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1. Introdução
Em 2007, o então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou o Decreto nº 6.040, o
qual "institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Co-
munidades Tradicionais". Todavia, embora a pretensão fosse instituir uma política
nacional para os povos tradicionais, o referido Decreto usurpou a competência do
legislativo e interpretou equivocadamente o conceito de povos tradicionais e terri-
tórios tradicionais, visto que: (I) acolhe o critério da autoatribuição, sem, contudo,
estabelecer um parâmetro objetivo para a conceituação; e (ii) define territórios tra-
dicionais como "espaços necessários a reprodução cultural, social e econômica dos
povos e comunidades tradicionais, sejam eles utilizados de forma permanente ou
temporária, observado, no que diz respeito aos povos indígenas e quilombolas, res-
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pectivamente, o que dispõem os arts. 231 da Constituição e 68 do Ato das Disposi-
ções Constitucionais Transitórias e demais regulamentações", deixando margem à
várias interpretações que estimulam e culminam em atos que afrontam a ordem e a
segurança, além de violarem a garantia constitucional de proteção à propriedade
privada e à dignidade humana, imputando aos proprietários rurais a perda de suas
terras, de suas produções e de seu sustento familiar.
É o que vem ocorrendo, por exemplo, nas demarcações de terrenos às margens do
rio São Francisco, em Minas Gerais, capitaneadas pela Secretaria de Patrimônio da
União (SPU), vinculada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges-
tão.
A teor de denúncias que temos reiteradamente recebido, as demarcações têm sido
realizadas, inadvertidamente, ao livre arbítrio dos servidores da SPU, que recorrem
à amplitude conceitual contida no bojo do Decreto n° 6.040/2007, ao alvedrio dos
preceitos legais específicos que regulam a matéria (Decreto-lei n° 9.760/1946),
procedimento esse que tem fomentado as invasões e os conflitos em diversas regi-
ões do Brasil. Não bastasse isso, o Decreto n° 6.040/2007 contém vícios de incons-
titucionalidade formal, que comprometem sua validade e desautorizam sua perma-
nência no ordenamento jurídico brasileiro, conforme parecer anexo. Tais fatos e
fundamentos corroboram a necessidade de imediata revogação do Decreto n°
6.040/2007, com a consequente determinação de suspensão dos processos demar-
A argumentação dos solicitantes, contudo, não merece prosperar, pelas razões que
elencaremos a seguir.
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8750, de 09/05/2016.
O Anexo do Decreto nº 6040 define, em seu art. 1º, os princípios da Política Nacional
de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, que busca promover o
desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais, acompanhando o tema nos diferentes
órgãos do governo federal. De acordo com o art. 2º, a política tem como objetivo principal
“promover o desenvolvimento sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, com ênfase no
reconhecimento, fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais,
econômicos e culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização e
suas instituições. Atua em quatro eixos principais: acesso aos territórios tradicionais e aos recursos
naturais, infraestrutura, inclusão social e fomento à produção sustentável.
A execução da política é acompanhada pelo Conselho Nacional de Povos e
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identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II- os modos de criar, fazer e viver;
(…) (grifos nossos).
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1988 parte da premissa de que o pluralismo étnico e cultural é um objetivo da máxima importância
a ser preservado e promovido, no interesse de toda a Nação. Diferentemente das Constituições
anteriores, a Carta de 1988 não partiu de uma visão “monumentalista” sobre o patrimônio histórico
e cultural, integrando-o antes em uma compreensão mais ampla, que se funda na valorização e no
respeito às diferenças, no reconhecimento da importância para o país da cultura de cada um dos
diversos grupos que compõem a nacionalidade brasileira e caracterizam a riqueza da cultura
brasileira, reconhecida internacionalmente.
Portanto, pode-se afirmar que os arts. 215 e 216 da CF, além de proteger direitos
fundamentais dos povos e comunidades tradicionais, visam também à salvaguarda de interesses
transindividuais de toda a população brasileira.
Importante ainda considerar que o Decreto 6.040/2007 objetiva também dar
concretude ao direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme dispõe o art. 225 da
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por meio dos artigos acima citados, encerra verdadeira norma asseguradora de direitos
fundamentais, o que torna inequívoca a incidência do disposto no art. 5 o, §1o, do texto magno,
segundo o qual “as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade
imediata”.
Tal comando implica, antes de tudo, que os direitos fundamentais não dependem de
concretização legislativa para surtirem os seus efeitos. Tratando-se de direito fundamental, a própria
Constituição pode ser invocada diretamente, independentemente da edição de lei regulamentadora.
