjunto de todos os números racionais cujo quadrado é 2, ocorre o seguinte: esse
conjunto não tem elementos, pois a √2 é um número irracional. Nesse caso chamamos o conjunto de
vazio. Denotamos o conjunto vazio pelo símbolo ∅.
Usaremos letras maiúsculas para denotar conjuntos e letras minúsculas para denotar elementos. Por
exemplo, podemos denotar o conjunto das letras a, b, c assim:
A = { a, b, c }
Dessa forma, quando precisamos nos referir ao conjunto das letras a, b e c simplesmente colocamos
conjunto A.
A ordem em que aparecem os elementos num conjunto não tem importância. Assim, o conjunto {a;
b; c } é o mesmo que {b; c; a} etc. Outra coisa, como os elementos de um conjunto são distintos, se, por
exemplo, escrevemos {a; a; b}, essa não é uma notação apropriada de um conjunto, deveria ser substituída
por {a; b}. Se a é um elemento de um conjunto, a e { a } são considerados diferentes, isto é, a ≠ { a }.
Na representação dos conjuntos utilizamos vários símbolos. Veja a lista a seguir, com suas
designações, e acompanhe nos tópicos seguintes suas utilizações.
∈: pertence ∃: existe
∉: não pertence ∄ : não existe
⊂: está contido ∀ : para todo (ou qualquer que seja)
34
MATEMÁTICA APLICADA
Vamos estudar agora como podemos representar os conjuntos através de notações matemáticas.
Designa-se conjunto uma coleção de objetos. Sua representação pode ser feita de três modos:
Neste modo, os elementos do conjunto são representados através de uma caracterização que é
previamente definida. Em termos gerais, se os elementos de um conjunto A são caracterizados por uma
propriedade P, que é uma característica comum aos objetos do conjunto, então o conjunto A pode ser
enunciado assim:
A = {x/x satisfaz P} (como você viu no quadro, o símbolo / representa “tal que”; às vezes, a barra
é substituída por ponto e vírgula). A representação abstrata é amplamente utilizada em matemática
porque permite que se expressem quaisquer tipos de conjuntos, bastando definir a propriedade que
caracteriza os elementos do conjunto.
35
Unidade I
Por exemplo, se definirmos a propriedade P como “P: regiões do Brasil”, então o conjunto das regiões
do Brasil pode ser reescrito como:
Veremos, a seguir, várias representações de conjuntos. Tente representar aqui dois conjuntos
que você conhece usando a notação acima (definindo uma propriedade e reescrevendo o
conjunto).
A forma gráfica de representar um conjunto, utilizando círculos que tornam seu entendimento
intuitivo e prático, chamamos de diagrama de Venn. A vantagem na utilização dos diagramas de Venn
como representação de conjuntos é seu apelo visual, muito útil para mostrar operações entre conjuntos;
entretanto, é importante salientar que o poder analítico desse tipo de dispositivo é extremamente
limitado. O conjunto de números ímpares menores ou iguais a 13 pode ser representado como:
A
7 9 13 1
3 5 11
Quando um elemento a está num conjunto A, dizemos que ele pertence ao conjunto A e representamos
esse fato simbolicamente como:
a∈A
Se, ao contrário, o elemento não está no conjunto A, então dizemos que ele não pertence ao conjunto
A e representamos o fato como:
a∉A
Essas são as chamadas relações de pertinência que conectam os conjuntos aos seus elementos.
Quando o conjunto A não possui elemento algum, dizemos que ele é um conjunto vazio, e, nesse caso,
representamos tal conjunto pelo símbolo ∅.
Dados dois conjuntos A e B, quando todo elemento de A é também elemento de B, dizemos que
o conjunto A está incluso em B ou que o conjunto A é um subconjunto do conjunto B; tal fato é
simbolicamente representado como:
Estamos afirmando que A está contido em B, que é equivalente a (cada x que pertence a A implica
que x pertence a B).
