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Noções de Direito Administrativo p/

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Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida – Aula 1
DIREITOS E VANTAGENS

Vencimento e remuneração

Os servidores públicos exercem sua atividade funcional


profissionalmente e, por isso, recebem uma contraprestação em dinheiro.
Tal retribuição pelos serviços prestados recebe diversas nomenclaturas da
Constituição Federal e da legislação decorrente.
Na Lei 8.112/1990, o pagamento aos servidores públicos pelo exercício
de suas atividades funcionais não é apenas um direito, mas uma imposição
ao Poder Público, uma vez que o art. 4º determina que é proibida a
prestação de serviços gratuitos, salvo as situações expressamente
previstas em lei.
Existem diversas composições da contraprestação recebida pelos
agentes públicos. Nesta aula, o nosso foco será as designações utilizadas
pela Lei 8.112/1990, sem aprofundar nas disposições doutrinárias sobre o
tema.
Nessa linha, o art. 40 denomina de vencimento a retribuição
pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Por
outro lado, a remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
Portanto, enquanto o vencimento é a parcela básica do que recebe o
servidor público pelo exercício de suas atividades, a remuneração é a soma
do vencimento com as vantagens pecuniárias de caráter permanente.
Para entender melhor o conceito de remuneração, podemos trazer
alguns exemplos. O art. 58 da Lei 8.112/1990 estabelece o pagamento de
diárias ao servidor que se deslocar de sua sede, a serviço, em caráter
transitório e eventual, para custeio de despesas com pousada, alimentação
e locomoção urbana. Assim, as diárias são indenizações que o servidor
receberá para custear as despesas extraordinárias realizadas durante a sua
viagem a serviço. Podemos perceber facilmente que as diárias são
vantagens transitórias, pois são pagas apenas em situações eventuais. Por
conseguinte, as diárias (e todos ou outros tipos de indenizações), não
compõem a remuneração do servidor.
No entanto, nem sempre é possível descrever quais vantagens são
transitórias ou permanentes. Segundo os professores Marcelo Alexandrino
e Vicente Paulo, as vantagens permanentes são aquelas relacionadas ao

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única parcela. Além disso, se o servidor receber valores em decorrência de
cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que
venha a ser revogada ou rescindida serão eles atualizados até a data da
reposição.
Podemos aproveitar este momento para discutirmos a possibilidade de
restituição (repetição) de valores indevidamente recebidos pelo servidor
público ativo ou aposentado.
Existem três situações distintas: (a) recebimento em decorrência de
decisão administrativa posteriormente revogada; (b) recebimento por força
de decisão judicial precária posteriormente revogada; (c) recebimento em
decorrência de decisão judicial transitada em julgado posteriormente
desconstituída por meio de ação rescisória.
Na primeira situação, isto é, quando o servidor recebe determinado
valor em decorrência de decisão administrativa posteriormente
revogada, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento de que é
incabível a devolução em decorrência de errônea ou inadequada
interpretação da lei por parte da Administração Pública. Tal entendimento
fundamenta-se no caráter alimentício que possui a remuneração ou
provento e também no princípio da legítima confiança ou da segurança
jurídica e, por isso, pressupõe-se a boa-fé do servidor que recebeu os
valores dos cofres públicos2.
Com efeito, a Advocacia Geral da União apresentou orientação no
mesmo sentido, conforme Súmula Administrativa 34, nos seguintes termos:
“Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor
público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por
parte da Administração Pública”.
Na segunda situação, ou seja, no caso de recebimento por força de
decisão judicial posteriormente revogada, é devida a restituição dos
valores por parte do servidor. Nesse caso, entende o STJ que não é
possível alegar a boa-fé, uma vez que o servidor é sabedor da fragilidade e
provisoriedade da decisão3.

2
RESp 1.244.182/PB, de 10/10/2012; o Tribunal de Contas da União possui entendimento semelhante, porém
com exigência de erro escusável na interpretação de lei, conforme Súmula TCU 249 É dispensada a reposição
de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude
de erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente
investida em função de orientação e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do
caráter alimentar das parcelas salariais
3
EAREsp 58.820/AL, de 8/10/2014.

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incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados
em lei (art. 49, §2º). Ou seja, as indenizações não integram a
remuneração em nenhuma hipótese. Já os adicionais e gratificações
podem, ou não, integrar a remuneração, conforme os critérios estabelecidos
em lei.
De acordo com o art. 50 da Lei 8.112/1990, as vantagens pecuniárias
não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de
quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou
idêntico fundamento. Porém, devemos analisar esse trecho final com
ressalva.

1. (Cespe – TJ/CNJ/2013) Além do vencimento, o servidor público pode receber


vantagens, como indenizações, gratificações e adicionais, sendo que as duas
primeiras vantagens citadas incorporam-se ao vencimento ou provento.
Comentário: a remuneração é composta pelo vencimento mais as vantagens
pecuniárias de caráter permanente. As vantagens previstas na Lei 8.112 são:
I - indenizações; II - gratificações; III - adicionais. As indenizações não se
incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. Já as
gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos
casos e condições indicados em lei.
Gabarito: errado.

Indenizações

As indenizações são pagas geralmente em caráter eventual, tendo por


objeto a restituição de despesas realizadas pelo servidor para exercer as
suas atribuições. Assim, é certo que as indenizações não compõem o
conceito estrito de remuneração previsto na Lei 8.112/1990.
São quatro as espécies de indenizações: (a) ajuda de custo (artigos
53 a 57); (b) diárias (artigos 58 e 59); (c) indenização de transporte
(artigo 60); (d) auxílio-moradia (artigos 60-A a 60-E). Vamos detalhar
cada uma delas:

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a) Ajuda de custo

Segundo o art. 53 da Lei 8.112/1990, a ajuda de custo destina-se a


compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do
serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio
em caráter permanente.
Imagine, por exemplo, que um servidor que exercia suas funções em
uma unidade da Receita Federal situada em Porto Alegre-RS seja removido,
no interesse do serviço, para outra unidade da Receita Federal, porém
situada em Vitória-ES. Nesse caso, ele fará jus à ajuda de custo para
compensar as despesas de instalação decorrentes da mudança de sede em
caráter permanente.
A Lei veda o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no
caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de
servidor, vier a ter exercício na mesma sede.
Com efeito, a Administração também se responsabiliza pelas
despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo
passagem, bagagem e bens pessoais (art. 53, §1º).
Caso o servidor venha a falecer na nova sede, assegura-se à sua
família a ajuda de custo e transporte para retornar à localidade de origem,
dentro do prazo de um ano, contado do óbito (art. 53, §2º).
O cálculo da ajuda de custo é realizado sobre a remuneração do
servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a
importância correspondente a três meses (art. 54).
Além disso, a Medida Provisória 632/2013, posteriormente convertida
na Lei 12.998/2014, inclui o §3º no art. 53, dispondo expressamente que
não será concedida ajuda de curso nas hipóteses de remoção a
pedido, previstas no art. 36, incisos II e III – remoção a pedido, a critério
da Administração; e remoção a pedido, para outra localidade,
independentemente do interesse da Administração.

A ajuda de custo não será concedida nas


hipóteses de remoção a pedido.

Também não será concedida ajuda de custo ao servidor que se


afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo (art.
55).

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Por outro lado, a ajuda de custo será concedida àquele que, não sendo
servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança
de domicílio. Imagine, por exemplo, que Pedro, um advogado residente
em São Paulo, que não é servidor público, seja nomeado para ocupar um
cargo em comissão de direção, em um órgão público sediado em Brasília.
Nessa hipótese, Pedro fará jus à ajuda de custo para cobrir as despesas de
deslocamento para ocupar o cargo em comissão.
Ademais, se o servidor for cedido para ter para exercício de cargo em
comissão ou função de confiança em outro órgão ou entidade dos Poderes
da União, dos estados, ou do Distrito Federal e dos municípios, a ajuda de
custo, quando cabível, será paga pelo órgão cessionário – ou seja, o
órgão no qual o servidor passará a ter o exercício será responsável por
custear a ajuda de custo (art. 56, parágrafo único).
Por fim, se o servidor, injustificadamente, não se apresentar na nova
sede no prazo de trinta dias, ficará ele obrigado a restituir a ajuda de custo
(art. 57).

b) Diárias

Dispõe o art. 58 da Lei 8.112/1990 que o servidor que, a serviço,


afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto
do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias
destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias com
pousada, alimentação e locomoção urbana.
Por exemplo, se um servidor de algum órgão de fiscalização afastar-se
de sua sede para realizar uma auditoria em um município do interior, ele
deverá receber as passagens e as diárias para indenizar eventuais despesas
que vier a ter com pousada, alimentação e locomoção urbana no local da
fiscalização.
A diária deve ser paga para cada dia de deslocamento. Contudo, se
o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União
custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias,
o seu pagamento ocorrerá pela metade (art. 51, §1º). Por exemplo, se o
mesmo servidor do exemplo acima deslocar-se para o outro município, mas
não necessitar dormir fora de sua sede, fará jus somente à metade do valor
da diária.

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Deve-se notar que o afastamento da sede deve possuir caráter
eventual ou transitório. Caso esse deslocamento constitua uma exigência
permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias (art. 58, §2º).

A diária destina-se a custear as despesas


extraordinárias para deslocamentos da sede
em caráter eventual ou transitório.

Também não faz jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da


mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião,
constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em
áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição
e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se
estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as
diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do
território nacional (art. 58, §3º).
Se o servidor receber diárias, mas não se afastar da sede, por qualquer
motivo, ficará obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de até cinco
dias (art. 59). Da mesma forma, se o retorno à sede ocorrer em prazo
menor que o inicialmente previsto, o servidor deverá restituir as diárias
recebidas em excesso, também no prazo de cinco dias.

c) Indenização de transporte

A indenização de transporte será concedida ao servidor que realizar


despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a
execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do
cargo (art. 60). Seria o caso de um servidor utilizar o seu próprio veículo
para se deslocar, com a finalidade de realizar algum serviço externo,
decorrente das atribuições de seu cargo.

d) Auxílio moradia

O auxílio moradia, constante nos arts. 60-A a 60-E do Estatuto dos


Servidores Públicos Federais, foi incluído pela Lei 11.355/2006. Trata-se do
ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor
com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado
por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da
despesa pelo servidor (art. 60-A).

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Deve-se notar, contudo, que o pagamento do auxílio moradia possui
uma série de requisitos previstos no art. 60-B5, destacando-se que a
indenização só poderá ser para ao servidor tenha se mudado do local de
residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6,
de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes. Também
não pode existir imóvel funcional disponível para uso pelo servidor ou para
seu cônjuge ou companheiro.
Assim, podemos verificar que o auxílio moradia não é concedido ao
servidor efetivo em decorrência de sua nomeação.
O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a vinte e cinco por
cento do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de
Ministro de Estado ocupado, não podendo também superar vinte e cinco
por cento da remuneração de Ministro de Estado (art. 60-D). Todavia,
independentemente do valor do cargo em comissão ou função
comissionada, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o
ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais).
Por exemplo, se o servidor que preencher os requisitos para concessão
do auxílio moradia ocupar um cargo em comissão cuja remuneração seja
de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), aplicando-se a regra dos 25%, o valor
do auxílio ficaria limitado a R$ 1.000,00 (mil reais). Entretanto, nessa
situação, seria assegurado o ressarcimento das despesas devidamente
comprovadas até o limite de R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais).

5
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes requisitos:
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador,
cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de
lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação;
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado
ou equivalentes;
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do
art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for
exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro
desse período; e
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro
cargo em comissão relacionado no inciso V.

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Por fim, no caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel
funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio moradia
continuará sendo pago por um mês (art. 60-E).

2. (Cespe – TJ/TRT 17 ES/2013) Constituem indenizações ao servidor público


ajuda de custo, diárias, alimentação, transporte e auxílio-moradia.
Comentário: as indenizações estão previstas no artigo 51: (a) ajuda de custo;
(b) diárias; (c) transporte e (d) auxílio-moradia. A alimentação não é uma das
indenizações previstas na Lei 8.112/1990.
Gabarito: errado.

3. (Cespe – Analista Técnico Administrativo/MJ/2013) Se um servidor público


federal tiver realizado despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para
a execução de serviços externos por força das atribuições próprias do cargo, ele
terá direito ao recebimento de indenização de transporte, que se incorporará ao seu
vencimento.
Comentário: analisando a questão, podemos perceber que ela está errada,
pois a indenização de transporte, assim como todas as outras indenizações,
não se incorpora ao vencimento (art. 49, §1º).
Gabarito: errado.

Retribuição, gratificações e adicionais

O art. 61 da Lei 8.112/1990 relaciona as retribuições, gratificações e


adicionais que podem ser pagas ao servidor, juntamente com o vencimento
do cargo. Inicialmente, devemos destacar que a relação é exemplificativa,
uma vez que o inc. VIII do art. 61 estabelece que podem ser pagas outras
retribuições, gratificações e adicionais relativas ao local ou à natureza do
trabalho. Logo, é possível que a legislação disponha sobre outras vantagens
dessa natureza.
Nesse contexto, o art. 61 dispõe que além do vencimento e das
vantagens previstas no Estatuto, serão deferidos aos servidores as
seguintes:
a) retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e
assessoramento;

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b) gratificação natalina;
c) adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
d) adicional pela prestação de serviço extraordinário;
e) adicional noturno;
f) adicional de férias;
g) outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho; e
h) gratificação por encargo de curso ou concurso.

Vamos analisar, então, cada uma dessas vantagens que podem ser
pagas aos servidores.

a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e


assessoramento

De acordo com o art. 62 da Lei 8.112/1990, ao servidor ocupante de


cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza
Especial é devida retribuição pelo seu exercício.
Além disso, o parágrafo único desse dispositivo estabelece que lei
específica estabelecerá a remuneração dos ocupantes de cargo em
comissão.
Na redação original da Lei 8.112/1990, existia a previsão de
incorporação dessa retribuição6 à remuneração do servidor e aos proventos
do aposentado. No entanto, tal incorporação deixou de existir e, por esse
motivo, a Medida Provisória 2.225-45/2001 incluiu o art. 62-A no Estatuto
dos Servidores Federais, transformando a retribuição pelo exercício de
função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em
comissão ou de natureza especial que já havia sido incorporada em
“Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada – VPNI”. Ou seja, somente
os servidores que já possuíam a incorporação mantiveram o direito,
recebendo-os com a denominação de VPNI. A partir daí, deixou de ser
possível incorporar a retribuição.

b) Gratificação natalina

A gratificação natalina é o famoso 13º salário. Essa gratificação


corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer

6
N L gratificação

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jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano (art. 63).
Para fins de cálculo do valor da gratificação, a fração igual ou superior a
quinze dias será considerada como mês integral.
A gratificação deve ser paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro
de cada ano (art. 64).
Caso o servidor seja exonerado ao longo do ano, ele perceberá sua
gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada
sobre a remuneração do mês da exoneração (art. 65).
Por fim, a gratificação natalina não será considerada para cálculo de
qualquer vantagem pecuniária (art. 66).

c) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou


penosas

A insalubridade ocorre quando o servidor possui contato constante


com substâncias que possam deteriorar as suas condições de saúde ao
longo do tempo, tais como substâncias tóxicas ou radioativas. A
periculosidade, por sua vez, ocorre quando o exercício das atribuições do
cargo coloca o servidor em condições de risco para sua integridade física, a
exemplo do trabalho com a rede elétrica.
Nessa linha, o art. 68 da Lei 8.112/1990 assegura, aos servidores que
trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato
permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, um
adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.
Vale mencionar que o servidor não pode acumular os adicionais de
insalubridade e periculosidade, devendo escolher um deles se preencher
os requisitos para ambos os adicionais (art. 68, §1º).
Ademais, eliminando-se das condições ou os riscos que deram causa à
concessão dos adicionais de insalubridade ou periculosidade, cessar-se-á o
direito de recebê-los (art. 68, §2º).
O art. 69 do Estatuto determina ainda que exista permanente
controle da atividade de servidores em operações ou locais considerados
penosos, insalubres ou perigosos.
Na mesma linha, o art. 72 exige que os locais de trabalho e os
servidores que operam com Raios X ou substâncias radioativas serão
mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação
ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.

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Nesse caso, os servidores serão submetidos a exames médicos a cada seis
meses (art. 72, parágrafo único).
Ademais, a servidora gestante ou lactante, será afastada, enquanto
durar a gestação e a lactação, das operações e locais penosos, insalubres
ou perigosos, exercendo suas atividades em local salubre e em
serviço não penoso e não perigoso (art. 69, parágrafo único).
A penosidade, por outro lado, refere-se ao local em que são
desenvolvidos os trabalhos do servidor. Dessa forma, o art. 71 estabelece
que o adicional de atividade penosa será devido aos servidores em
exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de
vida o justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.

d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário

O adicional pela prestação de serviço extraordinário é a famosa hora-


extra. Assim, trata-se de um acréscimo pecuniário recebido pelo servidor
que exercer suas atribuições além da carga-horária normal para o seu
cargo.
Nessa linha, o serviço extraordinário será remunerado com acréscimo
de cinquenta por cento em relação à hora normal de trabalho (art. 73).
Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações
excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de duas
horas por jornada (art. 74).

e) Adicional noturno

O adicional noturno é devido ao servidor que exercer suas atividades


em horário compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia
seguinte. Nesse caso, o valor-hora devido ao servidor será acrescido em
25% em relação ao que lhe seria devido pelo trabalho diurno. Além disso,
computa-se cada hora como cinquenta e dois minutos e trinta
segundos.
Portanto, se um servidor recebe R$100,00 (cem reais) por hora de
atividade diurna, ele receberá, durante o período em que é devido o
adicional noturno, o valor de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais) a cada
52min. e 30seg. de atividade.
Ademais, tratando-se de serviço extraordinário, o adicional noturno
incidirá sobre a remuneração em que está acrescido do adicional pela
prestação de serviço extraordinário. Vamos explicar. No mesmo exemplo

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do servidor que recebia R$ 100,00 (cem reais) por hora de serviço ordinário
diurno, se ele prestar serviço extraordinário, durante o horário em que é
devido o adicional noturno, a sua remuneração será calculada da seguinte
forma: (a) incidirá os 50% do adicional pela prestação de serviço
extraordinário, gerando o valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais); (b)
sobre este último, incidirá os 25% de adicional noturno, totalizando R$
187,50 (cento e oitenta e sete reais e cinquenta centavos) para cada hora
noturna (52min. e 30seg.).
Vamos aproveitar para resolver uma questão que exigiu a
jurisprudência do STJ:

4. (Cespe – Analista Técnico Administrativo/MJ/2013) Conforme decisão


recente do STJ, o adicional noturno previsto na Lei n.º 8.112/1990 será devido ao
servidor público federal que preste serviço em horário compreendido entre 22 horas
de um dia e 5 horas do dia seguinte. Entretanto, esse adicional não será devido se
o serviço for prestado em regime de plantão.
Comentário: vamos começar pelo Recurso Especial do STJ que trata do
assunto apresentado na questão.
RECURSO ESPECIAL. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGENTES
DA POLÍCIA FEDERAL. REGIME DE PLANTÃO (24H DE TRABALHO POR
48H DE DESCANSO). ADICIONAL NOTURNO. ART. 7º, IX, DA CF/88. ART.
75 DA LEI 8.112/90. CABIMENTO. PRECEDENTES DO TST. SÚMULA
213/STF. 1. O servidor público federal, mesmo aquele que labora
em regime de plantão, faz jus ao adicional noturno quando
prestar serviço entre 22h e 5h da manhã do dia seguinte, nos
termos do art. 75 da Lei 8.112/90, que não estabelece qualquer
restrição. 2. "É devido o adicional noturno, ainda que sujeito o
empregado aoregime de revezamento" (Súmula 213/STF). 3. Ao
examinar o art. 73 da CLT, o Tribunal Superior do Trabalho decidiu,
inúmeras vezes, que o adicional noturno é perfeitamente compatível com
o regime de plantões. 4. Recurso especial não provido. (STJ - REsp:
1292335 RO 2011/0267651-4, Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data de
Julgamento: 09/04/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação:
DJe 15/04/2013) (grifos nossos)
Ou seja, o STJ entende que o adicional noturno é devido ao servidor público
federal que trabalhar entre 22h e 5h da manhã, ainda que o serviço seja
prestado em regime de plantão.
Gabarito: errado.

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Os critérios e os percentuais a serem pagos como gratificação por
encargo de curso ou concurso constam no §1º, do art. 76-A, da seguinte
forma:
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este
artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:
I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza
e a complexidade da atividade exercida;
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e
vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade,
devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima
do órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento
e vinte) horas de trabalho anuais;
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes
percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração
pública federal:
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de
atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade
prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.

Com efeito, o pagamento da gratificação por encargo de curso ou


concurso somente será paga se as atividades mencionadas acima forem
exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor
for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária
quando desempenhadas durante a jornada de trabalho. Nas duas
primeiras hipóteses previstas acima em que é devida a gratificação por
encargo de curso ou concurso, será concedido horário especial, vinculado à
compensação de horário a ser efetivada no prazo de até um ano, na forma
do art. 98, §4º.
Por fim, a gratificação por encargo de curso ou concurso não se
incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito
e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer
outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da
aposentadoria e das pensões (art. 76-A, §3º).

Férias

Acho que este é um assunto de interesse de todos! ☺


O direito às férias encontra-se previsto no art. 7º, XVII, da CF,
representando o período anual de descanso do servidor. Na Lei 8.112/1990,
esse direito encontra-se previsto nos arts. 77 a 80.

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As férias têm duração de trinta dias anuais, que podem ser
acumuladas, no caso de necessidade do serviço, por até o máximo de dois
períodos, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. Nesse
período, o servidor ficará afastado do exercício de suas atribuições, mas
receberá sua remuneração, somada do adicional de férias, contando o seu
prazo como de efetivo exercício do cargo para todos os efeitos.
O primeiro período aquisitivo de férias ocorre depois de doze meses
de exercício (art. 77, parágrafo único), enquanto os demais períodos serão
adquiridos anualmente a cada dia 1º de janeiro. Exemplificando, se um
servidor entrar em exercício no dia 1º de agosto de 2014, ele completará
os doze meses de exercício no último dia do mês de julho de 2015,
ganhando o direito ao primeiro período de férias – relativas ao exercício de
2015. O segundo período aquisitivo ocorrerá em 1º de janeiro de 2016 e
assim sucessivamente – 1º/01/17, 1º/01/18, etc.
O §2º do art. 77 veda que se leve à conta de férias qualquer falta ao
serviço. Dessa forma, se o servidor faltar ao serviço injustificadamente,
deverá ser descontada à sua remuneração correspondente aos dias de
ausência, não se podendo descontar esses dias do período de férias.
Ademais, o Estatuto permite que as férias sejam parceladas em até
três etapas. Nesse caso, o requerimento deverá partir do servidor, mas a
concessão do parcelamento ocorre no interesse da administração pública,
ou seja, a administração decidirá de forma discricionária. Caso ocorra o
parcelamento, o pagamento do adicional de férias deverá ocorrer quando
da utilização do primeiro período (art. 78, §5º). Por exemplo, se o servidor
optar por dividir suas férias em dois períodos, sendo 15 dias em julho e 15
em dezembro, ele deverá receber o adicional de 1/3 sobre a sua
remuneração quando for gozar da primeira parcela (julho) do período de
férias.
O pagamento da remuneração das férias será efetuado até dois dias
antes do início do respectivo período (art. 78).
Caso o servidor seja e exonerado do cargo efetivo, ou em comissão,
ele deverá receber indenização relativa ao período das férias a que tiver
direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de efetivo
exercício, ou fração superior a quatorze dias (art. 78, §3º). Essa
indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for
publicado o ato exoneratório (art. 78, §4º).

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Dispõe o art. 79 que o servidor que opera direta e permanentemente
com Raios X ou substâncias radioativas gozará vinte dias consecutivos
de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer
hipótese a acumulação.
Por fim, o art. 80 apresenta as regras sobre a interrupção das férias,
que só poderá ocorrer por motivo de calamidade pública, comoção
interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por
necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão
ou entidade. Se forem, interrompidas, o restante do período das férias
será gozado de uma só vez (art. 80, parágrafo único).

5. (Cespe – TJ/TRT 17 ES/2013) A convocação para júri constitui hipótese de


interrupção das férias de servidor público.
Comentário: questão bem simples. A situação normal é que as férias não
sejam interrompidas. Contudo, o art. 80 apresenta situações específicas que
permitem a interrupção do período das férias, vejamos:
✓ calamidade pública;
✓ comoção interna;
✓ convocação para júri;
✓ serviço militar ou eleitoral; ou
✓ por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão
ou entidade.
Portanto, a convocação para o júri é uma das situações que justificam a
interrupção das férias do servidor público.
Gabarito: correto.

Licenças

Os capítulos IV e V do Título III do Estatuto dos Servidores Federais


apresentam, respectivamente, as licenças e afastamentos. Tecnicamente,
não existe diferença entre licença e afastamento, pois as duas representam
hipóteses em que o servidor ficará afastado de suas atribuições.
Simplesmente, o legislador optou por denominar esses períodos ora de

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licenças, ora de afastamentos. Dito isso, vamos iniciar pelo Capítulo IV, que
trata das licenças.
De acordo com o art. 81 da Lei 8.112/1990, conceder-se-á ao servidor
licença:
a) por motivo de doença em pessoa da família;
b) por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
c) para o serviço militar;
d) para atividade política;
e) para capacitação;
f) para tratar de interesses particulares;
g) para desempenho de mandato classista.
Caso uma licença seja concedida dentro de sessenta dias do
término de outra da mesma espécie será considerada como
prorrogação (art. 82). Por exemplo, imagine que um servidor está em
gozo de licença por motivo de doença em pessoa da família, prevista para
encerrar no dia 30 de julho de 2015. Se ele solicitar a renovação dessa
licença, e ela for concedida no dia 15 de julho (dentro do período de
sessenta dias do término), será considerada mera prorrogação e não uma
nova licença.
Agora, vamos analisar cada uma das licenças.

a) Licença por motivo de doença em pessoa da família

A licença por motivo de doença em pessoa da família, disciplinada


no art. 83 da Lei 8.112/1990, poderá ser concedida ao servidor por motivo
de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do
padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas
expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante
comprovação por perícia médica oficial.
Apesar de o texto da lei mencionar expressamente que a licença
“poderá” ser concedida, o entendimento atual é que sua concessão é
vinculada, ou seja, se estiverem preenchidos os requisitos legais, a
Administração deverá conceder a licença.
Com efeito, a licença somente será deferida se a assistência direta do
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente
com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário.

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Assim, podemos resumir os seguintes aspectos para a concessão da
licença por motivo de doença em pessoa da família:
a) a doença deve ser do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos
filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que
viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional;
b) a doença deverá ser comprovada por junta médica oficial;
c) a assistência direta do servidor deve ser indispensável e não poderá
ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou
mediante compensação de horário.
Devemos acrescentar ainda que, durante o período dessa licença, é
vedado o exercício de atividade remunerada (art. 81, §2º). O
entendimento é muito simples, se a licença é indispensável para que o
servidor possa prestar a assistência à pessoa da família, obviamente que
ele não poderia se ocupar em outra atividade remunerada.
Ademais, a concessão dessa licença, assim como de cada uma de suas
prorrogações, será precedida de exame por perícia médica oficial. No
entanto, o art. 204 dispensa a realização de perícia médica oficial, na forma
prevista em regulamento, quando o prazo da licença for inferior a quinze
dias dentro de um ano.
Na sequência, o §2º do art. 83 estabelece que a licença, incluídas as
prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas
seguintes condições:
a) por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
remuneração do servidor; e
b) por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas,
incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período
de doze meses não poderá ultrapassar esses limites (art. 83, §4º). O início
desse interstício de doze meses será contado a partir da data do
deferimento da primeira licença concedida (art. 83, §3º).
Por fim, podemos adiantar algumas regras sobre a contagem do tempo
de serviço. O art. 103, II, estabelece que o período da licença para
tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com remuneração,
que exceder a trinta dias em período de doze meses será contado apenas
para efeito de aposentadoria ou disponibilidade. Por outro lado, o tempo de
licença não remunerada não é contado para qualquer efeito.

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6. (Cespe Analista Administrativo/ANTT/2013) A licença para servidor público


federal por motivo de doença de pessoa da família, devidamente comprovada por
perícia médica oficial, poderá ser concedida a cada período de doze meses, por até
noventa dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor.
Comentário: vamos à Lei novamente?
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença
do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou
madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste
do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia
médica oficial.
[...]
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá
ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes
condições:
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
remuneração do servidor; e
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
remuneração.
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da
data do deferimento da primeira licença concedida. (grifos nossos)
Dessa forma, a licença poderá ser concedida, mas sem a remuneração ao
servidor.
Gabarito: errado.

7. (Cespe – AJ/TRT 17 ES/2013) O prazo máximo, incluídas as prorrogações,


para concessão de licença a um servidor público por motivo de doença de seu
enteado é de até 90 dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
Comentário: reforçando, o art. 83 dispõe que “poderá ser concedida licença
ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos
filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas
expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação
por perícia médica oficial”.
Na sequência, o art. 83, §2º, II, estabelece que a licença poderá ser concedida
por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
Assim, está correta a questão.
Gabarito: correto.

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b) Licença por motivo de afastamento do cônjuge

Segundo o art. 84 da Lei 8.112/1990, poderá ser concedida licença ao


servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado
para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o
exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
Essa licença será por prazo indeterminado e sem remuneração
(art. 84, §1º). Ademais, o período de licença não será computado para
qualquer efeito.
Como se vê, o servidor poderá acompanhar o cônjuge ou companheiro,
no entanto não perceberá sua remuneração nem terá o tempo de serviço
computado. Por esse motivo, o §2º do art. 84 apresenta uma alternativa
para essa situação, que é o exercício provisório. Assim, no deslocamento
de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público,
civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou
entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde
que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.

c) Licença para o serviço militar

Será concedida licença ao servidor convocado para o serviço


militar, na forma e condições previstas na legislação específica (art. 85).
Concluído o serviço militar, o servidor terá até trinta dias sem
remuneração para reassumir o exercício do cargo. Vale acrescentar que,
por força do art. 102, VIII, “f”, o período dessa licença é considerado como
de efetivo exercício do cargo.

d) Licença para atividade política

A licença para atividade política, prevista no art. 86 da Lei 8.112/1990,


é um direito do servidor público, ou seja, uma vez preenchidos os seus
requisitos, a administração pública está vinculada a concedê-la.
Ela será concedida nas seguintes condições, conforme o período em
que se aplica:
a) sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha
em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera
do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral (art. 86,
caput). Nesse caso, o período da licença não é contado como tempo de
serviço; e

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b) com remuneração, a partir do registro da candidatura e até o décimo
dia seguinte ao da eleição. Nesse caso, o servidor será remunerado até
o prazo máximo de três meses (art. 86, §2º). Ultrapassado os três
meses, o servidor continuará em licença, porém sem direito à
remuneração. Nessa situação, o período da licença será computado
apenas para fins de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III).
Conforme comentamos acima, a licença para atividade política é um
direito do servidor, dependendo, portanto, de requerimento do interessado.
Contudo, se o servidor desejar, em regra, ele poderá permanecer exercendo
as atribuições de seu cargo. Entretanto, existe uma situação em que o
servidor não pode optar por permanecer em exercício, ou seja, ele deverá
obrigatoriamente ser afastado de suas atribuições.
Nessa linha, o art. 86, §1º, da Lei 8.112/1990 estabelece que o
servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas
funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento,
arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato
ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo
dia seguinte ao do pleito.
A doutrina defende que, nesse último caso, como o servidor será
obrigatoriamente afastado, ele deverá perceber a remuneração do
cargo, assim como o período será contado como de efetivo exercício7.

e) Licença para capacitação

A licença para capacitação substituiu a antiga licença prêmio, sendo


incluída no Estatuto por meio da Lei 9.527/1997, que deu nova redação ao
art. 87 da Lei 8.112/1990.
Essa licença poderá ser concedida, no interesse da Administração,
para que o servidor participe de curso de capacitação profissional, por
um período de até três meses a cada cinco anos de efetivo exercício.
Nesse período, o servidor fara jus à sua remuneração.
Vale reforçar que a licença para capacitação é concedida segundo o
interesse da administração, ou seja, o seu deferimento é discricionário.
Ademais, os períodos de licença não são acumuláveis (art. 87,
parágrafo único). Assim, o servidor não poderá, por exemplo, aguardar dez

7
Barchet, 2008, p. 776.

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anos e solicitar uma licença de seis meses, dada a vedação de acumulação
dos períodos.
Por fim, o art. 102, VIII, “e”, considera que o período dessa licença é
computado como de efetivo exercício do cargo.

8. (Cespe – TJ/TRT 17 ES/2013) É vedado ao servidor o exercício de atividade


remunerada durante o período de licença para capacitação.
Comentário: o artigo 87 da Lei 8.112/90 dispõe sobre a licença para
capacitação, estabelecendo que, após cada quinquênio de efetivo exercício, o
servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para
participar de curso de capacitação profissional.
Por sua vez, o artigo 81 apresenta as licenças que podem ser concedidas aos
servidores federais, vejamos:
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
I - por motivo de doença em pessoa da família;
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
III - para o serviço militar;
IV - para atividade política;
V - para capacitação;
VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista.
[...]
§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o
período da licença prevista no inciso I deste artigo. (grifos nossos)
Ou seja, a vedação se aplica à licença por motivo de doença em pessoa da
família, não à licença para capacitação.
Gabarito: errado.

f) Licença para tratar de interesses particulares

A licença para tratar de interesses particulares poderá ser concedida,


a critério da Administração, ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde
que não esteja em estágio probatório, pelo prazo de até três anos
consecutivos, sem remuneração (art. 91).

