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ADAMANTINA
2006
MÉRCIA FUZETTI DE ALMEIDA TRONCON
DANIELA WASEDA CAETANO
FABIANA APARECIDA UEMURA
JULIANA PARDO MOURA C. GODOY
RAFAELA ATELLI NASCIMENTO
ADAMANTINA
2006
ESTRUTURAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TRIAGEM E PRONTO-
ATENDIMENTO EM UMA CLÍNICA-ESCOLA DE PSICOLOGIA
EM FASE DE IMPLANTAÇÃO.
Resumo
1.2 Pronto-atendimento
Outros autores definem este tipo de serviço como pronto-atendimento, que seria
um atendimento imediato ao paciente, onde poderia englobar a recepção, a triagem e o
encaminhamento realizado. Assim, denomina-se
O terceiro modelo é o eclético, que na verdade seria uma mistura dos dois
primeiros modelos, exigindo do profissional um domínio dos modelos anteriores.
Segundo Knobel (1986) assim como em outras formas de terapia, o vínculo se faz
muito importante, tem que se fazer a avaliação da capacidade egóica através de testes,
discurso do paciente, e outros, avaliar também a capacidade intelectual a partir de testes,
dados históricos do indivíduo, sua vida, avaliar seus mecanismos de defesa, dados
objetivos, modalidade relacional, dentre outros. Entretanto não se pode esquecer do
contrato e também esclarecer com o paciente a proposta terapêutica, sendo que o paciente
pode ou não concordar com a mesma. Não se deve ocultar nada ao paciente, ou seja, falar
de forma clara e objetiva a ele sobre sua situação, mesmo que ele esteja passando por uma
situação dolorosa e uma desorganização e então oferecer-lhe uma perspectiva.
Sakamoto (2001) ao falar também da importância do vínculo estruturado por uma
perspectiva Winnicottiana, tendo em vista seu potencial criativo, mostra a possibilidade de
identificar a presença de fatores que parecem se mostrar intimamente relacionados à
ocorrência de resultados inesperados e significativos em psicoterapia breve, e assim a estes
fatores se atribui a designação de indicadores criativos que apresentam uma possibilidade
fundamental de auxiliar no estabelecimento de prognósticos favoráveis ao desenlace do
processo terapêutico em psicoterapia breve.
Uma outra proposta que se encontra em psicoterapia breve, é a operacionalizada,
que de acordo com Simon (2005), vai buscar compreender as pessoas a partir dos setores
de adaptação, sendo estes a partir das respostas que o indivíduo oferece a seus conflitos.
As respostas tendem a ser mais adequadas quando resolvem o problema trazendo
satisfação, e não conflitos consigo mesmo (interno) e nem com as normas (externo). Então
se identifica as situações-problema e verifica-se quais setores estão relacionados entre si e
ainda se há um conflito nuclear, que desencadearia outras situações-problema.
Tem que se avaliar a qualidade das respostas adaptativas do paciente, avaliar a
resposta que foi dada para cada setor, sendo estes: o produtivo, o socioeconômico, o
orgânico e o afetivo relacional, e então a partir da adequação das respostas verificar se o
indivíduo está em crise.
A avaliação da adaptação das respostas parte de três critérios: resolução de
problema, satisfação e ausência de conflitos. Segundo Simon (2005) há seis níveis de
adaptação do sujeito: Grupo I, adaptação eficaz, onde o indivíduo na maior parte do tempo
não tem conflito e consegue manter a adaptação; Grupo II, adaptação eficaz em crise;
Grupo III, adaptação ineficaz moderada, as respostas do sujeito pode trazer insatisfação e
causar conflitos não atendendo aos três critérios; Grupo IV, adaptação ineficaz moderada
em crise; Grupo V, adaptação ineficaz severa, a maior parte das respostas do indivíduo
não são adequadas, conflitos internos, não adaptação e o Grupo VI, adaptação ineficaz
severa em crise. Simon (2005) vem defendendo a idéia de intervenção na crise como
modalidade terapêutica a ser adotada em programas preventivos em países pobres como o
nosso.
A psicoterapia breve atualmente, segundo Yoshida (1990) se divide em três
momentos: o atendimento de emergência, o qual se aplica aos casos em que o próprio
paciente ou seu meio correm algum tipo de risco e tem o objetivo de protegê-los e fazê-los
recuperar seu contato com a realidade; a intervenção na crise que consiste em restaurar o
equilíbrio adaptativo do sujeito e é anterior a crise, e quando for possível melhorá-lo, é
geralmente aplicado às pessoas que ainda não atingiram o estágio de emergência, mas que
estão correndo o risco de descompensação; e, por fim, a psicoterapia breve ou de curta
duração.
Já Rogawski (1982) define a psicoterapia breve como melhora do padrão
adaptativo do paciente, e a forma como essa melhora será buscada dependerá do
referencial teórico do terapeuta, seja através de recursos reeducativos, como na
psicoterapia comportamental, ou através da busca de insight, como nas psicoterapias
psicodinâmicas.
Outro nome foi Peter E. Sifneos, que apresentou a técnica de psicoterapia breve
provocadora de ansiedade, indicada para lidar em casos em que os sintomas neuróticos são
claramente delimitados e onde a problemática edipiana está em primeiro plano, como nas
fobias; o início do processo consiste em solicitar ao paciente que escolha entre as suas
dificuldades emocionais aquela considerada prioritária, a seguir o terapeuta faz um
levantamento minucioso da sua história de vida, a fim de formular uma hipótese
psicodinâmica que permita compreender os conflitos emocionais subjacentes àquela
dificuldade.
O papel do terapeuta consiste em formular questões provocadoras de ansiedade,
que estimulem o paciente a examinar áreas de conflito emocional, que de outra forma
evitaria, (Yoshida, 1990). James Man, outro nome que se destacou na década de 70,
iniciou seu trabalho de psicoterapia breve quando se defrontou com o problema das longas
filas de espera no departamento de psiquiatria e acabou desenvolvendo uma técnica de
psicoterapia breve chamada “psicoterapia de tempo limitado”, a qual consiste em uma
etapa de avaliação diagnóstica que varia entre uma a três sessões; depois disso são fixados
doze horas para o tratamento, distribuídas de acordo com as necessidades do paciente.
A terapia breve, como toda modalidade terapêutica, tem suas indicações e contra-
indicações próprias, mas conta com uma característica peculiar; desde o início foi
desenvolvida a partir de pesquisa o que lhe confere aspectos singulares de repetibilidade e
permite avaliar com mais precisão seus resultados. Contudo, a psicoterapia breve vem com
a idéia de levar o sujeito a encontrar respostas adequadas à situação, retornando a eficácia
adaptativa anterior à crise ou melhorando-a.
Um ponto muito importante que, podemos também ressaltar neste momento são as
consultas terapêuticas descritas por Winnicott, onde segundo ele, a função do psicólogo
nesse meio é a de situar-se principalmente no encontro inter-humano da clínica, que em
um setting diferenciado que permita a integração de aspectos que parecem dissociados,
permita ao psicólogo crias uma atitude de disponibilidade e abertura para que possa
“sentir” as necessidades do paciente, e que isso possa ser visto como uma forma de
acolhimento que o irá encorajar a libertar suas agonias impensáveis que inviabilizam sua
existência. Em alguns casos é preciso um terapeuta que facilite ao paciente suas próprias
descobertas.
Segundo Frasson (2005, p.208)
1
O projeto foi implantado em março de 2006 com os alunos do décimo termo de Psicologia: André Luis
Schumaker, Daniel Vicente da Silva, Elaine Cristina Fernandes, Maíra Araújo Buchwitz, Thaís Ferreira
Martins e do 9º termo: Mércia Fuzetti de Almeida Troncon e Rafaela Atelli Nascimento. No 2º semestre de
2006, com a formatura dos 5 primeiros alunos, somente Rafaela e Mércia mantiveram-se no projeto e
entraram as alunas: Daniela Waseda Caetano, Fabiana Aparecida Uemura e Juliana Pardo Moura C. Godoy.
3. Descrição do trabalho
Com a análise dos prontuários, percebeu-se que alguns dados a mais eram
necessários para completar a análise dos casos. Em virtude de tal situação, leituras
adicionais foram indicadas pela técnica para que as estagiárias qualificassem a escuta
durante o processo de triagem, como por exemplo, perceber aquilo que não é dito através
da entonação de voz, postura, comportamentos não verbais, verificando a coerência entre
estes. Também se verificou a necessidade de se reorganizar os modelos impressos
utilizados nos prontuários e para isto, pesquisas sobre dados de outras clínicas-escolas
auxiliaram nas modificações sugeridas, modificações estas que poderão ter novas
reorganizações futuramente.
Pronto-
atendimento
Atendimento
Clínica- Breve
Paciente à (Plantonista)
escola procura por Cadastro
do atendimento
NUPFAI • Adolescentes – Individual/Grupal
Psicoterapias • Criança – Individual/Grupal
Triagem
• Adultos – Individual/Grupal
• Família
Serviços
Externos à
Clínica-escola
A partir das atividades realizadas pode-se, além de contribuir nos serviços de extensão
prestados à comunidade, complementar a formação dos estagiários, especialmente através da
reflexão e necessidade de participar em situações decisórias.
. parentes que desejam fazer cadastro de filhos, esposas, entre outros, sem o
conhecimento destes;
. situação em que uma estagiária percebeu que as duas triagens que faria, eram de marido
e mulher. “E agora? Triagem individual? Triagem do casal?”
. situação em que a criança era trazida junto para a triagem do adulto ou da própria
criança.
. “Como lidar com situação de crise? O paciente só chora ... ele não fala ou ele
dispara...”
. “Como triar crianças, se nem todos tinham experiência psicoterápica com crianças?”
. “Puxa, me interessei demais pelo caso que triei, tenho mesmo que ‘passar’ para outro
estagiário?"
No decorrer dos plantões realizados, alguns casos emergenciais foram atendidos pelas
plantonistas num atendimento psicoterápico breve, oferecendo ao paciente uma escuta e um
acolhimento de seu sofrimento psíquico, bem como possibilitando uma nova perspectiva de
vida. Estes atendimentos se deram em vista da preocupação do grupo de estagiárias com relação
a urgências dos casos, considerando-se que uma intervenção era necessária para que pudessem
aguardar por atendimento em 2007. Com respeito aos casos que passaram por este tipo de
atendimento pode-se dizer que foi benéfico tanto para os pacientes como para aprendizagem das
estagiárias que puderam experienciar uma nova forma de atendimento.
Sabe-se que muito ainda há para ser feito neste campo, o que dependerá do interesse dos
próximos estagiários, do contingente de pessoas que procurará pelo atendimento psicoterápico
do Núcleo de Psicologia, dos mais variados conflitos que se mostrarem presentes com suas
urgências e emergências.
.
6. Referências bibliográficas
CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias: abordagens atuais. 2ºed. Porto Alegre: Artmed,
1998.
MACEDO, Rosa Maria. Psicologia e instituição: novas formas de atendimento. 2ºed. São
Paulo: Cortez, 1986.
SANTOS, Manoel Antônio dos; OLIVEIRA, Érika Arantes de. Serviço de triagem de adultos e
adolescentes: panorama histórico de uma clínica psicológica. In: MELO-SILVA, L.L.;
SANTOS, M. A.; SIMON, C. P. (org.). Formação em Psicologia: serviços-escola em debate.
São Paulo: Vetor, 2005.
SCHMIDT, Maria Luisa Sandoval. Plantão psicológico, universidade pública e política de saúde
mental. Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 21, n. 3, p.173-192,
setembro/dezembro 2004. Disponível em:
<http://biblioteca.ricesu.com.br/ler.php?art_cod=1742> Acesso em 21 out. 2006.
SIMON, Ryad. Psicoterapia breve operacionalizada: teoria e técnicas. 1º ed. São Paulo: Casa
do Psicólogo, 2005.
WAIDERGON, Lea. Et al. Resenha: Intervenções clínicas breves e pontuais. Disponível em:
http://www.livrariaresposta.com.br. Acessado em 20 dez. 2006.
• Oferecer uma escuta especializada as chamadas das pessoas que procuram a clínica, ou
que são encaminhadas por instituições e outros profissionais, no sentido de acolher e
encaminhar adequadamente suas necessidades;
• Implantar o pronto-atendimento;
• Acelerar o processo de triagem;
• Após acolher e esclarecer a demanda, providenciar encaminhamento;
• Estruturar um fluxograma para o processo de triagem;
• Definir critérios de urgência;
• Reorganizar ficha do modelo de triagem;
• Estabelecer critérios de atendimento de triagem;
• Qualificar a escuta durante a triagem;
• Diminuir o tempo de espera entre cadastro, triagem e início do atendimento;
• Estruturar projetos de atendimentos breves.
3.0 Funcionamento
• Os estagiários juntamente com a supervisora da triagem estabelecerão os dias e períodos
em que ocorrerão a triagens.
• Os horários de pronto-atendimento estão distribuídos de forma que haja plantonistas
todos os dias da semana de 2ª aos sábados, pelo menos em um dos períodos do dia.
4.0 Bibliografia
• POPPOVIC, Ana Maria. Serviço de Triagem e Plantão Psicológico da Clínica
Psicológica. São Paulo, 1999.
APÊNDICE B
1- Introdução:
O Núcleo de Psicologia da FAI tem uma grande demanda de toda a região, sendo que
uma parcela significativa dessa população que chega são crianças, as quais não chegam
sozinhas, em sua maioria são trazidas pelos pais que buscam o acompanhamento psicológico
para seus filhos.
Devido ao número restrito de estagiários, há uma impossibilidade de atendimento
individual disponível e na tentativa de atender essa comunidade e evitar que a fila de espera se
torne infindável, o projeto de pronto-atendimento, tem como propósito implantar um trabalho a
ser realizado com grupos de pais, a fim de orientá-los nas dificuldades dos filhos e na
possibilidade de melhorar as relações vinculares estabelecidas, num enfoque participativo e
integrativo.
Considerando que o ser humano é gregário por natureza e somente existe, ou subsiste,
em função de seus inter-relacionamentos grupais, a utilização e o conhecimento da psicologia
grupal auxiliam o indivíduo, já que este passa a maior parte de sua vida convivendo e
interagindo com diferentes grupos (Zimerman, 1997).
O termo grupo é muito vago e impreciso, podendo ter diferentes definições, mas muitos
autores concordam que a família é o grupo fundamental na interação social das crianças, já que é
nas relações estabelecidas nesse espaço de convívio que estas aprendem com os adultos.
A família tem estado sempre na história da sociedade e dos indivíduos, tanto como
objeto de análise social, antropológica e histórica, quanto grupo social, uma referência para
estudo de crenças e costumes de um povo (Cerveny, 1997).
Desde então a família não é um conceito unívoco, sendo uma expressão de difícil
conceituação, mas tão somente de descrição, ou seja, é possível descrever as várias estruturas ou
modalidades assumidas pela família através dos tempos, mas não é possível defini-la ou
encontrar elementos comuns a todas as formas que se encontram (Osório, 2002).
Compreendendo que não é uma entidade estática, estando em constante processo de mudança, é
necessário considerar o indivíduo e sua família simultaneamente (Cerveny, 2002).
Neste projeto a família será enfocada como um sistema de relações que opera de
acordo com os princípios básicos e que evolui no seu desenvolvimento, de modo particular e
complexo, determinado por inúmeros fatores, assegurando a sua continuidade e o crescimento
de seus membros. A família, como uma unidade de uma sociedade vive a mudança pelas quais
A família passa ser o enfoque quando observamos a influência que um dos membros
com conflito afeta a todos reciprocamente, dessa forma, o indivíduo deixa de ser entendido
como um ser isolado, mas aquele que convive em grupo trocando experiências com este meio
sendo ativo e reativo, onde as modificações nas relações estabelecidas com as crianças poderão
alterar os comportamentos considerados inadequados pela família ou sociedade.
Como o foco do projeto são os pais, o grupo terá como propósito orientá-los em relação
às formas mais adequadas de vivenciar as dificuldades que se encontram no dia-a-dia, no
decorrer de um determinado tempo, dessa forma, poderemos beneficiar camadas mais amplas da
população que procuram o NUPFAI.
Os grupos de orientação estarão baseados nas ideologias, ou seja:
2.0 Objetivos:
O projeto busca atender à demanda de pais que procuram atendimento para seus filhos
no Núcleo de Psicologia da FAI, e devido à existência de uma fila de espera serão realizados
grupos de orientação e discussão sobre o desenvolvimento e educação infantil.
- Realizar grupos com os pais à fim de levá-los a ter atitudes familiares mais adequadas na
educação dos filhos;
- Esclarecer o que é o serviço de psicologia e oferecer um atendimento imediato;
- Diminuir a ansiedade;
- Explicar os recursos disponíveis pela instituição.
3.0 Método:
3.1- Participantes:
O público alvo consistirá nos pais ou responsáveis pelas crianças cadastradas na fila de
espera que apresentem problemas de comportamento e dificuldades escolares. Os pais serão
selecionados a participar do grupo, de acordo com a faixa etária das crianças, as quais deverão
estar entre 6 a 13 anos.
3.2- Procedimentos:
CERVENY, C.M. O. Visitando a família ao longo do ciclo vital. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2002.
________________. Família e ciclo vital: nossa realidade em pesquisa. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 1997.
GINOTT, H.G. Psicoterapia de grupo com crianças: a teoria e a prática da ludoterapia. Belo
GRUNSPUN, H. Psicoterapia lúdica de grupo com crianças. São Paulo: Editora Atheneu,
1997.
OSÓRIO, L.C. Casais e famílias: uma visão contemporânea. Porto Alegre: Artmed, 2002.
ZIMERMAN, D.E. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
“PEQUENO MEMORIAL” – MOTIVOS DE ESCOLHA DO TEMA A PARTIR DA
TRAJETÓRIA DO ALUNO