Quando, por outro lado, existe ao menos um elemento que pertence ao conjunto A e não pertence
ao conjunto B, então A não está incluso em B ou o conjunto A não é subconjunto do conjunto B. Esse
fato é simbolicamente representado como:
Essas são as chamadas relações de inclusão e conectam conjuntos a outros conjuntos. É importante
ter em mente a distinção entre pertinência e inclusão. No primeiro caso, a relação é entre elemento e
conjunto, e no segundo, entre dois conjuntos quaisquer. Por exemplo, as sentenças a seguir possuem
significados totalmente diferentes, embora pareçam dizer a mesma coisa:
a ∈ A e {a} ∈ A
37
Unidade I
A segunda sentença diz que o conjunto unitário {a} está incluso ou é subconjunto do conjunto A.
A relação de inclusão é frequentemente utilizada para determinar a igualdade entre conjuntos. Dois
conjuntos A e B são iguais se possuem exatamente os mesmos elementos, fato que pode ser estabelecido
mostrando-se que:
A⊂BeB⊂A
Definição: dois conjuntos A e B são iguais ou idênticos quando contêm os mesmos elementos.
Isto é:
Com base nessas definições e conceitos, foi formulada a teoria algébrica dos conjuntos – estudo da
criação de novos conjuntos partindo-se de conjuntos já definidos, através das operações de interseção,
união, diferença e complemento.
A∩B A interseção B
A∪B A união B
a-b diferença de a com b
a<b a menor que b
a≤b a menor ou igual a b
a>b a maior que b
a≥b a maior ou igual a b
a∧b aeb
a∨b a ou b
Os elementos que compõem o conjunto interseção são aqueles comuns aos conjuntos relacionados,
ou seja, os elementos que aparecem nos dois conjuntos.
A∩B
Propriedades:
a) A ∩ A = A
b) A ∩ ∅ = ∅
c) A ∩ B = B ∩ A (a interseção é uma operação comutativa)
d) A ∩ U = A onde U é o conjunto universo
Exemplo 2: dados os conjuntos B = {-3, -4, -5, -6} e C = {-7, -8, -9}, se pedirmos a interseção
deles, teremos:
Não existem elementos comuns aos dois conjuntos, portanto o resultado da operação é o conjunto
vazio.
Exemplo 3: dados os conjuntos D = {11, 12, 13, 14, 15} e E = {13, 14, 15}.
2.5.2 União
A ∪ B = {x/x ∈ A ou x ∈ B}
(estamos afirmando que A união B é igual a x tal que x pertence a A ou x pertence a B).
1
Exemplos 1 e 2. Fonte: MIRANDA, Daniela de. Disponível em: <http://www.brasilescola.com.br>. Acesso em: 14 abr. 2011.
39
Unidade I
Dessa forma, o conjunto união é composto por todos os elementos dos conjuntos referidos.
A ∪ B = {x/x ∈ A ou x ∈ B}
A∪B
Propriedades:
a) A ∪ A = A
b) A ∪ ∅ = A
c) A ∪ B = B ∪ A (a união de conjuntos é uma operação comutativa)
d) A ∪ U = U, onde U é o conjunto universo
A ∪ B = {0, 1, 2, 3, 4}
Exemplo 2: gerados os conjuntos A = {1, 2, 13} e B = {1, 2, 3, 4, 5, 13}, a união desses conjuntos é:
2
Fonte: MIRANDA, Daniela de. Disponível em: <http://www.brasilescola.com.br>. Acesso em: 14 abr. 2011.
40
MATEMÁTICA APLICADA
A | B = {x/x ∈ A e x ∉ B}
A – B = {1, 2}
A – B = {1, 2, 3, 4, 5}
A–B=∅
Outros exemplos
A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
41
Unidade I
Conjunto complementar
A - B, definido por:
A - B = {x ∈ A | x ∉ B}
Por exemplo:
A = {2, 3, 5, 6, 8}
B = {6, 8}
C AB Complemento de B em relação a A.
Exemplos:
3
Fonte: MIRANDA, Daniela de. Disponível em: <http://www.brasilescola.com.br>. Acesso em: 14 abr. 2011.
42
MATEMÁTICA APLICADA
Dois conjuntos A e B são ditos equipotentes (ou equivalentes, ou possuindo a mesma cardinalidade),
e denotados por A ~ B, se e somente se existir uma correspondência de um para um entre os elementos
de A e os elementos de B.