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A concessão da licença ocorre de forma discricionária pela
Administração, podendo-se interrompê-la, a qualquer tempo, a pedido do
servidor ou no interesse do serviço (art. 91, parágrafo único).

g) Licença para o desempenho de mandato classista

É direito do servidor gozar da licença para o desempenho de mandato


classista, sem remuneração, para o desempenho de mandato em
confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato
representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda,
para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa
constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros
(art. 92).
Deve-se destacar, ademais, que a Lei 12.998/2014 fez significativas
alterações no conteúdo dessa licença. Por isso, é importante reforçar a
atenção em seu conteúdo.
Nessa linha, a licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
renovada, no caso de reeleição (art. 92, §2º)8.
Com efeito, somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para
cargos de direção ou de representação nas referidas entidades,
desde que cadastradas no órgão competente.
Além disso, os incisos I, II e III limitam a quantidade de servidores que
poderão ser licenciados para o exercício de mandato em cada entidade,
conforme a quantidade de associados (art. 92, incs. I, II e III, com redação
dada pela Lei 12.998/2014):
a) para entidades com até 5.000 associados, dois servidores;
b) para entidades com 5.001 a 30.000 associados, quatro servidores;
c) para entidades com mais de 30.000 associados, oito servidores.
O período de licença é considerado como de efetivo exercício, exceto
para efeito de promoção por merecimento (art. 102, VIII, “c”). Por fim, essa
licença não pode ser concedida a servidor que esteja em estágio probatório
(art. 20, §4º).

8
Preste atenção, na antiga redação, a renovação poderia ocorrer uma única vez. No atual dispositivo, não existe
essa limitação. Dessa forma, podemos entender que a licença será renovada sempre que houver reeleição.

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Afastamentos

Os afastamentos previstos no Estatuto são os seguintes:


a) afastamento para servir em outro órgão ou entidade (art. 93);
b) afastamento para exercício de mandato eletivo (art. 94);
c) afastamento para estudo ou missão no exterior (arts. 95-96); e
d) afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto
sensu no País (art. 96-A).
Vamos analisar cada uma delas.

a) Afastamento para servir a outro órgão ou entidade

O art. 93 do Estatuto dispõe sobre o afastamento para que o servidor


seja cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes
da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios.
Existem duas hipóteses em que essa cessão poderá ocorrer:
a) para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
b) em casos previstos em leis específicas.
Na primeira hipótese mencionada acima, se a cessão for para órgãos
ou entidades dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, o ônus da
remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para
o cedente nos demais casos.

Devemos diferenciar o órgão cedente do órgão


cessionário:
a) o órgão ou entidade cedente é aquele de exercício originário do servidor;
b) o órgão ou entidade cessionário é o beneficiário da cessão, isto é, o local em
que o servidor terá o exercício durante o período da cessão.

Por outro lado, quando o servidor for cedido a empresa pública ou


sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, e
optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo
efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em comissão, a
entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo
órgão ou entidade de origem (art. 93, §2º).
Em resumo, a sistemática é a seguinte:

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a) se a cessão for para órgãos ou entidades dos estados, do Distrito
Federal ou dos municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou
entidade cessionária. Portanto, nesse caso, é o órgão ou entidade
estadual, distrital ou municipal que arcará com o ônus da
remuneração;
b) se a cessão for para empresa pública ou sociedade de economia mista,
essas entidades devem se encarregar dos custos da remuneração.
Contudo, se o servidor optar pelo recebimento da remuneração do seu
cargo efetivo, acrescida de percentual da retribuição do cargo em
comissão, caberá à entidade cessionária efetuar o reembolso das
despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem; e
c) quando a cessão for para os demais órgãos ou entidades federais,
o ônus da remuneração caberá à União.

b) Afastamento para exercício de mandato eletivo

Anteriormente, vimos a licença para atividade política. Naquele caso,


o servidor iria participar do processo eletivo, concorrendo a uma das vagas
nos Poderes Legislativo ou Executivo. Agora, vamos falar do afastamento
para exercício do mandato eletivo, ou seja, a situação em que o servidor foi
eleito, passando a exercer o mandato eletivo.
As regras sobre o afastamento para exercício do mandato eletivo
constam no art. 94 do Estatuto, que praticamente reproduz o conteúdo do
art. 38 da Constituição da República.
Nesse sentido, ao servidor investido em mandato eletivo, aplicam-se
as seguintes disposições:
a) tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado
do cargo;
b) investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
c) investido no mandato de vereador:
c1) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de
seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
c2) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
Vamos explicar melhor. Na primeira situação, não existirá opção para
o servidor. Assim, sendo eleito para mandato federal, estadual ou distrital

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(Presidente, Governador, Senador, Deputado, etc.), o servidor será
afastado do cargo e obrigatoriamente receberá o subsídio do cargo eletivo.
Na segunda situação, o servidor investido no cargo de Prefeito,
também será afastado obrigatoriamente do cargo. Contudo, poderá optar
pela remuneração do cargo ou pelo subsídio referente ao mandato de
Prefeito.
Por fim, no caso de mandato de vereador, havendo compatibilidade de
horários, o servidor deverá acumular o cargo, recebendo a remuneração e
o subsídio simultaneamente. Não existindo compatibilidade de horários, o
servidor será afastado do cargo, podendo optar pela remuneração deste ou
então pelo subsídio de vereador.
Em qualquer dos casos de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
para a seguridade social como se em exercício estivesse.
Até agora, discutiu-se somente a investidura em mandato eletivo.
Contudo, o §2º do art. 94 trata de um assunto um pouco mais amplo. De
acordo com esse dispositivo, o servidor investido em mandato eletivo ou
classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para
localidade diversa daquela onde exerce o mandato.
Por fim, o art. 102, V, estabelece que o tempo de afastamento para
mandato eletivo é considerado como de efetivo exercício do cargo,
exceto para promoção por merecimento.

c) Afastamento para estudo ou missão no exterior

Os arts. 95 e 96 tratam do afastamento para estudo ou missão no


exterior. Tal afastamento é concedido de forma discricionária.
Assim, o servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou
missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos
Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal (art.
95, caput).
A ausência não poderá exceder a quatro anos, e finda a missão ou
estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.
Com efeito, ao servidor beneficiado com esse afastamento não poderá ser
concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes
de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de
ressarcimento da despesa havida com seu afastamento (art. 95, §2º).

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Interessante notar, portanto, que o Estatuto dá a entender que esse
afastamento ocorre sem prejuízo de sua remuneração. Nessa linha, o §4º
do art. 95 dispõe que as hipóteses, condições e formas para a autorização
para o servidor se ausentar do país, inclusive no que se refere à
remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.
Por fim, o §3º estabelece que nenhuma dessas regras constantes no
art. 95 se aplicam aos servidores da carreira diplomática.
O art. 96, por sua vez, trata de uma outra hipótese de afastamento de
servidor, qual seja para servir em organismo internacional de que o
Brasil participe ou com o qual coopere. Nesse caso, o dispositivo é
muito claro ao dispor que o afastamento ocorrerá com perda total da
remuneração.

d) Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto


sensu no país

Esta última hipótese de afastamento possui a finalidade bem clara de


permitir que o servidor participe de programa de pós-graduação stricto
sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado) em instituição de ensino
superior no país. A concessão do afastamento é medida discricionária da
Administração, só podendo ser deferido quando a participação não puder
ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
compensação de horário (art. 96-A). Sendo concedido o afastamento, o
servidor perceberá a correspondente remuneração do cargo e o período
será contabilizado como de efetivo exercício do cargo (art. 102, IV).
Ademais, esse afastamento somente poderá ser concedido a servidor
público efetivo, exigindo-se os seguintes períodos mínimos de exercício do
cargo no respectivo órgão ou entidade, incluído o período de estágio
probatório (art. 96-A, §2º):
a) pelo menos três anos para mestrado;
b) pelo menos quatro anos para doutorado.
Além dos prazos acima, o servidor não poderá, na data da solicitação
do afastamento, ter se afastado por licença para tratar de assuntos
particulares, ou para gozo de licença capacitação, ou, ainda, para a própria
participação em programa de pós-graduação stricto sensu nos últimos
dois anos.
No caso de participação em programas de pós-doutorado, o Estatuto
exige os seguintes requisitos (art. 96-A, §3º):

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a) o servidor deve ser titular de cargo efetivo, tendo exercido o cargo no
respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o
período de estágio probatório;
b) o servidor não poderá ter se afastado por licença para tratar de
assuntos particulares ou para outro afastamento para participação em
programa de pós-graduação stricto sensu, nos quatro anos
anteriores à data da solicitação de afastamento.
O servidor beneficiado com esses afastamentos terá que permanecer
no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao
do afastamento concedido (art. 96-A, §4º). Caso o servidor venha a
solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o
período de permanência mencionado acima, também deverá ressarcir o
órgão ou entidade dos gastos com seu aperfeiçoamento, no prazo de até
sessenta dias (art. 96-A, §5º, combinado com art. 47).
Da mesma forma, se o servidor não obtiver o título ou grau que
justificou seu afastamento no período previsto, deverá realizar o
ressarcimento ao órgão ou entidade dos gastos efetuados, no prazo de
sessenta dias, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso
fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.
Conforme vimos até agora, esse afastamento tem o objetivo de
proporcionais condições para que o servidor participe em programa de pós-
graduação stricto sensu no país. No entanto, o §7º do art. 96-A amplia as
mesmas regras desse afastamento para a participação em programa de
pós-graduação no exterior.

Concessões

As concessões são direitos que podem ser concedidos ao servidor,


dividindo-se em três categorias:
a) possibilidade de ausentar-se do serviço, sem qualquer prejuízo, nos
pelos seguintes prazos e motivos (art. 97):
a1) por um dia, para doação de sangue;
a2) pelo período comprovadamente necessário para alistamento
ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a
dois dias;
a3) por oito dias consecutivos em razão de casamento;

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a4) por oito dias consecutivos em razão de falecimento do cônjuge,
companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor
sob guarda ou tutela e irmãos.
b) direito à horário especial, que será concedido (art. 98):
b1) ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade
entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício
do cargo. Nesse caso, será exigida a compensação de horário no
órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração
semanal do trabalho;
b2) ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a
necessidade por junta médica oficial, independentemente de
compensação de horário;
b3) ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador
de deficiência, também independentemente de compensação de
horário;
b4) ao servidor que atuar como instrutor ou que participar de
banca examinadora ou de comissão de concurso, nas
situações previstas no art. 76-A, I e II, que ensejam o pagamento
da gratificação por encargo de curso ou concurso. Nessa hipótese,
o servidor deverá compensar o horário, no prazo de até um ano.
c) direito à matrícula em instituição de ensino congênere (art. 99):
ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da
administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na
mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em
qualquer época, independentemente de vaga. Esse direito é extensivo
ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que
vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com
autorização judicial.
Para essa última concessão, o STF possui entendimento no sentido de
que o direito à matrícula deve guardar a congeneridade das instituições de
ensino, ou seja, a transferência deve ser de instituição privada para privada
e de pública para pública. Por exemplo, o servidor que estudar em
instituição pública, terá direito à matrícula em outra instituição pública na
nova localidade; caso estude em instituição privada, o direito será para
matrícula em outra instituição privada9.

9
ADI 3.324/DF.

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Tempo de serviço

Já vimos boa parte sobre as regras da contagem do tempo de serviço.


Vamos, agora, complementar alguns pontos e reforçar os demais.
As disposições sobre a contagem de tempo de serviço constam nos
artigos 100 a 103.
Inicialmente, o art. 100 estabelece que o tempo de serviço público
federal, inclusive o prestado às Forças Armadas, é contado para todos os
efeitos.
Consoante o art. 101, a apuração do tempo de serviço será feita em
dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de
trezentos e sessenta e cinco dias.
Já o art. 103, §3º, veda a contagem cumulativa de tempo de
serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de
órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e
Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e
empresa pública.
Além disso, o tempo em que o servidor esteve aposentado será
contado apenas para nova aposentadoria (art. 103, §1º); enquanto o tempo
de serviço prestado às Forças Armadas em operações de guerra será
contado em dobro (art. 103, §2º).
Na sequência, o art. 102 apresenta os afastamentos considerados de
efetivo exercício do cargo, ao passo que o art. 103 apresenta as situações
em que o período será contado apenas para efeitos de aposentadoria e
disponibilidade.
Nesse contexto, dispõe o art. 102 que além das ausências ao serviço
previstas no art. 97 (as concessões), são considerados como de efetivo
exercício os afastamentos em virtude de:
a) férias;
b) exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade
dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;
c) exercício de cargo ou função de governo ou administração, em
qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da
República;

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d) participação em programa de treinamento regularmente instituído ou
em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme
dispuser o regulamento;
e) desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do
Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;
f) júri e outros serviços obrigatórios por lei;
g) missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento,
conforme dispuser o regulamento;
h) licença: (i) à gestante, à adotante e à paternidade; (ii) para tratamento
da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao
longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de
provimento efetivo; (iii) para o desempenho de mandato classista ou
participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa
constituída por servidores para prestar serviços a seus membros,
exceto para efeito de promoção por merecimento; (iv) por motivo de
acidente em serviço ou doença profissional; (v) para capacitação,
conforme dispuser o regulamento; (vi) por convocação para o serviço
militar;
i) deslocamento para a nova sede previsto no art. 18 do Estatuto;
j) participação em competição desportiva nacional ou convocação para
integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior,
conforme disposto em lei específica;
k) afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil
participe ou com o qual coopere.
Por outro lado, será contado apenas para efeito de aposentadoria e
disponibilidade (art. 103):
a) o tempo de serviço público prestado aos estados, municípios e Distrito
Federal;
b) a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor,
com remuneração, que exceder a trinta dias em período de doze
meses;
c) a licença para atividade política, no caso do art. 86, §2º - “a partir do
registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o
servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo
efetivo, somente pelo período de três meses”;

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d) o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal,
estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público
federal;
e) o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência
Social;
f) o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
g) o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o
prazo de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de
serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo.

Direito de Petição

O direito de petição possui previsão constitucional (CF, art. 5º, XXXIV,


“a”). No Estatuto, esse direito possui uma previsão mais restrita, uma vez
que é aplicável aos servidores públicos. Basicamente, representa uma
forma de solicitar direitos ou providências da Administração.
Nesse contexto, são três os instrumentos para o exercício do direito de
petição:
a) requerimento;
b) pedido de reconsideração; e
c) recurso.
O art. 104 assegura ao servidor o direito de requerer aos Poderes
Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. O requerimento
deve ser dirigido à autoridade competente para decidi-lo, porém será
encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente
subordinado o requerente (art. 105). Isso quer dizer que o servidor deve
seguir a cadeia hierárquica para proceder o seu pedido, ou seja, deve
encaminhar o pedido por meio de sua chefia.
O pedido de reconsideração, por sua vez, é dirigido a autoridade
que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não
podendo ser renovado (art. 106). Logo, percebe-se que o pedido de
reconsideração é encaminhado à mesma autoridade que tomou a decisão
que está sendo recorrida. Nesse caso, o servidor está solicitando que a
mesma autoridade reconsidere o que decidiu anteriormente.

