Sei sulla pagina 1di 104

Departamento de Engenharia Electrotécnica

Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência


baseado em Ambiente LabVIEW

Pedro Sustelo
Ricardo Pessoa
(Bacharéis)

Trabalho Final de Curso do 2º Ciclo


Em Engenharia Electrónica e Computadores

Orientadores:
Prof. Jorge Martins
Prof. Manuel Ferreira

Novembro/2003
EST Setúbal/IPS – Escola Superior de Tecnologia de Setúbal

Curso:
Engenharia de Electrónica e Computadores

Título do projecto:
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Autores:
Pedro Sustelo/ nº 1993 – Bacharel em EEC
Ricardo Pessoa/ nº 2064 - Bacharel em EEC

Orientadores:
Prof. Jorge Martins
Prof. Manuel Ferreira

Projecto concluído em 26 de Novembro de 2003

-i-
EST Setúbal/IPS – Escola Superior de Tecnologia de Setúbal

Resumo
Nas várias limitações que são considerados no projecto de um sistema de transmissão de sinal,
por fio eléctrico ou radiofrequência, a solução está sempre em rentabilizar ao máximo os recursos
disponíveis. O objectivo é chegar a um compromisso, em que a qualidade no receptor seja
aceitável, os custos de instalação e manutenção do sistema sejam suportáveis, e todas as normas
aplicáveis sejam cumpridas.
Um dos primeiros passos, após a escolha do meio de transmissão, é decidir como fazer a
adaptação do sinal a enviar, com o mesmo. É neste domínio que surgem as várias técnicas de
modulação de sinal, que embora seja tema de considerável idade, nem por isso perde relevância.
Pelo contrário, o correcto projecto e dimensionamento dos andares de modulação e desmodulação
de sinal, é um factor determinante para que os fenómenos adjacentes ao canal de transmissão, não
ponham em causa o sucesso da comunicação.

Palavras Chave

Modulação em Amplitude e Frequência,


Ambiente LabVIEW,
Sinais Amostrados,
Análise no Tempo,
Espectro de Sinal,
Filtragem Digital.

- ii -
EST Setúbal/IPS – Escola Superior de Tecnologia de Setúbal

Agradecimentos

Os primeiros agradecimentos vão dirigidos para os Orientadores de Projecto, o Professor Jorge


Martins e Prof. Manuel Ferreira, pelo tempo despendido em acompanhar o que estava a ser feito,
e a dar os seus úteis conselhos.

Agradece-se a todos os amigos e colegas, que directa ou indirectamente souberam dar aquele
apoio moral que fornece as forças onde elas quase já estão esgotadas, e o proporcionar de alguns
momentos de descontracção, para libertar grande parte da tensão que se vai acumulando.

Finalmente, agradece-se às famílias, pela paciência que souberam ter, e pela ajuda que souberam
dar, ao longo de todo este percurso.

Obrigado!

- iii -
EST Setúbal/IPS – Escola Superior de Tecnologia de Setúbal

Índice
Capítulo 1 - Introdução ......................................................................................................................... 2
Capítulo 2 - Apresentação Teórica ........................................................................................................ 5
2.1 – Modulação num Sistema de Comunicação......................................................................... 6
2.2 – Modulação em Amplitude (AM) ........................................................................................ 8
2.2.1 - Modulação de Banda Dupla com Portadora (DSB-TC)............................................... 8
2.2.2 – Modulação de Banda Dupla sem Portadora (DSB-SC)............................................. 13
2.2.3 - Modulação de Banda Lateral Única (SSB) ................................................................ 17
2.3 – Desmodulação de Sinais Modulados em Amplitude........................................................ 18
2.4 – Modulação de Frequência (FM) ....................................................................................... 23
2.5 – Modulação de Sinais Digitais ........................................................................................... 26
2.5.1 - Modulação “Amplitude Shift Keying” - ASK ........................................................... 27
2.5.2 - Modulação “Frequency Shift Keying” - FSK ............................................................ 30
2.5.3 - Modulação “Phase Shift Keying” - PSK.................................................................... 35
2.5.4 - QPSK - Quadrature Phase Shift Keying .................................................................... 38
Capítulo 3 – Desenvolvimento da Aplicação ....................................................................................... 43
3.1 - Porquê o LabVIEW? ......................................................................................................... 43
3.2 - Inicialização da Aplicação ................................................................................................ 44
3.3 - Ambiente de (Des)Modulação em Amplitude – AM ........................................................ 46
3.3.1 - Painel Frontal ............................................................................................................. 46
3.3.2 - Arquitectura................................................................................................................ 48
3.3.3 - Parâmetros de Entrada................................................................................................ 49
3.3.4 - Palete de Esquemas .................................................................................................... 51
3.3.5 - Blocos de Processamento de Sinal ............................................................................. 52
3.3.6 - Detector de envolvente............................................................................................... 53
3.3.7 - Detector de Produto.................................................................................................... 53
3.3.8 - Modulador SSB .......................................................................................................... 54
3.3.9 - Adição de ruído .......................................................................................................... 54
3.3.10 - Introdução Erro de Fase e Erro de Frequência......................................................... 55
3.3.11 - Análise de Circuito................................................................................................... 56
3.3.12 - Análise Espectral...................................................................................................... 58
3.4 - Ambiente de Modulação em Frequência - FM ................................................................. 59
3.5 - Ambiente de Modulação Digital ....................................................................................... 64
3.5.1 - Implementação e Desenvolvimento do sinal Digital ................................................. 65
3.5.2 - Painel do Sinal Digital .............................................................................................. 66
3.5.3 - Implementação e Desenvolvimento da modulação ASK ON-OFF ........................... 66
3.5.4 - Painel da modulação ASK ON-OFF .......................................................................... 68
3.5.5 - Implementação e Desenvolvimento o ASK Níveis de amplitude .............................. 69
3.5.6 - Painel da Modulação ASK com níveis de amplitude................................................. 71
3.5.7 - Implementação e Desenvolvimento da Modulação FSK ........................................... 72
3.5.8 - Painel da modulação FSK .......................................................................................... 73

