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Filosofia da Educação
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1. Introdução
Este tema, filosofia da educação, que se relaciona mais com a psicologia e a pedagogia,
anteriormente estava mais relacionado com a filosofia, aliás tradicionalmente todos os
filósofos Sócrates, Platão, Aristóteles por ai em diante, se preocupavam com a educação
do ser humano, para trazer a tona o que o homem tem de melhor e como tornar esse ser
um sujeito melhor. Aliás a própria palavra Educação, na sua origem etimológica Educare
significa trazer à tona. Por isso filosofia da educação seria uma preocupação com o
conhecimento certo e valido que tira o homem da ignorância.
Sendo assim, pretendemos com esta pesquisa fornecer algumas bases sobre a relação do
pensamento filósofo com a educação, trazendo à tona as influências que a filosofia traz
para a educação, vice-versa, e os diversos ganhos para este último. Por isso o presente
trabalho tem como objectivo apresentar elementos básicos que facilitam compreender a
filosofia da educação, sua importância e contributo.
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2. O campo de saber da Filosofia de Educação
O saber humano parte de um conjunto de dados sensíveis que formam a nossa percepção
imediata, pessoal e efémera do mundo em que nos encontramos. Para este saber alcançar
uma solidez requer uma reflexão crítica, isto é, filosófica. Segundo Chauí (2004), a
filosofia é uma actividade reflexiva, realizada através de análise crítica do pensamento,
examinando os significados, os fundamentos, os conceitos, as crenças e convicções
concebidas pelo individuo.
Esse acto reflexivo, quando ligado a educação procurando explorar outros domínios de
saberes e orientando a sociedade e o indivíduo a um bom caminho, considera-se uma
filosofia de educação. De acordo com Alvarez (1969) a Filosofia da Educação é uma
disciplina cujo problema é discutir as realidades educativas. Ela ensina a pensar, a
desenvolver o pensamento auto-estimulador do aluno e do educador (UNESCO,2007).
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Interpretação da natureza humana, do mundo e do universo na sua relação com o
homem;
Interpretação dos objectivos e ideias da educação: Valores educacionais
Teorias de conhecimento e sua relação com a educação,
Relação da educação com as várias áreas da vida humana (economia, cultura arte
etc);
A origem das coisas e do mundo, (das pedras, dos animais, das plantas, dos planetas, dos
astros e de nós mesmos), sempre foi uma preocupação central da humanidade e assunto
de discussão em muitas das civilizações e culturas.
Neste sentido para compreender a natureza humana e das coisas, a discussão deve ser
aberta e ampla, englobando toda a ciência humana, com os valores discutidos nas
diferentes ciências normativas. Essa abertura recomenda ter reservas no determinismo
porque o homem se constrói, e ao construir-se, realiza o espirito (Hegel, 1989).
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2.2 Interpretação dos objectivos e ideias da educação: Valores educacionais
Os fins educacionais são movidos por valor e os seres humanos não se reproduzem apenas
biologicamente, somos seres culturais, nos envolvemos na produção cultural, pelo que a
cultura expressa o que valorizamos como individuo e como povo. É de salientar que o
valor é tipicamente um assunto filosófico, pois ele é abstracto, integral e universal.
A filosofia da educação não apenas avalia criticamente esses valores, mas também os
sistemas em hierarquia. Os valores educacionais além de serem determinados pelos
valores filosóficos, foram propagados por diferentes filósofos derivados de seu próprio
mundo, visão e perspectiva sobre a própria vida humana. Smith, (1999), afirma:
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“Toda e qualquer forma de regido de experiência, além da associação sob as suas
diferentes formas (reflexo condicionado, transferência associativa, associação de
imagens etc.) supões, com efeito, uma actividade intelectual participativa do
sujeito na construção na construção do saber” (Piaget, 1987, p.340).
2.3 Relação da educação com as várias áreas da vida humana (economia, cultura
social…) e os vários componentes do sistema de educação
Os desafios que são impostas a educação pela sociedade contemporânea englobam várias
áreas da vida humana e também os componentes do sistema de educação. Por exemplo
no sector sociocultural, percebe-se que a aprendizagem humana não pode ignorar a
interacção social. Todavia, Gohon (2011), assinala que a exclusão social no mundo é
muito forte, já não se limita às camadas populares, pois leva-se em conta a renda social,
a saúde, a moradia e a educação. Libânio (2012) acrescenta que esta entra no processo de
educação associando-se aos avanços das ciências e tecnologias afectando assim a
educação de várias formas.
