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FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS - FUPAC

FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE TEÓFILO OTONI/MG


CURSO DE DIREITO

JOSÉ VENÂNCIO FERREIRA DOS SANTOS

O INSTITUTO DA AUSÊNCIA E SUA APLICAÇÃO NO DIREITO CIVIL


BRASILEIRO

TEOFILO OTONI – MG
2020
FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS - FUPAC
FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE TEÓFILO OTONI/MG
CURSO DE DIREITO

JOSÉ VENÂNCIO FERREIRA DOS SANTOS

O INSTITUTO DA AUSÊNCIA E SUA APLICAÇÃO NO DIREITO CIVIL


BRASILEIRO

Trabalho a ser apresentado a disciplina


de Direito civil I do curso de direito da
universidade presidente Antônio Carlos.

Orientador: Emerso Barrack Cavalcante

TEOFILO OTONI – MG
2020
FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS - FUPAC
FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE TEÓFILO OTONI/MG
CURSO DE DIREITO
O instituto da ausência e sua aplicação no direito civil brasileiro

1. INTRODUÇAO

O presente trabalho aduz a respeito do instituto da ausência e sua aplicação


no direito civil brasileiro, evidenciando suas fases, bem como os requisitos e prazos
de cada uma delas. Elaborado por meio de pesquisa bibliográfica, a partir da análise
de publicações no período de 2002 a 2020, objetiva-se apresentar os principais
aspectos, conceitos e fundamentos do instituto da ausência, observando ainda as
particularidades da curadoria dos bens do ausente; sucessão provisória; sucessão
definitiva; retorno do ausente; ausência e dissolução do casamento.

2. DA AUSÊNCIA

O código civil brasileiro estipula que a personalidade civil da pessoa natural


finda com sua morte, sendo esta real, quando há a existência de um corpo,
proporcionando uma fácil constatação do óbito, ou presumida, quando não há a
existência de um corpo e se pressupõe que essa pessoa morreu. A morte presumida
pode-se dar através da decretação de ausência ou sem ela. A ausência por sua vez,
é um preceito da morte presumida e por consequência da extinção da
personalidade.

O código civil denomina ausência como o desaparecimento de uma pessoa


de seu domicilio sem dela haver notícias. O princípio da ausência se fragmenta em
três fases, sendo elas, a curadoria dos bens do ausente, a sucessão provisória e a
sucessão definitiva. Essas fases se iniciam a partir da declaração da ausência e só
se desdobram através do tempo, com o intuito de preservar os direitos daquele que
se encontra ausente sobre o seu patrimônio, uma vez que no instituto da ausência
não existi certeza sobre a morte da pessoa.

2.1. Da curadoria dos bens do ausente

O artigo 22 do código civil estabelece que “Desaparecendo uma pessoa do


seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou
procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador”.
Desta forma, quando a desaparece, se ela possuir bens e não tenha deixado, antes
de seu desaparecimento, um procurador ou representante legal que tenha condições
de administra seus bens, o juiz poderá a pedido das partes interessadas declarar a
ausência e nomear um curador para cuidar desses bens. Uma vez que o intuito seja
zelar pelo patrimônio do ausente, a decretação de ausência e a nomeação do
curador também será feita em casos que o ausente deixe um representante legal,
mas este não tenha interesse ou não tenha condições para operar tais poderes.

O juiz ao nomear o curador, ira estabelecer os poderes e obrigações que lhe


serão atribuído, já que o curador designado, é civilmente responsável pelos
prejuízos que vier a causar sobre o patrimônio, por dolo ou mera culpa, e também
terá como deveres de representante dos bens, ações como o exercício da guarda e
preservação dos bens, e a prestação de contas ao fim de sua gestão.
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Para ser declarado curador dos bens, o interessado não necessita ser
herdeiro ou parente do ausente, toda via, essa escolha deve seguir uma ordem de
preferência como aduz o artigo 25 do código civil, onde o cônjuge do ausente é
apresentado como o curador legitimo, desde que não esteja separado judicialmente
ou de fato por mais de dois anos. Ainda sobre essa linha de preferência, o citado
artigo dispõe que na falta do cônjuge a curadoria dos bens corresponde aos pais ou
aos descendentes, seguindo essa ordem, desde que não haja nenhum impedimento
que os impeça de exercer tal função. Entre os descendentes os de grau de
parentesco mais próximos precedem aos mais distantes. Não havendo cônjuge,
ascendente ou descendente que possa representar o ausente, compete ao juiz
escolher um curador e a ele atribuir os poderes e deveres a serem exercidos durante
o processo da curadoria.

A curatela por via de regra, tem duração de um ano, durante o qual, a cada
dois meses o juiz convoca o ausente por meio de editais para tomar posse de seus
bens. A curadoria cessa com o comparecimento do ausente ou de procurador ou
representante legalmente amparado para assumir os bens, pela certeza de morte e
pela sucessão provisória.

2.2. Da sucessão provisória

A fase da sucessão provisória dos bens ocorre devido a um aspecto


importante do instituto da ausência, que é a incerteza sobre a morte daquele que se
encontra ausente e em virtude dessa incerteza, sempre se trabalha com a
possibilidade de seu retorno. Desta forma, o caráter provisional desta fase de
sucessão tem o intuito de proteger os interesses do ausente por intermédio da
salvaguarda de seus bens.

A sucessão provisória se inicia após um ano da arrecadação dos bens do


ausente e instituída a curadoria, ou se passados três anos caso haja deixado um
procurador que o represente, quando os interessados podem requerer que se
declare a ausência e se de inicio a essa fase de sucessão. O artigo 27 do código
civil regula quanto aqueles que são considerados os interessados, e que podem
solicitar o inicio dessa fase, sendo eles: o cônjuge não separado judicialmente, de
forma a excluir o cônjuge separado por meio judicial ou divorciado; os herdeiros
presumidos, legítimos ou testamentários; aqueles que tiveram os bens do ausente
direito dependente de sua morte; e os credores de dívidas em atraso e não pagas.

Para que seja aberta a sucessão provisória, é necessário que se decorram


180 dias após a publicação da sentença que determine sua abertura. Após esse
lapso de tempo, passada em julgado a sentença, é aberta a sucessão provisória,
pelo testamento, caso exista, ou inventario, com a partilha dos bens como se o
ausente morto fosse. antes porem, que ocorra a partilha poderá o juiz, quando achar
necessário, com objetivo de preservar os bens do ausente, ordenar a conversão de
bens moveis, passiveis de deterioração ou extravio, em bens imóveis, ou títulos que
sejam garantidos pela união.

Mais uma vez, visando dar garantias ao ausente em caso de seu retorno, a
legislação exige que o herdeiro para tomar posse dos bens do ausente
necessariamente dará garantias de restituição dos mesmos, em forma de caução,
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através de penhores ou hipotecas de valores equivalentes às partes que lhe
couberem. Desta forma o herdeiro que tiver direito a posse provisória mas não tiver
condições patrimoniais de prestar  esta garantia fica excluído da sucessão porém de
forma a manter a parte que me cabe, por meio de administração procurador ou de
outro herdeiro que seja apontado pelo juiz e que possa prestar essa garantia. Essa
garantia por sua vez não é imposta ao cônjuge e aos herdeiros das classes
ascendentes e descendentes, que poderão tomar posse dos bens e das partes que
lhes cabem sem a necessidade de prestar tal garantia.

A legislação também aduz sobre os rendimentos e frutos gerados em virtude


dos bens empossados na sucessão provisória, sendo que o cônjuge, os
descendentes ou ascendentes que forem nomeados de sucessores farão seus todos
os rendimentos gerados em virtude de suas partes. Os demais sucessores ficarão
com metade dos rendimentos gerados por suas partes, a outra metade deverá ser
capitalizada, sendo de posse do ausente caso o mesmo retorne, e os mesmos ficam
incumbidos de prestar contas anualmente. Todavia, caso o ausente regresse e se
comprove que não há justificativas para sua ausência, o mesmo perderá, em
benefício de seu sucessor, a sua parte cabível desses rendimentos.

Quanto aos rendimentos, também é louvável observar a questão dos


sucessores que foram excluídos da sucessão provisória por não conseguirem
atestar as garantias previstas na lei. Os mesmos poderão, como atesta o artigo 34
do código civil, requerer para si, a metade dos rendimentos referentes a parte que
viria a ser sua em virtude da sucessão provisória.