- iv -
EST Setúbal/IPS – Escola Superior de Tecnologia de Setúbal

3.5.9 - Implementação e Desenvolvimento da modulação PSK............................................ 75


3.5.10 - Painel da modulação PSK ........................................................................................ 76
3.5.11 - Implementação e Desenvolvimento da modulação QPSK....................................... 78
3.5.12 - Painel da modulação QPSK ..................................................................................... 82
Capítulo 4 – Resultados Obtidos ......................................................................................................... 85
4.1 - Resultados com Modulação em Amplitude ...................................................................... 85
4.2 - Resultados com Modulação em Frequência...................................................................... 90
4.3 - Resultados com Modulação Digital .................................................................................. 91
Capítulo 5 - Conclusões ....................................................................................................................... 94
Referências Bibliográficas ................................................................................................................... 96

-v-
EST Setúbal/IPS – Escola Superior de Tecnologia de Setúbal

Índice de Figuras
Figura 2.1 – Esquema das modulações para os dois tipos de moduladora. ...................... 7
Figura 2.2 – Processo de modulação em Amplitude. (a) Sinal em banda base m(t). (b)
Sinal AM para Kam(t)<1. (c)Sinal AM para | Kam(t)|>1 num dado instante................. 9
Figura 2.3 – Modulação em Amplitude DSB-TC, produzida por um sinusóide pura.
Representação no domínio do tempo (esquerda) e domínio da frequência (direita).
(a) Onda Modulante. (b) Onda Portadora. (c) Sinal AM............................................... 11
Figura 2.4 – Modulador DSB-TC.............................................................................................. 11
Figura 2.5 – (a) Sinal em Banda Base. (b) Sinal Modulado DSB-SC em ordem ao
tempo. ................................................................................................................................... 14
Figura 2.6 – Modulador simples DSB-SC............................................................................... 15
Figura 2.7 – Esquema Funcional de Modulador Balanceado. ............................................ 15
Figura 2.8 – Comparação de espectro em frequência do sinal modulado em amplitude
com e sem supressão de portadora, para modulação de uma sinusóide; (a)
Modulação DSB-SC; (b) Modulação DSB-TC. .............................................................. 16
Figura 2.9 – Modulador SSB..................................................................................................... 17
Figura 2.10 - (a) Modulação DSB-SC. (b) Reposta em frequência do filtro passa banda.
(c) Espectro de sinal SSB com a banda lateral superior.............................................. 18
Figura 2.11 - Detector de envolvente. a) Esquema eléctrico; b)Onda AM de entrada; c)
Saída de Detector de envolvente..................................................................................... 19
Figura 2.12 – Detector coerente com oscilador local. .......................................................... 20
Figura 2.13 – Sinal Modulado em Frequência ....................................................................... 23
Figura 2.14 – Desvio de fase e de frequência da onda FM em função de fM ................... 24
Figura 2.15 - Linhas espectrais de um sinal de FM .............................................................. 25
Figura 2.16 – (a) Modulação ASK, (b) Modulação FSK, (c) Modulação PSK .................. 26
Figura 2.18 – (a) Sinal Binário (b) Sinal BASK (Binary Amplitude Shift Keying).............. 28
Figura 2.19 – (a) Sinal modulante (b) Espectro do Sinal Modulante (c) Espectro do sinal
BASK .................................................................................................................................... 29
Figura 2.20 – Modulador de um Sinal BASK.......................................................................... 30
Figura 2.21 – Diagrama espacial do Sinal BFSK .................................................................. 32
Figura 2.22 – (a) Sinal Binario (b) Sinal FSK (Frequency Shift Keying) ............................ 32
Figura 2.24 – Modulador de um Sinal FSK ............................................................................ 34
Figura 2.25 – Diagrama espacial do Sinal BPSK .................................................................. 35
Figura 2.26 – (a) Sinal Binario (b) Sinal BPSK (Binary Phase Shift Keying) .................... 36
Figura 2.27 – (a) Sinal modulante (b) Espectro do Sinal Modulante (c) Espectro do sinal
BPSK .................................................................................................................................... 37
Figura 2.28 – (a) Modulador de um Sinal BPSK.................................................................... 38
Figura 2.29 – (a) Diagrama espacial do Sinal M-PSK e (b) QPSK ................................... 39
Figura 2.30 – (a) Sinal Binário (b) Sinal QPSK...................................................................... 40
Figura 2.31 – Possíveis valores para a fase de um sinal QPSK ........................................ 40
Figura 3.1 – Janela de Inicialização do Simulador................................................................ 44
Figura 3.2 – Fluxograma de Funcionamento. ........................................................................ 45
Figura 3.3 – Aspecto do ambiente de trabalho do simulador de sinais AM...................... 47
Figura 3.4 – Fluxograma da estrutura principal de Ambiente AM ...................................... 48
Figura 3.5 – Caracterização e gama de valores de entrada. .............................................. 49

