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10

02 Darth Jeder
04 World Metal
06 2º JRock Festival
08 1º Alagoas Hardcore Fest
10 Capa: Reverter
13 RM Entrevista: Shadowside
18 Exclusivo: Eluveitie
22 Perfil RM
Editorial
Expediente

A vida é um desafio na qual a


batalha é diária e os desafios estão Direção Geral
sempre batendo à porta para selecionar Pei Fang Fon
os fortes e os fracos. Só os melhores
sobrevivem e poucos saem realmente Fotografia
ilesos, mas é muito mais difícil do que Pei Fang Fon
se pensa.
Assim está o Rock em Alagoas.
Está ficando cada vez mais difícil
manter-se vivo dia após dia com pessoas Revisão
que desistem de ‘permanecer’ neste Jonas Sutareli
mundo que, apesar de toda tecnologia Pei Fang Fon
e informação que se tem hoje, sofrem
preconceitos, é chamado de ‘doido’, Capa
‘maluco’, e rotulam como ‘metaleiros’, Lucas Marques
‘rockeiros’ ou seja lá qual for o nome Pei Fang Fon
que lhes é atribuído.
Poucos continuam fortes na Equipe
batalha de manter viva a cultura do
Rock’n Roll em solo alagoano. Apoio Daniel Lima
é o que atualmente precisa-se dentro Jonas Sutareli
desta cultura que, com o passar do Lucas Marques
tempo, se tornou um estilo de vida que Pei Fang Fon
– por sinal – é fácil de se identificar em Renato Tiengo
qualquer lugar que esteja.
Poucas pessoas ainda realizam
eventos na tentativa de fortalecer e
o que se vê é que as próprias bandas Colaboradores nesta edição
realizam eventos para poderem tocar
Costábile Salzano Jr
ou, em outras vezes, lançam EP’s e o
público não comparece para prestigiar o
evento. Depois comentam que aqui não Contato
tem banda que ‘preste’ ou no popular, Email: contato@rockmeeting.net
todas as bandas daqui são ruins. Orkut: Revista Rock Meeting
Tudo isso cai por terra quando Twitter: http://twitter.com/rockmeeting
bandas que já possuem um público
tocam. Aqueles que só reclamam se Veja os nossos outros links:
calam e, nem que seja por um minuto, www.meadiciona.com/rockmeeting
prestigiam a banda genuinamente
alagoana sem precisar denegrir.
A cultura Rock’n Roll está
morrendo, mas, com a persistência de
alguns, ela vai só cambalear e não vai
cair. ‘Lutar, Matar’ como diria a música
do Korzus é o que está acontecendo e
não se pode desistir diante da primeira As matérias não refletem, necessariamente,
dificuldade. a opinião da revista, e sim de quem assina.
EU

SOU
DARTH JEDER

Jeder Janotti Jr. - Headbanger


e professor da UFAL-UFPE

-Muito prazer, eu sou Darth Jeder...

Com o recesso da vida universitária. de concentração para a leitura).


Recesso, não quer dizer férias, já que é o Ao contrário da maioria dos
tempo que os caras que se acham sérios roqueiros ingleses que surgiram na
tem para produzir artigos, preparar década de sessenta, o ex-vocalista
novas disciplinas, terminar livros e ler, do Black Sabbath, não diz que parte
ler biografias de nossos ídolos. E munido de sua revolta ou rebeldia surgiu do
de pré-conceitos, lugares comuns e enfrentamento com os pais, pelo
achando que eu ia entregar parte de contrário, Ozzy Osbourne fala com
meu precioso tempo de leitura a mais carinho dos tempos em que viveu com
um lugar comum das autobiografias dos as irmãs, o pai e a mãe em Brighman,
roqueiros, entreguei-me ao livro Eu Sou uma vida de filho de classe operária,
Ozzy. mas que foi até legal! Aliás, o livro abre
Confesso, me rendi ao velho ídolo, com uma profética sentença de seu pai
que esclarece até o que “realmente” “Ou você vai fazer algo muito especial
aconteceu quando ele arrancou a ou vai acabar na cadeia”. Na verdade,
dentadas as cabeças de um pombo e de as palavras do pai se concretizaram
um morcego. Pra quem ainda não leu, ele duplamente.
jura que pensou que o morcego era de É interessante perceber ao
plástico (imaginem quantas injeções teve longo da biografia como o mundo da
de tomar para evitar as possibilidades produção musical se transformou (diria
de contrair raiva). Claro não foi Ozzy eu para melhor, pois houve uma grande
que escreveu, ele contou com a ajuda profissionalização desse mercado). Na
de um gosth writer (alguém que gravou verdade, os caras do Black Sabbath,
as conversas, editou o material e como tantos outros músicos na mesma
transformou a vida do mais conhecido época viviam chapados (cocaína, álcool
personagem do metal em uma história e maconha era o coquetel da moda) e
deliciosa!). Até porque Ozzy assume sem ao invés de receber os direitos pelos
problemas que largou a escola no ensino discos e a grana dos shows, eles eram
médio e que não consegue se concentrar “assessorados” por empresários que se
o suficiente para ler um livro (ele tem pareciam com gangsteres do mundo da
dislexia, ou seja, uma séria dificuldade música.

02 Rock Meeting
Ozzy ligava para o escritório que administrava
sua carreira e pedia, uma casa, um carro, uma moto
(e cocaína). Mas, em nenhum momento há um tom
de lamúria ou de arrependimento. Na verdade,
fiquei pensando como é que eles conseguiram
fazer álbuns tão bons em meio a tanta “chapação”
(ou será que esse foi o verdadeiro motor dos
grandes álbuns de rock das décadas de sessenta
e setenta?). Ozzy só diminuiu o ritmo, quando sua
atual mulher e empresária Sharon, ameaçou largá-
lo. Aliás, ele não assume, mas dá para perceber
que Sharon, responsável pela produção do sucesso
comercial de sua carreira solo, é linha dura.
O bom, após a leitura, é que qualquer um que já
sonhou com uma banda, que já teve uma pequena
banda ou conseguiu alguma coisa no mundo do
rock se identifica com Ozzy, um dos maiores ídolos
do rock, que desnuda seus sentimentos quando fala
de seu grande ídolo no mundo da música (Sir Paul
McCartney). Ali, Ozzy mostra como ele também
pode ser um cara comum, um de nós diante de um
de nossos ídolos, por exemplo o próprio Ozzy.
O bacana do livro é que ele não é pretensioso,
ele quer ser somente uma autobiografia honesta
e divertida de um dos grandes nomes da história
do rock, mas que de alguma forma também é
um de nós. Após a leitura dá para imaginar um
encontro sobrenatural em que inesperadamente
conheço pessoalmente um dos meus personagens
preferidos do mundo do rock, que se apresenta ,
“prazer eu sou Ozzy”, “e eu Darth Jeder”. Que a
força esteja conosco!
M ata n z a : Behemoth: Nergal
ouça duas deixa hospital na
músicas Polônia
do novo
álbum da Segundo o site The
Gauntlet, o vocalista do
banda Behemoth, Nergal, deixou o
hospital na Polônia três semanas
após uma cirurgia de transplante
de medula óssea. Ele teria deixado
O Matanza liberou, em seu MySpace, duas o hospital Kliniczne Uniwersyteckie Centrum (UCK),
em Gdansk, na segunda-feira, 16 de janeiro, e estaria
músicas de seu novo álbum intitulado “Odiosa
descansando na casa de seus pais.
Natureza Humana”. A namorada Doda disse aos jornalistas que “Adam
Para ouvir, clique no link abaixo. se sente bem e está descansando confortavelmente,
http://www.myspace.com/matanzacountrycore mas não pode receber nenhuma visita, pois corre o risco
de adquirir uma infecção viral.”

