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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR


ENERGIA E INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS


REDE ELÉCTRICA

ELABORADO POR: Engº Benvindo L. Queque

ANO LECTIVO 2009

INTRODUÇÃO

Esta brochura intitulada Rede Eléctrica de Distribuição foi


concebida para os alunos da 12ª Classe do Curso de Energia e
Instalações Eléctrica do Instituto Médio Industrial Simione
Mucune.

A referida brochura foi elaborada com base nos itens do 1º Capítulo


(5) do Programa Curricular da 12ª classe do Ensino Médio Técnico da
disciplina de Instalações Eléctricas, e nele encontra-se desenvolvido os
itens do referido programa.

O material que serviu de base na elaboração desta brochura


está na bibliografia.

O autor

Benvindo L. Queque
_______________________________
Engº Benvindo L. Queque

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Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

5. DISTRIBUIÇÃO ELÉCTRICA - CONCEPÇÃO GERAL DE UMA


INSTALAÇÃO DE BAIXA TENSÃO

5.0 Método geral de cálculo de uma instalação eléctrica de baixa


tensão
5.1 Estabelecimento do balanço de potência em kW
5.2 Determinação da potência da fonte standard (do transformador)
em kVA
5.3 Cálculo das correntes nas saídas
5.4 Determinação do calibre em A das protecções por cada troco
5.5 Determinação da secção das fases
5.6 Determinação da secção do neutro
5.7 Determinação da secção do condutor de protecção PE
5.8 Cálculo da queda de tensão máxima admissível
5.9 Cálculo das correntes de curto-circuito em cada estágio da
instalação
5.10 Escolha definitiva da aparelhagem de protecção
5.11 Verificação da protecção das pessoas
5.12 Cálculo da selectividade amperimétrica
5.13 Cálculo da selectividade diferencial
5.14 Verificação da filiação

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5. DISTRIBUIÇÃO ELÉCTRICA - CONCEPÇÃO GERAL DE UMA


INSTALAÇÃO DE BAIXA TENSÃO

Generalidades

REDE ELÉCTRICA DE DISTRIBUIÇÃO

Rede Eléctrica de Distribuição é um conjunto de linhas e


transformadores necessários para distribuir a energia eléctrica.

Uma rede de distribuição está constituída fundamentalmente por:

 Linhas de subtransmissão
 Subestações de distribuição
 Distribuição primária
 Transformadores de distribuição
 Distribuição secundária

a) Linha de subtransmissão: são linhas que partindo de uma fonte


ou subestação vão alimentar subestação de distribuição ou industrias.

b) Subestações de distribuição: são subestações que recebem as


linhas de subtransmissão e reduzem sua voltagem aos valores
nominais dos circuitos de distribuição.

c) Distribuição primária (ou consumo primário): são linhas que


saindo de uma subestação de distribuição vão alimentar os
transformadores de distribuição. Sua voltagem varia desde 2.4 ate 15
kV.

d) Transformadores de distribuição (ou posto de


transformação): são transformadores destinados a reduzir a
voltagem dos valores usados nos circuitos de distribuição primária de
2.4 ate 15 kV, aos valores utilizados em distribuição secundária.

e) Distribuição secundária (ou consumo secundário): são linhas


que partindo dos transformadores de distribuição vão alimentar os
consumidores de tensão (220 V a 380 V).

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Fig. 1: Constituição de uma rede eléctrica

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1 - REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA EM BAIXA


TENSÃO

Rede de distribuição de energia eléctrica em baixa tensão ou


simplesmente, rede de distribuição é uma instalação eléctrica de
baixa tensão destinada a transmissão de energia eléctrica a partir de
um posto de transformação ou de uma central geradora, constituída
por canalizações principais e ramais (art 3º ponto 25 do
ORSRDEEBT).

2-CONSTITUIÇÃO DE UMA REDE DE DISTRIBUIÇÃO


SECUNDÁRIA

Uma rede de distribuição secundária ou rede de distribuição de baixa


tensão é constituída por: canalizações principais, ramais, troços
comuns de chegadas e chegadas.

 Canalização principal: é uma canalização que parte de um


posto de transformação (ou de uma central geradora),
ramificando-se depois em ramais e/ou chegadas, destinada a
alimentar um conjunto de edifícios.

 Ramal: é uma canalização eléctrica, sem qualquer derivação,


que parte do quadro de um PT, de uma central geradora ou de
uma canalização principal e termina onde começam uma ou
mais chegadas ou troços comuns de chegadas ou numa
portinhola ou quadro de colunas.

 Troço comuns de chegada: é a canalização de onde se


derivam varias chegadas.

 Chegada: é a canalização estabelecida, sem atravessar a via


publica, ao longo de edifícios, paredes ou murros, que deriva de
uma canalização principal, ramal ou troço comum de chegada e
termina numa portinhola ou num quadro de colunas.

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Fig. 2: Constituição característica de uma rede de distribuição


secundária aérea

Fig. 3: Constituição característica de uma rede de distribuição


secundária subterrânea

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3 - CLASSIFICAÇÃO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO QUANTO A(O):

a) Tipo de construção

 Redes de Distribuição Aéreas: redes em que os condutores


estão suportados por estruturas que os mantém separados de
terra a uma altura estabelecida pelas normas.

 Redes de Distribuição Subterrâneas: redes em que os


condutores são enterrados directamente na terra.

 Redes de Distribuição Mistas: redes em que parte é


subterrânea e outra aérea.

b) Serviços que prestam

Atendendo ao serviço que prestam as redes de distribuição podem


ser: residenciais, comerciais, industriais e mistas.

c) Densidade de carga

De acordo com a densidade de carga as redes de distribuição


podem ser rurais, urbanas e mistas.

d) Número de fases

Quanto ao número de fases a rede pode ser monofásica, bifásica ou


trifásica.

As canalizações principais das redes de distribuição deverão ser em


regra trifásicas (art 12º do RSRDEEBT).

e) Regime do Neutro

Quanto ao regime do neutro a rede pode ser com o neutro


aterrado, isolado e misto.

As redes de distribuição deverão funcionar com o neutro


directamente ligado a terra (art 13º do RSRDEEBT).

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f) Configuração

Quanto a configuração ou sistema de alimentação, a rede pode ser:


simples, radial, em laço ou em anel e malhada ou em malha.

