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PREFÁCIO
SUMÁRIO EXECUTIVO
PREFÁCIO
Os factores acima expostos, num momento , em que se antevê uma maior estabilidade política,
económica e social, constituem razões importantes para a definição de uma Nova Política para
o sector das telecomunicações, numa Angola em que prevaleçam os princípios da unidade ,da
reconciliação, e reconstrução nacional.
Neste contexto justifica-se a formulação de linhas orientadoras, que permitam a médio e longo
prazo, pôr os serviços requeridos a disposição do desenvolvimento efectivo dos negócios e dar
satisfação às necessidades básicas das populações em todos os domínios e em todo o
território nacional .
Com o Livro Branco , o Governo de Angola, cria pois um novo quadro com as condições de
base, as vias e os meios para que a política do sector seja efectivamente realizada dentro de
prazos realistas.
Para atingir os objectivos estratégicos definidos, tanto no contexto nacional e regional, como
face a globalização, o Governo postula os pressupostos e estabelece as metas fundamentais
que deverão orientar as mudanças e acções a implementar, tais como:
Uma questão fulcral , a curto prazo, é a definição do papel da Angola Telecom enquanto único
Operador Público de Telecomunicações, face a abertura do mercado à concorrência.
Outra questão se levanta com a decisão do Estado ter de abandonar gradualmente a sua
posição monopolista e simultaneamente continuar obrigada a assegurar o Acesso Universal
aos Serviços de Telecomunicações por parte das populações. Além disso , coloca-se ainda o
desafio de transformar as telecomunicações em Angola, num elemento catalisador do
desenvolvimento económico em geral, contribuindo para melhorar os serviços a disponibilizar
pelo Estado; para criar novos postos de trabalho e ainda para garantir maior eficácia e
celeridade na área de negócios e no funcionamento dos demais sectores da sociedade.
Nessa base, os vários objectivos identificados ao longo do processo mereceram uma avaliação
ponderada na sua formulação, e as fases de implementação foram perspectivadas de modo a
conseguir-se um desenvolvimento das telecomunicações em Angola com todo o seu potencial
de forma gradual e sustentada.
A Nova Política de Telecomunicações visa assim fundamentalmente , a criação das bases para
uma nova estrutura de mercado no sector das telecomunicações em Angola, por forma a
explorar as potencialidades das telecomunicações nas várias dimensões da vida económica,
social, cultural e do meio ambiente do País.
Para o efeito torna-se necessária a adopção de medidas de índole interna e externa ao sector,
sendo de realçar a necessidade de mudanças significativas na legislação, que se traduzam em
incentivos imediatos e em formas de tornar as telecomunicações mais atractivo para o
investimento privado, nacional e estrangeiro, e mais preparadas para fazerem face ao processo
de globalização do mercado . Impõe-se com isso que se perspective para os próximos anos,
um aumento significativo da cobertura telefónica nacional e a expansão dos demais serviços de
telecomunicações, à níveis similares ou superiores aos das melhores médias e padrões
prevalecentes na África sub-sahariana, particularmente na região central e austral.
O terceiro evento que decorreu entre os dias 2 e 3 de Abril de 1998 foi um Fórum, que teve
como objectivo concluir a ampla recolha de opiniões para enriquecimento do documento: "Nova
Política para as Telecomunicações: Angola 2004, Visão Pragmática. As grandes preocupações
levantadas nesse fórum ajudaram à conformação final do documento de políticas para as
telecomunicações em Angola, sob a forma de Livro Branco, com a denominação: "Angola
2004, Visão Estratégica".
SUMÁRIO EXECUTIVO
O Governo de Angola , no intuito de promover uma abertura controlada e gradual capaz de
permitir uma boa coordenação do processo de liberalização e de assegurar o surgimento de
um mercado nacional de telecomunicações equilibrado, expressa a seguinte visão global para
o desenvolvimento do sector das telecomunicações nos próximos anos:
Com a finalidade de alcançar este objectivo, o Governo adopta as seguintes linhas para a sua
nova política no sector das telecomunicações:
Estrutura do Mercado
O Governo velará pelo estabelecimento de uma clara definição do papel do órgão de políticas,
do órgão regulador e dos operadores.
Este facto, aliado ao objectivo do Estado em fazer das telecomunicações um dos elementos
impulsionadores do desenvolvimento, torna necessária a presença de uma infra-estrutura de
domínio público, denominada rede básica, sobre a qual recaia o investimento prioritário e
directo do Estado e que sirva de incentivo e suporte a expansão dos diversos serviços de
telecomunicações à todo território nacional.
Adicionalmente, com vista a imprimir a dinâmica necessária para que se atinjam as metas de
desenvolvimento preconizadas pelo Governo, o mercado nacional de telecomunicações será
progressivamente aberto, permitindo-se e estimulando-se o desenvolvimento da iniciativa
privada em todos os segmentos de serviços.