- vi -
EST Setúbal/IPS – Escola Superior de Tecnologia de Setúbal

Figura 3.6 – Diagrama de blocos das partes constituindo dos esquemas AM.
(a)Modulador DSB-TC; (b)Detector de envolvente; (c)Detector de produto;
(d)Modulador DSB-SC; (e)Modulador DSB-SSB; ......................................................... 52
Figura 3.7 – Ferramenta para controlo de sincronismo de oscilador local. ...................... 55
Figura 3.8 – Botões do painel principal para escolha do modo de análise....................... 56
Figura 3.9 – Ambiente da Janela “Análise Detalhada”. ........................................................ 57
Figura 3.10 – Ambiente de trabalho do simulador de modulação em FM......................... 59
Figura 3.11 – Esquema sequencial de cálculo de array FM. .............................................. 61
Figura 3.12 – Ambiente de Janela “Análise Detalhada” para sinais FM. .......................... 62
Figura 3.13 – Janela principal da modulação digital............................................................. 64
Figura 3.14 – Sequência do Sinal Digital................................................................................ 65
Figura 3.15 – Janela da Sequência binária que produz o Sinal Digital ............................. 66
Figura 3.16 – Modulação ASK ON-OFF ................................................................................. 67
Figura 3.17 – Janela da modulação ASK ............................................................................... 68
Figura 3.18– Parâmetros de Entrada da Janela ASK........................................................... 69
Figura 3.19 – Modulação ASK com níveis de amplitude...................................................... 70
Figura 3.20 – Janela da modulação ASK com níveis de amplitude ................................... 71
Figura 3.21 – Parâmetros de Entrada da Janela ASK com níveis de amplitude. ............ 72
Figura 3.22 – Modulação FSK .................................................................................................. 73
Figura 3.23 – Janela da modulação FSK................................................................................ 74
Figura 3.24 – Parâmetros de Entrada da Janela FSK.......................................................... 75
Figura 3.25 – Modulação PSK.................................................................................................. 76
Figura 3.26 – Janela da modulação PSK ............................................................................... 77
Figura 3.27 – Parâmetros de Entrada da Janela PSK.......................................................... 78
Figura 3.28 – Diversos valores de fase................................................................................... 78
Figura 3.29 – (a) (b) Modulação QPSK................................................................................... 80
Figura 3.30 – Janela da modulação QPSK ............................................................................ 82
Figura 3.31 – Parâmetros de Entrada da Janela QPSK. ..................................................... 83
Figura 4.1 – Modulação de banda dupla e portadora DSB-TC........................................... 85
Figura 4.2 – Detector de envolvente aplicado a sinal modulado DSB-TC. ....................... 86
Figura 4.3 – Modulador Balanceado para gerar sinal DSB-SC. ......................................... 87
Figura 4.4 – Saída do detector de produto para desmodulação de sinal DSB-TC.......... 88
Figura 4.5 – Modulador com banda lateral superior USSB. ................................................ 89
Figura 4.6 – Modulação em Frequência de um sinal sinusoidal......................................... 90
Figura 4.7– Modulação Digital. (a) ASK; (b) FSK; (c) PSK.................................................. 91

- vii -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

CAPÍTULO

INTRODUÇÃO
1

-1-
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Capítulo 1 - Introdução

Este trabalho realiza-se no âmbito das cadeiras de projecto final de curso II e III do curso de
Licenciatura em Engenharia de Electrónica e de Computadores, ano lectivo 2002/2003.

O objectivo principal do trabalho é o desenvolvimento de uma aplicação de apoio ao estudo do


processo de modulação de sinais. A aplicação permite, entre outras coisas, a análise dos sinais
modulados no domínio do tempo e da frequência.

São englobados os sinais analógicos e digitais, no primeiro caso sujeitos a modulação em


amplitude (AM Amplitude Modulation) e em frequência (FM Frequency Modulation), e no
segundo caso sujeitos a modulação em amplitude (ASK Amplitude Shift Keying), em frequência
(FSK Frequency Shift Keying) e em fase (PSK Phase Shift Keying e QPSK Quadrature Phase
Shift Keying). Pretende-se assim cobrir as mais importantes técnicas de modulação, utilizadas nos
sistemas de telecomunicações.

Para ir de encontro destas especificações, procura-se fazer o melhor uso das potencialidades da
ferramenta de software LabVIEW (versão 6i), e criar um ambiente de trabalho que seja ao mesmo
tempo intuitivo, sobre o ponto de vista do utilizador, e suficientemente didáctico para servir de
auxilio a quem pretende estudar o tema.

A aplicação deve permitir a análise em pormenor do sinal no domínio do tempo e da frequência,


aprofundando mais aspectos e características técnicas, no que diz respeito à Modulação de
Amplitude de sinais analógicos.

-2-
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Este relatório apresenta a sustentação teórica do trabalho desenvolvido, as opções tomadas no


decorrer do seu desenvolvimento, as funcionalidades colocadas à disposição do utilizador e as
conclusões que dele se retiram. A estrutura encontra-se dividida em 5 capítulos, bibliografia e
documentação anexa.

No capítulo 2 faz-se a análise teórica às modulações já referidas, procurando não estender o


estudo a campos, cuja aplicação desenvolvida, não faça uso. Pega-se na definição matemática dos
sinais de excitação dos circuitos, e faz-se a demonstração dos cálculos que levam às fórmulas
finais, e que geram as ondas de saída. Demonstra-se também como se chega ao cálculo da
Transformada de Fourier e como é feita a correspondência no gráfico do domínio da frequência.
Neste capítulo tenta-se fazer uma comparação entre os vários tipos de modulação, quais as suas
vantagens e desvantagens em termos técnicos, e para que fins são orientadas.

O terceiro capítulo começa por fazer uma introdução à utilização do LabVIEW no âmbito deste
projecto, expondo-se as razões que levaram a considerá-lo como a opção mais vantajosa.
Procura-se introduzir o utilizador à aplicação, nomeadamente quais as opções iniciais que tem à
sua disposição, e como o programa interliga essa informação com a sua estrutura interna de
funcionamento. No mesmo capítulo, descreve-se a implementação do programa, procurando
fazer-se um levantamento aprofundado de todos os aspectos de programação e opções tomadas.
Nomeadamente, aborda-se a arquitectura de algumas funções, sobre a forma de fluxograma, e
como estão elaboradas. Dá-se também uma visão da lógica que está por detrás da distribuição dos
objectos visuais, no ambiente de trabalho, e que tipo de informação é apresentada pelos mesmos.

No quarto capítulo, faz-se uma demonstração de resultados do simulador, tomando como


exemplos algumas situações criadas para os três ambientes de modulação. Das várias capturas
dos painéis de modulação, são confrontados os resultados nos gráficos de saída, com os expostos
no capítulo teórico.

Na conclusão do relatório, faz-se um levantamento dos conhecimentos obtidos com a elaboração


deste projecto, e as conclusões directas que daí se retiram, nomeadamente no que refere aos

-3-
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

aspectos que mais diferenciam as modulações estudadas. Explicam-se as dificuldades que foram
sendo encontradas, e o tipo de abordagem que exigiram, para serem ultrapassadas. É dado
também, um pequeno parecer critico sobre o próprio LabVIEW e até que ponto correspondeu às
expectativas inicias. Por último, apresentam-se algumas perspectivas de trabalho futuro.

-4-
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

CAPÍTULO

APRESENTAÇÃO
TEÓRICA
2

Capítulo 2 - Apresentação Teórica

-5-
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Neste capítulo aborda-se a teoria das técnicas de modulação em que o trabalho se baseia.
Começa-se por introduzir alguns conceitos teóricos, e enquadrar a modulação num sistema de
comunicação. Em seguida, explicam-se os conceitos relacionados com a modulação em
amplitude, a modulação em frequência e a modulação de sinais digitais.

2.1 – Modulação num Sistema de Comunicação

Um sistema de comunicação é constituido por um emissor, um meio de transmissão e um


receptor. O seu objectivo é conseguir obter no receptor um sinal igual ao enviado pelo emissor.
Para isso é necessário:
• garantir o nível de potência do sinal relativamente à potência do ruído;
• actuar sobre as características do canal, por forma a que estas se aproximem das do canal
ideal;
• minimizar as perdas de energia.

Neste sistema, o emissor converte o sinal de informação, adaptando-o às características do meio


de transmissão. Ele pode executar funções de filtragem, modulação ou codificação. Por outro
lado, o receptor tem a finalidade de recuperar a informação a partir dos sinais provenientes do
canal de transmissão, tendo as funções de amplificação, equalização, desmodulação,
descodificação e filtragem. Como o conceito de sinal de informação é complexo, utiliza-se o
conceiro de mensagem que se define como a manifestação física da informação produzida pela
fonte de informação.

O principal objectivo da modulação, num sistema de comunicação, é de gerar um sinal adaptado


às características do canal de transmissão. A modulação envolve dois sinais: Um sinal modulante
ou modulador, que representa a mensagem e uma onda portadora.

-6-
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Um modulador funciona alterando os parâmetros da onda portadora de acordo com a amplitude


do sinal modulante. O processo de desmodulação permite obter a mensagem original a partir do
sinal modulado.

Entre outros aspectos, a operação de modulação tem o objectivo de:


• deslocar o espectro do sinal a transmitir para a banda de frequência mais apropriada
ou disponível;
• produzir um sinal modulado com um espectro mais estreito (ou mais largo) que o
sinal original;
• tornar o sistema de transmissão mais robusto relativamente a algum tipo de ruído e/ou
interferência;
• adaptar a sensibilidade do receptor às características do canal.

O sinal modulador pode ser de natureza analógica ou digital. Na figura 2.1 esquematizam-se
alguns tipos de modulação, para dois tipos de fontes de informação (analógica e digital).

Figura 2.1 – Esquema das modulações para os dois tipos de moduladora.

Em seguida, vão-se conhecer as particularidades das diversas modulações apresentadas na figura.

