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(1) doença de Alzheimer, que normalmente ocorre em indivíduos com idade superior a 65
anos e se manifesta pela desorientação intelectual progressiva e demência, delírios ou
depressão;
(2) doença vascular, causada por trombose ou hemorragia dos vasos sanguíneos;
(6) doença do príon, como doença de Creutzfeldt-Jakob, a qual é causada por um vírus
transmissível de crescimento lento;
(7) induzida por substância, causada por toxina ou medicamento (p. ex., vapores de gasolina,
atropina);
(9) não especificada. No DSM-5, consta uma forma menos grave de demência denominada
transtorno neurocognitivo leve
Demência refere-se a um processo de doença marcado pelo declínio cognitivo, mas com
clareza de consciência.
A demência não se refere a um baixo funcionamento intelectual, nem retardo mental, porque
estas são condições de desenvolvimento e estáticas, e os déficits cognitivos na demência
representam um declínio de níveis anteriores de funcionamento.
Existem vários tipos de demência com base na etiologia: doença de Alzheimer, demência com
corpos de Lewy, demência vascular, demência frontotemporal, lesão cerebral traumática (LCT),
HIV, doença do príon, doença de Parkinson e doença de Huntington. A demência também
pode ser causada por outras condições médicas ou neurológicas ou produzida por várias
substâncias.
EPIDEMIOLOGIA:
Com o envelhecimento da população, a prevalência de demência aumenta.
De todos os pacientes com demência, 50 a 60% apresentam o tipo mais comum, a demência
do tipo Alzheimer (doença de Alzheimer). Sua prevalência aumenta com o avanço da idade.
Aos 90 anos, os índices são de 21%. Em todas essas estatísticas, de 40 a 60% dos casos são
moderados a graves.
Os índices de prevalência (homens para mulheres) são de 11 e 14% aos 85 anos, 21 e 25% aos
90 anos e 36 e 41% aos 95 anos.
Pacientes com demência do tipo Alzheimer ocupam mais de 50% dos leitos de clínicas de
repouso. Mais de 2 milhões de indivíduos com demência são cuidados nessas instalações. Até
2050, estima-se que haverá 14 milhões de norte-americanos com doença de Alzheimer e,
portanto, mais de 18 milhões de pessoas com demência.
O segundo tipo mais comum é a demência vascular, que apresenta uma relação causal com
doenças cerebrovasculares. Hipertensão predispõe o indivíduo à doença. A demência vascular
responde por 15 a 30% de todos os casos de demência. Ela é a ocorrência mais comum em
pessoas na faixa etária dos 60 e dos 70 anos e ocorre com maior frequência em homens do
que em mulheres. Aproximadamente 10 a 15% dos pacientes apresentam demência vascular
coexistente com demência do tipo Alzheimer.
ETIOLOGIA:
As causas mais comuns de demência em indivíduos com idade superior a 65 anos são (1)
doença de Alzheimer; (2) demência vascular; e (3) demência mista vascular e do tipo
Alzheimer. Outras doenças que respondem por cerca de 10% do total incluem demência com
corpos de Lewy; doença de Pick; demências frontotemporais; hidrocefalia de pressão normal
(HPN); demência alcoólica; demência infecciosa, como HIV ou sífilis; e doença de Parkinson.
Vários tipos de demência avaliados em contextos clínicos podem ser atribuídos a causas
reversíveis, como anormalidades metabólicas (p. ex., hipotireoidismo), deficiências nutricionais
(p. ex., deficiência de vitamina B12 ou de folato) ou síndrome de demência causada por
depressão.
Doença de Alzheimer
Doença de Parkinson
Diversas
Doença de Huntington
Doença de Wilson
Leucodistrofia metacromática
Neuroacantocitose
Psiquiátricas
Pseudodemência de depressão
Fisiológicas
Metabólicas
Tumorais
Primário ou metastático (p. ex., meningioma ou câncer de mama ou pulmão com metástase)
Traumáticas
Hematoma subdural
Infecciosas
Sífilis
Doenças desmielinizantes
Esclerose múltipla
Fármacos/drogas e toxinas
Álcool
Metais pesados
Irradiação
Monóxido de carbono
Fatores genéticos:
Embora a causa de demência do tipo Alzheimer continue desconhecida, houve progresso na
compreensão da base molecular dos depósitos amiloides, que são a característica típica da
neuropatologia do transtorno. Alguns estudos indicaram que até 40% dos pacientes
apresentam história familiar de demência do tipo Alzheimer; portanto, supõe-se que fatores
genéticos contribuam para seu desenvolvimento, pelo menos em alguns casos. Outro dado
que aponta para influência genética é o índice de concordância para gêmeos monozigóticos,
que é mais elevado do que o índice para gêmeos dizigóticos (43% em comparação a 8%,
respectivamente). Em vários casos bem documentados, o transtorno foi transmitido em
famílias por meio de um gene dominante autossômico, ainda que essa transmissão seja rara.
Demência do tipo Alzheimer exibiu ligação (linkage) aos cromossomos 1, 14 e 21.
Alucinações e delírios. Estima-se que 20 a 30% dos pacientes com demência (sobretudo
aqueles com demência do tipo Alzheimer) têm alucinações, e 30 a 40% têm delírios,
majoritariamente paranoides ou de perseguição de natureza não sistematizada, embora
delírios complexos, prolongados e bem sistematizados também sejam relatados por esses
pacientes. Agressividade física e outras formas de violência são comuns em indivíduos
demenciados que também têm sintomas psicóticos.
Humor. Além de psicose e de alterações na personalidade, depressão e ansiedade são
sintomas pronunciados em uma quantidade estimada em 40 a 50% dos pacientes com
demência, embora a síndrome completa de transtorno depressivo possa estar presente em
apenas 10 a 20%. Indivíduos com demência também podem exibir riso ou choro patológico –
ou seja, extremos de emoções – sem provocação aparente.
Alteração cognitiva. Além das afasias em indivíduos com demência, apraxias e agnosias
também são comuns. Outros sinais neurológicos que podem ser associados a demência são
convulsões, observadas em aproximadamente 10% dos pacientes com demência do tipo
Alzheimer e em 20% daqueles com demência vascular e apresentações neurológicas atípicas,
como síndromes do lobo parietal não dominante. Reflexos primitivos, como os reflexos de
preensão palmar e plantar, do focinho, de sucção e palmo-mentoniano, podem estar
presentes durante o exame neurológico, e espasmos mioclônicos estão presentes em 5 a 10%
dos pacientes.
Pacientes com demência vascular podem apresentar sintomas neurológicos adicionais, como
cefaleias, tontura, desmaio, fraqueza, sinais neurológicos focais e perturbações do sono,
possivelmente atribuíveis ao local da doença cerebrovascular. Paralisia pseudobulbar, disartria
e disfagia também são mais comuns em demência vascular do que em outras condições
demenciais.
Uma área ativa de pesquisa é o uso de tomografia computadorizada por emissão de fóton
único (SPECT) para detectar padrões de metabolismo cerebral em diversos tipos de demências;
o uso de imagens de SPECT logo poderá ajudar no diagnóstico diferencial clínico de doenças
demenciais.
Um exame físico geral é um componente de rotina da bateria de exames para demência. Ele
pode revelar evidências de doença sistêmica que cause disfunção cerebral, como aumento do
fígado e encefalopatia hepática, ou pode demonstrar doença sistêmica relacionada a
processos específicos do SNC. A detecção de sarcoma de Kaposi, por exemplo, deve alertar o
clínico para a provável presença de aids e a possibilidade associada de complexo de demência
da aids. Achados neurológicos focais, como hiper-reflexia assimétrica ou fraqueza, são
observados com maior frequência em doenças vasculares do que em doenças degenerativas.
Sinais de lobo frontal e reflexos primitivos ocorrem em diversos transtornos e costumam
indicar uma progressão maior.
CURSO E PROGNÓSTICO:
O curso clássico de demência é um início na faixa dos 50 ou 60 anos, com deterioração gradual
ao longo de 5 a 10 anos, levando, por fim, à morte.
A expectativa de sobrevivência média para pacientes com demência do tipo Alzheimer fica em
torno de oito anos, com alcance de 1 a 20 anos.
Dados sugerem que, em indivíduos com início precoce de demência ou com história familiar de
demência, a doença provavelmente desenvolva um curso rápido.
Em um estudo recente com 821 indivíduos com doença de Alzheimer, o tempo médio de
sobrevivência foi de 3 anos e meio. Depois do diagnóstico de demência, o paciente deve passar
por uma bateria completa de exames médicos e neurológicos, porque de 10 a 15% deles
apresentam uma condição potencialmente reversível se o tratamento for iniciado antes que
ocorra dano cerebral permanente.
O curso mais comum de demência se inicia com uma série de sinais sutis que pode, à primeira
vista, ser ignorada tanto pelo paciente como pelas pessoas próximas. Um início gradual de
sintomas costuma estar associado com mais frequência a demência do tipo Alzheimer,
demência vascular, endocrinopatias, tumores cerebrais e transtornos metabólicos. De maneira
alternativa, o início de demência em decorrência de lesão cerebral traumática, parada cardíaca
com hipoxia cerebral ou encefalite pode ser repentino. Embora sejam sutis, os sintomas da
fase inicial de demência se tornam mais evidentes com o avanço do processo, e os familiares
podem, então, levar o indivíduo ao médico.
Pessoas com demência podem ser sensíveis ao uso de benzodiazepínicos ou álcool, os quais
podem precipitar comportamento agitado, agressivo ou psicótico.
Nos estágios terminais de demência, o paciente torna-se uma sombra do que costumava ser –
profundamente desorientado, incoerente, amnésico e com incontinência urinária e fecal. Com
tratamento psicossocial e farmacológico, e talvez devido às propriedades autocurativas do
cérebro, os sintomas de demência podem ter um progresso lento durante um período de
tempo ou até mesmo recuar um pouco.
Determinantes psicossociais:
A gravidade e o curso de demência podem ser afetados por fatores psicossociais. Quanto
maior a inteligência e a escolaridade pré-mórbidas do indivíduo, melhor sua capacidade de
compensar déficits intelectuais. Pessoas que apresentam um início rápido usam menos defesas
do que as que experimentam um início insidioso. Ansiedade e depressão podem intensificar e
agravar os sintomas. Pseudodemência ocorre em pessoas deprimidas que se queixam de
prejuízo na memória, mas que, na realidade, têm um transtorno depressivo. Quando a
depressão é tratada, as deficiências cognitivas desaparecem.
TRATAMENTO:
O primeiro passo no tratamento de demência é a verificação do diagnóstico. O diagnóstico
preciso é imperativo porque a progressão pode ser interrompida e mesmo revertida se a
terapia apropriada for proporcionada. Medidas preventivas são importantes, especialmente
no caso de demência vascular. Essas medidas podem incluir mudanças na dieta, na rotina de
exercícios e no controle de diabetes e hipertensão. Agentes farmacológicos podem incluir anti-
hipertensivos, anticoagulantes ou antiplaquetários. O controle da pressão arterial deve ter
como objetivo se manter na parte superior da faixa de normalidade, porque foi demonstrado
que isso melhora a função cognitiva em pacientes com demência vascular. Demonstrou-se que
a pressão arterial abaixo da faixa de normalidade prejudica ainda mais a função cognitiva em
pacientes demenciados. A escolha do agente anti-hipertensivo pode ser relevante, uma vez
que antagonistas dos receptores β-adrenérgicos foram associados a aumento do prejuízo
cognitivo. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) e diuréticos não foram
correlacionados a aumento do prejuízo cognitivo, e acredita-se que reduzam a pressão arterial
sem afetar o fluxo sanguíneo cerebral, o qual se supõe estar correlacionado à função cognitiva.
A remoção cirúrgica de placas carotídeas pode prevenir eventos vasculares subsequentes em
pacientes criteriosamente selecionados. A abordagem de tratamento geral a pacientes com
demência é fornecer cuidados médicos de apoio, apoio emocional para o indivíduo e sua
família e o tratamento farmacológico para os sintomas específicos, incluindo comportamento
disruptivo.
Terapias psicossociais:
A deterioração das faculdades mentais não tem significado psicológico relevante para os
indivíduos com demência. A experiência da sensação de continuidade ao longo do tempo
depende da memória. A memória recente é perdida antes da memória remota na maioria dos
casos de demência, e muitas pessoas sentem muita angústia ao se lembrarem com clareza de
como costumavam funcionar, ao mesmo tempo que observam sua deterioração evidente. No
nível mais fundamental, o self é um produto de funcionamento cerebral. A identidade do
indivíduo começa a desaparecer com o avanço da doença, e ele consegue se lembrar cada vez
menos de seu passado. Reações emocionais que vão desde depressão até ansiedade grave e
terror catastrófico podem derivar da tomada de consciência de que o senso de self está
desaparecendo.
Intervenções psicodinâmicas com familiares de pacientes com demência podem ser de grande
valia. As pessoas que tomam conta de um paciente precisam lidar com sentimentos de culpa,
pesar, raiva e exaustão ao testemunharem a deterioração gradativa de um membro da família.
Um problema comum entre os cuidadores envolve seu autossacrifício para cuidar do paciente.
O ressentimento que se desenvolve paulatinamente desse autossacrifício costuma ser
reprimido devido aos sentimentos de culpa que produz. O clínico pode ajudar o cuidador a
compreender a mistura complexa de sentimentos associados ao ver um ente querido definhar
e pode fornecer compreensão, bem como permissão para expressar esses sentimentos. O
clínico também deve estar ciente da tendência do cuidador a culpar-se ou a responsabilizar os
outros pelas doenças do paciente e deve perceber o papel que o paciente com demência
desempenha na vida dos familiares
Farmacoterapia:
O clínico pode prescrever benzodiazepínicos para insônia e ansiedade, antidepressivos para
depressão e antipsicóticos para delírios e alucinações, mas deve estar ciente dos possíveis
efeitos idiossincráticos do fármaco em idosos (p. ex., excitação paradoxal, confusão e aumento
da sedação). De modo geral, devem-se evitar fármacos com atividade anticolinérgica elevada.
A donepezila é bem tolerada, e seu uso é disseminado. A tacrina é raramente usada, devido a
seu potencial hepatotóxico. Há menos dados clínicos disponíveis sobre rivastigmina e
galantamina, as quais parecem ser mais propensas a causar efeitos adversos gastrintestinais
(GI) e neuropsiquiátricos do que a donepezila. Nenhum desses medicamentos impede a
degeneração neuronal progressiva do transtorno.