Função do Estado
O Estado de Angola desempenhará distintamente o papel de formulador, orientador e promotor
das políticas de desenvolvimento sectorial, e o de regulador de toda actividade de
telecomunicações no País.
Reforma Legislativa
Assim, com vista a mobilizarem-se todas as sinergias para a prossecução dos objectivos do
Estado no domínio das telecomunicações, na Reserva Absoluta do Estado devem somente
permanecer a infra-estrutura de telecomunicações, que constituem , do ponto de vista de
político, opção soberana do Estado com vista a , induzir o desenvolvimento do País, devendo
por este facto ser objecto de investimento .
Deste modo, o Governo para os primeiros anos de liberalização , adoptará políticas que
conduzam à seguinte estrutura do mercado:
Rede Básica
O Governo reconhece que enquanto o mercado não atingir maturidade para garantir um
desenvolvimento auto sustentado das telecomunicações, ao Estado, deverá caber
maioritariamente a propriedade da Angola Telecom, por forma a assegurar a sua missão como
operador da rede básica, exercendo a missão de Operador Incumbente.
Assim, a curto prazo, a Angola Telecom, E.P., deverá ser saneada e transformada numa
sociedade comercial de capitais públicos, dotando-se de formas modernas de gestão com vista
a sua capitalização, e melhoria da sua dinâmica no mercado face a um regime de
concorrência.
Abertura do mercado
Investimento
Acesso Universal
Recursos Humanos
O Governo velará para que a política de licenciamento dos operadores dos serviços de internet
estimulem a criação de conteúdos nacionais, que salvaguardem a cultura e ética do povo
angolano e disseminem além fronteiras a realidade nacional.
O Governo reconhece a actual tendência para a globalização das economias dos Estados, em
que as tecnologias da informação e seu grau de inserção na sociedade determinam o seu nível
de desenvolvimento, pelo que se torna necessário assegurar que Angola crie capacidade
própria nessa área e não seja apenas simples importador de produtos ligados às tecnologias
da informação
O Estado velará para que Angola se constitua numa contribuinte activa para o desenvolvimento
da comunidade das telecomunicações no continente africano, bem como numa parceria
estratégica determinante na promoção do desenvolvimento dos mercados das
telecomunicações ao nível da Comunidade dos Estados da África Austral (SADC) e Central
(CEEAC), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e no concerto das nações
em geral.
a) Existem sérios obstáculos e desafios a ultrapassar para elevar a prestação dos serviços
de telecomunicações aos níveis de cobertura, diversidade e qualidade que respondam
às necessidades básicas de todas as regiões do País ;
b) O Estado não poderá suportar integralmente os enormes investimentos e competências
necessários para a materialização, em tempo útil, das diversas etapas que o processo
de reformas impõe.
"O mínimo de uma linha para serviços de telecomunicações em cada vinte quilómetros
quadrados de cada Comuna, em cada cinco quilómetros quadrados de cada Vila e 70 linhas
em cada quilómetro quadrado de cada cidade"
O Governo reconhece que nas condições actuais do País, o objectivo preconizado só será
possível, fazendo recurso a mobilização do investimento público e privado, assente numa
estratégia de expansão do Sistema Nacional das Telecomunicações e aceleração do nível de
desenvolvimento das telecomunicações em geral.
Assim:
Teledensidade
Posicionamento de Angola tendo como
Ano Serviço
Serviço Móvel Internet referência o ano 2000
Fixo
Todas capitais de Recomendação da UIT é de 1% no ano
2002 0.47% 0.59%
Província 2000 para os Países atrasados da SADC
(1) Para parametrização tomou-se como referência a teledensidade da região no ano 2000
Assim:
Governo reconhece que a utilização das tecnologias adequadas terá como efeito a
redução dos custos de expansão do Sistema Nacional de Telecomunicações,
favorecendo o crescimento da taxa de penetração telefónica, inclusivamente nas áreas
rurais, remotas ou mais desfavorecidas do País e que este aspecto deverá ser levado
em conta no processo de licenciamento dos serviços ,rumo à sociedade de informação
no terceiro milénio e preste particular atenção aos seguintes aspectos de
desenvolvimento da Infra-estrutura Nacional de Telecomunicações:
o Implementação das redes de acesso por lacete sem fio para a expansão dos
serviços às zonas suburbanas e rurais;
o Ligação aos cabos submarinos internacionais;
o Ligação por cabo submarino entre localidades da orla marítima;
o Utilização dos corredores ferroviários e rodoviários , bem como as linhas do
sistema de transporte nacional de energia eléctrica , como estratégia de
constituição e expansão da "backbone" nacional de fibras ópticas e para
interligação regional a países vizinhos.
Assim:
A legislação existente que , directa ou indirectamente , rege os interesses do sector deverá ser
revista no sentido de permitir a participação de investidores privados; novos operadores e
provedores de serviços nacionais e/ou estrangeiros, por forma a explorar-se o sector das
telecomunicações em todo o seu potencial.