Primal Fear: Barra 05, Pontado


informações Farol
sobre o show em Preço de Ingressos:
Valores promocionais
São Luís para clientes Mad
Rock
Pela primeira vez, Pista R$ 40,00
os alemães do Primal Camarote R$ 80,00
Fear se apresentarão na Lote limitado
cidade de São Luís, no Período do lote
Maranhão. A banda fará promocional: De 20 a 27 de janeiro
show no dia 2 de março, na Flamingo. Veja o
serviço: 2º lote à partir de 28 de janeiro
Pista R$ 60,00
SERVIÇO – PRIMAL FEAR EM SÃO LUÍS Camarote R$ 100,00
Abertura: Fúria Louca
Data: 2/3 – Quarta-feira Ponto de Vendas:
Local: Flamingo Loja Mad Rock - Centro
Endereço: V. dos Holandeses, Qd 32, Lt 02, Loja CD Rock

Accept: divulgadas as datas na


América Latina

O Accept iniciou a turnê para “Blood Of
The Nations” no continente europeu. São previstos
cerca de 80 shows para a turnê, incluindo uma
mini-tour pelas Américas Central e do Sul. As
datas para a região já foram anunciadas em sua
totalidade:

08/05 - Mexico City, México - Circo Volador


10/05 - La Paz, Bolívia - TBD
A lista completa de datas pode ser encontrada no
11/05 - Lima, Peru - Barranco Bar
site oficial do Accept:
13/05 - Santiago, Chile - Teatro Novedades
http://www.acceptworldwide.com/
14/05 - Buenos Aires, Argentina - El Teatro Flores
15/05 - São Paulo, Brasil - Carioca Club

04 Rock Meeting
Death: demo Destruction:
de reedição assista o
disponível terceiro trailer
para audição do novo álbum
online
O Destruction
disponiblizou online
Uma versão demo a terceira parte do
remasterizada de trailer do novo álbum,
“Story to Tell”, tirada da futura reedição do “Day Of Reckoning”,
sétimo e último álbum do Death, “The Sound que será lançado em
Of Perseverance”, está disponível para audição 28 de fevereiro. É o
no facebook da banda (http://www.facebook. primeiro trabalho do grupo com o novo baterista,
com/DeathOfficial). A faixa aparece no segundo Vaaver. Clique AQUIpara ver o vídeo.
disco da reedição, que possui todo o material
demo inédito.

Amon Amarth: capa, faixas e 6.The Last Stand of


comentários de “Surtur Rising” Frej
7.For Victory Or
O vocalista Johan Hegg, os vikings do Death
Amon Amarth, concedeu uma entrevista à 8.Wrath of the
revista Terrorizer e falou sobre o oitavo trabalho Norsemen
de estúdio do grupo. Confira abaixo o tracklist 9.A Beast Am I
e os comentários sobre as músicas do novo 10.Doom Over Dead
álbum, “Surtur Rising”: Man

1.War of the Gods


2.Tock’s Taunt – Loke’s Treachory Part II “War of the Gods”
3.Destroyer of the Universe É uma canção clássica do Amon Amarth, com
4.Slaves of Fear harmonias e tudo mais. É uma grande música
5.Live Without Regret de abertura !

Trivium: Tarja Turunen:


integrantes produtora confirma
comentam o show em Brasília
novo álbum A Park Show, produtora
da banda responsável pelos shows do
Para o seu Ozzy Osbourne e Motorhead
quarto álbum de em Brasília, acaba de
estúdio, o Trivium vai confirmar uma apresentação
olhar para o passado, da ex-vocalista do Nightwish
renunciando as composições complexas. na Capital Federal. O show
“Quando fizemos ‘Ascendancy’, estávamos será realizado no dia 15 de
escrevendo especificamente para as músicas, não março.
mostrando o quanto nós poderíamos tocar”, diz o vocalista Informações como local, preços, pontos de vendas
e guitarrista Matt Heafy. “Isso não será exatamente o que e promoções serão divulgadas através do twitter
vai acontecer com os nossos dois próximos álbuns.” oficial da produtora: http://twitter.com/Parkshow.
“Estamos nos certificando de que cada parte, em Tarja Turunen já tem dois shows marcados no
cada música, esteja pronta e isso é super cativante”, diz Brasil: em São Paulo (12) e no Rio de Janeiro (13).
o co-guitarrista Corey Beaulieu.

05 Rock Meeting
Festival
2º EDIÇÃO

Por Lucas Marques (@lucasmarx | lucas@rockmeeting.net)

Mais uma vez Maceió


teve um dia de muito som
vindo do Leste do planeta. O
2º Jrock festival rolou no dia
15 de janeiro e teve início às
16 horas no famoso Show Bar
KFOFO, teve como atrações
as 5 bandas que atualmente
representam o gênero no
estado: IKARI, J-Neration,
Last Kamikaze, Shönen Party
e Shoryuken.
Como pode ser notado por
alguns, a segunda edição do evento trouxe as mesmas atrações do evento anterior,
porém o estilo das bandas possibilita que nenhum show seja igual ao outro, já que há
uma grande diversidade de Sub gêneros contidos em cada uma delas. O Jrock Festival
é um evento inovador por si só, e como tal, tende a surpreender com atrações que
criem um maior contato no sentido banda/público.
O evento surgiu para sair das limitações dos Eventos de Cultura Pop japonesa e
convenções de animes, mas foi por causa desses eventos que as bandas surgiram.
Então, o Jrock Festival trouxe uma das mais populares atrações desses eventos,
o Animekê. O Animekê nada mais é que um Karaokê com conteúdo voltado
exclusivamente aos fãs de animes. Fãs de animes era o que não faltava no Jrock
Festival. Só que dessa vez era um Animekê diferente, era com a banda ao vivo, e os
candidatos que se saíram bem foram premiados.