 Rede simples: rede que parte de um ponto de alimentação e


por meio de uma linha percorre uma determinada região
cobrindo a demanda eléctrica desta.

 Rede radial: rede que parte de um ponto de alimentação e


por meio de várias linhas percorre cada uma determinada
região cobrindo a demanda eléctrica desta.

 Rede em laço: rede que possuindo um só ponto de


alimentação alimenta cargas de dois caminhos que fecha
sobre si mesmo.

 Rede em malha: rede altamente interconectada de forma tal


que praticamente cada linha contribui a todas as cargas de
alguma medida que oferece uma alta confiabilidade no
serviço, já que a avaria de uma das linhas não interrompe o
serviço, posto que a carga por ele antes alimentada é
redistribuída entre as demais.

Fig. 3: Configurações das redes eléctricas

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4 - CONDUTORES PARA REDES ELÉCTRICAS DE DISTRIBUIÇÃO


DE BAIXA TENSÃO

A) Rede Aérea

 Condutores nus de cobre (actualmente em desuso);


 Condutores nus de alumínio (actualmente em
desuso)
 Condutores isolados agrupados em feixe (VS, LVS,
XS, LXS).
 Cabos autosuportados (VVS, LVVS, LSVVS).

Os condutores nus, de baixa tensão, deverão manter entre si uma


distância de modo a não poderem tocar-se, com o mínimo de 0,25 m.

B) Rede Subterrânea

 Cabos de cobre sem armadura com isolamentos PVC


e XLPE, respectivamente (VV, XV);

 Cabos multifilares de alumínio sem armadura com


isolamentos PVC e XLPE, respectivamente (LVV,
LXV);

 Cabos de cobre com armadura e isolamentos PVC e


XLPE, respectivamente (VAV, XAV);

 Cabos multifilares de alumínio com armadura e


isolamentos PVC e XLPE, respectivamente (LVAV,
LXAV);

 Cabos de condutores sólidos de alumínio sem


armadura com isolamentos PVC e XLPE,
respectivamente (LSVV, LSXV);

 Cabos de condutores sólidos de alumínio com


armadura e isolamentos PVC e XLPE,
respectivamente (LSVAV, LSXV);

Os cabos sem armaduras e bainhas simples antes de ser implantados


no solo deverão ser enfiados em Tubos.

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5 – SECÇÕES MÍNIMAS DOS CONDUTORES PARA REDES


ELÉCTRICAS DE DISTRIBUIÇÃO DE BAIXA TENSÃO

A) Rede Aérea (art 18º do RSRDEEBT)

1- Canalizações principais:

 16 mm2 – Cabos de alumínio;


 10 mm2 – Cabos de cobre.

2- Ramais:

 16 mm2 – Cabos de alumínio ;


 6 mm2 – Cabos de cobre.

B) Rede Subterrânea (art 54º do RSRDEEBT)

1- Canalizações principais:

 25 mm2 – Cabos de alumínio;


 16 mm2 – Cabos de cobre.

2- Ramais:

 25 mm2 – Cabos de alumínio;


 10 mm2 – Cabos de cobre.

6 – SIMBOLOGIA UTLIZADA NAS REDES ELÉCTRICAS DE


DISTRIBUIÇÃO DE BAIXA TENSÃO

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7 – ARMÁRIOS DE DISTRIBUIÇÃO DE BAIXA TENSÃO

Nas ligações entre armários de distribuição, a saída de um armário é


equipada com triblocos equipados com fusíveis e a entrada no
armário seguinte é feita segundo umas das seguintes alternativa:

 Ligação a triblocos equipados com barras condutoras em


vez de fusíveis.
 Ligação a triblocos equipados com fusíveis.

CONSTITUIÇÃO DOS ARMÁRIOS

Os armários mais comuns possuem 4, 6 e 8 saídas (triblocos)

LOCALIZAÇÃO DOS ARMÁRIOS

Os quadros de armários das redes de distribuição subterrâneas


deverão ser instalados nos passeios das vias publicas de forma a não
perturbarem a regular circulação dos veículos e das pessoas (Art º 65
do RSRDEEBT).

8 – CAIXAS DE PROTECÇÃO

São caixas equipadas com triblocos ou bases de fusíveis de fixação ao


poste destinadas a protecção das canalizações eléctricas aéreas;

fig. 4: Caixas de protecção fig. 5: Armários de distribuição

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5.0 MÉTODO GERAL DE CÁLCULO DE UMA INSTALAÇÃO


ELÉCTRICA DE BAIXA TENSÃO

Uma instalação eléctrica calcula-se mediante aplicação dos seguintes


métodos:

 O método da capacidade de condução da corrente;


 O método da queda de tensão;

Devendo aplicar-se o maior dos valor de secção que resultem da


aplicação destes métodos.

1- Método da capacidade de condução de corrente

Este método consiste em calcular a corrente nominal ou de serviço


mediante a aplicação das fórmulas abaixo:

 Para uma canalização trifásica

Pmax S max
Is  ou Is 
3  U N  Cos 3 U N

Onde U N  380V , cos   0.8

Pmax  P inst  fs S max  S inst  fs

 Para uma canalização monofásica

Pmax S max
Is  ou Is 
U N  Cos UN

Onde U N  220V , cos   0.8

Pmax  P inst  fs S max  S inst  fs

A secção dos condutores se determinação por consultas de tabelas das


características eléctricas dos condutores escolhidos (anexos 1, 2 e 3).

2- Método da queda de tensão

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Este método consiste em determinar a secção dos condutores, fixando


os valores de queda de tensão desejada percentagem e calculando a
queda de tensão U Calc em Volt por Ampere por Kilómetros
V
( ) mediante a expressão:
A  Km

V
U Calc 
IN  l

Onde

V : é a queda de tensão desejada em Volt;


IN: a corrente nominal ou de serviço;
l: o comprimento do circuito a dimensionar;
V
U Calc : queda de tensão calculada em .
A  Km

Calculada a queda de tensão U Calc escolhe-se a secção de condutores


V
cuja queda de tensão em é inferior a tabelada U cabo .
A  Km

Procedimento:

a) Pré-fixação da queda de tensão em % VFix  %

b) Cálculo da queda de tensão VFix V  em Volt a partir da


VFix  %

VFix  %  U N
VFix V  
100%

VFix V  : é a queda de tensão desejada em Volt;


VFix  % : é a queda de tensão desejada ou fixada em %;
UN: a tensão nominal da instalação ou circuito em Volt (Para uma
canalização trifásica UN=380V, e para monofásica UN=220V).

c) Cálculo da corrente nominal ou de serviço

Consultar o método de condução de corrente em AMPERE.

d) Cálculo da queda de tensão real em Volt

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Vreal V   U cabo  I N  l

A queda de tensão real em % é obtida mediante a expressão:

Vreal V 
Vreal  %  100%
UN

O comprimento máximo da canalização sem exceder a queda de


tensão estipulada é obtida mediante a expressão:

V V 
lmax   1000
I N  U cabo

Os métodos ou critérios acima definidos são os mesmos aplicados no


dimensionamento das redes de baixa tensão (BT).