Podemos, por exemplo, mostrar que os números naturais N e os números naturais pares P têm a
mesma cardinalidade:
Para cada elemento n de N corresponderá o elemento 2x dos números pares. Assim, podemos
estabelecer a correspondência de um para um entre os dois conjuntos e, portanto, N ~ P.
Um conjunto A é dito finito se ele tem n elementos distintos onde n ∈ N. O número n chama-se
número cardinal de A e escreve-se:
n(A) = n ou |A| = n
Exemplo: seja o conjunto dos inteiros positivos ímpares menores do que 10.
|A|=5 ou n(A) = 5
Propriedades:
A = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
B = {5, 6, 7, 8, 9, 10}
43
Unidade I
Símbolos
∪ = união
∩ = interseção
A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}
A ∩ B = {5, 6}
A B
1 7
3 5 8
2
4 6 9
10
Saiba mais
3 RELAÇÕES
Os nomes plano cartesiano e produto cartesiano são homenagens ao seu criador, o filósofo e
matemático francês René Descartes (1596-1650). O nome de Descartes em latim era Cartesius, daí o
adjetivo cartesiano.
O plano cartesiano ortogonal é constituído por dois eixos, x e y, perpendiculares entre si, que se
cruzam na origem. O eixo horizontal é o eixo das abscissas (eixo OX) e o eixo vertical é o eixo das
ordenadas (eixo OY). Associando a cada um dos eixos o conjunto de todos os números reais, obtém-se
o plano cartesiano ortogonal.
44
MATEMÁTICA APLICADA
Cada ponto P=(a,b) do plano cartesiano é formado por um par ordenado de números, indicados entre
parênteses, a abscissa e a ordenada respectivamente. Esse par ordenado representa as coordenadas de
um ponto.
O primeiro número indica a medida do deslocamento a partir da origem para a direita (se positivo)
ou para a esquerda (se negativo).
O segundo número indica o deslocamento a partir da origem para cima (se positivo) ou para baixo
(se negativo). Observe no desenho que:
(a,b) ≠ (b,a) se a ≠ b.
45
Unidade I
Dois eixos dividem o plano em quatro regiões denominadas quadrantes, sendo que tais eixos são
retas concorrentes na origem do sistema formando um ângulo reto (90 graus). Os nomes dos quadrantes
são indicados no sentido anti-horário na quadro a seguir.
Quadro 3: quadrantes
Denominamos produto cartesiano o conjunto de todos os pares (x,y), tais que x pertence a A e
y pertence a B, indicado pela expressão A x B. Simbolicamente representamos da seguinte maneira:
A x B = {(x,y) / x ∈ A e y ∈ B}
Podemos representar o produto cartesiano por outros meios. Veja os seguintes modelos:
Conjunto de flechas
Em cada par ordenado de A x B, uma flecha parte do 1º elemento e atinge o 2º elemento, estabelecendo
a relação entre eles.
46
MATEMÁTICA APLICADA
As relações podem envolver produtos cartesianos de vários conjuntos (X1 × X2 × ... × Xn), e
a relação específica que envolve o produto cartesiano de dois conjuntos é chamada de relação
binária.
Então, uma relação binária é o conjunto de pares ordenados, em que o primeiro elemento pertence a
A e o segundo elemento pertence a B, quaisquer que sejam os conjuntos A e B. Representa-se a relação
binária por R: A → B. O conjunto A é chamado de domínio da relação, o conjunto B é chamado de
contradomínio da relação.
Então o domínio de uma relação R é o conjunto de todos os primeiros elementos de um par ordenado
que pertence a R. A imagem de R é o conjunto dos segundos elementos.
Suponha que R seja uma relação de A para B. Então R é um conjunto de pares ordenados, em
que cada primeiro elemento pertence a A e cada segundo elemento pertence a B, isto é, para cada
par (a,b), a ∈ A e b ∈ B.
Por exemplo, com os conjuntos A={2, 4, 8} e B={1, 3, 4, 6, 7, 10} vamos criar a função f: A → B
definida por f(x) = x + 2. Note que a função também pode ser representada por y = x + 2. Usando a
teoria dos conjuntos podemos representar essa função assim:
O conjunto A é o conjunto de saída e o B é o conjunto de chegada (note que nem todos os elementos
do conjunto B recebem as setas da relação).
