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Explicando melhor, b é um número real e F(b) será um número complexo, com parte
real igual a 1 e parte imaginária igual a b.
O que acontece com a fase de F(b) à medida que b varia de um valor
arbitrariamente pequeno até um valor arbitrariamente grande?
Só lembrando, a fase de um número completo é o ângulo que o vetor que vai da
origem até esse número faz com o eixo real positivo.
Se você preferir, no lugar do plano complexo, você pode imaginar que está
trabalhando no plano cartesiano (x, y). As conclusões serão as mesmas.
Vamos fazer uma análise gráfica da fase de F(b) à medida que b varia de um valor
arbitrariamente pequeno até um valor arbitrariamente grande.
Na Figura a seguir temos o número complexo (b j + 1) representado graficamente no
plano complexo (vetor em azul), com parte real 1 e parte imaginária b. E lembre que
estamos interessados na fase (ângulo com relação ao eixo real positivo, em verde) deste
número complexo.
.
Note que podemos deslocar essa figura para a esquerda (ou o eixo imaginário para
a direita) sem alterar o ângulo de interesse (em verde). Vamos deslocar o vetor F(b) e o
vetor que representa a parte real de 1 unidade para a esquerda.
O que equivale a reescrever F(b) como:
Talvez isso ainda não faça sentido para você, mas fará quando nossa função tiver
mais fatores. O importante é notar que o ângulo de interesse continua inalterado.
E agora, no plano complexo, podemos visualizar facilmente o que acontece com a
fase de F(b), quando b varia de um valor arbitrariamente pequeno até um valor
arbitrariamente grande.
Vamos começar com b arbitrariamente pequeno, como na figura a seguir.
E vamos começar com um valor arbitrariamente pequeno para b, por exemplo, b =
-10
10 . Calculamos a fase de
Esta fase é de cerca de 5,7*10-9 grau, que para efeitos práticos é zero.
Vamos tentar um número não tão pequeno, que tal b = 10-2? A fase de
É de cerca de 0,57 grau, o que ainda pode ser considerado zero. Calculando a fase
de F(b) para outros valores de b, temos:
Como mostra a figura a seguir, para b próximo de zero, a fase de F(b) temos é de
quase 180 graus.
E para b arbitrariamente grande a fase de F(b) tende a 90 graus, como pode ser
visto na figura a seguir. Poderíamos fazer as contas para essa nova função F(b), mas acho
que você já está convencido de que esse é o comportamento da fase.
Que tal agora combinarmos as duas coisas? Ou seja, vamos usar a seguinte F( b):
Transladando (jb + 1) para a esquerda e (jb - 2) para a direita, nossa figura fica um
pouco menos poluída (e os ângulos continuam exatamente os mesmos).
Mesmo antes de fazer essa análise você já deve saber o que esperar. Se com a
função F(b) anterior a fase começou em 180 graus, aumentou e voltou a 180 graus, é de se
esperar que com essa nova função, a fase comece em 180 graus, diminua e depois volte a
180 graus. Faça um desenho e confira. E depois você pode generalizar o resultado para
uma função:
Então podemos fazer exatamente a mesma construção gráfica que fizemos para:
Muito bem, para b próximo de zero temos α = 180 graus e β = γ = 0 grau. À medida
que aumentamos b, α vai diminuindo de 180 graus para 90 graus e tanto β quanto γ
aumentam de 0 grau até 90 graus. Mas, note que β e γ terão contribuição negativa (✕). Ou
seja, temos um ângulo indo de 180 graus para 90 graus e outros dois ângulos indo de 0
grau para -90 graus, e a variação total ocorre de +180 graus para -90 graus.
As três contribuições estão diminuindo então a fase de F( b) está sempre diminuindo
e não precisamos nos preocupar se o ângulo β aumenta mais rápido do que o ângulo α
diminui.
Ou seja, a fase de G(j ω) para ω variando de 0 a infinito é exatamente a fase de F(b)
para b variando de 0 a infinito.
E agora podemos nos referir aos termos do numerador e aos termos do
denominador como zeros (raízes do numerador) e polos (raízes do denominador).
A função:
E podemos desenhar, ou apenas imaginar as fases de (jω + 1), (jω + 2) e (jω +3), à
medida que ω varia de 0 a infinito. A figura a seguir mostra essas fases para um valor
intermediário de ω.
Para ω próximo de zero, as três fases também estão próximas de zero. Quando ω
aumenta, as três fases aumentam; tendendo a 90 graus para ω tendendo a infinito.
Lembrando que temos três polos (✕) e que a contribuição em fase de cada um
deles é negativa, concluímos que a fase de G(jω) vai de 0 a -270 graus, à medida que ω
varia de 0 a infinito. E isso é válido sempre que G(s) tiver três polos no semi-plano da
esquerda, qualquer que seja a posição relativa desses três polos.
E que tal falarmos agora do que acontece com o módulo de G(jω)?
É fácil perceber que os módulos de (jω + 1), de (jω + 2) e de (jω +3) aumentam à
medida que ω aumenta. Para ω próximo de 0, esses módulos são cerca de 1, 2 e 3
respectivamente; e para ω tendendo a infinito, esses três módulos tendem a infinito.
Mas lembre-se, -1, -2 e -3 são polos de G(jω) , então o módulo de G(jω) é cerca de ⅙
para ω próximo de 0 e tente a 0 quando ω tende a infinito, já que o módulo do denominador
de G( jω) tende a infinito quando ω tende a infinito.
Vamos agora esboçar o que acontece com o número complexo G(jω) no Plano-s, à
medida em que variamos ω de 0 a infinito.
Recordando, sabemos que: para ω próximo de 0, a fase de G(jω) está próxima de 0
e o módulo de G( jω) é cerca de ⅙. Sabemos também que, para ω tendendo a infinito a fase
de G( jω) tende a -270 graus e o módulo de G( jω) tende a 0, conforme a figura a seguir.
Sabemos também que, à medida que ω aumenta, a fase de fase de G(jω) diminui e
o módulo de G( jω) também diminui, como ilustrado pelas seta verdes (fase diminuindo) e
azuis (módulo diminuindo) na figura a seguir.
Já sabemos que a fase de G(jω) começa em 180 graus e vai diminuindo até chegar
a -90 graus. Mas o que acontece com o módulo de G(jω)?
Vamos desenhar novamente os três fatores de G(jω) no plano complexo, conforme
figura a seguir.
Note agora que o módulo de (jω - 2) é igual ao módulo de (jω + 2). E esses dois
módulos vão se cancelar no módulo de G(jω). E como temos ainda mais um fator (jω + 1)
no denominador, que aumenta à medida que ω aumenta, o módulo de G(jω) irá diminuir à
medida que ω aumenta.
A figura a seguir ilustra a trajetória de G(jω) à medida que ω varia de 0 a infinito e de
menos infinito a 0. De 180 graus a -90 graus, com o módulo diminuindo. Simetria.
Dependendo da posição relativa do zero e dos polos, o comportamento do módulo
de G( jω) pode ficar um pouco diferente. Por exemplo, se o zero estiver mais próximo da
origem que os polos, o módulo começará aumentando e só depois diminuirá. Mas, se
tivermos um dos polos mais próximo da origem, o módulo já começará diminuindo, ficando
praticamente constante para uma certa variação de b e depois diminuirá novamente. E se
os dois polos estiverem mais próximos da origem que o zero, o módulo começará
diminuindo rapidamente e depois diminuirá mais lentamente, mas continuará diminuindo à
medida que b aumente. Mas, em todos esses casos, o comportamento da fase continua
sendo o mesmo: começar em 180 graus e diminuir até -90 graus.
Note que a fase inicial de G( jω) (para ω próximo de 0) depende apenas da
quantidade de polos e zeros à direita do eixo imaginário. E a fase final (para ω tendendo a
infinito) depende da diferença entre a quantidade de polos e zeros.
No caso de
Temos um zero à direita do eixo imaginário, então a fase inicial de G( jω) é 180
graus. E como temos 2 polos e 1 zero, a fase final é -90 graus.
No caso de:
Não temos nem polos nem zeros à direita do eixo imaginário, então a fase inicial de
G(jω) é 0 grau. E como temos 3 polos e nenhum zero, a fase final é -270 graus.
A figura a seguir mostra que a soma dos ângulos α e γ resulta em 180 graus,
uma vez que o polo em -2 e o zero em 2 estão à mesma distância do eixo imaginário.
E podemos escrever a fase de G(jω) como:
Já que, para uma função de transferência sem zeros e com três polos no semiplano
da esquerda, a trajetória começa com 0 grau e tende à -270 graus, com o módulo
diminuindo.
A figura a seguir mostra este mesmo esboço, girado de 180 graus.
Compare ele com o caminho percorrido por G(jω), para
Não é exatamente a mesma coisa, por causa da diferença nos módulos de G1 (jω) e
de G(jω), mas também não ficaram tão diferentes, considerando que são esboços. A
diferença entre os esboços de duas pessoas diferentes para uma mesma função
provavelmente vai ser maior que a diferença desses dois esboços para uma mesma
pessoa.
Mas talvez seja mais conveniente alterar levemente a posição deste zero, para -ε,
ficando com:
Lá no começo, já calculamos:
E esses resultados podem ser generalizados. Escolhendo qualquer a > 0, temos:
E a fase para ω = 0 é zero grau. Usando agora ω = 10-22, temos
São 3 polos, todos no semiplano da esquerda, então concluímos que a fase começa
em 0 grau e vai até -270 graus, sempre diminuindo. E, dos cálculos anteriores com o zero
no numerador, sabemos que para ω próximo de 10-10 já teremos uma fase próxima de -90
graus.
Só que para ω próximo de 10-10 temos um módulo 5*109. E para um valor de ω
menor, o módulo da função será ainda maior. Para ω = 0 o módulo da função será 1/(2ε) e
lembre-se que podemos fazer ε arbitrariamente pequeno. Ou seja o caminho começa com
fase 0 grau e com um módulo arbitrariamente grande. Com ω aumentando a fase vai para
-90 graus, mas ainda com um módulo arbitrariamente grande.
Só depois, com valores não arbitrariamente pequenos de ω é que o módulo da
função é finito. Concluímos então que o primeiro quarto de volta do caminho (de 0 grau até
-90 graus) é percorrido com um módulo tão grande quanto se queira, ou seja, com módulo
infinito. E só depois de -90 graus é que o módulo fica finito e tende à zero em -270 graus.
E vamos fazer outro parêntesis para falar de novo do Matlab.
Use o Matlab para traçar o Diagrama de Nyquist de:
E agora talvez tenhamos só mais uma situação interessante, que seria termos zeros
ou polos sobre o eixo imaginário (fora da origem).
Por exemplo:
Fica fácil prever que algo interessante acontecerá para ω próximo de 2, não fica?
Utilize novamente nosso amigo ε para esboçar o caminho dessa função:
Cruza ou não ou semieixo real negativo. Ou, em outras palavras se a fase de G( jω)
fica ou não fica menor que -180 graus, antes de voltar a -90 graus. Por exemplo, tente com
a = 4 e c = 1, e depois com a = 9 e c = 1.
Calcule a Fase de G( 2j) para o primeiro caso e a fase de G( 3j) para o segundo.
Obs: este documento não foi devidamente revisado, então ele pode conter alguns erros de
digitação. Se encontrar erros ou tiver sugestões de melhoria, avise o mais breve possível.
Obs2: em outro arquivo teremos mais informações sobre o critério de Nyquist. Este
documento é sobre o esboço do diagrama de Nyquist.