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O Batismo Reformado
por
Introdução
O objetivo desta obra não é de ser um tratado para doutos teólogos, mas é de
ser um manual simples e claro para o esclarecimento de qualquer membro leigo
ou estudioso interessado na verdade do evangelho.
Capítulo 01
Por Que Aceitamos como Válido o Batismo por Aspersão ?
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arte de interpretar textos, no caso, bíblicos) sabem que não se pode fazer
doutrina em cima de exemplos, ao contrário, só se tem doutrina segura em cima
de declarações diretas e ordens. Não existe nem ordem e nem declaração de
Nosso Senhor Jesus Cristo e nem dos santos apóstolos exigindo a imersão,
portanto qualquer forma de aplicar a água no batismo é válida.
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Levemos ainda em conta que este fato se deu em Jerusalém, cidade que não é
cortada por rio algum, e o mesmo texto não fala e nem insinua o deslocamento
das pessoas que foram batizadas. 2) Atos 9.17,18 - Saulo, mais tarde Paulo, que
foi espetacularmente convertido a Cristo, ficou durante três dias cego e em
jejum; logo estava fisicamente fraco. Quando Ananias lhe impôs as mãos e orou
por ele, Paulo recuperou a visão, ficou em pé e foi batizado (veja toda a
história em Atos 9.1-18). Nada indica que procuraram um rio para imergi-lo,
pois era fisicamente impossível. Ele foi batizado de pé - como fazem os
aspercionistas, e só depois se alimentou (Atos 9.19) para restabelecer suas
forças físicas. 3) Atos 16.33 - O carcereiro de Filipos foi batizado de madrugada,
após um terremoto, como não havia luz elétrica era impossível procurar um rio
naquelas condições e se houvesse qualquer tanque na prisão provavelmente não
sobreviveria ao terremoto, a imersão era ali impraticável. O pastor batista,
portanto imersionista, Tácito da Gama Leite Filho, em seu livro “Seitas
Proféticas”, na página 108, reconhece o fato: “O carcereiro de Filipos e seus
familiares certamente não foram batizados num rio, pois era de madrugada e as
portas da cidade estavam fechadas”; em assim sendo não poderia haver ali
imersão.
f) Por uma questão prática - Esclarece o fato o Rev. Amos R. Binney: “O modo
de imersão é desfavorável à prática universal, enquanto que os outros modos
podem ser usados em qualquer lugar, em qualquer tempo ou estação do ano e a
qualquer pessoa: na solidão do deserto, ou no meio da cidade apertada; ao lado
do Jordão, na casa de Cornélio, na prisão de Filipos, na cruz do penitente, ou
na cama do enfermo ou do moribundo. Além disso, o batismo pela afusão ou
aspersão pode sempre realizar-se com decência, modéstia e segurança, o que
não se pode dizer da imersão , como muitos poderiam testificar”.
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rito judeu, Jesus tinha em suas mãos pão ásimo de tamanho normal (pois era um
jantar) e vinho com teor alcoólico (haja visto alguns, em Corinto, se
embriagarem - 1 Co 11.20-22). Enquanto comiam é que Jesus instituiu este
sacramento (Mateus 26.26), que tinha originalmente, portanto, proporções de
jantar (a palavra grega é “deipnon”, que era a mais abundante refeição do dia
para os gregos). Hoje em dia, quase a unanimidade das igrejas evangélicas
celebram a Ceia com minúsculos pedaços de pão (na maioria dos casos,
fermentados) e suco de uva, o que demonstra claramente que a forma não
implica na validade ou não do ato. Se como querem alguns, o batismo só é
válido por imersão, pelo fato de, segundo eles, Jesus e outros terem sido assim
batizados (sendo que há sérias dúvidas sobre isto), a Ceia só seria válida com
pão ásimo, vinho alcoólico e em quantidade de refeição completa. Como
sabemos que, no caso da ceia, ninguém exige a chamada ‘forma original’, por
coerência não podemos exigir também o mesmo no batismo, se é que podemos
determinar qual a ‘forma original’ do batismo cristão.
h) Por uma questão tipológica - Em 1 Pedro 3.20,21 as Escrituras nos dizem que
o episódio do dilúvio e da arca de Noé é figura, ou seja, um tipo do batismo
cristão. Se olharmos em Gênesis 7.13-24, veremos que a arca com os justos (que
são os que devem receber o batismo) não foi imersa em água, ao contrário a
água foi derramada, isto é aspergida do céu em forma de chuva e a arca flutuou
sobre as águas da grande enchente. Somente os ímpios pereceram submersos.
Preferimos o exemplo dos justos.
Refutando o erro
Capítulo 02
Por Que Aceitamos o Batismo Infantil?
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uma criança podia ou não ser batizada antes dos oito dias de vida, portanto ele
não criou o batismo infantil, como maldosamente insinuam alguns, ele apenas
resolveu uma questão sobre uma prática muito mais antiga, como já vimos. 5)
Agostinho (354-430 d.C.) foi o maior dos doutores da igreja antiga e, em sua
luta contra o pelagianismo, declarou: “Os pelagianos nunca ousaram negar o
batismo infantil, porque eles sabem que, se o negassem, teriam contra si toda a
igreja”. Depois ainda afirmou: “toda a igreja está praticando o batismo infantil”
e disse que este uso foi “herdado dos apóstolos”. 6) Pelágio (330 d.C.) disse:
“Nunca ouvi de um herético ímpio que tivesse afirmado que recém-nascidos não
deveriam ser batizados”. (Isto porque ele não viveu no nosso século.) Assim
vemos que a história favorece a prática do batismo infantil, não só as histórias
judaica e cristã, mas o próprio texto bíblico nos leva para este caminho.
h) Os Filhos dos Crentes São Herdeiros do Pacto de Deus com Seu Povo - A
Bíblia fala que os filhos dos crentes são santificados como herdeiros das
promessas de Deus (1 Coríntios 7.14; Atos 3.25) e, portanto, são aptos para
receberem o sinal visível desse pacto, a saber, o batismo (Atos 2.38,39). Pedro
exorta àqueles que ingressaram pelo novo nascimento no reino de Deus a que se
batizem e afirma que esta promessa - o pacto com Deus e seu sinal visível (o
batismo) - são extensivos aos filhos dos crentes, por isso batizamos crianças.
Veja novamente: Atos 2.38,29.
Refutando o Erro
A maioria daqueles que negam o batismo às crianças o fazem sob o argumento
de que elas não podem exercer fé pessoal, e se apoiam em textos como: Marcos
16.16; Atos 2.41; Atos 8.12,37; Atos 16.31-33. O problema é que estes textos só
se aplicam aos adultos e aí é que está o erro de interpretação destas pessoas. O
Rev. Amos R. Binney explica a situação: “Que não se exige a fé nas crianças é
evidente pelo fato de que a falta de verdadeira fé, que desqualifica uma pessoa
para o batismo, também a exclui da salvação (Marcos 16.16; João 3.18,36)”. É
obvio, portanto, que fé só se exige dos adultos, e as crianças, que são salvas
sem uma decisão de fé pessoal, são da mesma forma batizadas. Aqueles
adversários do batismo infantil que insistem em negar este sacramento aos
pequeninos por falta de fé, terão de, pelo mesmo motivo, atirá-los ao inferno. É
uma questão de lógica e hermenêutica. Você crê nisto?
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Capítulo 03
O Argumento de Pedro
Se Deus não se importa com isto, nós não devemos então nos separar, dividir e
nos ofender mutuamente por coisa de somenos importância.
Conclusão
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recebem baseadas no pacto de Deus com seu povo.