Em outras palavras, a inércia do legislador não tem o condão de frustrar a possibilidade de fruição
imediata do direito fundamental pelo seu titular.
São, portanto, normas dotadas de eficácia plena e aplicabilidade imediata, porquanto
contêm todos os elementos jurídicos necessários à sua incidência.
Para José Afonso da Silva, normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que
Dessa forma, para bem avaliar o alcance do artigo constitucional, cumpre empregar a
metodologia hermenêutica que lhe empreste a máxima efetividade, mormente por tratar-se de
direito fundamental assegurado a uma minoria, diretamente ligada à preservação de sua identidade
cultural.
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OIT), que prevê a autoidentificação como um critério fundamental para a definição dos grupos aos
quais se aplicam as disposições daquela Convenção.
º
Incide ao tema, complementarmente, o disposto no art. 5º, § 2 , que estabelece:
º
§ 2. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
(destacamos)
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administrativa não mais se afeiçoa aos dogmas clássicos, que explicavam a atividade da
Administração Pública como inexoravelmente dependente da lei formal. Tal compreensão teórica há
de ser, agora, cientificamente abandonada haja vista a substituição da lei pela Constituição como
cerne da vinculação administrativa à juridicidade.
Demais, vive-se hoje um novo paradigma no direito público brasileiro. No seio des-
sas mudanças está um fenômeno de inegável importância: o reconhecimento da força normativa da
Constituição e de sua centralidade como núcleo axiológico conformador de toda a ordem jurídica.
Nesse quadro, a Constituição deixa de ser concebida como simples documento políti-
co, despido de autêntica força normativa, para consubstanciar o fundamento jurídico primeiro do
agir administrativo. Tal como afirma Canotilho, “a reserva vertical da lei foi substituída por uma
reserva vertical da Constituição” (CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito constitucional e teoria da
Constituição.Coimbra: Almedina, 1997, p. 836).
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atos normativos que orientem e disciplinem essa aplicação, conferindo segurança e previsibilidade à
sua atuação, bem como assegurando uniformidade de tratamento aos terceiros com que se relacio-
nar.
Tal constatação impõe o abandono de concepções limitadoras do papel dos regula-
mentos no direito administrativo brasileiro, que alegadamente se resumiriam a desempenhar função
executiva, voltada apenas para o fiel cumprimento das leis. O art. 84, IV, da Constituição, embora
evidencie uma espécie, não esgota todas as modalidades de regulamento existentes e válidas diante
da ordem jurídica brasileira.
Em convergência com esse entendimento a Corte Interamericana de Direitos Huma-
nos, no julgamento do paradigmático caso Mayagna (Sumo) Awas Tingni, em 2001, ao declarar vio-
lados os artigos 21 (direito de propriedade) e 25 (direito a proteção judicial eficaz), da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), pelo Estado da Nicarágua,
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princípios do art. 37 da Constituição Federal, razão por que não há antinomia de
conteúdos na comparação dos comandos que se veiculam pelos dois modelos nor-
mativos: o constitucional e o infraconstitucional. Logo, o Conselho Nacional de
Justiça fez adequado uso da competência que lhe conferiu a Carta de Outubro, após
a Emenda 45/04.” (Relator o Ministro Ayres Britto, DJ de 1º/9/06).
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No mesmo sentido, esta Suprema Corte, no julgamento da ADC nº 12, rel. Min.
Carlos Ayres Britto, placitou a constitucionalidade da Resolução nº 7/05, editada
pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com fundamento direto no art. 103-B,
§4º, da Constituição. Em seus termos, proibiu-se, sem supedâneo legal, a prática do
nepotismo no âmbito do
Poder Judiciário. Segundo o Excelso Pretório, não haveria qualquer vício formal a
macular a Resolução CNJ nº 7/05, porquanto apenas voltada para, nas precisas pa-
lavras do i. Min relator, “debulhar os próprios conteúdos lógicos dos princípios
constitucionais de centrada regência de toda a atividade administrativa do Esta-
do”.
Obviamente essa atuação normativa autônoma da Administração encontra limites no
próprio texto constitucional. Não é possível admiti-la em campos constitucionalmente sujeitos a re-
serva de lei. Nestes casos, a lei (formal ou material, a depender da hipótese) é a única manifestação
legítima da juridicidade administrativa. Para todos os demais domínios não sujeitos a reservas de
lei, a Administração Pública poderá editar regulamentos autônomos, desde que identificado um inte-
resse constitucional que lhe caiba promover.