Domínio é o conjunto de saída, ou seja, para esta função, o domínio é o próprio conjunto A = {2, 4, 8}.
47
Unidade I
4
Disponível em: <http://www.somatematica.com.br>. Acesso em: 14 abr. 2011.
48
MATEMÁTICA APLICADA
No diagrama4 abaixo, no plano cartesiano é apresentado o produto cartesiano entre números reais:
É importante observar que o conjunto resultante do produto cartesiano entre dois conjuntos
corresponde a uma coleção de pares ordenados, ou seja, cada elemento do produto cartesiano toma a
forma (x, y). Assim, as sentenças {x, y} e (x, y) correspondem a objetos inteiramente distintos. O primeiro
é o conjunto formado pelos elementos x e y, e o segundo o par ordenado (x, y). Desse modo, é imediato
concluir que {x, y} = {y, x}, mas (x, y) ≠ (y, x).
Podemos relacionar os pontos cartesianos tabelados a seguir em um gráfico cartesiano dividido nos
quatro quadrantes.
A (2,2)
B (0,3)
C (-2,2)
D (-3,0)
E (-3,-3)
F (-1,-2)
G (0,-1)
H (3,0)
49
Unidade I
Observando a figura, vamos fazer alguns exercícios. Procure resolvê-los antes de checar as respostas,
que estão na sequência.
1) Há algum ponto que pertence à bissetriz dos quadrantes ímpares? Em caso afirmativo, transcreva
as coordenadas desses pontos.
Resolução
1) Sim, bissetriz é a reta que divide os quadrantes considerados exatamente ao meio, portanto, os
pontos A (2; 2) e E (-3; -3) pertencem a ela.
3) Os pontos que pertencem ao eixo x têm ordenada zero: P (x; 0). Os pontos que pertencem ao eixo
y têm abscissa zero: P (0; y).
4 CONJUNTOS NUMÉRICOS
Em grutas como a de Lascaux, na França, foram encontrados desenhos de homens desse período.
Foram observadas imagens de animais e outros sinais como pontos e riscos. Desde que foram descobertos,
esses sinais estão sendo investigados. Há indícios de que os homens primitivos já contavam usando
50
MATEMÁTICA APLICADA
marcas, não somente desenhando nas paredes de grutas, mas também fazendo riscos em ossos de
animais ou pedaços de madeira.
A partir desses estudos foram criados sistemas de numeração, técnicas de contagem, símbolos numéricos,
calendários baseados no sistema solar, objetos de contagem como o ábaco e outras descobertas.
Séculos depois surgiu o sistema de base decimal, ao qual nos referimos anteriormente. A
partir desse momento, vários gênios da matemática passaram a desenvolver novas técnicas que
permitiram o surgimento de importantes relações caracterizadas por números constantes, como o
π (pi) e o φ (número de ouro), que constituíram importantes passos para a ciência dos números.
O conjunto dos números naturais foi o primeiro conjunto gerado pelos homens. Ele tinha como
função apontar quantidades.
Por exemplo, quantos animais pertenciam a um grupo. Inicialmente, o zero não estava incluso
nesse conjunto, porém, a necessidade de representação de quantias nulas concedeu ao número zero
a condição de pertencente ao conjunto dos naturais. Assim, pertencem ao conjunto dos naturais os
números inteiros positivos incluindo o zero. Esse conjunto é representado pela letra N maiúscula. Os
elementos dos conjuntos devem estar sempre entre chaves.
Representação:
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, ... }
Quando for representar o conjunto dos naturais não nulos (excluindo o zero), devemos colocar * ao
lado do N.
Representado assim:
N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, ... }
Qualquer que seja o elemento de N, há sempre um sucessor. Como todo elemento de N tem um
sucessor, dizemos que o conjunto N é infinito.
51
Unidade I
Os números inteiros bastaram à sociedade por algum tempo. O passar do tempo e a ampliação das
“trocas” de mercadorias entre os homens tornaram iminente a criação de uma representação numérica
para as dívidas. Por exemplo, se eu “emprestei” um saco de trigo para outro grupo de pessoas e não
o recebi de volta, acabei com minhas reservas. Como indicar esse “empréstimo”? Com isso, nasceram
os conhecidos números negativos e, com eles, um novo conjunto: o conjunto dos números inteiros,
representado pela letra Z.
O conjunto dos números inteiros é composto pelos números naturais e todos os seus representantes
negativos. Observe que esse conjunto não possui começo nem término. Note que os números negativos
são sempre acompanhados pelo sinal negativo (-) à sua frente e os positivos são acompanhados pelo
sinal positivo (+) ou sem sinal nenhum. O zero não é positivo nem negativo.
Representação:
Inteiros não positivos e não nulos: são os números inteiros do conjunto Z_ excluindo o zero.
Inteiros não negativos: são os números positivos incluindo o zero. Na sua representação, devemos
colocar o + ao lado do Z.
Z + = { 0, 1, 2, 3, 4,...}
Inteiros não negativos e não nulos: são os números do conjunto Z+, excluindo o zero.
52
MATEMÁTICA APLICADA
Z* + = {1, 2, 3, 4,...}
Esses números surgem da necessidade de partilhar os bens dos indivíduos. Como dividir corretamente
um lote de terras?
onde a e b são números inteiros, sendo que b deve ser não nulo, isto é, b deve ser diferente de zero.
Frequentemente usamos a/b para significar a divisão de a por b. Quando não existe possibilidade
de divisão, simplesmente usamos uma letra como q para entender que esse número é um número
racional.
Como podemos observar, números racionais podem ser obtidos por meio da razão (em latim: ratio
= razão = divisão = quociente) entre dois números inteiros, razão pela qual o conjunto de todos os
números racionais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na literatura a notação:
Quando há interesse, indicamos Q+ para entender o conjunto dos números racionais positivos e Q_
o conjunto dos números racionais negativos. O número zero é também um número racional.
Os numerais que representam números racionais não negativos são chamados frações e os números
inteiros utilizados na fração são chamados numerador e denominador, separados por uma linha
horizontal ou traço de fração.
Numerador
Denominador
53
Unidade I
O numerador indica quantas partes são tomadas do inteiro, isto é, o número inteiro que é escrito
sobre o traço de fração, e o denominador indica em quantas partes dividimos o inteiro, sendo que esse
número inteiro deve necessariamente ser diferente de zero. Para facilitar a escrita de frações, por vezes
utilizamos a barra “/” ou o sinal “÷“ em lugar do traço horizontal para denotar a divisão de dois números.
Por exemplo, a/b ou a fração 1/4, que pode ser escrita como:
Em linguagem matemática, as frações podem ser escritas da forma exemplificada acima ou assim:
1/4, que é considerada mais comum.
0,1 = 1/10
2,3 = 23/10...
0,1111... = 1/9
0,3232... = 32/99
Observe que outra representação do número 1 é exibida por toda dízima periódica 0,9999... 9.
Propriedades
Se for possível dividir os termos (numerador e denominador) de uma fração por um mesmo número
natural, obteremos uma fração equivalente à fração dada:
54
MATEMÁTICA APLICADA
Representação:
Q ={ ∀ a/b / a ∈Z e b ∈ Z*}
Subconjuntos de Q:
Q* é o conjunto dos números racionais diferentes de zero.
Q+ é o conjunto dos números racionais positivos e o zero.
Q- é o conjunto dos números racionais negativos e o zero.
Q*+ é o conjunto dos números racionais positivos.
Q*- é o conjunto dos números racionais negativos.
Quando um número real não pode ser escrito na forma de uma fração ou nem mesmo pode ser
escrito na forma de uma dízima periódica, ele é chamado de número irracional.
São assim nomeados porque não podem ser expressos na forma a/b, com a e b inteiros e b diferente
de 0. São formados por dízimas infinitas não periódicas, por exemplo:
π = 3,141592654... ou √3 = 1,73205...
Outro exemplo: o número real abaixo é um número irracional, embora pareça uma dízima periódica:
X = 0,3030030003000...
Observe que o número de zeros após o algarismo 3 aumenta a cada passo. Existem infinitos números
reais que não são dízimas periódicas e dois números irracionais muito importantes. São:
e = 2,718281828459045...,
Pi = 3,141592653589793238462643...
Eles são utilizados nas mais diversas aplicações práticas, como: cálculos de áreas, volumes, centros
de gravidade, previsão populacional etc.
55
Unidade I
Antes de os números irracionais serem criados, só era possível extrair a raiz de números que possuíam
quadrados inteiros, por exemplo, 42 = 16, portanto,√16 = 4; no caso de √2 não existia um número que,
elevado ao quadrado, resultasse em 2.
O número de Neper é uma constante que surge em várias aplicações científicas. O seu valor
n
encontra‑se, por exemplo, ao calcular o limite da sucessão . O valor desse limite é um número
irracional (além disso, também é transcendente, uma vez que não é solução de qualquer equação
algébrica de coeficientes racionais).
Obs.: as informações que apresentamos sobre os diferentes tipos de números estão disponíveis em
<http://www.infopedia.pt/>.
Como dissemos anteriormente, o número irracional não admite representação na forma de fração (contrário
dos números racionais). Quando escrito na forma de decimal, ele é um número infinito e não periódico.
56
MATEMÁTICA APLICADA
Exemplos:
0,232355525447... é infinito e não é dízima periódica (pois os algarismos depois da vírgula não
formam períodos), então é irracional.
Se utilizarmos uma calculadora, veremos que √2, √3, √5, √7, entre outros, são valores que representam
números irracionais.
Exemplo de aplicação:
Determinar a medida da diagonal de um quadrado cujo lado mede 1 metro. O resultado numérico é
um número irracional e pode ser obtido por meio da relação de Pitágoras.
Resolução:
O conjunto formado por todos os números racionais e irracionais é o conjunto dos números reais,
indicado por R.
O conjunto dos números racionais é formado pelos seguintes conjuntos: Números Naturais e
Números Inteiros. Os conjuntos que unidos formam os números reais são:
Números Naturais (N): 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16...
Números Inteiros (Z): ..., –8, –7, –6, –5, –4, –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...
Números Racionais (Q): 1/2, 3/4, 0,25, –5/4...
Portanto, como todo número natural é inteiro, como todo número inteiro é racional e como todo
número racional é real, podemos concluir que o conjunto dos números reais é a união dos seguintes
conjuntos:
N ∪ Z ∪ Q ∪ I = R ou Q ∪ I = R
57
Unidade I
E também que:
N⊂Z⊂Q⊂R
N⊂Z⊂Q⊂R
Intervalo: nome dado a outro conceito fundamental da comunicação das relações. Também muito
utilizado em estatística.
Sendo a e b dois números reais, com a < b, teremos os seguintes subconjuntos de R nomeados intervalos:
Habitualmente são utilizados os colchetes [ e ] para indicar que um dos extremos do intervalo é
parte desse intervalo. Também são empregados os colchetes invertidos ] e [ para indicar o contrário.
Assim, por exemplo, dados a e b números reais, com a ≤ b, o intervalo I = ]a,b] representa o conjunto
dos x ε R, tal que a < x ≤ b. Note que a não faz parte do intervalo, já que o início do intervalo indica que
x é maior que a. Na representação do intervalo indicada por I =]a,b] podemos observar que o primeiro
colchete “]” está voltado para fora, indicando que a não pertence ao intervalo. No final do intervalo
podemos observar o colchete “]” voltado para dentro, indicando que b faz parte do intervalo.
Um intervalo é representado na reta real utilizando-se de um pequeno círculo vazio para indicar
que um dos pontos extremos não pertence ao intervalo e de um círculo cheio para indicar que o ponto
extremo pertence.
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MATEMÁTICA APLICADA
Tipos de intervalos
a) Intervalo fechado:
[a,b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}
d) Intervalo aberto:
]a,b[ = (a,b) = {x ∈ R | a < x < b}
e) Intervalo aberto:
]-∞,+∞[ = (-∞,+∞) = R
59
Unidade I
4.6 Aplicação
Ainda que fundamental e generalista, a teoria dos conjuntos conduz a poucas aplicações práticas
diretas. É mais utilizada para desenvolver a álgebra de grupos, anéis e campos, em engenharia e em
outras áreas de exatas, assim como para desenvolver uma base lógica para o cálculo, a geometria e a
topologia. Todos esses desenvolvimentos são aplicados extensivamente nos campos da física, da química,
da biologia, da engenharia elétrica e da ciência da computação.
Na área de ciências humanas, seus conceitos servem de base à estatística; esta, por sua vez, é
direcionada a pesquisas de mercado, avaliação e desempenho de funcionários, cálculos de riscos em
investimentos etc.
Exemplo:
Em uma pesquisa de mercado, mil pessoas foram entrevistadas em todo o território nacional sobre
a preferência por marcas de refrigerante. O gráfico abaixo mostra como a pesquisa foi distribuída entre
as regiões brasileiras.
Três marcas de refrigerante foram pesquisadas, a A, a B e a C. Na pesquisa, verificou-se que 40% dos
entrevistados preferem a marca A, 25% a marca B e 35% a marca C. Também foi constatado que entre
aqueles que preferem a marca B, 70% são da região Nordeste, 8% da região Sul, 2% da região Centro-
Oeste, 10% da região Norte e 10% da região Sudeste. A empresa que encomendou a pesquisa deseja
saber o seguinte:
b) Dentro do conjunto de pessoas que preferem a marca B, quantas são da região Norte ou da região
Nordeste?
Resolução:
a) Pelos dados do gráfico, o número de pessoas que consomem a marca B é 25% de mil pessoas
= 250 pessoas. Dessas 250 pessoas, 8% são sulistas, portanto, 8% de 250 = 20 sulistas.
60
MATEMÁTICA APLICADA
b) Conforme o enunciado, dos que preferem a marca B, 10% são da região Norte, logo, 10% de 250
= 25 pessoas, e 70% são da região Nordeste, logo, 70% de 250 = 175 pessoas. Serão representadas
pelo conjunto A as pessoas da região Norte e pelo conjunto B as pessoas da região Nordeste. O
número de pessoas que são da região Norte ou Nordeste é dado por n(A ∪ B), com n(A ∩ B) = 0,
pois não há pessoas em comum das regiões Norte e Nordeste que preferem a marca B, portanto,
Saiba mais
Resumo
Exercícios
A política de estocagem da empresa obriga que, cada vez que o estoque atingir 2350 unidades,
seja emitido um novo pedido. Nestas condições podemos afirmar que, considerando que estejamos na
semana zero, o próximo pedido deverá ser emitido:
a) Na semana 3.
b) Na semana 4.
c) Na semana 5.
d) Na semana 6.
e) Na semana 7.
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MATEMÁTICA APLICADA
Análise das alternativas: esta questão deve ser resolvida utilizando-se os conceitos básicos
de plano cartesiano e de regra de três. Do gráfico, retiramos a informação que na semana zero o
estoque é de 9400 unidades. O estoque vai sendo consumido ao longo das semanas até chegar
a zero unidades em 8 semanas. No início de cada semana existirá no estoque uma quantidade
diferente e numa delas o estoque será de 2350 unidades (ou muito próximo disso). Assim, podemos
montar a seguinte regra de três: 9400 (estoque inicial menos estoque final, ou seja, 9400 – 0) está
para 8 semanas, assim como o estoque consumido até sobrarem 2350 unidades (9400 – 2350) está
para X, ou seja,
Portanto, após seis semanas, o estoque remanescente será de 2350 unidades, logo deverá ser feito
um novo pedido de unidades.
Apesar de normalmente as distâncias serem dadas em graus, nada impediria que fossem
dadas em quilômetros, com distâncias positivas ou negativas de acordo com sua relação
com o ponto zero. O gráfico a seguir esboça essa possibilidade, para duas cidades: São
Paulo e Lisboa.
63
Unidade I
Com essas informações e lembrando que o conhecido teorema de Pitágoras nos informa que o
quadrado da hipotenusa é igual a soma dos quadrados dos catetos, podemos dizer que a distância entre
essas cidades em linha reta é de aproximadamente:
a) 9800 km
b) 8900 km
c) 7800 km
d) 8067 km
e) 6700 km
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