Exemplo 1: Determine a secção do cabo LVAV que alimenta uma


carga trifásica de 66 kVA através de um ramal subterrâneo de 40 m.

Solução

1- Método da capacidade de condução de corrente

S max 66000
Is    100 A
3 UN 3  380

Is  100 A  Im ax  110 A  S  25 mm 2 (Anexo 1)

2- Método da queda de tensão

a) Cálculo da queda de tensão fixada em Volt.

V fix  %  U N 3 %  380
V fix V     11,4V
100% 100%

b) Cálculo da corrente nominal em ampere.

S max 66000
IN    100 A
3 UN 3  380

V
c) Cálculo da queda de tensão em
A  Km

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V fix 11,4 V
U calc    2,85
IN  l 100  0,04 A  Km

d) Dimensionamento da secção dos condutores.

V
De acordo com o Anexo 1, queda de tensão em
A  Km
V V
imediatamente inferior a 2,85 calculado é 2,090 que por
A  Km A  Km
sua vez lhe corresponde a uma secção de 25 mm2.

e) Queda de tensão real em Volt

Vreal V   U cabo  I N  l  2,090  100 0,04  8,36V

Queda de tensão real em %

Vreal V  8,36V
Vreal  %  100%  100%  2,2%
UN 380V

f) Comprimento máximo da canalização sem exceder a queda


de tensão estipulada

V fix V  11,4
lmax   1000   1000  55 m
I N  U cabo 100  2,090

Exemplo 2: Repita o exemplo 1 considerando o comprimento do


ramal de 50 m.

Solução

1- Método da capacidade de condução de corrente

S max 66000
Is    100 A
3 UN 3  380

Is  100 A  Im ax  110 A  S  25 mm 2 (anexo 1)

2- Método da queda de tensão

a) Cálculo da queda de tensão em Volt.

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V  %  U N 3 %  380V
V    11,4V
100% 100%

b) Cálculo da corrente nominal em ampere.

S max 66000
IN    100 A
3 UN 3  380

V
c) Cálculo da queda de tensão em
A  Km

V fix 11,4 V
U calc    2,28
IN  l 100  0,05 A  Km

d) Dimensionamento da secção dos condutores.

V
De acordo com o anexo 1, queda de tensão em imediatamente
A  Km
V V
inferior a 2,28 calculado é 1,53 que por sua vez lhe
A  Km A  Km
corresponde a uma secção de 35 mm2.

CONCLUSÃO: A secção deverá ser de 35 mm2

e) Queda de tensão real em Volt

Vreal V   U cabo  I N  l  1,53  100  0,05  7,65V

Queda de tensão real em %

Vreal V  7,65
Vreal  %  100%  100%  2%
UN 380

f) Comprimento máximo da canalização sem exceder a queda


de tensão estipulada

V fix V  11,4
lmax   1000   1000  74,6 m
I N  U cabo 100  1,53
Exemplo 3: Determine a secção de um ramal aéreo com cabos LXS
para alimentar uma carga monofásica de 70 A.

Solução:

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Por consulta do anexo 2, Is  70 A  Im ax  85 A  In  63 A e S  2  16 mm 2

POTÊNCIAS MÍNIMAS A CONSIDERAR NO DIMENSIONAMENTO


DAS HABITAÇÕES

Para o dimensionamento das instalações estabelecidas em locais de


habitação, não devem ser consideradas potências nominais inferiores
as seguintes:

 3,45 kVA, em monofásico, em locais de um compartimento;


 6,90 kVA, em monofásico, em locais de dois a seis
compartimentos;
 10,35 kVA, em monofásico, em locais com mais de seis
compartimentos;

No caso de instalações com receptores trifásicos, as alimentações


devem ser trifásicas e os valores mínimos das potências a considerar
no dimensionamento devem ser os seguintes:

 6,90 kVA, em trifásico, em locais até seis compartimentos;


 10,35 kVA, em trifásico, em locais com mais de seis
compartimentos.

Exemplo 4: Pretende-se estimar a potência instalada de uma zona


habitacional contendo 10 habitações de três quartos e uma sala e 10
habitações de dois quartos e uma sala

Solução:

 Três quartos e uma sala=4 compartimentos úteis sendo


trifásicas a potência de cada habitação a considerar no
dimensionamento deverá ser de 6,90 kVA;

 Dois quartos e uma sala=3 compartimentos úteis sendo


monofásicas a potência de cada habitação a considerar no
dimensionamento deverá ser de também de 6,90 kVA.

Sinst  10  6,9  10  6,9  138 kVA 20 habitações  fs  0.43 (anexo 4)


S max  Sinst  fs  138  0.43  59,34 kVA
5.1 ESTABELECIMENTO DO BALANÇO DE POTÊNCIA EM KW

A distribuição das cargas nas fases deve-se equilibrada. Desta feita, a


percentagem de desequilíbrio máxima admissível é de 15%.