06 Rock Meeting
2º Festival

Quem abriu o show foi


a banda Shoryuken, trazendo
grandes clássicos do Anisong. A
Banda surpreendeu a todos ao
tocar duas músicas totalmente
fora do padrão do evento,”Imagem
é tudo, sua cabeça não tem nada”
da banda brasileira de Punk
Hardcore, Jason e “The Kids Aren’t
Alright” da banda estadunidense
Offspring , que foi o ponto alto da
apresentação da banda.
Em seguida, quem entrou em cena foi a banda J-Neration fazendo covers da banda de
J-pop/rock, One Ok Rock. A banda, como sempre, trouxe muita energia e fez todo mundo pular
ao som de “Dreamer” e outras covers muito bem executadas. No meio da apresentação do
grupo rolou a primeira etapa do Animekê, um momento realmente cômico.
Após a J-neration quem comandou a festa foi a famosa banda Ikari, sendo uma das mais
esperadas da noite. A banda engatilhou grandes sucessos dos animes como os temas de abertura
de Dragon Ball, que fez a galera entrar em um enorme clima nostálgico. Tocaram também
temas de Tokusatsus como Power Rangers, sem falar na tão famosa e esperada execução de
Trough the fire and flames, cover que a Ikari faz da banda Dragonforce, mostrando toda a
habilidade do grupo. Esse som já é considerado o hino da banda. Mais uma boa apresentação
da banda.
Na sequência, com o público já bem reduzido, quem tocou foi a banda Last Kamikaze,
que levou bastante energia para quem ficou para prestigiar o som da banda. A banda trouxe
um setlist bem diversificado, mas sem deixar de lado o peso e a velocidade, características que
marcam a banda. Com sucessos como “Luke, eu sou seu pai”, da banda Os seminovos, a Last
Kamikaze fez do público parte integrante da banda, com côros em boa parte do repertório. A
banda fechou o show com uma sequência matadora de 5 covers da muito popular Maximum
the Hormone, levando os fãs da banda ao “delírio”.
Quem fechou a noite foi a banda Shönen Party que, mesmo com uma nova formação
recente, conseguiu fazer um som redondinho, satisfazendo o pouco público restante. A banda
teve o repertório reduzido por conta do tempo da casa e alguns atrasos das bandas anteriores,
mas a banda subiu ao palco e representou o estilo.
A segunda edição do Jrock festival foi a prova de que com esforço Alagoas pode sim optar
por meios culturais alternativos, fugindo da mesmice em que nos deparamos constantemente.
Apesar do evento ter tido bem menos público que a primeira edição, o KFOFO ficou bastante
cheio, mostrando que independente de datas, o Jrock Festival têm um público fiel e que valoriza
as bandas do seu estado.

07 Rock Meeting
Hardcore pegando fogo
Plastic Fire fez um show
curto, porém, com muita
Aconteceu

energia, pegando fogo

Por Jonas Sutareli (@sutareli | Jonas@rockmeeting.net)

Numa tarde de domingo, no Kfofo, dia 09/01/2011, primeiro show de rock do ano em
Maceió, a turnê ‘A Última Cidade Livre’, da Plastic Fire, passou por aqui. O primeiro evento
do ano foi de hardcore, bem hardcore. Aqui em Maceió, o evento foi chamado de 1º Alagoas
Hardcore Fest. Além da própria Plastic Fire (RJ) teve a participação das bandas de fora Elmo
(PB), Rótulo (SE) e as bandas alagoanas Reverter,
Morra Tentando e Ênfase, além da banda de rap ‘A
Queda’.

O Show

O show começou atrasado por uns problemas


que a organização teve com a bateria. Problemas
sanados, e atrasos de lado, o show começou. Por
conta do atraso, o tempo das bandas alagoanas
foi diminuído para que os visitantes pudessem tocar no tempo estipulado. Todavia, a Never
Say Die Juliet (que estava também programada para o festival) não tocou por falta de tempo.
Além do mais, tiveram algumas brigas, murros, cortes, sangue. Falta de consideração de alguns
presentes, levando violência pra roda de hardcore, deixando tudo com um clima meio pesado.
Mais uma vez, deixando péssimas lembranças nos eventos, que não são vistos, constantemente,
em eventos que não são de rock.
Contratempos à parte, a banda Morra Tentando iniciou o festival. Ainda haviam poucas
pessoas no local. Um show curto, conciso e energético, com várias músicas próprias. Logo
após entraram os rappers da A Queda, pra dar um ar diferenciado do Hardcore. A galera curtiu
bastante, fazendo só músicas próprias, tiveram uma apresentação curta.

08 Rock Meeting
Em seguida veio a Ênfase,
com covers de Dead Fish e
músicas autorais. Com uma
apresentação também curta,
por conta de todo o tempo e um
pequeno desentendimento com a
organização, o que deixou o clima
um pouco tenso. Após a tensão,
sobe ao palco a Reverter. Tocando
músicas próprias e exaltando a
união e criticando más atitudes que
estavam acontecendo no evento,
por parte do público, Reverter tocou um
pouco mais, músicas autorais, um show
bem representativo à temática do evento
e cheio de energia.
Depois da Reverter, a Elmo, primeira
banda de fora a tocar na noite, sobe ao
palco. Com músicas autorais, um hardcore
bem autêntico e cheio de feeling, a banda
agitou bastante o pessoal que estava
presente, instigando boas rodas.
Então, depois da Elmo, a atração
principal da noite. A Plastic Fire sobe ao
palco e executa apenas oito músicas. O
disco ‘A Última Cidade Livre’ foi tocado na
noite. Apesar das poucas músicas, a banda
tem muita qualidade, é um excelente
hardcore e não deixou ninguém parado.
Plastic Fire também instigou excelentes
rodas. Só poderiam ter tocado mais e a
celebração da noite estaria completa.
Finalizando à noite e primeiro evento de
rock do ano em Maceió o , a Rótulo subiu
ao palco e mostrou que também sabe fazer
hardcore.

09 Rock Meeting
Esse mês quem estampa a capa da Rock Meeting é a
banda maceioense de Hardcore Old School, Reverter.
Acompanhe a entrevista feita com a banda.

