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ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DE FRANGO DE CORTE - ESTUDO DE

CASO: PROVÍNCIA DE MAPUTO

Maites Miguel António Mandlate


UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO: Engenharia Agro-pecuária (Produção Animal)

ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DE FRANGO DE CORTE - ESTUDO DE

CASO: PROVÍNCIA DE MAPUTO

Maites Miguel António Mandlate

Úlonguè, Angónia

2018
UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO: Engenharia Agro-pecuária (Produção Animal)

ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DE FRANGO DE CORTE - ESTUDO DE

CASO: PROVÍNCIA DE MAPUTO

Dissertação submetida à Faculdade de


Ciências Agrárias, Universidade Zambeze,
Úlonguè, como Requisito Parcial à
Obtenção de Título de Licenciado em
Engenharia Agro- Pecuária (Produção
Animal).

.
Autor: Maites Miguel António Mandlate

Orientador: Engo Marques Da Graça Paulo António Massocha (MSc).

Co-orientador: Engo Amadeus Albano Pelembe

Ulónguè, Angónia

2018
DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Eu, Maites Miguel António Mandlate declaro que esta Monografia é resultado do
meu próprio trabalho e está a ser submetida para a obtenção do grau de Licenciado na
Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Zambeze, Ulónguè.

Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em
nenhuma outra Universidade. Todas obras de outros autores consultadas neste trabalho foram
devidamente citadas e encontram-se na lista de referências bibliográficas.

(Maites Miguel António Mandlate)

Ulónguè, aos______de____________________de 201__

II
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais:

Aos meus pais António Marcos Mandlate e Rosita Zaqueu Gazite que tiveram a mim
como o maior objectivo de suas vidas. Nesta empreitada de cinco anos, a distância e as
dificuldades serviram para que eu conhecesse ainda mais o poder do amor e do carinho que
eles sempre tiveram por mim. Tenho a certeza de que isto foi fundamental em minha
caminhada na FCA.

É com muito orgulho que eu digo obrigado.

III
AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar Agradecer à Deus todo-poderoso, a quem creio, acredito e tenho


depositado toda minha fé, pela vida, saúde, força, sabedoria, proteção e coragem por ele
proporcionado durante toda a minha caminhada para que eu pudesse aguentar tudo até chegar
ao final.

À minha família, pelo apoio moral total e incondicional, em especial os meus pais
António Marcos Mandlate e Rosita Zaqueu Gazite, a quem devo tudo que sou hoje, pelo
carinho amor e pelo esforço quem tem feito dia e noite em prol do meu bem-estar.

Ao meu supervisor, Engo Marques Da Graça Paulo António Massocha Msc, por ser
um excelente docente e por ter acreditado em mim, pela atenção, paciência, criticas e sua
disponibilidade imediata para ajudar durante a realização deste trabalho e por contribuir para
que um dos meus sonhos se tornasse realidade.

À Universidade Zambeze em geral, a direcção da Faculdade de Ciências Agrárias em


particular por ter me proporcionada oportunidade de obter o título de Licenciado em
Engenharia Agro-Pecuária; Aos demais do curso de Engenharia Agro-pecuária e Engenharia
Alimentar da Universidade Zambeze Faculdade de Ciências Agrárias pelo conhecimento
proporcionado;

Aos meus irmãos Dantes e Lunes e Sobrinhos Stelio, Edson, Síntia e primos Salvador,
pelos momentos bons e maus que juntos passamos e partilhamos e apoiaram-me nesta
caminhada e incentivaram em todos momentos possíveis.

Aos companheiros Helio, Euclesio, Djudju, Paulo, Naene (El team), pelas nossas
brincadeiras, ensinamentos e aconselhamentos, assim pela nossa união que prevalece até hoje
em dia. Especialmente a te Naene que ajudou-me a tornar esse sonho realidade, se
disponibilizou e teve paciência de andar comigo pelas ruas da província de Maputo, se não
fosse por te nem sei se teria conseguido.

IV
Aos meus amigos, colegas e vizinos, Obreiro Tembo, Eliseu, Rosário, Maloa, Tinoka,
Rofino, Pelembe, Luis, Quimbine, Rachide, Rose, Nucha, Edna, Angelica, Borguete, Ferro,
Bilsa, Veronica, Justino, Castigo, Tony, Vladimiro, Gerson aos irmão da igreja, grupo de
envangelização, as primas de Naene por ter me deixado hospedar em sua casa.

Com todo o carinho e do fundo do meu coração eu vos agradeço, e para sempre
vos agradecerei.

V
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... IX

LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... IX

LISTA DE GRÁFICO ..................................................................................................... IX

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................ X

RESUMO ........................................................................................................................ XI

ABSTRACT ................................................................................................................... XII

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

1.1. PROBLEMA DO ESTUDO ........................................................................................ 2

1.2. JUSTIFICATIVA........................................................................................................ 3

1.3. HIPÓTESES ............................................................................................................... 3

1.4. OBJECTIVOS............................................................................................................. 4

1.4.1. Geral ........................................................................................................................ 4

1.4.2. Específicos ............................................................................................................... 4

2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 5

2.1. CADEIA PRODUTIVA DE FRANGO DE CORTE ................................................... 5

2.2. LINHAGENS COMERCIAIS DE FRANGOS DE CORTE ........................................ 7

2.3. ÍNDICE ZOOTÉCNICO ............................................................................................. 8

VI
2.3.1. Avaliação da produção ............................................................................................. 8

2.3.2. Características de desempenho ................................................................................. 9

2.3.3. Factores que afectam no desempenho ....................................................................... 9

2.5. MODELOS DE EXPLORAÇÃO NA AVICULTURA .............................................. 11

3. METODOLOGIA ........................................................................................................ 13

3.1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO ESTUDO ...................... 13

3.2. TIPO DE PESQUISA................................................................................................ 14

3.3. TAMANHO DE AMOSTRAS .................................................................................. 14

3.4. ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................. 15

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 19

4.1. ETAPAS DA CADEIA PRODUTIVA ...................................................................... 19

4.1.1. Etapa da produção .................................................................................................. 19

4.1.2. Etapa de Abate ....................................................................................................... 21

4.1.3. Etapa de distribuição e consumo ............................................................................. 22

4.2. CADEIAS AUXILIARES ......................................................................................... 24

4.2.1. Material genético (produção de pintos de corte) ...................................................... 24

4.2.2. Ração ..................................................................................................................... 26

4.2.3. Equipamentos e Embalagens .................................................................................. 27

VII
4.2.4. Medicamentos e Produtos Veterinários ................................................................... 27

4.3.1. Aspecto técnico ...................................................................................................... 28

4.3.2. Aspecto produtivos ................................................................................................. 30

4.4. CONSTRANGIMENTOS E OPORTUNIDADES .................................................... 33

4.4.1. Constrangimentos ................................................................................................... 33

4.4.2. Oportunidades ........................................................................................................ 33

5. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 35

6. RECOMENDAÇÕES .................................................................................................. 36

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 37

8. ANEXO ....................................................................................................................... 41

9. APÊNDICE ................................................................................................................. 44

VIII
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura da cadeia produtiva de frango de corte ................................................ 6

Figura 2 - Mapa da Província de Maputo.......................................................................... 13

Figura 3 - Configuração da Cadeia Produtiva da Provincial de Maputo ............................ 17

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros de análise de resultados IEP .......................................................... 18

Tabela 2 - Índices zootécnicos médios dos produtores avícolas da província de Maputo ... 28

Tabela 3 ANEXO I - Capacidade instalada das incubadoras de pintos .............................. 41

Tabela 4 ANEXO II - Capacidade instalada das Fabricas de ração ................................... 42

Tabela 5 ANEXO III - Capacidade instalada dos matadouros ........................................... 43

LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 - Tipo de linhagem utilizada ............................................................................. 19

Gráfico 2 - preferência dos consumidores......................................................................... 23

IX
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

% - Percentagem

ADAM - Associação dos avicultores de Maputo

AMA - Associação Moçambicana de Avicultores

CA - Conversão alimentar

DINAP - Direcção Nacional de Pecuária

g - Grama

GMD - Ganho Médio Diário

HACCP – Analise de perigos e pontos críticos de controlo

IEA - Índice de Eficiência Alimentar

IFP - Índice de Eficiência Produtiva

INAM - Instituto Nacional de Meteorologia

INE - Instituto Nacional de Estatística

Kg - Quilograma

MINAG – Ministério de Agricultura

ONG’s - Organizações não Governamentais

P&D - Pesquisa e Desenvolvimento

PVC - Policloreto de Vinila

S.d – Sem data

SDAE - Serviço Distrital de Actividades Económicas

VB - Viabilidade

X
RESUMO

O presente trabalho tem como objectivo avaliar a cadeia produtiva de frango de corte
da província de Maputo. Para a execução do estudo, recorreu-se a pesquisa descritiva-
exploratória do tipo estudo de caso. Foram utilizadas os métodos de observação, entrevistas
e questionário para cada elemento integrante na cadeia. A cadeia inicia-se a partir do
segmento matrizeiro e termina no consumidor. Após o período de engorda o frango chega ao
consumidor final vivo, congelado ou ainda em pedaços. A nível da Província 71.83 % do
total de produtores avícolas fazem parte dos pequenos produtores, utilizando
maioritariamente o modelo independente. Os indicadores produtivos resultaram num IEP
médio acima de 200, caracterizando a produção como excelente. O baixo conhecimento
técnico-científico e dificuldade de colocar o produto à venda apresentam-se como sendo as
maiores dificuldades. Insuficiência de empresas fornecedoras insumos para a produção de
ração e insuficiência de indústrias de máquinas e equipamentos para sector constitui as
grandes oportunidades na cadeia produtiva.

Palavras-Chave: Avicultura, cadeia produtiva, índices zootécnicos.

XI
ABSTRACT

The present work has the objective of analyzing the productive chain of chicken of
the province of Maputo. For the execution of the study, we used the descriptive-exploratory
research of the case study type. The methods of observation, interviews and questionnaire
were used for each integral element in the chain. The chain starts from the matrizeiro segment
and ends at the consumer. After the fattening period the chicken reaches the final consumer
alive, frozen or still in pieces. At the provincial level, 71.83 % of all poultry producers are
part of small producers, mostly using the independent model. The productive indicators
resulted in an average IEP above 200, characterizing the production as excellent. The low
technical-scientific knowledge and difficulty to put the product on sale present themselves
as the greatest difficulties. Insufficiency of supplier companies inputs for the production of
ration and insufficiency of industries of machines and equipment for sector constitutes the
great opportunity in the productive chain.

Key words: Poultry production chain, zootechnical indexes.

XII
1. INTRODUÇÃO

A avicultura é a criação de aves para produção de alimentos, em especial, carne e


ovos (MURAD & DA SILVA 2014). Segundo o BNDES (1995) apud GORDIN (2003),
avicultura era uma actividade artesanal e de pouca importância económica. Os criadores não
tinham conhecimento dos cuidados necessários à nutrição das aves, obtendo, por esta razão,
pouca produtividade.

O avanço deste sector ocorreu a partir do confronto (1939-1945) vivido durante a II


Guerra Mundial (BNDES,1995 apud GORDIN, 2003). Adoptou-se sistemas para aumentar
a produção e deixou de ser uma actividade de pouca relevância e passou a ter grande
importância para a economia (GIAROLA, 2017). Segundo OLIVEIRA & NÄÄS (2012)
apud RODRIGUES et al., (2014), destacam que os progressos que se verificam actualmente
na avicultura foram obtidos pelos uso da inovação e da tecnologia ou avanços em genética
(novas linhagens), nutrição (rações e alimentos que atendessem aos requisitos nutricionais
das aves) e sanidade (medicamentos específicos para a avicultura), resultando em redução
dos custos, por meio da instalação de equipamentos desenhados especificamente para atender
às novas exigências da produção em larga escala como principais factores responsáveis pelo
bom resultado na produção de frangos de corte.

Avicultura é o sector produtivo Moçambicano que mais emprega a mão-de-obra


activa, absorvendo cerca de 79 % da população. Constitui uma componente importante da
economia agrária de Moçambique, contribui para crescimento inclusivo e sustentável do país
e é uma actividade geradora de renda para famílias pobres que vivem em condições precárias.
Também, a produção avícola pode aumentar a disponibilidade de frango e ovos para o
consumo familiar, o que é vantajosa na perspectiva nutricional e de diversificação da dieta,
visto que estes produtos constituem fontes valiosas de proteínas a custo baixo (OPPEWAL
et al., 2016).
A nível mundial os Estados Unidos são o maior produtor de frango, com 20,42 % da
produção mundial, seguidos pelo Brasil que é responsável por 15,19 % da produção total, a
China por 14,18 % e a União Europeia com 12,36 %. Esse mercado é concentrado nos quatro

1
maiores produtores mundiais que são responsáveis por 62,15 % da produção (GIAROLA,
2017).

Segundo ERNESTO (2013), a avicultura em Moçambique encontra-se em fase de


desenvolvimento sobretudo nas províncias de Maputo, Manica e Nampula. Sendo que nas
restantes províncias ainda esta na fase embrionária. As províncias de Maputo e de Manica
aparecem na lista como maiores produtoras de frango do país, apesar da ascensão de
Nampula, Inhambane e Cabo Delgado (GEMO, 2014). Com as acções realizadas e medidas
tomadas pelo Governo, em parceria com o sector privado, actualmente, a produção situa-se
em 75.000 toneladas (ANONIMO, 2016).

Segundo GEMO, (2014) e OPPEWAL et al., (2016) em Moçambique, a cadeia inicia-


se a partir do matrizeiro, com a importação de pinto de um dia (matriz) para cria e recria nos
locais de reprodução. De acordo com NICOLAU et al., (2011) a cadeia produtiva Avícola
Moçambicana, também, está interligada a outras cadeias produtivas auxiliares que tem a
função de fornecer rações, medicamentos e produtos veterinários, equipamentos e
embalagens à cadeia principal. Há, também, as actividades de apoio realizadas pelo Governo,
por Organizações não Governamentais (ONG’s) e associações de classe, por organizações
do sistema financeiro e de P&D (pesquisa e desenvolvimento) (NICOLAU et al., 2011).

Desta forma, o estudo da cadeia produtiva de frango de corte da Província de Maputo


permitiria identificar as potencialidades, melhorias e deficiências do sector para tomada
decisão para evidenciar o seu melhoramento, visto que a cadeia produtiva envolve
actividades desde a produção até a entrega do produto final aos seus consumidores.

1.1. PROBLEMA DO ESTUDO

Os índices produtivos são padrão da avaliação de uma unidade de produção e servem


de indicador de todas as ações tomadas durante a criação do lote. Os baixos índices
produtivos (alta mortalidade e maior consumo de ração) na actividade de produção de frangos
de corte da Província de Maputo, reflete num aumento nos custos de produção e baixo ganhos
financeiros. Neste contexto, o presente trabalho pretende responder a seguinte questão:

2
Quais são os factores que estão por de trás dos baixos índices produtivos na actividade
de produção de frangos de corte da Província de Maputo?

1.2. JUSTIFICATIVA

Em Moçambique, a carne de frango é muito consumida. Esta constituiu alternativa


para muitas famílias, quando comparada às outras variedades de carnes (ex: carnes
vermelhas) tanto em termos de preço como no que diz respeito ao valor nutricional. Estes
factores fazem com que a avicultura contribua de forma significativa para a segurança
alimentar e geracão de emprego (AGOSTINHO 2010).

A cadeia de produção envolve atividades desde a produção ou extração de matéria-


prima básica, seu processamento, transporte, armazenamento e distribuição, até a entrega aos
seus consumidores finais (ALTENHOFEN, 2007). Destacando a importância das cadeias
produtivas, LEITE (1996) apud ALTENHOFEN (2007), afirma que a realização de estudos
de cadeias produtivas é um passo fundamental para a estruturação de mecanismos capazes
de fornecer informações consistentes para a tomada de decisão de agentes públicos e
privados. Hoje seu estudo tornou-se um dos mais utilizados para análise de acções
econômicas e para auxílio na elaboração de políticas públicas e privadas, por ser uma
ferramenta importante que permite identificar fragilidades, oportunidades e problemas gerais
em todo sector produtivo da economia (ALTENHOFEN, 2007). Além disso, são destacados
os aspetos competitivos, as vantagens comparativas regionais e internacionais (VOILÀ &
TRICHES, 2013).

1.3. HIPÓTESES

Os índices produtivos na actividade de produção de frangos de corte da Província de


Maputo podem ser influenciados pelo insuficiente conhecimento de maneio sanitário e
maneio alimentar.

3
1.4. OBJECTIVOS

1.4.1. Geral

 Avaliar a cadeia produtiva de frango de corte da Província de Maputo.

1.4.2. Específicos

 Descrever a configuração da cadeia produtiva;


 Analisar os indicadores produtivos dos avicultores;
 Identificar os constrangimentos existentes e oportunidades emergentes.

4
2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. CADEIA PRODUTIVA DE FRANGO DE CORTE

A cadeia produtiva é vista por ALTENHOFEN (2007) como: o conjunto de


actividades económicas que se articulam progressivamente, por um conjunto de empresas,
desde o início da elaboração até a entrega de um produto ou serviços aos consumidores finais.
Segundo GORDIM (2003) & VASCONCELOS & DA SILVA, (2015) a cadeia produtiva de
aves de corte pode ser dividida em três etapas: produção, industrialização e distribuição e
consumo.

VOILÀ & TRICHES (2012) apud PASETO et al., (2015), caracterizaram a cadeia
produtiva de acordo com o apresentado na Figura 1. Segundo os autores, os elos principais
da cadeia são avozeiro, matrizeiro, incubatório, aviário, frigorífico, retalhistas e consumidor
final e os elos auxiliares são pesquisa e desenvolvimento genético, medicamentos, milho,
soja e outros insumos, equipamentos e embalagens. A selecção genética tem a função de
aprimorar a linhagem das aves. O avozeiro é onde ficam as poedeiras avós, que são originadas
a partir da importação de ovos das linhagens avós. O cruzamento entre avós dá origem às
matrizes. Os avozeiros no geral, pertencem a empresas multinacionais (PASETO et al.,
2015).

O matrizeiro é o segundo elo da cadeia e é onde ficam as matrizes. Em Moçambique,


a cadeia inicia-se a partir do segundo segmento, matrizeiro, com a importação de pintos de
um dia (matriz) para cria e recria nos aviários de reprodução (GEMO, 2014 & OPPEWAL et
al., 2016). Este segmento pertence, em geral, a agroindústria onde se originam os ovos que
darão origem aos frangos de corte. O incubatório é a unidade responsável por receber estes
ovos e chocá-los, cujo objectivo é dar origem aos pintos de corte que serão encaminhados
para os aviários após algumas horas de seu nascimento e também pertence a agroindústria
(DE ARAÚJO et al., 2008; PASETO et al., 2015; VASCONCELOS & DA SILVA, 2015;
GIAROLA, 2017).

O aviário corresponde à etapa responsável pelo crescimento e engorda do frango, ou


seja, representa a etapa de produção. Neste sector, os frangos permanecem até completarem

5
a idade de abate. Este elo da cadeia é caracterizado pelos contractos de integração entre
frigoríficos e produtores (DE ARAÚJO et al., 2008; PASETO et al., 2015; VASCONCELOS
& DA SILVA, 2015; GIAROLA, 2017). Segundo VASCONCELOS et al., (2015), estas
etapas referentes a produção são criação de linhagens avozeiro, matrizeiro, incubatório e
aviário.

Figura 1 - Estrutura da cadeia produtiva de frango de corte

Fonte: VOILÀ & TRICHES, (2012) apud PASETO et al., (2015).

O frigorífico é a etapa responsável pelo abate e processamento da carne do frango (o


frango resfriado, congelado, inteiro e em cortes/pedaços) e é o elo da cadeia que representa
a agroindústria (DE ARAÚJO et al., 2008; PASETO et al., 2015; VASCONCELOS & DA
SILVA, 2015; GIAROLA, 2017). Segundo VOILÀ & TRICHES, (2013) esta etapa refere-
6
se à industrialização. É composto, na sua maioria, por várias seções no processo produtivo,
quais sejam: recepção, atordoamento, sangria, escaldagem, depenagem, evisceração,
lavagem, pré-resfriamento, gotejamento, cortes, embalagem, congelamento e expedição
(ALVES FILHO, 1996 apud DE ARAÚJO et al., 2008). Segundo VOILÀ & TRICHES,
(2013) a terceiro e último referente a distribuição e consumo. Ocorre a distribuição da carne
para os mercados retalhistas e mercados externos e o produto é então disponibilizado para os
consumidores (DE ARAÚJO et al., 2008).

No caso das exportações, antes do produto chegar ao atacado, distribuidor ou grandes


retalhistas (supermercados) pode ser negociado por meio de traders (comercializadores do
mercado internacional) ou directamente (LIBARDI & SCHORR, 2004 apud
VASCONCELOS et al., 2015).

A cadeia produtiva de frango passa por uma grande interação com os sectores de
pesquisa, insumo, produção, transformação e distribuição (VOILÀ & TRICHES, 2013).
Destacando a importância das cadeias produtivas, LEITE (1996) apud ALTENHOFEN,
(2007) afirma que a Realização de estudos de cadeias produtivas é um passo fundamental
para a estruturação de mecanismos capazes de fornecer informações consistentes para a
tomada de decisão de agentes públicos e privados.

2.2. LINHAGENS COMERCIAIS DE FRANGOS DE CORTE

As linhagens são obtidas com o cruzamento e retro cruzamento de raças puras. São
conhecidas mais de 300 raças puras em galinhas, porém poucas são de uso comercial. As
principais raças puras utilizadas são Cornish, Plymouth Rock Branca, New Hampshire,
Sussex (SOUZA e MICHELAN, 2004), Barrada, entre outras, que são escolhidas de acordo
com a característica exigida pelo mercado (MACHUCA, 2013).

Os híbridos comerciais (linhagens) foram desenvolvidos por meio de cruzamentos


entre raças puras (avós) para gerar matrizes com produtividade superior a dos seus ancestrais
puros. Entre as linhagens mais conhecidas estão: Ross, Cobb, Arbor Acres, Hubbard, Isa, Ag
Ross, Avian, HiSex, Hibro e Embrapa (JESUS JUNIOR et al., 2007 apud MACHUCA,
2013). Apesar de encontrar apenas linhagens de alta rentabilidade no mercado, pode-se

7
encontrar diferenças entre elas no rendimento de carcaça e cortes nobres, de acordo com peso
e idade de abate, devido à pressão de seleção aplicada no seu desenvolvimento (MOREIRA
et. al., 2003 apud MACHUCA, 2013). As seleções são feitas através do desempenho
individual de cada linhagem pura ou no cruzamento de linhagens (MARTINS et al., 2012
apud MACHUCA, 2013) e tem como objetivo produzir carcaças bem desenvolvidas com
menor percentagem de gordura e maior percentual de cortes nobres como peito, coxa e sobre
coxa. Hoje, o desempenho esperado dos híbridos de frangos de corte, aos 42 dias de idade, é
de peso médio 2,626kg (EMBRAPA, 2013 apud MACHUCA, 2013), conversão alimentar
1,8, rendimento de carcaça de 74% do peso vivo e rendimento de carne no peito de 23%
(COBB VANTRESS, 2011 apud MACHUCA, 2013), com pequenas variações entre
linhagens (MACHUCA, 2013).

2.3. ÍNDICE ZOOTÉCNICO

De acordo com a Associação Paranaense de Avicultura (APAVI, 2009) apud


JÚNIOR (s.d), os índices zootécnicos podem ser definidos como o padrão de
desenvolvimento ou de produção de uma instalação. Eles servem como guias de criação,
referências e metas a serem atingidas. É através deles que se avalia a eficiência na produção.
Desta forma, eles se constituem no principal referencial na exploração das aves (JÚNIOR,
s.d). Segundo BORATTO (2011), os Índices zootécnicos demonstram o potencial genético
de cada linhagem e constituem uma principal ferramenta de avaliação zootécnica do lote.

2.3.1. Avaliação da produção

Como uma das formas de avaliar o desempenho e viabilidade econômica em


avicultura é utilizando-se a observação dos índices zootécnicos, principalmente: conversão
alimentar (CA), ganho médio diário de peso (GMDP), idade ao abate (IA), índice eficiência
produtiva (IEP), taxa de mortalidade (MO), peso ao abate (PA) e viabilidade (VI) (JÚNIOR,
s.d). O alcance desses índices zootécnicos propostos por cada linhagem depende de uma
combinação de vários factores: maneio, nutrição, sanidade e a própria potencialidade
genética para se garantir o sucesso do empreendimento avícola (BORATTO, 2011).

8
2.3.2. Características de desempenho

As características de desempenho mais buscadas em melhoramento genético de


frangos de corte são ganho de peso, peso vivo e conversão alimentar, estas são características
importantes que estão ligada directamente aos custos com ração, podendo causar impacto
econômico significativo na produção (AVIAGEN BRIEF, 2011 apud MACHUCA, 2013).
Segundo LUPATINI (2015), o custo com ração representa 60 a 70% do custo de produção
do frango vivo, portanto, garantir níveis cada vez menores de conversão alimentar ou maior
eficiência alimentar, significa melhorar a rentabilidade de uma empresa ou de um sistema de
produção. Assim, as empresas precisam fazer um esforço extra para manter os custos de
produção em níveis viáveis economicamente, pois disso depende a sobrevivência da empresa
(LUPATINI, 2015). Em termos de desempenho, MENDES (1989) apud NICOLAU (2008),
recomendam que se deve avaliar os resultados de desempenho de uma empresa avícola,
dispondo do padrão de referência da linhagem de produção adoptada pela empresa.

Para se obter bom crescimento com baixo gasto com alimentação devemos focar na
conversão alimentar das aves. Conversão alimentar é definida como a quantidade de alimento
necessário para que se produza 1Kg de carne. Esta noção de Kg de carne/Kg de ração é
fundamental para se garantir a lucratividade da avicultura. Quando uma empresa tem altas
taxas de conversão alimentar, ela precisa avaliar seu sistema de produção de forma sistêmica
(LUPATINI, 2015).

Para melhorar a conversão alimentar dos animais é necessário melhorar tanto a


qualidade genética dos animais quanto a composição e tecnologia da nutrição desses animais.
Assim, para a indústria aumentar a eficiência produtiva é importante analisar dados de
variáveis que possivelmente influenciam a conversão alimentar, especialmente variáveis
relacionadas ao custo da ração (LUPATINI, 2015).

2.3.3. Factores que afectam no desempenho

a) Densidade

A densidade correta de alojamento é essencial para o êxito do sistema de produção


de frangos de corte, pois garante o espaço adequado ao desempenho máximo das aves. Além
9
do desempenho e lucratividade, a densidade de alojamento adequada também implica
importantes questões relacionadas ao bem-estar das aves. Uma densidade inadequada pode
acarretar problemas de pernas, arranhões, contusões e mortalidade. Além disso, a integridade
da cama também será comprometida. Além disso, a integridade da cama também será
comprometida. Densidade elevada aumenta a disputa dos em fazendo com que outros tenham
acesso aos comedouros e outros não (COBB-VANTRESS, 2009).

b) Programa de vacinação

As matrizes são vacinadas contra diversas doenças, a fim de que os anticorpos


maternos sejam transmitidos aos pintinhos maternos e tem êxito na proteção de frangos
contra doenças que comprometem os resultados (tais como doenças infecciosa da bursa,
anemia viral e reovírus). Esses anticorpos servem para proteger os pintos durante os
primeiros estágios do período de recria. Entretanto, esses anticorpos não protegem os frangos
durante o período todo. Desta forma, pode ser necessário vacinar os frangos no incubatório
ou em campo, para prevenir certas doenças. O calendário de vacinação deve levar em conta
o nível esperado de anticorpos maternos, a enfermidade em questão e os atuais desafios em
campo (COBB-VANTRESS, 2009).

c) Ração ou nutrição

A ingestão da ração é afetada por sua forma e a melhor ingestão ocorre com ração
triturada, mini-peletizada ou peletizada de boa qualidade. Rações com tamanhos de partículas
desuniformes podem aumentar o desperdício, uma vez que os pedaços menores caem
facilmente do bico das aves, principalmente daquelas que têm acesso constante à ração. Os
pintinhos que consomem grandes quantidades de finos (partículas de tamanho menor que 1
mm) ou ração farelada desperdiçam mais ração. Derramar ou desperdiçar a ração reduz muito
a eficiência alimentar, desenvolvimento do frango (ROSS, 2014).

As rações peletizadas ou extrusadas em geral são manuseadas mais facilmente,


quando comparadas às rações fareladas. Do ponto de vista nutricional, as rações processadas
demonstram marcante melhora da eficiência e da taxa de crescimento dos plantéis, em
comparação com rações fareladas (COBB-VANTRESS, 2009).
10
d) Programa de luz

Os programas de luz dedicados a evitar o ganho excessivo de peso entre 7 e 21 dias


tem se mostrado eficazes na redução da mortalidade em decorrência de ascite, morte súbita,
problemas de pernas e mortalidade por spiking. Pesquisas demonstram que os programas de
luz que preconizam 6 horas contínuas de escuro melhoram o desenvolvimento do sistema
imunológico. A mortalidade devido à síndrome de morte súbita (“SMS”) e a mortalidade e
morbidade por ascite e distúrbios esqueléticos diminuem. Um programa de luz empregado
incorretamente pode prejudicar o ganho médio diário (GMD) e comprometer o desempenho
de todo o lote (COBB-VANTRESS, 2009).

A estimulação correta da atividade durante os primeiros 5-7 dias de idade é necessária


para que o consumo alimentar e o desenvolvimento dos sistemas digestivo e imunológico
sejam os melhores possíveis. A redução da energia exigida para realizar atividades durante a
porção média do período de crescimento resulta em maior eficiência de produção (COBB-
VANTRESS, 2009).

e) Ventilação

A ventilação mínima feita de forma inadequada e a consequente queda na qualidade


do ar no aviário podem levar ao aumento dos níveis de NH3, CO 2, umidade e a ocorrência
de síndromes como a ascite. Os níveis de amônia sempre devem ser avaliados no nível das
aves. Alguns dos efeitos negativos da amônia são: queimaduras nos coxins plantares (calos),
irritação ocular, irritações da pele e calos de peito, perda de peso, baixa uniformidade,
suscetibilidade a doenças e cegueira COBB-VANTRESS (2009).

2.5. MODELOS DE EXPLORAÇÃO NA AVICULTURA

De acordo com EVANGELISTA et al., (2008) apud LOPES (2011), avicultura de


corte contempla três modelos de exploração: independente, verticalizado e integrado.

11
i. Modelo independente

O avicultor de frango de corte se responsabiliza por todas as fases da produção, desde


a aquisição dos pintinhos, sua criação até o ponto de abate (EVANGELISTA et al., 2008
apud LOPES 2011).

ii. Modelo verticalizado

Várias fases de produção estão inseridas em uma mesma empresa, por exemplo,
criação dos pintinhos, abate e comercialização (EVANGELISTA et al., 2008 apud LOPES
2011).

iii. Modelo integrado

Apresenta algumas características diferenciais de acordo com a integradora.


Tradicionalmente, a integradora dispõe de frigorífico e fábrica de rações, fornecendo insumos
e assistência técnica aos produtores integrados, que produzem em suas próprias áreas e
entregam a produção à empresa integradora (EVANGELISTA et al., 2008 apud LOPES
2011).

12
3. METODOLOGIA

3.1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO ESTUDO

A pesquisa foi executada na Zona Sul do país, na província de Maputo.

Figura 2 - Mapa da Província de Maputo

Fonte: TSANDZANA (2010).

A província de Maputo a norte confina-se com a província de Gaza, a Oeste faz


fronteira com Suazilândia e África do Sul, a Sul novamente com África do Sul e a Leste é
limitado pelo Oceano Índico (DOS MUCHANGOS, 1999). O clima predominante na
província de Maputo de acordo com a classificação climática de Koppen-Geiger é tropical
seco (Aw) e o período mais quente do ano compreende os meses de Novembro a Abril e o
mais frio nos meses de Maio a Outubro (DOS MUCHANGOS, 1999).

A precipitação situa-se abaixo dos 400 mm, mas o período de


maior precipitação ocorre nos meses mais quentes, entre Novembro e Março, a temperatura
média anual é de 22.7 ºC e a humidade relativa média é de 66,6 %, com pouca oscilação
durante o ano, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, (INAM, s.d).

13
A população residente na província de Maputo estima-se em 2,507,098 de habitantes,
estimado no censo 2017 de acordo com os resultados do Instituto Nacional de Estatística,
(INE, 2017).

3.2. TIPO DE PESQUISA

Para a execução do estudo, recorreu-se a pesquisa descritiva-exploratória do tipo


estudo de caso. Segundo GIL (2008) classifica as pesquisas em dois tipos:

a) Quanto ao objectivo:

 Pesquisa exploratória: envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com


pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de
pesquisa bibliográfica e estudo de caso (GIL, 2008).
 Pesquisa descritiva: descrever as características de determinadas populações ou
fenômenos (GIL, 2008).

b) Quanto ao procedimento

 Estudo de caso: consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos


objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento (GIL,
2008).

3.3. TAMANHO DE AMOSTRAS

Para a determinação do tamanho da amostra utilizou-se a formula proposta por


(BARBETTA, 2006):

1 N×no
𝐧𝐨 = e𝐧 = ;
E2o N+no

Onde:

𝐧𝐨 - Tamanho amostral da primeira aproximação;

𝐄𝐨𝟐 - Erro amostral tolerável;

14
N - tamanho da população e

n - tamanho da amostra (BARBETTA, 2006).

Para a amostra dos dados referentes aos produtores, o erro amostral toleravel aplicado
foi de 6 % e o tamanho da população dos produtores avículas escritos na SDAE e AMA são
no total 71 avicultores, com a fórmula anterior, extraiu-se uma amostra de 57 avicultores.
Para a realização da pesquisa foram inqueridos 57 avicultores.

Para a amostra dos dados referentes aos consumidores, o erro amostral tolerável
aplicado foi de 10 % e o tamanho da população de consumidores é de 2,507,098, com a
fórmula anterior, extraiu-se uma amostra de 100 consumidores e fez-se um levantamento em
4 distrito da Província de Maputo.

3.4. ANÁLISE DE DADOS

Para análise de dados recorreu-se ao Excel do Microsoft Office 2013, onde os dados
colectados foram tabulados e organizados em gráficos (gráfico de sector) e tabelas e posterior
interpretação.

3.5. CONDUÇÃO DA PESQUISA

Para a condução da pesquisa, usou-se método de observação, entrevistas,


questionário. Para alcançar os objectivos traçados, recolheu-se e analisou-se dado primários
e secundários.

a) Dados primários

Os dados primários foram obtidos através da entrevista e questionários. As


entrevistas, foram presenciais (56) e por telefone (1) seguindo da aplicação de um
questionário.

O questionário é constituído por quatro blocos: o primeiro bloco do questionário


abrange dados sobre o histórico do produtor ou empresa e identidade do entrevistado. No
segundo bloco consta perguntas relacionadas a produção e comercialização no geral e o
15
relacionamento da empresa ou produtor com seus clientes e fornecedores. O terceiro bloco
consta perguntas relacionadas à empresa com seus integrados (produtor). O último bloco
abrange dados ao consumidor. Optou-se por questões abertas e fechadas nas entrevistas e
todos os questionários são apresentados no Apêndice.

b) Dados secundários

Os dados secundários foram obtidos através de levantamento de dados e pesquisa


bibliográfica.

O trabalho considerou o segmento de engorda (o produtor ou criador de frango) como


sendo o elo central da cadeia para aplicação do questionário, por ser capaz de fornecer as
informações de todos os demais agentes, a montante (fornecedores de matéria-prima) e a
jusante (saída do produto). As entrevistas e questionários foram realizados a outros agentes
da cadeia, com finalidade de averiguar discrepâncias de dados ou informações.

Para descrever a configuração da cadeia produtiva de frango de corte da Província


Maputo, o estudo partiu da definição e configuração da cadeia completa da Província com
auxílio das configurações da cadeia geral e dividiu-se a cadeia em três etapas propostas por
GORDIM (2003): produção, abate e distribuição e consumo. A descrição da configuração da
cadeia produtiva da Província de Maputo ajudou a identificar constrangimentos existentes e
oportunidades emergentes.

16
Figura 3 - Configuração da Cadeia Produtiva de Frango de Corte da provincial de Maputo

Fonte: Adaptado pelo autor, a partir de NICOLAU (2008) & GORDIN (2003).

O estudo analisou indicadores produtivos de três (3) empresas (HIGEST, Joss


Avicula e frango do Sr. Adérito) que localizam-se em diferentes distritos, representam
diferentes organizações e estruturas, com base no NICOLAU (2008) e AGOSTINHO (2010).
O critério de selecção baseou-se em factores propostos por AGOSTINHO (2010) como:
representatividade no sector e tempo no mercado. As empresas Higest, Joss Avicula e frango
do Sr. Adérito serão denominados por letras X, Y e Z respectivamente. Os produtores foram
divididos com base na capacidade de produção (ave/ciclo) descrita por NICOLAU (2008) &
AGOSTINHO (2010) que os pequenos produtores a sua faixa de produção situa-se abaixo
5.000 aves por ciclo, os médios produtores a sua faixa de produção ronda nos 5000 a 50000

17
aves por ciclo e os produtores que alocarem aves numa faixa acima de 50000 ave por ciclo
produtivos são os grandes produtores.

Para analisar os indicadores produtivos dos avicultores, tomou-se em consideração


alguns parâmetros produtivos como: ganho de peso diário (GPD), o índice de conversão
alimentar (CA), eficiência alimentar (EA), viabilidade (VB) e índice de eficiência de
produção (IEP), calculados pelas seguintes fórmulas proposta por AMARAL & MLAY
(2012) e comparou-se os resultados obtido com os dados do manual da linhagem cobb:

ConsumoMédio (Kg)/avec
 Conversão Alimentar (ICA): CA =
GMD
1
 Índice de Eficiência Alimentar: EA=
𝐶𝐴
Pf−Pi
 Ganho Médio Diário (GMD): GMD =
n
Número de frangos retirados
 Viabilidade do Lote (VB): VB = 𝑥 100
Número de pintos recebidos

 Índice de Eficiência Produtiva (IEP): IEP = GMD x VB x EA x 100%

Para avaliar IFP recorreu-se a tabela abaixo:

Tabela 1 - Parâmetros de análise de resultados IEP

<200 200-220 220-230 230-240 240-250 >250


Péssimo Ruim Regular Bom Optimo Excelente

Fonte: CARNEIRO et al., (2004), apud AMARAL & MLAY (2012).

18
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. ETAPAS DA CADEIA PRODUTIVA

Verifica-se que a cadeia produtiva de frango de corte de Maputo é dividida em três


etapas propostas por GORDIM (2003): produção, abate e distribuição e consumo.

4.1.1. Etapa da produção

Na Província de Maputo a cadeia produtiva de frango de corte inicia-se a partir do


matrizeiro, com a importação de ovos férteis, para posterior gerar as matrizes-pais que serão
encaminhados aos locais de reprodução. Os ovos produzidos pelas matrizes permanecem 18
dias em incubação, 3 dias na eclosão e 1 dia, no mínimo, em estoque dos pintos para posterior
serem encaminhados aos aviários para a engorda. A incubação na Província de Maputo é
desenvolvida por 5 empresas (vide anexo I). Este facto pode ser sustentado por OPPEWAL
et al., (2016), ao afirmarem que, actualmente o país conta com 7 incubadoras, sendo que 5
(cinco) estão instaladas na Zona Sul, 1 (uma) na Zona Centro e a outra na Zona Norte.

Gráfico 1 - Tipo de linhagem utilizada

ROSS
18%

COBB
82%

COBB ROSS

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados do campo.

Quanto a linhagem de produção, é possível notar no Gráfico 1 que, a linhagem mais


utilizada é a Cobb que representa 82 % em relação a Ross com 18 %. Assim sendo, a
19
preferência pela linhagem Cobb deve-se ao facto de ser de maior disponibilidade no mercado,
fácil adaptação ao ambiente, e por apresentar boa conversão alimentar. Segundo NICOLAU
(2008), em Moçambique, a raça Cobb cobre 80 % do mercado, seguida por Hubbard com 15
% e, por último, pela Ross, em 5 %, proveniente da importação directa de pintos. LOBAGO
et al., (2003) apud RIBEIRO (2015), quando comparava o desempenho de Ross 308 e Cobb
500 em explorações de pequenos produtores, a linhagem Cobb 500 revelou maior capacidade
de adaptação às condições de elevada densidade e também o melhor desempenho.
Sustentando, STRINGHINI et al., (s.d) apud LUPATINI (2015), ao avaliar o desempenho
de algumas linhagens comerciais de frangos de corte, entre elas a Cobb e Ross, observaram
que aos 48 dias de idade a linhagem Cobb apresentou menor conversão alimentar de 1,778
em relação a linhagem Ross que apresentou conversão alimentar de 1,779. LUPATINI (2015)
afirma que, quanto menor o índice de conversão alimentar, mais eficiente está sendo a ave
em transformar ração em carne e menor será o custo de produção.

O período de engorda dos frangos destinados ao abate na Província vária de 30 a 45


dias, quanto mais longo for os dias de criação resulta num aumenta dos custos de produção.
Este facto é corroborado por COBB-VANTRESS (2009), ao afirmar que períodos mais
longos de criação acarretam mais consumo de ração pelos frangos e consequentemente
aumenta os custos de produção neste segmento.

Verifica-se aumento na produção de frango na Província de Maputo, principalmente


nos meses de outubro e novembro, período que antecede a quadra festiva e que há um
aumento da procura do frango. Sustenta NICOLAU (2008) & AGOSTINHO (2010),
considerando a especificidade da produção de Moçambique, entre os meses de Agosto e
Novembro, período que antecede a quadra festiva e que há um aquecimento do mercado, com
o aumento da procura por bens alimentares estimula o aumento da produção de frango.

A etapa de produção, na Província de Maputo, finaliza-se com a distribuição dos


frangos para o mercado livre (feira) e para o segmento de abate.

20
4.1.2. Etapa de Abate

O segmento industrial de abate vem crescendo com funcionamento de vários


frigoríficos nos diversos pontos da Província de Maputo. Este facto é comprovado por
OPPEWAL et al., (2016) ao afirmar que, o processo de abate está a ganhar espaço no
mercado moçambicano através da incorporação de sistema de integração dos produtores nas
agro-indústrias de abate.

O processo de abate é composto por várias secções, inicia-se com pendura das aves
nas correntes, insensibilização e abate, depois segue-se, escaldagem, depenagem,
evisceração, lavagem, resfriamento, gotejamento, embalagem e congelamento. A província
de Maputo actualmente conta com 6 abatedouros em actividade (vide anexo III), onde o
processo de abate é semi-automático. Nos países desenvolvidos o processo de abate é
diferente conforme descrito por AGOSTINO (2010) ao afirmar que é totalmente automático.

Alguns abatedouros da Província dispõem de um nível tecnológico aceitável e outros


com equipamentos um pouco sofisticados, o que acaba tornando o trabalho muito mais eficaz
e de qualidade. Segundo NICOLAU (2008), empresas que detêm tecnologia de ponta é capaz
de responder às demandas, assim como desenvolver produtos com maior valor agregado, que
seria, no caso mais simples, os cortes diferenciados.

Referentes aos frangos abatidos, estes são transportados em caixas de plástico,


acondicionados no final do processo de produção em embalagem a vácuo. Segundo TESSER
(2009) apud BLOCK (2016), as embalagens a vácuo isolam a carne do oxigênio ambiente,
pois este oxigênio favorece o crescimento de microrganismos, que por consequência alteram
as características da carne. Para os abates caseiros a tecnologia é toda manual e também o
frango é manualmente embalado para posterior ser refrigerado, e comercializado na
residência do produtor.

Os abatedouros da Província têm adoptado a técnica de abate halaal. Segundo


NICOLAU (2008), diz que a técnica halaal determina que as aves sejam abatidas com o peito
voltado para Meca, devendo se evocar o nome de Deus durante o sacrifício das aves para
dignificar a morte do animal. Adopção da técnica halaal estimula o consumo da carne de

21
frango porque abrange a população que professa a religião Islâmica. OPPEWAL et al.,
(2016) sustenta que, os factores, como cultura e hábitos alimentares, têm um efeito no
consumo de frango. ORTEGA (2000) apud NICOLAU (2008), afirmam que o consumo de
carne de frango se deve a fatores, como: mudança de hábitos de consumo e motivos
religiosos.

Na Província de Maputo a adopção do sistema HACCP está em progresso. Segundo


MELLO (2001), este programa é usado na inspeção de processo produtivo, contribui para a
competitividade da cadeia, garante a imagem de alimento seguro e induz a mudança nos
métodos de produção, no uso de equipamentos, edifícios e instalações e distribuição dos
alimentos.

O produto final (frango) em Maputo é fornecido resfriado, congelado, inteiro ou em


pedaços, de igual maneira ocorre no mercado internacional (DE ARAÚJO, 2008). Assim
como os outros elos da cadeia produtiva, o elo dos abatedouros exige muitos cuidados, pois
este elo está ligado ao consumidor final, a AMA para garantir que o produto final seja de
qualidade formou 89 inspetores de abatedouros de frango de corte na Província de Maputo.

4.1.3. Etapa de distribuição e consumo

A última etapa da cadeia produtiva é composta pelos segmentos de distribuição e


consumo. A comercialização do frango na província realiza-se por intermédio de grande rede
de grossitas e retalhistas. Sustentam AGOSTINHO (2010) e OPPEWAL et al., (2016) ao
afirmam que, os principais responsáveis pela distribuição e comercialização do frango em
Moçambique, são os vendedores retalhistas (postos de vendas, supermercados, lanchonetes,
mercearias, etc), e atacadistas que comercializam mais o frango importado.

22
Gráfico 2 - preferência dos consumidores

6% Sem preferencia

13% Frango em
pedaco

48% Frango
vivo

33% Frango
congelado Frango Vivo Frango Congelados
Pedacos/ Cortes Sem preferencia

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados do campo.

De acordo com o gráfico 2, na província 48 % dos consumidores têm preferência pelo


frango vivo, por possuir vantagens de adquirir vísceras comestíveis e as patas, enquanto 33
% dos consumidores prefere o frango inteiro congelado pela facilidade na preparação, não
tendo que enfrentar o abate caseiro e a depenação e 6 % não tem preferência. Resultados
similares foram encontrados no estudo efectuado por OPPEWAL et al., (2016), ao afirmar
que em Moçambique o frango vivo constitui metade do consumo total (cerca de 50 %),
revelando ainda hábito ou preferência da população pelo consumo do frango vivo e o frango
congelado constitui cerca de 18 % do consumo total. Diferente do descrito por SEBRAE
(2008) ao afirmar, que no mercado internacional o consumo de frango inteiro congelado já é
tradicional.

Refente ao frango em pedaços/cortes, na Província ainda têm mercado reduzido. 13


% dos consumidores tem preferência pelo frango em pedaços por ser de fácil preparação e
por fornecer um produto uniforme. Para NICOLAU (2008), o principal produto oriundo do
abatedouro, em Moçambique, continua sendo o frango inteiro congelado ou resfriado e
observa-se um tímido processo de diversificação do produto final em Moçambique, com a
introdução de frangos em pedaços.

Nota-se que o frango produzido ainda não consegue abastecer toda a Província de
Maputo, havendo ainda necessidade de importação do frango nos países vizinho como Africa
23
do Sul. NICOLAU (2008) afirma que, a maior parte das importações de frango ocorre com
maior frequência, no último trimestre de cada ano, para cobrir o deficit frango, que se
avizinha com o aumento da demanda no período da quadra festiva. Sustenta OPPEWAL et
al., (2016), ainda que a importação represente cerca de 30 % do consumo total de frango, as
importações suprem mais de metade da demanda do frango.

4.2. CADEIAS AUXILIARES

A cadeia produtiva de frango de corte de Maputo, interliga-se a outras cadeias


auxiliares que dedicam-se no fornecimento de material genético, ração, produtos veterinários
(vacinas, medicamentos e desinfetantes), equipamentos e embalagens, além disso, o
Governo, ONG’s e outras entidades têm ajudado a estimular o sector, através de promoção
de acordos entre os pequenos produtores e grandes empresas e criação de associações.

4.2.1. Material genético (produção de pintos de corte)

Na Província de Maputo, o material genético é importado, a partir do segmento


matrizeiro em países como Brasil e Zimbabwe. NICOLAU (2008) sustenta que, o material
genético, em Moçambique é importado, através dos países vizinhos, como Zimbábue
distribuidora oficial da raça Cobb-Vantress e raça Hubbard onde se encontram os avozeiros.
O alojamento de matrizes-pais na Província de Maputo é efectuado por uma empresa
(HIGEST). Este facto é fortalecido por NICOLAU (2008) ao afirmar que o alojamento de
matrizes-pais em Moçambique está sob responsabilidade de duas empresas, uma operando
na região Centro e outra no Sul do país, juntas detêm de um plantel de 100.000 matrizes.
Sustenta OPPEWAL et al., (2016) ao afirmar que actualmente, o alojamento de matrizes-
pais também é efectuado na zona norte do país e esta sob responsabilidade da empresa Novos
Horizontes.

O fornecimento de ovos para as incubadoras na Província provém da empresa


HIGEST que produz híbridos de linhagem Cobb e a partir de importações de ovos de outros
países. Segundo NICOLAU (2008), em Moçambique o fornecimento de matéria-prima para
as incubadoras 47 % é depende da produção interna de ovos, e da importação de ovos que
corresponde, aproximadamente, 53 % de ovos incubados. Para AGOSTINHO (2010), a

24
procedência dos ovos importados em Moçambique são, na maioria, de Zimbábue (70 %), e
o restante da Zâmbia, Malawi entre outros países.

