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Ministério do Meio Ambiente
PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES AMBIENTAIS
Brasília, 2015
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Presidenta Dilma Dilma Vana Rousseff
Vice Presidente: Michel Temer
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Ministra Izabella Mônica Vieira Teixeira
Secretário Executivo: Francisco Gaetani
Secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental - SAIC
Regina Gualda
Diretora do Departamento de Educação Ambiental - DEA
Soraia Silva de Mello
Equipe técnica do Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais- PNC
Luciana Resende
Tereza Moreira
Luciana Resende
Luciana Resende
Revisão e colaboração
Angelita Coelho
Miriam Miller
II
Neusa Helena Rocha Barbosa
Coordenação:
Mariana Braga
Analistas Ambientais
Alex Bernal, Ana Luísa Campos, Jader Oliveira, José Luís Xavier, Luciana Resende, Nadja
Janke, Neusa Helena R. Barbosa, Neuza Gomes Vasconcelos, Patricia F. Barbosa, Taiana
Brito
Agentes Administrativos
Maria Aparecida Leite, João Alberto Xavier
Recepcionista
Leylane Aparecida L. do Santos
Estagiários
Amanda Feitosa, Carla Silva Sousa, Paula Geissica Ferreira da Silva, Rômulo de Sousa
III
SUPERINTENDÊNCIA DE APOIO AO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE
RECURSOS HÍDRICOS
Humberto Cardoso Gonçalves (Superintendente)
Victor Alexandre Bittencourt Sucupira (Superintendente Adjunto)
COODENAÇÃO DE CAPACITAÇÃO DO SINGREH
Taciana Neto Leme (Gerente)
Celina Maria Lopes Ferreira
Daniela Chainho Gonçalves
Elmar Andrade de Castro
Jair Gonçalves da Silva
Lucas Braga Ribeiro
Luis Gustavo Miranda Mello
Mariana Braga Coutinho
Sandra Cristina de Oliveira (Secretária)
Vivyanne Graça Mello de Oliveira
IV
SOBRE O PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES AMBIENTAIS E
A PARCERIA MMA E ANA
Dessa forma, o PNC foi criado para atender aos anseios dos estados e municípios, em
uma estratégia duradoura. Seu objetivo principal é o de capacitar gestores, servidores e
técnicos ambientais, com vistas a ampliar a compreensão do Sistema Nacional de Meio
Ambiente (SISNAMA) e seu fortalecimento. Busca também a consolidação da gestão
ambiental compartilhada, que envolve a responsabilização das três esferas de governo:
federal, estadual e municipal.
V
foco em estações de tratamento de esgotos e aterros sanitários, regularização ambiental em
propriedades rurais, além de gestão de recursos hídricos e comitês de bacias hidrográficas.
Esses últimos cursos realizados em parceria com a Agência Nacional de Águas, no ano de
2013.
Assim, a ANA deu início aos processos de capacitação de recursos humanos para
a gestão de recursos hídricos em 2001. Inicialmente, entre 2001 e 2010, a ANA
conseguiu atingir cerca de 10 mil pessoas, por meio de cursos presenciais.
Posteriormente a ANA deu início a implementação sistemática de cursos na modalidade
à distância e a partir dessa estratégia, no período de 2011-2013 mais de 20.000 pessoas
foram capacitadas e no ano de 2014 mais de 22.000 pessoas foram aprovadas.
VI
Desse modo, em uma coadunação de esforços entre o MMA e a ANA, e em
continuidade de uma parceria bem sucedida, foi elaborado esse curso, que busca atingir o
maior número de gestores ambientais, membros dos Comitês de Bacias Hidrográficas,
estudantes e público em geral.
VII
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Os três módulos que compõem esse curso fornecem linhas gerais para o
fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente em sua inter-relação com os demais
instrumentos e atores da gestão municipal. O material didático foi concebido para trabalhar
conceitos não apenas de forma discursiva. Por meio de exemplos e exercícios, pretende-se
promover sucessivas aproximações das pessoas com a realidade local, no sentido de
qualificar a sua atuação.
O Módulo II mostra os principais passos para a estruturação dos órgãos que compõem
o Sistema Municipal de Meio Ambiente. Discorre também sobre as formas de se reunir
recursos destinados às ações na área ambiental.
O Módulo III trata das diferentes escalas de planejamento municipal, com ênfase no
planejamento microrregional e setorial, considerando os níveis de integração a serem
concretizados em torno de um projeto de desenvolvimento sustentável para a comunidade e
a região.
VIII
SUMÁRIO
IX
UNIDADE 1: GESTÃO PÚBLICA SUSTENTÁVEL
Poluição
Em 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia, pela primeira vez, uma conferência das
Nações Unidas dedicava-se a debater os problemas ambientais em âmbito mundial. Trata-
se da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. De acordo com
10
Milaré (2007), a posição defendida pelo Brasil era a do “crescimento a qualquer custo”. A
fundamentação era a de que as nações subdesenvolvidas e em desenvolvimento não
deveriam destinar recursos financeiros para a proteção ambiental, ou mesmo conter as suas
taxas de crescimento, devido aos graves problemas socioeconômicos que vivenciavam e
que, por isso, a degradação ambiental seria um mal menor.
Degradação Ambiental
Para Refletir
Faça um diagnóstico socioambiental da localidade em que você vive.
Primeiramente, marque um ponto no mapa onde está seu município e, após isso,
responda as seguintes perguntas:
Seu município ou região sofreu algum impacto socioambiental a partir das políticas
daquele período do governo militar, ou mesmo, atualmente, em consequência do
"desenvolvimentismo"? Se sim, descreva brevemente.
Em que bioma e bacia ou região hidrográfica ele se situa? A água é farta e de boa
qualidade? Existem disputas pelo seu uso? Há assoreamento de lagoas, córregos e
outros cursos d’água?
Quantos habitantes vivem na área urbana e na área rural?
Há serviços de saúde e educação pública de qualidade?
Há opções de lazer em áreas verdes? Existem áreas protegidas de forma especial, por
exemplo, Reserva Extrativista ou Área de Proteção Ambiental?
O que se faz com os resíduos gerados pelas atividades industriais, agrícolas ou
urbanas? Existem aterros sanitários?
Para onde vai o esgoto das residências?
Para onde vai o esgoto da empresas?
No seu município existe alguma Estação de Tratamento de Esgoto - ETE?
O solo é fértil ou está empobrecido? Há poluição por agrotóxicos?
Existem disputas em torno do uso do solo, com a ocorrência de grupos de
trabalhadores sem-terra ou grupos sem-teto? Há crianças de rua, favelas, ocupações
irregulares?
Há populações que foram desalojadas pela construção de grandes obras ou que
perderam seu meio de vida por causa de desmatamento, pesca excessiva, poluição das
águas?
A polícia registra muitos casos de violência?
Quais são as principais forças sociais vinculadas a esses temas atuantes no município?
Há associações, sindicatos, outros tipos de organizações?
Agora compartilhe suas impressões com pessoas de seu município e de outras
localidades. As respostas a essas perguntas podem indicar os principais problemas e
onde o município pode melhorar.
12
Bioma
Bacia Hidrográfica
Assoreamento
Resíduo
13
Resíduo (II)
Agrotóxico
Municípios sustentáveis
14
impactos profundos sobre o ambiente. Segundo essa visão, o crescimento econômico é
uma das variáveis a garantir qualidade de vida, mas não a única. Historicamente, vem se
afirmando o conceito de sustentabilidade, em amplo escopo, ou seja, de um tipo de
desenvolvimento das sociedades que agreguem durabilidade e justiça social. Ou seja,
economicamente viável, ecologicamente o mais equilibrado possível, capaz de propiciar às
pessoas condições básicas para o bem viver, o respeito à diversidade cultural, bem como o
pleno exercício da cidadania.
Desenvolvimento Sustentável
15
Sustentabilidade
"O termo sustentabilidade foi cunhado com o propósito de nos remeter ao vocábulo
sustentar. Sustentar algo ao longo do tempo - a dimensão de longo prazo já se
encontra incorporada nessa interpretação -, para que aquilo que se sustenta tenha
condições de permanecer perene, reconhecível e cumprindo as mesmas funções
indefinidamente, sem que produza qualquer tipo de reação desconhecida,
mantendo-se estável ao longo do tempo. (...) Todavia, podemos adiantar que a
sustentabilidade comporta várias dimensões. A sustentabilidade torna-se um
conceito transversal que abrange todas as dimensões da vida humana, não apenas
as relações diretas com a natureza." (FERREIRA, 2005, p.315).
Nesse sentido, também podemos refletir a respeito de uma localidade a partir do ponto
de vista da sustentabilidade. Atualmente, há diversos parâmetros para isso. Podemos citar,
por exemplo, a lista que foi preparada pela organização inglesa Local Government Municipal
Board, disponibilizada na obra de Marcatto; Ribeiro (2002 apud BRASIL, 2006, p. 19). De
acordo com esse documento, com base em critérios socioambientais, um município em
busca do desenvolvimento sustentável:
Indicador Ambiental
17
8. Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção com Planos de Ação para Recuperação
e a Conservação
9. Cobertura Vegetal Nativa Remanescente
10. Desmatamento Anual por Bioma
11. Focos de Calor
12. Cobertura Territorial das Unidades de Conservação da Natureza
13. Cobertura Territorial e População Atendida pelo Programa Bolsa Verde
14. Área de Florestas Públicas Destinadas para Uso e Gestão Comunitários
15. Implantação da Agenda Ambiental na Administração Pública - A3P
16. Consumo de Agrotóxicos e Afins
17. Situação da Oferta de Água para Abastecimento Humano Urbano
18. População Urbana com Acesso a Sistemas Adequados de Abastecimento de Água
19. População Urbana com Acesso a Serviços de Coleta de Esgotos Sanitários
20. População Urbana com Acesso a Serviços de Tratamento de Esgotos Sanitários
21. Coleta per capita de Resíduos Sólidos Domiciliares (RDO)
22. Taxa de Cobertura da Coleta de Resíduos Sólidos Domiciliares em Relação à
População Urbana
23. Taxa de Recuperação de Materiais Recicláveis em Relação à Totalidade de RSU (**)
Coletados
24. Municípios com Órgãos Municipais de Meio Ambiente (OMMA)
25. Municípios com Conselhos de Meio Ambiente (CMMA)
26. Implantação da Agenda 21 Local
27. Relação entre Demanda Total e Oferta de Água Superficial
28. Índice de Qualidade da Água (IQA) dos Rios e BH em Função do Lançamento de
Esgotos Domésticos
29. Balanço Hídrico Qualitativo dos Rios e Bacias Hidrográficas
30. Balanço Hídrico Quali-quantitativo dos Rios e Bacias Hidrográficas
31. Cobertura do Território com Comitês de BH ou Outros Tipos de Colegiados
Instituídos nas Bacias
32. Cobertura Territorial dos Planos de Bacia Hidrográfica
33. Estado da Cobertura Terrestre das Áreas Susceptíveis à Desertificação
34. Cobertura Territorial dos Projetos de Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE)
Fonte: (BRASIL, 2014a, p. 30-31)
18
Para maiores informações sobre o PNIA, acesse o site do Ministério do Meio
Ambiente:
http://www.mma.gov.br/publicacoes/pnia
Para Refletir
Com base nos indicadores apresentados, você classificaria seu
município como sustentável? Justifique sua resposta.
Afinal, por que é tão importante a atuação dos governos municipais na área ambiental?
Vejamos algumas razões:
Alguns surtos de crescimento são como “fogo de palha”. Produzem muitas riquezas
em curto espaço de tempo, às vezes de “um ou dois mandatos”. Mas sem a base de
recursos naturais que lhes deram origem, e que foram degradadas, essas atividades
se vão para outras localidades, em busca de novos recursos para consumir. Todos
conhecem exemplos de cidades que nasceram e morreram economicamente em
algumas décadas pela febre dos minérios, da pesca, da borracha, da cana-de-
açúcar, do café... Portanto, vale a pena investir em formas de manter e usar com
19
inteligência os recursos ambientais disponíveis, exercendo o controle e a
participação social sobre a gestão do município.
É mais fácil e barato prevenir do que remediar. Os custos para se resolver problemas
decorrentes dos impactos ambientais: poluição industrial, perda dos solos,
assoreamento de rios, contaminação de lençóis freáticos, perda de biodiversidade
são mais altos do que os esforços para evitá-los. Existem exemplos em todo o
mundo de quanto é custoso e demorado despoluir um rio.
Lençol Freático
Biodiversidade
20
compartilhar com o Estado a responsabilidade pela conservação do meio ambiente,
garantindo transparência nas ações pelo controle social.
Controle Social
Em resumo
Muitos ainda restringem meio ambiente a apenas árvores, rios e animais. Em geral,
se esquecem de que nós, os seres humanos, que também fazemos parte desse cenário e
somos os principais responsáveis por suas alterações, deletérias ou não. Também persiste
o engano do ideário liberal e capitalista de que desenvolvimento e crescimento econômico
são sinônimos. Porém, não há desenvolvimento real sem o bem estar social, num ambiente
sadio. Assim, o conceito de sustentabilidade procura deixar mais claro que as pessoas,
especialmente os menos favorecidos, e o meio em que vivem, devem estar em primeiro
plano.
Esta inversão de valores deve ser implementada global, mas, sobretudo localmente. É
no espaço local que os maiores impactos são sentidos. Por isso, a importância da atuação
nessa escala. O município é onde moramos, trabalhamos e nos divertimos. Ali percebemos
os problemas e podemos contribuir para buscar soluções.
22
UNIDADE 2: GESTÃO AMBIENTAL DESCENTRALIZADA E INTEGRADA
O SISNAMA é o modelo de gestão ambiental adotado no Brasil. Foi instituído pela Lei
nº 6.938/1981, portanto, antes mesmo da atual Constituição Federal. O referido
ordenamento cria a Política Nacional do Meio Ambiente, e tem como desafio formar uma
rede de organizações em âmbito federal, estadual, distrital e municipal que, juntas, possam
alcançar as grandes metas nacionais na área ambiental. Desse modo, conforme nos lembra
Milaré (2011), é um sistema formado pelo conjunto de órgãos e instituições nos diversos
níveis de poder responsáveis pela proteção ambiental, além de ser o grande arcabouço
institucional da gestão ambiental brasileira.
Assim, podemos dizer que a proteção do meio ambiente, por meio do SISNAMA, se
consolida mediante a formulação e execução de políticas públicas de meio ambiente; a
articulação entre as instituições componentes do Sistema em âmbito federal, estadual,
distrital e municipal; e pelo estabelecimento da descentralização da gestão ambiental.
23
A natureza possui milhares de exemplos de sistemas: cada indivíduo, animal, planta,
micro-organismo é um todo integrado, ou seja, um sistema vivo. Da mesma forma, as
sociedades humanas e o meio ambiente construído reproduzem esse modelo: a família, a
comunidade, as cidades, a malha viária, as redes de telefonia e de distribuição de alimentos
constituem exemplos de sistemas.
Saiba Mais
A criação da SEMA foi uma resposta às críticas da
comunidade internacional acerca do posicionamento
dos países denominados de Terceiro Mundo, liderados
pelo Brasil, contrários ao retardamento e
encarecimento do processo de industrialização nos
países em desenvolvimento, como forma de controle
da degradação ambiental (MILARÉ, 2011).
24
Assim, a primeira fase de implementação do sistema (décadas de 1980 e 1990)
caracterizou-se pela criação dos órgãos ambientais, principalmente nos âmbitos federal e
estadual. Até recentemente, porém, em muitos casos, o que se observa na prática é a
ocorrência de órgãos ambientais sem vínculos entre si, desarticulados e fortemente
marcados pela competição, especialmente no estabelecimento de competências para o
licenciamento e fiscalização ambiental.
Licenciamento
Fiscalização
Essa é, contudo, uma visão oposta ao que propõe a Política Nacional de Meio
Ambiente, que está fortemente assentada nos preceitos da Forma Federativa de Estado.
Por esse modelo, deve haver uma repartição de responsabilidades e recursos, além da
cooperação entre os entes federados. Segundo Granziera (2014), a principal característica
do SISNAMA é a coordenação das ações, baseada na articulação institucional, para que
não haja superposição ou lacunas na atuação do poder público.
25
Saiba Mais
No Brasil, a Forma de Estado é a Federação formada por quatro espécies de
entes (União, estados, Distrito Federal e municípios). Conforme nos lembra
Paulo; Alexandrino (2011), o Brasil segue um modelo de federalismo
cooperativo. Isso quer dizer que não há uma divisão rígida de competências
entre os entes, e que, além disso, esses deverão atuar de modo conjunto.
Em uma Federação, os governos organizam-se tendo a Constituição como
soberana. Submetidos aos seus princípios, os entes federativos compartilham
diferentes competências. Cada uma dessas esferas de governo desfruta de
autonomia política, administrativa, organizativa e legislativa.
Essa forma de organização cria um Estado composto, no qual existe a união das
comunidades públicas em torno da realização dos objetivos da Constituição.
Dessa forma, o poder não concentra-se nas mãos de uma única autoridade
central, fazendo com que seja repartido: a União, como ordem nacional; os
estados, como ordens regionais; e os municípios, como ordens locais. Nesse
caso, o Distrito Federal, em geral, acumula as competências dos estados e dos
municípios.
Agora que já temos uma noção do processo histórico que levou ao nascimento desse
sistema e entendemos suas principais bases conceituais, vejamos, então, quais são seus
componentes.
Composição do SISNAMA
A Lei 6.938/1981, em seu artigo 6º, traz a estrutura na qual está baseada a gestão
ambiental do País. E, tendo em vista os seus componentes, podemos dizer que, mesmo que
aberto à participação de instituições não governamentais e da sociedade civil, o SISNAMA é
uma estrutura político-administrativa eminentemente governamental (MILARÉ, 2011).
I – Órgão Superior
26
Conselho de Governo-reúne todos os
ministérios e a Casa Civil da Presidência da
República na função de formular a política
nacional de desenvolvimento do País,
levando em conta as diretrizes para o meio
ambiente.
IV – Órgãos executores
27
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e
o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) – encarregados de
executar e fazer executar as políticas e as
diretrizes governamentais fixadas para o
meio ambiente, de acordo com as
respectivas competências.
V – Órgãos seccionais
VI – Órgãos locais
28
O CONAMA é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua Secretaria Executiva é
exercida pelo Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente. Conforme o Decreto
6.792/2009 é composto por: Plenário; Câmara Especial Recursal; Comitê de Integração e
Políticas Ambientais; Câmaras Técnicas; Grupos de Trabalho e Grupos Assessores.
De acordo com a Lei 6.938/1981, alterada pelas Leis 8.028/1990 e 7.804/1989, esse
órgão colegiado tem como algumas de suas competências:
29
Para maiores informações sobre o Decreto 6.792/2009:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6792.htm
30
A Proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos econômico e sociais
para a melhoria da qualidade ambiental e o uso sustentável dos recursos
naturais;
O Zoneamento ecológico-econômico.
Cabe ressaltar ainda que são entidades vinculadas ao Ministério do Meio Ambiente,
também fazendo parte de sua estrutura, as seguintes autarquias: a) Agência Nacional de
Águas (ANA); b) IBAMA; c) Instituto Chico Mendes- ICMBio; d) Instituto de Pesquisas do
Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). Ademais, é órgão subordinado ao Ministério,
o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que apesar de não possuir personalidade jurídica,
segundo a Lei 11.284/2006, poderá o Poder Executivo assegurar-lhe autonomia
administrativa e financeira, mediante celebração de contrato de gestão e de desempenho
(GRANZIERA, 2014).
31
Para maiores informações acesse o site da ANA:
http://www2.ana.gov.br/Paginas/default.aspx
O IBAMA foi criado pela Lei 7.735/1989, alterada pela Lei 11.516/2007. Suas
competências estão voltadas para o poder de polícia ambiental, respeitadas as diretrizes do
Ministério do Meio Ambiente. Entre suas atribuições estão o licenciamento ambiental;
32
controle e qualidade ambiental; autorização de uso dos recursos naturais; fiscalização,
monitoramento e controle ambiental.
33
Para maiores informações acesse o site do ICMBio:
http://www.icmbio.gov.br/portal/
Cabe ressaltar também que, da mesma maneira em que se estabelece como sistema
(SISNAMA, mais tarde o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos –
SINGREH, e o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC), a política
ambiental tende a ser também mais eficiente e efetiva quanto mais envolver processos
participativos em contexto verdadeiramente democrático. Isso não se deve apenas à sua
emergência no processo de democratização no Brasil, mas também porque afeta
diretamente a saúde e a qualidade de vida da população, surgindo como problema muitas
vezes nos territórios e nas comunidades, muito antes de ser percebida pelos governantes.
Para Refletir
Com base no que vimos até agora, em especial, a
respeito da estrutura do SISNAMA, identifique as
instituições públicas integrantes desse Sistema, por
exemplo, as secretarias, institutos ou órgãos
responsáveis por realizar a política de meio ambiente.
Faça isso considerando a esfera local (municipal),
regional (estadual) e nacional (União). Busque refletir
se há uma integração entre essas esferas de governo.
35
físicas ou jurídicas que praticarem atividades lesivas, independentemente da obrigação de
reparar os danos.
Para Machado (2014), por tratar-se de bem de uso comum do povo, o meio ambiente
é um bem coletivo de desfrute individual e também geral, por isso, é direito de cada pessoa,
mas não apenas dela, podendo ser considerado, portanto, transindividual. Assim, o direito
ao meio ambiente enquadra-se na categoria de interesse difuso, ou seja, que se espraia
para uma coletividade indeterminada.
36
Para maiores informações acerca do artigo 225 e outros dispositivos da
Constituição Federal sobre o meio ambiente, acesse o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
Subsidiariedade: tudo o que puder ser realizado pelo nível local, com competência e
economia, não deve ser atribuído ao nível estadual e federal. Isso permite encontrar
soluções para os problemas o mais próximo possível de onde são gerados;
Além do artigo 225, devemos destacar ainda, no âmbito legislativo, o artigo 24, que
afirma que a União, os estados e o Distrito Federal legislam concorrentemente sobre
matéria ambiental: “(...) florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do
solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; proteção ao
patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; direito urbanístico (...)”
(BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988).
Embora esse artigo não tenha explicitado a competência legislativa dos municípios,
ela ocorre, conforme afirma Milaré (2011), uma vez que está assegurada a competência
37
administrativa no nível local para proteção do meio ambiente e combate à poluição em
qualquer de suas formas, também está assegurada pela Constituição. O artigo 30, por
exemplo, confere a esses entes da federação a atribuição de legislar supletivamente à
União e aos estados sobre o meio ambiente e outros assuntos de interesse local (BRASIL,
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988).
Competência Comum
38
a regulamentação do artigo 23 da Constituição Federal. Vejamos a seguir algumas
considerações a respeito da Lei Complementar 140, e alguns de seus desdobramentos no
que diz respeito à gestão ambiental compartilhada.
39
O modelo se repete para os órgãos municipais: licenciamento e fiscalização em âmbito
local, formação de consciência ambiental local, elaboração de leis que se apliquem ao meio
ambiente do município e monitoramento da aplicação destas.
Monitoramento
O que fez a Lei Complementar 140 foi estabelecer uma divisão de atribuições mais
específica entre a União, estados, Distrito Federal e municípios. Para se atingir as metas
estabelecidas no regulamento, em seu artigo 4º, são elencados alguns instrumentos de
cooperação institucional, tais como consórcios, convênios, comissões tripartites e
bipartites, fundos e outros instrumentos econômicos, faz ainda uma distribuição de
competências administrativas por matéria, com temas como: acesso ao conhecimento
tradicional, educação ambiental, espaços territoriais, fauna, florestas, patrimônio genético,
pesca, produtos perigosos, risco, zona costeira e licenciamento ambiental.
Saiba Mais
A Comissão Tripartite Nacional e comissões tripartites estaduais
serão formadas, paritariamente, por representantes dos
Poderes Executivos da União, dos estados, do Distrito Federal e
dos municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental
compartilhada e descentralizada entre os entes federativos.
A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada,
paritariamente, por representantes, dos Poderes Executivos da
União e do Distrito Federal, com o objetivo de fomentar a
gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre esses
entes federativos (BRASIL, 2013).
40
Para maiores informações sobre a Lei Complementar 140/2011, acesse:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp140.htm
Em resumo
41
UNIDADE 3: GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL
Segundo nos lembra Fiorillo (2013), a Carta Magna trouxe importante relevo para o
município, na medida em que é a partir dele que a pessoa humana poderá usar os
denominados bens ambientais, visando à plena integração social, com base na moderna
concepção de cidadania.
Desse modo, a autonomia municipal, propiciada pela Constituição, e ampliada pela Lei
Complementar 140/2011, tem estimulado os municípios a terem um maior protagonismo na
gestão ambiental local.
Acerca dos municípios com alguma estrutura ambiental, predominam aqueles em que
o órgão responsável pela área de meio ambiente tem status de secretaria exclusiva ou em
conjunto com outras políticas setoriais (81,3%). Há ainda a ocorrência de órgão do tipo setor
subordinado a outra secretaria (13,0%), setor subordinado diretamente à chefia do executivo
municipal (4,4%) e órgão da administração indireta (1,3%) (BRASIL, 2014b).
43
Centro- 100,0 43,3 39,7 10,0 5,6 1,4
Oeste
Até 5000 100,0 20,9 58,2 13,7 7,1 01
hab.
De 5001 a 100,0 24,6 53,3 15,6 6,4 01
10.000hab
10.001 a 100,0 29,7 51,2 14,3 3,9 0,9
20.000hab
20.001 a 100,0 32,9 51,0 12,2 2,8 1,1
50.000hab
50.001 a 100,0 46,2 40,9 6,9 1,5 4,5
100.000hab
100.001 a 100,0 54,5 30,5 6,9 0,0 8,1
500.000hab
Mais de 100,0 65,8 23,3 0,0 0,0 7,9
500.000hab
Fonte: BRASIL (2014b)
A partir desses números podemos inferir, entre outros aspectos, que pode estar
havendo um aumento de situações de conflitos socioambiental, com maior sensibilização e
pressão da sociedade em favor de ações de defesa ambiental por parte do poder público
local. As administrações locais, por sua vez, parecem estar mais atentas às atribuições e
competências dos municípios e de seus órgãos no contexto do SISNAMA.
Para Refletir
Em seu município há uma secretaria exclusiva para
tratar das questões ambientais ou essa área está
associada a outros temas? Observe se sua resposta
reflete a pesquisa do IBGE, no que se refere à região
geográfica e ao número de habitantes de sua
localidade.
44
Para maiores informações sobre a Pesquisa de Informações Básicas Municipais,
acesse o site do IBGE:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/default.shtm
Assim, realizar a gestão do meio ambiente significa executar uma série de ações, de
forma encadeada e articulada, que resulte em uma maior consciência sobre as
consequências da atuação humana sobre o ambiente; e, por conseguinte, na adoção de
práticas e comportamentos que melhorem essa conduta.
45
O equilíbrio entre receitas e despesas, com o uso ético e transparente dos recursos
públicos;
46
Para Refletir
Faça um diagnóstico da localidade em que você vive. Observe principalmente as
atividades produtivas, o impactos no meio ambiente decorrentes dessas ações e a forma
de participação dos principais atores sociais envolvidos. A partir desse breve desenho,
vamos criar um mapa de relações ligadas à gestão ambiental, seguindo as orientações a
seguir:
47
A adequada utilização dos recursos naturais, com a redução do volume de
resíduos e dos níveis de poluição, a pesquisa e a implantação de tecnologias de
produção limpas e a definição de regras para proteção ambiental;
Maior equilíbrio entre os espaços rural e urbano por meio do ordenamento de usos
do solo;
E para que isso ocorra, a área de meio ambiente não deve ser vista como mais um
departamento da administração municipal, isolada, sem recursos e sem servidores. Ao
contrário, deve se tornar elemento estruturador das políticas municipais, permeando todos
os setores da administração.
Assim, no dia a dia municipal é preciso mais do que a existência de um ou dois órgãos
para realizar a gestão ambiental. Deve-se estabelecer uma política voltada para a gestão
ambiental e para a formulação de instrumentos que tornem essa política efetiva. Nesse
âmbito, é fundamental o estabelecimento e realização de ações de maneira transversal, que
envolvam áreas como: educação ambiental, geração de informações, participação popular,
elaboração de legislação local, execução de projetos, fiscalização, monitoramento da
qualidade ambiental e aporte de recursos financeiros.
Ademais, para se efetivar, a ação ambiental precisa estar fundamentada sobre uma
base institucional composta por um conjunto de normas locais e por uma estrutura
administrativa. A estruturação do sistema municipal de meio ambiente pressupõe, entre
outros aspectos:
48
Independência em relação às instâncias partidárias;
Equipe com perfil articulador e trânsito nos distintos setores do poder local e com
as demais instâncias (estadual e federal);
Prioridades de ação claras, a partir de ampla consulta e participação popular;
Estabelecimento de boas relações com a Câmara dos Vereadores, pois esta tem
um papel relevante na aprovação de leis referentes ao meio ambiente local, bem
como na exigência do cumprimento da legislação já existente em âmbitos federal
e estadual.
Dessa forma, a área ambiental torna-se uma unidade viva na administração municipal,
atuando com outras áreas da municipalidade, incentivando um sistema mais integrado
horizontalmente, dialógico, simpático e dinâmico, alinhado também com os demais órgãos
do SISNAMA, SINGREH e SNUC.
49
Educação
Administração
Obras
e Governo
Turismo
Meio Transportes
Ambiente
Indústria e
Agricultura
Comércio
Cultura
Cabe rememorarmos ainda que tudo o que diga respeito ao interesse local pode ser
deliberado e executado pelos municípios sem necessidade de prévia consulta ou
consentimento do estado ou da União, observadas as normas e os padrões federais e
estaduais. É recomendável, porém, que as políticas e as ações ambientais desenvolvidas
pelos municípios sejam executadas em sintonia com as políticas públicas estaduais e
federais e de acordo com as normas e padrões vigentes. Afinal, os órgãos ambientais
devem atuar de forma sistêmica, integrando planejamento e ações por meio de um esforço
cooperativo. A atuação e construção coletivas no contexto da gestão compartilhada, seja
junto às outras instâncias da municipalidade, aos demais entes e órgãos do SISNAMA, ou
junto à comunidade local e suas organizações representativas, empodera o gestor
ambiental, fortalece a “co-autoria” e, por conseguinte, consolida no tempo e no espaço as
iniciativas.
Com base nisso, vejamos, a seguir, alguns perfis orientadores para a estruturação da
gestão ambiental nos municípios.
50
A implantação do sistema municipal de meio ambiente, institucionaliza a política
ambiental no município, com abrangência no Poder Público e nas comunidades locais, por
meio de uma estrutura da qual fazem parte:
Para determinar uma estrutura ideal, o gestor ambiental deverá levar em conta a área
do município, sua população e os seus principais problemas ambientais. Assim, como
referência, a Confederação Nacional dos Municípios, em sua coletânea de Gestão Pública
Municipal propõe 3 diferentes estruturações dos órgãos ambientais no organograma das
prefeituras. Observem que há uma ampliação da organização das atividades ligadas à área
ambiental à medida que aumenta o número de habitantes. Vejamos:
Para municípios com população de até 5 mil habitantes, pequena área, pouca oferta
de recursos naturais, características agrossilvopastoris, litorâneas de pequeno porte,
turísticas, e de estâncias hidrominerais:
51
Gabinete do
Prefeito
Conselho de Assessoria de
Meio Ambiente Meio Ambiente
Administração e Serviços
Saúde Obras Educação Turismo
Finanças Municipais
Fundo Municipal
de Meio
Ambiente
Para municípios com até 50 mil habitantes, área territorial média e grande, razoável
oferta de recursos naturais, características agroindustriais, industriais médias, portuárias e
de cidades-dormitório:
Esquema: Estruturação de órgãos ambientais- municípios com até 50 mil habitantes
52
Gabinete do
Prefeito
Conselho de
Meio Ambiente
Fundo
Municipal de
Meio Ambiente
Para municípios com população acima de 50 mil habitantes, área territorial média e
grande, razoável oferta de recursos naturais, características agroindustriais, mineradoras,
industriais, portuárias, grandes zonas urbanas ou regiões metropolitanas:
Gabinete do
Prefeito
Conselho de
Meio Ambiente
Meio
Obras Finanças Educação Administração Saúde
Ambiente
Fundo Municipal
de Meio Ambiente
53
Fonte: (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS, 2004, apud BRASIL,
2006).
61295
41287
36001
31098
55
PE RCE N T UA L D E PESSOA L O CUPA D O N A Á REA D E ME I O
A MBI E NT E , SEG UNDO REG I ME DE CO NT RATAÇÃO
ESTATUTÁRIOS CLT COMISSIONADOS ESTAGIÁRIOS E SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO
50,60%
48,90%
45,50%
25,30%
21,10%
20,30%
19,20%
18,66%
18,43%
12,31%
11,60%
8%
2004 2008 2013²
56
Entretanto, para além da educação formal, como a realização de cursos de graduação
e pós-graduação, é necessária a promoção, por parte da administração pública, de outros
processos formativos permanentes, tais como as capacitações de curto e médio prazo.
Essas iniciativas devem buscar:
Para Refletir
Você conhece alguma outra iniciativa voltada para a
formação técnica de gestores públicos ambientais no seu
município? Você pode citar como exemplo a realização de
cursos presenciais ou a distância, palestras, seminários,
entre outros.
57
A participação social na gestão do ambiente
Existem ainda grupos com grandes possibilidades de atuação e que podem trazer
importantes contribuições. Os idosos, por exemplo, são pessoas experientes e que
representam a memória viva da comunidade. Além disso, dispõem de tempo e, em geral,
têm grande necessidade de se sentirem valorizadas e úteis à sociedade. As crianças e
jovens também podem ser importantes aliados. Afinal, elas são a porta de entrada para as
famílias e têm enorme capacidade de influenciar na mudança de hábitos. Há ainda os
grupos religiosos, sensíveis para a defesa da vida em suas diversas manifestações. Desse
modo, vale a pena fazer um inventário de todas as forças sociais atuantes no município para
a mobilização que será necessária a um trabalho de gestão ambiental realmente efetivo.
Assim, primeiramente, o gestor deve partir da realidade local, dos problemas e dos
atores sociais envolvidos ou potencialmente interessados. Também deve entrar em contato
com as organizações existentes no município, como os órgãos da administração municipal,
do governo estadual e federal presentes na região, as organizações da sociedade civil, as
associações comunitárias, os catadores de material reciclável, os sindicatos rurais, as
entidades de classe e empresariais, além de instituições de ensino, pesquisa e extensão. É
fundamental também que se busque reunir conhecimentos e habilidades, identificando as
necessidades de atuação e mobilização das partes envolvidas.
58
E por que é preciso garantir a participação da sociedade na gestão ambiental
municipal? Vejamos algumas razões:
Para Refletir
Você identifica em seu município elementos que indiquem uma
efetiva participação social na gestão ambiental? Justifique sua
resposta.
59
Em resumo
A gestão ambiental deve ser realizada por meio de ações planejadas e articuladas que
objetivem uma maior compreensão acerca dos impactos da ação humana no espaço em
que vive, além de instigar práticas e comportamentos que minimizem os efeitos indesejados
no ambiente e, consequentemente, na qualidade de vida das pessoas.
Além disso, para estruturar um sistema de gestão ambiental municipal é preciso criar
uma base institucional que tenha um conjunto de normas locais e uma estrutura
administrativa que possa colocá-las em prática. As políticas municipais devem estar em
sintonia com as políticas estaduais e federal, ainda que possam ser mais restritivas
60
Nesse Módulo, abordamos aspectos introdutórios acerca da questão ambiental no
Brasil e no mundo, a importância da sustentabilidade na gestão pública, além de noções da
gestão ambiental compartilhada, com foco no papel dos municípios. Com isso, agora,
podemos avançar um pouco mais. No Módulo II, abordaremos mais especificamente como
se estruturar a gestão ambiental local.
61
Referências
______. Constituição (1988). Artigos 23; 24; 30; 225, de 5 de outubro de 1988.
Presidência da República. Brasília, 5 de outubro de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>
Acesso em: 02. dez. 2014.
62
______. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Vocabulário básico
de recursos naturais e meio ambiente. Rio de Janeiro, 2004. 332p. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/ids/default_2012.shtm>
Acesso em: 20. nov. 2014.
63
______. Ministério do Meio Ambiente. Painel nacional de indicadores ambientais.
Brasília, DF, 2014a. 96p. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/publicacoes/pnia>
Acesso em: 20. nov. 2014.
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito ambiental. 3° ed. São Paulo: Editora
Atlas S.A, 2014, 808 p.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 21ª ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013, 1311p.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 22ª ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2014, 1344p.
64
Ministério do Meio Ambiente
PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES AMBIENTAIS
Brasília, 2015
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Presidenta Dilma Dilma Vana Rousseff
Vice Presidente: Michel Temer
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Ministra Izabella Mônica Vieira Teixeira
Secretário Executivo: Francisco Gaetani
Secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental - SAIC
Regina Gualda
Diretora do Departamento de Educação Ambiental - DEA
Soraia Silva de Mello
Equipe técnica do Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais- PNC
Luciana Resende
Tereza Moreira
Luciana Resende
Luciana Resende
Revisão e colaboração
Angelita Coelho
Miriam Miller
II
Neusa Helena Rocha Barbosa
Coordenação:
Mariana Braga
Analistas Ambientais
Alex Bernal, Ana Luísa Campos, Jader Oliveira, José Luís Xavier, Luciana Resende, Nadja Janke,
Neusa Helena R. Barbosa, Neuza Gomes Vasconcelos, Patricia F. Barbosa, Taiana Brito
Agentes Administrativos
Maria Aparecida Leite, João Alberto Xavier
Recepcionista
Leylane Aparecida L. do Santos
Estagiários
Amanda Feitosa, Carla Silva Sousa, Paula Geissica Ferreira da Silva, Rômulo de Sousa
III
SUPERINTENDÊNCIA DE APOIO AO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE
RECURSOS HÍDRICOS
Humberto Cardoso Gonçalves (Superintendente)
Victor Alexandre Bittencourt Sucupira (Superintendente Adjunto)
COODENAÇÃO DE CAPACITAÇÃO DO SINGREH
Taciana Neto Leme (Gerente)
Celina Maria Lopes Ferreira
Daniela Chainho Gonçalves
Elmar Andrade de Castro
Jair Gonçalves da Silva
Lucas Braga Ribeiro
Luis Gustavo Miranda Mello
Mariana Braga Coutinho
Sandra Cristina de Oliveira (Secretária)
Vivyanne Graça Mello de Oliveira
Este material didático foi produzido no âmbito do Programa Nacional de Capacitação de Gestores
Ambientais, com apoio da Agência Nacional de Águas- ANA, com base nos Cadernos de
Formação- PNC.
IV
SOBRE O PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES AMBIENTAIS E A
PARCERIA MMA E ANA
O PNC foi instituído em 2005, a partir de uma demanda da I Conferência Nacional de Meio
Ambiente. A ideia de se criar o Programa emergiu com a necessidade de haver uma estratégia
nacional de capacitação de gestores locais, visando gerenciar melhor as ações realizadas no
âmbito do Ministério do Meio Ambiente e vinculadas.
Dessa forma, o PNC foi criado para atender aos anseios dos estados e municípios, em uma
estratégia duradoura. Seu objetivo principal é o de capacitar gestores, servidores e técnicos
ambientais, com vistas a ampliar a compreensão do Sistema Nacional de Meio Ambiente
(SISNAMA) e seu fortalecimento. Busca também a consolidação da gestão ambiental
compartilhada, que envolve a responsabilização das três esferas de governo: federal, estadual e
municipal.
V
de gestão de recursos hídricos e comitês de bacias hidrográficas. Esses últimos cursos realizados
em parceria com a Agencia Nacional de Águas, no ano de 2013.
Assim, a ANA deu início aos processos de capacitação de recursos humanos para a
gestão de recursos hídricos em 2001. Inicialmente, entre 2001 e 2010, a ANA conseguiu
atingir cerca de 10 mil pessoas, por meio de cursos presenciais. Posteriormente a ANA deu
início a implementação sistemática de cursos na modalidade a distância e a partir dessa
estratégia, no período de 2011-2013 mais de 20.000 pessoas foram capacitadas e no ano de
2014 Em 2011 a ANA e. E, somente, no ano de 2014 mais de 22.000 pessoas foram
aprovadas.
VII
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Os três módulos que compõem esse curso fornecem linhas gerais para o fortalecimento do
Sistema Nacional de Meio Ambiente em sua inter-relação com os demais instrumentos e atores da
gestão municipal. O material didático foi concebido para trabalhar conceitos não apenas de forma
discursiva. Por meio de exemplos e exercícios, pretende-se promover sucessivas aproximações
das pessoas com a realidade local, no sentido de qualificar a sua atuação.
O Módulo II mostra os principais passos para a estruturação dos órgãos que compõem o
Sistema Municipal de Meio Ambiente. Discorre também sobre as formas de se reunir recursos
destinados às ações na área ambiental.
O Módulo III trata das diferentes escalas de planejamento municipal, com ênfase no
planejamento microrregional e setorial, considerando os níveis de integração a serem
concretizados em torno de um projeto de desenvolvimento sustentável para a comunidade e a
região.
VIII
SUMÁRIO
UNIDADE 1: Estruturação do Sistema Municipal de Meio Ambiente: um processo
participativo .................................................................................................................... 11
Vontade política e mobilização da comunidade local .............................................. 11
Em bases sólidas .................................................................................................... 14
O papel do facilitador .............................................................................................. 15
Propostas para o Sistema Municipal de Meio Ambiente ......................................... 17
Em resumo .............................................................................................................. 21
UNIDADE 2: A importância de se ter base legal ............................................................ 23
Panorama das leis ambientais nos municípios brasileiros ...................................... 23
O papel da Lei Orgânica municipal ......................................................................... 27
A legislação específica ............................................................................................ 29
A relação com o Legislativo e Ministério Público .................................................... 35
Em resumo .............................................................................................................. 37
UNIDADE 3: Órgão Municipal de Meio Ambiente: instância executiva .......................... 39
Atribuições do Sistema Municipal de Meio Ambiente .............................................. 39
Atribuições, diretrizes e estrutura dos órgãos municipais de meio ambiente .......... 41
Um modelo de gestão pública sustentável .............................................................. 46
O perfil do corpo técnico ......................................................................................... 48
Em resumo .............................................................................................................. 50
UNIDADE 4: Conselho Municipal de Meio Aambiente: instância de decisão e de
participação .................................................................................................................... 52
A presença dos conselhos de meio ambiente nos municípios ................................ 52
Um espaço representativo ...................................................................................... 54
O papel do Conselho Municipal de Meio Ambiente ................................................. 57
Relação com a Prefeitura ........................................................................................ 59
Passos para a formação do Conselho Municipal de Meio Ambiente....................... 60
Em resumo .............................................................................................................. 62
UNIDADE 5: Recursos Para a gestão ambiental municipal ........................................... 64
Recursos previstos em orçamento .......................................................................... 64
Fundo Municipal de Meio Ambiente: valioso instrumento de gestão municipal ....... 67
Passos para a Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente .............................. 70
IX
Outras Fontes de Financiamento para as Ações Ambientais .................................. 74
Em Resumo ............................................................................................................ 88
Referências .................................................................................................................... 90
Anexos ........................................................................................................................... 96
Minuta de Lei para Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente .................. 96
Minuta de Regimento Interno do CMMA ............................................................... 101
X
UNIDADE 1: ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE:
UM PROCESSO PARTICIPATIVO
Para evitarmos situações como essa e alcançarmos uma gestão ambiental bem
sucedida é necessária vontade política, em especial, a do prefeito. É ele quem pode
torná-la uma meta de governo e não uma mera preocupação de ambientalistas que
integram a administração municipal. Por meio do chefe do Poder Executivo local, as
diferentes áreas da prefeitura podem conversar entre si e integrar as ações voltadas para
a qualidade do meio ambiente. Da mesma forma, sua capacidade de trocar ideias e
realizar parcerias com o governo estadual, com os órgãos federais, com empresários e
organizações da sociedade pode fazer toda a diferença.
11
legitimada e reflita as reais necessidades dessa coletividade. Você sabe o que isso
significa?
12
Esse será um importante recurso, especialmente em municípios mais populosos ou com
habitantes em áreas dispersas, pois podem atingir um maior número de pessoas.
Fórum
13
Como pudemos perceber, seguindo uma trajetória como essa, será possível
construir um pacto muito mais válido do que se o sistema tivesse sido simplesmente
instituído por lei, ou seja, de cima para baixo.
Em bases sólidas
Você já se perguntou por que existem órgãos que nunca conseguem sair do papel?
Além de falta de mobilização anterior, estes costumam ser criados sem mecanismos que
garantam representatividade e democracia. Portanto, no processo de criação dos órgãos
ambientais municipais, é preciso:
Paridade
Ouvidoria
O papel do facilitador
15
técnicas e habilidades políticas para ter sucesso em seu trabalho. Algumas características
pessoais também são desejáveis, entre as quais:
Saber ouvir;
Respeitar a opinião das pessoas, por mais diferentes que sejam das suas
próprias opiniões;
Desenvolver cada vez mais a noção do sistema que está sendo criado,
inspirando as demais pessoas a fazerem o mesmo.
16
Como pudemos observar, a estruturação da gestão ambiental municipal deve ser
um processo participativo e que envolva diversos segmentos sociais, abarcando não só a
esfera política, como prefeitos e vereadores, mas também a comunidade de forma mais
ampla. Nesse sentido, é importante se pensar em uma estrutura de gestão compatível
com a realidade e vocações do município. É o que veremos a seguir.
17
Gabinete do
Prefeito
Conselho de Assessoria de
Meio Ambiente Meio Ambiente
Administração e Serviços
Saúde Obras Educação Turismo
Finanças Municipais
Fundo Municipal
de Meio
Ambiente
18
Gabinete do
Prefeito
Conselho de
Meio Ambiente
Fundo Municipal
de Meio
Ambiente
Gabinete do
Prefeito
Conselho de Meio
Ambiente
Meio
Obras Finanças Educação Administração Saúde
Ambiente
Fundo Municipal de
Meio Ambiente
19
Esquema: Estruturação de órgãos ambientais- municípios acima de 50 mil
habitantes
Entretanto, é importante frisar também que cada comunidade deve ser capaz de
estabelecer suas prioridades. Quanto mais as soluções estiverem apoiadas em suas
necessidades, no seu conhecimento direto, em percepções compartilhadas e no seu
interesse em alcançar soluções concretas para os problemas, mais esses órgãos serão
efetivos. Obviamente, nessa definição, será fundamental contar com o apoio de soluções
técnicas e de informações complementares sobre aspectos científicos, tecnológicos e
legais.
20
Para Refletir:
Utilizando os esquemas para a estruturação da gestão ambiental, e com base no
acúmulo de informações e nos exercícios que você fez até agora, pesquise:
Em resumo
22
UNIDADE 2: A IMPORTÂNCIA DE SE TER BASE LEGAL
23
Desse modo, em 2009, 46,8% dos municípios tinham legislação ambiental,
aumentando para 55,4% em 2012. Já em 2013, esse número aumentou para 65,5%. A
pesquisa indicou que os maiores crescimentos ocorreram nas Regiões Norte (63,7% em
2012, 77,8% em 2013) e Centro-Oeste (54,1% em 2012 e 66,2% em 2013). Além disso,
quanto ao recorte por classe de tamanho da população, os maiores incrementos
ocorreram em municípios pequenos, com até 5 mil habitantes. Nesses, o percentual saiu
de 44,4% em 2012 para 56,3% em 2013 (BRASIL, 2013).
24
Gráfico: Municípios brasileiros que apresentam legislação ambiental
65,50%
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
55,40%
46,80%
42,50%
25
PERCENTUAL DE MUNICÍPIOS COM LEGISLAÇÃO
AMBIENTAL ESPECÍFICA NOS ANOS DE 2012 E
2013
2012 2013
77,80%
75,20%
73,30%
66,20%
65,10%
63,70%
63,40%
54,10%
48,60%
39,90%
26
Para maiores informações sobre a Lei no 10.275/2001, acesse:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm
A Lei Orgânica municipal é considerada a lei máxima do município. Por meio dela,
torna-se possível dispor sobre a estrutura, o funcionamento e as atribuições dos poderes
Executivo e Legislativo. Essa lei contém os princípios norteadores das matérias de
interesse local em termos de saúde, saneamento, transporte, educação, uso e ocupação
do solo urbano, parcelamento do território, entre outros temas de interesse municipal e
que possuem importantes interfaces com o meio ambiente.
Além disso, a Lei Orgânica deve disciplinar o essencial, cabendo às chamadas leis
infraconstitucionais, subordinadas a ela, o detalhamento de cada matéria específica.
Devemos nos lembrar também que as leis ambientais poderão compor o Código
28
Ambiental ou, o que é mais provável, dispersar-se por toda a legislação, considerando-se
que o meio ambiente tem reflexos em quase todas as ações humanas e em todos os
setores da administração.
A legislação específica
29
com baixo número de habitantes que estão em regiões isoladas e aqueles
que integram regiões metropolitanas; embora sejam igualmente pequenos,
suas necessidades não são as mesmas;
Alvará
30
Sanção
Patrimônio arqueológico
Tombamento
Ato ou efeito de colocar bens móveis e imóveis de interesse público sob a guarda
do Estado, com a intenção de conservá-los, devido ao seu valor histórico,
artístico, arqueológico, etnográfico, paisagístico ou bibliográfico (BRASIL, 2006, p.
52).
31
Possibilitar a formação de consórcios intermunicipais para a realização de
obras, serviços e atividades de interesse comum a vários municípios,
especialmente em assuntos vinculados à proteção, preservação e
recuperação do meio ambiente;
32
Conscientização Pública
Plebiscito
Referendo
33
Orçamento participativo
Para Refletir
Faça uma pesquisa e analise as leis e os códigos existentes em seu
município. Após isso, busque responder às seguintes perguntas :
34
Para maiores informações sobre o Portal Interlegis, acesse o site:
http://www.interlegis.leg.br/
Não devemos esquecer que o processo de elaboração de leis, mesmo que seja
uma iniciativa do Poder Executivo, perpassa pelo Poder Legislativo. Desse modo,
abordaremos, a seguir, a relação com este poder e também com o Ministério Público.
A proposta de leis deve ser realizada em estreita sintonia com o importante ator
social que constitui a câmara dos vereadores. Cultivar boas relações com vereadores e
vereadoras, compreender a correlação de forças existentes naquele espaço e reconhecer
potenciais aliados do ideário da sustentabilidade socioambiental são práticas
recomendáveis para quem trabalha com a gestão ambiental. A aproximação com a
câmara municipal consiste em um trabalho de sensibilização constante para a necessária
mudança de mentalidade em direção ao desenvolvimento sustentável do município.
35
Dessa forma, deve-se trabalhar também para introduzir mudanças no
funcionamento da própria câmara de vereadores, contribuindo para tornar a sua atuação
mais transparente e permeada pela participação popular. Isso envolve mudanças na lei
orgânica no sentido de:
Quórum qualificado
36
Além disso, é vital que os gestores ambientais atuem em cooperação com os
procuradores municipais, ou seja, os representantes do Ministério Público no município. O
Ministério Público tem o papel de defender a ordem jurídica, os interesses da sociedade e
observância da Constituição e das leis.
Em resumo
37
em acordo com as normas legais e para dar respostas rápidas a situações que sejam
capazes de afetar negativamente o meio ambiente e a qualidade de vida da população.
38
UNIDADE 3: ÓRGÃO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE: INSTÂNCIA
EXECUTIVA
Política tributária
Monitoramento ambiental
Conservação
Recuperação
40
Unidades de Conservação
Algumas dessas atividades são novas para a maioria dos municípios e requerem
pessoal qualificado, além de leis e procedimentos específicos. Assim, é preciso estruturar-
se em torno de um Órgão Municipal de Meio Ambiente. A forma como esse se insere na
administração municipal dependerá do tamanho do município e da complexidade da
questão ambiental local, como já vimos no Módulo 1 deste curso.
Esse órgão adquire várias configurações. Pode ser uma assessoria especial,
diretamente vinculada ao gabinete do prefeito. Pode também funcionar como um
departamento ou divisão de uma secretaria municipal já existente, como as de agricultura
ou turismo. Em municípios maiores e mais complexos, torna-se uma secretaria específica.
41
O Órgão Municipal de Meio Ambiente é o executor da política ambiental local e tem
características predominantemente técnicas. Deve ser criado por lei, na qual são
esclarecidas as suas atribuições, bem como as competências dos agentes encarregados
do gerenciamento ambiental e, principalmente, da fiscalização. A lei deve estabelecer
também as regras para a tramitação dos processos administrativos instaurados na
apuração das infrações administrativas ambientais, embasando-se para isso na Lei
dos Crimes e Infrações Administrativas Ambientais, bem como na legislação
ambiental do estado.
Tramitação
42
O município possui autonomia para definir as competências de seu órgão de meio
ambiente, o que deve ocorrer respeitando-se a vocação de cada local. Dessa forma, se o
município for predominantemente agrícola, por exemplo, deve enfatizar o controle
ambiental sobre os impactos dessa atividade, compondo o seu quadro com técnicos mais
voltados a esse setor. Os exemplos de atribuições a seguir podem servir como guias no
momento de se estabelecer a lei de criação do órgão.
Diagnóstico ambiental
43
Realizar o licenciamento ambiental de obras e empreendimentos de impacto
local;
Realizar o zoneamento ambiental do município;
Zoneamento ambiental
Indicador ambiental
44
Para maiores informações sobre indicadores ambientais, reveja o
capítulo 1, do Módulo 1, deste curso.
Não se deve esquecer de buscar caminhos ágeis e eficazes para a resolução dos
problemas, evitando, com isso, a burocracia e a sensação de que os órgãos ambientais
representam um freio para o desenvolvimento. Cabe ainda, é claro, prestar contas à
população, periodicamente, das ações desenvolvidas.
45
Não podemos esquecer que muitos dos problemas relacionados à má gestão
ambiental municipal devem-se a enganos na montagem de sua estrutura. Para evitar isso,
o órgão ambiental necessita de dotação orçamentária, pois mesmo que represente uma
pequena divisão de outra secretaria, deve dispor de recursos próprios previstos no
Orçamento Municipal. Trata-se de um investimento que poderá reverter em recursos para
o município, como com a cobrança de multas previstas em lei.
Além disso, deve haver uma infraestrutura física condizente com suas atribuições,
o que pode significar apenas uma sala ou vários prédios, dependendo do tamanho do
município ou da complexidade das questões ambientais com as quais o Órgão Municipal
de Meio Ambiente terá que trabalhar. O mesmo vale para os materiais, equipamentos e
veículos necessários.
As equipes da área de meio ambiente muitas vezes são vistas como altamente
criativas e inovadoras em termos de soluções que apresentam para os problemas do
município. Porém, nem sempre aplicam essas mesmas soluções em sua própria prática
cotidiana. Um exemplo? Muito se fala nos três “erres”: reduzir, reutilizar e reciclar. Porém,
grande parte dos escritórios de secretarias de meio ambiente está abarrotada de copos
descartáveis jogados no lixo comum. Esse é apenas um exemplo. Há muitos outros.
Vamos conferir?
46
Já na prática administrativa observa-se o uso excessivo de papel e de materiais
descartáveis; desconhecimento de critérios “ambientalmente corretos” nas compras
realizadas pelo órgão; desconhecimento de mecanismos para reciclagem; falta de
conforto no atendimento ao público; excesso de burocracia; e uso de materiais de limpeza
causadores de impactos ambientais.
Assim, logo em seus primeiros momentos, o órgão ambiental deve esforçar-se para
dar o exemplo, introduzindo novas práticas na administração pública municipal, como a
implementação da A3P. Você sabe o que significa a A3P?
47
Para maiores informações sobre a A3P, tais como, passos para
implementação, publicações e boas práticas, acesse:
http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/a3p
Por ser uma área que se relaciona com praticamente todas as demais secretarias
do município, é mais interessante que a pessoa a encabeçar o Órgão Municipal de Meio
Ambiente tenha uma visão abrangente da realidade municipal e seja capaz de dialogar
com outros parceiros na prefeitura, além de abrir-se ao convívio com a comunidade. Essa
pessoa deve ter um perfil articulador e que saiba extrair do corpo técnico e de
especialistas tudo aquilo que eles puderem oferecer em termos de soluções, sem,
contudo, tornar-se prisioneira de visões estritamente técnicas.
48
E Qual deve ser o tamanho e a composição da equipe de meio ambiente de seu
município? Vamos pensar sobre isso?
Para refletir
Considerando a realidade do seu município, utilize os critérios abaixo para
compor, individualmente ou em grupo, a equipe técnica necessária ao
Órgão Municipal de Meio Ambiente:
- Quais serão as atribuições dessa equipe?
- Que trabalhos cabem à equipe permanente e quais podem ser delegados a
terceiros?
- Quais são as características profissionais necessárias a uma equipe
permanente, considerando a realidade administrativa e ambiental do
município?
- Qual o tamanho ideal da equipe, para que esta seja capaz de atender às
demandas, sem que haja capacidade ociosa?
No caso de cargos efetivos, também deve ser realizado concurso público. Além das
provas, a análise de títulos, por exemplo, com a comprovação dos anos de experiência
profissional e acadêmica, podem complementar os critérios de seleção. Em geral, as
universidades prestam valioso auxílio na formulação e promoção de concursos públicos.
Após a realização de concurso, pode haver também uma fase de treinamento dos
aprovados na seleção, algo bastante recomendável, tendo em vista uma melhor
ambientação do corpo técnico às atividades que executará.
Em resumo
Para ser instituído, este órgão de caráter técnico precisa estar previsto em lei. A lei
deve prever o exercício de fiscalização, bem como conferir este poder ao corpo de fiscais.
Além de exercer a fiscalização, o Órgão Municipal de Meio Ambiente tem a atribuição de
realizar o licenciamento ambiental, para o qual deve contar com um quadro técnico
capacitado. Essa atividade só poderá ser exercida se o município tiver o Conselho
Municipal de Meio Ambiente em atividade.
Para o seu bom funcionamento, o Órgão Municipal de Meio Ambiente deve contar
com orçamento próprio, infraestrutura física condizente e pessoal preparado para exercer
as tarefas. Deve também dar o exemplo para a administração municipal, introduzindo
práticas ecológica e socialmente corretas, que vão desde a escolha do espaço físico às
práticas administrativas que poupem os recursos naturais e promovam maior qualidade
nos ambientes de trabalho.
50
Até aqui compreendemos os processos de mobilização, elaboração de leis e
formação do Órgão Municipal de Meio Ambiente. Vamos avançar um pouco mais? A
seguir, estudaremos a formação dos conselhos municipais de meio ambiente.
51
UNIDADE 4: CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AAMBIENTE: INSTÂNCIA DE
DECISÃO E DE PARTICIPAÇÃO
52
proporcionar a institucionalização da participação de segmentos da sociedade civil
organizada (BRASIL, 2010).
PERCENTUAL DE MUNICÍPIOS
BRASILEIROS QUE DISPUNHAM DE
CONSELHO MUNICIPAL
67,90%
63,70%
56,30%
34,10%
53
Um espaço representativo
Cada vez mais a população, juntamente com o poder público, tem sido chamada a
participar da gestão do meio ambiente. Para isso, é necessário que sejam criados
mecanismos institucionais que promovam o aumento da consciência ambiental e a
mudança de hábitos e de comportamentos. O Conselho Municipal de Meio Ambiente é um
órgão criado para esse fim. Trata-se de um instrumento de exercício da democracia,
educação para a cidadania e convívio entre diferentes setores da sociedade.
54
Cada conselho deve espelhar em sua composição as forças atuantes no local. Por
isso, é necessário conhecer antes quais são essas forças. Devido à interdisciplinaridade
da questão ambiental, de forma genérica, podem fazer parte do Conselho Municipal de
Meio Ambiente, por exemplo, representantes de:
Câmara de vereadores;
Sindicatos;
Entidades ambientalistas;
Associações de bairros;
55
É importante ressaltar também que os conselheiros
municipais de meio ambiente são pessoas que agem
de forma voluntária em benefício da comunidade e,
portanto, não recebem pagamento pelos serviços
prestados.
56
O papel do Conselho Municipal de Meio Ambiente
Essas são algumas das atribuições possíveis, mas cada município pode
estabelecer as competências do seu conselho, de acordo com a realidade local. Porém,
lembre-se, o conselho não tem a função de criar leis!
Da mesma forma, o conselho não tem poder de polícia. Pode indicar ao órgão
ambiental municipal a fiscalização de atividades poluidoras, mas não exerce diretamente
ações administrativas de fiscalização. Pode ainda expedir resoluções, como o fazem o
CONAMA e alguns conselhos estaduais de meio ambiente (CONSEMAs).
Além disso, nos conselhos pode haver câmaras técnicas e grupos de trabalho.
Essa não é uma prática comum aos conselhos de municípios pequenos. Entretanto, nos
municípios mais populosos, o trabalho do conselho pode estar mais bem distribuído por
meio de câmaras técnicas, grupos de trabalho temáticos ou ad hoc para questões
específicas.
58
Ad hoc
Expressão latina que significa para isto; para tal fim. Portanto, um
consultor “ad hoc” é designado, por se tratar de perito, para executar
determinada tarefa (BRASIL, 2006, p. 23).
Devemos considerar também que não há impedimento legal para que o conselho
se dedique a outra área de atuação, além de meio ambiente. Se o município assim o
desejar, poderá criar um conselho de meio ambiente e turismo, meio ambiente e
agricultura, etc. Esse tipo de arranjo pode atender às necessidades de pequenos
municípios ou daqueles em que a questão ambiental está intimamente ligada a uma
atividade específica, como é o caso das estâncias hidrominerais ou dos municípios
litorâneos, que se dedicam principalmente ao turismo.
59
câmara de vereadores ou ao Ministério Público para que sejam tomadas as devidas
providências.
Agora que já temos uma base conceitual sobre os conselhos municipais de meio
ambiente, vejamos a seguir como criá-lo em seu município.
Em primeiro lugar devemos ter em mente que a criação do conselho dá-se por
meio de lei, mediante iniciativa do Poder Executivo municipal. Pode ser também iniciativa
do Poder Legislativo, quando o prefeito não se interessar ou se omitir. Porém, como está
vinculado ao Poder Executivo e implica despesas e criação de cargos, convém que a
iniciativa parta do prefeito.
60
Redação e aprovação da lei. O conselho deve ser instituído por meio de lei
elaborada e aprovada pela câmara de vereadores do município. O texto da
lei conterá finalidades, competências, composição, estrutura e
funcionamento do conselho, conforme consta nesta minuta de lei.
61
Para refletir
Caso no seu município não exista Conselho Municipal de Meio Ambiente, é
importante criá-lo. Com base nas informações obtidas até agora e nas minutas
apresentadas anteriormente, elabore um conselho para seu município,
considerando, principalmente, as finalidades, composição, organização dos
trabalhos e o funcionamento.
Agora, avalie suas escolhas, considerando os seguintes princípios :
Caso seu município já possua conselho de meio ambiente, verifique, com base
nos princípios citados acima, de que forma este atende aos requisitos de bom
funcionamento.
Em resumo
O apelo para que a população participe mais dos cuidados com o meio ambiente
tem sua expressão máxima no Conselho Municipal de Meio Ambiente. Este possui as
funções de opinar, assessorar a prefeitura e decidir questões municipais relativas ao meio
ambiente e à qualidade de vida. Destina-se também a colocar em torno da mesma mesa
todos os setores sociais em busca do desenvolvimento sustentável.
62
município; analisar e conceder licenças ambientais; avaliar recursos sobre aplicação de
multas, receber e apurar denúncias, fiscalizar as ações e a destinação de recursos, etc.
63
UNIDADE 5: RECURSOS PARA A GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL
64
Orçamento público
Ao longo dos anos, ganhou cada vez mais força a importância da participação
popular na definição do orçamento. Uma prática hoje adotada por dezenas de municípios
brasileiros é o orçamento participativo, no qual cidadãos e cidadãs dos meios urbano e
rural decidem juntos onde serão gastos os recursos destinados aos investimentos
municipais. Afinal, ninguém melhor que os próprios moradores, que “sentem na pele” os
problemas do cotidiano, para decidir onde serão gastos os recursos. Atualmente, milhares
de cidadãos participam da discussão, definição e fiscalização do orçamento público,
acompanhando de forma mais atenta como está sendo gasto o seu dinheiro.
Orçamento participativo
Para cada política pública definida, deve-se estabelecer quais ações serão
realizadas e quanto dinheiro será gasto em cada uma. Isso é, em suma, o caráter do
Orçamento público. O plano é elaborado pelo Poder Executivo municipal e aprovado pela
65
Câmara dos Vereadores. Nele constarão quanto, em dinheiro, o poder público (Executivo,
Legislativo e Judiciário, se houver) vai receber e em quais ações esses recursos serão
aplicados durante todo o ano. A base para a realização do orçamento é a busca de
equilíbrio entre receitas, isto é, entre ganhos, rendas e todo tipo de entrada de dinheiro do
município, e as despesas, ou seja, os gastos, investimentos e compras.
O PPA é elaborado pelo Poder Executivo, mas pode ser alterado por meio de
emendas. A comunidade mobilizada tem o direito de exigir da prefeitura ou dos
vereadores que o PPA contenha recursos específicos para investimentos na melhoria da
qualidade ambiental, como a criação de mais áreas verdes, a coleta e a reciclagem de
lixo, o tratamento dos esgotos, entre outras medidas.
66
alimentos orgânicos gerados pelos produtores locais; ou ainda estabelecer que todas as
obras executadas pela prefeitura tenham como critério básico o respeito à integridade do
meio ambiente.
A Lei Orçamentária Anual define receitas e despesas para cada um dos programas
e projetos municipais a serem realizados no ano seguinte. Elaborada pelo Poder
Executivo, essa proposta de orçamento deve considerar as metas fixadas no PPA e os
critérios adotados na LDO. Dessa forma, a meta de tratamento de esgotos, prevista no
PPA para durar vários anos, deve ter recursos alocados ou previstos na proposta
orçamentária anual.
Porém, captar recursos não significa apenas obter dinheiro ou assistência técnica,
equipamentos e infraestrutura. Significa estabelecer e gerenciar relacionamentos com
instituições que têm interesse na gestão ambiental e no sucesso da administração
municipal. Dependendo de como serão tratadas, essas instituições podem se tornar
importantes parceiras do município.
67
Ambiente no município, devendo sua criação ser autorizada por lei municipal e suas
receitas, vinculadas ao aperfeiçoamento de mecanismos de gestão ambiental.
Os recursos desse Fundo podem ser utilizados por órgãos das administrações
direta e indireta do próprio município, organizações não-governamentais, organizações da
sociedade civil de interesse público, organizações de base, como sindicatos, associações
de produtores, associações de reposição florestal, entre outras, desde que se configurem
como organizações sem fins lucrativos.
58,90%
54,60%
53,10%
51,30%
42,60%
41,90%
36,70%
25,20%
21,40%
68
Devemos destacar que os estados do Rio de Janeiro (95,6%) e do Rio Grande do
Sul (95,2%) são os que apresentaram os maiores percentuais. Já, os estados do Piauí
(8,5%) e Paraíba (4,5%) apresentam percentuais opostos. Na Região Nordeste, somente
a Bahia (52,0%) mantém resultado superior ao obtido para a média Brasil (42,8%). Além
disso, A ocorrência de um fundo específico para o meio ambiente nos municípios ainda é
baixa entre aqueles com população de até 20 000 habitantes (33,6%), estando mais
presente entre aqueles com mais de 50 000 habitantes (80,2%) (BRASIL, 2014b).
Recursos extraorçamentários
69
Passos para a Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente
O Fundo Municipal de Meio Ambiente deverá ser criado e mantido pelo próprio
município para suprir as suas demandas de recursos na área ambiental. Para isso, é
preciso:
Criação da Lei
Regulamentação da Lei
No município, a Câmara de Vereadores é
Definir a natureza e finalidade do fundo;
o órgão responsável pela autorização na
forma como será administrado; recursos
criação do fundo. Este pode ser criado
com os quais poderá operar; modo de
mediante uma lei específica; pode, ainda,
destinação e aplicação dos recursos e
estar previsto na Lei Orgânica do
disposições sobre orçamento e
Município ou em capítulo específico
contabilidade.
sobre meio ambiente de outras leis.
Funcionamento
Agir em conformidade com as Leis no Implementação
8.666/1993 e a Lei Complementar nº Colocar as normas em práticas, o que
101/2000 e outros mecanismos legais, envolve: gestão transparente, com
liberar recursos mediante apresentação participação e controle social; instância
de projetos e adotar critérios para delibrativa colegiada e destinação
financiamento que estejam em exclusiva de recursos para projetos
consonância com a Política Nacional de socioambientais.
Meio Ambiente.
70
Para maiores informações sobre a Lei Complementar nº 101/2000, acesse
o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp101.htm
Além disso, o Fundo Municipal de Meio Ambiente deverá ser estruturado de modo
adequado ao tamanho do município e à sua capacidade de captar e destinar recursos
para o meio ambiente. Da mesma forma, a prioridade para uso dos recursos dependerá
do volume da arrecadação e da capacidade dos gestores em captá-los de outras fontes.
As indicações a seguir podem ser aprimoradas, considerando-se as distintas realidades
locais. Vejamos:
71
Colegiado
Cronograma físico-financeiro
ICMS ecológico
73
relativas a contrapartidas estabelecidas em convênios e contratos com
órgãos públicos e privados de pesquisa e de proteção ao meio ambiente e
aquisição de material permanente e de consumo necessário à execução da
Política Municipal de Meio Ambiente.
Além dessas opções, há outras fontes de recursos para as ações ambientais nos
municípios. Vejamos a seguir essas demais possibilidades.
Para refletir
Pesquise se há no seu município um Fundo Municipal
de Meio Ambiente inserido na estrutura do Sistema
Municipal de Meio Ambiente.
Na esfera federal
75
Demanda espontânea. As propostas podem ser apresentadas em período
específico do ano, definido pelo Conselho Deliberativo, de acordo com as
linhas temáticas e regras do fundo.
No caso da demanda espontânea, os projetos são de 100 a 300 mil reais. Projetos
de demanda induzida têm seus limites estabelecidos pelo instrumento de seleção (edital
ou termo de referência).
Cabe destacar também que os itens financiáveis podem ser materiais de consumo,
passagens, diárias e despesas com locomoção, serviços de terceiros – pessoa física,
serviços de terceiros – pessoa jurídica, equipamentos e materiais permanentes.
Saiba mais
Para acessar recursos pelo FNMA, deve ficar
claro para a instituição que o recurso
oferecido é de toda a sociedade brasileira.
Sua utilização se sujeita, portanto, aos
princípios da administração pública:
legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
O Fundo Clima foi criado pela Lei nº 12.114/2009 e regulamentado pelo Decreto
nº 7.343/2010. É um instrumento da Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC,
instituída pela Lei n° 12.187/2009.
77
Para maiores informações sobre o Decreto nº 7.343/2010, acesse o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2010/Decreto/D7343.htm
Para maiores informações sobre o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, acesse
o site do MMA:
http://www.mma.gov.br/apoio-a-projetos/fundo-nacional-sobre-mudanca-do-clima
79
Para maiores informações sobre o Decreto Nº 7.167/2010, acesse o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2010/Decreto/D7167.htm
Atividades florestais;
Educação ambiental; e
80
Para maiores informações sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento
Florestal, acesse o site:
http://www.florestal.gov.br/extensao-e-fomento-florestal/fundo-
nacional-do-desenvolvimento-florestal/fundo-nacional-de-
desenvolvimento-florestal
d) Fundo Amazônia
O Fundo Amazônia tem por finalidade captar doações para investimentos não
reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e
de promoção da conservação e do uso sustentável do Bioma Amazônia, nos termos do
Decreto 6.527/2008. O decreto prevê ainda a utilização de até 20% dos recursos do
fundo no apoio ao desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do
desmatamento em outros biomas brasileiros e em florestas tropicais de outros países.
81
Para maiores informações sobre o Fundo Amazônia, acesse os sites:
http://www.mma.gov.br/apoio-a-projetos/fundo-amazonia ou
http://www.bndes.gov.br/
83
Para maiores informações sobre o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, acesse o
site:
http://portal.mj.gov.br/cfdd/main.asp?ViewID=%7B2148E3F3-D6D1-4D6C-B253-
633229A61EC0%7D¶ms=itemID=%7BDE78DD24-07B2-43ED-8925-
58C2D3EB1DE6%7D;&UIPartUID=%7B2868BA3C-1C72-4347-BE11-
A26F70F4CB26%7D
Na esfera estadual
84
recursos hídricos 66,7%; preservação da biodiversidade,61,9%; e recuperação de áreas
degradadas, apontada por 61,9% (BRASIL, 2014a).
a) ICMS Ecológico
Serviços ambientais
85
Saiba mais
Na esfera municipal
a) IPTU Verde
O IPTU Verde é um tributo municipal que prevê abatimento fiscal sobre o Imposto
Predial e Territorial Urbano para moradores que adotem práticas consideradas
ambientalmente adequadas pelo município. Tendo como objetivo principal incentivar a
proteção do meio ambiente, o IPTU Verde estimula a população criar e manter medidas
de sustentabilidade ambiental, como o plantio de árvores nas calçadas, captação de água
da chuva, sistema natural de iluminação, telhado verde, entre outras medidas.
Saiba mais
86
Recursos da cooperação Internacional
87
assistência humanitária, saúde e nutrição, democracia e governabilidade. No Brasil, apoia
ações nas áreas de mudanças climáticas, meio ambiente, uso de energia eficiente e
limpa, saúde.
Em Resumo
88
Mesmo sem recursos específicos, muito se pode fazer pela gestão ambiental a
partir das dotações orçamentárias de setores que possuem forte interação com o meio
ambiente. Só no governo federal, há diferentes ministérios e órgãos que apoiam o meio
ambiente, entre os quais os fundos específicos, como Fundo Nacional de Meio Ambiente
(FNMA), e o Fundo de Direitos Difusos entre outros, como os de Ciência e Tecnologia e
Educação.
89
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 3.524/2000, de 26 de junho de 2000. Regulamenta a Lei no 7.797, de
10 de julho de 1989, que cria o Fundo Nacional do Meio Ambiente e dá outras
providências. Presidência da República, Brasília, 26 de junho de 2000. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3524.htm>. Acesso em: 02.fev.2015
90
______. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Perfil dos municípios
brasileiros. Pesquisa de informações básicas municipais. Rio de Janeiro, 2010. 472 p.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/2009/>
Acesso em: 16.jan.2015.
______. Lei 7.797/1989, de 10 de julho de 1989. Cria o Fundo Nacional de Meio Ambiente
e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, 10 de julho de 1989.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7797.htm>. Acesso em:
03.fev.2015
______. Lei nº 7.913/1989, de 7 de dezembro de 1989. Dispõe sobre a ação civil pública
de responsabilidade por danos causados aos investidores no mercado de valores
mobiliários. Presidência da República, Brasília, 7 de dezembro de 1989. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7913.htm>. Acesso em: 02.fev.2015
______. Lei 8.666/1993, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, 21 de junho de 1993.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666compilado.htm>. Acesso
em: 04.fev.2015
91
______. Lei nº 8.884/1994, de 11 de junho de 1994. Transforma o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em Autarquia, dispõe sobre a prevenção e a
repressão às infrações contra a ordem econômica e dá outras providências. Presidência
da República, Brasília, 11 de junho de 1994. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8884.htm>. Acesso em: 03.fev.2015
______. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III
e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, 31 de agosto de
2000. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm> Acesso em:
05. jan. 2015.
92
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11284.htm>. Acesso em:
03.fev.2015
______. Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos
dos incisos III, VI e VII do caput do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal,
para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas
ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à
proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à
poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e
altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Presidência da República, Brasília, 8 de
dezembro de 2011. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp140.htm> Acesso em: 05. jan. 2015.
93
______. Ministério do Meio Ambiente. Painel nacional de indicadores ambientais.
Brasília, DF, 2014c. 96p. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/publicacoes/pnia>
Acesso em: 20. nov. 2014.
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito ambiental. São Paulo, Atlas, 3ed, 2014,
848p.
TANNUS, Rafael Nora; YAMADA, Eliane Seiko Maffi; THOMÉ, João Paulo de Campos
Maia; GALERA, João Manoel Sanseverino Vergani; SALVO, Gabriele; MOTTA, Ronaldo
Serôa da; ORTIZ, Ramon Arigoni; CARDOSO, Marcelo; DINIZ, Carolina; AMBAR,
Stephanie Haapalainen; GRANZIERA, Maria Luiza; BORN, Rubens Harry. Serviços de
consultoria de pessoa jurídica para a elaboração de diagnóstico do estado da arte
sobre a aplicação de instrumentos econômicos na implementação das políticas
ambientais em nível municipal, estadual e federal. Relatório parcial, critérios de
elegibilidade e seleção preliminar de 15 iniciativas. São Paulo: Agência Verde,
Ecometrika, Vitae Civilis, 28 de abril de 2014. Produto 1. Ministério do Meio Ambiente.
95
ANEXOS
96
Vll – solicitar aos órgãos competentes o suporte técnico complementar às ações
executivas do município na área ambiental;
Vlll – propor a celebração de convênios, contratos e acordos com entidades
públicas e privadas de pesquisas e de atividades ligadas ao desenvolvimento ambiental;
IX – opinar, previamente, sobre os aspectos ambientais de políticas, planos e
programas governamentais que possam interferir na qualidade ambiental do município;
X – apresentar anualmente proposta orçamentária ao Executivo Municipal, inerente
ao seu funcionamento;
XI – identificar e informar à comunidade e aos órgãos públicos competentes,
federal, estadual e municipal, sobre a existência de áreas degradadas ou ameaçadas de
degradação;
Xll – opinar sobre a realização de estudo alternativo sobre as possíveis
consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando das entidades
envolvidas as informações necessárias ao exame da matéria, visando a compatibilização
do desenvolvimento econômico com a proteção ambiental;
XIII – acompanhar o controle permanente das atividades degradadoras e
poluidoras, de modo a compatibilizá-las com as normas e padrões ambientais vigentes,
denunciando qualquer alteração que promova impacto ambiental ou desequilíbrio
ecológico;
XIV – receber denúncias feitas pela população, diligenciando no sentido de sua
apuração junto aos órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis e sugerindo ao
Prefeito Municipal as providências cabíveis;
XV – acionar os órgãos competentes para localizar, reconhecer, mapear e
cadastrar os recursos naturais existentes no Município, para o controle das ações
capazes de afetar ou destruir o meio ambiente;
XVI – opinar nos estudos sobre o uso, ocupação e parcelamento do solo urbano,
posturas municipais, visando à adequação das exigências do meio ambiente, ao
desenvolvimento do município;
XVII – opinar quando solicitado sobre a emissão de alvarás de localização e
funcionamento no âmbito municipal das atividades potencialmente poluidoras e
degradadoras;
XVIII – decidir sobre a concessão de licenças ambientais de sua competência e a
aplicação de penalidades, respeitadas as disposições da Deliberação Normativa COPAM
97
nº 01 de 22 de Março de 1990 (“Minas Gerais” de 4/4/90) e da Deliberação Normativa
COPAM nº 29 de 9 de Setembro de 1998 (“Minas Gerais” de 16/09/98);
XIX – orientar o Poder Executivo Municipal sobre o exercício do poder de polícia
administrativa no que concerne à fiscalização e aos casos de infração à legislação
ambiental;
XX – deliberar sobre a realização de Audiências Públicas, quando for o caso,
visando à participação da comunidade nos processos de instalação de atividades
potencialmente poluidoras;
XXI – propor ao Executivo Municipal a instituição de unidades de conservação
visando à proteção de sítios de beleza excepcional, mananciais, patrimônio histórico,
artístico, arqueológico, paleontológico, espeleológico e áreas representativas de
ecossistemas destinados à realização de pesquisas básicas e aplicadas de ecologia;
XXII – responder a consulta sobre matéria de sua competência;
XXIII – decidir, juntamente com o órgão executivo de meio ambiente, sobre a
aplicação dos recursos provenientes do Fundo Municipal de Meio Ambiente;
XXIV – acompanhar as reuniões das Câmaras do COPAM em assuntos de
interesse do Município.
Art. 3°. – O suporte financeiro, técnico e administrativo indispensável à instalação e
ao funcionamento do
Conselho Municipal de Meio Ambiente será prestado diretamente pela Prefeitura,
através do órgão executivo municipal de meio ambiente ou órgão a que o CMMA estiver
vinculado.
Art. 4°. – O CMMA será composto, de forma paritária, por representantes do poder
público e da sociedade civil organizada, a saber:
I – Representantes do Poder Público:
a)um presidente, que é o titular do órgão executivo municipal de meio ambiente;
b)um representante do Poder Legislativo Municipal designado pelos vereadores;
c)um representante do Ministério Público do Estado;
d)os titulares dos órgãos do executivo municipal abaixo mencionados:
d.1)órgão municipal de saúde pública e ação social;
d.2)órgão municipal de obras públicas e serviços urbanos.
e)um representante de órgão da administração pública estadual ou federal que
tenha em suas atribuições a proteção ambiental ou o saneamento básico e que possuam
representação no Município, tais como: Polícia
98
Florestal, IEF, EMATER, IBAMA, IMA ou COPASA.
II – Representantes da Sociedade Civil:
a)dois representantes de setores organizados da sociedade, tais como: Associação
do Comércio, da Indústria,
Clubes de Serviço, Sindicatos e pessoas comprometidas com a questão ambiental;
b)um representante de entidade civil criada com o objetivo de defesa dos
interesses dos moradores, com atuação no município;
c)dois representantes de entidades civis criadas com finalidade de defesa da
qualidade do meio ambiente, com atuação no âmbito do município;
d)um representante de Universidades ou Faculdades comprometido com a questão
ambiental.
Art. 5°. – Cada membro do Conselho terá um suplente que o substituirá em caso de
impedimento, ou qualquer ausência.
Art. 6°. – A função dos membros do CMMA é considerada serviço de relevante
valor social.
Art. 7°. – As sessões do CMMA serão públicas e os atos deverão ser amplamente
divulgados.
Art. 8°. – O mandato dos membros do CMMA é de dois anos, permitida uma
recondução, à exceção dos representantes do Executivo Municipal.
Art. 9°. – Os órgãos ou entidades mencionados no art. 4º poderão substituir o
membro efetivo indicado ou seu suplente, mediante comunicação por escrito dirigida ao
Presidente do CMMA.
Art. 10 – 0 não comparecimento a 03 (três) reuniões consecutivas ou a 05 (cinco)
alternadas durante 12 (doze) meses, implica na exclusão do CMMA.
Art. 11 – O CMMA poderá instituir, se necessário, em seu regimento interno,
câmaras técnicas em diversas áreas de interesse e ainda recorrer a técnicos e entidades
de notória especialização em assuntos de interesse ambiental.
Art. 12 – No prazo máximo de sessenta dias após a sua instalação, o CMMA
elaborará o seu Regimento
Interno, que deverá ser aprovado por decreto do Prefeito Municipal também no
prazo de sessenta dias.
Art. 13 – A instalação do CMMA e a composição dos seus membros ocorrerá no
prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contados a partir da data de publicação desta lei.
99
Art. 14 – As despesas com a execução da presente Lei correrão pelas verbas
próprias consignadas no orçamento em vigor.
Art. 15 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
100
Minuta de Regimento Interno do CMMA
DECRETO N°...........
Aprova o Regimento do Conselho Municipal
de
Meio Ambiente-CMMA. O Prefeito
Municipal
de ............................, no uso de suas
atribuições,
DECRETA:
Art.1° – Fica aprovado o Regimento Interno do Conselho Municipal de Meio
Ambiente que com este se publica.
Art.2°– Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação e revoga as
disposições em contrário.
REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO MUNICIPAL
DE MEIO AMBIENTE - CMMA
CAPÍTULO I
DO OBJETIVO
CAPÍTULO II
DA FINALIDADE E DA COMPETÊNCIA
Art.2° – O CMMA. instituído como órgão colegiado deliberativo pela Lei n° ......... de
........................, terá suporte técnico, administrativo e financeiro prestado pela Prefeitura
Municipal, inclusive no tocante às instalações, equipamentos e recursos humanos
necessários.
Parágrafo Único – O suporte técnico será suplementarmente requerido à Fundação
Estadual do Meio Ambiente - FEAM e aos demais órgãos e entidades afetos aos
programas de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente.
101
Art.3° – Compete ao CMMA formular e fazer cumprir as diretrizes da Política
Ambiental do Município, na forma estabelecida no art. 2° da Lei nº ............... e neste
Regimento.
Art.4° – O CMMA se compõe de:
I - ...................................................................................................;
II - ................................................................. .................................;
III - ...................................................................................................;
IV - ...................................................................................................;
V - ...................................................................................................;
VI - ...................................................................................................;
VII - ...................................................................................................;
VIII - ...................................................................................................;
listar conforme Lei Municipal que cria o CMMA)
Art.5° – Cada membro do CMMA terá um suplente que o substituirá em caso de
impedimento.
Art.6° – O mandato dos membros do CMMA corresponderá ao período de 02 (dois)
anos, permitida a recondução.
CAPÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO
102
III – dirimir dúvidas relativas a interpretação de normas deste Regimento;
IV – encaminhar a votação de matéria submetida a decisão do Plenário;
V – assinar as atas aprovadas nas reuniões;
VI – assinar as deliberações do Conselho e encaminhá-las ao Prefeito, sugerindo
os atos administrativos necessários;
Vll - designar relatores para temas examinados pelo CMMA;
Vlll – dirigir as sessões ou suspendê-las, conceder, negar ou cassar a palavra do
membro do CMMA;
IX – estabelecer, através de Resolução, normas e procedimentos para o
funcionamento do CMMA;
X - convidar pessoas ou entidades para participar das reuniões do Plenário, sem
direito a voto;
XI – delegar atribuições de sua competência.
Art.10 - Compete ao Vice-Presidente substituir o Presidente em seus
impedimentos, exercendo as suas atribuições.
Parágrafo Único – Em caso de impedimento simultâneo do Presidente e do Vice-
Presidente assumirá a
Presidência o membro mais idoso do CMMA .
Art.11 – O Plenário é o órgão superior de deliberação do CMMA, constituído na
forma do artigo 4° deste
Regimento.
Art.12 – Ao Plenário compete:
I – propor alterações deste Regimento para homologação pelo Prefeito Municipal;
Il – elaborar e propor leis, normas, procedimentos e ações destinadas à
recuperação, melhoria ou manutenção da qualidade ambiental, observadas as legislações
federal, estadual e municipal que regula a espécie;
III – fornecer subsídios técnicos para esclarecimentos relativos à defesa do meio
ambiente, aos órgãos públicos, à indústria, ao comércio, à agropecuária e à comunidade
e acompanhar a sua execução;
IV – propor a celebração de convênios, contratos e acordos com as entidades
públicas e privadas de pesquisas e de atividades ligadas a defesa ambiental;
V- opinar sobre a realização de estudos das alternativas e das possíveis
consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando das entidades
103
envolvidas as informações necessárias ao exame da matéria, visando à compatibilização
do desenvolvimento econômico com a proteção ambiental;
Vl – manter o controle permanente das atividades poluidoras ou potencialmente
poluidoras, de modo a compatibilizá-las com as normas e padrões ambientais vigentes,
denunciando qualquer alteração que provoque impacto ou desequilíbrio ecológico;
Vll – identificar e informar à comunidade e aos órgãos públicos competentes,
estaduais e municipais, sobre a existência de áreas degradadas ou ameaçadas de
degradação, propondo medidas para a sua recuperação;
Vlll – promover, orientar e colaborar em programas educacionais e culturais com a
participação da comunidade, que visam à preservação da fauna, flora, águas superficiais
e subterrâneas, ar, solo, subsolo e recursos não renováveis do Município;
IX – atuar no sentido de estimular a formação da consciência ambiental,
promovendo seminários, palestras e debates junto aos meios de comunicação e às
entidades públicas e privadas;
X – subsidiar a atuação do Ministério Público, quando de sua atuação prevista na
Lei n° ..................... ;
XI - exercer o Poder de Polícia, no âmbito da legislação ambiental municipal;
XII – julgar e aplicar as penalidades previstas em Lei, decorrentes das infrações
ambientais municipais;
XIII – opinar sobre uso e ocupação do solo urbano e parcelamento urbano,
adequando a urbanização às exigências do meio ambiente e à preservação dos recursos
naturais;
XIV- sugerir à autoridade competente a instituição de unidades de conservação
visando à proteção de sítios de beleza excepcional, mananciais, patrimônio histórico,
artístico, cultural e arqueológico, espeleológico e áreas representativas de ecossistemas
destinadas à realização de pesquisas básicas e aplicadas de ecologia;
XV – receber as denúncias feitas pela população, diligenciando no sentido de sua
apuração, encaminhando aos órgãos municipais e estaduais responsáveis e sugerindo ao
Prefeito Municipal as providências cabíveis;
XVI – propor ao Prefeito a concessão de títulos honoríficos a pessoas ou
instituições que houverem se destacado através de atos que tenham contribuído
significativamente para a preservação, melhoria, conservação e defesa do meio ambiente
do Município.
Art.13 – Compete ao membros do CMMA:
104
I – comparecer às reuniões;
Il – debater a matéria em discussão;
lIl – requerer informações, providências e esclarecimentos ao Presidente;
IV – apresentar relatórios e pareceres, dentro do prazo fixado;
V – votar;
Vl – propor temas e assuntos à deliberação e ação do Plenário.
Art.14 – A Secretaria Executiva é órgão auxiliar da Presidência e do Plenário,
desempenhando atividades de gabinete, de apoio técnico, administrativo e de execução
de normas referentes à proteção do meio ambiente.
Art.15 – As funções da Secretaria Executiva serão exercidas por servidor público
municipal, indicado pelo Prefeito.
Art.16 – Compete à Secretaria Executiva:
I – fornecer suporte e assessoramento técnico ao CMMA nas atividades por ele
deliberadas;
Il – elaborar as atas das reuniões;
III - organizar os serviços de protocolo, distribuição e arquivo do CMMA;
IV – executar outras tarefas correlatas determinadas pelo Presidente ou previstas
neste Regimento Interno.
CAPÍTULO IV
DAS REUNIÕES
105
Art.20 – Poderão participar das reuniões do Plenário, sem direito a voto,
assessores indicados por seus membros, bem como pessoas convidadas pelo
Presidente.
Art.21 – As reuniões do Plenário serão públicas.
Art.22 – As reuniões terão sua pauta preparada pelo Presidente, na qual constarà
necessariamente:
I - abertura da sessão, leitura, discussão e votação da ata da reunião anterior;
II- leitura do expediente e das comunicações da ordem do dia;
III - deliberações;
IV - palavra franca;
V - encerramento.
Art.23 - A apreciação dos assuntos obedecerá às seguintes etapas:
I - será discutida e votada matéria proposta pela presidência ou pelos membros;
Il – o Presidente dará a palavra ao relator, que apresentará seu parecer, escrito ou
oral;
III – terminada a exposição, a matéria será posta em discussão;
IV – encerrada a discussão, e estando o assunto suficientemente esclarecido, far-
se-á a votação.
Art.24 - As deliberações do Plenário serão tomadas por maioria de votos dos
membros presentes, cabendo ao
Presidente, além do voto pessoal, o de qualidade.
Art.25 – As atas serão lavradas em livro próprio e assinadas pelos membros que
participaram da reunião que as originaram.
Art.26 – As decisões do Plenário, depois de assinadas pelo Presidente e pelo
relator, serão anexadas ao expediente respectivo.
CAPITULO V
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
106
Ministério do Meio Ambiente
PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES AMBIENTAIS
Brasília, 2015
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Presidenta Dilma Dilma Vana Rousseff
Vice Presidente: Michel Temer
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Ministra Izabella Mônica Vieira Teixeira
Secretário Executivo: Francisco Gaetani
Secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental - SAIC
Regina Gualda
Diretora do Departamento de Educação Ambiental - DEA
Soraia Silva de Mello
Equipe técnica do Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais- PNC
Luciana Resende
Tereza Moreira
Luciana Resende
Luciana Resende
Revisão e colaboração
Angelita Coelho
Miriam Miller
II
Nilo Sérgio de Melo Diniz
Coordenação:
Mariana Braga
Analistas Ambientais
Alex Bernal, Ana Luísa Campos, Jader Oliveira, José Luís Xavier, Luciana Resende, Nadja Janke,
Neusa Helena R. Barbosa, Neuza Gomes Vasconcelos, Patricia F. Barbosa, Taiana Brito
Agentes Administrativos
Maria Aparecida Leite, João Alberto Xavier
Recepcionista
Leylane Aparecida L. do Santos
Estagiários
Amanda Feitosa, Carla Silva Sousa, Paula Geissica Ferreira da Silva, Rômulo de Sousa
III
COODENAÇÃO DE CAPACITAÇÃO DO SINGREH
Taciana Neto Leme (Gerente)
Celina Maria Lopes Ferreira
Daniela Chainho Gonçalves
Elmar Andrade de Castro
Jair Gonçalves da Silva
Lucas Braga Ribeiro
Luis Gustavo Miranda Mello
Mariana Braga Coutinho
Sandra Cristina de Oliveira (Secretária)
Vivyanne Graça Mello de Oliveira
Este material didático foi produzido no âmbito do Programa Nacional de Capacitação de Gestores
Ambientais, com apoio da Agência Nacional de Águas- ANA, com base nos Cadernos de
Formação- PNC.
IV
SOBRE O PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES AMBIENTAIS E A
PARCERIA MMA E ANA
O PNC foi instituído em 2005, a partir de uma demanda da I Conferência Nacional de Meio
Ambiente. A ideia de se criar o Programa emergiu com a necessidade de haver uma estratégia
nacional de capacitação de gestores locais, visando gerenciar melhor as ações realizadas no
âmbito do Ministério do Meio Ambiente e vinculadas.
Dessa forma, o PNC foi criado para atender aos anseios dos estados e municípios, em uma
estratégia duradoura. Seu objetivo principal é o de capacitar gestores, servidores e técnicos
ambientais, com vistas a ampliar a compreensão do Sistema Nacional de Meio Ambiente
(SISNAMA) e seu fortalecimento. Busca também a consolidação da gestão ambiental
compartilhada, que envolve a responsabilização das três esferas de governo: federal, estadual e
municipal.
Assim, a ANA deu início aos processos de capacitação de recursos humanos para a
gestão de recursos hídricos em 2001. Inicialmente, entre 2001 e 2010, a ANA conseguiu
atingir cerca de 10 mil pessoas, por meio de cursos presenciais. Posteriormente a ANA deu
início a implementação sistemática de cursos na modalidade a distância e a partir dessa
estratégia, no período de 2011-2013 mais de 20.000 pessoas foram capacitadas e no ano de
2014 Em 2011 a ANA e. E, somente, no ano de 2014 mais de 22.000 pessoas foram
aprovadas.
VI
Objetiva-se, com isso, instigar a estruturação institucional e o fortalecimento da gestão
ambiental municipal, com a ótica da sustentabilidade sócio-ambiental-territorial, a disseminação de
conhecimentos e a reflexão crítica acerca de assuntos que visam à melhoria da gestão ambiental
pública e a superação de gargalos. Ademais, busca-se contribuir para a inserção do
desenvolvimento sustentável na formulação e na implementação de políticas públicas, de forma
transversal e compartilhada, participativa e democrática, em todos os níveis e instâncias de
governo e da sociedade.
VII
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Os três módulos que compõem esse curso fornecem linhas gerais para o fortalecimento do
Sistema Nacional de Meio Ambiente em sua inter-relação com os demais instrumentos e atores da
gestão municipal. O material didático foi concebido para trabalhar conceitos não apenas de forma
discursiva. Por meio de exemplos e exercícios, pretende-se promover sucessivas aproximações
das pessoas com a realidade local, no sentido de qualificar a sua atuação.
O Módulo II mostra os principais passos para a estruturação dos órgãos que compõem o
Sistema Municipal de Meio Ambiente. Discorre também sobre as formas de se reunir recursos
destinados às ações na área ambiental.
O Módulo III trata das diferentes escalas de planejamento municipal, com ênfase no
planejamento microrregional e setorial, considerando os níveis de integração a serem
concretizados em torno de um projeto de desenvolvimento sustentável para a comunidade e a
região.
VIII
SUMÁRIO
Em resumo ................................................................................................................................... 20
Em resumo ................................................................................................................................... 47
Em resumo................................................................................................................................... 67
Em resumo................................................................................................................................. 100
IX
UNIDADE 1: PLANEJANDO A INTERVENÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO
10
administração que apresentam linhas de ação e interesses divergentes, muitas
vezes, porque sobre um mesmo território há diferentes propostas de uso e
gestão envolvendo, por exemplo, uma secretaria de agricultura e outra de meio
ambiente.
11
Assim, planejar é tomar decisões de forma lógica e racional, de modo a
assegurar os resultados esperados. Essa definição clássica de planejamento
atende apenas em parte à realidade do município. Evidentemente, o
planejamento municipal pressupõe a elaboração de normas e diretrizes
definidas em leis próprias, bem como de decisões lógicas, racionais e
encadeadas. Porém, planejar consiste, sobretudo, em gerar vontade política;
construir mecanismos para envolver as diferentes esferas de poder presentes
na comunidade; e promover a constante avaliação dos pactos firmados entre
os parceiros em função das prioridades e da destinação de recursos.
12
Planejamento participativo
13
elaboradas com a participação ativa dos interessados. Em alguns casos, esse
exercício coletivo pode levar a mudanças na correlação de forças no município.
Isso se torna possível porque o processo de planejamento permite ampliar o
conhecimento que os diversos atores sociais possuem da realidade local,
exercitando o ato desafiador de “enxergar com os óculos dos outros” e
flexibilizar posições em torno de objetivos comuns.
14
Tabela 1: Principais características do planejamento participativo em relação ao
planejamento convencional
Visão ampla e abrangente, decorrente de múltiplas Visão parcial e limitada pela ausência de percepções
abordagens diversas
Fonte: (FUNDAÇÃO LUÍS EDUARDO MAGALHÃES, 2000 apud, BRASIL, 2006, p. 16).
15
Vale a pena frisar ainda que planejamento participativo não pode ser
confundido com um meio de se obter o apoio popular para programas oficiais
concebidos por especialistas; nem de se apropriar dos recursos da população,
como tempo de trabalho e qualificação.
16
universalizar esse atendimento? Que parcerias poderão ser
formalizadas com empresas e organizações da sociedade civil
para melhorar a prestação de serviços? Que mecanismos
permitirão realizar o controle social sobre estes? Que relação
essas áreas estabelecerão com a de meio ambiente?
Além disso, alguns critérios podem servir para checar, segundo Sachs
(1993), se o planejamento municipal está caminhando em direção à
sustentabilidade. Portanto, cabe avaliar cada decisão considerando se atende
a essas diferentes dimensões ou, pelo menos, a alguma delas:
17
Sustentabilidade econômica – possibilita a produção de riquezas,
considerando e reduzindo os custos sociais e ambientais;
18
Planejamento local integrado – essa dimensão do planejamento busca
estabelecer as prioridades globais do município. Desse planejamento
saem diretrizes para os programas e projetos de todas as áreas que
compõem o governo municipal, formalizadas por meio do Plano
Plurianual (PPA). Embasado em uma visão de futuro que contemple
estratégias de sustentabilidade e qualidade de vida, o Plano Diretor será
capaz de definir a ocupação do território e os principais instrumentos
para a sua gestão em consonância com as necessidades e as
expectativas das populações que vivem nas áreas urbanas e rurais do
município.
19
do local e do seu entorno, planejamento participativo e dimensões da
sustentabilidade. Tais pressupostos devem também orientar os planejamentos
setoriais.
Para refletir
Em resumo
20
prestador de serviços públicos para o de coordenador do planejamento e da
implementação de ações em direção ao desenvolvimento sustentável.
21
UNIDADE 2: EXERCITANDO A TRANSVERSALIDADE COM AS DEMAIS
INSTÂNCIAS MUNICIPAIS DE PLANEJAMENTO
22
Apesar de ocuparem apenas 2% da superfície da Terra, as cidades
consomem 70% dos seus recursos naturais e despejam na atmosfera 75% de
todo o gás carbônico gerado. De acordo com relatório do TEEB – The
Economics of Ecosystems & Biodiversity, as atividades urbanas consomem
cerca de 67% da energia e emitem 70% dos gases de efeito estufa
(OCDE/IAE 2008, apud TEEB, 2010)
23
Legislação concorrente
24
Plano Plurianual (PPA)
25
Estatuto da Cidade, instrumento de qualidade de vida
26
Movimento Nacional pela Reforma Urbana
27
Para maiores informações sobre a Constituição Federal, de 1988, acesse
o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilad
o.htm
Função social
Ação de usucapião
28
regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e
do bem-estar dos cidadãos, assim como do equilíbrio ambiental. O objetivo é
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana.
29
Integração entre atividades urbanas e rurais;
30
desastres ambientais, especialmente no ambiente urbano, tais como enchentes
e desmoronamentos de terras. Neste cenário, os regramentos originais do
Estatuto da Cidade sofreram alterações, inseridas pela Lei 12.608/2012, que
dispõe sobre a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil. Essa diz que o
ordenamento urbano deve evitar a exposição da população a risco de desastre,
visando aumentar a resiliência das cidades aos eventos extremos (BRASIL,
2013b).
Resiliência
31
[...] (BRASIL, Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, 2001, grifo
nosso).
32
Como vimos, dentre os instrumentos previstos pelo Estatuto da Cidade,
em seus artigos 39 e 40 o de maior abrangência é o Plano Diretor.
Considerando que, em geral, a dinâmica das cidades segue a lei do mais forte,
o Plano Diretor tem o papel de estabelecer as regras no jogo da cidadania, por
meio da proposta de transformações estruturais, propiciando maior qualidade
de vida nas áreas urbanas e rurais, já que não se destina somente ao
perímetro urbano. Tem por objetivo regular as atividades e empreendimentos,
além de definir diretrizes para a política de desenvolvimento e a expansão
urbana.
Nada impede, no entanto, que o Plano Diretor possa ser elaborado por
municípios menos populosos e que não se enquadram nas especificações
acima. Devem ser avaliados e revisados a cada dez anos, pelo menos, por isso
não é ideal que seja detalhado, já que engessaria normas que precisam de
constantes adaptações.
33
Nesse sentido, no âmbito do município, o Plano Diretor é o instrumento
mais forte para garantir qualidade de vida, pois é a segunda lei municipal mais
importante depois da Lei Orgânica. Aliás, conforme nos lembra Milaré (2014, p.
1001), “É de sua natureza que ele constitua um desdobramento da Lei
Orgânica: ele estaria para a Lei Maior do Município assim como o Estatuto da
Cidade está para a Constituição Federal”. Além disso, sua relação com a
gestão ambiental, com as políticas de saúde, transporte, habitação e geração
de renda é direta e permanente.
34
Por isso, a estrutura proposta no Plano deve ser definida a partir de
uma avaliação realista e coletiva das potencialidades e das dificuldades do
município, considerando também a capacidade gerencial para sua
implementação. Há uma tese que insiste na incapacidade dos municípios
formularem seu Plano Diretor por falta de quadros técnicos e administrativos
adequados para desempenharem a contento a função de planejamento.
Deficiências administrativas podem até impor restrições, mas não constituem
empecilhos ao planejamento.
35
Democratização é fundamental. A democratização no processo de
elaboração do Plano Diretor é garantida pela própria Constituição
Federal, que torna obrigatória a participação das entidades
representativas da sociedade no processo de planejamento municipal.
Elaborar um Plano Diretor pode até ser fácil. O difícil é romper práticas
enraizadas na cultura política, como o clientelismo e as características
eleitoreiras que desvirtuam o processo de tomada de decisão em todos os
setores da administração pública. O grau de dificuldade a ser enfrentado
dependerá do tamanho da prefeitura, da complexidade de sua organização e
das resistências políticas ao trabalho integrado.
36
É, pois, necessário desenvolver vontade política de realizar e
implementar o Plano Diretor. Para que isso ocorra este precisa ser visto como
um instrumento dentro de um processo de planejamento democrático mais
amplo, que possibilite um aprimoramento da gestão territorial do município e
não somente como uma imposição legal. Vale lembrar que no Plano Diretor
são estabelecidos os objetivos que só podem ser atingidos ao longo do tempo,
por diversas administrações. Assim, além de angariar adeptos dentro da atual
gestão, o Plano deve conquistar a sociedade, pois suas ações necessitam ter
continuidade.
37
Objetivos que orientam a política urbana: diretrizes básicas para a
formulação de planos, programas, projetos e obras, nas quais o respeito
ao meio ambiente deve ser considerado questão transversal;
Parcelamento compulsório
38
incentivar ocupação dos chamados vazios urbanos (quadras
desocupadas em áreas com infraestrutura);
39
VI – incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas
suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto,
inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos
correlatos (BRASIL, Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, 2001,
grifo nosso).
Zoneamento
40
Além de revelar os ecossistemas locais, o zoneamento levanta as
áreas construídas existentes, mostrando suas potencialidades e fragilidades,
bem como as demandas sociais em termos de uso do solo. As características
de cada espaço determinarão os seus possíveis usos. A partir dessa análise
definem-se, por exemplo, as áreas destinadas à proteção de ecossistemas ou
aquelas consideradas de valor arqueológico, histórico e paisagístico, bem
como os locais mais propícios à instalação de aterros sanitários, áreas
industriais ou moradias urbanas, entre outras.
41
Zoneamento Ecológico-Econômico
42
É interessante que as autorizações previstas por essa lei tenham
critérios condizentes com os do licenciamento ambiental. Da mesma forma,
seus procedimentos devem ser estabelecidos em comum acordo entre a
Secretaria de Obras e a de Meio Ambiente, de forma a evitar burocracia e
facilitar a vida de quem busca regularizar a sua obra ou empreendimento.
Código de Obras
Código de Posturas
43
Esse código deve ser atualizado periodicamente para que lhe sejam
incorporados padrões em vigor na legislação ambiental. Há resoluções do
CONAMA que estabelecem critérios para muitas das atividades a que se
dedica o Código de Posturas.
Código Tributário
44
Adesão voluntária ao programa de coleta seletiva, com isenção de taxa
de limpeza pública;
Tombamento
45
Para realizar o tombamento, o município deverá ter uma lei própria que
indique o órgão responsável pela preservação do patrimônio cultural e que o
autorize a realizar o tombamento. No Plano Diretor, áreas tombadas podem
receber incentivos como permuta ou transferência de índice construtivo (troca
do direito de construir para outro terreno), isenção de IPTU e definição de
zonas especiais que recebem projetos com características específicas para
valorizar o patrimônio e compensar os proprietários.
46
Para refletir
Faça uma pesquisa e verifique nos códigos existentes em seu município quais leis
possuem interface com as questões ambientais e exigirão ações integradas entre
os órgãos do Sistema Municipal de Meio Ambiente e outros setores da
administração municipal. Procure responder às seguintes questões:
Seu município possui Plano Diretor?
Em caso afirmativo, há quanto tempo?
No seu entender, quais aspectos mereceriam ser revistos no Plano Diretor para
contemplar a dimensão ambiental?
Em caso de não haver Plano Diretor, que conflitos na ocupação e uso do território
do seu município você poderia apontar?
Que necessidades concretas motivariam seu município a iniciar uma discussão
sobre Plano Diretor?
Em resumo
47
considerar uma avaliação realista da capacidade do município para garantir a
sua gestão.
48
UNIDADE 3: PROBLEMAS LOCAIS PODEM TER SOLUÇÕES REGIONAIS
Nesse sentido, a Lei 9.433/1997, mais conhecida como Lei das Águas,
instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e o Sistema Nacional de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos – SINGREH, que tem como princípios
básicos:
49
Para maiores informações sobre a Lei 9.433/1997, acesse o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm
Bacia hidrográfica
Dessedentação
50
Gestão descentralizada e participativa, na qual as decisões que puderem
ser tomadas localmente não sejam centralizadas. A participação dos
usuários da água e da sociedade civil organizada, conjuntamente com o
poder público – federal, estadual e municipal – é imprescindível para definir
as diretrizes a serem adotadas na gestão dos recursos hídricos.
51
Fóruns de decisão política no âmbito de cada
bacia, considerados como os “parlamentos das
águas”. Contam com a participação de todos os
atores sociais relevantes na gestão das águas,
como prefeituras, governos estaduais, diversos
usuários dos recursos hídricos e entidades da
sociedade civil organizada.
Agências de Águas
52
Instrumentos do Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos
Hídricos – SINGREH
53
Para maiores informações sobre a Resolução CONAMA 396/2008,
acesse o site:
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=562
54
Usos de recursos hídricos que estão isentos de outorga:
55
seu custo real, minimizando, assim, possíveis desperdícios Os valores
arrecadados com a cobrança devem ser aplicados prioritariamente na bacia
em que foram gerados.
Água bruta
56
Domínio de corpo d'água
O SINGREH e os municípios
57
executivo municipal, ou por meio de consórcios intermunicipais e associações
intermunicipais de bacias hidrográficas.
Aquíferos
58
Os municípios são usuários das águas, seja para o abastecimento público,
seja pelo lançamento de efluentes, ou pelo depósito de resíduos sólidos
que pode comprometer os mananciais subterrâneos.
59
sobre as futuras gerações. Há também um crescente aumento na toxidade desses
resíduos em decorrência do uso de produtos químicos e radiativos.
60
Eliminar os lixões a céu aberto ou autorizar a sua existência por tempo
determinado;
Efluentes
Emissão
61
Dar tratamento especial aos resíduos de natureza tóxica, contendo
substâncias inflamáveis, corrosivas, explosivas, radiativas e contaminantes,
sendo sua destinação sujeita à aprovação pelo órgão ambiental;
62
Para maiores informações sobre a Lei 12.305/2010, acesse o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12305.htm
Aterros sanitários
63
Arranjos institucionais para o planejamento regional
Um arranjo recente
65
A promoção de mecanismos de cooperação técnica, jurídica e
administrativa;
Redes
66
atraem o interesse do próprio estado no sentido de melhor divulgar os seus
atrativos.
Para refletir
Levante as questões locais que podem ter soluções a partir da associação com
outros municípios.
Identifique as forças sociais que podem ser mobilizadas para facilitar o diálogo
entre prefeitos, de forma a consolidar parcerias na resolução de problemas
comuns.
Verifique também qual tipo de associação pode ser mais favorável para esse
trabalho: consórcio ou rede.
Em resumo
67
compatibilização de seus instrumentos de monitoramento e controle na outorga e
na cobrança sobre o uso desse recurso.
68
UNIDADE 4: INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL
Licenciamento Ambiental
69
Poder de polícia
Saiba mais
- as leis municipais podem ser mais restritivas que as estaduais e nunca mais
brandas;
70
desenvolvimento econômico com sustentabilidade. São, por exemplo,
mecanismos de incentivos à produção e instalação de equipamentos e à
criação ou absorção de tecnologia para a melhoria da qualidade
ambiental.
71
Ao disponibilizar informações sobre os procedimentos de licenciamento
ambiental, possibilitando o acesso aos dados de licenças emitidas e aos dados
dos empreendimentos, legislações e publicações e eventos de capacitação em
temas de interesse do licenciamento, o PNLA busca atender a um público
diversificado: estudantes, professores, pesquisadores, servidores públicos, ONGs,
empreendedores e profissionais que atuam na área de meio ambiente, dentre
outros atores públicos e da sociedade civil interessados em temas ambientais.
(BRASIL, 2015b).
72
Para maiores informações sobre a Lei complementar 140/2011 acesse o
site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp140.htm
73
Desse modo,
74
Tabela 2 Impacto ambiental da atividade e competência legal para licenciar
75
Licença de operação (LO): autoriza a operação do empreendimento ou
atividade depois que se verifica que as licenças anteriores foram realmente
cumpridas, aí incluídas as medidas de controle ambiental e as condições
adequadas para a operação.
76
documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, podendo reiterar
a solicitação, caso os esclarecimentos não tenham sido satisfatórios;
77
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
Oitiva
Termos de referência
78
Tais estudos são compilados no Relatório de Impacto Ambiental, que
deverá conter os dados necessários à tomada de decisão. Mas, lembre-se, os
procedimentos de EIA/RIMA só deverão ser adotados em caso de impactos
significativos.
1
A Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, vinculada ao Ministério do Interior, foi extinta
pela Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, que criou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. As atribuições em matéria ambiental são atualmente do Ministério
do Meio Ambiente.
79
Para maiores informações sobre a Resolução n° 001, acesse o site:
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html
Audiências públicas
80
Medidas de reparação de danos
Custos.
81
Monitoramento e fiscalização ambiental
82
Na realização de vistorias ao empreendimento ou atividade. Neste caso,
são elaborados relatórios, com emissão de pareceres técnicos sobre a
necessidade de aprimoramento das técnicas de controle propostas e
implantadas, comunicando oficialmente ao empreendedor a necessidade de
se rever seu programa de monitoramento e, se for o caso, aplicando-se as
penalidades previstas em lei.
Para refletir
-Verifique se o seu município emite licenças ambientais. Se sim,
que tipos de licenças são concedidas?
- Quais atividades e empreendimentos são predominantes?
-Há algum tipo de entendimento ou divergência entre os órgãos
municipal e estadual de meio ambiente sobre a competência para
licenciar?
83
Muitas vezes, a licença ambiental é acompanhada por procedimentos
condicionantes à liberação do empreendimento, obra ou atividade por parte do
órgão licenciador. Entre estas condicionantes, a educação ambiental tem estado
sempre presente, como iniciativa necessária junto à trabalhadores e/ou à
comunidade envolvida. A Instrução Normativa do IBAMA n° 2, de 2012
estabelece procedimentos, no âmbito deste órgão federal, para que as ações de
educação ambiental, de iniciativa do empreendedor, sejam condizentes com a
Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795/1999).
O tamanho do desafio
84
Para que isso de fato ocorra, torna-se necessário promover uma ampla
mudança na percepção que comumente se tem sobre educação ambiental.
Atualmente, as ações nessa área pautam-se pela explicação dos fenômenos
naturais e pela prescrição do que fazer ou não fazer pelo ambiente. É comum que
essas ações estejam circunscritas a eventos específicos em escolas (como
Semana de Meio Ambiente, Dia da Árvore etc.), com práticas pontuais, como
coleta de resíduos sólidos na beira dos córregos, distribuição de mudas de
árvores, reciclagem, entre outras.
85
sustentabilidade socioambiental. (BRASIL, Resolução n° 2, de 15 de junho de
2012, 2012).
86
social, a qualidade de vida e outros aspectos que integram uma visão e uma
atitude crítica e transformadora.
87
Para maiores informações sobre o Decreto n° 4.281/02, acesse o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4281.htm
Saiba mais
88
Ambiental - CIEA. Elas surgiram oficialmente em 2002, no contexto da
regulamentação da Política Nacional de Educação Ambiental, num esforço para
criação de espaços públicos coletivos nos estados e Distrito Federal, buscando
canais de diálogo social para a efetiva implantação desta política.
89
Ações do Ministério do Meio Ambiente na área de Educação Ambiental
90
Para maiores informações sobre o ProNEA, acesse o site:
http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/txbase_educom
_20.pdf
Para maiores informações sobre o Circuito Tela Verde (CTV), acesse o site:
http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/educomunicacao/circuito-tela-
verde
91
agroecologia e da regularização ambiental das propriedades rurais, unindo
esforços com órgãos e entidades governamentais, movimentos e organizações
sociais dos trabalhadores rurais e de populações tradicionais para o enfretamento
dos problemas socioambientais no campo.
92
no município e no território a partir da formação permanente de educadores e
educadoras ambientais, reunidos em fóruns e coletivos.
93
Buscar crédito e outras fontes de recursos para as ações de educação
ambiental;
94
iniciativas definidas, o governo e os cidadãos poderão dar passos decisivos para
se tornar um Município Educador Sustentável.
“Aqui é onde eu moro, aqui nós vivemos: escritos para conhecer, pensar e
praticar o município educador sustentável”, de Carlos Rodrigues Brandão -,
editado pela então Diretoria de Educação Ambiental, do Ministério do Meio
Ambiente, encontra-se reflexões sobre como promover ações para que o seu
município dê passos na direção de tornar-se um Município Educador Sustentável.
Para ter acesso ao livro Aqui é onde eu moro, aqui nós vivemos: escritos
para conhecer, pensar e praticar o município educador sustentável de
Carlos Rodrigues Brandão, acesse o site:
http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/mes_livro.pdf
95
Conferências de Meio Ambiente
A Conferência Nacional de Meio Ambiente foi instalada pela primeira vez, em 2003,
juntamente com a Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente. Ambas foram
organizadas atendendo à demanda antiga da sociedade por maior participação na
formulação e implementação da Política Nacional de Meio Ambiente. O objetivo é
fortalecer a cidadania ambiental, inclusive nas escolas e nas comunidades, propiciando
também um amplo processo educador, de diálogo governo e sociedade e de
construção de saberes.
Enquanto a Conferência de Meio Ambiente é promovida pelo o MMA e suas entidades
vinculadas (IBAMA, ICMBio, ANA, Serviço Florestal Brasileiro e Jardim Botânico do Rio
de Janeiro), em parceria com os demais entes do Sisnama e do Singreh, a Conferência
Infantojuvenil é uma iniciativa do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação
Ambiental, integrado pelo Ministério da Educação, por meio da Coordenação Geral de
Educação Ambiental, e pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Diretoria de
Educação Ambiental. Trata-se da criação e fortalecimento de espaços escolares de
participação, articulação e elaboração de conhecimentos.
Na perspectiva de um processo permanente e continuado de educação ambiental, a
intenção é inspirar o exercício coletivo para que a gestão ambiental e a gestão escolar,
possa fortalecer os processos educativos com foco na justiça social e na
sustentabilidade ambiental.
96
Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar
EducaRes
97
Salas Verdes
98
Propor ao CONAMA a regulamentação do componente de educação
ambiental nos processos de licenciamento ambiental;
99
a sua transversalização e enraizamento nas estruturas governamentais;
Em resumo
100
O Licenciamento Ambiental é um instrumento da gestão do ambiente, na
medida em que, por meio dele, a administração pública busca exercer o
necessário controle sobre as atividades humanas que interferem nas condições
ambientais, de forma a compatibilizar o desenvolvimento econômico com a
preservação do equilíbrio ecológico. Como processos do licenciamento ambiental,
o monitoramento e a fiscalização objetiva avaliar, controlar e impedir impactos
passíveis de provocar degradação ambiental.
101
possível agregar, em torno de objetivos comuns, municipalidades que, por muitas
vezes, têm características geográficas e socioeconômicas semelhantes. O
resultado desse somatório de esforços é a minimização de custos, além de uma
adequação às normas ambientais.
102
REFERÊNCIAS
103
______. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Vocabulário
básico de recursos naturais e meio ambiente. Rio de Janeiro, 2004. 332p.
Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/ids/default_2012.s
htm>. Acesso em: 10. mar. 2015
104
______. Lei 9.984, de 17 de julho de 2000. Dispõe sobre a criação da Agência
Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras providências. Presidência da
República, Brasília, 17 de julho de 2000. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9984.htm>. Acesso em: 23. mar.
2015
______. Lei 10.650, de 16 de abril de 2003. Dispõe sobre o acesse público aos
dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do
Sisnama. Presidência da República, Brasília, 16 de abril de 2003. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.650.htm>. Acesso em:
14. abr. 2015
105
______. Lei 12.608, de 10 de abril de 2012. Institui a Política Nacional de
Proteção e Defesa Civil – PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de
Proteção e Defesa Civil – SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e
Defesa Civil - CONPDEC; autoriza a criação de sistema de informações e
monitoramento de desastres; altera as Leis n os 12.340, de 1o de dezembro de
2010, 10.257, de 10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979,
8.239, de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá
outras providências. Presidência da República. Brasília, 10 de abril de 2012.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12608.htm>. Acesso em: 09. mar. 2015
106
______. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente,
CONAMA. Resolução CONAMA N.º 237/97, de 19 de dezembro de 1997 – In:
Resoluções. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res87/res0987.html>. Acesso em: 20.
mar. 2015
107
______. Ministério do Meio Ambiente. Programa nacional de capacitação de
gestores ambientais. Caderno de licenciamento ambiental de estações de
tratamento de esgoto e aterros sanitários. Brasília, DF, v.2 2009. 67p.
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 14
ed. São Paulo: Saraiva, 2013, 961p.
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 9ª ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2014, 1680p.
108
em: <http://www.unric.org/pt/actualidade/31537-relatorio-da-onu-mostra-
populacao-mundial-cada-vez-mais-urbanizada-mais-de-metade-vive-em-zonas-
urbanizadas-ao-que-se-podem-juntar-25-mil-milhoes-em-2050>. Acesso em:
26. fev. 2015
109