Por Lucas Marques (@lucasmarx | lucas@rockmeeting.net)


Fotos: Divulgação
- RM: Primeiramente gostaríamos pessoas. Mas a banda tem uma
de saber como surgiu a banda, linha ideológica específica?
quem criou? Qual formação Barata.: Não nada especifico, nós falamos
original? do que sentimos no momento
Cabeler.: Cara! Acho que não
Cabeler.: “Pô”, a banda surgiu em fevereiro necessariamente, mas cada um tem uma
de 2007, simplesmente por vontade de tocar linha de pensamento e leva isso no dia a
o que gostamos, falar do nosso mundo, é dia. Eu, acredito que a maior revolução é a
vontade sobre vontade. Quando começamos pessoal. Hoje, procuro ler mais, ouvir mais,
a banda, era só eu (vocal), xGilx (baixo), Jóh aprender mais, que achar que somos certos,
(guitarra) e xilax (bateria). Com o passar do que é ” isso ou aquilo.” Ninguém é dono
tempo, sentimos a “necessidade” de colocar da verdade, tá ligado? Enfim, somos todos
outro guitarrista na banda pra amadurecer vegetarianos por uma questão de ética,
mais o som. Daí como Barata era muito acho que por isso surgiu essa pergunta
nosso amigo, eu falei pra os caras: ”pô, (risos), é isso.
esse bixo é brother, se encaixa na banda.”
Daí rolou o convite pra ele ficar no - RM: Todos da banda seguem essa
baixo, ele topou e “tamo” aí há um bom linha ideológica?
tempo com essa formação. Cara, se eu Cabeler.: Somo vegetarianos, amigos,
te falar que eu acreditava muito nessa na que se unem pelas semelhanças.
banda vou estar mentindo, não pelo Barata,
e sim por mim, sou muito chato com essa - RM: A ideia do vegetarianismo é
galera. Sei lá, achava que a banda nem ia algo que a banda tenta difundir
chegar a gravar antes de acabar, e gravou, em suas músicas?
faz alguns meses, e já estamos pensando Cabeler.: Citamos esse tema em uma letra
em gravar split. Hoje sou mais sossegado, só, chamada “ética, respeito e amor”, mas a
escuto mais, aprendo mais, e isso me tem maioria das letras são pessoais
tornado um ser mais maduro, acho irado
isso, crescer com amigos, com a música. É - RM: Quais bandas atualmente
isso. pregam o vegetarianismo em
alagoas?
- RM: Quem faz parte da banda Cabeler.: Nem pregamos isso, só
hoje em dia? mostramos nosso ponto de vista, se você
Cabeler.: Eu (cabeler.), Gil, Barata, Jóh e se importar, você se informa mais, se não...
Ila. Essa é a linha de frente, e acho que de boa também. Você faz o que acha que
alguns amigos, apesar de não assumir é certo, não é? Como eu disse, ninguém é
vocal, guittara, batera e baixo, pelo simples dono da verdade
fato de nos influenciarem. Barata.: Tem a Sälädä que é minha outra
banda junto com o saci de powerviolence/
- RM: Sabemos que a Reverter grind (www.myspace.com/saladavegan),
trás em suas letras conteúdos se tiver mais alguma eu não lembro no
que tratam do cotidiano das momento.

11 Rock Meeting
-RM: Quais as principais influências
da banda? Podem citar 5 bandas?
Cabeler.: Nossa principal influência é a vida.
Sobre bandas... pô, gostamos de muita coisa,
vai além de rock, acho que rap/samba/reggae
influenciam bastante a banda. Só Gil que é
meio parado em rock (risos). Mas posso citar
5 bandas que todos da banda fazem questão
de lembrar: Colligere, Comeback Kid, Adcional,
Entrefuego e a Sangue Frio. Eu costumo
lembrar de Tim maia, mas como disse, Gil é
“parado” em rock (risos).

- RM: Sabemos que a Reverter têm Barata.: Como eu disse, se a galera se unir
um reconhecimento legal fora do mais, tipo colar nos eventos comprar material
estado, qual o meio em que a banda das bandas fica um pouco mais fácil de levantar
se promove, de que modo se dá? a “cena”.
Cabeler.: Acho que devemos muito ao myspace
e “blogs da vida”, amigos nossos que viajam por - RM: E a cena nordestina em geral,
aí também, divulgam bastante. Do mesmo jeito como anda?
que a net “prejudica” aos amantes dos discos, ela Barata.: Tem muita banda boa nascendo aqui no
ajuda as bandas na divulgação. Sei lá, como diz nordeste, cara. Tem o Todos Contra Um (natal),
uma letra do Ancora: “ganhar também é perder.” Libellulla (Recife), Mapache Man (salvador),
É isso. Charlie Chaplin (salvador). Muita banda boa
Barata.: Eu tenho contato com uma galera de altos mesmo.
estados, tipo São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba,
Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia e por aí - RM: Pretendem lançar material
vai.. e tipo é na base do “pô, escuta aí o som da novo este ano?
minha banda” (risos). E também tem gente que Barata.: Certamente, nada previsto ainda, mas
escuta nosso som no myspace ou fez o download estamos com umas músicas novas e daqui para o
do EP e entra em contato e assim vai. fim do ano a gente lança mais alguma coisa. Um
cd ou outro EP.
- RM: Como vocês vêem a cena
Hardcore atualmente no estado de - RM: Alguém da banda pertence a
alagoas? outra(s) banda(s)?
Barata.: Se é que existe alguma cena aqui Barata.: eu e o Saci tocamos na Sälädä e o Gil
(risos), mas tipo tem uma galera que ta dando e Jóh tocam na Resistir.
o couro pra parada continuar viva, o problema e também estou com alguns projetos futuros ai.
é que quem faz não tem apoio nenhum, saca? E
sem contar que rolam as “panelinhas” e a galera - RM: Deixem algum recado para os
vai se distanciando muito, o que era pra ser o nosso leitores.
contrario. A galera deveria se unir mais. Valeu a galera da Rock Meeting pelo espaço
cedido, e para a galera que tem que colar nos
- RM: De acordo com a Reverter, de shows comprar material das bandas e dar mais
que modo é possível reerguer a cena valor às bandas daqui, que é o que a gente está
no estado? precisando. Abraço a todos!

12 Rock Meeting
Ousando no sonho
Por Pei Fang Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)
Fotos: Costábile Salzano Jr.

Depois de um mês de uma turnê bem sucessidida, ao lado do WASP, pela Europa, a
banda brasileira Shadowside voltou para o Brasil para descansar. Aproveitou o momento das
festas de fim de ano para ficar mais perto da família e repor as energias para o novo ano.
Em virtude disso, agora em janeiro, banda seguiu para a Suécia, onde vai gravar seu
mais novo álbum. A Rock Meeting conversou com a vocalista Dani Nolden e foi saber dela as
novidades que estão por vir em 2011. Confira, com exclusividade, esta entrevista!

Inicialmente, gostaria de agradecer a mais uma entrevista cedida a Rock


Meeting, pois é sempre um orgulho destacar os feitos das bandas brasileiras
fora das Américas. Não hesitem, respondam o quanto for necessário. Sucesso
e muito obrigada!

Dani: Nós que agradecemos o apoio e espaço!

Recentemente a banda encerrou uma longa tour com o WASP por toda a Europa.
Passou por várias cidades, destacando Helsinque e Manchester. Inicialmente,
sobre os locais dos eventos, como eram as estruturas? Alguma se assemelha
com as que existem no Brasil? Qual o local mais estranho/exótico que vocês
tocaram?

