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EBOOK CIENTÍFICO

Maio | 2018
APRESENTAÇÃO
O presente ebook foi idealizado para atualizar e informar
os profissionais da área da saúde sobre os mais recentes
artigos da área. Será disponibilizado mensalmente conteúdos
nacionais ou internacionais exclusivos, acessíveis e de fácil
entendimento escritos pelo profissional da nutrição Pedro
Perim. A presente edição foi feita a partir dos principais artigos
publicados nas revistas internacionais em Abril de 2018.

SOBRE O AUTOR
Nutricionista, mestrando pela Faculdade de Medicina da USP,
pesquisador do Grupo de Pesquisa de Fisiologia Aplicada
e Nutrição da USP, coordenador científico do Science Play,
redator BF Eventos, speaker e consultor
Técnico da Glanbia Performance
Nutrition, nutricionista do setor de
Lipides e Aterosclerose da UNIFESP.

Pedro Perim

Boa leitura!
Sumário

Creatina Monohidratada Suplementação: . ................................................................3

Considerações para desempenho cognitivo em atletas.........................................3

Efeitos da suplementação de ferro versus ferro dietético sobre o estado


nutricional do ferro: revisão sistemática com meta-análise de ensaios clínicos
randomizados....................................................................................................................4

Efeitos da ingestão do Whey Protein Hidrolizada em Aminoacidemia pós-


prandial em comparação com um livre mistura de Aminoácidos em homens
jovens .................................................................................................................................5

Efeito de carboidratos versus carboidratos mais proteínas e antioxidantes no


estresse oxidativo e no dano muscular induzido pelo exercício resistido...........7

Jejum intermitente: a espera vale o peso?.................................................................8

Estresse e Obesidade: Existem pessoas mais suscetíveis?....................................9

Regulação Biológica / Genética do Físico nível de atividade : Consenso de


GenBioPAC..........................................................................................................................11

Ácidos Graxos Ômega-3 e Resistência à Insulina: Foco em regulamento das


Mitocôndrias e endoplasmática estresse do retículo...............................................12

Efeitos da suplementação com Beta-alanina durante um programa de


treinamento de força de 5 semanas : Estudo randomizado controlado...............13

A microbiota intestinal humana: metabolismo e perspectiva na obesidade.......15


Creatina Monohidratada Suplementação:
Considerações para desempenho
cognitivo em atletas
Steven B. Machek, BS and James R. Bagley, PhD Department of Kinesiology, College of Health and
Social Sciences, San Francisco State University, San Francisco, California

Um dos artigos mais populares publicados no mês de abril foi essa investigação
da suplementação de creatina e melhora de parâmetros cognitivos em atletas.
A suplementação de creatina é uma das estratégias mais prescritas e
utilizadas visando melhorar o desempenho físico. Isso é explicado pelo seu
efeito fisiológico de aumentar as concentrações de creatina e fosfocreatina
no músculo esquelético e o fornecimento de fosfato para a ressíntese de ATP,
uma reação muito utilizada em exercícios de alta intensidade de curta duração
visando fornecer energia.
Após a ingestão de creatina monohidratada o armazenamento corporal é
predominantemente no músculo esquelético, cerca de 90 – 90%, mas uma
porcentagem também é armazenada no tecido cerebral.
A literatura é bastante elucidada esm relação aos efeitos positivos da
suplementação de creatina no exercício físico, tanto que hoje em dia ela é
considerada nível A de evidência científica em relação a sua eficácia e segurança
por instituições renomadas na área da medicina, nutrição e exercício físico,
como por exemplo, o American College of Sports Medicine e o Australian
Institute of Sports.
Então, a partir dessa saturação na ciência em relação aos estudos com
creatina monohidratada, uma linha de pesquisa que vem crescendo bastante
é sobre seus efeitos em atividades cognitivas, que pode melhorar os sinais e
sintomas de algumas doenças, principalmente doenças neurodegenerativas,
mas também, levar a melhora no rendimento atlético.
A grande discussão dos autores que investigam esses efeitos cognitivos é que
a creatina é um importante componente para a homeostase da bioenergética
cerebral. Hoje em dia, alguns erros inatos de metabolismo são identificados
através de exames genéticos, mostrando alterações em enzimas relacionadas
ao metabolismo da creatina, e isso, impacta negativamente em questões
cognitivas, como por exemplo,memória, função mental e aprendizado.

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Nessa revisão, os autores compilam diversos estudos em uma tabela mostrando
justamente resultados interessantes em relação a suplementação de creatina
monohidratada com a melhora da memória, rapidez em testes de cálculos, melhora
da concentração, redução de sintomas de depressão e atenuação da piora de
função cognitiva causada pela privação do sono.
Os autores concluem que essa área da suplementação de creatina ainda vem
sendo bastante estudada e que algumas lacunas precisam ser preenchidas pela
ciência, porém, sem
dúvida, são resultados
promissores de um novo
efeito da ingestão de
creatina monohidratada
para melhora de
rendimento físico.

1. Benefícios da creatina monohidratada tanto no músculo quanto no cérebro


Referência: doi: 10.1519/SSC.0000000000000369

Efeitos da suplementação de ferro


versus ferro dietético sobre o estado
nutricional do ferro: revisão sistemática
com meta-análise de ensaios clínicos
randomizados
Luiz Gonzaga Ribeiro Silva Neto, João Eudes dos Santos Neto, Nassib Bezerra Bueno, Suzana Lima de
Oliveira & Terezinha da Rocha Ataide

A suplementação de ferro vem ganhando cada vez mais espaço como estratégias
para melhora do desempenho físico, principalmente exercícios de longa duração,
conhecidos como endurance.
Pensando nisso, esses autores publicaram uma revisão com meta análise
investigando se realmente existe a necessidade da suplementação de ferro ou
se modificações no planejamento alimentar, ou seja, a introdução desse mineral
vindo de alimentos seria o suficiente para equilibrar parâmetros relacionados ao
metabolismo do ferro, como por exemplo, ferritina, concentração de hemoglobina
e níveis séricos de ferro.

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Dentre os fatores que foram utilizados como critérios de inclusão na revisão,
foi estudos randomizados e controlados e que o período de intervenção dietética
tenha sido de 12 semanas ou mais, período esse que os autores consideram
suficiente para analisar alterações em exames bioquímicos relacionados ao
metabolismo do ferro.
Os autores também incluíram diferentes populações observacionais, ou seja,
estudos com crianças, adultos, homens e mulheres. É sabido que a recomendação
diária de ingestão de ferro varia de acordo com a faixa etária e gênero, porém,
nessa revisão isso foi avaliada de maneira individual e correlacionada com as
características de cada população.
Começando com as crianças ou autores mostraram que quando o estado
nutricional de ferro não possui alteração não há diferença em melhora dos
parâmetros no grupo com intervenção dietética e no grupo suplementado. Porém,
quando é observadas crianças com deficiência de ferro e/ou anemia os resultados
mostram-se melhores no grupo suplementado.
Em adultos os resultados são parecidos. Quando existe um equilíbrio nas
concentrações de ferro não é visto diferença entre os dois grupos. Porém,
quando existe uma anemia pré-estabelecida, as populações que fazem uso
de suplementos mostram-se mais responsivas em comparação ao grupo que
realizada intervenções na dieta, principalmente em parâmetros de capacidade
total de ligação do ferro e receptores de transferrina.
Os autores concluem pensando em indivíduos com alguma alteração bioquímica
no metabolismo de ferro, a utilização de suplementação pode ser mais eficaz do
que alterações dietéticas, mas isso não significa que excluir alimentos fontes desse
micronutriente seja o correto. O mais recomendado é avaliar individualmente cada
paciente e tentar ajustar um equilíbrio entre o consumo alimentar a suplementação
de acordo com a necessidade de cada um.
Referência: doi.org/10.1080/10408398.2018.1459469

Efeitos da ingestão do Whey Protein


Hidrolizada em Aminoacidemia
pós-prandial em comparação com um
livre mistura de Aminoácidos em homens
jovens
Kyosuke Nakayama, Chiaki Sanbongi and Shuji Ikegami; Food Science & Technology Research
Laboratories, Meiji Co., Ltd., 1-29-1 Nanakuni, Hachiouji, Tokyo 192-0919

A linha de pesquisa voltada a utilização da proteína do soro do leite (whey


protein) é amplamente investigada. Isso é explicado pelo fato do whey protein ser