Tendo exposto tudo isto, gostaríamos de deixar claro que nossas atitudes quanto
ao batismo baseiam-se na Bíblia e não em tradições humanas. Escrevemos
nossos argumentos com o intuito de esclarecer muitos irmãos que, sem
conhecer nossas razões, gratuitamente nos atacam e por vezes nos negam até a
destra da fraternidade cristã. Esperamos em Deus que estas atitudes em breve
tempo terminem e possamos nos respeitar, mesmo aqueles que, sendo irmãos,
descordem de nós.
Apêndice 01
A Circuncisão de Cristo
Em nenhum lugar do Novo Testamento, Jesus cancela este pacto, haja visto ser
ele “perpétuo”. O Senhor e seus apóstolos somente lhe ampliaram o sentido,
como fizeram com toda a lei. Agora ele não é mais nacional e masculino
somente, ele é universal e geral. O apóstolo e rabino Paulo de Tarso nos explica
que o batismo cristão é a circuncisão de Cristo (Colossenses 2.11,12), e Lucas
nos esclarece que na nova aliança, esta circuncisão de Cristo aplica-se também
às mulheres (Atos 8.12). Assim sendo, entendemos que grande número de
evangélicos, ao negarem o batismo a seus filhinhos, estão lhe negando as
bênçãos do pacto de Deus com Abraão, de quem somos filhos pela fé (Gálatas
3.29).
Cremos que é vontade de Deus entrar em pacto com todos os pequeninos de seu
povo (1 Coríntios 7.14). Como fazia no Antigo Testamento, quer fazer agora,
pois de uma maneira sobrenatural e miraculosa estes pequeninos crêem no
Senhor (Mateus 18.6) e portanto são aptos para o batismo. Mais tarde, na idade
da razão, assim como os garotos judeus, nossos filhos livremente, confirmarão o
pacto através de sua pública profissão de fé (Romanos 10.9,10).
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Em assim sendo, torna-se perigoso negar aos filhinhos as bênçãos batismais,
com o risco de serem eles eliminados do povo do Senhor (Gênesis 17.14).
Portanto, senhores pais apresentem seus filhos ao batismo, ministros incentivem
seu povo a buscar a circuncisão de Cristo e o Senhor Jesus os abençoará.
Apêndice 02
Perguntas e Respostas Sobre o Batismo Bíblico
Porque Nosso Senhor Jesus Cristo o ordenou (Mateus 28.19 – “...fazei discípulos
de todas as nações batizando-os...”), assim sendo o batismo não é facultativo
mas obrigatório.
O batismo não salva e não lava pecados, ele é um símbolo do pacto feito entre
DEUS e o Seu povo. Quem nos salva é a graça de Deus, mediante a fé em Cristo
(Efésios 2.8,9) e o que lava os nossos pecados é somente o sangue de Jesus
Cristo (1 João 1.7).
Porque o apóstolo Paulo nos orienta a fazermos tudo com decência e ordem (1
Coríntios 14.40) e, sendo o pastor o presbítero que preside a igreja, (1 Timóteo
5.17) compete a ele celebrar tais ordenanças sagradas.
b) Como batizar com água simboliza, entre outras coisas, o batismo com o
Espírito Santo (Mateus 3.11) e como este é realizado por derramamento (Atos
2.3; Joel 2.28-32), entendemos que também a água deve ser derramada por
sobre o batizando.
f) A Bíblia também nos mostra diversos batismos que não poderiam ter sido
imersões, a saber: Os batismos ministrados por João Batista, inclusive o de
Jesus, pois João batizava multidões diariamente (Lucas 3.7), o tornava
impossível para um homem se utilizar da imersão, enquanto era plenamente
viável a aspersão; outro caso é o dos três mil que os apóstolos batizaram dentro
de Jerusalém (Atos 2.1-41). Como dentro de Jerusalém não passa rio e o texto
não indica deslocamento de ninguém para outra parte, como poderiam eles
terem sido imersos? Leve-se também em conta a oposição que os judeus
certamente levantariam contra os apóstolos e os novos cristãos. Não há
possibilidade de imersão de um tão grande número de pessoas, mas a aspersão é
plausível e aceitável neste texto; um outro caso ainda é o do carcereiro de
Filipos, que foi batizado na prisão ou em sua casa. Naquela época as casas não
possuíam banheiro como hoje; como, então, realizar-se uma imersão durante a
madrugada? A aspersão é lógica e provável (Atos 16.27-34).
i) Finalizando esta parte do estudo, gostaria de deixar claro que não são os
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aspercionistas que dividem o Corpo de Cristo por causa deste assunto, pois nós
aceitamos qualquer batismo genuinamente evangélico, mas pela clareza das
Escrituras realizamos os nossos batismos por aspersão.
b) Pedro diz que o batismo é para os pais crentes e também seus filhos (Atos
2.38,39), a palavra grega aqui para ‘filhos’ (technos) significa na verdade
“filhinhos”, portanto também as criancinhas são herdeiras do pacto e, portanto,
aptas a receber o sinal do mesmo – o batismo.
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adultos e não incluem as crianças. Os adultos precisam de uma profissão de fé
antes do batismo e a eles foi destinado estes versículos; isto não inclui crianças
pois, caso contrário, seriam excluídas do céu, o que é um absurdo. Nossos
oponentes aqui cometem um sério erro de hermenêutica: esquecem-se de
‘perguntar ao texto’ a quem ele se destina e qual o seu objetivo. É como pegar
2 Tessalonicenses 3.10 – “...se alguém não quer trabalhar, também não coma” e
aplicá-lo a um bebê. Deveríamos então deixá-lo morrer de fome? Se seguirmos a
interpretação de nossos outros irmãos parece-me que sim, mas nem eles
mesmos fariam tamanha aberração. Então, porque usar dois pesos e duas
medidas ?
O Senhor Jesus Cristo foi claro em sua ordem: “...em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo” (Mateus 28.19). Atualmente algumas seitas interpretando
erradamente textos com Atos 19.5 e outros semelhantes afirmam que deve-se
batizar em nome do Senhor Jesus, querendo agradá-lo acabam por desobedecê-
lo. Quando a Bíblia fala em batizar em nome de uma pessoa, está dizendo
batizar na religião ou grupo daquela pessoa (por exemplo: 1 Coríntios 1.13-15).
Isto é apenas uma forma de falar usada pelos judeus antigos. Portanto, quem
quer ser fiel a Jesus, deve ser batizado como ele mandou e não usando o nome
dele em vão, para desobedecê-lo.
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Apêndice 03
O Batismo Infantil
Não poucos grupos eclesiásticos exigem fé pessoal (leia-se racional) como pré-
requisito ao batismo cristão. Até o século XVI a Igreja Cristã era quase que
unânime em aprovar o batismo infantil, com pouquíssimas exceções. A partir
dessa data, e com o surgimento do movimento anabatista veio também a
inovação antipedobatista (que nega o batismo infantil).
Quando olhamos no original a palavra que Cristo usou, e foi registrada sob
inspiração do Espírito Santo, em Mateus 18.6 que é “mikrôn” e conferimos o seu
significado nos bons léxicos e dicionários descobrimos que ela significa além de
“pequeninos” também “crianças”; logo, as crianças possuem uma fé em Cristo,
que, embora não seja fé racional, é pessoal e salvífica, por isso os filhos dos
crentes são chamados “santos” (1 Co 7.14). Esse termo é usado no Novo
Testamento apenas para os salvos e membros da Igreja Cristã, e por isso Jesus
declarou: “das tais é o reino do céu” (Mc 10.14).
Se uma criança não pudesse ser batizada por falta de fé, teria que, pelo mesmo
motivo, ser condenada ao inferno (Mc 16.16), o que pela graça de Deus não
ocorre. Logo, as crianças crêem em Cristo e são aptas para o batismo.
Apresentemos, portanto, nossos filhinhos para o batismo cristão e assim Deus os
abençoará e a nós também.
Bibliografia
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LEITE FILHO, Tácito Gama Seitas Proféticas JUERP, Rio de Janeiro, 4ª edição.
http://www.monergismo.com/
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