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MANUAIS COMPACTOS DE GESTÃO

Nº 4

PRINCÍPIOS GERAIS DE CONTABILIDADE


PARA EMPRESÁRIOS - II

Núcleo Soluções Contábeis Ltda


Belo Horizonte
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Março/2008
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Introdução

Antigamente se dizia às crianças que as empresas eram trazidas por


cegonhas (mais tarde o assunto foi deturpado para outros lados). À medida que
crescíamos descobrimos que a coisa não era bem assim, mas que eram
necessários homens e mulheres para se fazer e criar uma empresa. Pronto! Lá
se foi nossa inocência!
Descobrimos, também, que a origem de tudo era uma pequena
semente, que era colocada na cabeça de alguém e que, a partir dela, tínhamos
uma empresa. Fácil, né? A segunda ilusão: não era só isso. A semente tinha
que ser colocada no papel, estudada, analisada e, em cima disso tudo, muito,
muito papel e suor (lembra diarréia, né?)
Mas, finalmente chegava o dia em que tinha sua empresa – todinha sua!
Agora, sim, você poderia descansar. A terceira e a quarta ilusão: inicialmente, a
empresa não é sua, apesar de, aparentemente, você dar as ordens. Uma boa
parte dela, pertence ao governo, outra a seus fornecedores, outra a seu
locador, a seus empregados, enfim, a todos os que forneceram os recursos
necessários a que você pudesse aplicar nessa coisinha linda que você chama
de “minha empresa.”
A outra questão é quanto a você descansar. Meu filho, não se engane:
você acabou de virar escravo – vai trabalhar noite e dia, vai perder o sono, vai
espancar sua mulher (ou o marido) e os filhos –opa! esse tipo de coisa não se
faz mais, é contra a lei, tá?
Dizem alguns, porém,que vale a pena, apesar de tudo. Se você deseja
saber realmente quem diz isso, pergunte quem terá os maiores benefícios (sua
mulher, o banqueiro da esquina, enfim... ah! não se esqueça dos impostos).
Muito bem, vamos aos fatos:
Vamos supor que o Sr. A (pretensões a imitar Kafka, né?) tenha a
quantia de R$10.000,00 e queira aumentá-la, e também obter um rendimento
para viver. Aí, seus amigos (os dele) começam a alugar os seus (os dele)
ouvidos e colocam algo em sua (dele) cabeça:

- Por que não aplicar o seu dinheiro em um negócio próprio?

Seu ego fica inflado – “vou ser empresário”, pensa com seus botões.
Mas... que tipo de negócio? Aí você começa a pensar seriamente sobre
o assunto. É neste momento que você terá que superar mais três ilusões (a
quinta, a sexta e a sétima, se não perdi as contas) muito comuns:
 Inicialmente, sempre achou que para ser empresário eram
necessárias muitas características especiais e você não tem
nenhuma roupa azul, com um grande S no meio do peito. Ninguém
tem! Isso é coisa de americanos querendo superar suas
inseguranças primais. (Fala a verdade, ficou impressionado, não é?)
 Você acha que precisará correr riscos – mas, para que servem as
pesquisas? Se estiver pensando, por exemplo, em lançar uma pizza
de jacaré, não saia comprando jacarés, mas faça demonstrações em
locais próprios – se o povo gostar... Como vê, os riscos podem ser
calculados e reduzidos ao mínimo. Além do mais, quem não arrisca...
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 Finalmente, para ser empresário seria necessário muito dinheiro –


quantos donos de restaurantes não começaram vendendo churrasco
de gato nas esquinas? Por falar nisso, você já comprou churrasco de
ambulantes?

OBS.: não se preocupe com a deslavada e desnecessária citação de autores


clássicos – trata-se apenas de exibição muito “da sem vergonha” e falta do
que fazer. Sujeito cara de pau! Pedimos desculpas, antecipadamente.

Marcelo Pereira da Fonseca


Moacir Rodrigues Reis Filho
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Demonstração prática

a) formação inicial da empresa

o Abertura da empresa (comercial), com imediata integralização do


capital, mediante depósito em conta corrente, no valor de
R$5.000,00. Vejamos o balanço após a operação:

Aplicação dos recursos (Ativo) – Em R$ Fontes dos recursos (Passivo)


– Em R$
Bancos: R$ 5.000

TOTAL DO CAPITAL APLICADO: R$ 5.OOO,OO

Capital Social: R$ 5000,00

Recursos Próprios: R$ 5.000,00

o Aquisição de Móveis por R$500,00 e Instalações, também


R$500,00, com pagamento a vista. Vejamos o balanço após as
operações:

Aplicação dos recursos (Ativo) – Em R$ Fontes dos recursos (Passivo)


– Em R$
Bancos 5.000 (- 1.000) = 4.000

TOTAL INVESTIDO : 4.000

Móveis 500 Capital Social 5.000


Instalações 500

TOTAL INVESTIDO: 1.000 TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO: 5.000


TOTAL INVESTIDO : 5.000 TOTA LDAS FONTES: 5.000
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b) distribuição dos capitais

Vamos dar nomes aos bois:


 Os capitais podem ser investidos em capital de giro (ativo circulante)
ou capitais fixos (um dos quais, o imobilizado, conforme acima).
 As fontes de capitais podem ser próprias (como no exemplo acima)
ou de terceiros (bancos, fornecedores, etc.).

Capital de giro são as aplicações de retorno de curto prazo – de uma


forma simples: o dinheiro é aplicado no caixa, de onde sai para ser aplicado em
estoques e, finalmente, de onde sai para ser aplicado no financiamento do
cliente em compras a prazo. No pagamento do cliente volta a caixa. Assim,
basicamente, o dinheiro fica “girando” entre essas três contas.
Capital fixo é aquele empregado em bens de retorno de longo prazo –
bens que, como imóveis, móveis, equipamentos, máquinas, veículos, etc., não
são vendidos em operações normais da empresa.
Na continuação do nosso exemplo, os bois já estarão devidamente
nomeados.

o Aquisição de um veículo para entregas, com pagamento a vista:


R$2.000,00

Aplicação dos recursos (Ativo) – Em R$ Fontes


dos recursos (Passivo) – Em R$
Capital de Giro Capitais de Terceiros
Bancos 4.000 – 2.000 = 2.000

TOTAL DO CAPITAL DE GIRO: 2.000


Capital Fixo Capital Próprio
Móveis e Utensílios 500 Capital Social 5000
Instalações 500
Veículos 2000

TOTAL DO CAPITAL FIXO: 3.000 TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO: 5000

TOTAL DOS INVESTIMENTOS: 5.000 TOTAL DAS FONTES: 5.000

o Aquisição de 10 cadeiras para comercializar, no valor de


R$100,00 cada uma, pagamento a vista. Como é óbvio, trata-se
de Estoque.

Aplicação dos recursos (Ativo) – Em R$ Fontes dos recursos (Passivo) – Em R$


Capital de Giro Capital de Terceiros
Bancos 2.000 (– 1.000) = 1.000
Estoque 1.000

TOTAL DO CAPITAL DE GIRO: 2.000 TOTAL DO CAPITAL DE TERCEIROS: 0


Capital Fixo Capital Próprio
Móveis e Utensílios 500 Capital Social 5.000
Instalações 500
Veículos 2.000

TOTAL DO CAPITAL FIXO: 3.000 TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO: 5.000


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TOTAL DOS INVESTIMENTOS: 5.000 TOTAL DAS FONTES: 5.000


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o Aquisição de 10 cadeiras para comercializar, no valor de


R$100,00 cada uma, com financiamento do fornecedor para
pagamento em 60 dias. Mais uma vez, é Estoque de produtos
para revenda.

Aplicação dos recursos (Ativo) – Em R$ Fontes dos recursos (Passivo) – Em R$


Capital de Giro Capital de Terceiros
Bancos 1.000 Fornecedores 1.000
Estoque 1.000 + 1.000 = 2.000

TOTAL DO CAPITAL DE GIRO: 3.000 TOTAL DO CAPITAL DE TERCEIROS: 1.000


Capital Fixo Capital Próprio
Móveis e Utensílios - 500 Capital Social 5.000
Instalações 500
Veículos 2.000

TOTAL DO CAPITAL FIXO: 3.000 TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO: 5.000

TOTAL DOS INVESTIMENTOS: 6.000 TOTAL DAS FONTES: 6.000

Neste momento, temos os capitais (aplicações e suas fontes), distribuídos:

 Aplicações de Recursos – do total aplicado, R$ 6.000,00


temos:
o Capital de Giro: R$ 3.000,00 (50%)
o Capital Fixo: R$ 3.000,00 (50%)

 Fontes de Recursos – sendo R$6.000,00, de:


o Capitais de Terceiros: R$ 1.000,00 (16,67%)
o Capitais Próprios: R$ 5.000,00 (83,33%)

O acréscimo de R$ 1.000,00 em Aplicações teve como fonte os


R$1.000,00 de acréscimo nas Fontes. Se a compra tivesse sido a vista, não
haveria acréscimo, seja em Aplicações, seja em Fontes. Nesse caso, a fonte
dos recursos seria a conta corrente bancária.
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c) formação do resultado

o Venda de 5 cadeiras, a R$200,00 cada uma, com pagamento do


cliente em dinheiro. O valor a pagar referente aos impostos
incidentes é de R$ 180,00, valor esse provisionado para
pagamento no mês seguinte. Esse valor de R$ 180,00 é apenas
simbólico, não representando nenhuma aproximação do cálculo
real.

Aplicação dos recursos (Ativo) – Em R$ Fontes dos recursos (Passivo) – Em R$


Capital de Giro Capital de Terceiros
Bancos 1.000 + 1.000 = 2.000 Fornecedores 1.000
Estoque 2.000 - 500 = 1.500 Impostos 180

TOTAL DO CAPITAL DE GIRO = 3.500


TOTAL DO CAPITAL DE TERCEIROS: 1.180
Capital Fixo Capital Próprio
Móveis e Utensílios 500 Capital Social 5.000
Máquinas e Equipamentos
Instalações 500
Veículos 2.000
TOTAL DO CAPITAL FIXO: 3.500 TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO: 5.000

TOTAL DOS INVESTIMENTOS: 6.500 TOTAL DAS FONTES: 6.180

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS

VENDAS = 1.000

IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE VENDAS = (180)

CUSTO MERCADORIAS VENDIDAS = (500)

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IR

IR

LUCRO LÍQUIDO

Epa! Porque a diferença de R$ 320,00 entre aplicações e as fontes? Não


ficou claro acima que toda aplicação tem que ter, obrigatoriamente, fontes no
mesmo valor? Bem, vejamos:

 Entrou no Caixa o valor de R$ 1.000,00, pelo recebimento a


vista.
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 Saiu do Estoque o valor de R$ 500,00, representando o custo


dos bens que foram vendidos – valores esses pagos (ou a
pagar, se a prazo) ao fornecedor, quando da compra.
 Foi deduzido como custo o valor de R$ 180,00 que
corresponde aos impostos incidentes sobre a venda, valor
esse que foi provisionado para pagamento no mês seguinte.
 Demonstrando, temos:

R$ 1.000,00 – R$ 500,00 – R$ 180,00 = R$ 320,00

 O valor de R$ 320,00 corresponde ao resultado bruto da


operação, que será adicionado como resultado final da
operação, conforme veremos abaixo.

“É agora que a porca torce o rabo” – assim falava Zaratustra. Conforme vimos
acima, a representação da venda tem três fases:

 Venda, no Demonstrativo de Resultados, que funciona como


Fonte de Recursos (já que significa a entrada de dinheiro na
empresa), sendo a aplicação em Caixa (ou contas correntes
bancárias), no caso de venda a vista e Contas a Receber no
caso de financiamento ao cliente.
 Baixa no estoque, de acordo com o preço pago ao fornecedor
e desse valor como Custo das Mercadorias Vendidas.
 Dedução nas contas de resultado do valor do imposto
incidente sobre vendas.

Mas, continuemos por partes, como dizia o nosso querido Jack.

o Pagamento de despesas administrativas (aluguel, água, luz,


telefone, salários, etc.) em dinheiro - R$120,00.

Aplicação dos recursos (Ativo) – Em R$ Fontes dos recursos (Passivo) – Em R$


Capital de Giro Capital de Terceiros
Bancos 2.000 – 120 = 1.880 Fornecedores 1.000
Estoque 1.500 Impostos 180

TOTAL DO CAPITAL DE GIRO: 3.380 TOTAL DO CAPITAL DE TERCEIROS 1.180


Capital Fixo Capital Próprio
Móveis e Utensílios 500 Capital Social 5.000
Instalações 500
Veículos 2.000

TOTAL DO CAPITAL FIXO: 3.000 TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO: 5000


TOTAL DOS INVESTIMENTOS: 6.380 TOTAL DAS FONTES: 6.180
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DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS

VENDAS = 1.000

IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE VENDAS = (180)

CUSTO MERCADORIAS VENDIDAS = (500)

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO= 320

DESPESAS ADMINISTRATIVAS = (120)

RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IR = 200

IR

LUCRO LÍQUIDO
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Como se observa, a diferença caiu de R$ 320,00 para R$ 200,00, que


corresponde à apuração do RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IR,
conforme vemos acima. Quando da apuração final do resultado, a diferença,
que é somente didática, desaparecerá.

o Provisão para o Imposto de Renda, R$60,00, a pagar no exercício


seguinte.

Aplicação dos recursos (Ativo) – Em R$ Fontes dos recursos (Passivo) – Em R$


Capital de Giro Capital de Terceiros
Bancos 1.880 Fornecedores 1.000
Estoque 1.500 Impostos 180 + 60 = 240

TOTAL DO CAPITAL DE GIRO: 3.380 TOTAL DO CAPITAL DE TERCEIROS: 1.240


Capital Fixo Capital Próprio
Móveis e Utensílios 500 Capital Social 5.000
Instalações 500
Veículos 2.000

TOTAL DO CAPITAL FIXO: 3.000 TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO: 5.000

TOTAL DOS INVESTIMENTOS: 6.380 TOTAL DAS FONTES: 6.240

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS

VENDAS = 1.000

IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE VENDAS = (180)

CUSTO MERCADORIAS VENDIDAS = (500)

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO: 320

DESPESAS ADMINISTRATIVAS = (120)

RESULTADO DO EXERCÍCIO: 200

IR = 60

LUCRO LÍQUIDO
Agora a diferença caiu para R$ 140,00, que é o Lucro Líquido do
Exercício, conforme apurado a seguir.
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d) Apuração do Lucro Líquido do Exercício e sua destinação

o Apuração dos resultados e do Lucro Líquido, com determinação


da empresa em não distribuí-lo.

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS

VENDAS = 1.000

IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE VENDAS = (180)

CUSTO MERCADORIAS VENDIDAS = (500)

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO = 320

DESPESAS ADMINISTRATIVAS = (120)

RESULTADO DO EXERCÍCIO = 200

IR = (60)

LUCRO LÍQUIDO = 140

Aplicação dos recursos (Ativo) – Em R$ Fontes dos recursos (Passivo) – Em R$


Capital de Giro Capital de Terceiros
Bancos 1.880 Fornecedores 1.000
Estoque 1.500 Impostos 180 + 60 = 240

TOTAL DO CAPITAL DE GIRO: 3.380 TOTAL DO CAPITAL DE TERCEIROS: 1.240

Capital Fixo Capital Próprio


Móveis e Utensílios 500 Capital Social 5.000
Instalações 500 Lucros = 140
Veículos 2.000

TOTAL DO CAPITAL FIXO: 3.000 TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO: 5.140

TOTAL DOS INVESTIMENTOS: 6.380 TOTAL DAS FONTES: 6.380

Conforme vimos, o resultado de R$ 140,00 foi apurado e foi reaplicado


na empresa. Com a apuração do resultado, temos finalmente comprovado que:

Total de Aplicação = Total de Fontes

Isso é óbvio, claro, já que não cai dinheiro do céu, nem existe árvore de
dinheiro. Logo, toda aplicação tem que ter, obrigatoriamente uma fonte de
recursos e vice-versa.
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