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o suplemento mais utilizado atualmente pela população mundial, principalmente
por indivíduos que visam ganhar massa muscular.
Embora esse seja o principal público que faz uso desse suplemento, diversas
pesquisas mostram a efetividade para outros fatores, como por exemplo, redução
de fatores inflamatórios, aumento da secreção de hormônios relacionados à
saciedade e melhora de função vascular.
Mas, sem dúvida, as principais investigações voltadas ao uso do whey protein é
em relação à estimulação de síntese proteica e uma possível hipertrofia muscular.
É sabido que as concentrações plasmáticas de aminoácidos estão diretamente
relacionadas ao estímulo da síntese proteica, especialmente pelas concentrações
de leucina, devido ao seu papel sinalizador em algumas proteínas. Pensando
nisso, esses autores japoneses investigaram se há alguma diferença entre a
suplementação de whey protein hidrolisado com o mix de aminoácidos nas
concentrações de aminoácidos na corrente sanguínea (aminoacidemia) em uma
situação pós prandial.
Para isso, foram recrutados para o estudo 11 sujeitos saudáveis que foram
ao laboratório em estado de jejum. Os participantes foram divididos em quatro
grupos:
1 – 3,3g de whey protein hidrolisado
2 – 5,0g de whey protein hidrolisado
3 – 7,5g de whey protein hidrolisado
4 – 2,5g de aminoácidos essenciais
Os resultados observados foi uma
maior concentração de aminoácidos
essenciais na corrente sanguínea no
grupo 3, principalmente 30 a 60 minutos
após a ingestão

Em relação a concentração de leucina os


resultados foram parecidos, destaque para
o grupo 3, como mostra o gráfico ao lado.

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Os autores concluem que a ingestão de 7,5g de whey protein hidrolisado está
associada com uma melhor aminoacidemia pós prandial, incluindo os níveis isolados
de leucina. Esses resultados se relacionam com efeito no metabolismo das proteínas,
principalmente pensando em estimulação de síntese proteica.

Efeito de carboidratos versus


carboidratos mais proteínas e
antioxidantes no estresse oxidativo e no
dano muscular induzido pelo exercício
resistido
Daniel dos Santos Ferreira, Lydiane Tavares Toscano, Tayse Guedes Cabral, Gilberto Santos Cerqueira,
Ana Carla Lima de França, Alexandre Sérgio Silva
Received: 16 November 2017 / Accepted: 26 March 2018; Springer-Verlag Italia S.r.l., part of Springer
Nature 2018

A suplementação de carboidrato é bastante discutida na ciência em relação


aos seus efeitos no conteúdo de glicogênio muscular, principalmente em
exercícios de longa duração, o qual a utilização desse substrato energético é
predominante.
Porém, pouco é discutido em relação ao efeito antioxidante e redução de
lesões musculares após o exercício físico. Então, pesquisadores brasileiros
investigaram justamente esse efeito da suplementação isolada de carboidratos
em comparação a um produto que possui em sua composição carboidratos,
proteínas e antioxidantes.
Para isso, os autores recrutaram dez indivíduos que foram divididos em três
grupos, sendo um controle que ingeria água e os outros dois diferenciando entre o
conteúdo ingerido além de carboidratos. Todos os participantes foram submetidos
a uma sessão aguda de treinamento de força para subsequente análise do estresse
oxidativo e lesões musculares induzidos pelo
treinamento.
A tabela ao lado mostra a diferença da
composição nutricional dos dois produtos
investigados, sendo CHO o produto que contém
apenas carboidratos e o CPA o produto que
contém além de carboidratos, proteínas e
micronutrientes.

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Um dos marcadores utilizados para analisar
lesão muscular foi o nível sérico da enzima
creatina kinase. Os resultados mostraram
um maior nível no grupo que ingeriu apenas
carboidratos, principalmente imediatamente
após a sessão de exercício físico.

Já em relação à questão antioxidante


os autores não viram diferenças entre
os grupos. O que não necessariamente
é um resultado negativo, já que estudos
prévios mostram que o estresse
oxidativo causado pelo treino é um fator
importante para a sinalização visando
hipertrofia muscular.

Referência: https://doi.org/10.1007/s11332-018-0451-4

Jejum intermitente: a espera vale o peso?


Mary-Catherine Stockman & Dylan Thomas, Jacquelyn Burke & Caroline M. Apovian

A prática do jejum intermitente vem sendo bastante discutida e realizada pela


população brasileira, mas, muitas vezes essa prática é realizada de maneiras
incoerentes com o que a literatura mostra resultado. Sendo assim, muitas vezes
a utilização dessa estratégia de maneira errônea para redução de peso corporal
pode ocasionar alterações fisiológicas negativas.
Pensando nisso, autores estadunidenses discutem nessa revisão justamente
esses diferentes tipos de jejum e as implicações no organismo. Dentre os tipos de
jejum, os mais estudados e discutidos são:
- Dias alternativos: dias alternados entre jejum (<25% menos calorias que o VET)
e dias de consumo livre.
- Jejum com restrição de tempo: ingestão de alimentos durante uma “janela” ao
longo do dia (por exemplo, 8h de possível ingestão e 16h de jejum).

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- Jejum periódico: jejum por mais de 24h uma ou duas vezes na semana e os
demais dias com consumo livre.
Os autores levantam dados que mostram um possível efeito do jejum intermitente
sobre parâmetros metabólicos, como redução da inflamação, melhora do
metabolismo da glicose, redução de marcadores cardiovasculares e outros
efeitos. Os estudos também mostram um efeito positivo em relação à redução
do peso corporal principalmente em indivíduos obesos. A grande discussão dos
autores é que a maioria dos resultados é inconsistente e com o protocolo de jejum
pouco explicativo, sendo inconclusivo se essa perda de peso é resultado de jejum
ou por conta de uma redução
no consumo de calorias
ingeridas. Além disso, muitos
estudos são realizados
em ratos. Portanto, mais
estudos bem delineados são
necessários para preencher
algumas lacunas em relação à
ciência do jejum intermitente.
Na imagem a seguir,
mostra um pouco dos efeitos
fisiológicos que acontece
após a ingestão de alimentos.

Estresse e Obesidade: Existem pessoas


mais suscetíveis?
Eline S. van der Valk,& Mesut Savas & Elisabeth F. C. van Rossum

A obesidade é a pandemia com maior preocupação global devido ao seu


crescimento descontrolado na população atual. Diversos aspectos estão
relacionados a esse aumento do número de pessoas acima do peso, dentre
eles, são tradicionalmente discutidos o sedentarismo, aumento do consumo de
alimentos ultraprocessados, deficiência de vitaminas e minerais, alterações no

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ciclo circadiano e estresse.
Pensando nesse ultimo fator, foi publicado ontem (16/04/2018) por autores
holandeses um artigo de revisão onde reúne diversas evidências com o objetivo
de avaliar se existe alguma relação entre o estresse e a obesidade.
Dentre os fatores discutidos os autores destacam a influencia da secreção
excessiva e crônica do cortisol com o aumento de peso, acúmulo de gordura
abdominal, desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, tais como,
diabetes, hipertensão, dislipidemias e síndrome metabólica.
Porém, o mais curioso desse estudo foi à observação de diferenças interindividuais
de pessoas com excesso de peso, os autores discutem que outras interferências
podem estar relacionadas ao desequilíbrio dos níveis de cortisol. Dentre esses
fatores, os mais evidentes e estudados são:
- Questões genéticas (polimorfismos que estão associados ao desenvolvimento
da obesidade).
- Doenças associadas.
- Influências externas (consumo excessivo de álcool, tabagismo e administração
de fármacos).
- Desordens psicológicas (transtornos alimentares e cultos ao corpo perfeito).
- Estilo de vida (sedentarismo, alimentação desequilibrada, privação de sono e
trabalhos por turnos).
Em conclusão, ou autores relatam que tentar equilibrar os níveis de cortisol
em obesos através da modulação
dos fatores acima, pode ser uma
estratégia preventiva e terapêutica
para o excesso de peso.
Nesse artigo os autores
compilam todos esses fatores em
uma imagem muito interessante,
mostrando toda a correlação
influenciando no ganho de peso
excessivo.

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Regulação Biológica / Genética do Físico
Nível de atividade : Consenso de
GenBioPAC
J. TIMOTHY LIGHTFOOT, ECO J. C. DE GEUS, FRANK W. BOOTH, MOLLY S. BRAY, MARCEL
DEN HOED, JAAKKO KAPRIO, SCOTT A. KELLY, DANIEL POMP, MICHAEL C. SAUL,MARTINE A.
THOMIS2, THEODORE GARLAND JR, and CLAUDE BOUCHARD

Sabe-se que a atividade física é considerada um dos principais aliados para a


promoção da saúde e qualidade de vida. Porém, o que é mais visto hoje em dia é a
inatividade física e o sedentarismo. Esses fatores estão diretamente relacionados
com o aumento do número de indivíduos obesos no mundo e um aumento
da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, como por exemplo,
dislipidemias, diabetes e doenças cardiovasculares.
Isso tem se tornado uma preocupação global. Instituições renomadas como,
por exemplo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra-se extremamente
preocupadas com essa situação e por isso, criam-se cada vez mais campanhas
visando estimular a atividade física pela população.
Pensando nisso, esses autores publicaram uma breve revisão mostrando a
influencia de fatores biológicos e genéticos na mensuração do nível de atividade
física da população.
Reunindo estudos prévios, os autores discutem que alguns mecanismos
biológicos estão relacionados com o comportamento sedentário dos indivíduos.
Dentre esses mecanismos, se destacam:
- O centro de recompensas no cérebro como um importante regulador de atividade
física.
- As capacidades cardiovasculares e musculoesqueléticas com associados ao
perfil de atividade física.
- Fatores genéticos
- Fatores biológicos como gênero, hormônios, doenças e enfermidades que podem
causar alterações metabólicas associadas ao nível de atividade física.
- Fatores ambientais como alimentação, medicamentos e substâncias tóxicas
que estão ligadas a mecanismos reguladores da prática de atividade física.
- Fatores sociais que podem influenciar na vontade de realizar algum exercício.
A imagem seguinte compila essas informações e mostra a relação de todos
esses fatores como mecanismos que explicam a regulação da atividade física
pela população.

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Ácidos Graxos Ômega-3 e Resistência
à Insulina: Foco em regulamento das
Mitocôndrias e endoplasmática estresse
do retículo
Marilena Lepretti, Stefania Martucciello, Mario Alberto Burgos Aceves, Rosalba Putti e Lillà
Lionetti

A resistência a insulina é um quadro metabólico característico de pacientes com


diabetes tipo 2. O mecanismo de captação da glicose sanguínea é prejudicado por
conta de algum fator que interfere na cascata de ativação que no final culmina na
translocação do GLUT4 para a membrana celular.
Alguns fatores inflamatórios estão relacionados à piora desse quadro de
resistência a insulina, destacando a produção de citocinas pro inflamatórias,
estresse oxidativo tanto no reticulo endoplasmático, quanto na mitocôndria.
Pensando nisso, pesquisadores italianos publicaram uma revisão discutindo
os efeitos do consumo de ômega 3 na regulação da inflamação no retículo
endoplasmático e na mitocôndria.
É sabido pela ciência que o ômega 3 desempenha um papel anti inflamatório
em diversas células do organismo. Isso é explicado pelo fato da sua composição
ter inúmeros compostos bioativos que auxiliam nesse processo anti-inflamatório,
além da presença de ácidos graxos essenciais, como por exemplo, o ácido alfa-
linoleico, EPA e DHA.

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A imagem abaixo representa o efeito fisiológico da ingestão de ômega 3. Mostrando
a redução do estresse oxidativo no retículo endoplasmático, já na mitocôndria,
aumentando a beta-oxidação, reduzindo a oxidação de lipídeos, além de reduzir
as concentrações de espécie reativas de oxigênio e consequentemente reduzir
a expressão de citocinas pró-inflamatórias. Todos esses fatores em conjunto
ocasionam uma melhora do quadro de sensibilidade a insulina devido a melhor
funcionalidade da cascata de ativação responsável pela translocação do GLUT4.

Efeitos da suplementação com


Beta-alanina durante um programa de
treinamento de força de 5 semanas :
Estudo randomizado controlado
José Luis Maté-Muñoz, Juan H. Lougedo, Manuel V. Garnacho-Castaño, Pablo Veiga-Herreros,
María del Carmen Lozano-Estevan, Pablo García-Fernández, Fernando de Jesús, Jesús Guodemar
Pérez, Alejandro F. San Juan and Raúl Domínguez

A suplementação de beta-alanina embora seja uma substancia recentemente


descoberta, vem sendo amplamente utilizada. Isso é explicado pela gama de
estudos que comprovam sua eficácia principalmente em exercícios de alta
intensidade.
A beta alanina é o fator limitante para a síntese de carnosina muscular. A
carnosina é um dipeptídeo citoplasmático formado pela própria beta alanina em
conjunto com o aminoácido L-histidina.
Durante exercícios de alta intensidade a carnosina muscular atua como uma
substancia tamponante, ou seja, ela atenua o acúmulo de íons de hidrogênio
no músculo esquelético, o que está diretamente relacionado com a redução da
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acidose muscular e consequentemente reduzindo a fadiga.
A relação da suplementação de beta alanina com exercícios de musculação ainda
não é tão clara pela ciência. Existem poucos estudos com resultados controversos,
alguns mostrando um efeito ergogênico, outros sem mostrar resultado algum.
Nesse estudo publicado em 2018 os autores encontraram um efeito positivo
da suplementação de beta alanina em indivíduos que realizam um programa de
treinamento de força durante cinco semanas. Após o período de suplementação
e treinamento, foi observado o resultado positivo em relação ao ganho de força e
aumento do numero de repetições.
Mas o que diferencia esse estudo dos demais que não mostraram resultado? A
grande chave da questão é na metodologia usada para o treinamento. Enquanto
estudos prévios utilizaram exercícios de força realizados de maneira isolada, esse
estudo realizou os treinos em um formato de circuito, revezando entre 3 aparelhos
para o mesmo compartimento muscular.
Isso causa uma grande alteração tanto na via energética predominante quanto
na intensidade do treino. E são justamente esses fatores que são considerados
essenciais para uma avaliação se a modalidade esportiva de determinado atleta/
paciente é uma modalidade que responderia de maneira positiva a suplementação
de beta alanina e seu subsequente aumento de carnosina muscular atuando como
uma substância tamponante.
As tabelas abaixo mostram os valores de numero de repetições e peso carregado
nos exercícios.

Melhorias médias no número de séries executadas no teste incremental de BS pré-versus pós-treino a 1RM

Melhorias médias no número de quilos levantados no teste incremental de BS pré-versus pós-treino a 1RM

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A microbiota intestinal humana:
metabolismo e perspectiva na obesidade
Aline Corado, Christian Hoffmann, João Felipe Mota

Os estudos relacionando o desequilíbrio da microbiota como um importante fator


de desenvolvimento de diversas doenças vêm crescendo bastante pela literatura
científica.
Fatores associados a esse desequilíbrio, como por exemplo, a disbiose intestinal
é associada a efeitos negativos na manutenção da homeostase corporal e
imunossupressão.
A microbiota humana consiste em um conjunto de mais de 100 trilhões de
bactérias. Porém, diversos fatores podem interferir nesse equilíbrio da microbiota,
sendo os mais evidenciados os fatores dietéticos (alto consumo de alimentos
ultraprocessados, deficiência de vitaminas e minerais e baixo teor de fibras),
ingestão regular de medicamentos, tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e
sedentarismo.
Nessa revisão publicada em abril por pesquisadores brasileiros, eles relacionam
os efeitos desse desequilíbrio com fatores metabólicos e fisiológicos relacionados
à obesidade.
Começando pela interferência no sistema imune, o artigo discute que as bactérias
presentes no intestino realizam um papel de modulação do sistema imune. Isso
é feito através da modulação de algumas células, como por exemplo, a natural
killer, receptores de células natural killer e receptores de células T. O desequilibro
dessas células provoca uma secreção exacerbada de fatores inflamatórios, tais
como, citocinas, fator de necrose tumoral e interféron gama.
Pensando em fatores dietéticos, o equilíbrio da microbiota sobre uma grande
influência de alguns nutrientes, principalmente dos carboidratos, através do
seu metabolismo de fermentação. Além dos carboidratos algumas bactérias são
provenientes do metabolismo dos lipídeos, mais especificadamente, os ácidos
graxos de cadeia curta.
Por fim, outra associação muito evidenciada pela ciência é a questão da
saciedade. A saciedade é um dos fatores mais desafiadores para ser controlado
em indivíduos obesos, e a microbiota possui um papel de extrema importância
nesse controle. Estudos prévios mostram que em população com equilíbrio da
microbiota a secreção de hormônios como grelina e GLP-1 são maiores, e isso tem
um reflexo na compulsão alimentar, tendo uma sensação maior de saciedade.

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