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contribuição dos povos indígenas e tribais à diversidade cultural, à harmonia social e ecológica da
humanidade e à cooperação e compreensão internacionais, densifica o arcabouço normativo
protetivo das comunidades indígenas e dos povos tribais.
Com efeito, já em seu art. 1.1, a Convenção 169 da OIT determina a sua aplicação
“aos povos tribais em países independentes, cujas condições sociais, culturais e econômicas os
distingam de outros setores da coletividade nacional, e que estejam regidos, total ou parcialmente,
por seus próprios costumes ou tradições ou por legislação especial”, dentre os quais,
inegavelmente, inserem-se os povos e comunidades tradicionais, objeto deste Decreto.
Artigo 5º
Ao se aplicar as disposições da presente Convenção:
a) deverão ser reconhecidos e protegidos os valores e práticas sociais, culturais
3.4. Autoatribuição
O Ofício nº 239/2018-CNA aponta como um dos “equívocos” do Decreto nº 6.040 o
fato de que este “acolhe o critério da autoatribuição, sem, contudo, estabelecer um parâmetro
objetivo para a conceituação”.
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Importante destacar, nesse sentido, que a opção regulamentar pelo critério da
autoatribuição representa, em verdade, a tradução jurídico-normativa de conclusões técnico-
científicas produzidas no campo da Antropologia. Com efeito, tem-se apontado que a
autodeclaração é critério imprescindível para a precisa definição das múltiplas identidades coletivas
que integram o mosaico cultural de sociedades plurais como a brasileira. Nesta linha se manifesta
Alfredo Wagner Berno de Almeida, antropólogo especialista na questão:
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internacional para fins definição de comunidades tradicionais (art. 1º, item 2, da Convenção 169 da
OIT).
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Também estão incluídos entre os objetivos específicos da Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais garantir aos povos e
comunidades tradicionais seus territórios, e o acesso aos recursos naturais que tradicionalmente
utilizam para sua reprodução física, cultural e econômica (art. 3º, inciso I, do anexo I, do Decreto nº
6.040/2007.
Essa dimensão existencial do direito à terra para os indígenas também tem sido
apontada pelo STF em vários julgados, que, por extensão, são inteiramente pertinentes aos povos e
comunidades tradicionais. Em caso envolvendo comunidade indígena do Estado do Mato Grosso do
Sul, o Ministro Celso de Mello, em bela passagem, assinalou:
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Emerge claramente do texto constitucional que a questão da terra representa o
aspecto fundamental dos direitos e das prerrogativas constitucionais asseguradas ao
índio, pois este, sem a possibilidade de acesso às terras indígenas, expõe-se ao risco
gravíssimo de desintegração cultural, de perda de sua identidade étnica, da
dissolução de seus vínculos históricos, sociais e antropológicos e da erosão de sua
própria percepção e consciência como integrante de um povo e de uma nação que
reverencia os locais místicos de sua adoração espiritual e que celebra, neles, os
mistérios do universo em que vive.
Também a Convenção 169 da OIT reconhece a importância da relação dos povos tra-
dicionais com o território:
Artigo 5º
Ao se aplicar as disposições da presente Convenção:
a) deverão ser reconhecidos e protegidos os valores e práticas sociais, culturais
religiosos e espirituais próprios dos povos mencionados e dever-se-á levar na
devida consideração a natureza dos problemas que lhes sejam apresentados, tanto
coletiva como individualmente;
(…)
Artigo 13
1. Ao aplicarem as disposições desta parte da Convenção, os governos deverão res-
peitar a importância especial que para as culturas e valores espirituais dos po-
vos interessados possui a sua relação com as terras ou territórios, ou com am-
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bos, segundo os casos, que eles ocupam ou utilizam de alguma maneira e, particu-
larmente, os aspectos coletivos dessa relação.
2. A utilização do termo "terras" nos Artigos 15 e 16 deverá incluir o conceito de
territórios, o que abrange a totalidade do habitat das regiões que os povos inte-
ressados ocupam ou utilizam de alguma outra forma.
Artigo 14
1. Dever-se-á reconhecer aos povos interessados os direitos de propriedade e de
posse sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Além disso, nos casos apro-
priados, deverão ser adotadas medidas para salvaguardar o direito dos povos inte-
ressados de utilizar terras que não estejam exclusivamente ocupadas por eles, mas
às quais, tradicionalmente, tenham tido acesso para suas atividades tradicionais e
de subsistência. Nesse particular, deverá ser dada especial atenção à situação dos
povos nômades e dos agricultores itinerantes.
