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A pessoa humana

O que é o Personalismo?

Corrente filosófica que procura evidenciar a singularidade irrepetível de cada ser


pessoal e do relacionamento interpessoal, sublinhando a natureza dialógica do ser
humano e a sua singularidade pessoal no diálogo, à imagem de Deus.
Procura evidenciar:
o facto de que toda a pessoa tem uma subjectividade essencial (é estruturalmente interioridade
inviolável e único, irrepetível como pessoa);
A Pessoa, circunstanciada a um tempo e a um espaço, é um ser aberto ao outro, através da acção
(acto autónomo e livre fundado nos valores morais), da comunicação e da comunhão, e, com ela,
construtora da história e da cultura. Pela sua originalidade, singularidade e dignidade a pessoa é
um fim em si mesma, tudo o resto é um meio.
Esta concepção da pessoa tem por base a reflexão bíblico-teológica e antropológica
cristã.
Elementos antropológicos
2.1. A pessoa humana é um sujeito situado, único (singular) e unitotal.
A pessoa não é somente alguma coisa (objecto), mas alguém (sujeito).
Todo o ser humano pertence, enquanto indivíduo animal, a uma espécie, distinguindo-
se, como qualquer outro animal, dos outros indivíduos da sua espécie, por um
determinado conjunto de características corpóreas. A pessoa está mergulhada na
natureza. É ser encarnado, num determinado espaço e tempo.
De qualquer forma, quando dizemos “pessoa” referimo-nos a um ser que é
infinitamente mais do que o seu corpo consente.
É um ser racional que reflecte sobre si mesmo e sobre as suas próprias acções, interroga-se sobre o
que é e o que deve ser, sobre o que faz e o que deve fazer.
É criadora, fazedora, não a partir do seu corpo, mas com o seu corpo. E neste sentido também é
única: não só porque é diferente de todas as outras pessoas (singular) mas também porque o seu
agir é único, irrepetível.
Para além do seu corpo e das características individuais, é, no seu interior, um ser singular,
inconfundível e insubstituível; para o conhecer é preciso entrar em relação com ele, encontrar-se
com ele, cativá-lo e deixar-se cativar por ele.
2.2. A pessoa é alguém que conhece.
Para além do conhecimento sensitivo e imaginativo, através do intelecto a pessoa chega
ao universal, ao abstracto, à verdade das coisas. Relacionando-se com o mundo
apreende-o, reflecte sobre ele, interpreta-o, universaliza-o.
Contudo, este conhecimento é sempre humano, talhado e à medida de cada um,
segundo os seus critérios e a sua existência.
Por outro lado, o Homem vive na história e a história influencia-o. Somos herdeiros da
tradição, que não são simples informações mas vida dos outros e que nós assumimos
como nossa própria vida. Conhecer, reflectir e compreender é realizar uma mediação
entre o passado e o presente.
O ponto mais alto desta reflexão e deste conhecimento é a capacidade de reflectir-se a
si próprio, pensar-se a si mesmo. Sem deixar de ser eu, penso de mim, dando-me conta
(incrivelmente) que me estou a pensar.
2.3. A pessoa constitui-se a «si-mesma» em liberdade, autonomia e responsabilida-
de própria.
A liberdade faz parte da existência humana, da existência de cada pessoa concreta. É o
próprio Homem que, pelas suas opções, pelas suas decisões fundamentadas no
conhecimento e nos valores, de forma consciente e responsável, opta livremente e cria
a sua forma de vida no mundo.
Contudo a liberdade pressupõe a vontade, entendida como força interior que dá sentido
ou significado ao agir moral, e até à própria existência humana: «Ser homem consiste
em converter-se num ser trans-natural, em virtude do seu ingresso no universo moral».
O mundo não é apenas uma realidade para ser conhecida e contemplada, mas também
para ser humanizada, do mesmo modo que humaniza também o Homem. Deste modo a
liberdade não é um fim, mas um meio que contribui para a realização pessoal do ser
humano.
Contudo, liberdade não é só agir sabendo o que se está a fazer! Liberdade implica
perceber porque se está a agir de determinada maneira, qual o fim que se pretende
atingir, que sentido tem o agir, que valores me regem no agir.
2.4. A pessoa revela-se na comunhão interpessoal.
«Não existe nenhum eu em si, senão só o eu da palavra básica eu-tu e o eu da palavra
básica eu-isso. Quando o ser humano diz eu, refere-se a um dos dois. O eu a que se
refere está ali quando disse eu. Também quando diz tu ou isso está presente um e outro
eu das palavras básicas. Ser eu e dizer eu é a mesma coisa».
Através da palavra, do gesto, do olhar e do amor entra em relação com o outro e com
as coisas. Revela-se ao outro, interpela o outro e sente-se interpelada.
E a pessoa é, por excelência, o ser da palavra e do amor, como expressão de si;
amor, neste sentido, não é somente sentimento afectivo-psicológico mas, sobretudo, significa
compreender e reconhecer o valor original presente no outro diferente de mim.

Ela interpela à espera de uma resposta e responde à interpelação do outro – ela é


dialogal. Esta relação não só possibilita a palavra e o amor, mas requer
necessariamente também expressar-se na palavra e no amor.
A partir do momento que o outro se apresenta diante de mim, e a sua presença me
interpela, exige-me que o reconheça e o ame. Não é possível ficar indiferente: ou o
aceito ou o rejeito.
2.5. A pessoa é interioridade, é segredo.
A pessoa é segredo! E é no segredo que Deus fala.
A pessoa não se esgota na relação, mas possui uma interioridade de que a relação é
expressão: o eu interior guarda em si mais do que comunica ou faz; todas as suas
vivências, as suas memórias, as suas reflexões íntimas, tudo faz parte do seu interior e a ele
recorre quando cansado.
Há sempre algo que no encontro com o outro permanece indizível, incomunicável, o que
provoca a alteridade, e faz com que a pessoa se descubra na diferença do outro. Encontrar
o outro, ser interpelado e responder, é sempre encontrar-se com um outro diferente de
mim.
Neste sentido, pessoa indica o centro da própria individualidade pessoal, o eu-
interioridade, do qual partem todas as iniciativas e ao qual se referem todas as
experiências: digo sempre eu como, eu estudo, eu durmo, eu trabalho.
Por outro lado, a pessoa é uma realidade que provoca espanto. Ver o Homem como pessoa
não é só olhá-lo, mas sobretudo admirá-lo pela sua originalidade e profundidade de ser
único; é ver nele um mistério de que não se pode apropriar ou dispor.
A pessoa é um mistério que nunca pode ser revelado totalmente: por isso é que não se
torna enfadonha.
2.6. A pessoa é um ser comunitário.
Porque existe no tempo e no espaço, a pessoa é moldada por uma determinada cultura
de uma determinada comunidade. Nela nasce, cresce, aprende, vive, relaciona-se, age.
A comunidade, por seu lado, acolhe-a, educa-a, ajuda-a a crescer e pede-lhe que
contribua para o crescimento de todos.

O Homem experimenta-se, assim, referindo-se a um tu, a um próximo, e relaciona-se


de tal forma que dá lugar a um nós. Esse nós surge ao viver um projecto comum, ao
valorizar aquele que temos à nossa frente, ao abrirmo-nos a ele para reconhecê-lo e
acolhê-lo, ao integrá-lo nos nossos projectos, ao comungar com ele, sem deixar de ser
eu. O outro não é um mero semelhante mas um próximo.
2.7. A pessoa manifesta um carácter sagrado e transcendente.
A pessoa reconhece-se como uma realidade criada, anterior a si mesma; uma realidade
que não vem de si nem de outro, mas é-lhes anterior e possibilita o encontro e a
comunhão interpessoal. A sua vida é continuidade da vida; a vida é-lhe dada.
Neste sentido a realidade da pessoa é uma realidade sagrada. Manifesta-se sobretudo
no facto de não se poder dispor dela, de não se poder usá-la simples e racionalmente
como meio.
Por outro lado, a pessoa ultrapassa-se constantemente, apontando para um mais além.
O Homem não se contenta em permanecer fechado em si mesmo: anseia um ideal, uma
finalidade última.
Concluindo
A humanidade realiza-se no indivíduo/pessoa (EU), na sua relação com o outro (TU) e
na criação de laços de comunhão colectivos (NÓS);
O outro é um TU com quem me relaciono (não um objecto, mas uma pessoa). Isto
implica abertura ao outro naquilo que ele é e pressupõe solidariedade e fraternidade…
É num TU que me identifico como um EU;
O NÓS, a comunidade, resulta do encontro entre pessoas que se reconhecem
mutuamente livres, que se encontram, que se relacionam, que inter-agem, que
dialogam, que partilham, que se amam.
Para reflectir
1.º Parecer geral do grupo sobre os conteúdos/conceitos
apresentados.

2.º Que Imagem de homem identificamos na cultura


ocidental? Pontos de contacto e de separação com a
perspectiva antropológica cristã.

3.º O Personalismo cristão apela constantemente à relação


amorosa do eu com o tu em ordem a um nós (comunhão).
Isso pressupõe encontro, diálogo, conhecimento, partilha,
intimidade, doação, … Consideram esta visão antropológica
Dois elementos bíblico-teológicos
1.1. O Homem: criado e criador
«Deus disse: “Façamos o homem…”; Deus criou o homem,…» (Gn. 1, 26-27)
A noção fundamental da criação é a da relação amora que Deus criador tem com a sua
criatura predilecta.
“Façamos” refere-se ao dom de um Tu pessoal que intencionalmente cria, ama e dá
valor às coisas que cria. O Criador é um Deus pessoal que, desejando cria, e volta o seu
rosto para a sua criatura.

«Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a» (Gn. 1, 28).


Deus faz do Homem seu “partner”, interpelando-o a amar como Ele ama. O Homem
recebe-se e recebe o mundo como dom, e, por amor, dá-se (contra-dom).
O Homem compreende-se a si mesmo como “partner” de Deus no progresso da
criação, como co-criador. O mundo é dom e missão – não é só natureza mas história!

A criação tem o seu ponto mais alto Em Jesus de Nazaré, homem, Filho de Deus. Em
1.2. A pessoa, imagem e semelhança de Deus
«“Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança, …”; Deus criou o
homem à sua imagem,…; Deus viu tudo o que tinha feito: e era tudo muito bom»
(Gn.1, 26-27.31)

Nada no cosmos é comparável ao Homem! Desde o ponto de vista bíblico, o Homem


tem uma especial dignidade e superioridade em relação às outras criaturas, que lhe
advêm do facto deste ser interlocutor de Deus, a quem Deus dirige um mandamento
(Gn. 1, 28; 2, 16).
Por outro lado, o Homem aparece como sujeito de consciência e liberdade com quem
Deus dialoga e de quem Deus espera acolhimento e colaboração, a quem convida para
uma aliança. E o Homem encontra o sentido para a vida neste diálogo de “partner”
com Deus.
Criado homem e mulher, o Homem descobre-se como ser em relação, ser em
comunhão, diferente da relação com as outras criaturas. Desde o princípio criou-os
“homem e mulher”; e a sua união constitui a primeira forma de comunhão entre
pessoas. A Pessoa não foi feita para estar só mas em comunidade, com os outros e para
os outros (à imagem de Deus).
É, também, imagem de Deus porque é co-criador [simbolicamente nomeia os outros
animais (Gn. 2, 20)].

No Novo Testamento, a pessoa realiza-se como imagem de um Deus Trinitário revelado


por Jesus Cristo na dimensão comunitária: na relação com o outro reflecte-se a
perfeição divina.

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