Os aspectos identificados para revisão da legislação pelas suas implicações no sector das
telecomunicações, estão dispersos em vários diplomas legais, estatutos e regulamentos, sendo
os principais:
Assim:
Deste modo, a curto prazo, o Governo adoptará políticas que conduzam à seguinte estrutura
do mercado:
3.2.1 Concorrência
Assim:
Como premissa para a abertura do mercado de forma gradual, foi elaborado pelo Ministério dos
Correios e Telecomunicações, um Plano de Adaptação da Angola Telecom ao novo quadro de
reformas, adequadas à sua preparação para concorrência no mercado.
A execução do plano de adaptação, que deverá durar três anos, teve início em 1999,
constituindo-se nas três seguintes fases:
O diagnóstico do sector,
O saneamento financeiro da empresa e;
A transformação da empresa em sociedade comercial de capitais públicos .
Assim:
O Governo reconhece que um dos principais problemas que travam o integral desenvolvimento
das telecomunicações em Angola é a escassez de recursos financeiros para fazer face à
demanda presente e futura de serviços, pelo que tornar-se-á necessária a conjugação do
financiamento público e privado para que se verifique o crescimento esperado da infra-
estrutura e dos serviços de telecomunicações.
Em Angola, este princípio é assumido como sendo uma obrigação social do Estado, na medida
em que o País possui por um lado zonas de baixa densidade populacional, e por outro, núcleos
populacionais muito dispersos e de muito baixos rendimentos, com dificuldades consequentes
em custear a disponibilização dos serviços mínimos e indispensáveis ao seu normal
desenvolvimento económico e social.
Por sua vez, o Acesso Universal aos Serviços de Telecomunicações em Angola é definido
como sendo a facilidade de acesso, para todos os cidadãos e sempre que necessário, a um
telefone público ou privativo situado em local razoavelmente próximo da área de residência ou
de actividade, independentemente do local onde vivam, e a um preço acessível.
Assim:
o acesso à internet
o posto público de telefonia;
o posto público de Fax;
o serviços de comércio electrónico;
o serviços de encomenda electrónica, etc.
Assim:
O FADCOM deverá ser dotado de uma estrutura que permita a mobilização, aplicação e
contabilização separada dos recursos destinados ao desenvolvimento dos Correios e
das Telecomunicações.
Para asseguramento das acções de investimento, o FADCOM mobilizará recursos
financeiros provenientes das seguintes fontes:
Assim:
Deverá ser garantido pelo Órgão regulador a todos os provedores de serviço público de
telecomunicações licenciados, um acesso livre, justo e equitativo ao mercado nacional de
telecomunicações.
Dentro da totalidade de funções e áreas sob jurisdição do INACOM existem algumas de grande
importância tais como: licenciamento, interligação, controlo de preços, administração do
espectro de frequências radioeléctricas, controlo da qualidade dos serviços e numeração.
Estes aspectos são considerados de seguida em detalhe
Assim:
As licenças poderão englobar um ou mais dos serviços acima descritos devendo a sua
classificação ser feita nos moldes supracitados;
As empresas provedoras de serviços de manutenção e instalação de redes e sistemas
também deverão ser objecto de licenciamento apropriado pelo INACOM.
3.3.2.2 Interligação
Assim:
Assim:
O Governo deverá aprovar o Plano Nacional de Frequências, que será assumido por
todos os operadores e órgãos do Estado que dele façam uso, com vista a
descongestionar a utilização das faixas de frequência, bem como encorajar e optimizar
a utilização partilhada do espectro radioeléctrico.
No processo de reordenamento e realocação de frequências o INACOM deverá ter em
conta o surgimento de novas tecnologias sem fios e as suas exigências em matéria de
frequências assim como o impacto sócio económico das mesmas.
O reordenamento do espectro radioeléctrico exigirá a migração de usuários de umas
bandas de frequências para outras. Este processo será levado a cabo
progressivamente, a fim de não afectar a viabilidade dos sistemas actualmente em
operação.
Para garantia de melhorias sensíveis ao nível da utilização racional e disciplinada deste
recurso natural escasso e limitado, o INACOM deverá fazer importantes investimentos
na instalação e estabelecimento de um Sistema Nacional de Monitorização e Controlo
de Emissões, de tal modo que assegure uma cobertura integral do território nacional.
Assim:
3.3.2.6 Numeração
Assim:
Assim:
Assim:
Tendo em conta a localização geo-estratégica de Angola, entre duas das maiores e mais
promissoras regiões do mundo, e a importância do acesso internacional por cabo submarino
para os países encravados , bem como para o interior de Angola, torna-se necessário, que as
telecomunicações nacionais assumam cada vez mais uma estratégia regional de
desenvolvimento, em complemento a actual estratégia doméstica.
Assim: