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Século I
Material Teórico
História da Palestina
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
História da Palestina
OBJETIVO DE APRENDIZADO
··Apresentar um panorama sintético da Palestina e da Galileia do
Primeiro Século da era comum.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE História da Palestina
Contextualização
A Palestina e a região da Galileia são de fundamental importância no estudo
teológico. Foram os principais palcos onde a crença judaica e, posteriormente, a
cristã se desenvolveram.
Esta Disciplina está organizada em seis unidades e dará conta de levar você,
aluno(a), a conhecer, definir, classificar e conceituar a Teologia como campo
de pesquisas, estudos e formação acadêmica e profissional. Isso é o que você
encontrará nas próximas unidades.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo,
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário,
todos ou alguns dias, e determiná-lo como o “momento do estudo”.
Lembre-se: você é responsável pelo seu processo de estudo. Por isso, aproveite
o máximo essa vivência digital!
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A Galileia do Primeiro Século
Entender o contexto da Galileia e da Palestina primitiva é fundamental para
compreendermos o movimento messiânico liderado por Jesus de Nazaré.
Assim, podemos iniciar nossos estudos refletindo sobre a região da Galileia e,
posteriormente, abordarmos a figura histórica de Jesus.
Galileia, como essa forma contraída, aparece somente mais uma vez, agora
já no Novo Testamento (NT), no Evangelho de Mateus (Mt), no quarto capítulo,
décimo quinto versículo: “Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar,
além do Jordão, Galileia dos gentios”. Aqui, o autor do evangelho cita o profeta
Isaías para justificar os movimentos de Jesus.
A região galilaica recebe esse nome Círculo das Nações devido à sua posição
geográfica e à formação das comunidades que habitavam o local. Ela ficava
localizada no centro de importantes rotas comerciais: ao Norte, estavam a Síria e a
Fenícia; a Leste, a Ásia Menor, e ao Sul encontrávamos o Egito.
Dessa forma, fica fácil entender porque os hebreus chamavam aquele pedaço
de terra de “Círculo das nações” ou “Galileia dos gentios”, posteriormente. A
região se situava ao redor de várias civilizações e era habitada por diferentes grupos
étnicos, com predominância judaica.
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UNIDADE História da Palestina
Sociedade Galilaica
Os galileus eram predominantemente camponeses, pois haviam poucas cidades
construídas na região. A Galileia se caracterizava por diversas aldeias pequenas,
tribos familiares e poucas cidades-fortaleza espalhadas pelo território.
A administração local era rígida, forte e violenta; a Economia era sugada pelos
impostos exigidos de todas as partes possíveis: os romanos, a aristocracia local
e os sacerdotes; a religião deixou de ser o alicerce da sociedade galilaica; o povo
passou a dar prioridade para o trabalho e para a formação de movimentos sociais
contra os romanos e a elite judaica. Essas modificações na dinâmica social galilaica
colocaram-na à margem das outras províncias; os galileus eram vistos como
submissos e inferiores.
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A mulher é responsável pela educação formal, pela manutenção da casa e das
tradições judaicas. Outro aspecto relevante é que ela deveria poder gerar filhos
saudáveis, como ordena a Torá: “sede fecundos e multiplicai-vos!” (Gn 1:28) .
Assim:
A família israelita antiga é de tipo patriarcal. Nela, tudo se compreende
desde o ponto de vista do pai. O pai goza de total autoridade sobre a
“casa” e sobre todas as pessoas ligadas à família. O marido é o senhor da
mulher. Porém, a solidariedade familiar é bastante forte.
Os galileus não aceitavam totalmente as ordens do Templo, vez que não eram,
em sua maioria, judeus e estavam mais perto do domínio romano.
O sumo sacerdote era o único que podia fazer orações para a purificação
do povo, bem como entrar para fazer expiação uma vez por ano no Santo
dos santos. Este tinha uma situação econômico-financeira privilegiada:
podiam separar primeiro as melhores oferendas doadas ao Templo e que
fossem para os sacerdotes; o Templo era a fonte de renda de todos eles
– sacrifícios de animais, os quais podiam ser adquiridos dentro do espaço
do Templo, bem como a comercialização de perfumes e especiarias,
estavam nas mãos da família do sumo sacerdote ou eram confiados aos
grandes comerciantes da época que, posteriormente, repassavam uma
parte para ele. Por isso e também porque era aliado dos romanos, o povo
não aceitava muito a atuação do sumo sacerdote. No entanto, quem não
concordava era substituído.
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UNIDADE História da Palestina
Dinastia Herodiana
Herodes, o Grande, foi o responsável por unificar todas as províncias (Idumeia,
Judeia, Pereia, Samaria, Galileia, Batanaeia e Traquionítida) sob o mesmo comando.
Ele governou essas regiões de 37 a 4 aEC; quando ele morreu, suas terras foram
deixadas em testamento para seus filhos.
Herodes Filipe – que na verdade era neto de Herodes, pois seu pai, Aristóbulo,
morreu antes de Herodes, o Grande – ficou com as terras consideradas não judaicas:
Batanaeia e Traquionítida, e governou de 4 aEC até 34 EC.
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Para se ter uma ideia do quanto Antipas não desejava qualquer ajuntamento
ao redor de um líder, basta ler nos Evangelhos os relatos da prisão de João
Batista e o modo cruel como mandou executá-lo (Mc 6:14-29).
Séforis passou a funcionar como uma fortaleza que garantia o recolhimento dos
impostos e vigiava as aldeias galilaicas em suas cercanias , enquanto Tiberíades
funcionava como capital da Galileia.
Política e Economia
A Economia circulava em torno da pecuária e da agricultura, principalmente,
a produção de grãos: plantava-se trigo, cevada, figo, azeitonas, uvas, tâmaras,
romãs, maçãs, nozes, lentilhas, ervilhas, alface, chicória e agrião entre outros .
As atividades de pesca não podem ser esquecidas, pois eram economicamente
importantes para a Galileia.
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UNIDADE História da Palestina
A Baixa Galileia, por onde passavam as rotas comerciais, era dirigida por
centros administrativos romanos. As cidades estavam ligadas à planície
litorânea e tinham um excelente contato com as caravanas. Por essa
razão possuíam melhores informações e o contato com as culturas, que
transitam com o comércio [...] .
Grupos Político-Religiosos
Os camponeses eram maioria, mas existiam aqueles que não se enquadravam
dentro de um judaísmo tipicamente nacionalista galileu, que era relativamente
diferente do judaísmo pregado na Judeia.
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Outro grupo bastante presente na Galileia eram os fariseus. Eram judeus mais
tradicionais que seguiam as Leis Mosaicas, as tradições orais e preservavam a
pureza do corpo; acreditavam na ressurreição e na vinda de um Messias libertador;
também criam na alma e no diabo. Eram os administradores das Sinagogas e se
dedicavam ao estudo e ao debate das Leis judaicas e às orientações talmúdicas.
Possuíam grande apelo junto ao povo, eram simpáticos e acessíveis; assim como
no Sinédrio, onde os fariseus eram a maioria e detinham uma rede de influências
muito grande: “Os fariseus são aqueles que tudo observam, tudo suspeitam, que
controlam o povo e o influenciam com a sua propaganda” .
Acreditavam que com eles um novo Israel surgiria, no qual as cerimônias religiosas
seriam realizadas num Templo completamente puro, vez que consideravam o
Templo de Jerusalém impuro.
Religião e Profetas
Podemos dizer que os hebreus eram monoteístas desde o tempo de Abraão,
diferentemente da maioria dos povos antigos, que cultuavam diversos deuses;
porém, o que diferencia esse monoteísmo dos demais é o caráter ético dessa crença:
Uma concepção tão revolucionária de deus não acontece por acaso,
do nada: ela se desenvolve dentro de condições históricas específicas,
de uma realidade social única (...) uma concepção religiosa do judaísmo
afirmaria que esse deus se revelou para os hebreus pela simples razão
de estes constituírem o povo eleito (...) cronologicamente sabemos que
o monoteísmo ético encontraria sua expressão não no período tribal
(que vai até o final do século XI a.C.), nem durante o reinado de Saul,
o primeiro rei; de Davi, o verdadeiro criador da monarquia unificada; de
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UNIDADE História da Palestina
O profeta não era um líder religioso ou de qualquer outra ordem; ele procurava
orientar as ações do povo dentro de uma ética divina, ou seja, tentava ensinar ao
povo como se comportar de maneira que agradasse a Deus: “O profeta era apenas
um mensageiro que anunciava a palavra de Javé” ; isso em relação ao pensamento
de “povo eleito:
Não é fácil definir o que distingue o profeta de outras figuras inspiradas
pela divindade, como juízes ou sacerdotes. Os profetas eram indivíduos
que nem sempre atuavam da mesma forma, e a Bíblia faz bastantes
referências à hostilidade entre diferentes grupos proféticos.
A ideia era simples: Deus escolheu os hebreus para guardarem seus ensinamentos,
respeitá-los e os transmitirem a seus descendentes. Os hebreus não tinham a
incumbência de levar a palavra de Deus para outros povos, justamente por não
terem sido escolhidos por Deus.
Nesse período, o profetismo estava muito vivo entre o povo judeu e surgiam
novos movimentos proféticos – como o de Jesus de Nazaré.
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Formação de um Pensamento Rebelde
A formação de um pensamento rebelde vai sendo construída ao longo dos
séculos pela população galilaica, sendo passada na família pelos mais velhos para
os mais novos, por meio das tradições orais.
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Jesus de Nazaré
Jesus de Nazaré ainda é um mistério a ser solucionado e que intriga muitos
pesquisadores mundo afora. Sua vida e ensinamentos são estudados com finalidades
religiosas e também com finalidades acadêmicas.
Faz alguns anos que se começou a olhar a sociedade na qual Jesus vivia, assim
como já dizia Meier, como importante, ainda nas décadas de 1970 e 1980.
Assim, da mesma forma que foi importante explorar o contexto social no qual
Jesus vivia, agora abordaremos a pessoa de Jesus. Quem foi Yeshua? O que se
sabe dele sem considerar afirmações baseadas na fé? O que os Evangelhos nos
dizem de Jesus?
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Basicamente, é isso de que se tem conhecimento histórico de quem pode ter
sido Jesus de Nazaré . Hoje, possuímos mais informações com base em descobertas
arqueológicas e estudos linguísticos e sociais da Palestina Primitiva. No entanto, a
maioria dos registros sobre Jesus está perdida para sempre; os estudos atuais são
baseados em inferências e analogias com pesquisas de campo: “O Jesus histórico
pode nos proporcionar fragmentos do indivíduo real” e, por essa razão, é tão
importante um estudo sério e minucioso, livre de crenças e influências religiosas.
Yeshua teria nascido entre os anos de 6 e 4 aEC na Galileia . Não existe razão para
acreditar que Yeshua tenha nascido em Belém, como mencionam os Evangelhos (Mt
2:1 / Lc 2:4-7) , que falam de Jesus de um ponto de visto mitológico, e não histórico.
Nazaré, cidade onde Yeshua morou, ficava próxima a Séforis e é possível que ele
tenha aprendido um pouco de grego pelo contato com trabalhadores da cidade ou
até mesmo ter trabalho na construção da cidade-fortaleza, ou seja, além do aramaico,
idioma da região, é possível que Yeshua soubesse um pouco de grego também .
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Assim que saiu do Rio Jordão, Jesus foi ao deserto, lá ficando por quarenta
dias, onde sofre as primeiras tentações do Diabo. Após esse período, Jesus volta
para a Galileia e tenta pregar, já como Filho de Deus, em sua cidade, Nazaré,
onde é rejeitado.
Jesus é levado ao Sinédrio para ser julgado por Caifás, Sumo sacerdote. Após
ser arguido e agredido, o veredicto dos sacerdotes é a morte; porém, os judeus
não possuíam autonomia política para a execução; então, encaminharam Jesus
às autoridades romanas da Judeia. Primeiro, foram a Pôncio Pilatos que, não
pretendendo iniciar um conflito direto com os judeus, encaminhou o caso para
Herodes Antipas, Governador da Judeia.
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Com pequenas variações, nos três evangelhos sinóticos, podemos considerar
que esse é um resumo da passagem de Jesus pela Terra.
Marcos, o segundo Evangelho, é mais sucinto que Mateus e tem um claro propósito
de apresentar por escrito o testemunho dos apóstolos sobre os fatos da vida, morte e
ressurreição de Jesus. Parece que o autor do evangelho queria mostrar aos romanos
da época quem eles tinham crucificado. O texto não traz detalhes teológicos e nem
retoma as promessas do VT; ele é simples, direto e objetivo em mostrar quem foi
Jesus de Nazaré.
O livro de Lucas é diferente. Ele é claramente uma pessoa culta e teve o propósito
de levantar o maior número de dados possíveis daquela pessoa de quem falava: Jesus.
Reflexão
Parte da vida de Jesus, ou Yeshua, está irremediavelmente perdida; a outra parte de
sua vida tem forte apelo mitológico, e precisamos de fé para acreditar em passagens de
sua história: “Embora tragam detalhes do que teria sido a vida de Jesus, os evangelhos
são considerados uma obra de reverência e não um documento histórico”.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
História dos Hebreus
História dos Hebreus, de Flávio Josefo. Segundo o site da livraria Saraiva, o autor escreve com
detalhes os grandes movimentos históricos judaicos, aramaicos e romanos. Nele, você encontrará
descrições minuciosas de personagens do Novo Testamento e inúmeros outros pormenores do
mundo greco-romano;
Filmes
O Sepulcro Esquecido de Jesus (2014)
O sepulcro esquecido de Jesus (2014). Documentário da Discovery Channel disponível no Youtube. O
nome original do documentário é O enigma da ressurreição, e mostra não somente o suposto.
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Referências
BÍBLIA de estudos de Genebra. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade
Bíblica do Brasil, 1999.
MUSSNER, Franz. Tratado sobre os judeus. São Paulo: Paulinas, 1987, p. 192.
(Biblioteca de Estudos Bíblicos) apud: SCHACH, Vanderlei Alberto. Fariseus
e Jesus: teologia e espiritualidade em relação ao sábado a partir de Mc 3:1-6:
características e avaliação crítica. 2007. 203f. Dissertação (Mestrado em Teologia)
– Escola Superior de Teologia. Instituto Ecumênico de Pós-Graduação, São
Leopoldo, 2007.
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