Se durante a sucessão provisória ficar provada a data da morte do ausente,


fica estabelecido a partir desta data, o encerramento da sucessão provisória,
convertendo-a em sucessão definitiva. Por outro lado, caso o ausente reapareça ou
fique provada sua existência durante essa fase, se cessará os efeitos dessa
sucessão e dos direitos dos herdeiros que estavam em posse dos bens. Esses bens,
por sua vez, retornam a ser posse daquele que se encontrava ausente, sendo os
sucessores obrigados a ficarem responsáveis pelos bens ate a entrega definitiva a
seu legitimo dono.

2.3. Da sucessão definitiva

A partir do trânsito em julgado da sentença que deu início da sucessão


definitiva, declara-se a morte presumida do ausente, como prevê o artigo 6 do
código civil.

A sucessão provisória pode se converter, de forma imediata, em sucessão


definitiva, caso haja comprovação de óbito do ausente. Porém, mesmo que não haja
certeza sobre a morte, após se passado dez anos da publicação da sentença que
deu abertura a sucessão provisória, poderão os sucessores requerer a sucessão
definitiva e o levantamento das cauções dadas como garantia.

Poderá também ser requerida a sucessão definitiva quando provado que o


ausente possui mais de oitenta anos de idade e que já se passaram cinco anos sem
dele haver notícias.
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Se por ventura, ocorrer o retorno do ausente no período de dez anos após a
abertura da sucessão definitiva, ou mesmo o aparecimento de algum descendente
ou ascendente, estes haverão os bens presentes no estado em que se encontram,
aqueles adquiridos em virtude destes ou os valores que os herdeiros tenham
recebido pelos bens alienados após esse tempo.

Se passando os dez anos da declaração da sucessão definitiva e não tenha o


ausente regressado ou nenhum interessado tenha se manifestado, os bens
arrecadados passarão a ser posse do município, estado, ou da união, a depender de
onde se encontra situado.

A partir do trânsito em julgado da sentença que deu início da sucessão


definitiva, declara-se a morte presumida do ausente, como prevê o artigo 6 do
código civil.

A presunção da morte em virtude da sucessão definitiva influi também sobre a


dissolução do casamento. De acordo com a legislação o casamento válido só se
dissolve por meio a morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio. Embora essa
dissolução se dê com a morte real, deve-se analisar que a existência da pessoa
natural possa terminar devido declaração de ausência, admitindo-se, portanto, a
morte presumida de quem a lei de como morto em razão do longo desaparecimento,
como preceito para a dissolução do casamento, como a aponta o artigo 1571 do
Código Civil.

3. CONCLUSAO

A partir do momento que a pessoa natural se ausenta de seu domicílio sem


deixar notícia, sem que se saiba de seu estado de vida ou de falta dela, o direito civil
passa a regular o destino de seus bens, que com o desdobrar das fases da
ausência, passarão a ser posse dos sucessores do ausente. No que diz respeito a
presunção da morte do ausente, somente depois de passadas as fases da curadoria
dos bens, da sucessão provisória, para que seja possível abrir a sucessão definitiva,
e que a morte presumida poderá ser declarada, mas essa declaração poderá ser
revertida em caso de reaparecimento daquele que se encontrava ausente, e se vier
a acontecer, o mesmos será considerado como se estivesse vivo durante todo o
tempo, reavendo seu patrimônio, com algumas exceções, ganhos ou prejuízos
previstos na lei.

Assim sendo, o ordenamento jurídico regula a questão da ausência,


possibilitando uma proteção ao patrimônio do ausente, até que o mesmo seja
presumidamente morto, mas sempre trabalhando com a possibilidade de seu retorno
e na garantia dos direitos de seus herdeiros.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário


Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002.

 MACHADO, Antônio Cláudio da Costa. et al. Código civil interpretado: artigo


por artigo, parágrafo por parágrafo. Ed. Manole.12º edição. Revisada e
atualizada. Barueri. 2017.

 BRASIL. Direito Civil em Tela. Professora Séfora. Módulos 23 - 24 - 25 - 26.


Encontrado em: https://www.youtube.com/watch?
v=R6zWX7pYST8&list=PLdarqF3CDzWFaH603SFER8nxnKJ4pf9PI&index=2
3, em 14/04/2020.

 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral do Direito
Civil I. Ed. Saraiva. 34ª edição. Revisada e atualizada. São Paulo. 2017.

 Brasil. O instituto da ausência no Código Civil Brasileiro. Âmbito jurídico.


Encontrado em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/o-instituto-
da-ausencia-no-codigo-civil-brasileiro/, em 17/04/20

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