Dani: Dessa vez, com o WASP tocamos em várias outras, como as outras duas que você já mencionou,
além de Milão, Antuérpia, Stuttgart, entre muitas outras... foi uma experiência e tanto! Eu não achei
qualquer um dos lugares realmente exótico ou estranho, acredito que temos influência europeia demais
aqui no Brasil, então não vi coisas muito diferentes do que estou acostuma aqui em casa.

13 Rock Meeting
Acho que a coisa mais estranha que existe
por lá são os policiais que são extremamente
gentis (risos). Fomos parados algumas vezes,
especialmente nas fronteiras e em todo momento
eles foram cordiais. É muito interessante observar
as diferenças de culturas e comportamento entre
um país e outro. Enquanto os finlandeses são
reservados e não se aproximam a menos que
você os chame, os holandeses são nada tímidos e
aparentemente, os belgas gostam de brasileiras,
pois tinham vários por lá casados com uma
(risos).
Sobre a estrutura dos locais, depende do
tipo de estrutura brasileira que usamos para fazer
a comparação. Temos algumas das melhores
casas de eventos aqui no Brasil, assim como
algumas das piores também. Na Europa não é
diferente. Alguns lugares tem o tamanho de uma
casa de eventos de verdade e estavam lotados,
mas a estrutura era uma das piores que eu já vi
em toda minha carreira. Felizmente, isso não foi
algo comum na turnê. A grande maioria dos locais
era excelente e extremamente profissional, como
a House of Culture na Finlândia, o Forum Palace
na Lituânia ou o LKA Longhorn na Alemanha, que
já recebeu desde Nina Haagen até Red Hot Chilli
Peppers e a maioria das grandes bandas de Metal.

Participar de uma turnê com uma banda renomada já é uma grande


conquista, provavelmente receberam um feedback positivo. O WASP chegava
a comentar algo com vocês, pessoas próximas, fãs?

Dani: Não sei o que eles comentavam entre eles ou com pessoas próximas a eles, mas várias vezes
eles faziam bons comentários sobre o show para nós, especialmente o guitarrista Doug Blair que
nos fez sentir em casa o tempo todo. Acredito que eles ficaram satisfeitos com nosso trabalho, que
era deixar o público quente e animado. Felizmente, os fãs, tanto os antigos, que já nos conheciam,
quantos os novos, que conquistamos após essa turnê, responderam maravilhosamente bem ao
nosso show e cada uma das apresentações. Foi inesquecível para nós.

Tocar em outro país é um enorme desafio, principalmente por causa do


idioma. Como foi a interação entre Shadowside/público? Nolden sentia
dificuldades?

Dani: Quando falavam inglês, não, não sentia dificuldades. O problema é quando eles esquecem
que eu não falo o idioma local (risos). Poucos espanhóis entendem inglês, então depois de duas
turnês lá, cheguei à conclusão de que não adianta tentar. Comecei a exibir meu portunhol horroroso
para comunicar o que queria (risos). Mas não tem o que fazer em um país como a Polônia. Tem que
falar inglês mesmo e torcer para que entendam. Quem não entende, acredito que fica contagiado
pela energia do show da mesma forma. A linguagem da música é universal.

14 Rock Meeting
Por serem brasileiros, isso fez alguma diferença para ter caído no gosto do
público europeu? E a mídia europeia, o que tem falado da banda?

Dani: Felizmente, a maioria dos reviews que eu li reclamava que tocamos por pouco tempo. Seria
ruim se falassem que deveríamos ter terminado mais cedo (risos). Nós tínhamos 45 minutos no palco e
sabíamos que esse era o tempo que estava disponível para convencer público e imprensa de que vale
a pena ver o show completo e felizmente, chegamos a esse resultado.
A imprensa tem falado muito bem, claro que eu fico feliz com isso, mas nosso objetivo principal era
atingir os fãs, diverti-los, fazer um show intenso. Penso que quando você gosta do que está fazendo
lá em cima do palco, você acaba agradando naturalmente. Não sei se o fato de sermos brasileiros
fez alguma diferença, não sei se gostaram mais de nós por isso, se estavam indiferentes a isso ou se
ficaram com um pé atrás e foi mais difícil conquistá-los por esse motivo. Se tiver que dar um palpite,
penso que quem ainda não nos conhecia viu a ideia de uma banda brasileira como algo exótico e
ficaram curiosos. A grande maioria que conversava conosco nas sessões de autógrafos que fazíamos
após o show não tem ideia do que se passa no Brasil e não conheciam outras bandas brasileiras além
do Sepultura. A única exceção foi um fã alemão que conhecia quase todas as bandas daqui e está
desesperado atrás de alguns vinis antigos de bandas como o Harppia. Achei isso muito legal, muita
gente aqui não os conhece e pra esse alemão, o vinil dos caras é uma preciosidade.

Momento ‘curiosidade’... Vocês passaram um bom tempo longe do Brasil, o que


mais sentiram falta? Família seria um ponto principal, mas qual outro detalhe
poderia ser destacado?

Dani: Meus animais e minha cama! (risos) Durante a turnê, nós ficamos tão ocupados... pessoalmente,
eu não tive tempo de pensar no que estava fazendo falta. A rotina era praticamente o tempo todo tocar,
dormir durante a viagem e acordar para almoçar e começar a passagem de som. Senti falta da minha
família, de conversar com amigos, evidentemente...
mas sua casa, sua rotina... parece que pertencem
a um outro mundo. Eu só percebi como sentia falta
quando cheguei, sentei na minha cama e pensei
“tinha esquecido que o normal não era viver dentro
de um ônibus” (risos). Foi ótimo dormir em uma
cama que não balança nem tem barulho de motor!

Em janeiro a banda embarca para a


Suécia para gravar seu mais novo
álbum. Como tem sido o processo de
composição das músicas? Quem tem
escrito? Houve tempo durante a tour
com o WASP?

Dani: Quando saímos para a tour, já estávamos


com tudo praticamente escrito, tanto letras quanto
músicas. Nosso plano inicialmente era escrever
até o final de Dezembro, mas quando recebemos
o convite para fazer a turnê, decidimos apressar
um pouco o processo, nos encontrarmos mais
vezes e estar com tudo praticamente pronto antes
de começarmos os shows. A gravação já estava
marcada para começar em Janeiro e não queríamos
deixar tudo para a última hora, queríamos estar
tranquilos durantes as apresentações, sabendo que
o disco estava pronto. Deixamos apenas
alguns detalhes para acertar há alguns dias atrás, estávamos pensando em nomes para produzir esse
pequenos detalhes e ideias que surgiram depois CD. Nós gostamos de praticamente tudo que ele
de escutarmos as músicas várias vezes. Acabou produziu até hoje e o que não gostamos por causa
funcionando bem dessa forma porque tivemos do estilo, percebemos como é extremamente bem
tempo de nos afastar das músicas por quase dois feito. Então quando chegou a hora, mandamos um
meses e depois escutá-las de mente limpa. Nós e-mail para Fredrik e perguntamos se ele estava
fizemos tudo de uma forma bem natural, como interessado. Ele disse que sim, então enviamos as
uma banda se divertindo e tocando o que nos músicas e marcamos a data.
agrada. Todos nós mexemos em tudo. Tem riffs
meus, tem melodias do Raphael, tem música do Expectativas para o terceiro álbum
Ricardo, tem partes que começaram com ideias da Shadowside. O que pode adiantar
do Fabio ou que ele modificou depois de ouvir a sobre ele?
ideia inicial. Foi divertido demais, ainda mais do Dani: O resultado das composições é um material
que das outras vezes, provavelmente porque hoje intenso, bem mais pesado, mas com melodias
estamos mais seguros, maduros, sabemos o que bonitas, marcantes, uma mistura dos nossos
é nosso som e que não precisamos ter medo de trabalhos anteriores, porém com novidades. É um
buscar ainda mais para a banda. pouco do que já fizemos até hoje, dando um passo
a frente. As letras são bem pessoais e abordei
Sobre o novo CD, a produção do alguns temas mais profundos e delicados dessa
novo álbum será feita por Fredrik vez. É basicamente uma análise de tudo que se
Nordström, renomado produtor passa na cabeça das pessoas, é o “shadowside”
que já produziu CDs da Dark revelado, falando de reações, perversões,
Tranquillity, In Flames, Arch Enemy distúrbios de personalidade, consciência pesada,
e Evergrey, dentre outras. Como foi desejos e claro, esperanças. Esse disco está cheio
feito o contato com Nordström? de cinza, não é preto nem branco. Ele não é
obscuro, pessimista, nem completamente alegre.
Dani: Ele era nossa primeira opção quando Ele é humano.

16 Rock Meeting
Recentemente, a banda fechou um contrato com a gravadora SHP Records
e lançará o ‘Dare to Dream’ mundialmente. Como tem sido a recepção desta
notícia e o que podem imaginar para o futuro da Shadowside principalmente
no mercado norte-americano?

Dani: A gravadora está muito empolgada, é até difícil não se deixar levar pela animação deles (risos).
É sempre legal trabalhar com alguém que acredita tanto assim no seu trabalho. A distribuição da SHP é
da Universal Music e estamos agora fazendo os planos para 2011 junto com eles. Provavelmente vamos
manter a banda na estrada e é bem possível que uma nova turnê norte-americana aconteça este ano.

O que o público brasileiro pode esperar do seu novo trabalho? Já tem título
e data de lançamento?

Dani: Eu espero entregar ao público o melhor trabalho já feito pela Shadowside até hoje, estamos
realmente muito felizes com o que temos em mãos até agora, estou muito ansiosa para ver o resultado
final. Ele deve ser lançado no meio de 2011, ainda não decidimos por um título, mas vamos manter
todos a par do que está acontecendo no estúdio, faremos videoblogs e chats ao vivo durante a
gravação, queremos os fãs gravando conosco!

17 Rock Meeting
Prontos para conquistar o Brasil
Após rodar por três continentes, a banda
Eluveitie está ansiosa para encontrar seus fãs

Por Costábile Salzano Jr (@costabilejr)

2011 mal começou e já temos uma enxurrada de shows confirmados. No entanto,


começamos a observar ainda mais a vinda de bandas com a temática folk com o grande
objetivo de desbravar as longínquas terras do além mar. Grande exemplo disso são os
suíços do Eliveitie que chegam ao Brasil no final deste mês de janeiro para uma série de
apresentações pelas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba.
A reportagem conversou com o lider e vocalista Chrigel Glanzmann, para saber
sobre a expectativa dos músicos para conhecer os seus obcecados fãs brasileiros, a
repercussão do novo álbum, a vida na estrada e muito mais sobre a intimidade de uma
das principais bandas de folk metal da Europa.

O que o público pode esperar da primeira apresentação do Eluveitie no Brasil?


Chrigel: O show do Eluveitie é bastante energético. É como se trouxéssemos as pessoas para dentro
do encanto da música celta usando a brutalidade do mais puro e devastador Heavy Metal.

Vocês já lançaram quatro discos muito bons. Qual é a motivação que vocês
aplicam durante as gravações para que um disco soe melhor que o outro?
Chrigel: Oh, muito obrigado! Quando estou escrevendo as músicas do Eluveitie tudo se desenvolve
naturalmente e fora da intuição. Claro que o nosso objetivo é fazer sempre o melhor, mas acho que
isso é algo natural para todos os músicos.

Você acredita que a Eluveitie já atingiu a sua tão almejada personalidade


musical ou é algo que vocês estão em busca?
Chrigel: Eu acredito que a Eluveitie está em busca da sua personalidade musical desde o dia em que
foi fundada! E isso, vai se moldando com o passar dos anos. Porém, isso não significa que a banda vai
parar de se desenvolver. Na verdade, a banda se desenvolveu muito nos últimos oito anos. Este é um
processo natural e não vai parar.

18 Rock Meeting
estamos fazendo muitos shows a cada ano,
estamos em turnê quase que constantemente.
Isso tem feito com que a banda cresça muito
musicalmente, assim como pessoalmente.
Somos uma família hoje. Isso você também
pode ouvir no nosso último álbum.
Mas quanto à clareza do som dos
nossos álbuns mais recentes, esta também
tem basicamente a ver com a produção. Mixar
e produzir um álbum do Eluveitie nunca é algo
fácil, porque há sempre muita coisa insana
acontecendo. Só para você ter ideia, na faixa-
título de "Everything Remains..." haviam mais
de 90 canais pra mixar, o que é realmente
demais. Cada vez que você está gravando e
produzindo um álbum você tem a chance de
ganhar mais experiência e aprender. Isto é
o que estamos fazendo e a cada produção
deixamos as coisas que aprendemos com as
produções anteriores nos guiar.

Vamos falar um pouco mais sobre


o novo lançamento. Há alguma
Como você descreveria a Eluveitie música que particularmente você
para uma pessoa que nunca ouviu se orgulha mais? A resposta dos
falar sobre vocês? fãs é o que realmente determina o
Chrigel: Imagine você tem o mais moderno seu melhor material?
death metal melódico, bem como a autêntica Chrigel: Sim e não. Basicamente, nós
música folclórica tradicional celta - se você amamos cada faixa deste trabalho. E isso
derreter os dois juntos, o resultado é o som é um bom sinal, eu diria. Mas depois de
da Eluveitie. estar em turnê divulgando o álbum por um
ano, podemos dizer que, por exemplo, "Nil"
Na minha opinião, neste novo e "(do) Minion" são algumas de nossas
álbum, o som da banda é muito canções favoritas para tocar ao vivo. Elas são
mais evidente. Você acredita que realmente rock.
com o tempo os seus integrantes
estão ficando melhores? Algumas músicas novas foram
Chrigel: É tudo um processo natural. Somos concebidas pensando como seriam
todos músicos cheios de sangue e viciados em executadas ao vivo?
música. Tocar e escrever música é o que nós Chrigel: Bem, estar em uma turnê quase
fazemos, é o sentido da nossa vida. Então, que constante nos torna uma banda voltada
é claro que cada um de nós está ficando para os shows. Portanto, nossas músicas são
melhor e as habilidades instrumentais estão sempre voltadas para o lado da apresentação.
crescendo. As minhas habilidades como Então, eu diria que a nossa música está
compositor também estão enriquecendo pela predestinada ao palco.
experiência ao longo dos anos. Além disso,
19 Rock Meeting
Quais bandas ou músicos que vocês?
você acredita serem as principais Chrigel: Bem, muita coisa mudou. Embora
influencias da Eluveitie? eu tivesse que fazer tudo em um tempo
Chrigel: Basicamente não temos uma muito curto, hoje, eu estou ocupando todo
espécie de bandas "influentes" no sentido de o meu tempo com a banda. Por outro lado,
"arquétipos". Mas, apesar disso, é uma coisa não é que eu teria muito mais tempo livre,
natural que a música que você ama, que porque também há muito trabalho a fazer
você ouve te influencie na hora de compor. em relação ao Eluveitie (risos). Claro que
Assim, cada um dos nossos membros tem o todos nós estamos muito mais experientes
seu próprio estilo favorito ou influência. e provavelmente caindo sempre na mesma
Mas seria difícil dizer apenas um nome, "rotina" (no sentido mais positivo).
pois o leque de bandas e estilos musicais é
tão vasto como o mundo da música em si! Quais são as músicas da Eluveitie
Estamos todos realmente que você tem mais
de mente aberta sobre orgulho?
estilos musicais. Música Chrigel: Bem, as músicas
boa é música boa, não "Your Gaulish War",
importa o estilo que é. No "Bloodstained Ground" or
nosso tourbus, você ouvir "The Essence of Ashes"
coisas do pop e r'n'b, para significam muito para
triphop e drum'n'bass, o mim, principalmente as
bom e velho rock, todos os letras. Eles estão lidando
tipos de música folclórica, com os acontecimentos
coisas alternativas, todos históricos que me afetam
os tipos de metal e assim profundamente. De outro
por diante. modo, "Isara" é uma canção
Se você quer muito especial para mim,
ouvir nomes - um dos porque é uma espécie de
meus músicos favoritos "canção de amor" (mesmo
certamente é Paddy que seja instrumental). Eu
Keenan! Um dos maiores escrevi para minha esposa.
tocadores de Irish
uilleann pipe da história. O Eluveitie é
conhecido por sempre estar na
Você precisa estar em um ambiente estrada. Do que você sente mais
especial para criar ou escrever? falta quando está em turnê?
Chrigel: Musicalmente, a natureza é uma Chrigel: Nós adoramos sair em turnê e
forte influência para mim. As belas paisagens passear muito. E também, obviamente,
de tirar o fôlego de "nossas" montanhas estamos ocupando uma grande parte de
cobertas de neve, paisagens alpinas, os nossas vidas na estrada. Mas você está certo,
bosques... Compor é algo muito emocional nós perdemos muitas coisas quando estamos
para mim. No início de uma música nova do viajando. Acima de tudo nossas esposas/
Eluveitie, há basicamente, na sua maioria um namoradas (respectivamente, se estamos
sentimento a ser expressado. Já em relação falando de Meri e Anna) é claro. Além disso,
às letras, a principal influência é a história e a você perde um pouco da sua privacidade
tradição da minha cultura. ou coisas como sua própria cozinha ou o
seu próprio banheiro incluindo um banheiro
Olhando para o passado, o que adequado e limpo (muitos risos).
mudou na forma de trabalho de

20 Rock Meeting
Vocês se apresentaram em diversos Mushroom, que é ótimo para dançar quando
países. Como tem sido a turnê? você está bêbado como o inferno (risos). Às
Chrigel: Cansativa (muitos risos)! Nós vezes, alguns clássicos ou trilha sonora de
acabamos de terminar uma longa turnê que filmes de Hans Zimmer e, claro, por vezes, o
praticamente teve quase 200 shows, passando bom rock, death e black metal como At the
por quase 40 países em três continentes. Gates, Grave, Entombed ao velho Satyricon,
Foi ótimo, mas estamos contentes com esta Emperor, etc). Pessoalmente, eu também
pausa de quatro semanas, antes de irmos ao estou ouvindo muito folk tradicional, é claro.
Brasil, América do Sul e voltarmos aos EUA e
Canadá novamente. Quais são as suas bandas favoritas
neste momento? Você conhece ou
A Suiça, seu país natal, tem bandas gosta de algum grupo brasileiro?
de expressão, mas não são muitas Chrigel:Neste momento, estou escutando
se compararmos com os outros muito Dizzi, uma banda não muito conhecida
países da Europa. O que você tem a da Inglaterra. Sim, conheço muitas bandas
dizer sobre isso? brasileiras, é claro. Eu realmente gosto de
Chrigel: Nós temos Celtic Frost, Samael, alguns discos do Sepultura, por exemplo.
Coroner, Krokus... Estamos talvez bastante
centrados na produção do maior queijo ou Quais são os seus planos para 2011?
chocolate do universo à lançarmos bandas de Chrigel: Estaremos em turnê até março,
metal, é verdade (risos). Portanto, há poucas então vamos entrar em estúdio para gravar
bandas de metal da Suíça tocando por ai, mas algo que eu não vou revelar agora, é surpresa.
esses poucos são muito especiais! Depois vamos passar todo o verão tocando em
festivais. Nesse período pretendemos terminar
Atualmente, o cenário do Rock/ as nossas novas músicas. No Outono, vamos
Metal está passando por uma cair na estrada de novo até que paramos
falta de criatividade. Quais são as tudo para gravar nosso novo disco durante
bandas que mais lhe interessa? Que o inverno. Então, não teremos muito tempo
tipo de música você tem escutado? para ficarmos entediados (risos).
Chrigel:
Como mencionado Agradeço pela
anteriormente, nós oportunidade
realmente temos a mente em conversar
aberta musicalmente. contigo. Sinta-
Assim, alguns dos se à vontade
nossos grupos favoritos para mandar uma
para ouvir no tourbus mensagem para os
seria Woven Hand e seus fãs no Brasil.
Sixteen Horsepower. Chrigel: É a minha vez
Também coisas muito em dizer "obrigado"
contemporâneas como pela entrevista e pelo
Eminem e Rhianna, interesse em nossa
às vezes, merdas banda! Vejo vocês em
dançantes como o breve!
Pendulum e Infected
Para iniciar o ano de 2011,
convidamos a vocalista da
DarkTale, destaque no primeiro
evento do ano realizado pela Rock
Meeting. Conheça um pouco mais
sobre Any Deyse!
Perfil RM