2. Os governos deverão adotar as medidas que sejam necessárias para deter-
minar as terras que os povos interessados ocupam tradicionalmente e garantir
a proteção efetiva dos seus direitos de propriedade e posse.”
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inconstitucionalidade.
sejam de fato titulares da propriedade particular de áreas que, sendo marginais a rio federal, são de
domínio da União, por força de expressa disposição constitucional (art. 20, inciso III, da
Constituição da República).
1 O Ofício nº 239/2018-CNA não cita, mas certamente se refere ao TAUS nº 01, de 19/12/2013, que autorizou o uso
sustentável de território tradicional da comunidade vazanteira e quilombola de Caraíbas, em terreno de domínio da
União localizado no município de Pedras de Maria da Cruz/MG. Nenhum outro TAUS foi, até o momento de
edição da presente Nota Técnica, expedido pela SPU no estado de Minas Gerais.
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infralegal também foram utilizadas nesse mister mediante a outorga de TAUS.
Não se trata, portanto, como alegado no Ofício nº 239/2018-CNA, de ações que
afrontam a ordem e a segurança jurídicas (nem tampouco a propriedade privada), mas sim da
utilização de instrumentos normativos para atingir o escopo da Constituição, no intuito de proceder
à demarcação dos terrenos marginais do Rio São Francisco.
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Sérgio Luiz Junkes atribui a eficácia do princípio da vedação do retrocesso “a todo
princípio jurídico, resultando em três modalidades: interpretativa, negativa e vedativa do retrocesso.
A saber, a interpretativa está ligada às características dos princípios jurídicos e a superioridade
hierárquica do texto constitucional que é a base do princípio da justiça social. A negativa é a que
proíbe qualquer ato ou a edição de normas que se oponham ao seu conteúdo. E, com relação à
vedativa do retrocesso, pressupõe que a concretização dos princípios jurídicos consagradores de
direitos fundamentais também é produzida através das normas infraconstitucionais, as quais cabem,
progressivamente, a tarefa de ampliá-los na medida do possível”. Assim, a eficácia vedativa do
retrocesso impede que o legislador revogue essas normas infraconstitucionais concretizadoras de
tais princípios sem a edição de legislação alternativa equivalente. Caso ocorra alguma violação
resultará em flagrante inconstitucionalidade.
Nesse sentido, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969 contém
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‘Que o Estado não lhe dê a devida realização às tarefas constitucionais
concretas e determinadas, que lhe estão cometidas, isso só poderá ser objeto
de censura constitucional em sede de inconstitucionalidade por omissão.
Mas quando desfaz o que já havia sido realizado para cumprir essa tarefa,
então a censura não pode tornar a colocar-se na situação de devedor. (…) se
o fizesse, incorreria em violação positiva (…) da Constituição.
………
Em grande medida, os direitos sociais traduzem-se para o estado em
obrigação de fazer, sobretudo de criar certas instituições públicas (sistema
escolar, sistema de segurança social, etc.). Enquanto elas não forem criadas,
a Constituição só pode fundamentar exigências para que se criem; mas após
terem sido cridas, a Constituição passa a proteger a sua existência, como se
já existissem à data da Constituição. As tarefas constitucionais impostas ao
Estado em sede de direitos fundamentais no sentido de criar certas
instituições ou serviços não o obrigam apenas a cria-los, obrigam-no também
a não aboli-los uma vez criados.
Quer isto dizer que a partir do momento em que o Estado cumpre (total ou
parcialmente) as tarefas constitucionalmente impostas para realizar um
direito social, o respeito constitucional deste deixa de consistir (ou deixa de
consistir apenas) numa obrigação positiva, para se transformar (ou passa
III - Conclusão
Diante do exposto, conclui-se que o Decreto nº 6.040/2007 é constitucional, não
havendo, quanto a ele, quaisquer dos vícios apontados no Ofício nº 239/2018-CNA. Seus conceitos
e instrumentos são meios de efetivação das normas constitucionais e convencionais aplicáveis, não
havendo qualquer ofensa ao texto constitucional ou a direitos fundamentais.
A Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades
Tradicionais, instituída pelo Decreto nº 6.040/2007 , constitui importante instrumento para o
cumprimento dos arts. 225 e 216 da Constituição Federal, bem como da Convenção nº 169 da OIT,
por garantir a concretização dos direitos das comunidades e povos tradicionais. Sua revogação
constituiria retrocesso vedado em nosso ordenamento jurídico e resultaria em graves danos sociais a
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essa parcela vulnerável da sociedade brasileira.
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL