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EN-000/00-0000.00-GER-A1-PV/MA-E-001-R5 05
Emitente Projetista
Centro de Pesquisas Rodoviárias
Rodovia Geral Engelog
Documentos de Referência
MN-2.0/P-GG-000-001
Documentos Resultantes
Observações
01 Geral 28/01/03
02 Geral 30/03/05
03 Geral 03/08/06
04 Geral setembro/2006
Emissão - junho/2002
Revisão 1 – janeiro/2003
Revisão 2 – março/2005
Revisão 3 - agosto/2006
Revisão 4 - Setembro/2006
Revisão 5 - dezembro/2006
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MANUAL PARA EXECUÇÃO DE PROJETO DE MISTURAS ASFÁLTICAS
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 03
2. MATERIAIS 03
2.1. CIMENTO ASFALTICO DE PETRÓLEO (CAP) 04
2.2. AGREGADOS 05
2.3. FILLER MINERAL 09
2.4. ADITIVOS MELHORADORES DE ADESIVIDADE 10
4. CONCLUSÃO 16
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MANUAL PARA EXECUÇÃO DE PROJETO DE MISTURAS ASFÁLTICAS
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste manual é padronizar os procedimentos para execução de um projeto de
misturas asfálticas dentro da filosofia de misturas adotadas pela ENGELOG, pois este é o ponto
de partida para se conseguir um pavimento de alta qualidade. Buscou-se o que existe de mais
atual na área, tanto no Brasil como no exterior. Analisamos diversos métodos de ensaios e
parâmetros especificados pelo SUPERPAVE, e, dada sua contribuição para o aperfeiçoamento
dos projetos de misturas, os adotamos, adaptados aos equipamentos de laboratório existentes no
Brasil. Trataremos adiante quais foram os métodos e parâmetros adotados e suas razões.
Utilizamos também recomendações do Manual de Asfalto - Série do Manual nº 4 (MS-4) edição
de 1989, publicado em 2001 em português pela Petrobrás do The Asphalt Institute ; a R 12-02
Bituminous Mixture Design Using the Marshall and Hveem Procedures da AASHTO, agências
americanas de renome, além de “Especificações do DNIT”; a publicação da ENGELOG para
treinamento de laboratoristas “COMO PROJETAR MISTURAS ASFÁLTICAS A QUENTE” e
outras agências brasileiras.
Nós, da ENGELOG, desejamos somente que a construtora contratada nos entregue uma pista
desempenada, compactada e com uma textura uniforme e segura, isto é, sem segregação. Para se
conseguir isto é necessário que se assegure que, principalmente, teor de asfalto, granulometria,
temperatura da massa estejam realmente dentro dos parâmetros especificados. Cumpridos estes
parâmetros, teremos um pavimento com o desempenho previsto no projeto.
Chamamos a atenção para o fato de que devemos seguir o método de ensaio especificado em
todos os seus passos, sem simplificações, que podem levar a resultados distorcidos, podendo
gerar erros que vão implicar, na realidade, em redução da vida útil do pavimento.
2. MATERIAIS
Para se conseguir um projeto de mistura adequado, além dos parâmetros especificados no
projeto do pavimento, é necessário que os materiais tenham também a qualidade especificada.
Embora ter materiais de qualidade excelente não é garantia de um bom projeto de mistura,
materiais com parâmetros inferiores aos especificados geralmente levam a uma massa de baixa
qualidade. O mais importante para um serviço de boa qualidade é a constância de fornecimento
sem grandes variabilidades de uma entrega para outra, principalmente, relativo aos agregados:
forma e granulometria.
A variação de parâmetros dos materiais gera, além de acréscimo de custo em controle e nas
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Tendo em conta que não é possível determinar uma relação “Viscosidade x Temperatura”
para cada carregamento que chega à obra, em função da necessidade de produção e do tempo
despendido para a realização do ensaio, adotamos então, para CAP 30-45, uma faixa de
temperatura entre 150o e 160oC para a operação da usina de asfalto. Este intervalo representa,
aproximadamente, a temperatura média dos CAP 30-45 entregues na obra. Com isso
definimos também que a temperatura da massa na saída do misturador deve ficar entre 160oC
e 170oC.
Este procedimento simplificado deve ser validado ou ajustado pelos ensaios de
viscosidade x temperatura do CAP recebido na obra na época da execução dos serviços.
Para execução do projeto de mistura asfáltica, devemos obrigatoriamente fazer a relação
“Viscosidade x Temperatura”, seguindo rigorosamente o método de ensaio especificado, e
adotar, para a confecção dos corpos de prova, os valores aí determinados. É muito importante
seguir este passo para garantir que estamos obtendo as temperaturas ideais para a mistura e
compactação. A de mistura vai garantir a espessura de filme ideal ao redor dos agregados (6
a 9 μm aprox.). Também, caso o agregado seja poroso, a penetração do CAP nos agregados,
permitindo a determinação da absorção de asfalto.
A temperatura de compactação irá garantir que a densidade do corpo de prova seja a mais
alta possível para a energia especificada. No nosso caso, para misturas densas, adotamos as
energias de 75 e 90 golpes do soquete Marshall por face, aplicada em queda livre e na
velocidade de 1 golpe/s.
2.2. AGREGADOS
Os agregados são importantes na pavimentação visto que a carga do tráfego é suportada
em grande parte pelo seu esqueleto na mistura. Os agregados devem ser limpos, duráveis,
duros e inertes. Por limpos devemos entender que não devem conter matérias estranhas ao
mesmo, tais como argilas, óleos, madeiras, etc. Um agregado graúdo com muito pó, desde
que seja da mesma origem da pedra não deve preocupar. A preocupação deve ser com a
constância granulométrica do agregado, não devendo o mesmo em alguns momentos
apresentar muitos finos e outros não.
Chamamos a atenção para as variações na matriz geológica do agregado dentro do
maciço rochoso, que pode levar a alterações significativas nos traços em uso, que se
refletem na densidade e/ou absorção de asfalto.
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Discriminação K Multp.
A = 100% - (% PASS. ACUM. # 3/8") 0,17 1
B = (%PASS.ACUM. # 3/8") - (%PASS.ACUM. # 4) 0,33 2
C = (%PASS.ACUM. # 4) - (%PASS.ACUM. # 40) 2,30 14
D = (%PASS.ACUM. # 40) - (%PASS.ACUM. # 200) 12,00 71
E = (%PASS.ACUM. # 200) 135,00 794
Como se pode observar, considerando as superfícies específicas de cada tamanho de
agregado a relação entre o material retido na tela #200 e # 3/8” é de 794 vezes. Isto significa
que 1 tonelada de material passante na peneira #200 consumirá 794 vezes mais asfalto do
que aquele retido na #3/8”.
Os agregados, devido à sua importância na mistura, são divididos em 3 grupos principais:
Graúdos, retidos na tela de 2mm e miúdos situados entre 2 mm e 0,074mm. Abaixo de
0,074mm são chamadas de “fillers naturais”.
O agregado graúdo pode ser subdividido em outros grupos, de acordo com o tamanho
máximo de cada um.
2.2.1. Agregado graúdo
O agregado graúdo é responsável pelo esqueleto da mistura, suportando em grande
parte o efeito da carga do tráfego sobre o pavimento. Por isto deve ter resistência à
compressão acima de 50 MPa e desgaste no ensaio Abrasão Los Angeles baixo
(Especificação DNIT ≤ 50%).
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Dada a alta incidência de tráfego pesado nas rodovias exige-se que o agregado
graúdo tenha, no mínimo, uma de suas faces quebrada. Para rodovias de alta densidade de
tráfego esta exigência é 100% dos grãos com 2 faces quebradas, no mínimo. Os
agregados com faces arredondadas facilitam o escorregamento da massa, induzindo a
formação de trilhas de rodas, por não permitir um travamento adequado entre os grãos.
A tendência atual é aumentar o percentual de agregado graúdo na mistura, para
combater o problema de deformações plásticas na massa. Como exemplo, temos misturas
do tipo Stone Matrix (Matriz de pedra), Stone Friction Course (Camada de fricção em
pedra), Camadas Rugosas tipo BBTM, Camadas Porosas de Atrito, etc.
2.2.2. Agregado miúdo
O agregado miúdo é, pela granulometria, o material que passa na peneira 2,00 mm
(nº. 10) e é retido na 0,075 mm (nº. 200). É também, comumente, chamada de areia.
Estas areias são divididas em naturais e britadas. As areias naturais são aquelas obtidas
em jazidas ou rios, estas também chamadas de “areias lavadas”. As areias naturais, por
possuir grãos arredondados, baixam a estabilidade de uma mistura, e facilitam o
escorregamento da massa. As areias britadas são as provenientes de jazidas de cascalho
ou pedreiras passadas através de uma central de britagem e devem apresentar, no
mínimo, uma de suas faces quebrada. Como é complicado se avaliar a quantidade de
faces quebradas de um agregado miúdo, a AASHTO desenvolveu o método (T 304 )
para se medir a angulosidade das areias, através do índice de vazios. As especificações
modernas, não aceitam o uso de areia natural numa mistura asfáltica para uma rodovia
de tráfego pesado. O SUPERPAVE especifica o valor do coeficiente de angulosidade em
função do tráfego previsto. Porém, para um tráfego pesado, define um índice de vazios
de 45%, o que impede, na prática, o uso da areia natural. De uma maneira geral, a areia
natural, na sua formação adquire uma forma arredondada que faz com que seu índice de
vazios, neste ensaio, seja inferior a 45%. Abaixo apresentamos uma tabela com a
recomendação do SUPERPAVE.
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No caso de camada delgada (e ≤ 3 cm) pode ser conveniente adicionar areia natural
à mistura visando reduzir a estabilidade da massa. O aumento de flexibilidade facilita
sua acomodação aos movimentos da base e, normalmente, uma deflexão maior do
pavimento. Estas bases, neste caso, costumam ser cascalhos lateríticos ou brita graduada
simples. Com isto se reduz a possibilidade de um trincamento prematuro do Concreto
asfaltico. Uma alternativa boa, neste caso, é a adoção de outro tipo de revestimento,
como Microrrevestimento.
Quando a camada de Concreto Asfáltico é espessa (e > 4 cm), não se recomenda o
uso de areia natural no projeto de mistura, a não ser que razões econômicas ou de
logística obriguem seu uso. Neste caso, devemos trabalhar com os agregados
disponíveis, conscientes de que podemos ter este tipo de problema no pavimento.
2.2.3. Filler natural
Filler é um anglicismo cuja tradução é “material de enchimento”. Esta fração é
muito importante por preencher os vazios deixados pela areia e garantir um índice de
vazios adequado ao projeto de mistura. De uma maneira geral o filler aumenta a rigidez
da mistura, dificultando a compactação da massa. As especificações americanas atuais
admitem uma relação Filler/Ligante entre 0,6 e 1,6.
É muito importante que o Filler não possua minerais expansivos em sua fração. As
especificações alemãs rejeitam qualquer material cuja fração de mineral expansivo na
fração Filler ultrapassar 10%. Neste caso este material é altamente susceptível à ação da
água, não sendo aprovado também no ensaio T 283 - Danos por Umidade Induzida
(DUI).
Na calibração de uma usina é muito importante garantir que o percentual de filler na
massa esteja dentro dos limites previstos no projeto. Variações significativas neste
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Após este tempo inicia-se a compactação dos corpos de prova com o soquete e moldes
aquecidos.
Após o esfriamento dos corpos de prova à temperatura ambiente, retira-se os mesmos dos
moldes e iniciam-se os ensaios de densidade aparente.
Nos ensaios de densidade, deve-se adotar o procedimento indicado pela AASHTO T 166
; T-275 ou TP 69.
Análises realizadas no Centro de Pesquisa indicam que, conforme aumenta-se o índice de
vazios dos corpos de prova aumenta-se a distorção na densidade no método sem parafina em
relação a ele parafinado. Com o método da AASHTO esta distorção é praticamente
desprezível, dentro da margem de erro do ensaio.
Simultaneamente inicia-se a preparação das misturas para o ensaio de Massa Específica
Máxima da Mistura, mantendo a mistura também 2 horas na estufa para se processar a
absorção do CAP pelo agregado, se houver.
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pesado, para a energia de 75 golpes. Opcionalmente pode ser adotado 4% de vazios com
energia de 90 golpes. Obviamente os outros parâmetros devem ser verificados e atendidos.
Caso não o sejam, devemos alterar a granulometria e reiniciar o projeto.
Outros parâmetros, embora não especificados, devem ser verificados, buscando garantir
uma boa mistura. São recomendações de diferentes autores, as quais, como caldo de galinha
que não faz mal, não custa ser verificados. São eles:
• O teor ótimo de CAP deve cair à esquerda do ponto mínimo do Índice de Vazios do
Agregado Mineral (VAM) em aproximadamente 0,5%.
• A relação Filler / ligante deve estar entre 0,6 e 1,6.
• O valor de tração por compressão diametral deve estar entre 0,6 e 1,2 MPA.
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4. CONCLUSÃO
Para se obter um bom projeto de mistura é necessário que seu comportamento em pista seja
excelente, não correndo quando compactada. Deve-se acompanhar o desempenho da massa na
usina e na pista, através da execução de todos os testes previstos (Granulometria, Compactação,
Teor de Asfalto) e da checagem do índice de vazios. Caso não tenhamos um bom desempenho da
massa espalhada e compactada, ajustes devem ser feitos, corrigindo os pontos fracos da mistura
ou refazendo o projeto.
Gostaríamos de chamar a atenção de que um traço não deve ser tratado de maneira definitiva,
devendo ser novamente estudado sempre que se constatar problemas ou alterações nos materiais
que estão sendo usados. Os mais importantes para estes reestudos são:
• Alterações granulométricas dos agregados,
• Alteração na Massa específica dos agregados,
• Alteração na absorção dos agregados,
• Alteração da qualidade ou fornecedor da Cal Hidratada,
• outros.
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