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P faseR P faseR P faseR P faseR


  100%  100%  15% ,   100%  100%  15%
P faseS P faseS P faseT P faseS

Considerar a maior potência, P fase R

Exemplo 5: Calcule o desequilíbrio de carga de uma instalação


trifásica de 46.2 kVA distribuídos por fase da seguinte forma:

Solução:

P fase R =16 kVA P =15 kVA


fase S P fase T =15.2 kVA

P faseR 16
 (  100%  100%)  7%  15%
P faseS 15
P faseR 16
(  100%  100%)  5.3%  15%
P fase T 15.2

5.2 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA DA FONTE STANDARD (DO


TRANSFORMADOR) EM KVA

O transformador para uma instalação ou rede de distribuição escolhe-


se de modo que a sua potência nominal seja maior que a total
instalada na instalação ou rede em causa.
S trafo  S t inst
Potências nominais dos transformadores: 50, 100, 160, 200, 250,
300, 400, 500, 630, 800, 1000, 1250, 1600, 2000, 2500 kVA;

Exemplo 6: Determine a potência do transformador particular para


alimentar uma instalação de 46.2 kVA

Solução:

Sendo a única carga para o transformador é de 46.2 kVA, a potencia


do transformador deverá ser de 50 kVA.
Exemplo 7: Determine a potência do transformador que alimenta 10
casas de 10 kVA, 20 de 20 kVA e 40 luminárias de iluminação pública
de 250 W
.
Solução:

250W  0,25kW  0,3125 kVA

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Sinst  10  10  20  20  40  0,3125  512,5kVA

Sendo a potência instalada da rede a ser alimentada pelo


transformador de 512,5 kVA, a potência do transformador deverá ser
de 630 kVA.

5.3 CÁLCULO DAS CORRENTES NAS SAÍDAS

As correntes nas saídas calculam-se mediante o método da capacidade


de condução em função da potência e tensão de cada saída (caso seja
monofásica ou trifásica).

Exemplo 8: De um armário de distribuição saem três ramais


subterrâneos que alimentam três residências sendo uma monofásica
de 6 kVA e duas trifásicas de 60 kVA.

Solução

 Corrente do ramal monofásico subterrâneo de 6 kVA

S max 6000
Is    27.3 A
UN 220 N

 Corrente do ramal trifásico subterrâneo de 60 kVA

S max 60000
Is    91.3 A
3 UN 3  380

5.4 DETERMINAÇÃO DO CALIBRE EM A DAS PROTECÇÕES POR


CADA TROÇO

Devido ao alto poder de corte dos fusíveis, as saídas de uma rede de


distribuição se protegem por fusíveis apc (alto poder de corte) tipo NH.

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Os fusíveis NH são fabricados com 5 tamanhos: NH-00, NH-1, NH-2,


NH-3 e NH-4.

NH-00 NH-1 NH-2 NH-3 NH-4

Fig. 6: Imagens de diferentes tamanhos de fusíveis NH

Gama de amperagem em função do tamanho:

 NH-00 de 6 a 160 A;
 NH-1 de 25 a 315 A;
 NH-2 de 32 a 400 A;
 NH-3 de 250 a 630 A;
 NH-4 de 160 a 1250 A.

O calibre dos fusíveis por cada troço determina-se mediante o cálculo


da Intensidade de fusão (I F) ou de não fusão dos fusíveis (I NF) em
função da corrente máxima admissível por este troço por consulta do
art .º 128º respeitando as condições de protecção por sobrecarga e
curto-circuito.

1-Protecção contra sobrecargas

A protecção contra sobrecargas das canalizações eléctricas é


assegurada se as características dos aparelhos de protecção
respeitarem simultaneamente as seguintes condições:

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1ª Condição

A corrente estipulada do dispositivo de protecção (In) seja maior ou


igual à corrente de serviço da canalização respectiva (Is) e menor ou
igual que a corrente máxima admissível na canalização (Imax).
Is ≤ In ≤ Imax

2ª Condição

A corrente convencional de funcionamento do dispositivo de protecção


(If) seja menor ou igual que 1,45 a corrente máxima admissível na
canalização (Imax).
If ≤ 1,45 Imax
Ou,

A corrente convencional de não funcionamento do dispositivo de


protecção (Inf) seja menor ou igual que 1,15 a corrente máxima
admissível na canalização (Imax).
Inf ≤ 1,15 Imax

2-Protecção contra curto-circuitos

A protecção contra curto-circuitos das canalizações eléctricas é


assegurada se as características dos aparelhos de protecção
respeitarem simultaneamente as seguintes condições:

1ª Condição

Regra do poder de corte: o poder de corte não deve ser inferior à


corrente de curto-circuito presumida na instalação.

I cc  Pdc

N.B: Quando a 1ª condição do curto-circuito não se cumpre, isto por o


poder de corte do aparelho escolhido ser inferior a corrente de curto-
circuito presumida na instalação, é só escolher um aparelho cujo poder
de corte cumpra com a condição acima dada.
2ª Condição

Regra do tempo de corte: o tempo de corte tp do circuito deve ser


tal que seja inferior ao tempo de fadiga térmica do cabo com o mínimo
de 5 segundos:

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t p  t FT

t p  5 s
2
KS 
Onde t FT   
 I cc 
tp é obtido por consulta da característica tempo  corrente

tp-tempo de corte ou da actuação da protecção em segundos;

S–secção dos condutores em mm2;


Icc–corrente mínima de curto-circuito em A;

tFT-tempo de fadiga térmica dos cabos;

A passagem da corrente de curto-circuito é suportada sem dano pelo


cabo durante um tempo máximo t Ft em (s) que depende da corrente
em (A), da secção do cabo (mm2) e da sua característica, através do
parâmetro k:

K – constante, variável com o tipo de isolamento e da alma condutora,


 K=74 para condutores de alumínio e isolamento em PVC;
 K=115 para condutores de cobre e isolamento em Borracha
natural, Borracha butílica, Polietileno recticulado ou Etileno-
propileno;

 K=87 para condutores de alumínio e isolamento em Borracha


natural, Borracha butílica, Polietileno recticulado ou Etileno-
propileno;
 K=135 para condutores de cobre e isolamento em PVC.

 K=104 para condutores nus de alumínio;


 K=97 para condutores nus de liga de alumínio;
 K=104 para condutores nus de cobre;

N.B: Quando a 2ª condição do curto-circuito não se cumpre, isto por o


tempo de fadiga térmica der inferior ao tempo de corte da protecção,
aumenta-se a secção, e repete-se o cálculo das protecções.

Exemplo 9: Determine a protecção do cabo subterrâneo LVAV de


180m que alimenta uma carga trifásica e industrial de 630 kVA .

Solução

Tipo de cabo : LVAV  K  74

S 150000
Is    217 A  Im ax  335 A  S  3  185  95mm 2 ( anexo 1)
3Un 3 380

Protecção escolhida: por fusíveis.

____________________________________________________________________ 23
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

Determinação do calibre dos fusíveis

If  1.45  Im ax
If  1.45  335
If  486 A

Por consulta do anexo 5, If  486 A  If  400 A , por sua vez lhe

corresponde uma corrente nominal de 250 A.

In  250 A

1- Confirmação da Protecção contra sobrecargas

1ª Condição

Is  In  Im ax
217 A  250 A  355 A

Cumpre-se

2ª Condição

If  1.45 Im ax
400 A  486 A

Cumpre-se

1- Confirmação da Protecção contra curto-circuitos

Pdc do disjuntor a utilizar: 100 kA

Calculo do curto-circuito
0.95U N 0.95  220
Icc    1156,83 A  1,2 kA
  F lF  N lN   0.042F  180F 0.042  180 
1.5    1.5   
 FS S N   185 95 

1ª Condição

I cc  Pdc
1,2 kA  100 kA
A condição cumpre-se.

____________________________________________________________________ 24
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

2ª Condição

Regra do tempo de corte: o tempo de corte resultante de um curto-


circuito em qualquer ponto do circuito não deverá ser superior a 5s.
2 2
 K  S neutro   74  95 
t FT        37,21 s
 I cc   1156,83 

Iaj  Icc  1156,83  4,6 pela zona de curvas dos fusiveis tp 1 s


In 250
t p  t FT 1 s  37,21 s
a condição cumpre-se.

 
t p  5 s
 1 s  5 s

Como o tempo de corte tp é menor do que 5 segundos e t FT, está


verificada a regra do tempo de corte.

NB:

 Se a 1ª condição da regra de corte não se cumpre, a solução é


aumentar a secção dos condutores para aumentar tFT.

 Se a 2ª condição da regra de corte não se cumpre, a solução é


aumentar o calibre das protecções.

DISPENSA DA PROTECÇÃO CONTRA CURTO-CIRCUITO

Em princípio, devem ser colocadas protecções contra sobreintesidades


em todos os pontos onde houver derivações ou redução da secção.
Porém, esta protecção pode ser dispensada nos casos em que o
dispositivo colocado na canalização principal garanta também a
protecção da derivação ou troço com secção reduzida.

Um método simples de conseguir isto é a utilização de tabelas técnicas


de comprimentos máximos protegidos por curto-circuito para
determinar o comprimento da canalização principal protegido por
curto-circuito L1max em função da secção dos condutores desta
canalização S1 e do calibre dos fusíveis que protege esta canalização
principal, In1. A secção do troço derivado S2 e o calibre dos fusíveis da
canalização principal In1 definem o comprimento máximo L2max

____________________________________________________________________ 25
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

protegido por curto-circuito pelo aparelho de protecção da canalização


principal;

Apos a determinação dos dois comprimentos L1max e L2max , conhecendo


a distância onde se encontra a protecção da canalização principal ao
troço derivado d, o comprimento máximo do troço derivado protegido
por fusíveis Lmax será dado por:

L2 max
Lmax   L1max  d 
L1max

Exemplo 10: Determine se a protecção por fusíveis de 125A da


canalização principal trifásica de condutores LXS de 50 mm 2 protege o
troço derivado trifásico de 35 m de comprimento e de secção 25 mm 2
sabendo está a 50 m da Protecção da canalização principal.

Solução

Por consulta do anexo 8:

 LXS 4*25 mm2 e In=125A → L2max=75 m

 LXS 4*50 mm2 e In=125A → L1max=135 m

d=50 m

L2 max
Lmax   L1max  d   75 135  50  47,2 m  35 m
L1max 135

Conclusão:

____________________________________________________________________ 26
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

A protecção do troço derivado por ser dispensada já que o fusível que


protege a canalização principal também protege o troço contra curto-
circuito.

5.5 DETERMINAÇÃO DA SECÇÃO DAS FASES

A secção das fases determina-se em função do aquecimento e∕ou da


queda de tensão e opta-se pela maior secção.

Método da Capacidade de Condução de Corrente: Escolhe-se, por


consulta das características eléctricas dos condutores a secção do
condutor que cuja a intensidade máxima admissível (I max) é
imediatamente superior a corrente de serviço (Is) da instalação.

Método da Queda de Tensão: Escolhe-se, por consulta das


V
características eléctricas dos condutores cuja relação é inferior
A  Km
a calculada;

Exemplo 11: Determine a secção dos condutores VAV para uma


canalização trifásica e subterrânea com uma corrente de serviço de
308 A.

Solução:

I s  308 A  I max  340 A  S  120 mm 2 (anexo 3)

Exemplo 12:

Determine a secção dos condutores VAV para uma canalização trifásica


e subterrânea com uma queda de tensão em Volt por Ampere por
V
Kilómetros de 0.47 .
A  Km

Solução:

V V
Vcalc  0.47  Vtab  0.393  S  95mm 2 (anexo 3)
A  Km A  Km

____________________________________________________________________ 27
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

5.6 DETERMINAÇÃO DA SECÇÃO DO NEUTRO

A secção do neutro determina-se por consulta do art.º 615 conhecida


a secção da fase.

5.7 DETERMINAÇÃO DA SECÇÃO DO CONDUTOR DE PROTECÇÃO


PE

A secção do terra determina-se por consulta do art.º 615 conhecida a


secção da fase.

Exemplo 13 : Determine a secção do neutro e terra de condutores de


fases de 120 mm2 e 95 mm2.

Solução:

Por consulta do art.º 615 (anexo 7) secção de fase:


S f  120 mm2  S n  70 mm2 , S PE  70 mm2 e S f  95 mm2  S n  50 mm2 , S PE  50 mm2

5.8 CÁLCULO DA QUEDA DE TENSÃO MÁXIMA ADMISSÍVEL

A queda de tensão pode ser obtida por aplicação das seguintes


fórmulas:

Queda de tensão real em Volt

LPmax
 V V  
UNS

Onde,

V : é a queda de tensão real em Volt;

____________________________________________________________________ 28
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

ρ: resistividade em mm
2

m;
UN: a tensão nominal da instalação ou circuito em Volt (Para uma
canalização trifásica UN=380V, e para monofásica UN=220V);
S: secção dos condutores em mm2;
Pmax: potência máxima em W;
L: o comprimento do circuito em m.

V
 V V   ( ) cabo  I N  l
A  Km

Onde,

V : é a queda de tensão real em Volt;


IN: a corrente nominal ou de serviço em A;
l: o comprimento do circuito a dimensionar em km.

Queda de tensão real em %

LPmax  100% V V 
V  %  2
ou V  %  100%
UN S UN

LIMITES DE QUEDA DE TENSÃO 

Estes limites são estabelecidos no art. 9º ponto 4 e comentário 3 do


RSRDEEBT:

Artigo 9º

4 - As variações de tensão em qualquer ponto da rede de


distribuição não deverão ser superiores a ± 8 % da tensão
nominal.

____________________________________________________________________ 29
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

Comentário-3 Nas redes de distribuição em centros urbanos


recomenda-se que as variações de tensão em relação ao valor
nominal não excedam ± 5 %.

Assim para,

A – Instalações alimentadas directamente por postos de


transformação 

A queda de tensão total, desde o posto de transformação MT/BT à


portinhola ou quadro de colunas de um edifício, quando aquela não
existir, não deve ser superior a 8% ou 5% caso seja centro suburbano
ou urbano, respectivamente;

B – Instalações alimentadas directamente por um ramal de baixa


tensão

A queda de tensão admissível para instalações alimentadas a partir de


uma rede de distribuição pública de baixa tensão não deve ser
superior a 3% da tensão nominal da instalação;

C – Rede de distribuição pública de baixa tensão

A queda de tensão admissível na rede distribuição pública de baixa


tensão não deve ser superior a 5% ou 2% da tensão nominal da
instalação caso seja centro suburbano ou urbano, respectivamente.

5.9 CÁLCULO DAS CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO EM CADA


ESTÁGIO DA INSTALAÇÃO

Esta corrente de curto-circuito é dada pelo artigo 130o do RSRDEEBT


pela expressão:

____________________________________________________________________ 30
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

0.95U N 0.95U N
Icc  
1.5  Rf  Rn   l  l 
1.5  F F  N N 
 SF SN 

Un : Tensão no min al ( fase  terra) da instalação em Volt ;


U N  220V Para uma instalação trifásica com neutro
U N  380V Para uma instalação trifásica sem neutro ( por exemplo no caso de motores
trifasi cos) substituir na fórmula do curto  circuito a resistência de neutro Rn
pela resistência de fase Rf
Rf e Rn : são as resistência dos condutores de fase e de neutro respectivamente;
 f e  N : são as resistividade dos condutores de fase e de neutro respectivamente;
Para cobre :   0.026mm Para Alu min io :   0.042mm
2 2

m m
l f e l N : sao os compromentos max imos dos condutores de fase e de neutro da canalização protegida;
S f e S N : sao as sec ções condutores de fase e de neutro da canalização protegida;
5.10 ESCOLHA DEFINITIVA DA APARELHAGEM DE PROTECÇÃO

Escolhe-se o aparelho de protecção cujas características asseguram a


protecção contra curto-circuitos e sobrecargas: cumprindo as
condições de garantia do curto-circuito e sobrecarga.

Poder de corte dos disjuntores: 1.5, 3, 4.5, 10 kA;


Poder de corte dos fusíveis apc: 50, 75, 100, 120, 200 kA.

5.11 VERIFICAÇÃO DA PROTECÇÃO DAS PESSOAS

A protecção das pessoas considera-se garantida se forem verificadas


as medidas contra choques ou contactos directos e indirectos.

Protecção contra contactos direitos

1-Protecção por isolamento das partes activas

As partes activas da instalação devem ser completamente revestidas


por um isolamento que apenas possa ser retirado por destruição;
2- Protecção por meio de invólucro

As partes activas da instalação devem ser colocadas dentro de


invólucros;

3- Protecção por meio de obstáculo

Os obstáculos devem impedir:

____________________________________________________________________ 31
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

a) A aproximação física, não intencional, ‘as partes activas;


b) Os contactos não intencionais com as partes activas durante as
intervenções nos equipamentos em tensão, durante ‘a
exploração.

4-Protecção complementar por dispositivos de protecção


sensíveis a corrente diferencial – residual (dispositivos
diferenciais).

O emprego de dispositivos diferenciais, de corrente estipulada não


superior a 30 mA, é reconhecido como medida de protecção
complementar em caso de falha de outras medidas de protecção
contra os contactos directos ou em caso de imprudência dos
utilizadores.

Protecção contra contactos indireitos

1-Protecção por corte automático da alimentação

Deve existir um dispositivo (diferencial) de protecção que separe


automaticamente da alimentação o circuito ou o equipamento quando
surgir um defeito entre uma parte activa e uma massa.

2-Protecção por ligação a terra

As massas devem ser ligadas a condutores de protecção nas condições


especificadas para cada um dos esquemas de ligação a terra:

 Esquema TN;
 Esquema TT;
 Esquema IT.

Esquema TN

Esquema que tem um único ponto de aterramento tanto para o neutro


como para as massas. Em corrente alternada este ponto é o ponto
neutro da instalação. Assim sendo existe três arranjos deste sistema:
TN-S, TN-C-S e TN-C.

TN-S

____________________________________________________________________ 32
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

No ponto de aterramento ligam-se dois condutores o neutro e o


de protecção eléctrica. Desta feita, as massas são ligadas ao
condutor de protecção e os neutros ao condutor neutro.

Este é o esquema de ligação recomendado em redes de


distribuição em BT.

TN-C

No ponto de aterramento liga-se apenas um condutor que serve


de neutro e de protecção eléctrica. Desta feita, as massas e os
neutros são ligados a este único condutor.

TN-C-S

Mistura dos sistemas TN-C e TN-S, ou seja, parte do esquema


possui um único condutor que serve de neutro e terra; outra
parte possui dois condutores que servem de neutro e terra
derivados do 1º condutor.

Esquema TT

Esquema em que tanto o neutro como as massas são aterradas em


pontos de aterramentos distintos.

Esquema IT

Esquema em que o neutro é isolado (ou aterrado por uma impedância)


e as massas aterradas directamente a eléctrodos de terra.

5.12 CÁLCULO DA SELECTIVIDADE AMPERIMÉTRICA

Este conceito aplica-se para protecções aplicadas em série. Por que


neste caso, para garantir que no caso de defeito apenas actue a
protecção situada imediatamente a montante do defeito, é preciso
que:

____________________________________________________________________ 33
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

 Em caso de fusíveis, a relação da corrente nominal do situado a


montante em relação a jusante seja de maior ou igual 1.6 o que
é equivalente usar fusíveis com salto nos valores normalizados.

 Em caso de disjuntores, a relação da corrente nominal do


situado a montante em relação a jusante seja de maior ou igual
a 1.25 o que é equivalente usar disjuntores a jusante de
corrente nominal, pelo menos, imediatamente superior a
montante.

Exemplo 11: Tem-se três armários de distribuição em série. Se o


calibre dos fusíveis para a protecção do 1º, 2º e 3º armários são 100
A, 160 A e 200 A, respectivamente. Calcule a selectividade das
protecções.

Solução

Selectividade entre as protecções gerais dos armários 3 e 2


I N 2  1,6 I N 3
I N 2  1,6  100
I N 2  160 A
Conclusão: Existe selectividade
Selectividade entre as protecções gerais dos armários 2 e 1

I N 1  1,6 I N 2
I N 2  1,6  160
I N 2  256 A

____________________________________________________________________ 34
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

Conclusão: Não existe selectividade. Para que haja


selectividade será preciso que o I N 1  300 A

5.13 CÁLCULO DA SELECTIVIDADE DIFERENCIAL

A selectividade diferencial existe quando, em caso de defeito a terra


num circuito, apenas actua o dispositivo de protecção deste circuito e
não qualquer outro, permitindo manter a continuidade de serviço.

Quando for necessário garantir a selectividade, podem-se utilizar


dispositivos diferenciais do tipo S (selectivo) em série com dispositivos
diferenciais do tipo G (geral).

Existe dois tipos de selectividade diferencial: Selectividade


horizontal e vertical.

1-Selectividade horizontal

Para que em caso de defeito no circuito apenas este é colocado fora de


serviço é necessário que se verifique duas condições:

1ª Condição: O aparelho de entrada não deve ser equipado com


função diferencial;

2ª Condição: Todas as saídas devem ser equipadas com


protecção diferencial.

Na prática, para limitar os custos da instalação, várias saídas são


agrupadas no mesmo diferencial.

____________________________________________________________________ 35
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

2-Selectividade vertical

Esta selectividade deve ser amperimétrica e cronométrica. Dentre


estas duas selectividades verticais analisaremos
apenas a selectividade amperimétrica.

a) Selectividade amperimétrica

Sensibilid ade do diferencia l a mon tan te


2 Ou seja,
Sensibilid ade do diferencia l a jusante
In1
2
In 2

Se a sensibilidade do disjuntor diferencial a jusante é de 300 mA a


sensibilidade do disjuntor diferencial a montante deverá ser de 30 mA.

b) Selectividade cronométrica: O tempo de reacção do diferencial a


montante deve ser superior ao tempo de abertura do diferencial a
jusante.

____________________________________________________________________ 36
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

5.14 VERIFICAÇÃO DA FILIAÇÃO

A filiação é a utilização a montante de um disjuntor de maior poder de


corte o que permite instalar a jusante disjuntores com poder de corte
inferior que a corrente de curto-circuito presumida ( no seu ponto da
instalação). A filiação diz respeito a todos os disjuntores colocados a
jusante do disjuntor de maior poder de corte.

A utilização de um aparelho de protecção que possui um poder de


corte menor que a corrente de curto-circuito presumida no seu local de
instalação é possível, se existir um outro aparelho instalado a
montante com o poder de corte necessário.

FONTE: Catalogo da merilin

A principal vantagem é a economia dos disjuntores instalados a


jusante visto utilizar-se disjuntores com poder de corte menor que a
corrente de curto-circuito presumida.

____________________________________________________________________ 37
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

Filiação em três etapas

Sejam três disjuntores em série, disjuntores A, B e C. O


funcionamento em filiação entre os três aparelhos é assegurado no
seguinte caso:

Dois aparelhos consecutivos coordenam-se entre eles, A com B e


B com C (mesmo que a coordenação em filiação não for
satisfatória entre os disjuntores A e C). Basta verificar que A+B
e B+C têm o poder de corte necessário.

Se por exemplo o disjuntor de entrada A é um NS250L (PdC:150kA)


para um Icc presumido nos seus bornes a jusante de 80kA.

Podemos escolher para disjuntor B, um NS100N (PdC:30kA) para um


Icc presumido nos seus bornes a jusante de 50kA, uma vez que o
poder de corte reforçado deste aparelho por filiação com NS250L
(disjuntor A) a montante, é de 150 kA.

Podemos escolher para disjuntor C, um C60N (PdC:10kA) para um Icc


presumido nos seus bornes a jusante de 24kA, uma vez que o poder
de corte reforçado deste aparelho por filiação com NS100N (disjuntor
B) a montante, é de 30 kA.

____________________________________________________________________ 38
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

ANEXO 1

ANEXO 2
INTENSIDADES MAXIMAS DE CORRENTE PERMANENTE ADMISSIVEIS EM CONDUTORES
ISOLADOS AGRUPADOS EM FEIXE (TORÇADAS), DOS TIPOS XS E LXS, INSTALADOS AO AR.

Secção nominal Intensidade de corrente máxima admissível (A)


dos condutores -
(mm2) Numero de condutores
2 3e4
Cobre Alumínio Cobre Alumínio
6 55 - 55 -
10 75 - 70 -
16 - 85 - 75
25 - 110 - 100
35 - - - 120
50 - - - 150
70 - - - 190
95 - - - 2300
Nota: Estes valores são validos para a temperatura ambiente de 40º C e foram calculados
para uma temperatura máxima junto da alma condutora de 90º C

____________________________________________________________________ 39
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

ANEXO 3

ANEXO 4

Factores de Simultaneidade

Nº instalações eléctricas (de


utilização) situados a jusante
fs
Até 4 1,00
5à9 0,75
10 à 14 0,56
15 à 19 0,48
20 à 24 0,43
25 à 29 0,40
35 à 39 0,37
40 à 49 0,36
≥50 0,34

____________________________________________________________________ 40
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

ANEXO 5

INTENSIDADES CONVENCIONAIS DE FUSÃO E DE NÃO FUSÃO


DE FUSÍVEIS EM FUNÇÃO DA SUA INTENSIDADE NOMINAL

(Artigo 128.º - Comentário 4)

Ir Inf If
(A) (A) (A)

2 3 4
4 6 8
6 9 11
8 12 15
10 15 19
12 17 21
16 22 28
20 28 35
25 35 44
32 42 51
40 52 64
50 65 80
63 82 101
80 104 128
100 130 160
125 150 200
160 192 256
200 240 320
250 100 400
315 378 504
400 480 640
500 650 800
630 756 1008
800 960 1280
1000 200 1600
1250 500 2000

____________________________________________________________________ 41
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

ANEXO 6
INTENSIDADES CONVENCIONAIS DE FUNCIONAMENTO E DE
NÃO FUNCIONAMENTO DE DISJUNTORES EM FUNÇÃO DA SUA
INTENSIDADE NOMINAL

(Artigo 128.º - Comentário 4)

Ir Inf If
(A) (A) (A)

2 - -
4 - -
6 6.3 8.1
8 8.4 10.8
10 10.5 13.5
12 12.6 16.2
16 16.8 21.6
20 21 27
25 26.3 33.8
32 33.6 43.2
40 42 54
50 53 68
63 66 85
80 84 108
100 105 135
125 131 169
160 168 216
200 210 270
250 263 338
315 331 425
400 420 540
500 525 675
630 662 851
800 840 1080
1000 1050 1350
1250 1313 1688

____________________________________________________________________ 42
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

ANEXO 7

Art.º 615
Secção Nominal
dos Condutores
Fase Neutro e
Protecção
1,5 1,5
2,5 2,5
4 4
6 6
10 10
16 10
25 16
35 16
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
500 240
630 300
800 400
1000 500

____________________________________________________________________ 43
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

ANEXO 8
REDES DE DISTRIBUIÇÃO EM BAIXA TENSÃO EM CONDUTORES ISOOLADOS EM FEIXE
(TORÇADA) DOS TIPOS XS, LXS, VS E LVS, INSTALADOS AO AR

Comprimentos de canalizações cuja protecção é assegurada por fusíveis de a.p.c. tipo gl

(Artigo 131º -Comentário)


S Z(Ω∕km) In Icc Lmax(m)
mm2
E F (A) (A) E F
25 140 165
32 180 125
6 9,24 40 220 105
50 280 80
63 360 65
80 550 40
Cobre 32 180 210
40 220 175
50 280 135
10 5,50 63 360 105
80 550 85
100 600 65

32 180 205
40 220 165
16 5,74 50 280 120
63 360 100
80 550 80
100 600∕700 60
40 220 265 425
50 280 210 330
63 360 160 260
25 3,60 2,745 80 460 125 200
100 600 100 155
125 800 75 115
50 280 290 335
63 360 225 260
80 460 175 200
Alumínio 35 2,60 2,245 100 600 135 155
125 800 100 115
160 1000 80 95
63 360 300 305
80 460 235 240
100 600 180 185
50 1,928 1,909 125 800 135 135
160 1000 110 110
200 1300 85 85
80 460 335 280
100 600 260 215
70 1,356 1,623 125 800 195 160
160 1000 155 130
200 1300 120 100

____________________________________________________________________ 44
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

250 1900 90 75
E: Técnica Escandinava F: Técnica Francesa

ANEXO 9
REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA EM BAIXA TENSÃO EM CABO, TIPO VAV

Comprimentos de canalizações cuja protecção é assegurada por fusíveis de a.p.c. tipo gl

(Artigo 131º -Comentário)

S Z In Icc Lmax
(mm2) (Ω∕km) (A) (A) (m)
32 180 125
40 220 105
6 9,18 50 280 80
63 420 55
80 650 35
40 220 175
50 280 135
63 360 105
10 5,52 80 460 85
100 700 55

50 280 165
63 360 130
16 4,51 80 460 100
100 600 80
125 800 60

63 360 205
80 460 160
25 2,86 100 600 125
125 800 90
160 1000 75

80 460 180
100 600 140
35 2,55 125 800 100
160 1000 85
200 1300 65
100 600 205
125 800 155
50 1,71 160 1000 125
200 1300 95
250 1700 75
125 800 215
160 1000 170
70 1,22 200 1300 135
250 1700 100
315 2200 80
160 1000 230
200 1300 180
95 0,91 250 1700 135
315 2200 105
400 2800 85
200 1300 240
250 1700 185
120 0,67 315 2200 145
400 2800 110
500 3600 90

____________________________________________________________________ 45
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

ANEXO 10
REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA EM BAIXA TENSÃO EM CABO, TIPO LVAV

Comprimentos de canalizações cuja protecção é assegurada por fusíveis de a.p.c. tipo gl

(Artigo 131º -Comentário)


S Z In Icc Lmax
(mm2) (Ω∕km) (A) (A) (m)
16 5,74 50 220 130
63 380 95
80 460 80
100 700 55
125 1000 35
25 4,67 63 380 120
80 460 100
100 600 75
125 800 65
160 1200 40

35 4,18 80 460 110


100 600 85
125 800 65
160 1000 50
200 1400 35
50 2,77 80 460 165
100 600 125
125 800 95
160 1000 75
200 1300 60
70 1,98 100 600 210
125 800 155
160 1000 125
200 1300 95
250 1700 75
95 1,46 125 800 180
160 1000 145
200 1300 110
250 1700 85
315 2200 65
120 1,06 160 1000 200
200 1300 155
250 1700 115
315 2200 90
400 2800 70
150 0,99 160 1000 210
200 1300 165
250 1700 125
315 2200 95
400 2800 75
185 0,75 200 1300 215
250 1700 165
315 2200 130
400 2800 100
500 3700 75
240 0,60 200 1300 270
250 1700 205

____________________________________________________________________ 46
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

315 2200 160


400 2800 125
500 3700 95

ANEXO 11

____________________________________________________________________ 47
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

ANEXO 12

ANEXO 13
Nº de cabos enterrados na Factor de correção
mesma vala
fc
2 0,90
3 0,80
4 0,75
5 0,70
6 0,65
8 0,62
10 0,60

____________________________________________________________________ 48
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque
REDE ELÉCTRICA

BILIOGRAFIA:

1- Manoel E. M. NEGRISOLI, INSTALAÇÕES ELECTRICAS DE


PROJECTOS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO, 3ª EDIÇÃO
REVISTA E AMPLIADA, EDITORA EDGARD BLUCHER 2006

2- REGULAMENTO DE SEGURANÇA DE REDES DE


DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELECTRICA EM BAIXA TENSÃO,
PORTO EDITORA 2006

3- Cap10-Fusiveis apc.pdf

4- Catalogo da Merilin

5- Catalogo da Legrand

6- Manual da Solidal - Guia Técnico

7- Tabelas técnicas da Eurocabos

____________________________________________________________________ 49
Elaborado por: Eng.º Benvindo L. Queque

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