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FILOSOFIA

Prof. Raphael Reis Aula 04

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Aula 04

Filosofia p/ ENEM 2017


Professor: Raphael de Oliveira Reis

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1 Racionalismo

Com a desestruturação do sistema feudal, a partir do século XIV, começou


um novo período que vai se estender do século XV ao século XVIII,
denominado como Idade Moderna. Uma de suas características marcante é a
racionalidade.
A unidade religiosa em torno da Igreja Católica entra em desestruturação,
E-mail: profraphaelreis@gmail.com após a Reforma Protestante. As explicações religiosas passam a disputar
Facebook: Professor Raphael Reis espaço com as explicações racionais produzidas pela revolução filosófica
Youtube: Don Raphael Reis e científica, num processo gradual de secularização.
Lista de e-mail: O feudalismo, estruturado nas relações feudo-vassálica e no trabalho
servil dá passagem para o sistema capitalista, fundamentado nas relações de
trabalho livre e no assalariamento. É válido lembrar que é a partir da Baixa Idade
Média (XII-XV) que vão surgir o florescimento comercial, o estabelecimento das
grandes rotas comerciais, os burgos (cidades) e o surgimento da burguesia.
Na esfera política, a descentralização do poder, devido aos vários
suseranos e a autonomia das regiões, passa a ser centralizado, nas mãos de
reis, formando-se assim os primeiros Estados Nacionais (Portugal e Espanha
foram os pioneiros já no século XIV).
A partir desta nova configuração social temos o absolutismo (forma de
poder político centralizado no rei) e o mercantilismo (economia baseada no
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metalismo, colonialismo, protecionismo, intervenção do Estado e no balanço
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comercial favorável). Com isso, temos as grandes navegações, a expansão


marítima e o início das colonizações.
Outra mudança importante que marca este período é o humanismo, que
questiona a visão passiva do ser humano frente aos desígnios divinos, propondo
o trabalho como fonte legítima da riqueza e da felicidade. Ademais, uma
mudança da visão teocêntrica (Deus como centro) para antropocêntrica (ser
humano no centro, valorizando suas obras, a racionalidade e sua compreensão).
Desenvolve-se a ciência natural, com novos métodos de investigação, que

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questionava os dogmas do cristianismo e o racionalismo (capacidade da razão O astrônomo, poeta e monge dominicano Giordano Bruno foi morto na
de intervir no mundo, organizar a sociedade e aperfeiçoar a vida humana). fogueira, por defender várias concepções que a Igreja Católica condenava:
Por fim, temos a invenção da imprensa tipográfica, que ajudou a difundir as heliocentrismo e o panteísmo (Deus está e faz parte de tudo). Além disso,
obras e autores, portanto, o conhecimento produzido e acumulado ao longo defendia que o sol é uma estrela entre muitas outras e que o universo é infinito
dos séculos passou a ter acesso mais facilitado. e constituído por um número infinito de mundos.
O conjunto de transformações principalmente culturais, filosóficas e
científicas ficou conhecido como Renascimento (XV e XVI), que envolveu Além do heliocentrismo, o comportamento de vários pensadores em
diversos artistas e pensadores. Surgiu na península itálica e se expandiu para querer observar a natureza de maneira sistemática (não contemplativa) e
os demais países europeus. Ressaltou a razão, a liberdade e a retomada da explicar os fenômenos através da racionalidade e da representação
cultura greco-romana. matemática, incomodava a Igreja, porque assim passaram a questionar os
Para pensar os problemas do mundo e dos seres, esse indivíduo moderno dogmas e poderia afastar as pessoas da fé cristã.
passou a observação da natureza de maneira sistemática e a se dedicar aos
experimentos, o que contrapunha à mentalidade medieval, fundamentada no 1.1 Razão e Experiência: as bases da ciência moderna
pensamento contemplativo e submissão às verdades reveladas. O homem Podemos dizer que neste momento 3 conceitos principais vão fazer parte
moderno além de querer conhecer a realidade e descobrir as leis que regem desse novo momento:
os fenômenos naturais, passou a querer exercer o controle sobre a - A busca de um ponto fixo: a noção de espaço até então aceita era de
natureza. fundamentação aristotélica, que defendia um espaço hierarquizado e que cada
Entretanto, precisamos lembrar que as mudanças acontecem na longa ser tinha uma qualidade própria. Esta noção foi substituída pelo conceito de
duração e coexistem com práticas do período anterior. Havia por parte da Igreja espaço homogêneo, no qual todos os lugares seguem as mesmas leis, sem
Católica uma resistência aos novos aspectos que surgiam. É neste contexto que uma ordem ou hierarquia. O ser humano vai encontrar o ponto fixo em si mesmo,
temos a lista de livros proibidos (o Index), cujo objetivo era coibir a divulgação em sua própria razão (avaliar e intervir na realidade).
de certos pensadores e o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição), criado no século
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- O Mundo como representação: a concepção anterior era de que o
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XIII, mas que voltou a atuar com toda a força no século XVI. Tinha como objetivo mundo nos era apresentado diretamente como ele é (realismo). Agora, a ideia
descobrir e julgar os responsáveis pela propagação e prática de heresias. é de que o mundo é representado, isto é, uma operação mental que representa
Uma das questões que vão fazer a Igreja Católica se preocupar e se através de imagem o mundo.
esforçar para combater, é a teoria heliocêntrica, que gerou um abalo na - Método: buscavam uma segurança confiável para dizer aquilo que
Cosmologia Medieval. A princípio, foi proposta matematicamente por Nicolau sabem, numa busca do conhecimento verdadeiro. Por ser a matemática um
Copérnico (1473-1543), que defendia que o sol é o centro do universo e não o conhecimento (lógico-dedutivo) desenvolvido na época, capaz de garantir
planeta terra. Para a Igreja isso era uma heresia, porque na cosmologia cristã o certezas em suas conclusões, foram utilizadas as relações matemáticas e
ser humano é a principal criação de Deus, portanto, precisava estar no centro. geométricas como modelo.