A qualidade dos pintos é um factor muito importante pois esse é directamente


proporcional a obtenção de bons índices zootécnicos. Algumas incubadoras da Província de
Maputo vacinam contra Newcastle. Para AGOSTINHO (2010), a imunização dos pintos em
Moçambique priorizam apenas a Newcastle o que ocorre apenas em alguns incubatório, essa
situação pode estar relacionada com o objectivo de redução do custo do pinto, uma vez que
essas vacinas não são produzidas no país. LANA (2000) sustenta que, um dos factores
importante que contribui para a qualidade do pinto é a vacinação contra as doenças de Marek,
Bouba Aviária (varíola Aviária), Newcastle, Bronquite Infecciosa e Gumboro, que deve ser
realizada logo após o nascimento dos pintos, ainda nos incubatório. Os produtores da
Província alegam recebimento de pintos com problemas de cicatrização de umbigo e patas
quebradas. OPPEWAL et al., (2016) sustenta que, em Moçambique a qualidade dos pintos
não é totalmente alcançado, isso foi verificado a partir do frequente recebimento de lotes de
pintos não uniforme. Segundo CONY & ZONCCHE (2004) apud NICOLAU (2008) afirma
que, os pintos de qualidade devem ter como características, abdômen firme, umbigo bem
cicatrizado, sem defeitos físicos, livres de bactérias e fungos patogênicos, entre outros.

Os incubatório da Província não realizam a sexagem dos pintos, isso é notável a partir
da grande diferença do peso vivo entre as aves. Separado o macho e fêmea consegue-se
proporcionar maior uniformidade e melhor ajuste de bebedouros e comedouros. Sustenta
LANA, (2000) afirmando que, com a separação de machos e fêmeas, pode diferenciar rações
para machos e fêmeas, direcionando rações de alta energia para os machos e rações menos
proteicas e energéticas para as fêmeas, a partir do 21º dia, isso vai contribuir para diminuir o
acúmulo de gordura, nas fêmeas, e melhorar a eficiência na utilização dos nutrientes, o que
possibilita a redução dos custos de criação. FRANÇA, (2000), observou que, machos criados
sob condições semelhantes das fêmeas apresentavam vantagem e peso corporal superior e as
fêmeas apresentavam características de maior acúmulo de gordura abdominal, o que
prejudicava o rendimento da carcaça.

25
4.2.2. Ração

A Província de Maputo vem-se destacando na produção de ração, actualmente conta


com pelo menos 4 empresas produtoras de ração (vide anexo II). Este facto é corroborado
por OPPEWAL et al., (2016), ao afirmar que, as grandes empresas produtoras de ração em
Moçambique estão localizadas na capital do país. Segundo DINAP (2005) & MINAG (2007)
apud NICOLAU (2008), a região Sul produz em média 6000 toneladas de ração por mês, e
correspondem aproximadamente 85 % da produção nacional e dessa quantidade 70 a 90 %
do total produzido é destinado a avicultura, sendo 90 % especificamente para avicultura de
corte.

Embora a Província de Maputo seja potência na produção de ração, a maior parte do


milho e soja utilizado na Província para produção de ração é proveniente de importação em
países como África do Sul e Argentina. Diferente do que acontece nas fábricas de ração da
região Centro e Norte do país, essas são alimentadas quase na totalidade pela matéria-prima
produzida localmente (OPPEWAL et al., 2016). Ainda OPPEWAL et al., (2016) afirma que,
as fábricas de ração no Sul, que representam cerca de 60 % da produção nacional de ração,
são obrigadas a recorrer às importações regulares de soja e de milho, principalmente da
África do Sul. Um dos principais factores que explica este cenário é a distância que separa
estes operadores das zonas de grande produção de milho e soja, o que limita a aquisição
destes insumos devido ao alto custo de transporte praticado no mercado. Este facto é
corroborado por NICOLAU at al., (2011) ao afirmar que, a distância para aquisição da
matéria-prima (milho) é uma componente relevante na indústria da ração, pois tem grande
representatividade nos custos totais dessa indústria, uma vez que é pago pela própria fábrica.

Os outros ingredientes importantes para a produção da ração como por exemplo


premix, suplementos vitamínico etc., são importados de países que detém empresas
especializadas. Sustenta AGOSTINHO (2010), que o fornecimento de outros componentes
importantes na indústria de rações, são importados, na sua maioria, da América Latina, da
Europa e da África do Sul.

26
4.2.3. Equipamentos e Embalagens

A actividade avícola necessita de diversos equipamentos em diferentes fases


(reprodução e produção, produção de ração, abatedouros etc). Na Província existem lojas que
dispõe de equipamentos como bebedouro e comedouros manuais para fase de criação, mas
para caso de bebedouro do tipo nipple e comedouros automáticos esses são adquiridos no
mercado externo. Os equipamentos para montagem dos abatedouros também são adquiridos
de outros países, constituído assim uma barreira aos pequenos e médios produtores impedido
a expansão da sua produção. Sustenta NICOLAU (2008) ao afirmar que, Moçambique não
apresenta indústrias de máquinas e equipamentos para sector avícola principalmente
equipamentos para montagem de abatedouro, tendo que recorrer ao mercado externo
(Europa, Asia e Africa de Sul). Diferente do descrito por EVANGELISTA et al., (2008) ao
afirmar que, os equipamentos para fases de criação, produção de ração e abatedouros em
países desenvolvidos são produzidos e adquiridos localmente.

Refente as embalagens na Província de Maputo o fornecimento é efectuado por


empresas que fornecem plásticos flexível, embalagem à vácuo, filmes plásticos PVC, caixas
de papelão entre outros tipos. Sustenta SUTTON (2014), ao afirmar que, a Plasteuropa
Mocambique Lda, indústria de plástico especialista em embalagens para industria Alimentar,
fornece as embalagens, plástico entre outros produtos, a empresa distribui para todo o país e
actualmente, produz uma grande variedade de produtos.

4.2.4. Medicamentos e Produtos Veterinários

Os medicamentos, vacinas utilizados são fornecidos por algumas lojas, que operam
na província de Maputo mas também tem havido insuficiência de alguns medicamentos para
sector. Segundo NICOLAU (2008), em Moçambique, este segmento é constituído por 5
empresas de capital nacional e estrangeiro, importadoras e distribuidoras de vacinas e
medicamentos avícolas desenvolvidos no exterior. Segundo SANTINI (2004), no mercado
mundial, na área das vacinas e medicamentos, os Estados Unidos são os maiores produtores.

A falta de produção interna de produtos veterinários, vacinas, medicamentos entre


outros constituem sério entrave ao desenvolvimento do sector avícola na medida em que não
estão facilmente disponíveis no mercado interno. Segundo AMARAL & MLAY (2012), os
27
produtores avícolas estão dependentes de um pequeno número de fornecedores que importam
em função de demandas específicas, reduzindo estoques e riscos, e garantindo sua
lucratividade.

4.3. ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DOS PRODUTORES AVÍCOLAS

Tabela 2 - Índices zootécnicos médios dos produtores avícolas da província de Maputo

Itens Produtores
Higest Joss Avícola Frango do Sr. Adérito
(X) (Y) (Z)
Faixa de produção/ciclo 160000 60000 4500

Vazio Sanitário 12 15 15
Número de dia/lote 43 46 45
Número de lotes/ano 8,49 7,3 8,11
Peso vivo ao abate (kg) 1,7 1,5 1,3
Idade ao abate 31 31 30
Ganho medio diário (g/ave) 53,71 47,13 42,17
Conversão alimentar 1,6 1,7 1,9
Eficiência alimentar 0,5952 0,5848 0,5051
Viabilidade (%) 97 98,20 95
Índice de eficiência produtiva 310,09 270,60 202,35

Fonte: Elaborado pelo autor através de dados de pesquisa de campo.

4.3.1. Aspecto técnico

A instalação do produtor Z é construída sem obedecer recomendação técnica e usa


material precário para construção das instalações como bambus e chapas de zinco para
cobertura.

O uso de chapas de zinco pode afectar o consumo da ração e causar elevada


mortalidade por transmitirem muito calor para dentro da instalação. Segundo LANA (2000)
apud NICOLAU (2008), a chapa de zinco é o pior material de cobertura, porém não quebra,

28
é durável, e mais barato. Sustenta NÃÃS et al., (2001) apud BARROS (2011), ao afirmar
que, as chapas de zinco, além de transmitirem muito calor, geram muito barulho quando
chove causando estresse as aves e consequentemente afecta a produção.

Para diminuir a quantidade de calor transmitido pode pintar-se a chapas com uma
tinta branca, pois esse reflcte a luz solar reduzindo a quantidade de calor advindo das telhas
metálica. Este facto é corroborado por TONÔCO (2004) ao afirmar que, recomenda pintura
reflexiva pois reduz o ganho de calor por radiação advindo das telhas metálica, pode ser
eficiente em melhorar as condições no verão.

O produtor X e Y apresentam mesma tecnologia de produção, tecnologia avançada


para regulação de temperatura interna, fornecimento de ração e água aos pintos/frangos
automaticamente (comedouros automático tipo prato e bebedouros nipple), por um sistema
informatizado.

A utilização de uma tecnologia avançada resultando na obtenção de bons índices


zootécnicos (baixa mortalidade e conversão alimentar), visto que reduz o desperdício da
ração evita a introdução de agentes contaminantes que podem causar doenças. CANEVER
et al., (1998) apud DÍAZ (2007), apresenta três modelos tecnológicos de produção: manual,
automático e climatizado, onde o sistema automático foi o que apresentou melhor
desempenho na produção de frango vivo (considerando principalmente a mortalidade, a
conversão alimentar e o ganho de peso), seguido pelo climatizado. NICOLAU et al., (2011)
verificaram que, o uso de tecnologia avançada proporciona melhorias no maneio na criação
de frangos e na obtenção de bons índices zootécnicos. FRANÇA (2000) afirma que, a
utilização de comedouros e bebedouros automáticos tem apresentando, maior eficiência em
termos de limpeza, melhoria no ganho de peso e redução da mortalidade das aves, além de
reduzirem a frequência de pessoas no interior dos galpões.

Em relação ao produtor Z a sua tecnologia de produção é básica, com uso de equi-


pamentos manuais (bebedouros pendulares e/ou tipo pressão e comedouros do tipo lineares
e tubulares). COBB-VANTRESS (2009) afirmar que, os comedouros e bebedouros manuais,
apresentam vantagem em termos de custo, mas trás problemas associados à qualidade da

29
cama, condenações e é difícil manter a pureza da água, pois as aves introduzem agentes
contaminantes nos bebedouros.

O aquecimento dos pintos, nas primeiras semanas de vida, para os produtores X e Y


é feito através da energia e gás. O produtor Z utiliza aquecimento a carvão. Usado
aquecimento a carvão o calor não pode ser distribuído uniformemente por todo o aviário pois
a má distribuição de calor pode ter efeito negativo sobre aves. FRANÇA (2000), afirma que,
o aquecimento a carvão dificulta controlo da temperatura, possibilita a intoxicação dos pinti-
nhos pelo monóxido de carbono desprendido na combustão e pode constituir um risco a
ocorrência de incêndio nos galpões.

O produtor Z está inserido no grupo dos pequenos produtores, segundo a classificação


de produtores proposta por NICOLAU (2008) & AGOSTINO (2010), e na maioria das vezes
não tem levado em considerado questões ligado a controlo sanitário, nutrição outras
actividades indispensáveis na criação de frango em relação aos médios (Y) e grandes
produtores (X) obtendo por essa razão baixo desempenho. Este facto é corroborado por
LANA (2000) ao afirmar que, 95 % dos motivos de insucesso na atividade avícola são de
responsabilidade do próprio avicultor, principalmente, por não estar tecnicamente capacitado
e por não ter planeamento (controle da produção). Sustenta LAZIA (2012), ao afirmar que,
os pequenos produtores tende a abandonar a actividade, por ser um sistema
administrativamente pesado para o produtor.

4.3.2. Aspecto produtivos

Referente a linhagens genéticas de produção, todos produtores utilizam linhagem


Cobb. A Linhagem Cobb segundo SANTINI (2004) & DIAZ (2007), se caracteriza pelo
rápido crescimento, menor conversão alimentar e rápida adaptação às mudanças climáticas.

A tabela 2 apresenta os índices zootécnicos médios alcançados pelos produtores


avículas X, Y e Z na Província de Maputo. Observa-se que o produtor X e Y apresentaram
melhor eficiência na transformação da ração em peso vivo do frango. A COBB-VANTRESS
(2009), recomenda que o índice de conversão alimentar, aos 31 dias é mais eficiente quando

30
situa-se abaixo ou igual a 1.519. Neste contexto conclui-se que o resultado do produtor X
está próximo dos parâmetros da CA apresentado pela COBB-VANTRESS (2009).

A conversão alimentar pode ser afectada por uso de comedouro e bebedouro manuais,
pois o uso desses torna difícil manter a pureza da água e as aves introduzem agentes
contaminantes nos bebedouros e comedouros o que acaba resultado na introdução de agente
contaminantes na ração assim como na água e consequentemente doença como por exemplo
a coccidiose. Segudo ADORNO (s.d), a coccidiose é uma doença parasitária causada por
protozoários que acomete o trato gastrointestinal dos animais. GONZALES (2001), afirma
que, esta parasitose causa lesões como: destruição das células e tecidos do intestino, que
podem levar o animal a apresentar depressão (inatividade), aumento da conversão alimentar,
má absorção de água, má reabsorção e digestão dos alimentos. Sustenta DINIZ, 2007 apud
ADORNO (s.d) afirma que, trato gastrointestinal das aves é o sistema que mais sofre agressão
e também é um dos sistemas mais exigidos, devido a grande busca pela excelência em
desempenho zootécnico.

Observa-se ainda na tabela 2 que a viabilidade do produtor X e Y está próximo dos


parâmetros recomendados pela COBB-VANTRESS (2009) ao afirmar, que a viabilidade
deve ser igual ou superior 98.9 %. O produtor Z possui baixa viabilidade e está é relacionada
com taxa de mortalide que pode ser afectado pelo maneio aplicado e ventilação inadequada.
COBB-VANTRESS (2009) afirma que, a ventilação mínima feita de forma inadequada causa
queda na qualidade do ar no aviário podem levar ao aumento dos níveis de CO2, e a
ocorrência de morte por ascite. Sustenta MACHUCA, (2013) ao afirma que, a maior
demanda de oxigénio sobrecarrega os pulmões e o coração, comprometendo a função do
sistema cardiorrespiratório e causando extravasamento de líquido do fígado para a cavidade
abdominal, que pode ocasionar a morte do animal.

Em relação ao índice de eficiência produtiva (IFP) observa-se que o produtor X


apresenta melhor eficiência de produção, com uma diferença de 47.49 % e 107.74 %
superiores aos produtores Y e Z, respectivamente. De acordo com a tabela 1 de parâmetros
de análise de resultados de IEP apresentado por CARNEIRO et al., (2004), apud AMARAL
& MLAY (2012), os valores encontrados de IEP nos três produtores conferiram a

31
classificação de excelente para produtor X e Y e ruim para o produtor Z. Este resultado de
IEP diverge com o estudo efectuado por PELEMBE (2017), que conferiram a classificação
ruim para todos os três produtores. Resultados similares foram encontrados no estudo
efetuado AMARAL & MLAY (2012), onde o valor encontrado do IEP conferiu a
classificação de excelente.

O IEP expressa qualidade do pinto, da ração e de todas as ações tomadas durante a


criação do lote o que torna esse índice completo. Os índices zootécnicos como viabilidade,
ganho medio diário e conversão alimentar estão relacionados direta ao Índice Eficiência
Produtiva das aves. Estes índices podem ser afectados pela desuniformidade no tamanho da
ração e pelo consumo à vontade. ROSS (2014) diz que, rações com tamanhos de partículas
desuniformes afectam a ingestão da ração e podem aumentar o desperdício, uma vez que os
pedaços menores caem facilmente do bico das aves consequentemente baixo desempenho
(IEP). Sustenta SOUZA et al., (2010) aumento de ganho de peso das aves advindo de
alimentação à vontade reflete em menor viabilidade por síndrome de morte súbita e ascite
prejudicando o índice de eficiência produtiva ao término da criação. Segundo COBB-
VANTRESS (2009) afirma que, aplicação do programa de luz pode evitar o ganho excessivo
de peso entre 7 e 21 dias tem se mostrado eficazes na redução da mortalidade em decorrência
de ascite, morte súbita, problemas de pernas e mortalidade por spiking.

Quanto ao vazio sanitário os três produtores estão dentro do parâmetro recomendado


por DA SILVA (2016) e COBB-VANTRESS (2009) ao afirmarem, que vazio sanitário deve
ser de no mínimo 10 dia. Quando o vazio sanitário é menor maior deve ser atenção pois a
descontaminação do ambiente pode não ser eficaz. Segundo COBB-VANTRESS (2009)
afirma que, é essencial observar o período correto de vazio sanitário entre os lotes, pois
observação do período de vazio sanitário adequado entre os lotes aumenta a eficácia do
programa de sanitização.

32
4.4. CONSTRANGIMENTOS E OPORTUNIDADES

4.4.1. Constrangimentos

Existem vários constrangimentos dentro da cadeia, destacando-se o baixo


conhecimento técnico-científico (maneio alimentar, sanitário etc.) que consequentemente
afecta negativamente o desempenho lote. LANA (2000), considera que 95 % dos motivos de
insucesso na atividade avícola são de responsabilidade do próprio avicultor, principalmente,
por não estar tecnicamente capacitado, não ter planeamento (controle da produção).

Os custos elevados para aquisição dos principais insumos especificamente a ração,


devendo se explicar pela importação de outros componentes importantes para a produção da
ração, compromete o processo de engorda. Segundo OPPEWAL et al., (2016), em
Moçambique há falta de uma indústria forte de processamento de soja, os produtores de ração
são obrigados a comprarem o grão de soja inteiro ao invés do seu subproduto, assumindo
assim os custos da transformação do grão de soja em bagaço. Esta situação contribui em parte
para o encarecimento da ração.

As dificuldades dos produtores de pequenas escala em colocar o seu produto à venda


fazem com que se estenda o período de criação. Segundo COBB-VANTRESS (2009),
períodos mais longos de criação acarretam mais consumo de ração pelos frangos e
consequentemente aumenta os custos de produção neste segmento.

O aumento na taxa de importação de frango faz com que o preço de venda seja
relativamente mais baixo. Segundo NICOLAU (2008), a existência de oferta excessiva do
frango importado, vendido a preços relativamente mais baixos que os nacionais, constituindo
novo entrave à produção interna. Corroborando com AGOSTINHO (2010) ao afirmar que, o
frango importado apresenta preços mais baixos, mas sem grandes diferenças em relação ao
frango.

4.4.2. Oportunidades

A insuficiência de empresas fornecedoras de milho e soja para a produção da ração;


indústria forte para processamento de soja; máquinas e equipamentos para sector avícola;
empresas especializadas para fornecimento de premix, suplemento vitamínico, minerais e
33
aminoácido, constitui uma oportunidade na cadeia produtiva para investimento e agregar
valores.

34
5. CONCLUSÃO

A cadeia produtiva inicia no matrizeiro e termina com distribuição e consumo do


frango vivos, inteiro, ou cortes/pedaços. Os indicadores produtivos resultam no IEP, ruim
para os pequenos produtores devido baixa viabilidade e alta conversão alimentar.

Os constrangimentos existentes na cadeia produtiva da província são baixo


conhecimento sobre maneio sanitário e maneio alimentar, custo elevado para aquisição de
insumos e dificuldade dos produtores em colocar o seu produto à venda. As oportunidades
emergentes advêm da insuficiência de empresas fornecedoras de milho e soja para a produção
da ração e de indústria forte para processamento de soja e insuficiência de indústrias de
máquinas e equipamentos para sector avícula.

35
6. RECOMENDAÇÕES

 Para o governo, há necessidade de criação de empresas nacionais fornecedoras de


matérias-primas para a produção da ração e de incentivo a elevação da produção das
matérias-primas que mais impactam nos custos de produção (soja e milho).
 Criação de mais associação de forma a apoiar os pequenos avicultores.
 Para AMA e ADAM que sejam mais activa, procure traçar estratégias de modo dar
assistência aos pequenos avicultores, como forma de impulsionar o seu
desenvolvimento.
 Ao sector financeiro apostar mais neste sector que tem-se mostrado muito atractivo,
a partir de concessão de créditos mais acessíveis aos pequenos produtores para o
investimento em infraestruturas e equipamentos.

36
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ADORNO, Felipe Chiarelli; Situação da Coccidiose Aviária dos últimos 5 meses,


nos estados de SP e MG; s.d.
2. AGOSTINHO, Kátia Patricília de Lourenço António; Análise da competitividade
do sector avícola em Moçambique de 2000 à 2009; Junho de 2010.
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s.d.
4. ALTENHOFEN, Clarice. Estudo das Condições Competitivas da Cadeia
Rodutiva Avícola: Um Estudo de Caso Em Empresa de Processamento.
Florianópolis, 2007.
5. AMARAL, Custódio da C. do & MLAY, Gilead; Análise de Custos e Rentabilidade
da Produção; Relatório Preliminar de Pesquisa No. 1 Janeiro, 2012.
6. ANONIMO; Por Ocasião do Seminário Nacional dos Actores - Chave da Cadeia
de Valor de Produção de Frango; Dezembro de 2016.
7. AVILA, Valdir Silveira De et al. Produção e manejo de frangos de corte.
Concórdia: EMBRAPA-CNPSA, 1992. 43p. Documentos, 28.
8. AZEVEDO, P. F; et al.,; Diagnósticos, tendências e perspectiva para a cadeia
agroindustrial de avicultura de corte: o caso da macrorregião de Ribeirão Preto.
2002.
9. BLOCK, Nayara Caroline da Silva et al.,; Processo de Produção da Carne Bovina:
dos animais ao produto final; 2016.
10. BORATTO, Adriano; Avicultura; Barbacena – MG 2011.
11. CAIRES, Carolina Magalhães et al.,; Criação Alternativa de Frangos de Corte; v.
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12. CARNEIRO, Sérgio Luiz et al.,; Frango de corte. Integração Produtor/ Indústria.
Uma renda bimensal estável e a produção de composto orgânico na propriedade.
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14. COSTA, Luciano de Souza et al.,; A Indústria de Frango de Corte no Mundo e no
Brasil e a Participação da Indústria Avícola Paranaense Neste Complexo;
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corte; Unesp FCAV, 2016.
16. DE ARAÚJO, Geraldino Carneiro et al.,; Cadeia Produtiva da Avicultura de
Corte: Avaliação da Apropriação de Valor Bruto nas Transações Econômicas
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Rentabilidade da Produção Frango no Sul de Moçambique – Estudo de Caso na
Granja da Faculdade de Veterinária; Relatório Preliminar de Pesquisa No. 1
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21. ERNESTO, Sérgio Alexandre. Uso da Moringa oleifeira na Alimentação de
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27. GORDIN, Mara Huebrade Oliveira. Cadeia Produtiva da Carne de Frango em
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28. JÚNIOR, Erivaldo Magnago et al.,; Avaliação dos Índices Zootécnicos dos
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29. LANA, G. R. Q; Avicultura; Campinas: livraria e Editora Rural, 2000.268p.
30. LAZIA, Beatriz; Principais sistemas de criação de frango e galinha caipiras;
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31. LOPES, Jackelline Cristina Ost; Avicultura; Floriano 2011.
32. LUPATINI, Flaviana; Avaliação do efeito de variáveis produtivas na conversão
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33. MACHUCA, Mayara. Cristina. Garcia. Melhoramento genético e linhagens de


frango de corte no Brasil. CURITIBA, 2013.
34. MARRULE, Hingino. Quando a união faz a força, na produção de frangos. 2014
35. MURAD, Júlio César Bertolucci & DA SILVA, Bruno Ceolin; Animais de Pequeno
Porte; 2014.
36. NICOLAU, Quintília da Conceição et al., Cadeia produtiva avícola de corte de
Moçambique: caracterização e competitividade. 2011.
37. NICOLAU, Quintília da Conceição; Analise das Transformações Técnicas
Produtivas da Avicultura em Mocambique: Do Estado Estruturante ao
Liberalismo Economico; JABOTICABAL – SP – BRASIL, 2008.
38. OPPEWAL, Jorrit et al.,; Estudo Sectorial: Cadeia de Valor do Frango em
Moçambique; Maputo, 2016.
39. PASETO, Luísa Cadeia et al.,; Produtiva de Carne de Frango: uma Analise dos
Custos de Produção do Produtor e da Agroindústria; UNICAMP/FEAGRI, 2015.
40. PELEMBE, Amadeus Albano; Análise da Cadeia Produtiva de Frangos de Corte
- Estudo De Caso: Distrito De Angónia; Angónia, 2017.
41. RODRIGUES, Wesley Osvaldo Pradella et al.,; Evolução da Avicultura de Corte
no Brasil; (2014).
42. ROSS; Manual de Manejo de Frangos Ross; Aviagen, 2014.

39
43. SANTINI, G.A.; Dinâmica tecnológica da cadeia de frango de corte no Brasil:
análise do segmento de insumos e processamento; São Paulo, 2004. 235 p.
44. SARCINELLI, Miryelle Freire et al.,; Produção de Frango de Corte; 2007.
45. SEBRAE; Cadeia produtiva da avicultura Cenários econômicos e estudos
setoriais, 2008.
46. SUTTON, John; Mapa empresarial de moçambique; 2014.
47. TONÔCO, I. F. F; Produção de frango de corte; Campinas 2004.
48. VASCONCELOS, Marta Chaves & DA SILVA, Christian Luiz; Trajetória da
Estratégia e Inovação na Cadeia Produtiva de Frango de Corte no Brasil: Um
Estudo de Caso em uma Empresa Brasileira; Vol. 36 (Nº 24) Ano 2015. Pág. 13.
49. VASCONCELOS, Marta Chaves et al.,; Caracterização das Tecnologias e
Inovação na Cadeia Produtiva do Frango de Corte no Brasil; 2015.
50. VILANCULOS, Alfeu Jacinto et al.,; A cadeia de valor da carne de frango no
estado de goiás: uma visão atual e algumas reflexões comparativas sobre a
produção de carne de frango em Chibuto – Moçambique; Vol. 27, N. 3, p. 79 -
94. Jul./Dez. de 2015.
51. VOILÀ, Márcia & TRICHES, Divanildo; A cadeia de Carne de Frango: uma
Análise dos Mercados Brasileiro e Mundial de 2002 a 2010; 2013.

40
8. ANEXO

Tabela 3 ANEXO I - Capacidade instalada das incubadoras de pintos

41
Tabela 4 ANEXO II - Capacidade instalada das Fabricas de ração

42
Tabela 5 ANEXO III - Capacidade instalada dos matadouros

43
9. APÊNDICE

9.1. QUESTIONÁRIOS

Data:__/__/____ Criador no:____


Local:_____________________ Nome do
Criador:____________________________
O presente documento foi elaborado para a colecta de dados referentes à Cadeia Produtiva
de frangos de corte da província de Maputo, como parte fundamental para realização do
trabalho de conclusão de curso de Engenharia Agro-pecuária. Para tal é de extrema
importância a informação fornecida pelo/a senhor/a!

BLOCO I: Dados sobre o histórico do produtor

Nome da instituição ou produtor:

Localização:

Tipo ou dimensão do empreendimento

Pequena _____; média____; grande ____

Número de trabalhadores:

Efectivos: _____

Início da sua actividade nesta região __________________

1. Quanto tempo vem praticado essa actividade?

a) Menos de 5 anos () c) 10 à 20 anos ()

b) 5 à 10 anos () d) Acima de 20 anos ()

2. Qual é o sistema de produção adoptado ao longo do período de actividade, independente,


integrado ou cooperado?

44
2.1. Quando e porque a adopção deste sistema?
2.2. Qual a avaliação que faz deste sistema de produção?

BLOCO II: Produção e comercialização

1. Produção
1.1. Qual é capacidade de produção instalada para cada item (ração, ovos para incubação,
etc)?
1.2. Qual é a tecnologia usada pela empresa ou produtor?
1.3. Houve alguma variação da capacidade de produção?
1.4. Quem faz a comercialização, transporte e qual o destino dos produtos?
1.5. Quais são os principais clientes da empresa ou produtor?
1.6. Qual é a forma de venda dos produtos?
a. Venda directa para os supermercados
b. Venda directa para o consumidor final
c. Venda para distribuidores
d. Outras formas
1.7.Qual é a remuneração por frango produzido?
1.8. Qual é a facilidade de acesso aos canais de distribuição dos produtos ao mercado?
1.9. Espécie do frango de corte (linhagem)?
1.10. Número de pintos no início e no final da criação?
1.11. Peso inicial e peso final?
1.12. Número de sacos de A1 e A2 ou A3?
1.13. Quais são os constrangimentos que estão enfrentar?
1.14. De onde vem e qual é a forma de aquisição ração, medicamento?
2. Fornecedores
2.1. Quais são as matérias prima usadas no processo de produção?
2.2. Qual é fonte de matéria-prima?
2.3. Fornecedores locais ___; produção interna ___; importação ___
2.4. Se produz matéria-prima, porque adoptou este sistema?
2.5. Se fornecedores, quantos fornecedores têm? ____

45
3. Infraestruturas
1.1. Qual o tamanho de toda propriedade em hectares?
1.2. Qual é o tamanho dos galpões em uso?
1.3. Quais os equipamentos usados nos galpões?
BLOCO III: Empresas com integrados
1. Qual é o porte do integrado?
a) Pequeno b) Médio c) Grande
2. Qual é a tecnologia usada pelo integrado? Porquê?
3. Qual mão de obra usada?
4. Qual é a distância dos integrados das integradoras?
5. Qual a situação das vias de acesso?
BLOCO IV: Consumidor
1. Preferência dos consumidores
a) Frango vivo b) Frango congelado
c) Frango em pedaços d) Sem preferência

46

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