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Corrosão
$$$
$$
$
A banalização da
uma laje.
recuperação estrutural
A aplicação de qualquer material nos trabalhos de recuperação estrutural
devido a corrosão conduz a estrutura a uma situação de incompatibilidade,
com maior corrosão. Bom para as empresas que vendem produtos. Ruim
para as estruturas.
Infelizmente, entre nós, corrosão no con- pados, com bastante precisão, com base perando-se com sistemas convencionais à
creto armado é matéria abrasiva, ainda em apenas nas condições de exposição da aber- base de pinturas nas armaduras ou com a
gestação. Muito embora todos os detalhes tura. aplicação de massinhas milagrosas ou mes-
do mecanismo de iniciação e propagação A introdução de novas tecnologias, que mo só com concreto, se faz em ritmo de uma
deste fenômeno, inclusive seu estado de bem explicam o comprometimento ainda Ferrari em sexta marcha. Na mesma marcha,
ruína, sejam bem conhecidos e até anteci- maior do estado de corrosão, uma vez recu- introduzem-se novas soluções que vão de
corrosão
O mercado
ainda aceita
tintas para o
tratamento
da
corrosão
no
concreto
armado. PRIMER EPÓXICO
Sem RICO EM ZINCO
qualquer
efeito
positivo,
promovem e facilitam
a introdução de mais corrosão na estrutura. O processo de corrosão nas armaduras.
água óxidos e manha velocidade de informações. compreensão dos importantes tópicos lan-
+ concreto hidróxidos
oxigênio
corrente iônica
ferrosos
Esta confusão relaciona-se à falta de çados na edição 42, fundamental aos res-
OH–
evidências que comprovem a efetivi- ponsáveis pelas verdadeiras empresas de re-
catodo corrente eletrônica anodo dade dos “tratamentos”, mas que, in- cuperação estrutural.
e–
felizmente, dependem da cesta bási-
ca da eletroquímica da corrosão. Com Informações preliminares
Repare que quem alimenta a pilha de corrosão é o catodo, à
esquerda, através da introdução de oxigênio e umidade. Uma a edição da RECUPERAR nº 42, rece-
vez “tratando-se” o anodo com pinturas ou massinhas bemos muitos fax consultas e tone- Carbonatação e íons cloretos são os dois
passará a ser, agora, um catodo que , recebendo oxigênio e
umidade, promoverá a surgência de anodos nas regiões
ladas de e-mails que resumem um es- principais mecanismos modificadores daque-
vizinhas, onde eram catodos. A desastrosa inversão do tado de inquietação lógico, próprio le estado passivo ou protegido em que se
processo de corrosão.
A aplicação de tintas na superfície das armaduras, efetivamente, só piora o Neste pilar, o que é muito comum, “trata-se” a corrosão encamisando-o, na
estado da corrosão na estrutura. vã ilusão de que “abafará” o processo.
encontro às verdadeiras causas da corro- de uma transfusão forçada, o que realmen- encontram as armaduras do concreto. Mui-
são. Tudo com perfeita compatibilidade ele- te não desejamos. Por esta razão, estare- to embora a corrosão possa se desenvolver
troquímica. Muito bem. No entanto, ainda mos apresentando nesta matéria e na da independentemente destes dois malfeitores.
há muita dúvida nas arquibancadas da in- página 24, conceitos eletroquímicos perti- O processo de corrosão, devido a carbona-
dústria da recuperação estrutural. Muita nentes à corrosão no concreto armado e tação, promove a formação de produtos de
gente sem entender o fenômeno, com ta- que, efetivamente, darão a luz necessária à corrosão ao longo das armaduras, de manei-
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5 - Cura química.
ra generalizada e uniforme. A presença dos mentam a região anterior com um caldinho GLOSSÁRIO
íons cloretos, ao contrário, iniciam proces- gasoso de água e oxigênio, suficiente para Ação galvânica - Termo usado quando temos
corrosão causada por metais diferentes em contato e
sos localizados de corrosão nas armaduras, manter uma equilibrada queda de braço en- com umidade presente.
tipicamente na forma de pites. A presença tre as duas regiões. O braço mais fraco, sur- Corrosão galvânica - Corrosão produzida por
ação eletrolítica entre metais diferentes (o aço da
destes íons promove a aceleração do pro- preendentemente, o que fornece o caldinho. construção é recheado de materiais diferentes) em
cesso de rompimento da camada protetora É o que dá as cartas para as condições de presença de um eletrólito. Corrosão associada com a
corrente da pilha galvânica. Processo em que um
de óxidos passivos, fazendo com que sur- funcionamento da pilha, ou seja, a velocida- metal é consumido por outro, através da corrente
jam campos minados de pilhas de corrosão, de com que ocorre a corrosão. Finalmente, elétrica induzida pela reação química entre os dois
metais.
provocando uma desconjuntada surgência corrosão no concreto armado significa sur- Relaxação - Perda de tensão que ocorre no
de potenciais cada vez mais negativos. Esta gência de voltagem e amperagem na estru- concreto submetido à deformação constante. Muito
característico no concreto protendido, com a perda
mudança de potenciais, tipicamente de pas- tura, perfeitamente detectáveis. de protensão.
sivos para ativos, significa o início de um Fluência - Deformação permanente do concreto
sob carga suficientemente alta e contínua, com o
processo irreversível de corrosão. A corrosão em gráficos passar do tempo. Resistência de fluência,
Uma radiografia da pilha de corrosão evi- Recuperação da fluência, Limite de fluência e Teste
de fluência são termos pertinentes ao fenômeno.
dencia a presença de uma região típica cha- A discussão para compreensão do proces- Série galvânica - Lista de metais e ligas arranjada
mada anódica, onde o ferro forma depósitos so de corrosão é melhor apresentada na de acordo com seus potenciais, relativos em um
determinado ambiente.
de óxidos e hidróxidos, e regiões vizinhas forma de gráficos, em que compara-se o Pilha galvânica - Pilha eletrostática capaz de pro-
chamadas catódicas que, literalmente, ali- potencial (os volts ali presentes) e a conse- duzir energia por ação eletroquímica.
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POTENCIAL (volts)
corrosão. Até o ponto 2, a velocidade Fluxo de
C2 elétrons
era pequena. Do ponto 2 para o 3 ela C3
aumenta muito. Repare que,
A2
paralelamente, os potenciais ficam ECORR1
Concreto original
ECORR3
3
reta) para cada uma delas. A partir do mo- fluam do catodo para o anodo e, finalmente, a
ligação metálica, ou seja o próprio aço, por onde
mento em que começa a queda de braço, o
fluem os elétrons do anodo para o catodo. A
potencial da região (reta) anódica tende a pilha é caracterizada por uma queda de potenci- Corrente crítica
aumentar e o potencial da região (reta) ca- al (E) entre seus polos, dada por Epilha = Pcatodo - passivo
Panodo.
tódica tende a diminuir. Até que ambos atin- Potencial de
O aço de construção, após o início da corrosão, ativo
passivação
jam em valor comum, na interseção, com naturalmente tende a tornar-se passivo, devido
potencial (ECORR) e a densidade da corrente a formação de uma película fina e aderente de
óxido ou outra substância insolúvel na sua su-
(ICORR) de corrosão comuns ou do par. Re- DENSIDADE DE CORRENTE (log)
perfície. Este estado de passivação faz com que
pare que para ambas as reações, a corrente esta região ainda funcione como área catódica. Curva característica do aço de construção. Re-
aumenta. É comum dizer então que aquela No entanto, a presença de íons indesejáveis na pare que a velocidade da corrosão, diretamente
massa do concreto, principalmente os cloretos, proporcional a corrente que circula no aço, cres-
região anódica está sofrendo uma polariza-
destroem esta passividade ou simplesmente im- ce, fica constante (ou seja é a passivação do aço)
ção anódica e a região catódica está so- pedem sua formação, não de uma forma gene- e depois volta a crescer novamente.
frendo uma polarização catódica. A posi- ralizada e sim em pontos localizados, formando-
se, então, pequenos pontos mais ativos na su- sivante, inicia-se novamente a corrosão.
ção dos pontos de interseção das retas é Outros casos de corrosão nas armaduras, que
perfície do aço (anodo) circundados por gran-
uma indicação da velocidade com que se des áreas ainda passivadas (catodos), provo- não dependem propriamente do aço ou da ação
desenvolve a queda de braço entre os dois cando diferenças de potenciais que geram cor- galvânica e sim do ambiente chamado concreto,
rentes de corrosão. Este comportamento ativo- ocorrem com freqüência. Por exemplo, a solu-
atores, ou seja, a corrosão como um todo
passivo é bem característico do aço da constru- ção existente nos vazios do concreto freqüente-
naquela região da armadura. O gráfico aci- ção, pela formação de pilhas ativas-passivas, mente apresenta concentrações diferentes ou te-
ma evidencia bem este desenvolvimento. A como no gráfico ao lado, onde se observa um
ores de oxigênio dissolvidos diferentes, provo-
início com o desenvolvimento acelerado da cor-
posição de um par de curvas (ou retas) ano- cando diferenças de potencial suficientes para
rosão até um ponto onde ocorre a passivação
do/catodo, no gráfico, anuncia a velocida- do processo (potencial de passivação). A partir detonar processos de corrosão nas armaduras.
de da reação. Logo, poderemos ter com a daí há uma diminuição até a total paralização do O primeiro caso é definido como pilha de con-
processo (trecho inclinado e vertical amarelo). centração iônica e o segundo, pilhas de oxige-
continuidade do processo de corrosão, di- nação diferencial.
Lá em cima, após o rompimento da camada pas-
ferentes velocidades. A obtenção de gráfi-
RECUPERAR • Março / Abril 2002 7
Survey fPractice
para a direita. Desta forma, poderemos ter REAÇÃO ANÓDICA I
AAI
uma velocidade não tão grande quanto pa- Comportamento da superfície da armadura na antiga região anódica,
E antes da “recuperação”. Ou seja, a área à esquerda da armadura antes
rece, embora a velocidade da reação da cor- da “recuperação” (figura abaixo) submetida a uma “alimentação”
relativamente pequena (ponto verde de interseção) .
rosão (ponto preto 2 de interseção) eviden-
cie aumento. Muita importância, portanto, ECORR 1
REAÇÃO ANÓDICA II
Comportamento da superfície da armadura sob o concreto
POTENCIAL (volts)
deverá ser dada à reação catódica, pois é original são, adjacente à “recuperação”, agora tornada anódica
ddp existente
Diferença de
fator limitante ou acelerante no processo potencial
e com grande velocidade de corrosão (iCORR1). Ou seja, a área
da direita da armadura depois da “recuperação”. Repare que
de corrosão do concreto armado, devido, criada. temos um mesmo ambiente, porém com forte “alimentação”
Repare que o (reta catódica laranja e o ponto de interseção inferior verde).
principalmente, à disponibilidade do oxigê-
potencial AII
nio dissolvido. Por sua vez, C3, impõem uma evolui para
aceleração na processo de corrosão. As valores mais ECORR1 ÚNICA REAÇÃO CATÓDICA
2 Devido à similaridade entre a massa de recuperação
negativos.
retas A, para o aço da construção, com a utilizada e o concreto original, induzindo uma mesma
difusão de oxigênio para as duas regiões.
continuidade do processo de corrosão, têm C
o comportamento ativo-passivo demons-
trado no box da página anterior, isto é, co- iCORR iCORR1
meçam retas e fazem uma curvinha, demons- DENSIDADE DE CORRENTE (log)
trando interesse em se passivar. (velocidade de corrosão a)
O aumento da velocidade da corrosão com a “recuperação” executada.
Temperatura ambiente
desta ordem impõe
condições térmicas bem
superiores nas estruturas.
O concreto, de um modo geral, perde volu- te de areia e pedra faz entrar em cena o con- mente junto a pilares esbeltos, paredes e
me devido a intensa retração que ocorre nos creto, cujo ambiente é caracterizado pela até mesmo sapatas. Uma vez o concreto en-
primeiros 3 meses, algo em torno de 75%. A pasta que, já de início, promove uma pri- durecido, estas juntas de isolamento trans-
adição de água ao cimento portland promo- meira mudança de volume. formam-se em juntas de controle para aco-
ve a surgência da pasta que, rapidamente, Quimicamente falando, podemos dizer que modar outros tipos de mudanças de volu-
transforma-se em gel. A adição subsequen- este ato inicial é característico das primei- me.
ras horas após a dosagem do concreto em
GLOSSÁRIO que a reação do sulfato de cálcio com o A retração plástica
Retração - Diminuição de volume causada por aluminato de cálcio, para formar o sulfoalu-
mudanças químicas e/ou na secagem do concreto,
em função direta do tempo pós concretagem. minato de cálcio (etringita), resulta num Durante a transformação da fase plástica
Fluência (creep) - Imagine uma peça estrutural aumento do volume da massa. Devido a este do concreto para a fase endurecida, ocorre
submetida a carregamento constante. É o aumento
contínuo de sua deformação, em relação ao tempo. conhecido processo de expansão, torna-se primeiro o aumento de volume (veja gráfico
Deformação lenta sob tensão. A fluência primária é necessário dimensionar juntas de isolamen- acima) seguido de uma diminuição, à medi-
quando a velocidade da deformação é decrescente.
A fluência secundária é com velocidade constante. to nos locais onde possa haver restrições da que o concreto perde sua água, seja pela
A terciária é com velocidade acelerada. ou limitações a este movimento, principal- própria absorção dos seus componentes
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10 RECUPERAR • Março / Abril 2002
Situação inicial. Situação descontrolada. Situação controlada.
A secagem das quatro laterais das vigas foi vapor que vem do solo. À medida que o
GLOSSÁRIO feita de maneira igual, apresentando uma concreto seca, sua superfície superior sen-
Mudança de volume - Aumento ou diminuição retração linear bem uniforme. E para o caso te bem mais rápido este efeito. Lógico que
no volume (comprimento, largura e espessura).
Deformação - Mudança na dimensão ou forma
de uma peça, devido à tração, retração por seca-
gem e mudanças de temperatura.
Restrição - Limitação ao livre movimento de uma
peça de concreto. Restrição pode ser interna ou
externa, podendo atuar em uma ou mais direções.
Junta de construção - Muito comum, é uma
junta localizada em determinada região da estrutu-
ra como conseqüência da interrupção da concreta-
gem.
Junta de dilatação - Junta bem definida ou pré-
determinada que atua regulando a localização e o
grau de fissuramento ou trincas, além da separação
resultante das mudanças dimensionais de diferen-
tes peças de uma estrutura.
seja pela evaporação da água. Esta segun- Concreto com alto teor de umidade (alta umidade relativa UR) cresce em volume.
O movimento térmico
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6862
fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 09
COMPRIMENTO DA ESTRUTURA
do concreto em 7 dias
o cerca. O resultado final é uma
função do agregado empregado
retração perniciosa que torna-
Expansão
Tipo de agregado Comprimento em % para 40°C rá sempre a um volume final
Quartzo 0,066
Concreto com retração
compensada (K)
menor que o inicial. Para obras
importantes em que o volume
Arenito 0,065
lançado é significativo, assim
Granito 0,053 como todo período de retra-
0
Basalto 0,048 ção deve ser evitado, usar-se-
Contração
Calcário 0,038 Concreto de á o cimento tipo K, que tem
cimento
portland como característica promover,
Temperatura é coisa séria e tem importante após a cura, o retorno gradual
IDADE do volume da massa à situa-
relação com o comportamento do concre-
ção dimensional original.
to. Um aumento ou diminuição na tempe-
forçá-lo pode ser motivo de preocupação O concreto feito com cimento tipo K é nor-
ratura ambiente provocará um aumento ou se a película do revestimento ou o com- matizado pela ASTM C845 EI. O gráfico ao
diminuição no volume da massa do con- pósito (resina-fibra-resina) de reforço ti- lado evidencia, comparativamente, o seu
creto. Isto sem considerar o tamanho e a ver um comportamento exagerado. Ou seja, comportamento.
forma da estrutura. Claro que estruturas apresentar mudanças freqüentes e rápidas
bem expostas à ação do sol e formadas com a temperatura. Fax consulta nº 10
por peças arrojadas apresentarão um mo-
vimento térmico mais acentuado. As resi- A expansão
nas epóxicas, assim como todos os reves-
timentos poliméricos utilizados para reves- Para ter mais
A expansão é o inverso da retração. Pode- informações sobre
tir ou reforçar o concreto, também estão mos afirmar que a retração por secagem, Cimentos.
sujeitas a leis da termodinâmica e possu- que ocorre no concreto, é função da sua
em coeficientes de dilatação térmica espe- perda d’água ou umidade que ocorre na
cíficos. Assim, a diferença relativa entre o estrutura. Um detalhe que não foi apre-
coeficiente de dilatação térmica do con- sentado e que merece atenção é o fato de
creto e da resina que irá revesti-lo ou re- que nem toda a retração por secagem é REFERÊNCIAS
reversível. O processo de secagem inicial, • Carlos Carvalho Rocha é engenheiro civil,
que provoca a saída da água mais intensa, especialista em serviços de recuperação.
• Feldman, Sereda and Ramanchandran “A stu-
existente nos grandes e médios capilares dy of length changes of compacts of portland
durante a fase de mutação do estado plás- cement on exposure to H O”.
tico para o endurecido, é considerado irre- • Beandoin, J.J. and Feldman 2
R.F. “Stresses and
versível e representa uma perda de massa strains in the hardened cement postewater sys-
tem”.
de 4% para o período inicial das primeiras • Litvan, G.G., “Volume instability of porous
12 horas. Já na sua fase adulta, o concreto solids: Part 2, dissolution of porous silica glass
fica submetido a ciclos de umedecimento in sodium hydroxide”.
• Feldman, R.F. “Mechanism of creep of hydra-
e secagem considerados totalmente rever- ted portland cement paste”.
síveis e representam uma perda de massa • Soroka, I., and Setter, N., “The effect of filler
que varia de 1 a 2%. or strength of cement mortars”.
O cimento tipo K
Concreto com retração compensada nesta RECUPERAR online
estação de tratamento de esgotos devido a
resistência aos sulfatos e ausência de trincas e Como vimos, todo o concreto está sujeito a www.recuperar.com.br
fissuras por retração. mudanças de volume como conseqüência
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L
M
A
B I E N T
Michelle Batista
Contaminação do solo
Indústrias, esgotos sem coleta e tratamento, vazamentos, lixões, valões...
Solo envenenado bem perto de nossas casas.
A contaminação do solo é um problema cerca de 2.000 anos atrás, exatamente nos O problema
nacional que aumenta e não tem solução. trabalhos de mineração do chumbo e, mais
Já contamina pessoas mais chegadas aos recentemente, como herança da revolução Solo contaminado é aquele que contém
locais sinistros. Não há solução imediata. industrial. A fonte de contaminação de solo substâncias perigosas que, provavelmen-
Não há plano de trabalho específico e não varia desde o simples depósito do lixo ur- te, afetarão qualquer tipo de trabalho que
há vontade política. A quem devemos ape- bano, o conhecido lixão, ou lixãobrás já se faça sobre ele, principalmente o da cons-
lar? Analisando o problema de forma his- que é sucesso nacional, até os derrama- trução civil. Solos assim configurados, obri-
tórica, vamos encontrar os primeiros si- mentos que ocorrem em todas as ativida- gatoriamente, necessitam de investigação
nais de contaminação na Roma antiga, há des industriais, particularmante na área pe- e análise, de modo a quantificar-se a sua
troquímica. Além, claro, do plantio indus- periculosidade e dimensionar-se sua recu-
GLOSSÁRIO
trializado repetitivo. Os contaminantes tem peração. Não se tem noção, a nível nacio-
a forma sólida, líquida e gasosa. Adentram nal ou regional, da área de solos contami-
Aquífero - Formação permeável que permite a
passagem da água suficiente a fluxos d’água do solo.
no solo, reagem quimicamente com seus nados e do seu grau de afetamento. O fato
Água artesiana - Água do solo, sob pressão componentes, atingem a água freática e até é que, mesmo nós que vivemos nas cida-
suficiente, que sobe facilmente acima do nível em o concreto armado enterrado das funda- des mais importantes do país, já convive-
que é encontrada, quando interceptada por poço.
ções. mos com este tipo de problema perto de
Continua na pág. 20
RECUPERAR • Março / Abril 2002 15
nossas casas. Vide canais, rios e lagoas que
Vazamento de metais pesados nos cercam. Estima-se que 40% dos terre-
na Baía de Sepetiba, RJ nos que iniciam algum tipo de negócio têm
ou já tiveram alguma utilização, daí serem
Não é visão lunar. É a chamados de “terrenos de segunda mão”.
grande lagoa de lama Seguramente, algum deles apresentam con-
química, que já afetou
o solo, o lençol taminação.
freático e a própria Terrenos contaminados precisam ser iden-
Baía de Sepetiba,
grande produtora de
tificados de uma maneira a caracterizar... sua
camarões. natureza, extensão da contaminação e, cla-
ro, até onde vai a ameça à saúde e ao ambi-
ente.
das de lama mistura- Cada um de nós, certamente, tem alguma
da a metais pesados história sobre solo contaminado onde nada
como chumbo, cádmio foi feito, ou seja, não se sabe exatamente o
e zinco. que há ali, a extensão do problema, eviden-
Em 1996, os rejeitos ciando o descaso e o amadorismo de nos-
industriais da Compa- sos órgão públicos, mesmo sabendo que já
nhia Ingá transborda- compromete a população adjacente àquela
ram, lançando nos manguezais e na Baía área.
O Ministério Público (MP) estadual e o de Sepetiba 50 milhões de litros de água
Ibama solicitaram à Procurado- e lama misturados a metais pe-
As fontes de contaminação
ria Geral da República a indispo- sados. A empresa foi condena-
nibilidade dos bens da família Bar- da, através de ação no MP, a
reto, dona da Companhia Mer- construir um depósito industrial Onde há gente, há contaminação. Natural-
cantil Ingá, na Ilha da Madeira, e a remover todos os rejeitos só- mente em concentração extremamente bai-
em Itaguaí, RJ. Desativada desde lidos que circundam o pátio indus- xa e sem maiores comprometimentos. No
1997, a mineradora virou um de- trial. Até hoje, no entanto, se- entanto, onde há indústrias a coisa muda e
pósito de dejetos industriais cer- gundo a Apedema, nada foi fei- torna-se extremamente perigosa, porque
cado por uma grande lagoa arti- to. certamente há vazamentos de contaminan-
ficial que se formou a partir de diques cons- Dirigentes da entidade ambientalista entre- tes e garantida a presença de subprodutos
truídos para conter o lixo químico. A pedido garam, em novembro, ao Ibama, em Brasília, tóxicos em contato físico (e químico) com o
da Assembléia Permanente de Entidades de um dossiê alertando para o transbordamen-
solo.
Defesa do Meio Ambiente (Apedema), o MP to contínuo de metais pesados na Baía de
fez vistoria conjunta com o Ibama e a Feema Sepetiba nos períodos de chuva. Os ambien-
nos diques da Ingá para checar as instala- talistas temem o rompimento do frágil dique,
ções que já deixaram vazar metais pesados o que poderia ter graves conseqüências para
na Baía de Sepetiba. A mineradora guarda o ecossistema e as populações da Baía de
ASSINE JÁ.
no seu pátio cerca de dois milhões de tonela- Sepetiba.
R$ 70,00 /ano
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Figura 1
Visão ampliada das interfaces de oxidação e
redução que provocam a destruição da
armadura no concreto armado. No anodo,
átomos de ferro ao perderem seus elétrons
ganham carga positiva. Esta transação chama-
se corrosão. Como íons metálicos na
interface, os Fe2+ esperam os íons hidroxilas
OH para formar produtos de corrosão do tipo
–
Joaquim Rodrigues
Todos nós conhecemos os condutores tiva ou negativa, uma vez dissolvido em uma
metálicos (fios) capazes de conduzirem cor- solução que, com isso, torna-se um condu-
rente elétrica sem sofrer qualquer alteração tor eletrolítico, eletrólito ou solução, sim-
ou transformação química, isto é, os áto- plesmente. Uma solução conduz eletricida-
mos do metal conservam sua estrutura ori- de ou produz corrente iônica porque seus
ginal. De um modo geral, engenheiros e téc- íons positivos e negativos movimentam-se.
nicos civis não foram bem apresentados aos Essa mobilidade é provocada pela força ele-
condutores eletrolíticos que, efetivamente, tromotriz ou diferença entre os potenciais
sofrem modificação em sua composição da pilha existente (metais diferentes), em
química à medida que passa ou conduz cor- função de uma corrente elétrica entre os
rente elétrica. Se mergulharmos um arame dois metais existentes na superfície da liga
de aço, por exemplo, em um condutor ele- aço, ou seja, é devido à facilidade com que
trolítico, como água salgada ou água com o metal mais reativo, no caso o ferro, doa
limão, veremos que a superfície do arame seus elétrons para um metal menos reativo
transformar-se-á numa região bem crítica e que entra na composição da liga. A combi-
tempestuosa chamada eletrodo ou interfa- nação de micropilhas na superfície do aço
ce, pelo fato de apresentar, nesta superfí- aumenta esta força eletromotriz, forçando
cie, micro regiões que comportar-se-ão tanto mais corrente elétrica de corrosão.
como “porto receptor” de elétrons (anodo) A interação entre estes dois tipos de trans-
como “porto doador” destas mesmas car- porte é obrigatória e fundamental, isto é,
gas (catodo). Esta situação é vista na figu- elétrons no condutor metálico (corrente ele-
ra 1. Além deste transporte de elétrons en- trônica) e íons no condutor eletrolítico (cor-
tre “portos”, que ocorre no condutor metá- rente iônica). A corrente iônica é caracteri-
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por aquela pilha de 1,5 V que se compra em mos considerar também os símbolos ia e ic
qualquer bar da esquina, o que faz passar para representar os valores das densidades
uma corrente numa direção. Numa segunda de corrente anódica e catódica, respectiva-
etapa, a voltagem foi gerada pelas próprias mente, pertencentes às regiões anódica e
reações das barras, provocando uma cor- catódica.
rente em direção contrária. À medida que a relação entre as áreas cató-
A interface do aço da construção, infeliz- dica/anódica aumenta, ou seja, a área do
mente, não é estável ou inerte o suficiente catodo aumenta em relação
para se manter imune a toda esta “transa-
ção”. Ao contrário, é bastante reativo e atu-
ante porque dissolve-se durante a surgên-
cia de corrente elétrica.
Figura 5 - A
O equilíbrio entre duas semi-reações (ano- interface no
do e catodo) ocorre quando todas as partí- equilíbrio. A
culas carregadas, que chegam a um lado, densidade de
corrente
tornam-se iguais em tipo e número, às que anódica e a
chegam ao outro lado. Os elétrons, que che- catódica.
com os íons, presentes na solução, o hidro- Teste de verificação de contaminação por cloretos
Contaminação no concreto armado e protendido
GLOSSÁRIO CHLOR-TEST siginfica corrosão feia nas armaduras. O que se pode
fazer para saber se o concreto está ou não contami-
Circuito aberto - Circuito elétrico interrompido. nado? CHLOR-TEST é a única maneira de verificar se
A eletricidade não flui. Extrai-se o pó do concreto a
Polarização - Polarização do aço é a mudança de várias profundidades. há ou não contaminação por íons cloretos, esses
seu potencial a partir do valor de circuito aberto para “bichinhos” que ativam o concreto, tornando-o um
o valor do potencial resultante da passagem de “inferno” para o aço. CHLOR-TEST é um teste high-
corrente. A polarização implica na existência de duas tec que, em apenas 3 minutos, informa a existência
reações eletroquímicas opostas ou que se neutralizam daqueles bichinhos e sua quantidade. CHLOR-TEST
de forma simultânea. é vendido em 3 versões:
Potencial de corrosão - É o potencial da
interface, representada pela superfície da armadura, CHLOR-TEST “S”- para superfícies de concreto e metálicas.
afogada em uma solução proveniente dos vazios do
concreto, medido com uma semi-pilha na condição Insere-se o pó no recipiente plástico CHLOR-TEST “W” - para água de amassamento.
de circuito aberto. O voltímetro da semi-pilha é de com o reagente. A sonda informará o
alta impedância, o que significa que não há corrente teor de contaminaçmo por cloretos. CHLOR-TEST “A” - para areia de jateamento
no circuito externo, ou seja já há condição de circuito
aberto. Tele-atendimento
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deduzir, a partir de uns poucos postulados, as relações
entre as propriedades dos materiais e da conversão fax (0XX21) 2493-5553
de energia de uma forma para outra. produtos@recuperar.com.br Fax consulta nº ___
Polarização
Repare o nível de corrosão na lateral da viga-travessa que interliga as estacas, além das vigas que a ela chegam. A metodologia de recuperação deste sério
processo de corrosão nas armaduras é antiquado e extremamente prejudicial ao restante da estrutura. Alguns dos motivos justificam-se. (1) A aplicação de “epóxi
rico em zinco” não é eficiente como proteção catódica porque as partículas de zinco, dispersas na resina epóxica (isolante elétrico), não conseguem interagir
com o aço. (2) Como proteção por barreira, este epóxi transforma a armadura em uma região rica em pites nos locais onde o epóxi não foi passado ou onde há
furos na aplicação. Paralelamente transforma as armaduras anteriormente anódicas em catódicas e as catódicas em anódicas. (3) Nada do que está sendo feito
assegura a interrupção da corrosão, o que é facilmente evidenciado com uma simples semi-pilha, após a “recuperação”. (4) O “tratamento” imposto apenas nas
regiões críticas ou terminais, como o apresentado na foto, é um mero e perigoso paliativo pelas razões apresentadas acima e, principalmente, porque ignora o
estado de corrosão “não aparente” no resto da estrutura, facilmente identificável com uma semi-pilha...
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equilíbrio das duas semi-reações, sem qualquer corrente circulan-
do entre elas (densidade de corrente igual a zero). Nestas regiões a
pastilha ainda não foi instalada, de modo que impera o potencial de
equilíbrio, ou seja, é o potencial de circuito aberto. Com a instala-
ção, as curvas mostram que a corrente circulante para fora do ano-
do (pastilha) aumenta, à medida que seu potencial torna-se mais
positivo (reta azul) e a corrente para dentro do catodo (armadura)
aumenta a medida que seu potencial torna-se mais negativo. Estas
curvas de polarização permitem a determinação da densidade de
corrente de corrosão e o potencial de corrosão de uma região recu-
perada. Como já mostramos nos itens “Conceito de densidade de
corrente” e “O potencial reversível e suas reações”, quando ano-
do de sacrifício e armaduras alcançam uma condição estável, a
corrente circulante para fora da pastilha (anodo) deverá ser igual a
corrente para dentro da armadura (catodo). Desta forma, a interse-
ção das duas curvas de polarização estabelece o importante esta-
do em que se encontram o potencial de proteção ECORR e a densi-
dade de corrente de proteção iCORR da área recuperada.
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REFERÊNCIAS
(armadura) está polarizado ou acabou de
• Joaquim Rodrigues é engenheiro civil, membro de
sofrer uma polarização catódica em direção diversos institutos nos EUA, em assuntos de patolo-
a potenciais mais negativos (zona de imu- gia da construção. É editor e diretor da RECUPE-
RAR, além de consultor técnico de diversas empresas.
nidade). As curvas de polarização das semi- • Sagoe-Crentsil, K.K. and Glasser, F.P., Steel in
reações anódica e catódica de uma recupe- Concrete, Part I: A Review of the Electrochemical and
Thermodynamic Aspects, Mag. Conc. Res.
ração representam a massa crítica da com- • Langford, P., and Broomfield, J.P., Monitoring the
preensão do estado de corrosão nas arma- Corrosion of Reinforcing Steel, Construction Repair..
• Spellman, D.L., and Stratfull, R.F., Concrete
duras e, por que não dizer, de uma erupção Variables and Corrosion Testing, Highway Research
nos antigos conceitos esotéricos da corro- Record..
• Stern, M., and Geary, A.L., Electrochemical
são no concreto armado e protendido. No Polarization I. A Theoretical Analysis of the Shape of
capítulo seguinte, “Os segredos da corro- Polarization Curves. Journal of Electrochemical
Society.
são II”, estaremos apresentando outros • Tafel, A., Phys. Chem..
conceitos sobre o desenvolvimento do es- • Rodriguez, P., Ramirez, E., and Gonzalez, J.A.,
Methods for Studying Corrosion in Reinforced
tado de corrosão e proteção. Concrete, Mag. Concr. Res..
• Matsuoka, K., Kihira, H., Ito, S., and Murata, T.,
Fax consulta nº 19 Corrosion Monitoring for Reinforcing Bars in
Concrete, Corrosion Rates of Steel in Concrete, ASTM
STP 1065, (N. S. Berke, V. Chaker, and D. Whiting,
eds.).
• Wheat, H. G., Corrosion Rate Determination on
Para ter mais Repaired Reinforced Concrete Specimen, Corrosion
informações sobre Rates of Steel in Concrete, ASTM STP 1065. (N. S.
Corrosão. Berke, V. Chaker, and D. Whiting, eds.), ASTM.
• Andrade, C., Merino, P., Novoa, X. R., Perez, M.
C., and Soler, L., Passivation of Reinforcing Steel in
Concrete, Materials Science Forum.
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