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O pensador Francis Bacon (1561-1626) contribuiu com o método demonstrar o heliocentrismo, o relevo montanhoso da lua, os 4 satélites de
indutivo de investigação científica, propondo um controle da natureza com Júpiter, as manchas solares, etc. Sua metodologia de investigação científica
vista à expansão da prosperidade humana. Ele era um crítico do pensamento era baseada na observação, experimentações e valorização da matemática
contemplativo e abstrato (escolástica medieval). A ciência deveria valorizar a para enunciar as regularidades dos fenômenos.
pesquisa experimental, visando proporcionar benefícios para o ser humano.
Para isso, Bacon propunha que os cientistas se libertassem daquilo que ele 2. Grande Racionalismo
denominou ídolos (erro enraizado, falsa noção, preconceito ou mau hábito O racionalismo é um campo do conhecimento que valoriza a razão
mental), constituído por 4 aspectos: no processo de conhecer a verdade. Como já vimos, o principal filósofo é o
Ídolos da tribo: falsas noções provenientes das próprias limitações da francês René Descartes (1596-1650). Ele defendia que para conhecer a verdade
natureza da espécie humana. é preciso colocar todos os nossos conhecimentos em dúvida. Questionar e
Ídolos da caverna: as falsas noções do ser humano como indivíduo analisar criteriosamente se existe algo que possamos ter plena certeza.
(referência aos sentidos que podem levar o erro alusão ao Mito da Caverna, Fez da dúvida um método de investigação. Uma das verdades que ele
de Platão). chegou foi o Esse princípio tornou-se a
Ídolos do Mercado ou do foro: falsas noções provenientes da linguagem estrutura de sua filosofia. Dessa forma, o ser humano é um indivíduo autônomo
e comunicação. que pensa, uma substância pensante.
Ídolos do teatro: as falsas noções advindas das concepções filosóficas, Ao continuar aplicando o seu método, Descartes chegou a outras
científicas e culturais vigentes. conclusões. Haveriam 3 substâncias: a pensante, correspondente à
Para combater estes ídolos (falsas noções), Francis Bacon defendia a consciência, a razão; extensa, mundo corpóreo ou material; e infinita, relativa
observação (rigorosa da natureza), racionalidade (organização dos dados e a Deus, criador do mundo e dos seres, no entanto, esta sustância é
observações recolhidas), formulação de hipóteses (explicações gerais) e transcendente, isto é, não faria parte do mundo e dos seres que criou.
comprovação (através de experimentos repetidos em novas circunstâncias). Inspirado no pensamento de Platão, Descartes era racionalista convicto.
Ouro pensador que lançará as bases do racionalismo é Galileu Galilei
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Não acreditava nas percepções sensoriais, as quais levavam aos erros do
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(1564-1642), que comprovará a teoria heliocêntrica e que a Terra gira em conhecimento humano e buscava na matemática um instrumento de
torno de si mesma (rotação) e em torno do sol (translação). Foi advertido pela evidências e demonstrações ele era matemático e considerado um dos
Igreja Católica de suas ideias heréticas e para não ter o mesmo destino de criadores da geometria analítica (ver as famosas coordenadas cartesianas).
Giordano Bruno, negou publicamente suas ideias, muito embora antes de Seu método tem 4 regras básicas para a busca do conhecimento
falecer, em 1638, publicou clandestinamente mais uma obra que contrariava os verdadeiro:
dogmas oficiais. 1) Regra da evidência: só aceitar algo verdadeiro desde que seja
Desenvolveu o método matemático-experimental, elaborando a lei da evidente por sua clareza e distinção. Isso se processa na mente, no
queda livre dos corpos e o aperfeiçoamento do telescópio, permitindo exercício racional. Propunha as ideias inatas, isto é, ideias que já

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nascemos com ela como, por exemplo, as ideias matemáticas e da Esse entendimento de Espinosa está estruturado num profundo
existência de Deus. racionalismo, porque não há superstições e nem mistérios, porque tudo se
2) Regra da análise: dividir as dificuldades e obstáculos em partes, para torna compreensível através da razão.
melhor resolvê- Por último, diferente do dualismo de Descartes, Espinosa não irá
separar o ser em mente e corpo (duas substâncias distintas). Para ele, são
3) Regra da síntese: ir dos problemas mais simples para os mais modos distintos de uma mesma substância, não existindo também uma
complexos. hierarquia, na qual a alma comandaria o corpo, já que fazem parte da mesma
4) Regra da enumeração: realizar verificações para ter absoluta certeza substância.
de que nenhum aspecto do problema foi omitido. O pensamento de Espinosa rompe com o pensamento de Platão e
Veja que embora inspirado em Platão, Descartes propõe uma Descartes que valoriza a superioridade da alma em relação ao corpo.
sistematização da busca da verdade, o qual o método da dúvida é o caminho Embora esse período fosse marcado pelo racionalismo, havia pensadores
seguro para conhecer algo verdadeiro. que eram críticos de seus contemporâneos e da confiança excessiva que
A partir da filosofia de Descartes, outros filósofos irão realizar um debate mostravam ter na razão. Um deles é Pascal (1623-1662). Embora fosse
crítico com ele, com suas reflexões. Um deles, já vimos nas aulas anteriores: matemático e físico (criador da primeira calculadora) defendia que as questões
Hobbes. Outro é o filósofo Espinosa. humanas não poderiam ser reduzidas em relações matemáticas. Sua frase
Espinosa (1632-1677) era um crítico da superstição, a qual através da
imaginação é incapaz de compreender a ordem do universo. Através da
superstição religiosa se desenvolveriam outras na filosofia e na política. Para ele, Seu pensamento focou em analisar a natureza trágica do ser humano,
diferente de Descartes, Deus não é transcendente e nem voluntarioso, mas sim qual seja: é ao mesmo tempo magnífico, mas também miserável, capaz de
imanente, isto é, Ele é o próprio universo não está fora do mundo. Esta ideia alcançar grandes verdades, mas também de gerar grandes erros. Para ele, o
de identificar Deus com a totalidade das coisas (panteísmo) lhe causou muitas ser humano só poderia conhecer as verdades das aparências, porque
perseguições. 3 3
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somente Deus, autor de tudo, poderia compreender tudo.
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Assim como Descartes, o seu conceito de substância (essência de um Pascal era cristão fervoroso e suas principais críticas se dirigem ao
ser), é aquilo que não precisa de nada fora de si para existir. Entretanto, para pensamento de Descartes. Deus não era um engenheiro do mundo, das
Espinosa, a única substância que reflete isso é a totalidade das coisas, verdades geométricas. Para acreditar em Deus é preciso ter fé, não
considerando que tudo o que existe está fundado em uma única realidade ou necessitando de sua comprovação veja que há uma influência do pensamento
substância. Além disso, nesta concepção, Deus é infinito e abrange a totalidade de Santo Agostinho.
das coisas. O que isso tudo quer dizer no pensamento de Espinosa? Deus é a
única e verdadeira substância do mundo, que é a totalidade das coisas, a
própria natureza e os demais seres estão permeados por esta substância.

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2 Empirismo formar na mente como, por exemplo, os conceitos matemáticos e a noção de


Deus. Outros defensores das ideias inatas foram Platão e Santo Agostinho.
Para os empiristas, não existiam as ideias inatas, porque o
conhecimento depende da experiência, dos sentidos. Os principais filósofos
desta corrente são Thomas Hobbes, John Locke e David Hume. Aristóteles e
São Tomás de Aquino também estariam inseridos nesta forma de percepção do
conhecimento.
O empirismo britânico foi o que mais produziu reflexões sobre o debate
com os racionalistas: já vimos Francis Bacon e agora vamos ter contato com
mais algumas ideias de Hobbes, Locke e Hume.

Experimento com um pássaro em uma bomba de ar 2.1 Thomas Hobbes (1588-1679)

Os filósofos empiristas vão se opor aos racionalistas. Para os


primeiros, como já vimos, o conhecimento parte da experiência e não do simples
exercício racional.
Ao longo dos séculos XVI e XVII surgiram os questionamentos sobre os
métodos para se chegar ao conhecimento verdadeiro. Para os racionalistas, o
conhecimento era obtido pela razão e era mais confiável do que aquele que se
O pensamento de Hobbes ficou mais
obtém pela experiência sensível (sentidos, as aparências). Por outro lado, para
conhecido por suas reflexões em defesa do absolutismo e pelo debate acerca
os empiristas, o conhecimento se origina através da experiência. Já no século
XVIII, o iluminista Immanuel Kant vai tentar realizar uma síntese destas duas
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No entanto, suas reflexões vão para além disso.


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correntes elaborando o que ficou conhecido como apriorismo Kantiano, no qual


Para ele, a filosofia é a ciência dos corpos (tudo o que tem existência
o conhecimento se dá através da experiência, mas os dados observados são
material). A filosofia da natureza estudaria a ciência dos corpos, enquanto a
organizados pelo exercício da razão vamos aprofundar essa ideia no próximo
filosofia política pesquisaria os corpos artificiais (Estado). E tudo o que não fosse
capítulo.
material deveria ser excluído da reflexão filosófica.
Uma das críticas dos empiristas é sobre a concepção de ideias inatas
Para este filósofo britânico, a realidade é explicada por dois elementos:
de René Descartes. Para este pensador, há ideias que nascem com o sujeito
o corpo, elemento material existente independente de nosso pensamento e o
pensante e, por isso, dispensaria a percepção de um objeto exterior para se
movimento, que pode ser determinado pelas relações matemáticas. As ideias e

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os pensamentos são imagens das coisas impressas no corpo, portanto advindas Ideias da reflexão: combinação e associação das sensações por um
da sensação. processo de reflexão, de tal maneira que a mente vai desenvolvendo outra série
No plano ético, Hobbes afirma que o homem está preocupado com a de ideias que não poderiam ser obtidas das coisas externas (a percepção, o
conservação da vida, por isso, cada pessoa tende a considerar como bem o duvidar, o crer, o raciocinar). Nem tudo para ele se limitaria exclusivamente ao
que lhe agrada e como mal o que lhe ameaça. Isso quer dizer que bem e mal conhecimento sensível como, por exemplo, o matemático, que tem validade em
não são valores universais introjetados nas pessoas, mas depende de seus termos lógicos sem base na experiência, portanto, Locke não era um empirista
interesses. Bem, se esses valores são relativos, dependendo de cada pessoa, radical.
como se daria a convivência entre os indivíduos? Hobbes vai responder que Locke era um crítico do poder Absolutista. Assim como não existiria
haveria necessidade de um poder absoluto, acima das vontades e interesses ideias inatas, também não haveria poder inato (divino), como defendiam os
pessoais, que conservaria a ordem e impediria a destruição mútua entre as adeptos do absolutismo monárquico.
pessoas vamos voltar ainda às concepções de Hobbes sobre política e ética. Para a proteção da liberdade dos cidadãos, defendia um pacto social
entre as pessoas, no qual as leis deveriam expressar as normas estabelecidas
2.1 John Locke (1632-1704) pela própria comunidade, que escolheria através do consentimento a forma de
governo adequada para o bem comum.
Em resumo, era um crítico da tirania e do abuso de poder, porque isso
diminuiria a liberdade dos indivíduos. Seu pensamento ajudou a estruturar
concepções do liberalismo e da democracia liberal, além de ser considerado um
precursor das ideias iluministas (tolerância religiosa, liberdade individual,
expansão do sistema educacional, livre concorrência, defesa da propriedade
privada, etc.) Assim como Hobbes, voltaremos em suas concepções políticas

É considerado um dos principais pensadores do empirismo e do quando na aula de nº 08, cujo tema é

liberalismo. Vai inspirar os filósofos iluministas Montesquieu e Voltaire.


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Combateu a concepção de ideias inatas proposta por Descartes. Para ele, 2.3 David Hume (1711-1776)

ao nascermos, somos uma rasa


em nós, nenhuma ideia é previamente colocada em nós. Somos uma folha de
papel em branco. As ideias são adquiridas ao longo da vida mediante a
experiência sensível e é processada internamente. Identificou dois tipos de
ideias:
Ideias da sensação: são as primeiras ideias, aquelas que vem dos
sentidos.

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Também era um crítico do racionalismo e das ideias inatas. Defendia que 3. Iluminismo
tudo o que há em nossa vida psíquica são percepções, separadas em:
Impressões: dados fornecidos pelos sentidos, como as impressões Nos séculos XVII e XVIII o sistema capitalista passou por consolidação,
visuais, auditivas e sensorial. que irá culminar com a 1ª Revolução Industrial (1760), iniciada na Inglaterra e
Ideias: representações mentais (memória, imaginação) derivadas das expandida para os demais países europeus.
impressões sensoriais. O Antigo Regime e sua organização em estamentos (clero, nobres e
Podemos concluir que para ele toda ideia é uma representação de demais grupos sociais) não permitia a igualdade jurídica, além de manter muitos
alguma impressão. privilégios aos dois primeiros estamentos. Estava também alicerçado no
Hume era um crítico do método indutivo, isto é, que parte do individual absolutismo monárquico. A burguesia, a qual surgiu na baixa Idade Média, se
ao universal. Neste, através de uma percepção repetida chega-se a experiência transforma em uma classe social, que irá pressionar por modificações. A
sensorial que poderíamos concluir que em determinadas situações o fenômeno Revolução Francesa irá possibilitar expansão das ideias consideradas
irá ocorrer. Para ele, a conclusão indutiva, por maior que seja o número de burguesas.
percepções repetidas do mesmo fato, não possui fundamento lógico, porque É válido recordar que o racionalismo era uma forma de pensar o
sempre acreditará em algo que aconteceu hoje continuará existindo sempre, mundo que atraiu muitos adeptos, devido a confiança na razão como
sem experimentar aquilo que pode vir acontecer de forma diferente. Um exemplo instrumento do ser humano em enfrentar os desafios da vida e equacionar
seria a crença de que o Sol nascerá amanhã, porque repetidas vezes assim os problemas
sucedeu, no entanto, em termos lógicos, nada pode garantir essa certeza. as ciências da natureza (química, física e biologia).
A partir dessas reflexões mostrou ceticismo teórico, porque o É neste contexto que surge o Iluminismo ou Ilustração ou Filosofia das
conhecimento científico também poderia estar ancorado em crenças e Luzes que, a priori, é um movimento cultural, mas que vai produzir reflexões
hábitos intelectuais sem bases estritamente racionais. Assim, o cientista em várias esferas da vida como a econômica, a política e a social. As primeiras
deve apresentar suas teses como probabilidades, não como certezas manifestações iluministas começaram na Inglaterra, porém, o principal polo
irrefutáveis. 3 3
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irradiar foi Paris (França), a qual passou a ser modelo cultural para vários países
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no século XIX.
Os pensadores do iluminismo defendiam principalmente os seguintes
aspectos, os quais também fazem parte da ideologia burguesa:
a liberdade: os seres humanos são livres para pensar e só podem perder
essa condição se desrespeitarem as Leis (normas e regras). São necessários
indivíduos livres para realizar seus negócios, pois sem indivíduos livres, sem o
assalariamento, não haveria mercado comercial. A maioria dos iluministas se
posicionaram contrários à escravidão.

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a igualdade: perante a lei, com o intuito de regulamentar as negociações exemplo, os construídos pelos filósofos da Antiguidade ou por Descartes e
e atos comerciais, bem como colocar todos os grupos no mesmo nível. Espinosa.
a tolerância religiosa: as guerras religiosas dificultavam os atos
comerciais e estes precisam ser realizados entre os diversos grupos religiosos.
do direito da propriedade privada: o comércio só é possível em uma
sociedade na qual as pessoas possuem propriedade de bens ou de capitais,
conferindo ao proprietário o direito de usar e dispor livremente do que lhe
pertence.
Como podemos perceber, essas características gerais estão
fundamentadas no pensamento do filósofo empirista John Locke.
Embora grande parte dos pensadores iluministas tivessem ideias
3.1 Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
próximas à ideologia burguesa, não podemos dizer que todos defendiam esses
valores não foi um movimento uniforme e coeso em sua totalidade.
Diferente de muitos outros filósofos tradicionalistas, os iluministas
divulgavam suas ideias conversando e debatendo nas ruas e salões (ponto de
encontro). Assim, enfatizaram a capacidade humana de utilizar a razão para
conhecer a realidade e intervir nela.
O processo de ilustração (adquirir conhecimento e esclarecer-se) trazia
a proposta de libertar o ser humano dos medos irracionais, superstições e
crendices, questionando as tradições do pensamento e incentivando a As concepções político-filosóficas de Rousseau influenciaram grande

construção do conhecimento de maneira autônoma, de forma racional. Uma das parte dos participantes da Revolução Francesa (1789), bem como as instituições

formas inovadoras de divulgar o conhecimento foi através da Enciclopédia. democráticas republicanas.


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A Enciclopédia (conhecimento panorâmico) foi um grande marco do Embora seja classificado como iluminista, sua produção filosófica não se

iluminismo. Publicaram 33 volumes que pretendia reunir e resumir os principais enquadra totalmente nas características do movimento da ilustração. Defendia a

conhecimentos nos campos científicos e filosóficos. Estas publicações foram liberdade e o combate aos vícios sociais. Por outro lado, não negou sua

organizadas por Denis Diderot (1713-1784) e -1783). formação cristã e criticou o que chamava de excessos do racionalismo. Alguns

Seus artigos caracterizavam-se por um pensamento crítico, defendendo o o consideram como uma figura de transição do iluminismo e um precursor do

racionalismo, separação entre Estado e Igreja, confiança no progresso da romantismo.

humanidade. Eram contrários aos grandes sistemas filosóficos como, por Elaborou reflexões sobre várias áreas do saber, tais como: ciências, artes,
educação e línguas. Entretanto, ganhou notoriedade com as reflexões acerca

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das instituições sociais e políticas Discurso Outro tema que irá ganhar destaque na filosofia de Jean-Jacques é a
Do desigualdade, como vimos na aula 03 de Sociologia. Para ele, a desigualdade
entre os seres humanos se deu no momento em que alguém cercou um pedaço
contratualista de terra (terreno) e disse que aquilo era seu, dando origem a propriedade
seus predecessores Hobbes e Locke. Contudo, diferente deles, vai ter uma visão privada primeira desigualdade; a desigualdade de posses ou fortuna.
diferente do estado de natureza. Veja, para Locke a propriedade privada é essencial e é o que permite em
Hobbes via o estado de natureza como um estado de guerra, devido a seu entendimento a liberdade e a igualdade, lembrando que estes valores estão
essência do ser humano ser ruim, egoísta e preocupado tão somente com sua atrelados ao que podemos denominar de ideologia burguesa, pois só com
conservação. Para tanto, era necessário a monarquia absolutista, para frear a liberdade e igualdade jurídica entre os homens é possível ter uma fluidez nas
destruição e garantir a ordem. Locke, defendia que a passagem do estado de transações comerciais e nas negociações. Rousseau vai dizer que é a partir
natureza para o estado de um governo civil era necessária, já que somente da propriedade privada que surgem as disputas e guerras. Os ricos buscam
perante as leis o homem está em igualdade, garantindo assim um estado de garantir suas posses e os demais acreditam que isso é natural, e acreditam que
proprietários, de organização e ordem. Para Rousseau, ambos definiam o estão mais seguros assim, o que os levam a um acordo para formar a sociedade
homem em seu estado de natureza (antes da sociedade) para justificar suas civil e estabelecer regras de convivência (Leis). Isso é o contrato social.
defesas de um determinado tipo de governo, que refletia a sociedade desigual e A partir da sociedade civil, aparecem os primeiros dirigentes, que vão
injusta. acumular privilégios, poder e fortuna, aumentando ainda mais as desigualdades.
O filósofo franco-suiço vai propor uma visão bem diferente do estado de Dessa forma, diferente de Locke que via a sociedade civil como um avanço,
natureza, fazendo uma imersão nas reconhece ser Rousseau vai defender que com o surgimento da sociedade e suas
apenas um exercício filosófico baseado numa hipótese e não como fato histórico. instituições, desaparece a bondade natural.
Para ele, o ser humano em seu estado de natureza vivia isolado, livre e feliz, A partir dessas reflexões, o filósofo franco-suíço vai pensar qual seria a
guiado por bons sentimentos e em harmonia com o meio ambiente. Tinha melhor forma de organização política, já que não é possível voltar mais ao estado
os sentidos mais desenvolvidos do que o intelecto e suas paixões eram o amor
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de natureza. Conclui que o soberano deve conduzir o Estado conforme a
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de si (paixão inata que leva cada um a autopreservação) e piedade vontade geral de seu povo, sempre buscando o bem comum. Somente a partir
(repugnância de ver o sofrimento alheio). Diferente de Hobbes que via o ser de bases democráticas garantiria aos cidadãos certa liberdade e igualdade
humano no estado de natureza como mau em sua essência, Rousseau vai dizer jurídica. Com essa concepção, Rousseau ficou conhecido como defensor da
que o ser humano em sua essência é bom, mas que a sociedade o corrompe. A pequena burguesia e um dos inspiradores da Revolução Francesa, que eclodiu
visão de Rousseau enfatiza o mito do bom selvagem. Diferente de outros 10 anos após sua morte.
animais, o ser humano estaria mais livre dos instintos, apresentando a
capacidade de mudar o seu estado e sua forma de organização social
perfectibilidade humana.

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3.2 Immanuel Kant (1724-1804) Juízo analítico: o predicado elucida o que está contido no conceito do
sujeito. Exemplo: o quadrado (sujeito) tem 4 lados (predicado).
Juízo sintético: o predicado não está contido no sujeito. Exemplo: os
corpos (sujeito) se movimentam (predicado). Este tipo de juízo amplia o
conhecimento, porque é necessário saber quais são os corpos e como eles se
movimentam.
Além dos tipos de juízos, há os valores dos juízos:
Juízo analítico É um conhecimento necessário e
Kant é um dos autores mais cobrados nas questões do ENEM. Já vimos universal
algumas de suas reflexões nas aulas anteriores, sua síntese entre racionalismo Serve apenas para explicar
e empirismo. Suas indagações principais são: o que posso saber? Como devo aquilo que já se conhece, não
agir? O que posso esperar? O que é o ser humano? Sua principal obra é a conduz a conhecimentos novos.
do pensamento de Devid Hume. Juízo sintético (posteriori) Não é um conhecimento necessário e
Para Kant, a ilustração é um momento que rompe com a menoridade, isto universal. Depende da experiência,
é, o ser passa a ter uma consciência de sua inteligência para fundamentar sua cuja validade pode variar no tempo e
própria maneira de agir, sem a tutela ou doutrinação de outra pessoa ou no espaço.
instituição. Juízo sintético (a priori) Acrescenta informações novas ao
Em seus estudos de gnosiologia (conhecimento) há duas formas básicas sujeito. Não está limitado a
do ato de conhecer: experiência, depende da razão. É
Conhecimento empírico: dados ou informações fornecidas pelos necessário e universal. Este juízo é
sentidos, através da experiência (posteriori). Exemplo: esta caneta é de cor o que importa para a ciência.
azul. Foi necessário ver a caneta para constatar sua cor (conhecimento posterior
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Exemplo: duas linhas paralelas jamais
a experiência). de encontram no espaço.
Conhecimento puro: não depende de qualquer dado ou informação
oferecida pela experiência. É uma operação racional. Exemplo: relações Como vimos, Kant realiza uma síntese entre o racionalismo (razão) e os
matemáticas e geométricas, porque são de caráter universal, anterior à empiristas (experiência) para entender como se dá a possibilidade de se
experiência conhecer algo. Buscou saber como é o sujeito a priori, isto é, antes de
O conhecimento puro conduz a juízos universais e necessários, qualquer experiência. Concluiu que existem no ser humano certas estruturas
enquanto o conhecimento empírico não apresenta essa característica. que possibilitam a experiência (as formas a priori da sensibilidade e de
Esses juízos são classificados em alguns tipos, a saber: entendimento). Por isso, ficou cunhado como apriorismo kantiano.

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Formas a priori de sensibilidade: a percepção da realidade se dá no Legislativo, cada qual com suas
tempo e no espaço, permitindo a experiência sensorial. funções específicas.
Formas a priori de entendimento: os dados coletados pela sensibilidade Voltaire (1694-1778) É considerado o mais famoso
são organizados pelo entendimento de maneira racional através de certas iluminista e foi uma referência para os
categorias (causa, necessidade e relação), que servirão de base para a emissão demais. Destacou-se por sua ironia e
de juízos sobre a realidade. crítica à prepotência dos
O conhecimento para Kant é o resultado da interação entre o sujeito que poderosos, ao clero católico e à
conhece (a partir das suas estruturas a priori de sensibilidade e de entendimento) intolerância religiosa. Dizia que a
e o objeto conhecido. O que isso quer dizer? Que não conhecemos as coisas crença em Deus é uma necessidade
tal como a percebemos. Elas são conhecidas através de nossas próprias social e que se ele não existisse seria
estruturas: a sensibilidade oferece os dados do objeto e o entendimento preciso inventá-lo. Defendeu que a
determina as condições pelas quais o objeto é pensado. melhor forma de governo era através
O pensamento de Kant revolucionou o pensamento, tanto é que ele de um soberano esclarecido, que
mesmo fez uma analogia a Revolução de Copérnico nas ciências com a teoria respeitasse as liberdades
heliocêntrica, que resolveu impasses da astronomia da época. Kant inverteu a individuais e a liberdade de
questão tradicional de que o objeto é que regulava o conhecimento. Para o pensamento.
filósofo alemão, os objetos passaram a ser regulados pelas formas a priori Adam Smith (1723-1790) liberalismo
(sensibilidade e entendimento) de nosso conhecimento. econômico. Em sua principal obra

3.2 Outras contribuições iluministas criticou a política mercantilista,


Montesquieu (1689-1755) baseada na intervenção do Estado.
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a separação dos poderes, cujo 3 3
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Para ele, a economia deve ser
objetivo era realizar uma harmonia regida pelas próprias leis do
entre os poderes (peso e mercado, do jogo livre da oferta e
contrapeso), evitando os abusos de da procura. O mercado se
poder e garantir proteção as autorregularia (mão invisível),
liberdades individuais. Para isso, o dando conta das necessidades
Estado deveria ser dividido em Poder sociais e dos seres humanos. O
Judiciário, Poder Executivo e Poder trabalho era visto como a principal
fonte de riqueza para as nações,

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devendo o mesmo ser conduzido pela 4 Resumo


livre iniciativa dos particulares
(privado), sem a intervenção do
Estado. Este deveria cuidar da
segurança e da ordem, para prover as
condições necessárias para as
negociações e relações comerciais.

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5 EXERCÍCIOS

1 ENEM 2016)

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Resolução: essa é uma questão que podemos classificá-la como ser apresentado como uma probabilidade, não como uma certeza
difícil. David Hume é um filósofo empirista, isto é, que defende o irrefutável.
experimento como a forma de conhecer as coisas. No entanto, ele criticou
o método indutivo (que parte do individual para o universal), porque para Gabarito: C
ele uma coisa que se repete a partir de uma observação não quer dizer que
continuará ocorrendo em tempo futuro essa noção influenciou o filósofo 2 ENEM 2016)
Kant. Voltemos ao texto de suporte. Ele dá o exemplo do pão que, no
passado, ao comê-lo, alimentou-o. Entretanto, ao comer outro pão, em
determinado tempo distinto, não quer dizer que irá trazer as mesmas
sensações. Neste mesmo sentido, podemos lembrar do exemplo clássico
do sol. De tanto observarmos repetidas vezes o seu nascimento, acabamos
concluindo que ele irá nascer dia após dia, porém, logicamente, essa
certeza não é possível. Isso mostra a crítica de Hume ao método indutivo,
defendendo que o método dedutivo (lógico e matemático) é que poderia
operar conclusões corretas. Dessa forma, apresenta um ceticismo teórico,
porque haveria dificuldade em fundamentar as leis científicas em bases
empíricas. O conhecimento (as teses científicas) deve ser apresentado
como probabilidades, não como certezas irrefutáveis.
A: a consequência não é a universalidade do conjunto das
proposições de observação, mas sim sua limitação em universalizar a
partir de repetições algo que irá acontecer no tempo futuro.
B: aqui muitos apontariam esta alternativa, partindo do pressuposto
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de que Hume é um empirista, mas, como vimos, ele reconhece certas


limitações do conhecimento científico, especificamente o método indutivo.
D: pelo contrário, para ele é através da experiência que se conhece
algo (através das impressões).
E: embora exista uma relação de uma observação singular (repetida
em várias circunstâncias) para uma afirmação universal (que sempre vai
acontecer assim), o texto tem como consequência mostrar as limitações
da experiência, do método indutivo e que o conhecimento científico deve

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Resolução: essa é uma questão que podemos classifica-la como Dessa forma, a noção de justiça contribui com a manutenção da ordem e do
fácil. Traz dois textos de suporte: um do filósofo Hobbes e outro do filósofo equilíbrio social.
Locke. No entanto, o seu enunciado solicita a concepção do estado de Gabarito: B
natureza em Hobbes. Não restam dúvidas que é a alternativa A, que mostra
a essência má do ser humano e a busca incessante da conservação da vida 4 ENEM 2016)
(estado de guerra).
Gabarito: A

3 ENEM 2016:

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Resolução: essa é uma questão de dificuldade média. O filósofo


Resolução: essa é uma que questão que podemos classificar sua
francês René Descartes faz parte do racionalismo, que defende a razão
Para o pensador inglês John Locke, a noção de justiça
como meio de conhecer o mundo e as coisas. Em sua busca do saber
permeia a mais precária coletividade, portanto, podemos inferir que diferente de
verdadeiro procurou questionar tudo (método da dúvida), enfatizando a
Hobbes, no estado de natureza não haveria um caos total, um estado de guerra,
autonomia do sujeito pensante nesta construção.
porque existiria ali alguma noção de justiça até mesmo em aqueles que se
A: Descartes era racionalista e criticava que os sentidos não
afastaram a tal ponto da própria humanidade, conservariam em si as regras da
produziam um conhecimento verdadeiro, porque estes são aparência. É
justiça. Claro, na sociedade civil a consciência da justiça seria mais ampla.

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importante lembrar que os empiristas tecem um diálogo crítico com 5 ENEM 2015)
Descartes, porque para estes o conhecimento é produzido pelas
experiências.
B: Descartes é um crítico da tradição (escolástica-medieval), porque
estes não questionavam e não procuravam o saber verdadeiro.
C: A teoria de Descartes, através de seu método hiperbólico coloca
em dúvida suas próprias concepções e existência, portanto, não defende
uma postura ortodoxa (dogmática ou que não pode mudar).
E: a concepção do agente moral está relacionado ao campo ético, e
não na busca do saber verdadeiro, mas sim a comportamentos do sujeito.

Gabarito: D

Resolução: essa é uma questão fácil. Sabemos que o cogito, isto é, a

Descartes chegou, após aplicar o seu método hiperbólico de que poderia existir
que o faria pensar em uma
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determinada coisa, enquanto, na verdade, essa coisa poderia ser outra. Ora, se
o sujeito pensa, mesmo que este fosse levado a algum erro, necessariamente
ele existe. Assim, Descartes estabelece um princípio e um método indubitável,
através da razão, para a busca do conhecimento verdadeiro.
Gabarito: D

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6 ENEM 2014) E: a filosofia cartesiana não fortalece os preconceitos religiosos, pelo contrário,
contribui com o questionamento.
Gabarito: D

7 ENEM 2013)

A) dissolução do saber científico


B) recuperação dos antigos juízos.
C) exaltação do pensamento clássico.
D) surgimento do conhecimento inabalável.
E) fortalecimento dos preconceitos religiosos.

Resolução: essa é uma questão que podemos classificar como fácil. Para o
filósofo francês para se chegar a uma certeza foi preciso primeiro duvidar, ou
seja, o conhecimento verdadeiro para ser inabalável foi gerado pela própria
dúvida. 3 3
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A: pelo contrário, consolidação do saber científico. A) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade.
B) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções.
B: ele rompe com a tradição (aristotélica-tomista ou escolástica medieval)
C) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos.
C: embora valorize a razão como processo do conhecimento verdadeiro, assim D buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados.
E encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.
como no pensamento clássico (Platão e Sócrates), não faz uma exaltação,
porque coloca tudo em questionamento e propõe um método para se chegar ao Resolução: essa é uma questão que podemos considera-la como fácil. O
conhecimento verdadeiro, bem como regras deste método e de apresentação primeiro texto de suporte mostra uma crítica de Descartes à educação que
das conclusões. recebera (tradição escolástica), fundamentada em falsas opiniões, incertezas e
dúvidas. Para romper com isso (ver o texto o segundo texto de suporte da

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questão), foi necessária uma radicalização no processo de busca do Resolução: essa é uma questão que eu considero como de dificuldade média.
conhecimento verdadeiro. O texto de suporte faz uma analogia implícita entre dois momentos: a Idade
pela tradição ao invés de enfrentarem as dúvidas e a radicalizarem. Portanto, Moderna e a Idade Contemporânea. Para o autor do fragmento, os filósofos
não restam dúvidas de que para a construção radical do conhecimento deve-se racionalistas René Descartes e Francis Bacon propunham e defendiam uma
questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. confiança exacerbada na razão para que o homem dominasse a natureza, mas
isso não era um projeto de poder, e sim a intenção de libertar os homens de
Gabarito: B
superstições, intempéries naturais e enriquecer sua vida cultural. Por outro lado,
na Idade Contemporânea a dominação da natureza é um projeto de poder, de
8 ENEM 2013)
consumo, sem aspirações de libertar o homem ou de contribuir culturalmente. O
enunciado da questão solicita o objetivo da investigação científica na Idade
Moderna.

A: está incorreta porque buscavam a verdade e não pretendiam resolver as


disputas teóricas existentes, até mesmo porque os questionamentos levam a
novos conhecimentos.
B: essa alternativa expressa uma postura ortodoxa, a qual não era um postulado
na investigação científica.
C: valorização da razão tanto pelos racionalistas como pelos iluministas,
servindo como modelo para outras áreas que buscam o progresso.
D: pelo contrário, a maioria dos pensadores deste período desenvolveram
também debates no campo da ética e suas concepções filosóficas perpassavam
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pelos discursos religiosos. Por exemplo, Descartes acreditava em Deus e o
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A) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas definia como substância infinita; Espinosa acreditava que Deus era a totalidade
ainda existentes.
B) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que das coisas e que estava em tudo; Pascal defendia a concepção cristã de Deus.
outrora foi da filosofia. E: pelo contrário, incentivavam o debate.
C) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que
almejam o progresso.
D) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os Gabarito: C
discursos éticos e religiosos.
E) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos
debates acadêmicos.

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C: a corrente racionalista defende a razão e a empirista a experiência, portanto,


não há uma interdependência.
9 ENEM 2013)

D: essa é uma concepção dos racionalistas.

E: ambas as correntes se refutam mutuamente quanto a natureza do


conhecimento, entretanto, Kant irá fazer uma síntese entre elas e resolver o
impasse, por isso, o seu apriorismo (fundamentado no apriorismo de
sensibilidade e de entendimento que é anterior a experiência) ficou conhecido
como revolução copernicana na filosofia. Para Kant, a experiência fornece os
dados e a razão os organizam.

A) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento. Gabarito: A


B) defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o
ceticismo.
C) revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a
reflexão filosófica.
D) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias
em relação aos objetos.
E) refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são
ambas recusadas por Kant.

Resolução: essa é uma questão de dificuldade média. O fragmento do texto de


suporte é de autoria do filósofo iluminista Immanuel Kant, colocando uma
questão que ficou por muito tempo num impasse na investigação científica: como
é possível conhecer algo? É o objeto que regula o conhecimento ou o sujeito?
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Para os racionalistas (Descartes, Bacon, Espinosa), o conhecimento é produto


da razão, do sujeito pensante e os sentidos levam ao erro. Já para os empiristas
(Hobbes, Locke, Hume), todo conhecimento é gerado pela experiência, portanto,
é regulado pelo objeto. Assim, já detectamos a alternativa correta (A), porque
menciona os pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento.

B: nenhuma das duas correntes defendem o ceticismo.

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10 ENEM 2013) 11 ENEM 2012)

A) defendem os sentidos como critério originário para considerar um


conhecimento legítimo.
B) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na
A) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas. reflexão filosófica e crítica.
B) consagração do poder político pela autoridade religiosa. C) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento.
C) concentração do poder nas mãos de elites técnico-cientifícas. D) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e
D) estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo. aos sentidos.
E) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante E) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção
eleito. do conhecimento.

Resolução: essa é uma questão de nível fácil. Montesquieu é um filósofo Resolução: essa é uma questão de nível médio. Os textos de suporte colocam
iluminista, que propôs a separação dos poderes, para evitar os abusos de poder. ideias de autores de correntes distintas. Descartes é um grande racionalista, que
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No texto de suporte, o fragmento mostra isso: evitar a concentração de poder em defende a razão como princípio do conhecimento e critica os sentidos, porque
uma única pessoa, mostrando uma crítica ao absolutismo. Portanto, não restam estes levam a erros. Já David Hume, é um empirista, o qual diz que todo
dúvidas de que a alternativa correta é a D, que defende um modelo político que conhecimento é produzido pelas impressões (sentidos).
limite os atores públicos e as instituições do governo.

A: Hume sim, mas Descartes não.


Gabarito: D

B: Para Hume é preciso suspeitar do significado de uma ideia, procurando saber


qual impressão a possibilitou. Descartes valoriza o questionamento, a dúvida.

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12 ENEM 2012)
C: Nenhum dos dois fazem parte do criticismo. Hume é empirista e Descartes é
racionalista.

D: Não. O conhecimento humano é possível. O que muda é natureza. Para Hume


é a experiência (impressões) e para Descartes é a razão.

E: é a verdadeira, porque atribuem diferentes lugares aos sentidos. Como já


vimos, para Descartes os sentidos são enganosos. Para Hume, os sentidos
(impressões) é geram as ideias, o conhecimento.

Gabarito: E

A) a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da


maioridade.
B) o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades
eternas.
C) a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma
heterônoma.
D) a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de
entendimento.
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E) a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela
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própria razão.

Resolução: essa é uma questão de dificuldade fácil. Kant, filósofo iluminista, vai
conceituar o que ele entende por esclarecimento no texto de suporte. Para ele,

habituado ser dirigido por outrem no que pensar e como pensar uma crítica
direita à filosofia medieval. Agora, com a ilustração (iluminismo) foi garantido ao
homem a liberdade frente as amarras que lhe prendia (através dos avanços

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científicos e filosóficos), conferindo autonomia da capacidade racional como


expressão da maioridade.
14 UFU 2008)
Gabarito: A

13 Enem 2015) Com base na teoria de Hobbes e no texto abaixo, marque a alternativa correta.

Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de O que Hobbes quer dizer falando de "guerra de todos contra todos", é que,
compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sempre onde existirem as condições que caracterizam o estado de natureza,
sentidos e a experiência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não este é um estado de guerra de todos os que nele se encontram.
fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que já
conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Campus, 1991. p. 36.
de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a
isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar. A) O estado de natureza e o estado de guerra estão relacionados apenas a
alguns homens.
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995. B) Hobbes caracteriza a "guerra de todos contra todos" como algo que pode
sempre existir.
Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar C) A "guerra de todos contra todos" independe de condições para existir.
que D) O estado de natureza caracteriza-se pela ausência de guerra.

a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação. Resolução: Segundo o cientista político, Noberto Bobbio, é que sempre que
b) o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível. existir as condições que caracterizam o estado de natureza, na concepção de
c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso.
d) os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na Thomas Hobbes teremos a guerra de todos contra todos, já que a essência do
memória.
e) as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na
empiria. -lo, Hobbes
defendia a monarquia absoluta.
Resolução: essa é uma questão fácil, porque já sabemos que para Hume as
ideias que surgem no intelecto têm origem na sensação. Gabarito: B
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Gabarito: A

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16 Uel 2015) Leia o texto a seguir.


15 Unicamp 2015)
As ideias produzem as imagens de si mesmas em novas ideias, mas, como se
A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova supõe que as primeiras ideias derivam de impressões, continua ainda a ser
de que não é inato. verdade que todas as nossas ideias simples procedem, mediata ou
imediatamente, das impressões que lhes correspondem.
LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.13.
HUME, D. Tratado da Natureza Humana. Trad. De Serafim da Silva Fontes. Lisboa: Fundação
O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte, Calouste Gulbenkian, 2001. p.35.

a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da Com base no texto e nos conhecimentos sobre as concepções de David
experiência. Hume, considere as afirmativas a seguir.
b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser
obtidos. I. Geralmente as ideias simples, no seu primeiro aparecimento, derivam das
c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias impressões simples que lhes correspondem.
inatas. II. A conexão entre as ideias e as impressões provém do acaso, de modo que há
d) defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento. uma independência das ideias com relação às impressões.
III. As ideias são sempre as causas de nossas impressões.
Resolução: John Locke é um empirista britânico, que critica o racionalismo, IV. Assim como as ideias são as imagens das impressões, é também possível
formar ideias secundárias, que são imagens das ideias primárias.
principalmente René Descartes, tanto por acreditar nas ideias inatas como por
defender que o conhecimento se dá através da razão (assim já podemos eliminar Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
as alternativas C e D). Se ele defende a experiência como forma de b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
conhecimento, logo não é cético. Portanto, o conhecimento para ele não é inato c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(nasce com o indivíduo), e sim uma aquisição que deriva da experiência. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Gabarito: A Resolução: David Hume é um empirista. Lembrando que diferente dos outros
empiristas, ele reconhece o limite das certezas científicas, mesmo que através
da experiência (crítica ao método indutivo, principalmente). As ideias têm uma
correspondência a alguma impressão. Se temos ideias simples é porque elas
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derivam de impressões simples (a primeira afirmativa está correta). A conexão


entre ideias e impressões não advém do acaso, mas da experiência e as ideias
são efeitos das impressões (descartamos as alternativas II e III). Como o
fragmento (texto de suporte) mostra, Hume acredita que ideias secundárias
podem existir a partir de ideias primárias, o que continua tendo origem do
conhecimento nas impressões, porque foi a partir delas que surgiram as ideias
primárias. Logo, as afirmativas I e II estão corretas.
Gabarito: B

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17 Uema 2015) Para Thomas Hobbes, os seres humanos são livres em seu 18 Pucpr 2015) Leia o fragmento a seguir, extraído do Discurso sobre a origem
estado natural, competindo e lutando entre si, por terem relativamente a mesma e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de Rousseau:
força. Nesse estado, o conflito se perpetua através de gerações, criando um
ambiente de tensão e medo permanente. Para esse filósofo, a criação de uma do homem que devo falar, e a questão que examino me indica que vou falar
sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos vivam em paz e deixem a homens, pois não se propõem questões semelhantes quando se teme honrar
de guerrear entre si, pressupõe que todos renunciem à sua liberdade original. a verdade. Defenderei, pois, com confiança a causa da humanidade perante os
Nessa sociedade, a liberdade individual é delegada a um só dos homens que sábios que a isso me convidam e não ficarei descontente comigo mesmo se me
detém o poder inquestionável, o soberano. tornar digno de meu assunto e de meus

Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre
eclesiástico e civil. Trad. João Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.159.
NOVA Cultural, 1997.
A partir da teoria contratualista de Rousseau, assinale a alternativa que
A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental na construção representa aquilo que o filósofo de Genebra pretende defender na obra.
dos sistemas políticos contemporâneos que consolidou a (o)
a) Que a desigualdade social é permitida pela lei natural e, portanto, o Estado não
a) Monarquia Paritária. é responsável pelo conflito social.
b) Democracia. b) Que a desigualdade social é autorizada pela lei natural, ou seja, que a natureza
c) Monarquia Republicana. não se encontra submetida à lei.
d) Monarquia Absolutista. c) Que no estado natural existe apenas o direito de propriedade.
e) Despotismo Esclarecido. d) Que a desigualdade moral ou política é uma continuidade daquilo que já está
presente no estado natural.
Resolução: Hobbes é um pensador do século XVII. Sua teoria do estado de e) Que há, na espécie humana, duas espécies de desigualdade: a primeira, natural,
e a segunda, moral ou política.
homens renunciariam sua liberdade para saírem do estado de guerra, de conflito, Resolução: a desigualdade para Rousseau tem duas espécies: uma de
onde o mais forte dominaria o mais fraco. Assim, o soberano reuniria poder natureza natural, que distingue os indivíduos pela idade, força física, condições
inquestionável para manter a ordem e o equilíbrio da sociedade. de saúde e outra moral ou política. Esta última rompe com o estado de natureza
de bondade dos seres (antes da formação da sociedade). A primeira
Gabarito: D
desigualdade moral ou política foi a noção de propriedade privada e depois, as
diferenças de privilégios de alguns seja por conquistarem poder político,
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econômico ou respeito social.

Gabarito: E

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FILOSOFIA FILOSOFIA
Prof. Raphael Reis Aula 04 Prof. Raphael Reis Aula 04

19 Ufsj 2012)

Os termos e para David Hume, são, 21 Espm 2012)


respectivamente, por ele definidos como
Os textos abaixo referem-se a pensadores cujas obras e ideias exerceram
a) percepções mais fortes, tais como nossas sensações, afetos e forte influência em importantes eventos ocorridos nos séculos XVII e XVIII.
sentimentos; percepções mais fracas ou cópias daquelas na memória e Leia-os e aponte a alternativa que os relaciona corretamente a seus
autores:
b) que se imprime à memória e nos permite ativar a imaginação; lampejos
inéditos sobre o objeto e sua
c) que fica impresso na memória independentemente da força: ação de criar Estado de base contratual. Esse contrato imaginário entre o Estado e os seus
a partir do dado cidadãos teria por objeto garantir os direitos naturais do homem, ou seja,
d) noção do sensível; raciocínio com força de lei que legitima a natureza liberdade, felicidade e prosperidade. A maioria tem o direito de fazer valer seu
no âmbito da ponto de vista e, quando o Estado não cumpre seus objetivos e não assegura
aos cidadãos a possibilidade de defender seus direitos naturais, os cidadãos
Resolução: as impressões são dados fornecidos pelos sentidos e são podem e devem pegar em armas contra seu soberano para assegurar um
percepções fortes. As ideias são representações mentais (memória,
imaginação), derivadas das impressões. Toda ideia (percepção fraca) é uma
de poderes (legislativo, executivo e judiciário). Em sua obra O Espírito das Leis
representação de alguma impressão sensorial (impressão forte).
alegava que tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a mesma corporação
exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar e o de julgar os
Gabarito: A crimes ou as desavenças dos particulares. Afirmava que só se impede o abuso

20 Ueg 2012) A) I - John Locke; II - Voltaire;


b) I - John Locke; II - Montesquieu;
David Hume nasceu na cidade de Edimburgo, em pleno Século das Luzes, c) I - Rousseau; II - John Locke;
denominação pela qual ficou conhecido o século XVIII. Para investigar a d) I - Rousseau; II - Diderot;
origem das ideias e como elas se formam, Hume parte, como a maioria dos e) I - Montesquieu; II - Rousseau.
filósofos empiristas, do cotidiano das pessoas. Do ponto de vista de um
empirista, Resolução: a obra Tratados sobre o Governo é do inglês John Locke, no
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qual define o funcionamento ideal do governo. O estado precisa garantir os


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A) não existem ideias inatas. direitos fundamentais dos homens e a propriedade privada, sendo que as leis
b) não existem ideias abstratas. produzidas para manter a ordem e a convivência entre as pessoas deveriam
c) não existem ideias a posteriori. estar de acordo a vontade da população. Assim, se o Estado não garante os
d) não existem ideias formadas pela experiência. direitos naturais (direitos fundamentais) e nem assegura o direito da propriedade
privada, os cidadãos podem se rebelarem. Já o Barão de Montesquieu defende
Resolução: essa é muito tranquila. Basta lembrar que os filósofos empiristas a separação dos poderes, para não existir o abuso de poder e o funcionamento
criticam as ideias inatas propostas por filósofos do racionalismo, principalmente harmônico das instituições. As ideias de ambos autores fundamentarão a
Descartes. democracia liberal, estruturada na democracia representativa.

Gabarito: A Gabarito: B

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FILOSOFIA FILOSOFIA
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22 UFU 2008) 23 Colégio Pedro II 2013)

Leia atentamente o texto abaixo.


A opção que expressa uma tese comum a Rousseau e a Marx é:
A partir dessa intuição primeira (a existência do ser que pensa), que é
indubitável, Descartes distingue os diversos tipos de idéias, percebendo que A) O homem nasce livre, mas em toda parte se encontra acorrentado.
algumas são duvidosas e confusas e outras são claras e distintas. B) A propriedade privada é a origem da desigualdade entre os homens.
C) As armas da crítica não podem dispensar a crítica das armas.
ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. Introdução à Filosofia. São Paulo: D) A religião é o ópio do povo, o coração de um mundo sem coração.
Moderna, 1993. p. 104.
Resolução: Rousseau defendia que a primeira desigualdade moral ou política
A primeira ideia clara e distinta encontrada por Descartes no trajeto das
meditações é foi quando alguém cercou um pedaço de terra (terreno) e disse que aquilo era
seu a partir disso se originou outras desigualdades. Karl Marx também vê na
A) a idéia do cogito (coisa pensante), pois na medida em que duvida, aquele
que medita percebe que existe. propriedade privada a origem da desigualdade entre os homens, porque esta
B) a idéia de coisa extensa, porque tudo aquilo que possui extensão é permite alguns terem o controle dos meios de produção, além de acumularem
imediatamente claro e distinto.
C) a idéia de Deus, porque Deus é a primeira realidade a interromper o riquezas e transmiti-las para as futuras gerações (herança).
procedimento da dúvida, no qual se lança aquele que se propõe meditar.
D) a idéia do gênio maligno, porque somente através dele Descartes consegue Gabarito: B
suprimir o processo da dúvida radical.

Resolução: Descartes em seu método de investigação científica defende a


dúvida como caminho, que garantirá ideias claras e distintas. O primeiro
conhecimento verdadeiro indubitável que Descartes chega é o cogito (substância
pensante), pois na medida em que duvida, aquele que assim medita, existe,

Gabarito: A

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