Face a isso, uma das contribuições mais importantes da filosofia da educação para esta
educação, é o fornecimento de critérios para decidir a relação entre o estado e educação,
sistema económico e educação, currículo, organização e admiração da escola, disciplina,
relação professor – aluno métodos de ensino, livros didácticos (Dash,2015).
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Esses itens todos mencionados a respeito do campo de saber da filosofia da educação
mostram que a filosofia da educação tem potencialidade avaliativa e crítica que pode
ajudar a educação a melhorar a sua postura para a construção do conhecimento, da
cidadania e da luta contra a superação de desigualdades e exclusão sociais.
Segundo Ghiraldelli (2004), citado por Moura (2013) sustenta que a escola moderna, com
regras, disciplinas, conteúdos pragmáticos, divisões por série a partir de critérios
cronológicos é ideia e uma realização articulada com o surgimento de um novo sentido
dos adultos em relação às crianças, um sentimento que implica cuidados especiais para
com os pequenos. Só com a Revolução Industrial e com os descobrimentos do capitalismo
oitocentista, as crianças, que com o surgimento e a consolidação da noção da infância.
Começavam a serem vistas como seres destinadas à escola, colocadas fora do mundo do
trabalho. Daí, a separação entre o mundo da criança e o mundo do trabalho que parecia
estar na base da modernidade que tinha conquistado a consciência científica e
democrática, torna-se problema. Assim, a pedagogia é chamada a harmonizar esses
mundos, que pareciam inconciliáveis.
Ghiraldelli (2004), citado por Moura (2013), sustentou que quando Piaget constrói sua
teoria disse que já não se tratava mais de saber se a inteligência da criança provinha da
razão. Trata-se, sim, de investigar como são as relações espontâneas entre a acção e o
pensamento. Por isso Piaget conclui que além de colocar a criança em acção deve-se levá-
la a tomar consciência da acção.
A escola é mestra. Moura (2013), citando Miranda (2001) considera que a escola “actua
como um instrumento de dominação, funcionando como reprodutora das classes sociais,
através de processos de selecção e exclusão dos mais pobres, ao mesmo tempo, da
dissimulação desses processos”. Porém, esse papel não se realiza perfeitamente, porque
a escola que atende às finalidades dos dominadores pode também representar um espaço
vivo e dinâmico para os dominados.
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Em muitas opiniões, a escola tem três tarefas básicas a desempenhar a favor dos interesses
das classes populares:
A educação, sustenta Gusmão (1997) citado por Moura (2013), é uma modalidade de
ajustamento psicossocial que resulta numa forma de controle social, com base na
organização social e no horizonte cultural partilhado por um grupo.
Para a pedagogia tradicional a ideia de criança é aquela que ela deverá ser se for
adequadamente educada; cabe à educação ensinar normas e conteúdos moralmente sadios
que contrariam sua natureza selvagem.
A pedagogia nova vê a criança como um ser pleno para a auto-realização em cada etapa
do desenvolvimento. A tarefa da educação é favorecer seu desenvolvimento natural e
espontâneo.
A consideração de uma dimensão histórica na educação significa, para Lane (1980) citado
por Moura (2013), assumir que tanto os processos internos como os estímulos externos
têm um significado anterior à existência desse indivíduo, e essa anterioridade decorre da
história de sociedade e do grupo social no qual o indivíduo nasce.
Para Freire (1996), admite não ser possível assumir-se como sujeitos da procura, da cisão,
da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores, senão assumindo-se
como sujeitos éticos. E a nossa ética que atinge o acto educativo enquanto prática
formadora não é a ética menor, restrita, de mercado, que se curva obediente aos interesses
do lucro.
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“A ideologia fatalista, imobilizante, que anima o discurso neoliberal anda solta
no mundo. Com ares de pós-modernidade, insiste em converse-nos de que nada
podemos contra a realidade social que, de história e cultural, passa a ser ou a virar
natural. (…) Do ponto de vista de tal ideologia, só há uma saída para a prática
educativa: adaptar o educando a esta realidade de que não pode ser mudada”
(Freire, 1996, Pag 19-20).
Nesta vertente, Freire (1996) coloca na escola o dever de não só respeitar os saberes com
que os educandos chegam a ela, mas também, discutir com os alunos a razão de ser de
alguns desses saberes em relação com o ensino de conteúdos. Para ele, transformar a
existência educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de
fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu carácter formador.
Gusmão (1997), citado por Moura (2013) sustenta que hoje, diante da dificuldades das
escolas, em particular das escolas públicas de preferia, o facto de a escola como valor não
fazer eco entre estudantes, a indisciplina violenta, a evasão escolar e a exclusão social,
questiona-se a natureza dos riscos de hoje: historicamente, a nossa sociedade e a escola
que lhe é própria não se desenvolvem mecanismos democráticos perante as adversidades
sociais e cultura.
A exclusão deve ser entendida nos princípios mesmos do funcionamento das sociedade.
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O educador tem a responsabilidade de oferecer oportunidades de aprendizagem a todos.
Os aspectos ideológicos e culturais, bem como os socioeconómicos e políticos, moldam
a questões educacionais que encontram sua viabilização, de maneira singular, nas
instituições escolares.
Para tratarmos dos pressupostos filosóficos educacionais, partimos sobre três aspectos,
sustenta Kelly (2018): educação enquanto:
O ponto de partida é a PAIDEIA de Platão, que objectiva formar o ser humano como um
todo, segundo a ideia platónica de formação. Platão não via o corpo desassociado da
mente. Todo o acto do indivíduo possui uma finalidade. O indivíduo que deve participar
da sociedade precisa ter uma racionalidade.
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a como um fenómeno natural observável, pois, tem nos sentidos a única fonte de atingir
o conhecimento. Possui objectividade de conhecimento.
1. Pedagogia Liberal
Tradicional
Renovada Progressivista
Renovada não-directiva
Tecnicista
2. Pedagogia Progressista
Libertadora
Libertária
Crítico-social dos conteúdos
A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos
para o desempenho dos papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais mas também
para os interesses do próprio mercado, do próprio sistema. A escola vai ser somente um
aparelho, modo de inculcar na cabeça das pessoas delegando os seus papéis sociais para
manutenção do sistema.
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Na pedagogia tradicional a pedagogia liberal se caracteriza por acentuar o ensino
humanista. Os conteúdos e os procedimentos didácticos, a relação professor aluno não
tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades sociais.
E a predominância da palavra do professor, das regras impostas, do cultivo
exclusivamente intelectual.
O aluno vai aprender por si mesmo e o professor é um mero observador naquele processo
de aprendizagem do aluno. O professor pode orientar os alunos. O professor vai somente
entregar o material para que ele se desenvolva por si mesmo.
De acordo com Kelly (2018), a pedagogia liberal renovada se apresenta em duas versões
distintas: a renovada progressiva, ou pragmática, principalmente na reforma difundida
pelos pioneiros da educação nova, entre os quais se destaca Anésio TEIXEIRA (deve-se
destacar, também, a influência de MONTESSORI, DECLOLY e, de certa forma,
PIAGET); a renovada não-directiva, orientada para os objectivos de auto-realização
(desenvolvimento pessoal) e para as relações interpessoais, na formação do psicólogo
norte-americano Carl ROGERS.
Pedagogia progressista.
O termo progressista, é usado aqui para designar as tendências, que partindo de uma
análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades
sociopolíticas da educação.
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A pedagogia progressista não tem como instrumentalizar-se numa sociedade capitalista;
daí ser ela um instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas sociais.
A tendência da pedagogia cripto-social dos conteúdos propõe uma síntese superadora das
pedagogias tradicional e renovada, valorizando a acção pedagógica inserida na prática
social concreta.
Kelly (2018) sugere que ao seleccionar a escola como objecto de reflexão filosófica, não
o fazemos de maneira gratuita. A razão é que, à medida que a sociedade humana foi se
tornando complexa teve necessidade de institucionalizar um meio eficiente de
transmissão da cultura acumulada, necessária à sua sobrevivência.
Privilegiar a escola, segundo Kelly (2018), como objecto de estudo e reflexão, significa,
assumi-la como instância erigida pela sociedade para a educação e instrução das novas
gerações. É perceber que a escola, ela é um ambiente que está inserido dentro de uma
comunidade e que essa comunidade esta numa determinada sociedade.
É importante reflectir sobre a escola para se entender, conforme a própria prática histórica
da sociedade, que nenhuma filosofia e nenhuma pedagogia (como concepção filosófica
da educação) podem se realizar concreta e historicamente sem mediações que a efectivem.
É necessário uma reflexão filosófica para se compreender a real necessidade, conclui
Kelly (2018), no seu áudio.
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5 - A importância da Filosofia da Educação para a Educação e Liberdade
E ainda, a filosofia mostra que o conhecimento não se reduz ao livro didáctico da escola, mas
que este é o primeiro passo de um caminho longo a ser percorrido. De acordo com Osorio
(2005), essa área do saber surgiu com a missão de buscar explicações diferentes daquelas
apresentadas pela mitologia para factos cotidianos e fenómenos da natureza. Por essa razão
Saviani (2015), afirma que:
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“a filosofia da educação é muito importante porque procura promover um
acompanhamento reflexivo e critico da actividade educacional de modo a explicitar os
seus fundamentos, esclarecer as tarefas e a contribuição de diversas disciplinas
pedagógicas e avaliar o significado das diversas soluções escolhidas” (Saviani, 2015,
p. 17),.
Pois um sistema de educação erguido sem uma participação crítica da filosofia pode com
maior facilidade omitir os valores da vida humana perigando o próprio sistema, o ser humano
e os próprios alunos. Pelo que a filosofia da educação visa provocar a capacidade de pensar a
respeito dos vários campos do conhecimento, inclusive sobre o sector educacional.
Por fim serve ressaltar que a filosofia mostra-se imprescindível na formação do educador, pois
ela lhe oferece métodos para analisar profundamente a complexidade dos problemas
educacionais e a contribuição das diferentes disciplinas pedagógicas para o desenvolvimento
intelectual dos alunos. Relativamente a isso, Hermann, (2015), concorda ao afirmar que a
filosofia apresenta-se como um fundamento que indica os fins da educação, o que é a natureza
humana, o que é o ser e o sujeito, o que é a educação.
A partir dessa constatação, pode-se dizer que ela exerce enorme influência no processo de
ensino-aprendizagem promovido nas escolas, estimulando a curiosidade, a reflexão e o
pensamento crítico dos estudantes. Por isso conhecer e promover a filosofia da educação nas
escolas e na formação dos professores e especialistas da educação é mais ganho e valia para a
educação e a sociedade.
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6 - Pressupostos Filosóficos em teorias de educação
Segundo Paviani J.& Carbonara V. (2018, p. 541) pressuposto encontra-se antes e fora
daquilo que é explicitamente dito, apresentado. O pressuposto é o considerado anterior,
mas que faz parte do projecto e da acção. Não está presente, mas determina o agir, o fazer
e o conhecer. No âmbito filosófico o pressuposto é o campo investigativo utilizado pelos
cientistas para recolha, análise e interpretação dos dados em um campo específico de
estudo.
6.1. Antropológicos
O termo antropologia é entendido como um ramo das ciências sociais que estuda os traços
fundamentais do ser humano. Trata-se de uma investigação de como o homem vai
construindo compreensão de si mesmo.
A parte científica trata da origem e da evolução humana (visão humana) e das diferentes
culturas em diferentes aspectos, sendo as relações familiares, costumes, religião,
tradições, valores, artes e linguagem (visão cultural).
A concepção naturalista - defende que o ser humano é constituído por duas essências
distintas: espiritual (aquela que pensa) e a externa, isto é, o corpo. Sendo assim o homem
é uma realidade natural, portador de uma razão natural e pode ser explicado pelas mesmas
Leis Naturais que explicam toda a natureza.
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Na concepção histórico-social - o homem é considerado como um ser natural e histórico,
determinado pelas condições objetivas da existência, incluindo nestas condições a classe
social a que pertence.
Portanto olhando para as posições das três concepções, a antropologia filosófica conduz-
nos para uma educação virada para a formação integral do homem, tendo em consideração
três aspectos: humano, intelectual e espiritual.
Aspecto humano – o homem como ser social, precisa dos outros seres humanos e neste
âmbito a educação deve conduzir o homem à socialização.
Portanto, a educação, o educador e a pedagogia têm a função de unir estes três elementos
essenciais da vida humana.
6.2. Éticos
Urge portanto, repensar nos valores, eliminando os contravalores da sociedade para que
se escolha o que é básico e fundamental para o currículo. Se se valoriza e se quer a
formação integral do ser humano, o ensino dos conteúdos escolares não pode descurar ou
afastar-se da formação ética dos educandos. A educação deve saber inculcar nos alunos,
sobretudo nas crianças os valores éticos, morais que levem ao crescimento integral do
homem. Se falta este aspecto moral, não se pode falar de educação no sentido pedagógico.
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Esta formação não dependerá tanto do falar sobre determinados temas durante a
leccionação, pois já o ensino e aprendizagem deveria possuir aspectos éticos. Neste
sentido torna-se necessário realçar a importância do cultivo de actitudes éticos para o
formador, pois o alcance de resultados positivos no processo de aprendizagem também
depende do comportamento decente do educador. A postura do professor diante dos
alunos em sala de aula não deve ser de quem possui toda a verdade da ciência, ignorando
o potencial, as experiências e a criatividade dos alunos, mas sim de aprendizagem
recíproca, baseada no diálogo e no respeito mutuo. (Freire, P. 1996, 33).
6.3. Políticos
O ensino tradicional tinha em vista inculcar nos alunos o modo de pensar próprio dos
estados e não tinha o sentido mais amplo próprio da pedagogia. O novo ensino vê que a
pedagogia deve se abrir ao conhecimento e investigação que ultrapassa as barreiras
políticas. Por exemplo, o capitalismo tinha como objectivo preparar os alunos para o
trabalho, ponde de lado outros conhecimentos. A nova pedagogia, ao invés, vê que é
preciso capacitar o indivíduo com conhecimentos adequados, isto é, investir no capital
humano.
6.4. Ontológicos
A educação deve levar o sujeito a saber ser no mundo onde vive, o ser como indivíduo
em comunicação consigo mesmo, com o seu semelhante e com o SER (deuses), ou seres
espirituais. A educação não pode ignorar este aspecto como parte integrante da pedagogia.
6.5. Gnosiológicos
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5. Considerações finais
As considerações que se depreende neste estudo sobre a filosofia da educação nos mostram o
seguinte:
O campo de saber da filosofia de educação são vários pontos que resumimo-los em quatro, a
saber: a interpretação da natureza do mundo e do universo em relação ao homem, interpretação
dos valores educacionais, as teorias de conhecimento e sua relação co a educação e a relação
da educação com as várias áreas humanas. Estes pontos permitem fazer o enquadramento e a
importância do funcionamento da filosofia de educação para a educação.
Continuando percebemos que a educação teve sua história e evolução. Houve uma evolução
de pensamento na consideração da criança, de uma tabula-raza para um sujeito participativo
na construção de conhecimento. Neste todo processo a cultura tomou um papel preponderante,
assiste-se também uma atitude positiva virada a critica dos conteúdos, a escola que aceita
discutir os saberes com os alunos.
Por fim este estudo nos apresenta os pressupostos como um instrumento que fundamenta,
alicerça a existência das concepções e teorias de educação e que eles podem ser antropológicos
éticos, políticos, ontológicos e cosmológicos.
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8. Bibliografia
Alvarez, A.G., (1969), Filosofia de la educacion. 3 ed. Buenos Aires: Edciones Troquel.
Bello, R., (1969) Filosofia da Educação. São Paulo: Editora dos Brasil S/A.
Campos, (2012), por uma história da filosofia da educação de Jacques Martain. Revista
sul-americana de filosofia e educação. RESAFE, n.18, pp.199-221.
Gohn, M.G., (2011), Educação não formal e cultura política. 5 ed, São Paulo: Cortez.
Hermann, N.,( 2015), Pensar arriscado: a relação entre filosofia e educação. Educ.
Pesqui., São Paulo, v. 41, n. 1jan./mar. p. 217-228
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Libânio J. C., (2012), Educação escolar: Politicas, Estrutura e Organização. 10 ed. São
Paulo. Cortez.
Smith, A., (1999), Teoria dos sentimentos morais. São Paulo: Martins Fontes. SEN.
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