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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA


TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Terceira Câmara Cível
5ª Av. do CAB, nº 560 - Centro - CEP: 41745971 -
Salvador/BA

RELATÓRIO

Classe : Apelação n.º 0504372-09.2017.8.05.0103


Foro de Origem : Foro de comarca Ilhéus
Órgão : Terceira Câmara Cível
Relator(a) : Desª. Telma Laura Silva Britto
Apelante : Companhia de Eletricidades do Estado da Bahia - Coelba
Advogado : Rossana Daly de Oliveira Fonseca (OAB: 3558/RN)

Se impresso, para conferência acesse o site http://esaj.tjba.jus.br/esaj, informe o processo 0504372-09.2017.8.05.0103 e o código P00000009H7TM.
Advogado : Israel Diógenes Dumaresq de Souza (OAB: 11202/RN)
Apelado : Sergio Santos de Oliveira
Advogado : Thamilis Costa Braitt (OAB: 41929/BA)
Rec. Adesivo : Sergio Santos de Oliveira

Trata-se de Apelação e Recurso Adesivo interpostos em ação ordinária


proposta por Sérgio Santos de Oliveira em face da COELBA – Companhia de
Eletricidade do Estado da Bahia.

Adoto o relatório da sentença de fls. 358/367, acrescentando que foram


julgados procedentes, em parte, os pedidos, conforme a seguinte transcrição:

“Pelo exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos formulados na inicial para: a)


DETERMINAR, em tutela de urgência, que a acionada regularize o fornecimento de

Este documento foi assinado digitalmente por TELMA LAURA SILVA BRITTO.
energia elétrica na residência do autor, bem como suspenda as cobranças praticadas na
conta corrente do demandante até a confirmação do efetivo fornecimento do serviço e
regularização das faturas; b) CONDENAR a Ré a restituir em dobro a quantia de R$
949,19, debitada indevidamente na conta corrente do autor, acrescida de juros e
correção monetária; c) CONDENAR a requerida ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez
mil reais) em favor da parte autora, a título de indenização pelos danos morais sofridos,
devidamente corrigido desde a data da sentença e acrescido de juros legais à base de 1%
ao mês, desde a data do evento danoso até o seu efetivo pagamento; e d) CONFIRMAR
a tutela de urgência neste ato deferida, tornando-a definitiva.”

A parte autora interpôs embargos de declaração, que foram acolhidos em


parte, retificando a sentença nos seguintes termos:

“Acolho os Embargos, para, em face da omissão da decisão de fls. 358/367, declará-la

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para nela fazer constar que a multa diária em caso de descumprimento da obrigação de
fazer será no valor de R$ 300,00 (trezentos reais); e que os juros relativos ao dano
material, R$ 949,19 (novecentos e quarenta e nove reais e dezenove centavos), serão
calculados desde a citação, enquanto a correção monetária deverá incidir desde 01 de
novembro de 2015.”

Irresignada, a parte Ré apelou, às fls. 383/403, sustentando que a

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instalação da unidade consumidora se encontra ativa e que as ocorrências M200, M121
e M141 demonstram que o equipamento de medição estava com defeito, pelo que a
unidade vem sendo faturada pelo mínimo da fase.

Sustenta que foram encontradas no sistema cinco reclamações feitas pelo


Apelado e que, na primeira reclamação, o Autor não foi localizado; na segunda, que a
unidade estava com o fornecimento suspenso e com o padrão deficiente; na terceira
queixa, a unidade do cliente não foi religada devido a árvore que o cliente deveria
podar; sobre a quarta reclamação, informa que foi constatado que seria necessário
colocar um poste e lançar um vão de rede, mas não tinha um imóvel construído no local;
sobre a última reclamação, constatou que o ramal de serviço estava cruzando com outra
casa.

Fundamenta que o serviço foi suspenso por falta de adequação técnica na

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unidade consumidora, imputando ao Apelado a responsabilidade de tal adequação.

Alega que cumpriu com a legislação aplicável e que não há razão para a
desconstituição do débito cobrado, pois a Ré seguiu os termos da Resolução da ANEEL
nº 414/2010.

Requer a improcedência do pleito de danos morais, por não haver nexo


causal entre a sua conduta e o dano experimentado pelo Apelado, e alega que a
indenização arbitrada vai de encontro aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.

Requer a improcedência do pedido de restituição em dobro, sob o

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argumento de que não houve obrança indevida e sim pagamento em duplicidade.

Intimado, o Apelado ofereceu contrarrazões, às fls. 442/453, postulando o


improvimento do recurso. Apresentou, ainda, Recurso Adesivo, pugnando pela
majoração do quantum da indenização por danos morais e a majoração do honorários de
sucumbência, fazendo-o com fulcro no art. 85, §11º, do CPC.

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Intimado para apresentar contrarrazões ao Recurso Adesivo, a
concessionária Ré se quedou inerte, conforme certidão de fls. 456.

Remetidos os autos a este Tribunal e distribuídos a esta Terceira Câmara


Cível, coube-me, por sorteio, o encargo de relatá-los.

Com este sucinto relato, nos termos do art. 931 do CPC/2015,


encaminhem-se os autos à Secretaria para inclusão em pauta de julgamento, observada a
faculdade das partes de realizarem sustentação oral (art. 937, VIII).

Salvador, em 14 de janeiro de 2019.

Telma Laura Silva Britto


Relatora

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ACÓRDÃO

Classe : Apelação n.º 0504372-09.2017.8.05.0103


Foro de Origem : Foro de comarca Ilhéus
Órgão : Terceira Câmara Cível
Relator(a) : Desª. Telma Laura Silva Britto
Apelante : Companhia de Eletricidades do Estado da Bahia - Coelba
Advogado : Rossana Daly de Oliveira Fonseca (OAB: 3558/RN)

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Apelado : Sergio Santos de Oliveira
Advogado : Thamilis Costa Braitt (OAB: 41929/BA)
Rec. Adesivo : Sergio Santos de Oliveira

APELAÇÃO CÍVEL. RECURSO ADESIVO. SUSPENSÃO DO


FORNECIMENTO DE ENÉRGIA ELÉTRICA. COBRANÇA
INDEVIDA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS EM
CONCRETO. QUANTUM MANTIDO. SENTENÇA MANTIDA.
APELO IMPROVIDO. RECURSO ADESIVO IMPROVIDO.

Incumbe ao Réu/Apelante comprovar o fato impeditivo do direito do


Autor, nos termos do art. 373, II, do CPC.

Este documento foi assinado digitalmente por TELMA LAURA SILVA BRITTO.
Caso em que a Apelante não logrou êxito em comprovar a alegação de
inadequação técnica existente na unidade consumidora, restando
patente a ilegalidade de sua conduta, vez que, apesar de não fornecer o
serviço, efetuava cobranças mensais ao Autor/Apelado.

Indevida a cobrança, devem os valores ser restituídos em dobro.

Configurado o dano moral, o quantum indenizatório deve atender à


equação de não importar o valor arbitrado em enriquecimento ilícito
do requerente e, ao mesmo tempo, desestimular, de forma

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contundente, qualquer atividade nociva similar à denunciada pela


vítima, por parte da requerida (efeito pedagógico da medida)

Sentença mantida. Apelo Improvido. Recurso Adesivo Improvido.

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº.


0504372-09.2017.8.05.0103, sendo Apelante Companhia de Eletricidades do Estado da
Bahia - Coelba e Apelado (a) Sergio Santos de Oliveira, ACORDAM os
Desembargadores componentes da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do
Estado da Bahia em conhecer e negar provimento ao recurso de apelação e ao
recurso adesivo.

Sala das Sessões, em de de 2019.

____________________Presidente

Este documento foi assinado digitalmente por TELMA LAURA SILVA BRITTO.
____________________Relatora

____________________Procurador de Justiça

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VOTO

Classe : Apelação n.º 0504372-09.2017.8.05.0103


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Órgão : Terceira Câmara Cível
Relator(a) : Desª. Telma Laura Silva Britto
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Apelado : Sergio Santos de Oliveira
Advogado : Thamilis Costa Braitt (OAB: 41929/BA)
Rec. Adesivo : Sergio Santos de Oliveira

A irresignação dos Recorrentes não merece prosperar.

Na petição inicial, o Autor alegou que não havia prestação de serviços,


mas a Ré gerava mensalmente faturas de consumo e efetuava descontos em sua conta
bancária, pelo que requereu a devolução em dobro de tais valores e, ainda, indenização
por danos morais pela ausência da prestação dos serviços.

Em sede de contestação, o Réu não negou a ausência da prestação dos


serviços, mas aduziu ser culpa exclusiva do consumidor Autor, por não haver adequação
técnica na unidade, devendo o Autor proceder à tal adequação.

Este documento foi assinado digitalmente por TELMA LAURA SILVA BRITTO.
Diante disso, caberia ao Réu/Apelante comprovar o fato impeditivo do
direito do Autor, nos termos do art. 373, II do CPC.

Entretanto, o Apelante não se desincumbiu de seu ônus, pois, em que


pese alegar culpa exclusiva do consumidor por não haver adequação técnica na unidade,
deixou de produzir provas nesse sentindo, apenas colacionando ao bojo da contestação
telas de seu sistema interno visando demonstrar que as cobranças estavam sendo
realizadas pelo “mínimo da fase”.

Nesse sentido, diz o MM Juiz a quo:

“Em sua defesa, a requerida afirmou que a ligação da unidade foi realizada em

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11/09/2010 e que ocorreram as seguintes situações que justificaram a suspensão dos


serviços: equipamento de medição com defeito; ramal desconectado; padrão deficiente;
árvore no local; necessidade de colocar poste e lançar vão de rede e ramal de serviço
cruzando com outra residência.

Para provar suas alegações, a acionada anexou apenas duas telas na contestação,
que foram extraídas do seu sistema unilateralmente e que não provam a veracidade dos

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problemas técnicos mencionados e nem a ciência da parte autora.

Nesse ponto, verifico que a requerida em nenhum momento anexou aos autos
relatórios que comprovem as aludidas inadequações técnicas, ou mesmo qualquer
notificação ao autor esclarecendo acerca dos problemas técnicos que impediam o
fornecimento dos serviços, embora o demandante tenha comprovado, através de
protocolos, haver realizado diversas reclamações, conforme já dito, as quais foram
ignoradas.

Assim, concluo ter havido falha na prestação de serviços da Ré, bem como
descaso para com o consumidor, vez que este não foi informado da existência de
qualquer problema técnico, nem foi advertido de que deveria promover a instalação de
equipamentos ou modificações em sua rede elétrica, em desacordo com o art. 142 da
Resolução da ANEEL 414/2010, conforme vejamos: (…).”

Não tendo a Apelante comprovado a alegada inadequação técnica


existente na unidade consumidora, resta patente a ilegalidade nas condutas da ré que,

Este documento foi assinado digitalmente por TELMA LAURA SILVA BRITTO.
apesar de não fornecer o serviço, efetuava cobranças mensais ao Autor.

Assim, evidentemente indevida a cobrança realizada, aplicou bem o


direito à espécie o Juízo a quo ao determinar a restituição em dobro dos valores
indevidamente descontando da conta corrente do autor referente a período em que não
estava havendo prestação de serviço.

Por sua vez, a responsabilidade do fornecedor de serviços públicos é


objetiva, nos termos do art. 14 do CDC, de modo que, uma vez comprovada a
ilegalidade da conduta da Ré e o nexo de causalidade, resta demonstrado o dever de
indenizar.

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No que tange ao quantum indenizatório, o montante deve atender à


equação de não importar o valor arbitrado em enriquecimento ilícito do requerente e,
ao mesmo tempo, desestimular, de forma contundente, qualquer atividade nociva
similar à denunciada pela vítima, por parte da requerida (efeito pedagógico da
medida):

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“A obrigação de reparar o dano recai sobre o autor do ato ilícito, independentemente de
qualquer enriquecimento que ele tenha obtido. A reparação constitui, em princípio, uma
sanção, e quando esta é de somenos, incorpora aquilo que se denomina de risco da
atividade, gerando a tão decantada impunidade” (Sergio Cavalieri Filho, “Programa de
Responsabilidade Civil”, Malheiros Editores, 3ª ed., pág. 98)

Considera-se, ainda, nesta equação, a repercussão do dano e a condição


econômica do seu causador.

Vê-se, assim, que o valor de R$ 10.000,00 é suficiente para amenizar o


sofrimento suportado pelo Autor e, também, para infligir punição ao Réu, de modo a
desestimular a perpetuação da sua política de atuação, com menosprezo ao consumidor.

Isto posto, irreparável a sentença, NEGO PROVIMENTO a Apelação do


Réu e ao Recuso Adesivo do Autor.

Este documento foi assinado digitalmente por TELMA LAURA SILVA BRITTO.
Considerando o trabalho adicional realizado em grau recursal e em
consonância com as diretrizes traçadas para o arbitramento dos honorários advocatícios
de sucumbência insertas no art. 85, do CPC/2015 (aplicável à espécie), de modo a
valorizar e retribuir o trabalho do profissional que patrocinou a causa e atendendo,
ademais, aos princípios da equidade e da razoabilidade, majoro os honorários arbitrados
ao advogado do autor para 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação.

É como voto.

Salvador, em de de 2019.

Telma Laura Silva Britto


Relatora

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