- Apresente-se: responsáveis pela minha paixão pelo canto


Bom, me chamo Any Deyse, ou você lírico. E atualmente minha mãe e minha
pode me conhecer de Ynna. Sou bacharel irmã, meu atual maestro e professora de
em psicologia, estudante de filosofia e canto. Os meninos da banda em especial
vocalista da DarkTale. o Eduardo e a Thássia que estão sempre
ali me dando uma força quando eu acho
- Conte-nos um pouco como que preciso dar uma melhorada. E como
você começou a gostar de rock. referência, pra mim não há melhor soprano
Eu sempre tive um gosto musical do que a Diva Tarja Turunen, é no nível dela
diferente do pessoal de casa, que ficava que desejo chegar algum dia. (risos)
entre música clássica, MPB e as coisas mais
regionais. Nesse meio, eu me desvirtuei - Você é a frontwoman das
partindo para o rock. Comecei com os pouquíssimas bandas de Doom/
clássicos da minha época até chegar Gothic Metal de Alagoas. Afinal,
ao Metal, que foi o estilo com o qual eu o que a DarkTale representa para
realmente me identifiquei. você?
“Uma vez eu tive um sonho e ai
- Como surgiu o seu interesse pelo está ele...” Poxa, a DarkTale pra mim é a
canto? Incentivos? Quem você realização de um sonho. É a materialização
tem como referência musical? do meu amor pela música. Tocar o que
Desde pequena eu sempre gostei eu gosto, com quem eu gosto, compor, me
de cantar, nada profissional, mas comecei expressar musicalmente. Nossa, a DT é um
nos festivais da escola. Lembro que minha presente e tem sido uma escola. Quando a
primeira incentivadora foi uma professora gente começou éramos um bando de pivetes
da 4º série. Mas depois fui crescendo e tocando covers pra tirar uma onda. Hoje eu
fiquei com vergonha de cantar, até que um vejo nossas composições, nossa identidade
amigo me descobriu cantando e, na folia, como banda, o quanto nós amadurecemos
montamos nossa primeira banda, que só tanto como banda quanto como pessoa
fez um show e se desfez. Daí foi quando durante esses quase cinco anos juntos.
surgiu a ideia de montar a DarkTale. Só no Digo com certeza que ela é uma das coisas
final de 2006 eu comecei a fazer aula de mais importantes para mim.
canto e, entre períodos de aulas intensas
e desleixe completo (risos), eu continuo - Você também compõe. Como
estudando até hoje. é o processo de composição?
Eu tive muitos incentivadores Alguma dificuldade por ser em
desde o meu primeiro Maestro e minha inglês? Já pensou em compor em
primeira professora de canto, que foram os português?

22 Rock Meeting
O processo de composição é engraçado.
Os meninos brincam com isso, dizem que eu - Ainda sobre as bandas, quais você
psicografo as letras, porque elas surgem muito poderia destacar e por quê?
facilmente. Eles me passam uma melodia e Hummm... Poxa tem a Goreslave, da
logo a letra vem embalada por ela. Mas não qual é indiscutível a qualidade musical que
é sempre assim, têm músicas que eu preciso eles oferecem. Ir a um show deles e voltar
pensar e repensar e rasurar letras e reescrever, com o pescoço intacto é um absurdo (risos). A
uma trabalheira. E quanto a ser em inglês pra nossa parceira BlackVerses que depois de um
mim é até mais fácil. Quanto a compor em tempo parada voltou à ativa, quem conhece o
português, poderia até me arriscar algum dia, som da banda sabe o talento que os meninos
quem sabe...rs possuem, sou realmente fã do trabalho
deles. Os guerreiros da Morcegos com toda
- Por ser vocalista de uma banda, a sua experiência e seu som extremo.
quais as situações mais engraçadas/ Raiser, Hellbound, Wanted com seu Hard
bizarras que já presenciou nos Rock de qualidade, Adrenaline que manda
shows? Compartilhe conosco. um som muito bom, Autopse, Foxy, Abismo,
Ahhhhhhh... Tiveram várias: guitarrista Penitência... Nossa é muita banda boa!
levando choques no palco, já prendi meu
cabelo no pedestal e fiquei lá disfarçando - Chegou o momento difícil.
até conseguir soltar, ver a calça de um dos Qual é o Top 5 das músicas que
integrantes rasgar depois do show, galera representam o seu gosto musical?
lascando a testa no retorno, bêbados sem Explique em poucas palavras cada
noção na frente do palco. Ixiiii! E por ai vai... uma delas.
Ai ai Que difícil...Podem ser todas do
- Como defensora das bandas Nightwish? (risos)
alagoanas, por mais difícil que seja, Então: Romanticed – Nightwish – Uma
o que falta para a cena alagoana das músicas que representa bem o Nightwish
sair das ideias e ganhar vida? que eu adoro, com os vocais potentes da Tarja
Respeito, união e atitude. Seria a mistura e o peso do Heavy Metal mesclado ao toque
perfeita para essa “cena” ganhar vida. Grande da musica clássica.
parte das bandas só pensa no seu lado, não - My lost lenore – Tristania – A mistura do
respeitam as outras, fazem boicote, acabam gutural com o vocal lírico que pra mim é
influenciando amigo “X” e “Y” que influenciam perfeito.
o “K” e o “Z” e assim vai. Tem aqueles que só - Death, came near me – Draconian - A música
vivem de falácia, de apontar os defeitos sem é só sentimento, o perfeito do doom.
dar uma ideia mínima que seja construtiva. - Scorpion flower – Moonspell – Ah, vai! É
Com certeza aqui tem muita banda boa, muita Moonspell…(risos)
gente talentosa que tem tudo pra fortificar o - Dark Star – Tarja Turunen - Música pesada
movimento, mas que essas mesmas pessoas com os vocais mais perfeitos.
boas se tornam um tanto egoístas quando o
lance é para terceiros. - Para finalizar, o que podemos
Acho que a mudança tem que ser de esperar da DarkTale em 2011? Muito
dentro pra fora, as bandas se respeitam, sucesso com a DarkTale e muito
o público respeita as bandas e a cena se obrigado pela participação neste
fortifica. Existem outras milhões de coisas de perfil.
aspecto físico e financeiro, como a falta de Hummm, espero que muitos shows
espaço para os shows acontecerem, um bom (risos). E se tudo der certo material novo!
som que não prejudique as bandas, a falta de Eu que agradeço a Rock Meeting pelo convite
um bom patrocinador... Mas tenho que bater e parabenizo pela revista maravilhosa.
palmas para o pessoal que faz o melhor com
o que tem com a cara e a coragem.
23 Rock Meeting

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