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Ademais, o requerimento e o pedido de reconsideração deverão
ser despachados no prazo de cinco dias e decididos dentro de trinta
dias (art. 106, parágrafo único).
Por fim, o recurso é cabível nas seguintes situações (art. 107):
a) contra o indeferimento do pedido de reconsideração;
b) contra as decisões sobre os recursos sucessivamente
interpostos.
O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que
tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em
escala ascendente, às demais autoridades (art. 107, §1º). Portanto, no
recurso, solicita-se que a autoridade superior reveja o ato de seu
subordinado.
Contudo, o encaminhamento do recurso também segue a via
hierárquica, ou seja, o servidor deve encaminhar o recurso por intermédio
da autoridade a que estiver imediatamente subordinado (art. 107, §2º).
Vamos exemplificar um pouco. Suponha que um servidor deseje
solicitar a concessão de um direito. Nesse caso, ele deverá fazer um
requerimento, encaminhando-o por meio de seu chefe para a autoridade
competente, que chamaremos de Fulano. Se Fulano negar o requerimento
do servidor, este último poderá fazer um pedido de reconsideração,
dirigido a Fulano, solicitando que a decisão seja revista. Contudo, se Fulano
negar novamente o direito, o servidor deverá fazer um recurso, que será
encaminhado, por intermédio de sua chefia, à autoridade superior de
Fulano. A partir daí, o servidor poderá realizar sucessivos recursos,
conforme permitir a legislação, para as autoridades superiores.
Consoante o art. 108, o prazo para interposição de pedido de
reconsideração ou de recurso é de trinta dias, a contar da publicação
ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
De acordo com o art. 109, o recurso (somente ele) poderá ser
recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.
Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso,
os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado (art. 109,
parágrafo único).
Na sequência, o art. 110 apresenta os prazos em que o direito de
requerer prescreverá, são eles:

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a) em cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de
aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial
e créditos resultantes das relações de trabalho;
b) em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo
for fixado em lei.
O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato
impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não
for publicado (art. 110, parágrafo único).
Porém, o pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis,
interrompem a prescrição, ou seja, fazem zerar a contagem do prazo para
prescrição.
Ademais, a prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada
pela administração. Nesse caso, aplica-se a indisponibilidade do interesse
público, pois se a lei estabeleceu a prescrição, não pode o agente público
competente simplesmente desconsiderá-la e reconhecer algum direito do
servidor.
Com efeito, os prazos previstos no Capítulo sobre o direito de petição
são fatais e improrrogáveis, salvo motivo de força maior (art. 115).
Apesar de não poder relevar a prescrição, a Administração não pode
simplesmente deixar de fazer alguma coisa quando constatar uma
ilegalidade. Assim, com base no princípio da autotutela, o art. 114 dispõe
que Administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando
eivados de ilegalidade.
Por fim, dispõe o art. 113 que, para o exercício do direito de petição, é
assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao
servidor ou a procurador por ele constituído.

REGIME DISCIPLINAR

O regime disciplinar dos servidores públicos está disposto no Título IV


da Lei 8.112/1990 (artigos 116 a 182). Nesse Título, encontramos os
deveres e proibições dos servidores, as penalidades a que estão sujeitos e
as regras sobre as responsabilidades.

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Deveres

Os deveres são as obrigações ou condutas que os agentes devem


adotar em conjunto com as suas atribuições funcionais. Na Lei 8.112/1990,
eles estão dispostos no art. 116, nos seguintes termos:
Art. 116. São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas
as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para
apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio
público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

Conforme podemos observar, o inciso XII determina que o servidor


público deve representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de
poder. Nessa linha, o parágrafo único do mesmo artigo dispõe que essa
representação será encaminhada pela via hierárquica, ou seja, o servidor
público deve encaminhá-la para o seu superior imediato. Contudo, a
apreciação será feita pela autoridade superior àquela contra a qual foi
formulada a representação, assegurando-se ao representando ampla
defesa.
Com efeito, também é dever do servidor cumprir as ordens
superiores, com exceção apenas daquelas ordens consideradas
manifestamente ilegais (inc. IV). Além disso, deve o servidor público
levar as irregularidades de que tiver ciência, em razão do seu cargo, ao

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Assim, sempre que os deveres e os papéis são desempenhados


adequadamente e em conformidade com a lei, o servidor deverá adotar um
comportamento de colaboração com seus colegas. Logo, o item está correto.
Por outro lado, se constatar que as condutas não estão em conformidade com
a lei, é dever do servidor “levar as irregularidades de que tiver ciência em
razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade
competente para apuração” (inc. VI) e “representar contra ilegalidade,
omissão ou abuso de poder” (inc. XII).
Portanto, a questão está perfeita.
Gabarito: correto.

11. (Cespe – ATA/Suframa/2014) Considere que, a pessoa sem qualquer relação


com as funções do seu cargo, um servidor público tenha emprestado dinheiro a
juros muito superiores aos praticados pelas instituições financeiras. Nesse caso, o
servidor praticou a usura, conduta proibida na Lei n.° 8.112/1990.
Comentário: a usura pode ser definida como a cobrança de juros excessivos
pelo uso de capital, ou seja, é a cobrança de juros acima do que o praticado
no mercado pelo empréstimo de dinheiro. A usura, sob qualquer de suas
formas, é uma prática proibida pela Lei 8.112/1990 (art. 117, XIV).
Gabarito: correto.

12. (Cespe - Agente Administrativo/Suframa/2014) Considere que determinado


servidor participe, na qualidade de sócio cotista, de sociedade empresária cujo
objeto social seja o comércio de bens e que desempenhe atividades administrativas
nessa empresa. Nessa situação, não se pode atribuir falta funcional ao referido
servidor, porque a vedação legal refere-se ao desempenho da gerência ou
administração de sociedade privada.
Comentário: o art. 117, X, veda que o servidor participe de gerência ou
administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, ou
exerça o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário.
Portanto, a proibição não se aplica quando o servidor participar da sociedade
como sócio cotista. Por isso, o item está correto.
Além disso, tal proibição também não se aplica nos casos de:
 participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou
entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação

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no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar
serviços a seus membros; e

 gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a


legislação sobre conflito de interesses.

Gabarito: correto.

13. (Cespe – Técnico Administrativo/ICMBio/2014) Age em consonância com a


Lei n.º 8.112/1990 servidor público brasileiro, em exercício, que recusa pensão
oferecida pelos Estados Unidos da América.
Comentário: é vedado aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
estrangeiro (art. 117, XIII). Assim, o servidor agiu em consonância com a Lei
8.112/1990.
Gabarito: correto.

Acumulação

A acumulação já foi mencionada em várias partes de nosso curso.


Contudo, vamos esmiuçar o assunto.
De acordo com a Constituição Federal, é vedada a acumulação
remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, a acumulação:
a) de dois cargos de professor;
b) de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas.
Ademais, a proibição de acumular se estende a cargos, empregos e
funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades
de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Territórios e dos Municípios (art. 118, §1º).
Com efeito, a acumulação, ainda que lícita, deve possuir
compatibilidade de horários.
Ademais, será considerada proibida a acumulação de cargo ou
emprego público em que se tenha a percepção de vencimento e de
proventos da inatividade, exceto quando os cargos de que decorram essas
remunerações forem acumuláveis na atividade.

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Prosseguindo, o art. 119 da Lei dispõe que o servidor não poderá
exercer mais de um cargo em comissão, exceto quando for nomeado para
ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, devendo
optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.
Além disso, o servidor também não poderá ser remunerado pela
participação em órgão de deliberação coletiva. Todavia, isso não se
aplica à remuneração devida pela participação em conselhos de
administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia
mista, suas subsidiárias e controladas. O mesmo é válido para quaisquer
empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha
participação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser
legislação específica.
Fechando o assunto, nas hipóteses em que a acumulação é permitida,
quando o servidor estiver investido em cargo de provimento em comissão,
deverá ficar afastado de ambos os cargos efetivos, salvo o caso em que
houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles,
declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos
(art. 120).
Vamos explicar melhor. Imagine que Pedro acumule licitamente dois
cargos efetivos e acabou sendo designado para ocupar um cargo em
comissão de diretor de uma unidade administrativa. Nessa situação, a regra
é que Pedro fique afastado dos dois cargos efetivos, ou seja, ele ocupará
unicamente o cargo em comissão. No entanto, o Estatuto permite que Pedro
acumule o cargo em comissão com um único cargo efetivo, desde
que exista compatibilidade de horário e local com o exercício, declarada
pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

Responsabilidades

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor público poderá


responder nas esferas civil, penal e administrativa (art. 121).
Basicamente, a esfera civil decorre da ocorrência de dano e consiste no
respectivo ressarcimento; a espera penal ocasiona a aplicação de sanções
penais (p. ex.: detenção); por fim, a esfera administrativa decorre da
prática dos ilícitos administrativos, previstos no Estatuto dos Servidores.
Assim, justamente por possuírem fundamentos diversos, a regra é que
cada uma dessas instâncias seja independente. Portanto, um mesmo
servidor público poderá ser condenado simultaneamente a ressarcir o dano

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(esfera civil), sofrer a pena de demissão (esfera administrativa) e ainda ser
condenado à prisão (esfera penal). É possível, por outro lado, que um
servidor seja condenado civil e administrativamente, mas absolvido no
processo penal. Logo, existem várias combinações possíveis. Todavia,
veremos, adiante, que a regra da independência das instâncias possui
algumas exceções.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art.
122). Nesse caso, exige-se a responsabilidade subjetiva ou com culpa do
servidor público. Portanto, para que o servidor público seja condenado
civilmente a ressarcir o dano, deverá ser comprovado que ele agiu com dolo
(intenção) ou com culpa em sentido estrito.
Caso o dano seja causado contra a Administração, o servidor será
diretamente contra ela responsabilizado. No entanto, se o dano ocorrer
contra terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda Pública por meio
de ação regressiva (art. 122, §2º).
Nesse contexto, o art. 37, §6º, da Constituição Federal, determina que
as “pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Assim, se um servidor
público causar dano a terceiro, o Estado deverá primeiro ressarcir o
prejudicado para, em seguida, mover a ação de regresso contra o servidor,
para dele recuperar os valores gastos com a indenização.
De forma bem simples, se o servidor público “A” causar dano, com dolo
ou culpa, ao cidadão “B”; o Estado será responsável por ressarcir “B”,
podendo em seguida mover a ação de regresso contra “A” para recuperar
esses valores.
Destaca-se, ainda, que a obrigação de reparar o dano estende-se aos
sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança
recebida (art. 122, §3).
Por outro lado, a responsabilidade penal abrange os crimes e
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade (art. 123). Na Lei
Penal, os crimes praticados pelo funcionário público contra a Administração
constam nos artigos 312 a 326. Além disso, podemos encontrar outras
condutas típicas na legislação especial, a exemplo da Lei 8.666/1993 que

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apresenta alguns crimes que podem ser praticados por servidores públicos
relacionados com licitações e contratos administrativos.
Finalmente, a responsabilidade administrativa (ou civil-
administrativa) resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
desempenho do cargo ou função (art. 124). A responsabilidade
administrativa decorre da prática dos ilícitos administrativos, como por
exemplo a infringência em algumas das vedações que vimos acima ou a
falta de observância dos deveres funcionais do servidor.
Voltando ao assunto da independência das instâncias, dispõe o art. 125
que as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se,
sendo independentes entre si.
Ocorre, todavia, que a esfera penal poderá, em alguns casos,
influenciar as demais órbitas de responsabilidade, a depender do conteúdo
da sentença penal.
Nesse contexto, dispõe expressamente o art. 126 da Lei 8.112/1990
que a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso
de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Isso porque a apuração penal é muito mais solene, exigindo um
aprofundamento nas provas bem maior do que se exige nas demais esferas.
Assim, se ao final do processo penal restar comprovado que o fato não
existiu ou então que o servidor não é o autor da conduta investigada, não
há porque condená-lo nas demais esferas.
É importante ficar claro, porém, que tal relação ocorre apenas quando
ficar comprovado no processo penal que o fato não existiu ou então que o
servidor não é o seu autor.
Por outro lado, se o servidor for absolvido simplesmente pela falta de
provas, ou por ausência de tipicidade ou de culpabilidade penal, ou por
qualquer outro motivo que não sejam os dois mencionados acima, a
esfera penal não influenciará nas demais.
Assim, um servidor pode ser absolvido penalmente por falta de provas,
mas ser condenado civil e administrativamente, pois essas últimas não
exigem um rigor probatório tão grande. Da mesma forma, um servidor pode
ser absolvido penalmente por falta de tipicidade de sua conduta, ou seja,
aquilo que ele cometeu não se enquadra perfeitamente com a conduta
prevista na Lei Penal (tipo penal), porém a mesma conduta poderá ser
enquadrada em alguma falta funcional, acarretando a responsabilidade
administrativa.

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Com efeito, a doutrina11 utiliza a expressão conduta residual para se
referir àquelas condutas que não são puníveis na órbita penal, mas que
geram responsabilização civil e administrativa. Nesse contexto, vale
transcrevermos o enunciado da Súmula 18 do STF, vejamos:
Súmula 18:
Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é
admissível a punição administrativa do servidor público.

Dessa forma, com exceção da sentença penal que negar a existência


do fato ou a sua autoria, as instâncias de responsabilização são
independentes, podendo o servidor ser responsabilizado pela conduta
residual.
Para finalizar, o art. 126-A estabelece que nenhum servidor poderá ser
responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta,
a outra autoridade competente para apuração de informação
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha
conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego
ou função pública.
Vejamos como isso aparece em provas.

Um veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão, derrapou, invadiu


a pista contrária e colidiu com o veículo de um particular. O acidente resultou em
danos a ambos os veículos e lesões graves no motorista do veículo particular. Com
referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
14. (Cespe – Agente Administrativo/Suframa/2014) O motorista da SUFRAMA
poderá ser responsabilizado administrativamente pelo acidente, ainda que tenha
sido absolvido por falta de provas em eventual ação penal instaurada para apurar a
responsabilidade pelas lesões causadas ao motorista particular.
Comentário: as instâncias penal, civil e administrativa são, em regra,
independentes. Assim, de acordo com o art. 126 da Lei 8.112/1990, a
responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Nos demais
casos, a esfera penal não irá influenciar as demais instâncias.

11
e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 782.

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Assim, a absolvição penal por falta de provas não gera efeitos nas esferas civil
e administrativa, podendo o motorista poderá ser responsabilizado
administrativamente pelo acidente.
Gabarito: correto.

15. (Cespe – TJ/CNJ/2013) Considere que determinado servidor público, dentro de


suas atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado abusivamente.
Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à revisão judicial ou
administrativa, podendo, inclusive, o servidor responder por ilícito penal.
Comentário: se o servidor se afastou do interesse público e atuou
abusivamente, significa que ele cometeu irregularidades. Nesse caso, sua
conduta pode ser revista judicial ou administrativamente, podendo o servidor
responder por eventuais ilícitos administrativos, civis e penais.
Gabarito: correto.

Um PRF, ao desviar de um cachorro que surgiu inesperadamente na pista em que


ele trafegava com a viatura de polícia, colidiu com veículo que trafegava em sentido
contrário, o que ocasionou a morte do condutor desse veículo. Com base nessa
situação hipotética, julgue o item a seguir.
16. (Cespe - PRF/PRF/2013) Ainda que seja absolvido por ausência de provas em
processo penal, o PRF poderá ser processado administrativamente por eventual
infração disciplinar cometida em razão do acidente.
Comentário: a absolvição por falta de provas no processo penal não impede
a aplicação de sanções na esfera civil e penal. Somente a sentença que
inocentar o réu por inexistência do fato ou ausência de autoria, na esfera
criminal, é que afastará a responsabilidade civil (art. 126).
Gabarito: correto.

17. (Cespe - ATA/MDIC/2014) Se determinado servidor público for preso em


operação deflagrada pela Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação
penal, caso seja ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo
administrativo disciplinar, visto que o servidor poderá ser demitido apenas após o
trânsito em julgado da sentença criminal.
Comentário: já discutimos exaustivamente que as esferas civil, penal e
administrativa são, em regra, independentes. Assim, a instauração da ação
penal não impede o prosseguimento do processo administrativo disciplinar.
Gabarito: errado.

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Claro que a decisão será devidamente fundamentada, devendo ser aplicada
dentro dos parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade.
Há ainda uma situação em que a lei estabelece um limite menor do
prazo de suspensão. Assim, determina o art. 130, §1º, que será punido com
suspensão de até quinze dias o servidor que, injustificadamente, recusar-
se a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a
determinação.
Ademais, permite o Estatuto dos Servidores que a penalidade de
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de cinquenta por
cento por dia de vencimento ou remuneração, desde que haja
conveniência para o serviço. Nesse caso, a suspensão será trocada pela
multa e, assim, o servidor ficará obrigado a permanecer em serviço (art.
130, §2º).
Além disso, as penalidades de advertência e de suspensão terão seus
registros cancelados, após o decurso de três e cinco anos de efetivo
exercício, respectivamente, desde que o servidor não tenha praticado,
nesse período, nova infração (art. 131). Todavia, o cancelamento da
penalidade não surtirá efeitos retroativos (art. 131, parágrafo único).

Demissão

A pena de demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 132):


a) crime contra a administração pública;

b) abandono de cargo;

c) inassiduidade habitual;

d) improbidade administrativa;

e) incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

f) insubordinação grave em serviço;

g) ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima


defesa própria ou de outrem;

h) aplicação irregular de dinheiros públicos;

i) revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

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j) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

k) corrupção;

l) acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

m) transgressão das proibições constantes dos incisos IX a XVI do art. 117


– conforme vimos no tópico sobre as proibições.

O abandono de cargo decorre da ausência intencional do servidor


ao serviço por mais de trinta dias consecutivos (art. 138). Por outro
lado, a inassiduidade habitual representa a falta ao serviço, sem causa
justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de
doze meses (art. 139).

Cassação de aposentadoria ou de disponibilidade

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que


houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão (art. 134).

Destituição de cargo em comissão

A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de


cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades
de suspensão e de demissão (art. 135).
Caso o servidor tenha sido exonerado e, posteriormente, seja
constatada a prática de infração punível com suspensão ou penalidade, a
exoneração será convertida em destituição de cargo em comissão (art. 135,
parágrafo único).
******
Em alguns casos, a demissão e a destituição de cargo em comissão,
implica também a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, sem prejuízo da ação penal cabível. São eles: (a) improbidade
administrativa; (b) aplicação irregular de dinheiros públicos; (c) lesão aos
cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; (d) corrupção.
Além disso, não poderá retornar ao serviço público federal o servidor
que for demitido ou destituído do cargo em comissão pelas seguintes
infringências:
a) crime contra a administração pública;

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b) improbidade administrativa;

c) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;


d) corrupção; e
e) aplicação irregular de dinheiros públicos.

Para exemplificação, vamos ver como isso poderá ser cobrado.

18. (Cespe – Técnico Administrativo/ICMBio/2014) De acordo com a Lei n.º


8.112/1990, a demissão não é aplicável aos ocupantes de cargos em comissão.
Comentário: essa questão ajuda a deixar as coisas mais claras. Ao servidor
ocupante exclusivamente de cargo em comissão, aplica-se a pena de
destituição do cargo em comissão. Por outro lado, ao servidor ocupante de
cargo em comissão, mas que também seja servidor público efetivo, aplica-se
a pena de demissão.
Nesses termos, vejamos o conteúdo do art. 135 da Lei 8.112/1990:
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não
ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita
às penalidades de suspensão e de demissão. (grifos nossos)
Gabarito: errado.

19. (Cespe – AJ/CNJ/2013) São penalidades disciplinares a advertência, a


suspensão e a destituição de cargo em comissão.
Comentário: questão bem simples. São penalidades disciplinares as
seguintes (art. 127): advertência; suspensão; demissão; cassação de
aposentadoria ou disponibilidade; destituição de cargo em comissão; e
destituição de função comissionada.
Como podemos observar, a advertência, a suspensão e a destituição são
penas disciplinares. Dessa forma, o item está correto.
É importante notar que a questão, apesar de incompleta, está correta. Ela
somente poderia ser considerada errada se existisse algum limitar como
“somente”, “exclusivamente”, “apenas”, etc.
Gabarito: correto.

20. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Havendo conveniência para o serviço, a pena de


suspensão pode ser convertida em multa correspondente à metade por dia do

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vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer no
desempenho de suas atribuições.
Comentário: de acordo com o art. 130, §2º, da Lei 8.112/1990, quando existir
conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser
convertida em multa, na base de cinquenta por cento por dia (metade por dia)
de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em
serviço.
Gabarito: correto.

21. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Uma vez aplicadas ao servidor faltoso, as


penalidades de advertência e de suspensão ficarão permanentemente registradas
em seu assentamento funcional.
Comentário: as penalidades de advertência e de suspensão terão seus
registros cancelados, após o decurso de três e cinco anos de efetivo exercício,
respectivamente, desde que o servidor não tenha, nesse período, praticado
nova infração disciplinar.
Portanto, os registros não ficarão permanentemente registradas no
assentamento funcional do servidor.
Gabarito: errado.

22. (Cespe – Técnico MPU/2013) O servidor que, já tendo sido advertido por
diversas vezes por condutas antiéticas no trabalho, incorra em insubordinação
grave em serviço poderá ser suspenso ou demitido.
Comentário: a insubordinação grave enseja a aplicação da pena de demissão
(art. 132, VI), não cabendo a aplicação apenas da suspensão.
Gabarito: errado.

23. (Cespe – Técnico MPU/2013) Aplica-se a penalidade disciplinar de demissão


a servidor público por abandono de cargo, caracterizado pela ausência intencional
do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos ou por sessenta dias não
consecutivos, em um período de um ano.
Comentário: a pena de demissão se aplica, entre outras hipóteses, aos casos
de abandono de cargo (art. 132, II) e inassiduidade habitual (art. 132, III), que
podem ser definidos da seguinte forma:
 abandono de cargo: ausência intencional do servidor ao serviço por mais
de trinta dias consecutivos (art. 138);

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 inassiduidade habitual: falta ao serviço, sem causa justificada, por


sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses (art.
139).

Assim, a questão misturou o conceito de inassiduidade habitual ao de


abandono de cargo e, por isso, está errada.
Gabarito: errado.

Considere a seguinte situação hipotética.


Um servidor da SUFRAMA, visando contribuir para a realização de maiores
investimentos em Manaus, aceitou que empresa estrangeira patrocinasse viagem
sua ao exterior, a fim de que, durante o passeio, ele expusesse para os diretores na
sede da referida sociedade empresária os diferenciais competitivos e os benefícios
de se investir na região amazônica.
24. (Cespe – Administração/Suframa/2014) Nessa situação hipotética, apesar de
bem intencionada, a atitude do servidor configurou falta funcional, uma vez que é
vedado o recebimento de vantagem em virtude das atribuições funcionais, incluído
o pagamento de viagens.
Comentário: o art. 117, XII, da Lei 8.112/1990 veda que o servidor receba
propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de
suas atribuições. Portanto, ainda que bem intencionado, ele não poderia ter
aceitado o patrocínio da viagem. Esse tipo de infração poderá ensejar a
aplicação da pena de demissão (art. 132, XIII).
Gabarito: correto.

25. (Cespe - Agente Administrativo/MDIC/2014) Considere que um servidor


vinculado à administração unicamente por cargo em comissão cometa uma infração
para a qual a Lei n.º 8.112/1990 preveja a sanção de suspensão. Nesse caso, se
comprovadas a autoria e a materialidade da irregularidade, o servidor sofrerá a
penalidade de destituição do cargo em comissão.
Comentário: a destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante
de cargo efetivo – ou seja, aquele que ocupa unicamente o cargo em comissão
– será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e
de demissão (art. 135).
Gabarito: correto.

26. (Cespe – Analista Administrativo/ICMBio/2014) A demissão, espécie de


penalidade disciplinar, será aplicada ao servidor, assegurado o contraditório e a
ampla defesa prévios, quando houver, entre outros casos, crime contra a

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Prescrição

A prescrição é a situação em que o Poder Público perde a sua


capacidade punitiva, ou seja, transcorrido o prazo previsto em lei, o Estado
não poderá mais impor penalidade ao agente infrator.
Nesse sentido, a prescrição da ação disciplinar ocorre, a partir da data
em que o fato se tornou conhecido, em (art. 142):
a) em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão,
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de
cargo em comissão;

b) em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

c) em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

Todavia, se a infração disciplinar também for capitulada como crime ou


contravenção, o prazo de prescrição será o mesmo previsto na legislação
penal (art. 142, §2º).
Deve-se destacar, ademais, que as ações de ressarcimento são
imprescritíveis, na forma do §5º, art. 37, da Constituição Federal. Portanto,
mesmo com a prescrição da capacidade punitiva, caso subsista dano ao
erário em decorrência de ação dolosa ou culposa do servidor, ainda assim
poderá ser realizado o procedimento para obter o ressarcimento desse
dano.
Ressalta-se, ainda, que de acordo com o §3º, do art. 142, a abertura
de sindicância ou a instauração de processo administrativo disciplinar
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade
competente. A interrupção faz com que o prazo comece a correr do zero no
momento em que se encerrar o seu motivo. Por exemplo, se determinada
ação prescreve em 180 dias, caso o prazo seja interrompido aos 110 dias,
no momento em que cessar o motivo da interrupção, o prazo começará a
contar novamente, iniciando do zero.
Nesse contexto, o §4º, do art. 142, determina que interrompido o curso
da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a
interrupção.
Dessa forma, uma vez iniciada a sindicância ou o processo
administrativo, o prazo de prescrição será interrompido, reiniciando-se, em
regra, ao término da conclusão do processo. No entanto, o Supremo

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Tribunal Federal já concluiu que tal prazo não pode ficar interrompido
eternamente.
Assim, a Lei 8.112/1990 dispõe que o prazo para conclusão do
processo administrativo disciplinar é de sessenta dias, prorrogáveis uma
única vez por igual prazo (art. 152). Acrescenta-se a esse prazo o período
de julgamento, que é de mais vinte dias (art. 167). Somando os
mencionados prazos, podemos observar que a conclusão e o julgamento do
processo administrativo disciplinar devem ocorrer em até 140 dias. Trata-
se de prazo impróprio, ou seja, se não for observado não gera a nulidade
do processo. Entretanto, uma vez transcorrido este prazo, cessa-se a
interrupção, iniciando novamente a contagem do prazo, mesmo que o
processo não tenha sido concluído.
Vamos resolver mais uma questão para exemplificação.

29. (Cespe – Procurador do MPTC-DF/TC-DF/2013) Nas hipóteses em que o


ilícito administrativo praticado por servidor, nessa condição, dê ensejo à cassação
de aposentadoria e também seja capitulado como crime, a prescrição da pretensão
punitiva da administração terá como baliza temporal a pena em concreto, aplicada
no âmbito criminal, devendo ser observados os prazos prescricionais do CP.
Comentário: a expressão “prescrição da pretensão punitiva da administração”
é utilizada para designar a situação em que a Administração Pública perde a
capacidade de aplicar as sanções administrativas em decorrência da
aplicação do prazo de prescrição.
Nesse contexto, a ação disciplinar prescreve em cinco anos, quanto às
infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão (art. 142, I).
Entretanto, quando a infração disciplinar também for capitulada como crime
ou contravenção, o prazo de prescrição será o mesmo previsto na legislação
penal (art. 142, §2º).
Assim, deverá ser observado o prazo prescricional do Código Penal, de
acordo com a pena aplicada no caso em concreto.
Gabarito: correto.

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QUESTÕES EXTRAS

Pedro, servidor de um órgão da administração pública, foi informado por seu chefe da
possibilidade de ser removido por ato de ofício para outra cidade, onde ele passaria a
exercer suas funções. Nessa situação hipotética, considerando as regras dispostas
na Lei n.º 8.112/1990, julgue os itens subsequentes.
30. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Se for removido, Pedro terá direito
a receber ajuda de custo correspondente ao valor efetivamente gasto no
deslocamento, seu e de sua família, que inclui despesa com passagem, bagagem e
bens pessoais.
Comentário: a ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação
do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede,
com mudança de domicílio em caráter permanente (art. 53). Ademais, a
administração também se responsabiliza pelas despesas de transporte do
servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais
(art. 53, §1º).
O erro consiste no fato de a ajuda de custo não corresponder ao valor
efetivamente gasto no deslocamento, mas sim a um valor calculado sobre a
remuneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo
exceder à importância correspondente a três meses (art. 54).
Dessa forma, o item está errado.
Gabarito: errado.

Acerca do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, cada um dos
próximos itens apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser
julgada.
31. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Joaquim, analista judiciário do
TRE/GO, solicitou licença por motivo de doença em pessoa da família em razão do
quadro clínico de saúde de sua sobrinha. Nessa situação, é possível a concessão da
referida licença ao servidor.
Comentário: de acordo com o art. 83 da Lei 8.112/1990, poderá ser concedida
licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais,
dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas
expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por
perícia médica oficial.
Conforme se vê, a sobrinha não consta expressamente como um dos membros
da família que podem justificar a concessão de licença por motivo de doença
em pessoa da família. Entretanto, o gabarito preliminar considerou a questão
correta, mas no gabarito definitivo ela foi anulada. A banca apresentou a

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seguinte justificativa: “Considerando-se não estar explícito na redação o fato de
a sobrinha de Joaquim ser sua dependente, opta-se pela anulação do item”.
Veja que a questão menciona que “é possível” a concessão da licença.
Realmente, será possível conceder a licença se a sobrinha for dependente. Com
isso, fica difícil julgar a questão objetivamente, pois não dá para saber se o
avaliador consideraria a questão como errada, pois a sobrinha não consta
expressamente como uma das pessoas da família que poderiam justificar a
concessão da licença; ou se o avaliar a consideraria correta, uma vez que
realmente “é possível” conceder a licença, mas isso depende de a sobrinha ser
dependente. O melhor realmente foi anular a questão.
Gabarito: anulado.

32. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Caio, analista judiciário do


TRE/GO, está em gozo de licença para tratar de interesses particulares. Nessa
situação, a referida licença pode ser interrompida, a qualquer tempo, se for de
interesse do tribunal.
Comentário: a licença para tratar de interesses particulares poderá ser
concedida ao servidor ocupante de cargo efetivo, a critério da Administração,
desde que não esteja em estágio probatório, pelo prazo de até três anos
consecutivos, sem remuneração (art. 91). A licença poderá ser interrompida, a
qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço (art. 91,
parágrafo único). Conforme se vê, a licença é discricionária, cabendo ao Poder
Público decidir sobre a conveniência em concedê-la ou não e, ainda, podendo
revogá-la a qualquer momento, no interesse do serviço. Portanto, a questão está
correta.
Gabarito: correto.

33. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Pablo, técnico judiciário do


TRE/GO, recebe mensalmente adicional de qualificação por ter concluído curso de
mestrado na sua área de atuação. Nessa situação, os valores recebidos por Pablo
pela referida qualificação incorporam-se ao seu vencimento.
Comentário: vejamos o que dispõe o art. 49 da Lei 8.112/1990:
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes
vantagens:
I - indenizações;
II - gratificações;
III - adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para
qualquer efeito.

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§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento
ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
As gratificações e os adicionais estão listados no art. 61 do Estatuto, mas não
de forma taxativa. Isso porque o art. 61, VIII, dispõe que podem ser concedidos
outros adicionais “relativos ao local ou à natureza do trabalho”. Assim, é
possível que a legislação de cada cargo ou carreira apresente outros benefícios
conforme o local ou natureza do trabalho.
No caso da questão, o servidor está recebendo mensalmente um “adicional de
qualificação por ter concluído curso de mestrado na sua área de atuação”. O
mestrado é um título que, uma vez concluído, não há como tirar do servidor.
Logo, o adicional pela conclusão do mestrado deve se incorporar ao
vencimento, pois possui uma natureza permanente.
Gabarito: correto.

34. (Cespe – Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015) A licença de um


servidor para tratar de assuntos particulares, desde que preenchidos os requisitos
previstos em lei, dependerá da concessão da administração. No entanto, a interrupção
da licença somente ocorrerá com o consentimento do servidor licenciado.
Comentário: a licença para tratar de assuntos particulares é concedida de forma
discricionária pela Administração. Além disso, ela poderá ser interrompida, a
qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço (art. 91,
parágrafo único). Portanto, a licença poderá ser revogada no interesse do
serviço, independentemente de o servidor concordar ou não.
Gabarito: errado.

35. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Flávia, analista judiciária do


TRE/GO, acumula licitamente o cargo de analista e um cargo de professora na rede
pública de ensino em Goiânia. Por sua competência, foi convidada a ocupar cargo em
comissão no governo estadual de Goiás. Nesse caso, para ocupar o cargo em
comissão, Flávia deve afastar-se dos dois cargos efetivos.
Comentário: de acordo com o art. 120 do Estatuto, o servidor que acumular
licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em
comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em
que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles,
declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
Portanto, não necessariamente Flávia terá que se afastar dos dois cargos
efetivos, pois existe a possibilidade de acumulação com um deles.
Gabarito: errado.

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36. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Luana, analista judiciária do
TRE/GO, tem procedido de forma desidiosa no exercício de suas atribuições. Nessa
situação, Luana comete transgressão disciplinar e está sujeita à pena de demissão do
serviço público.
Comentário: agir de forma desidiosa é o mesmo que agir com desleixo,
desatenção, preguiça, etc. De acordo com o art. 117, XV, é proibido ao servidor
proceder de forma desidiosa, que é um dos casos que pode ensejar a demissão,
conforme o art. 132 do Estatuto. Portanto, Luana cometeu uma transgressão e
está sujeita à pena de demissão do serviço público.
Gabarito: correto.

37. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) O TRE/GO recebeu denúncias


sobre supostas irregularidades praticadas por José, um de seus analistas judiciários.
Nessa situação, ainda que os atos atribuídos a José não configurem evidente infração
disciplinar ou ilícito penal, a autoridade responsável do tribunal deve determinar a
instauração de processo administrativo disciplinar.
Comentário: segundo o art. 144 da Lei 8.112/1990, as denúncias sobre
irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação
e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a
autenticidade. No entanto, quando o fato narrado não configurar evidente
infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de
objeto.
Imagine, por exemplo, que um cidadão faça uma denúncia informando que um
servidor estava trabalhando sem uniforme. No entanto, não existe qualquer
uniforme padronizado para aquele órgão. Nesse caso, a denúncia será
arquivada, pois o caso não configura evidente infração disciplinar ou ilícito
penal.
É importante destacar, no entanto, que isso não significa que a autoridade tem
discricionariedade para instaurar ou não o processo de apuração, pois, caso
existam indícios de cometimento de alguma infração, a instauração da
sindicância ou do processo administrativo disciplinar é obrigatória.
Gabarito: errado.

Maria, servidora pública federal estável, integrante de comissão de licitação de


determinado órgão público do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, no
exercício do cargo, vantagem econômica indevida para que favorecesse determinada
empresa em um procedimento licitatório. Após o curso regular do processo
administrativo disciplinar, confirmada a responsabilidade de Maria na prática
delituosa, foi aplicada a pena de demissão. Considerando essa situação hipotética,
julgue os itens a seguir, com base na legislação aplicável ao caso.

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38. (Cespe – Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015) Caso Maria,
notoriamente, possuísse boa conduta no ambiente de trabalho e não houvesse
registros negativos em seus assentamentos funcionais, a administração poderia, com
fundamento em tais atenuantes, ter optado pela imposição de penalidade menos
gravosa.
Comentário: nessa situação, Maria cometeu uma infração grave, que pode ser
enquadrada em vários dispositivos da Lei 8.112/1990, que ensejam a demissão.
Por exemplo: “crime contra a administração pública”; “improbidade
administrativa”; “lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
nacional”; “corrupção” (art. 132, I, IV, X, XI). A conduta ainda pode ser
enquadrada em algumas das proibições cuja transgressão também poderá
ensejar a demissão: “receber propina, comissão, presente ou vantagem de
qualquer espécie, em razão de suas atribuições”; “valer-se do cargo para lograr
proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública”
(art. 117, IX e XII).
Vale acrescentar que as últimas duas transgressões apresentadas acima
incompatibilizam o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal,
pelo prazo de 5 (cinco) anos (art. 137). Além disso, a conduta de Maria se
enquadra em diversas situações em que o servidor demitido fica proibido de
retornar ao serviço público federal (art. 137, parágrafo único)13.
Assim, em que pese as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
antecedentes funcionais devam ser considerados na aplicação da pena; a
natureza, a gravidade e os danos decorrentes da conduta de Maria são tão
relevantes que não é possível impor uma penalidade menos gravoso, pois a
infração disciplinar se enquadra em diversos dispositivos que ensejam a
demissão e até mesmo outras consequências mais gravosas.
Gabarito: errado.

Com base no disposto no Decreto n.º 6.029/2007 e na Lei n.º 8.112/1990, julgue os
itens subsequentes, que versam sobre direitos e deveres de servidores públicos.
39. (Cespe – Analista/INSS/2016) É proibido ao servidor público atuar como
intermediário junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e de cônjuge ou
companheiro.

13
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI,
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do
cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

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Comentário: de acordo com o art. 117, inciso XI, da Lei 8.112/1990, é proibido ao
servidor “atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas,
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro”.
Portanto, a questão reflete uma das vedações aplicáveis aos servidores
públicos, exatamente como previsto na Lei 8.112/1990.
Gabarito: correto.

Ainda com base no disposto na Lei n.º 8.112/1990 e na Constituição Federal de 1988
(CF), julgue os próximos itens.
40. (Cespe – DPU/2016) Com referência ao servidor público federal, a
responsabilidade administrativa e a penal são independentes entre si, podendo
cumular-se, salvo no caso de absolvição criminal que negue a ocorrência do fato ou a
sua autoria.
Comentário: o servidor responde civil, penal e administrativamente pelo
exercício irregular de suas atribuições (art. 121). Essas sanções poderão
cumular-se, sendo independentes entre si (art. 125). Entretanto, a
responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria (art. 126).
Portanto, quando a sentença penal comprovar que não houve a irregularidade
(negativa do fato) ou que não foi o servidor o responsável (negativa de autoria),
não poderá o servidor ser sancionado nas instâncias administrativa e civil.
Porém, se a absolvição decorrer de outro motivo (como a insuficiência de
provas), aí não ocorrerá a vinculação das demais instâncias.
Posto isso, podemos ver a correção da questão.
Gabarito: correto.

41. (Cespe – DPU/2016) A inassiduidade habitual será apurada mediante


procedimento sumário, cabendo, nesse caso, a penalidade de remoção ou de
advertência.
Comentário: por inassiduidade habitual entende-se a falta ao serviço, sem causa
justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze
meses. Com efeito, a inassiduidade habitual do servidor será punida com a
demissão (art. 132, III) e não com a advertência ou remoção.
Ademais, a remoção é apenas uma forma de deslocamento do servidor, dentro
do mesmo quadro de pessoal (Lei 8.112/1990, art. 36), não podendo ser utilizada
como punição por alguma transgressão.
Gabarito: errado.

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42. (Cespe – DPU/2016) Servidor do Instituto Nacional do Seguro Social que agir
como procurador de seu cônjuge na obtenção de benefício previdenciário violará
proibição estabelecida no regime disciplinar dos servidores públicos federais.
Comentário: pelo contrário. O art. 117, XI, pontua que é proibido ao servidor
atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até
o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro.
Gabarito: errado.

43. (Cespe – DPU/2016) É permitido o exercício de mais de um cargo em comissão,


desde que seja na condição de interino.
Comentário: o servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, nem
ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva (art. 119).
Entretanto, o referido artigo faz uma ressalva: o servidor ocupante de cargo em
comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício,
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do
que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um
deles durante o período da interinidade.
Portanto, é permitido o exercício de mais de um cargo em comissão, desde que
seja na condição de interino.
Gabarito: correto.

44. (Cespe – DPU/2016) Ao servidor público federal que tenha recebido certidão
emitida por órgão público estadual para instruir pedido administrativo é lícito exigir o
reconhecimento de firma da autoridade estadual.
Comentário: se a certidão foi emitida por um órgão público, pressupõem-se que
ela seja legítima, ou seja, não existe dúvida sobre a autenticidade do documento.
Assim, não existe motivo para exigir o reconhecimento de firma.
Justamente por esse motivo é expressamente vedado ao servidor, com base no
art. 117, III, da Lei 8.112/1990, recusar fé a documentos públicos.
Logo, nossa questão está incorreta, pois o servidor não poderia negar fé a
documentos públicos.
Vale acrescentar ainda que a Lei 9.784/1999 dispõe que o reconhecimento de
firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade, salvo se
houver imposição legal exigindo o reconhecimento.
Gabarito: errado.

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45. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-PI/2016) Quanto ao direito de petição,
assinale a opção correta nos termos do regime jurídico dos servidores públicos civis
da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
a) Assim como ocorre com o recurso tempestivo, o pedido de reconsideração
interrompe a prescrição.
b) Caso tenha sido excluída vantagem do contracheque, o requerimento para a defesa
do direito deverá ser dirigido à autoridade a que estiver subordinado o servidor.
c) Recurso interposto contra decisão que aplicar penalidade de suspensão ao servidor
deverá ser recebido com efeito suspensivo.
d) O recurso será cabível contra ato decisório praticado, sendo inadmissível a sua
interposição contra decisão que indeferir o pedido de reconsideração.
e) O prazo para a interposição de pedido de reconsideração de ato que aplicar a
penalidade de demissão não poderá ser relevado pela administração.
Comentário:
a) isso mesmo. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis,
interrompem a prescrição (art. 111) – CORRETA;
b) o requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e
encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado
o requerente (art. 105) – ERRADA;
c) o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade
competente (art. 109). Logo, não necessariamente ele terá o efeito suspensivo.
Ademais, em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso,
os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado – ERRADA;
d) caberá recurso do indeferimento do pedido de reconsideração e das decisões
sobre os recursos sucessivamente interpostos (art. 107) – ERRADA;
e) essa é a regra, qual seja, que os prazos para o exercício do direito de petição
não sejam relevados, ou seja, não seria possível, em regra, flexibilizar esses
prazos. Mas vejamos o que dispõe o art. 115 da Lei 8.112/1990: “Art. 115. São
fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de
força maior”. Logo, em virtude de força maior, será possível relevar os prazos –
ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

46. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-PI/2016) Com base na Lei n.º 8.112/1990,


assinale a opção correta.
a) Em observância ao contraditório e à ampla defesa, a portaria por meio da qual se
determina a instauração de processo administrativo disciplinar deve conter descrição

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minuciosa dos fatos imputados ao servidor e as circunstâncias em que eles ocorreram,
além das normas, em tese, violadas.
b) Se o presidente de tribunal aplicar a servidor da respectiva corte sanção menos
gravosa que a demissão, será violado o princípio do duplo grau administrativo.
c) O prazo prescricional da pretensão punitiva da administração a ser exercida por
ação disciplinar contra servidor começa a contar a partir da data em que autoridade
competente para instauração do processo tomou conhecimento da irregularidade para
a instauração do processo administrativo disciplinar.
d) A concessão de remoção e a de exercício provisório para o acompanhamento de
cônjuge visam à preservação da unidade familiar, sendo extensíveis à hipótese em
que a ruptura do convício se dever ao provimento originário de cargo público pelo
cônjuge diverso.
e) De acordo com o princípio da moralidade, é autorizado o registro, nos
assentamentos funcionais do servidor, do fato que tenha sido objeto de apuração em
processo administrativo disciplinar arquivado em razão da prescrição da pretensão
punitiva da administração.
Comentário: essa questão cobrou uma decisão muito específica do STF.
Vejamos:
A Administração Pública submete-se ao princípio da legalidade,
sobrepondo-se ao regulamento a lei em sentido formal e material. (...)
Consoante dispõe o inciso II do artigo 141 da Lei 8.112/1990, viabilizando
o salutar duplo grau administrativo, cumpre à autoridade de hierarquia
imediatamente inferior às mencionadas na cabeça do artigo, entre as quais
os presidentes dos tribunais federais, impor a suspensão do servidor
quando ultrapassado o período de trinta dias. Inconstitucionalidade do
Regulamento da Secretaria do Supremo que, ao prever a autoria da sanção
pelo dirigente maior do Tribunal, fulminando a revisão do ato, versa
limitação conflitante com a lei de regência. [MS 28.033, rel. min. Marco
Aurélio, j. 23-4-2014, P, DJE de 30-10-2014.]
Para entender melhor o tema, vejamos o que dispõe o art. 141 da Lei 8.112/1990:
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder
Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República,
quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou
disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou
entidade;
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente
inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de
suspensão superior a 30 (trinta) dias;
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos
regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de
até 30 (trinta) dias;
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de
destituição de cargo em comissão.

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Note que a Lei determina que a penalidade de suspensão de até 30 dias deve ser
aplicada “pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente
inferior àquelas mencionadas no inciso anterior”. Porém, no caso julgado, o
regulamento do Supremo Tribunal Federal previa a aplicação da sanção de
suspensão superior a 30 dias diretamente pelo Presidente do Supremo, medida
que contraria a lei. Vale dizer, o regulamento tem que prever uma autoridade
inferior às autoridades previstas no inciso I do art. 141 para impor a sanção do
inciso II. Isso é o que o relator do processo chamou de “duplo grau
administrativo”, permitindo que eventual recurso contra a sanção pudesse ser
interposto para apreciação da autoridade superior. Daí a correção da alternativa
B.
Porém, é importante anotar que o duplo grau administrativo possui limitações,
já que as sanções aplicáveis com fundamento no inciso I já seriam impostas
diretamente pelas autoridades máximas.
Vejamos as demais alternativas:
a) a Lei 8.112/1990 dispõe que o processo administrativo disciplinar será
iniciado com a instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão.
Na portaria, não constarão todas essas informações, uma vez que elas ainda
estão sendo apuradas. Tais informações constarão, na verdade, no relatório
conclusivo da comissão (art. 165) – ERRADA;
c) o prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou
conhecido (art. 142, § 1º), não necessariamente da data em que a autoridade
instauradora tomou conhecimento – ERRADA;
d) a remoção é a forma de deslocamento do servidor para uma outra unidade
administrativa, no âmbito do mesmo quadro. O art. 36 enumera três hipóteses
de remoção: (i) de ofício, no interesse da Administração; (ii) a pedido, a critério
da Administração; (iii) a pedido, para outra localidade, independentemente do
interesse da Administração.
Essa terceira modalidade constitui direito do servidor, que estará presente nos
casos enumerados no art. 36, parágrafo único, III. Um desses casos ocorre:
“para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração”.
Note que, nesse caso, um cônjuge tem que ter sido deslocado no interesse da
Administração para que o outro possa ter o direito à remoção. Porém, a Lei não
abrange provimento originário, pois nesse caso não houve “deslocamento no
interesse da Administração”. Por exemplo: Paulo e Julia residem em Recife-PE.
Paulo é servidor efetivo do TRE-PE, enquanto Julia é recém aprovada no
concurso para Auditor-Fiscal do Estado de Santa Catarina. Se Julia for nomeada

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e empossada, não haverá direito de remoção para Paulo, pois o provimento de


Julia é originário, não ensejando o direito à remoção do cônjuge.
O mesmo entendimento se aplica ao exercício provisório. Nessa linha, a Lei
8.112/1990 dispõe que “poderá ser concedida licença ao servidor para
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do
território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos
Poderes Executivo e Legislativo” (art. 84), sendo que:
Art. 84 [...] § 2º - No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou
companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da
Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que
para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.
Nesse caso, o cônjuge deveria ter sido “deslocado para outro ponto do território
nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo”, situações que
não abrangem o provimento originário – ERRADA;
e) o art. 170 da Lei 8.112/1990 dispõe que “extinta a punibilidade pela prescrição,
a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos
individuais do servidor”. Porém, esse dispositivo foi considerado
inconstitucional pelo STF. Por ser esclarecedora, vejamos o conteúdo da
ementa do MS 23262/DF, julgado em 23/04/2014:
EMENTA Constitucional e Administrativo. Poder disciplinar. Prescrição.
Anotação de fatos desabonadores nos assentamentos funcionais.
Declaração incidental de inconstitucionalidade do art. 170 da Lei nº
8.112/90. Violação do princípio da presunção de inocência. Segurança
concedida. 1. A instauração do processo disciplinar interrompe o curso do
prazo prescricional da infração, que volta a correr depois de ultrapassados
140 (cento e quarenta) dias sem que haja decisão definitiva. 2. O princípio
da presunção de inocência consiste em pressuposto negativo, o qual refuta
a incidência dos efeitos próprios de ato sancionador, administrativo ou
judicial, antes do perfazimento ou da conclusão do processo respectivo,
com vistas à apuração profunda dos fatos levantados e à realização de juízo
certo sobre a ocorrência e a autoria do ilícito imputado ao acusado. 3. É
inconstitucional, por afronta ao art. 5º, LVII, da CF/88, o art. 170
da Lei nº 8.112/90, o qual é compreendido como projeção da prática
administrativa fundada, em especial, na Formulação nº 36 do antigo DASP,
que tinha como finalidade legitimar a utilização dos apontamentos para
desabonar a conduta do servidor, a título de maus antecedentes, sem a
formação definitiva da culpa. 4. Reconhecida a prescrição da pretensão
punitiva, há impedimento absoluto de ato decisório condenatório
ou de formação de culpa definitiva por atos imputados ao
investigado no período abrangido pelo PAD. 5. O status de inocência
deixa de ser presumido somente após decisão definitiva na seara
administrativa, ou seja, não é possível que qualquer consequência
desabonadora da conduta do servidor decorra tão só da instauração
de procedimento apuratório ou de decisão que reconheça a
incidência da prescrição antes de deliberação definitiva de
culpabilidade. 6. Segurança concedida, com a declaração de
inconstitucionalidade incidental do art. 170 da Lei nº 8.112/1990.

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Logo, se houve prescrição, não cabe ao Estado fazer qualquer registro da
conduta do servidor, sob pena de configurar ofensa ao princípio da presunção
de inocência – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

47. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PI/2016) Com relação à conduta que a Lei n.o
8.112/1990 impõe ao servidor público, assinale a opção correta.
a) O servidor pode emprestar dinheiro e cobrar juros similares aos bancários, desde
que observada a taxa média do mercado.
b) O servidor pode, no turno contrário a sua jornada de trabalho, exercer o comércio,
mantendo, por exemplo, pequena padaria no bairro em que resida.
c) O servidor público não pode recusar fé a documentos públicos.
d) O servidor não pode atuar como procurador junto a repartições públicas, para tratar
de benefício previdenciário de seu irmão.
e) O servidor pode ausentar-se do serviço, durante o expediente, para tratar de
assunto particular, sem prévia autorização do chefe imediato, desde que reponha o
tempo em outra oportunidade.
Comentário:
a) uma das proibições encontradas na Lei 8.112/1990 é a de praticar usura
(emprestar dinheiro, cobrando juros exorbitantes) sob qualquer de suas formas
(art. 117, XIV). Logo, não é permitido que o servidor empreste dinheiro e cobre
pagamento de juros por parte do devedor – ERRADA;
b) outra proibição, desta vez localizada no art. 117, X, é a de participar de
gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não
personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário. Como na alternativa o servidor figura como proprietário, ele não
poderá manter a padaria – ERRADA;
c) o servidor também não pode recusar fé a documentos públicos (art. 117, III) –
CORRETA;
d) quase isso. O servidor não pode atuar como procurador ou intermediário
junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge
ou companheiro (art. 117, XI) – ERRADA;
e) essa alternativa está nitidamente incorreta. Com base no art. 117, I, é vedado
ao servidor ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
autorização do chefe imediato – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

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48. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PI/2016) Ainda sobre a disciplina legal acerca
dos servidores públicos, assinale a opção correta.
a) A abertura de sindicância punitiva não interrompe a prescrição.
b) A responsabilidade civil do servidor público pode decorrer de ato comissivo, doloso
ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros, mas não de ato omissivo.
c) Não se admite a cumulação de sanções civis, penais e administrativas.
d) A incontinência pública do servidor sujeita-se à pena de suspensão.
e) A ação disciplinar prescreve em cinco anos quanto às infrações punidas com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em
comissão.
Comentário:
a) a abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe
a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente (art. 142, §
3º) – ERRADA;
b) a responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou
culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art. 122) – ERRADA;
c) pelo contrário. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-
se, sendo independentes entre si (art. 125) – ERRADA;
d) a incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição, constituem
infrações passíveis de demissão (art. 132, V) – ERRADA;
e) agora sim! Esse é o exato texto do art. 142, I: “Art. 142. A ação disciplinar
prescreverá: I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão,
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em
comissão” – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

49. (Cespe – Analista/Funpresp-Jud/2016) A penalidade de demissão aplicada a


Rafael é a prevista em lei para os casos de acumulação ilegal de cargos, empregos
ou funções públicas.
Comentário: nossa resposta é encontrada na Lei 8.112/1990. Lá podemos ver
que a demissão é a penalidade aplicada aos seguintes casos (art. 132): (i) crime
contra a administração pública; (ii) abandono de cargo; (iii) inassiduidade
habitual; (iv) improbidade administrativa; (v) incontinência pública e conduta
escandalosa, na repartição; (vi) insubordinação grave em serviço; (vii) ofensa
física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria
ou de outrem; (viii) aplicação irregular de dinheiros públicos; (ix) revelação de
segredo do qual se apropriou em razão do cargo; (x) lesão aos cofres públicos

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e dilapidação do patrimônio nacional; (xi) corrupção; (xii) acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas; (xiii) transgressão dos incisos IX a XVI
do art. 117. Por esse motivo, temos a correção da assertiva.
Gabarito: correto.

Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, que trata do regime jurídico dos
servidores públicos federais, julgue os itens a seguir.
50. (Cespe – Agente Administrativo/DPU/2016) Além do vencimento, poderão ser
pagos ao servidor indenizações, gratificações e adicionais, vantagens que serão
incorporadas ao seu vencimento.
Comentário: além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor indenizações,
gratificações e adicionais. Destes, as primeiras não se incorporam ao
vencimento ou provento para qualquer efeito. Por outro lado, as gratificações e
os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições
indicados em lei.
Gabarito: errado.

51. (Cespe – Agente Administrativo/DPU/2016) Situação hipotética: Carlos trabalha


em atividade considerada insalubre e perigosa e faz jus ao recebimento dos adicionais
de insalubridade e de periculosidade. Assertiva: Nesse caso, Carlos deverá optar por
um deles, sendo-lhe vedado acumular os dois adicionais.
Comentário: os servidores que trabalhem com habitualidade em locais
insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou
com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo
(art. 68). O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de
periculosidade deverá optar por um deles (art. 68, § 1º).
Ou seja, nesse caso, Carlos deverá optar por um deles, sendo-lhe vedado
acumular os dois adicionais.
Gabarito: correto.

52. (Cespe – Agente Administrativo/DPU/2016) O tempo de serviço público


prestado a estado, a município ou ao Distrito Federal será contado, para todos os
efeitos, no âmbito federal.
Comentário: é contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal,
inclusive o prestado às Forças Armadas (art. 100). Em contrapartida, o tempo de
serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal será
contado apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, I).
Gabarito: errado.

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53. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PE/2016) Com relação ao regime jurídico dos
servidores públicos da União, assinale a opção correta nos termos da Lei n.º
8.112/1990.
a) A nomeação para cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia
habilitação em concurso público.
b) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, acrescido
das indenizações que porventura sejam devidas ao servidor.
c) O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente
realizadas pelo servidor com moradia, sendo cabível o seu pagamento na hipótese de
deslocamento do servidor por força de alteração de lotação.
d) Constitui requisito básico para investidura em cargo público a quitação com as
obrigações trabalhistas, militares e eleitorais.
e) A demissão de ocupante de cargo em comissão pode dar-se a pedido do servidor
ou de ofício pela administração.
Comentário:
a) perfeito! A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento
efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de
provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade
(art. 10) – CORRETA;
b) vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com
valor fixado em lei (art. 40) – ERRADA;
c) o auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas
comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com
meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês
após a comprovação da despesa pelo servidor (art. 60-A). Na situação descrita,
o correto é o pagamento ajuda de custo – ERRADA;
d) são requisitos básicos para investidura em cargo público (art. 5º):
▪ a nacionalidade brasileira;
▪ o gozo dos direitos políticos;
▪ a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
▪ o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
▪ a idade mínima de dezoito anos;
▪ aptidão física e mental.
Assim, a quitação com as obrigações trabalhistas não constitui requisito para a
investidura – ERRADA;

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e) nessa situação, utiliza-se a exoneração, que poderá ocorrer a juízo da
autoridade competente ou a pedido do próprio servidor (art. 35), ou ainda a
destituição de cargo em comissão (art. 135). Com efeito, a exoneração não
possui caráter punitivo, ao passo que a destituição de cargo em comissão é, de
fato, uma sanção, sendo aplica ao servidor que ocupa exclusivamente cargo em
comissão pelo cometimento de infração que ensejaria, para um servidor efetivo,
as penalidades de suspensão e de demissão – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

54. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PE/2016) Com relação ao regime disciplinar


dos servidores públicos civis da União, assinale a opção correta.
a) A destituição de servidor de cargo em comissão por infração à proibição de se valer
do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem em detrimento da dignidade da
função pública incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público
federal pelo prazo de cinco anos.
b) O processo administrativo disciplinar pode ser revisto a qualquer tempo na hipótese
de se aduzirem fatos novos suscetíveis de justificar inadequação da penalidade
aplicada, podendo resultar, inclusive, em agravamento de penalidade.
c) A penalidade de suspensão poderá ser aplicada ao servidor na hipótese de infração
disciplinar consistente em insubordinação grave em serviço.
d) A responsabilidade administrativa do servidor deverá ser afastada caso tenha
ocorrido absolvição criminal por insuficiência de provas.
e) O processo administrativo disciplinar destinado à apuração da infração disciplinar
de acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas desenvolve-se em
procedimento sumário nas fases de instauração, inquérito administrativo e julgamento.
Comentário:
a) a demissão ou a destituição de cargo em comissão, por (i) valer-se do cargo
para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da
função pública e por (ii) atuar, como procurador ou intermediário, junto a
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro,
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal,
pelo prazo de cinco anos (art. 137) – CORRETA;
b) o processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de
ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de
justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada (art.
174). Porém, da revisão do processo não poderá resultar agravamento de
penalidade (art. 182, parágrafo único) – ERRADA;

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c) a insubordinação grave em serviço é proibição punível com a demissão e não
com a suspensão (art. 132, VI) – ERRADA;
d) a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria (art. 126). Se
a absolvição penal decorrer de insuficiência de provas, o servidor poderá ser
punido na esfera administrativa, em virtude da independência das instâncias –
ERRADA;
e) detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou
funções públicas, a autoridade competente notificará o servidor, por intermédio
de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez
dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará
procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo
processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases
▪ instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser
composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria
e a materialidade da transgressão objeto da apuração;
▪ instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
▪ julgamento.
Logo, o correto é “instrução sumária” e não “inquérito administrativo”, pois este
ocorre só no processo disciplinar “comum” (vide art. 151) – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

55. (Cespe – Analista Judiciário/TRT-8/2016) Com base no disposto na Lei n.º


8.112/1990, assinale a opção correta acerca da acumulação de cargos.
a) O servidor ocupante de cargo em comissão pode exercer interinamente cargo em
comissão diverso, sem prejuízo das atribuições do cargo por ele regularmente
ocupado.
b) O servidor ocupante de cargo em comissão não poderá perceber, adicionalmente,
remuneração por eventual participação em conselhos de administração de empresa
pública.
c) O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos poderá ser investido em
um terceiro cargo, em comissão, se houver compatibilidade de horários.
d) A proibição de acumular cargos não alcança cargos dos quadros de entidades da
administração indireta.
e) Proventos de aposentadoria de emprego público não podem ser cumulados com o
exercício de cargo temporário.
Comentário:

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a) o servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá
ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança,
sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá
optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade (art. 9º,
parágrafo único) – CORRETA;
b) em regra, o servidor ocupante de cargo em comissão não poderá exercer mais
de um cargo em comissão nem ser remunerado pela participação em órgão de
deliberação coletiva (art. 119, caput). Porém, existem exceções para as duas
vedações. Sobre exercer mais de um cargo em comissão, acabamos de ver a
exceção quando comentamos a letra A. Já a exceção sobre ser remunerado pela
participação de órgão de deliberação coletiva consta no art. 119, parágrafo
único, da Lei 8.112/1990:
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão,
exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9º, nem ser
remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração
devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das
empresas públicas e sociedades de economia mista, suas
subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades
em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital
social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
Logo, o servidor ocupante de cargo em comissão pode ser remunerado pela
participação em conselhos de administração e fiscal de empresa pública –
ERRADA;
c) o servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido
em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos
efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local
com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos
ou entidades envolvidos (art. 120). Portanto, para ser investido no cargo em
comissão, o servidor terá que ser afastado de pelo menos um dos cargos
efetivos – ERRADA;
d) a proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia
mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos
Municípios (art. 118, § 1º) – ERRADA.
e) de acordo com o STJ, inexiste expressa vedação legal que impeça a
acumulação de proventos de aposentadoria no RGPS, ainda que em emprego
público, com remuneração de função pública, natureza de que se reveste o
conjunto de atribuições exercidas por força de contratação temporária, há que
se manter a segurança concedida (REsp 1.298.503/DF) – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

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56. (Cespe – Analista Judiciário/TRT-8/2016) A respeito da responsabilidade do
servidor, assinale a opção correta à luz da Lei n.º 8.112/1990.
a) A responsabilidade regressiva do servidor por dano praticado contra terceiro no
exercício de suas funções é objetiva.
b) A responsabilidade criminal do servidor alcança contravenções eventualmente por
ele praticadas no exercício de suas funções.
c) A responsabilidade regressiva do servidor por dano praticado contra terceiro é
personalíssima, não se estendendo a seus herdeiros e sucessores.
d) Eventual decisão que absolva servidor público na esfera penal não interfere nas
esferas civil e administrativa.
e) A denúncia feita pelo servidor à autoridade competente a respeito da suspeita de
envolvimento de seu superior em ato de improbidade acarreta a sua responsabilidade,
se posteriormente verificada a inexistência de infração.
Comentário:
a) a responsabilidade do ente estatal é objetiva (independe de dolo ou culpa),
mas a responsabilidade do servidor, por meio de ação de regresso, é subjetivo,
pois dependerá de dolo ou culpa do servidor (CF, art. 37, § 6º; Lei 8.112/1990,
art. 122) – ERRADA;
b) a responsabilidade criminal envolve o cometimento de crimes ou
contravenções penais imputadas ao servidor, nessa qualidade (art. 123) –
CORRETA;
c) em regra, a responsabilidade é personalíssima. Contudo, tratando-se da
obrigação de reparar o dano ela se estenderá aos sucessores, sendo contra eles
executada, até o limite do valor da herança recebida (art. 122, § 3º) – ERRADA;
d) as esferas, normalmente, são independentes e cumuláveis entre si. Contudo,
a absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria afasta a
responsabilidade nas demais instâncias (art. 126) – ERRADA;
e) nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou
administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração
de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha
conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou
função pública (art. 126-A) – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

57. (Cespe – Analista Judiciário/TRT-8/2016) De acordo com a Lei n.º 8.112/1990,


estará sujeito à penalidade de demissão o servidor público que
a) negar fé a documento público.

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b) opor resistência injustificada a processo administrativo.
c) reincidir na retirada de documento da repartição sem prévia autorização da
autoridade competente.
d) coagir subordinado a filiar-se a partido político.
e) utilizar recurso material da repartição em atividade particular
Comentário: vamos relacionar as alternativas com as correspondentes
penalidades e fundamentos:
a) negar fé a documento público – advertência (art. 117, III; art. 129) – ERRADA;
b) opor resistência injustificada a processo administrativo – advertência (art. 117, IV;
art. 129) – ERRADA;
c) reincidir na retirada de documento da repartição sem prévia autorização da
autoridade competente - suspensão (art. 117, II; art. 129; art. 130) – ERRADA;
d) coagir subordinado a filiar-se a partido político – advertência (art. 117, VII; art.
129) – ERRADA;
e) utilizar recurso material da repartição em atividade particular – demissão (art. 117,
XVI; art. 132, XIII) – ERRADA;
Gabarito: alternativa E.

É isso. Nos vemos na próxima aula!


Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – TJ/CNJ/2013) Além do vencimento, o servidor público pode receber


vantagens, como indenizações, gratificações e adicionais, sendo que as duas
primeiras vantagens citadas incorporam-se ao vencimento ou provento.
2. (Cespe – TJ/TRT 17 ES/2013) Constituem indenizações ao servidor público ajuda
de custo, diárias, alimentação, transporte e auxílio-moradia.

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3. (Cespe – Analista Técnico Administrativo/MJ/2013) Se um servidor público
federal tiver realizado despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para
a execução de serviços externos por força das atribuições próprias do cargo, ele terá
direito ao recebimento de indenização de transporte, que se incorporará ao seu
vencimento.
4. (Cespe – Analista Técnico Administrativo/MJ/2013) Conforme decisão recente
do STJ, o adicional noturno previsto na Lei n.º 8.112/1990 será devido ao servidor
público federal que preste serviço em horário compreendido entre 22 horas de um dia
e 5 horas do dia seguinte. Entretanto, esse adicional não será devido se o serviço for
prestado em regime de plantão.
5. (Cespe – TJ/TRT 17 ES/2013) A convocação para júri constitui hipótese de
interrupção das férias de servidor público.
6. (Cespe – Analista Administrativo/ANTT/2013) A licença para servidor público
federal por motivo de doença de pessoa da família, devidamente comprovada por
perícia médica oficial, poderá ser concedida a cada período de doze meses, por até
noventa dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor.
7. (Cespe – AJ/TRT 17 ES/2013) O prazo máximo, incluídas as prorrogações, para
concessão de licença a um servidor público por motivo de doença de seu enteado é
de até 90 dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
8. (Cespe – TJ/TRT 17 ES/2013) É vedado ao servidor o exercício de atividade
remunerada durante o período de licença para capacitação.
9. (Cespe – AJ/CNJ/2013) O servidor que carregar consigo documentos
institucionais sem prévia autorização não poderá sofrer penalidade se for constatado
que não havia ninguém responsável por autorizar a retirada dos documentos.
10. (Cespe – AJ/CNJ/2013) O servidor público deve adotar um comportamento de
colaboração com seus colegas quando perceber que, em sua organização, os deveres
e os papéis são desempenhados adequadamente e em conformidade com a lei.
11. (Cespe – ATA/Suframa/2014) Considere que, a pessoa sem qualquer relação
com as funções do seu cargo, um servidor público tenha emprestado dinheiro a juros
muito superiores aos praticados pelas instituições financeiras. Nesse caso, o servidor
praticou a usura, conduta proibida na Lei n.° 8.112/1990.
12. (Cespe - Agente Administrativo/Suframa/2014) Considere que determinado
servidor participe, na qualidade de sócio cotista, de sociedade empresária cujo objeto
social seja o comércio de bens e que desempenhe atividades administrativas nessa
empresa. Nessa situação, não se pode atribuir falta funcional ao referido servidor,
porque a vedação legal refere-se ao desempenho da gerência ou administração de
sociedade privada.

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13. (Cespe – Técnico Administrativo/ICMBio/2014) Age em consonância com a Lei
n.º 8.112/1990 servidor público brasileiro, em exercício, que recusa pensão oferecida
pelos Estados Unidos da América.

Um veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão, derrapou, invadiu a


pista contrária e colidiu com o veículo de um particular. O acidente resultou em danos
a ambos os veículos e lesões graves no motorista do veículo particular. Com
referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
14. (Cespe – Agente Administrativo/Suframa/2014) O motorista da SUFRAMA
poderá ser responsabilizado administrativamente pelo acidente, ainda que tenha sido
absolvido por falta de provas em eventual ação penal instaurada para apurar a
responsabilidade pelas lesões causadas ao motorista particular.
15. (Cespe – TJ/CNJ/2013) Considere que determinado servidor público, dentro de
suas atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado abusivamente.
Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à revisão judicial ou
administrativa, podendo, inclusive, o servidor responder por ilícito penal.

Um PRF, ao desviar de um cachorro que surgiu inesperadamente na pista em que ele


trafegava com a viatura de polícia, colidiu com veículo que trafegava em sentido
contrário, o que ocasionou a morte do condutor desse veículo. Com base nessa
situação hipotética, julgue o item a seguir.
16. (Cespe - PRF/PRF/2013) Ainda que seja absolvido por ausência de provas em
processo penal, o PRF poderá ser processado administrativamente por eventual
infração disciplinar cometida em razão do acidente.
17. (Cespe - ATA/MDIC/2014) Se determinado servidor público for preso em
operação deflagrada pela Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação penal,
caso seja ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo
administrativo disciplinar, visto que o servidor poderá ser demitido apenas após o
trânsito em julgado da sentença criminal.
18. (Cespe – Técnico Administrativo/ICMBio/2014) De acordo com a Lei n.º
8.112/1990, a demissão não é aplicável aos ocupantes de cargos em comissão.
19. (Cespe – AJ/CNJ/2013) São penalidades disciplinares a advertência, a
suspensão e a destituição de cargo em comissão.
20. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Havendo conveniência para o serviço, a pena de
suspensão pode ser convertida em multa correspondente à metade por dia do
vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer no
desempenho de suas atribuições.

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21. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Uma vez aplicadas ao servidor faltoso, as penalidades
de advertência e de suspensão ficarão permanentemente registradas em seu
assentamento funcional.
22. (Cespe – Técnico MPU/2013) O servidor que, já tendo sido advertido por diversas
vezes por condutas antiéticas no trabalho, incorra em insubordinação grave em
serviço poderá ser suspenso ou demitido.
23. (Cespe – Técnico MPU/2013) Aplica-se a penalidade disciplinar de demissão a
servidor público por abandono de cargo, caracterizado pela ausência intencional do
servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos ou por sessenta dias não
consecutivos, em um período de um ano.

Considere a seguinte situação hipotética.


Um servidor da SUFRAMA, visando contribuir para a realização de maiores
investimentos em Manaus, aceitou que empresa estrangeira patrocinasse viagem sua
ao exterior, a fim de que, durante o passeio, ele expusesse para os diretores na sede
da referida sociedade empresária os diferenciais competitivos e os benefícios de se
investir na região amazônica.
24. (Cespe – Administração/Suframa/2014) Nessa situação hipotética, apesar de
bem intencionada, a atitude do servidor configurou falta funcional, uma vez que é
vedado o recebimento de vantagem em virtude das atribuições funcionais, incluído o
pagamento de viagens.
25. (Cespe - Agente Administrativo/MDIC/2014) Considere que um servidor
vinculado à administração unicamente por cargo em comissão cometa uma infração
para a qual a Lei n.º 8.112/1990 preveja a sanção de suspensão. Nesse caso, se
comprovadas a autoria e a materialidade da irregularidade, o servidor sofrerá a
penalidade de destituição do cargo em comissão.
26. (Cespe – Analista Administrativo/ICMBio/2014) A demissão, espécie de
penalidade disciplinar, será aplicada ao servidor, assegurado o contraditório e a ampla
defesa prévios, quando houver, entre outros casos, crime contra a administração
pública, abandono de cargo, corrupção e insubordinação grave em serviço.
27. (Cespe - Agente Administrativo/CADE/2014) Considere que, após regular
processo administrativo contra servidor vinculado à administração pública unicamente
por cargo em comissão, a autoridade julgadora tenha concluído que o servidor
cometeu infração punível com a penalidade de suspensão. Nesse caso, a penalidade
a ser aplicada será a exoneração de ofício do servidor faltoso.
28. (Cespe – TJ/CNJ/2013) Cabe ao presidente da República aplicar a penalidade
de demissão ao servidor público, sendo essa competência não delegável.

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29. (Cespe – Procurador do MPTC-DF/TC-DF/2013) Nas hipóteses em que o ilícito
administrativo praticado por servidor, nessa condição, dê ensejo à cassação de
aposentadoria e também seja capitulado como crime, a prescrição da pretensão
punitiva da administração terá como baliza temporal a pena em concreto, aplicada no
âmbito criminal, devendo ser observados os prazos prescricionais do CP.

Pedro, servidor de um órgão da administração pública, foi informado por seu chefe da
possibilidade de ser removido por ato de ofício para outra cidade, onde ele passaria a
exercer suas funções. Nessa situação hipotética, considerando as regras dispostas
na Lei n.º 8.112/1990, julgue os itens subsequentes.
30. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Se for removido, Pedro terá direito
a receber ajuda de custo correspondente ao valor efetivamente gasto no
deslocamento, seu e de sua família, que inclui despesa com passagem, bagagem e
bens pessoais.

Acerca do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, cada um dos
próximos itens apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser
julgada.
31. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Joaquim, analista judiciário do
TRE/GO, solicitou licença por motivo de doença em pessoa da família em razão do
quadro clínico de saúde de sua sobrinha. Nessa situação, é possível a concessão da
referida licença ao servidor.
32. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Caio, analista judiciário do
TRE/GO, está em gozo de licença para tratar de interesses particulares. Nessa
situação, a referida licença pode ser interrompida, a qualquer tempo, se for de
interesse do tribunal.
33. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Pablo, técnico judiciário do
TRE/GO, recebe mensalmente adicional de qualificação por ter concluído curso de
mestrado na sua área de atuação. Nessa situação, os valores recebidos por Pablo
pela referida qualificação incorporam-se ao seu vencimento.
34. (Cespe – Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015) A licença de um
servidor para tratar de assuntos particulares, desde que preenchidos os requisitos
previstos em lei, dependerá da concessão da administração. No entanto, a interrupção
da licença somente ocorrerá com o consentimento do servidor licenciado.
35. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Flávia, analista judiciária do
TRE/GO, acumula licitamente o cargo de analista e um cargo de professora na rede
pública de ensino em Goiânia. Por sua competência, foi convidada a ocupar cargo em
comissão no governo estadual de Goiás. Nesse caso, para ocupar o cargo em
comissão, Flávia deve afastar-se dos dois cargos efetivos.

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36. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Luana, analista judiciária do
TRE/GO, tem procedido de forma desidiosa no exercício de suas atribuições. Nessa
situação, Luana comete transgressão disciplinar e está sujeita à pena de demissão do
serviço público.
37. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) O TRE/GO recebeu denúncias
sobre supostas irregularidades praticadas por José, um de seus analistas judiciários.
Nessa situação, ainda que os atos atribuídos a José não configurem evidente infração
disciplinar ou ilícito penal, a autoridade responsável do tribunal deve determinar a
instauração de processo administrativo disciplinar.

Maria, servidora pública federal estável, integrante de comissão de licitação de


determinado órgão público do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, no
exercício do cargo, vantagem econômica indevida para que favorecesse determinada
empresa em um procedimento licitatório. Após o curso regular do processo
administrativo disciplinar, confirmada a responsabilidade de Maria na prática
delituosa, foi aplicada a pena de demissão. Considerando essa situação hipotética,
julgue os itens a seguir, com base na legislação aplicável ao caso.
38. (Cespe – Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015) Caso Maria,
notoriamente, possuísse boa conduta no ambiente de trabalho e não houvesse
registros negativos em seus assentamentos funcionais, a administração poderia, com
fundamento em tais atenuantes, ter optado pela imposição de penalidade menos
gravosa.
Com base no disposto no Decreto n.º 6.029/2007 e na Lei n.º 8.112/1990, julgue os
itens subsequentes, que versam sobre direitos e deveres de servidores públicos.
39. (Cespe – Analista/INSS/2016) É proibido ao servidor público atuar como
intermediário junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e de cônjuge ou
companheiro.

Ainda com base no disposto na Lei n.º 8.112/1990 e na Constituição Federal de 1988
(CF), julgue os próximos itens.
40. (Cespe – DPU/2016) Com referência ao servidor público federal, a
responsabilidade administrativa e a penal são independentes entre si, podendo
cumular-se, salvo no caso de absolvição criminal que negue a ocorrência do fato ou a
sua autoria.

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41. (Cespe – DPU/2016) A inassiduidade habitual será apurada mediante
procedimento sumário, cabendo, nesse caso, a penalidade de remoção ou de
advertência.
42. (Cespe – DPU/2016) Servidor do Instituto Nacional do Seguro Social que agir
como procurador de seu cônjuge na obtenção de benefício previdenciário violará
proibição estabelecida no regime disciplinar dos servidores públicos federais.
43. (Cespe – DPU/2016) É permitido o exercício de mais de um cargo em comissão,
desde que seja na condição de interino.
44. (Cespe – DPU/2016) Ao servidor público federal que tenha recebido certidão
emitida por órgão público estadual para instruir pedido administrativo é lícito exigir o
reconhecimento de firma da autoridade estadual.
45. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-PI/2016) Quanto ao direito de petição,
assinale a opção correta nos termos do regime jurídico dos servidores públicos civis
da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
a) Assim como ocorre com o recurso tempestivo, o pedido de reconsideração
interrompe a prescrição.
b) Caso tenha sido excluída vantagem do contracheque, o requerimento para a defesa
do direito deverá ser dirigido à autoridade a que estiver subordinado o servidor.
c) Recurso interposto contra decisão que aplicar penalidade de suspensão ao servidor
deverá ser recebido com efeito suspensivo.
d) O recurso será cabível contra ato decisório praticado, sendo inadmissível a sua
interposição contra decisão que indeferir o pedido de reconsideração.
e) O prazo para a interposição de pedido de reconsideração de ato que aplicar a
penalidade de demissão não poderá ser relevado pela administração.
46. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-PI/2016) Com base na Lei n.º 8.112/1990,
assinale a opção correta.
a) Em observância ao contraditório e à ampla defesa, a portaria por meio da qual se
determina a instauração de processo administrativo disciplinar deve conter descrição
minuciosa dos fatos imputados ao servidor e as circunstâncias em que eles ocorreram,
além das normas, em tese, violadas.
b) Se o presidente de tribunal aplicar a servidor da respectiva corte sanção menos
gravosa que a demissão, será violado o princípio do duplo grau administrativo.
c) O prazo prescricional da pretensão punitiva da administração a ser exercida por
ação disciplinar contra servidor começa a contar a partir da data em que autoridade
competente para instauração do processo tomou conhecimento da irregularidade para
a instauração do processo administrativo disciplinar.

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d) A concessão de remoção e a de exercício provisório para o acompanhamento de
cônjuge visam à preservação da unidade familiar, sendo extensíveis à hipótese em
que a ruptura do convício se dever ao provimento originário de cargo público pelo
cônjuge diverso.
e) De acordo com o princípio da moralidade, é autorizado o registro, nos
assentamentos funcionais do servidor, do fato que tenha sido objeto de apuração em
processo administrativo disciplinar arquivado em razão da prescrição da pretensão
punitiva da administração.
47. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PI/2016) Com relação à conduta que a Lei n.o
8.112/1990 impõe ao servidor público, assinale a opção correta.
a) O servidor pode emprestar dinheiro e cobrar juros similares aos bancários, desde
que observada a taxa média do mercado.
b) O servidor pode, no turno contrário a sua jornada de trabalho, exercer o comércio,
mantendo, por exemplo, pequena padaria no bairro em que resida.
c) O servidor público não pode recusar fé a documentos públicos.
d) O servidor não pode atuar como procurador junto a repartições públicas, para tratar
de benefício previdenciário de seu irmão.
e) O servidor pode ausentar-se do serviço, durante o expediente, para tratar de
assunto particular, sem prévia autorização do chefe imediato, desde que reponha o
tempo em outra oportunidade.
48. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PI/2016) Ainda sobre a disciplina legal acerca
dos servidores públicos, assinale a opção correta.
a) A abertura de sindicância punitiva não interrompe a prescrição.
b) A responsabilidade civil do servidor público pode decorrer de ato comissivo, doloso
ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros, mas não de ato omissivo.
c) Não se admite a cumulação de sanções civis, penais e administrativas.
d) A incontinência pública do servidor sujeita-se à pena de suspensão.
e) A ação disciplinar prescreve em cinco anos quanto às infrações punidas com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em
comissão.
49. (Cespe – Analista/Funpresp-Jud/2016) A penalidade de demissão aplicada a
Rafael é a prevista em lei para os casos de acumulação ilegal de cargos, empregos
ou funções públicas.

Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, que trata do regime jurídico dos
servidores públicos federais, julgue os itens a seguir.

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50. (Cespe – Agente Administrativo/DPU/2016) Além do vencimento, poderão ser
pagos ao servidor indenizações, gratificações e adicionais, vantagens que serão
incorporadas ao seu vencimento.
51. (Cespe – Agente Administrativo/DPU/2016) Situação hipotética: Carlos trabalha
em atividade considerada insalubre e perigosa e faz jus ao recebimento dos adicionais
de insalubridade e de periculosidade. Assertiva: Nesse caso, Carlos deverá optar por
um deles, sendo-lhe vedado acumular os dois adicionais.
52. (Cespe – Agente Administrativo/DPU/2016) O tempo de serviço público
prestado a estado, a município ou ao Distrito Federal será contado, para todos os
efeitos, no âmbito federal.
53. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PE/2016) Com relação ao regime jurídico dos
servidores públicos da União, assinale a opção correta nos termos da Lei n.º
8.112/1990.
a) A nomeação para cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia
habilitação em concurso público.
b) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, acrescido
das indenizações que porventura sejam devidas ao servidor.
c) O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente
realizadas pelo servidor com moradia, sendo cabível o seu pagamento na hipótese de
deslocamento do servidor por força de alteração de lotação.
d) Constitui requisito básico para investidura em cargo público a quitação com as
obrigações trabalhistas, militares e eleitorais.
e) A demissão de ocupante de cargo em comissão pode dar-se a pedido do servidor
ou de ofício pela administração.
54. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PE/2016) Com relação ao regime disciplinar
dos servidores públicos civis da União, assinale a opção correta.
a) A destituição de servidor de cargo em comissão por infração à proibição de se valer
do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem em detrimento da dignidade da
função pública incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público
federal pelo prazo de cinco anos.
b) O processo administrativo disciplinar pode ser revisto a qualquer tempo na hipótese
de se aduzirem fatos novos suscetíveis de justificar inadequação da penalidade
aplicada, podendo resultar, inclusive, em agravamento de penalidade.
c) A penalidade de suspensão poderá ser aplicada ao servidor na hipótese de infração
disciplinar consistente em insubordinação grave em serviço.
d) A responsabilidade administrativa do servidor deverá ser afastada caso tenha
ocorrido absolvição criminal por insuficiência de provas.

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e) O processo administrativo disciplinar destinado à apuração da infração disciplinar
de acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas desenvolve-se em
procedimento sumário nas fases de instauração, inquérito administrativo e julgamento.
55. (Cespe – Analista Judiciário/TRT-8/2016) Com base no disposto na Lei n.º
8.112/1990, assinale a opção correta acerca da acumulação de cargos.
a) O servidor ocupante de cargo em comissão pode exercer interinamente cargo em
comissão diverso, sem prejuízo das atribuições do cargo por ele regularmente
ocupado.
b) O servidor ocupante de cargo em comissão não poderá perceber, adicionalmente,
remuneração por eventual participação em conselhos de administração de empresa
pública.
c) O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos poderá ser investido em
um terceiro cargo, em comissão, se houver compatibilidade de horários.
d) A proibição de acumular cargos não alcança cargos dos quadros de entidades da
administração indireta.
e) Proventos de aposentadoria de emprego público não podem ser cumulados com o
exercício de cargo temporário.
56. (Cespe – Analista Judiciário/TRT-8/2016) A respeito da responsabilidade do
servidor, assinale a opção correta à luz da Lei n.º 8.112/1990.
a) A responsabilidade regressiva do servidor por dano praticado contra terceiro no
exercício de suas funções é objetiva.
b) A responsabilidade criminal do servidor alcança contravenções eventualmente por
ele praticadas no exercício de suas funções.
c) A responsabilidade regressiva do servidor por dano praticado contra terceiro é
personalíssima, não se estendendo a seus herdeiros e sucessores.
d) Eventual decisão que absolva servidor público na esfera penal não interfere nas
esferas civil e administrativa.
e) A denúncia feita pelo servidor à autoridade competente a respeito da suspeita de
envolvimento de seu superior em ato de improbidade acarreta a sua responsabilidade,
se posteriormente verificada a inexistência de infração.
57. (Cespe – Analista Judiciário/TRT-8/2016) De acordo com a Lei n.º 8.112/1990,
estará sujeito à penalidade de demissão o servidor público que
a) negar fé a documento público.
b) opor resistência injustificada a processo administrativo.
c) reincidir na retirada de documento da repartição sem prévia autorização da
autoridade competente.
d) coagir subordinado a filiar-se a partido político.

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