-7-
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

2.2 – Modulação em Amplitude (AM)

A Modulação em Amplitude define-se como o processo em que a amplitude da onda portadora


p(t) varia de acordo com o sinal em banda base m(t). O processo de modulação faz-se,
essencialmente, com a multiplicação de um sinal por outro. O próprio ser humano actua como um
modulador contínuo de onda (Continuous Wave Modulator) no processo de produção de fala. A
voz que é transmitida pelo ar, é obtida através da geração de tons de portadora nas cordas vocais,
que são modulados pelos movimentos musculares da cavidade bocal. O que o ouvido depois
capta é uma onda acústica sinusoidal, semelhante ao sinal AM.

Distinguem-se 3 tipos principais de modulação em amplitude AM, que são diferenciados pelo
conteúdo espectral do sinal modulado. São eles:
1. Modulação de Banda Dupla com Portadora (DSB-TC: Double SideBand - Transported
Carrier);
2. Modulação de Banda Dupla sem Portadora (DSB-SC Double SideBand - Supressed
Carrier);
3. Modulação de Banda Lateral Única (SSB - Single SideBand).

As especificidades que caracterizam cada uma destas técnicas de modulação, são abordadas a
seguir.

2.2.1 - Modulação de Banda Dupla com Portadora (DSB-TC)

Esta modulação é designada na terminologia anglosaxónica por double sideband transported


carrier (DSB-TC). Em seguida, e por uma questão de simplificação de escrita, vai-se denominar
de ‘Modulação DSB-TC’.

O sinal de informação m(t), caracteriza o conteúdo da mensagem a transmitir, e apresenta uma


largura de banda W. O sinal portadora tem a forma sinusoidal e é definido por:

-8-
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

p (t ) = A p . cos( 2πf p t ) (2.1)

O sinal modulado em amplitude é dado por:


s (t ) = Ap [1 + K a m(t )]cos(2πf p t ) (2.2)

onde Ka é o denominado índice de modulação, de que depende a sensibilidade de amplitude do


modulador.

Em (a) e (b) da figura seguinte, pode-se comparar o aspecto da onda modulada DBS-TC, com o
sinal modulante m(t).

Figura 2.2 – Processo de modulação em Amplitude. (a) Sinal em banda base m(t). (b) Sinal AM
para Kam(t)<1. (c)Sinal AM para | Kam(t)|>1 num dado instante.

-9-
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Verifica-se que a envolvente em (b) toma a forma do sinal em (a). Na figura 2.2(c), representa-se
o fenómeno de sobremodulação.

Sobremodulação
O fenómeno da sobremodulação, acontece quando o sinal de portadora não é limitado a valores
de amplitude superiores a zero. Em tais situações, existe uma rotação de fase na portadora nos
instantes em que m(t) passa por zero, fazendo com que a envolvente do sinal modulado não seja
igual a m(t). Para evitar a sobremodulação e tornar possível a recuperação do sinal, uma das
condições a garantir é: K a m(t ) < 1 .

Largura de Banda
A largura de banda de um sinal, define-se como a diferença entre o limite superior e o limite
inferior da banda de frequências que o compõe. Para uma correcta visualização da mensagem no
contorno do sinal modulado, a frequência da portadora fc deve ser bastante superior à maior
componente de frequência em W, do sinal da mensagem m(t), ou seja: f c >> W .

Modulação de Sinusóide
Para facilidade de demonstrações é usualmente utilizado um sinal simples sinusoidal definido
por:

m(t ) = Am . cos(2πf m t ) (2.3)

onde Am é a amplitude da onda modulante e fm a sua frequência. Note-se que Am tem de ser
menor que 1 para se evitar a sobremodulação, com posterior incapacidade de desmodulação do
sinal. Para este caso o sinal modulado s(t), é dado por:
s (t ) = A p [1 + µ . cos(2πf m t )]cos(2πf p t ) (2.4)

em que

µ = K a . Am

A constante é alterável, e denomina-se de índice de modulação. Para evitar a sobremodulação


da portadora, ela terá que ser menor que o valor unitário.

- 10 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 2.3 – Modulação em Amplitude DSB-TC, produzida por um sinusóide pura. Representação
no domínio do tempo (esquerda) e domínio da frequência (direita). (a) Onda Modulante. (b) Onda
Portadora. (c) Sinal AM.

µm(t ) s (t )
× +

Ap cos( w p t )

Figura 2.4 – Modulador DSB-TC.

O modulador da figura baseia-se numa equação semelhante a 2.4, mas descrita como:

s (t ) = Ap cos(2πf p t ) + µ cos(2πf m t ) Ap cos(2πf p t ) (2.5)

O circuito utiliza um multiplicador analógico e um somador.

- 11 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Índice de Modulação
A partir do índice de modulação, calcula-se o valor de amplitude máximo e mínimo do sinal da
figura 2.3(c), nomeadamente através de:
Amax = Ap (1 + µ )
Amin = Ap (1 − µ )

O índice de modulação pode pois ser calculado por:


Amax − Amin
µ= (2.6)
Amax + Amin

Espectro da Modulação DSB-TC


Desenvolvendo a equação 2.4, nomeadamente substituindo o produto de dois co-senos pela soma
de duas ondas sinusoidais, uma em f p + f m e outra em f p − f m , tem-se:

s (t ) = A p cos(2πf p t ) +
1
2
[ ]1
[
µA p cos 2π ( f p + f m )t + µA p cos 2π ( f p . − f m )t
2
] (2.7)

A transformada de Fourier da equação 2.7 é dada por:

S( f ) =
1
2
[
Ap δ ( f − f p ) + δ ( f + f p ) ]
+
1
4
[
µA p δ ( f − f p − f m ) + δ ( f + f p + f m ) ] (2.8)
1
[
+ µA p δ ( f − f p + f m ) + δ ( f + f p − f m )
4
]

Conclui-se que o espectro de um sinal AM, para o caso da modulação de uma sinusóide, tem uma
componente de portadora e duas bandas laterais, uma superior e outra inferior, como mostra a
figura 2.3c. Pela equação anterior, conclui-se também, que a amplitude das bandas laterais é
directamente proporcional ao índice de modulação utilizado (µ). O maior valor da amplitude de
pico espectral que as bandas laterais podem ter, relativamente à portadora, é quando = 1,
ficando com metade da amplitude do da portadora.

- 12 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Potência do Sinal
Considerando que o sinal s(t) é aplicado numa resistência de 1 Ohm, a potência normalizada
entregue à carga é dada por três componentes, nomeadamente:

1 2
Potência de Portadora = Ap
2
1 2 2
Potência de Banda Lateral Superior = µ Ap
8
1
Potência de Banda Lateral Inferior = µ 2 A p
2

2.2.2 – Modulação de Banda Dupla sem Portadora (DSB-SC)

Na modulação com supressão de portadora, a onda transmitida consiste apenas nas bandas
laterais inferior e superior. Ao eliminar a onda portadora, diminui-se a potência necessária,
mantendo-se no entanto as mesmas necessidades que a modulação anterior, em termos de largura
de banda.

O processo de modulação envolve a multiplicação do sinal da mensagem m(t) e a onda portadora


p(t). Para este caso nenhuma componente DC é somada a m(t). Tem-se então:

s (t ) = p(t )m(t )
(2.9)
= A p cos(2πf p t )m(t )

- 13 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 2.5 – (a) Sinal em Banda Base. (b) Sinal Modulado DSB-SC em ordem ao tempo.

Comparando o sinal em (a) e em (b), nota-se que o contorno de um sinal modulado DSB-SC é
diferente do sinal de informação a transmitir m(t).

Tomando para m(t) um sinal sinusoidal, tal como o definido em 2.3, o sinal s(t) calcula-se
através:
s (t ) = Ap [Am . cos(2πf m t )]cos(2πf p t ) (2.10)

ou seja,
Ap Am Ap Am
s (t ) =
2
[ ]
cos 2π ( f p + f m )t +
2
[
cos 2π ( f p − f m )t ] (2.11)

Comparando esta equação com a equação 2.7 do sinal com modulação DSB-TC, nota-se a
ausência do termo da frequência de portadora.

- 14 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Em termos práticos, a forma mais simples de obter o sinal modulado, é recorrendo a um único
multiplicador analógico, tal como representado a seguir:

m(t ) s (t )
×

Ap cos( w p t )

Figura 2.6 – Modulador simples DSB-SC.

Apesar de se poder utilizar uma solução mais básica com o multiplicador da figura anterior,
existe o problema de encontrar circuitos que implementem esta operação, principalmente, para
sinais de frequência mais alta e valores de potência mais elevados. A maioria dos circuitos que
efectua a multiplicação de dois sinais analógicos, fornece à sua saída, o produto m(t ). cos(W p t ) e

também os sinais m(t ) e cos(W p t ) . Para estas situações existe uma topologia alternativa, que é a

do modulador balanceado representado na próxima figura:

1 1
m(t ) A p (1 +
2
m(t )) cos w p t
2

Ap coswpt
m(t) Ap coswpt

1
− m(t )
2
1
Ap (1 − m(t )) cos w p t
2

Figura 2.7 – Esquema Funcional de Modulador Balanceado.

O modulador balanceado utiliza dois moduladores em amplitude do sinal de portadora ( cos( w p t ) )

com o sinal de informação ( m(t ) ). As entradas de um dos moduladores têm sinal contrário em
relação ao outro. A soma ou subtracção das duas saídas resulta na supressão da portadora.

- 15 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Espectro de Modulação DSB-SC

A transformada de Fourier de s(t) é dada por:

S( f ) =
1
2
[
Ap M ( f − f p ) + M ( f + f p ) ] (2.12)

Nos gráficos da próxima figura, representa-se o espectro dos sinais modulados DSB-SC e DSB-
TC, para um sinal modulante sinusóidal.

Figura 2.8 – Comparação de espectro em frequência do sinal modulado em amplitude com e sem
supressão de portadora, para modulação de uma sinusóide; (a) Modulação DSB-SC; (b)
Modulação DSB-TC.

Verifica-se que o processo de modulação, é baseado numa translação do espectro do sinal


original em ± f p . A largura de banda utilizada pelo sinal DSB-SC é a mesma de DSB-TC, ou

seja, 2W.

- 16 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

2.2.3 - Modulação de Banda Lateral Única (SSB)

Na modulação de banda lateral única, para além da inexistência da portadora, também uma das
bandas laterais é eliminada, recorrendo a métodos de filtragem. Deste modo, a largura de banda é
reduzida a metade, rentabilizando o espectro disponivel, mesmo sem perder qualquer informação,
pois esta está presente em cada uma das bandas laterais centradas na frequência de portadora.

O processo de modulação é feito através de um modulador balanceado, seguido de um filtro


passa banda que selecciona uma das bandas laterais, eliminando a outra, tal como consta na
próxima figura.

m (t ) DSB SSB

cos w p t

Figura 2.9 – Modulador SSB.

Para que isso seja possível é necessário existir um intervalo centrado na origem, onde a energia
seja igual a 0. Um sinal de voz é exemplo disso (300Hz<W<3KHz), com um intervalo de 600 Hz
de amplitude. O sinal modulado SSB é gerado por intermédio de um filtro passa banda com
resposta em frequência H ( jw) , idealmente do mesmo tipo que ilustra a figura:

- 17 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 2.10 - (a) Modulação DSB-SC. (b) Reposta em frequência do filtro passa banda. (c)
Espectro de sinal SSB com a banda lateral superior.

2.3 – Desmodulação de Sinais Modulados em Amplitude

Dos vários processos de desmodulação, o detector de envolvente é o de mais fácil implementação


prática, ao passo que o detector coerente, é mais indicado para os casos em que a componente de
portadora, não é transmitida com o sinal modulado. A seguir procede-se a uma análise destes dois
tipos de desmodulação.

Detector de envolvente
O detector de envolvente é utilizado para desmodular sinais AM de banda dupla com portadora.
A próxima figura mostra o seu esquema eléctrico, onda de entrada e onda de saída.

- 18 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 2.11 - Detector de envolvente. a) Esquema eléctrico; b)Onda AM de entrada; c) Saída de


Detector de envolvente.

Sempre que o sinal de entrada é inferior a vc , o díodo entra em condução e carrega o

condensador C com a tensão máxima de vi . Nos intervalos em que vi < vc o díodo D está ao
corte e a carga em C vai-se descarregar por R, causando uma redução de tensão de saída. É
possível dimensionar o circuito para que estas oscilações na tensão de saída, sejam bastante fieis
à envolvente do sinal de entrada do circuito.

Distorção
Vão existir dois tipos de distorção no sinal de saída. Uma é a tensão de ripple da portadora nos
flancos crescentes, outra é um decaimento exponencial, em vez de uma variação sinusoidal nos
flancos decrescentes, caso a constante RC seja demasiado grande. No entanto, dada a reduzida
distorção da tensão do condensador, esta remove-se facilmente utilizando um filtro, fazendo deste
circuito um detector bastante utilizado.

- 19 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Detector Coerente
Outro método de desmodulação de sinais AM, quer este contenha ou não a portadora , é o de,
utilizando um modulador de produto, multiplicar o sinal modulado por um oscilador local,
também designado por BFO (Beat Frequency Oscilator) sincronizado em fase e frequência com
a portadora, como mostra a figura seguinte.

Figura 2.12 – Detector coerente com oscilador local.

O sinal é depois recuperado através de filtragem apropriada. Na recepção de sinais DSB-TC, esse
filtro terá que ser passa banda, para se eliminar igualmente a componente DC que compõe o sinal
modulado.

Sincronismo no Oscilador Local


Um erro de fase no oscilador local provoca diferentes efeitos na detecção do sinal modulado DSB
e SSB. Supondo que o sinal de portadora é cos( w p t ) e que o sinal do oscilador local é

cos( w p t + φ ) , tem-se que:

• em modulação DSB, a componente cos( wt ) reaparece como cos( wt ). cos(φ );


• em modulação SSB, a componente cos(wt ) reaparece como cos( wt − φ );
Como tal, o efeito da perca de sincronismo para ambas as modulações é:
• em modulação DSB, a amplitude do sinal recuperado é afectado, e para φ = 90º
acarreta a sua perca;

- 20 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

• em modulação SSB, é produzida uma diferença de fase no sinal recuperado,


relativamente ao sinal original.

Caso o oscilador local, tiver uma diferença de frequência ∆w e gerar um sinal sinusóidal do tipo
cos( w p + ∆w)t tem-se que:

• em modulação DSB, o sinal recuperado tem a forma de cos( wt ). cos(∆w) ;

• em modulação SSB, o sinal recuperado é da forma cos( w + ∆w)t ;


• em modulação DSB, a amplitude da componente espectral cos( wt ) flutua com um
ritmo ∆w ;
• em modulação SSB, a amplitude mantém-se constante, mas a frequência do sinal
recuperado tem um erro igual a ∆w .

- 21 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

- 22 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

2.4 – Modulação de Frequência (FM)

A modulação em frequência consiste em fazer variar a frequência de uma onda portadora de


forma directamente proporcional à amplitude do sinal a transmitir. A figura 2.13 mostra uma
modulação em frequência com uma portadora e um sinal modulante:

Figura 2.13 – Sinal Modulado em Frequência

Na modulação de frequência de uma onda portadora sc(t), o sinal modulante (a mensagem) sm(t)
tem influência no ângulo instantâneo da onda portadora ( θ (t ) = 2πft + φ ). Mais concretamente,
para um sinal modulante sinusóidal, a frequência instantânea da onda modulada fi(t) é dada por:

f i (t ) = f c + k f AM cos(2πf M t ) (2.13)

onde k f representa o índice de modulação. Na prática o termo K f . AM tem a designação de ∆f .

Para determinar o ângulo instantâneo de fase, θ (t ) , a frequência instantânea tem de ser integrada
no tempo:
(2.14)

- 23 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

t t
θ (t ) = 2π f i (t )dt =2π [ fc ∆f cos(2πf M t )]dt =
0 0

∆f (2.15)
= 2πf ct + sen(2πf M t )
fM

Portanto, o desvio de fase de uma onda FM é dado por


∆f k f AM (2.16)
β= =
fM fM

O sinal FM é então dado pela expressão geral

∆f (2.17)
S FM (t ) = AC cos 2πf ct + sen(2πf M t )
fM

A figura 2.14. mostra a variação do desvio de frequência ∆f , e do desvio de fase β , em função


da frequência do sinal de mensagem, fM.

Figura 2.14 – Desvio de fase e de frequência da onda FM em função de fM

O desvio de fase β , é uma variável muito importante pois permite-nos analisar o espectro de um
sinal FM. O ponto de partida para a análise do espectro é a equação imediatamente anterior do
sinal FM, SFM(t). Como os sinais FM são periódicos no tempo, os seus espectros são linhas
espectrais discretas. Essas linhas ocorrem em intervalos múltiplos da frequência fM com respeito à
frequência da onda portadora fc. As amplitudes dessas linhas espectrais são dadas pelas funções
de Bessel de ordem n.

- 24 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

A expressão do sinal SFM(t) pode ser reescrita, para o caso concreto em que o sinal modulante é
uma onda sinusoidal. No caso do sinal modulante não ser uma sinusóide, mas por exemplo, uma
onda quadrada, já não é possível usar o método da sobreposição e não se pode deduzir o espectro
de uma onda FM a partir da expansão em série de Fourier do sinal modulante. Isto porque a
modulação de frequência é um método não-linear de modulação. Assim sendo o estudo é
efectuado a uma onda sinusoidal cujos coeficientes são dados pela função de Bessel:

S FM (t ) = Ac J n ( β ) cos[2π ( f c + nf M )t ]
n = −∞
(2.18)

Ac
S( f ) = J n ( β )[δ ( f − f c − nf M ) + δ ( f + f c + nf M )]
2 n = −∞

Um espectro arbitrário de uma onda FM de um sinal modulante sinusóidal está mostrado na


figura 2.15. A amplitude da portadora é determinada pela função de Bessel J 0 ( β ) ,as linhas

laterais em fc ± 1 f M , por J1 ( β ) , e as linhas laterais em f c ± 2 f M , por J 2 ( β ) , etc.

Figura 2.15 - Linhas espectrais de um sinal de FM

A onda FM tem um espectro que, em teoria, se estende até ao infinito. Porém, as amplitudes das
linhas laterais de ordem alta caiem rapidamente, especialmente quando se está a usar índices de
modulação pequenos, comparados com 1 radiano. Na prática, um dos métodos mais utilizados no
cálculo da largura de banda de uma onda de FM é dado pela regra de Carson. A regra de Carson
conta apenas as linhas laterais que têm mais do que 10% da amplitude da linha da portadora. Para
o caso de 10% a fórmula da regra de Carson é a seguinte:

B = 2∆f + 2 f M (2.19)

- 25 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

A largura de banda do sinal FM que importa considerar, é dependente da qualidade de


transmissão que se quer (10% ou 1%). Conclui-se que o índice de modulação é um parâmetro
muito importante em FM.

2.5 – Modulação de Sinais Digitais

A técnica de transmissão digital com portadoras, consiste em fazer variar uma das características
de uma onda sinusoidal ao longo do tempo, de acordo com os dados a transmitir. Essas
características são a amplitude, a frequência e a fase, que correspondem à modulação ASK
(Amplitude Shift Keying), modulação FSK (Frequency Shift Keying) e modulação PSK (Phase
Shift Keying), como consta da próxima figura:

Figura 2.16 – (a) Modulação ASK, (b) Modulação FSK, (c) Modulação PSK

- 26 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

2.5.1 - Modulação “Amplitude Shift Keying” - ASK

Esta técnica de modulação consiste em fazer variar a amplitude da onda portadora em função da
variação do sinal digital (informação).

Existem duas formas de modulação ASK:


• fazer corresponder um sinal sinusóidal com amplitude maior que a portadora ao bit “1” e
um sinal com uma amplitude menor que a portadora ao bit “0”. Este modo de ASK é
conhecido por BASK (Binary Amplitude Shift Keying).
• utilizar o sinal modulado com nível nulo (ausência de portadora) a representar o bit “0”, e
a presença da portadora a representar o bit “1”. Esta modulação é um caso especifico da
modulação BASK, mais conhecida por ASK ON-OFF(Amplitude Shift Keying ON OFF).

Os sistemas ASK não são muito utilizados devido a diversos problemas:


• a banda passante necessária para a transmissão do sinal é o dobro da banda necessária
para a transmissão do sinal modulador em banda-base;
• metade de toda a potência transmitida corresponde à portadora que não conduz
informação;
• as perdas de transmissão dificultam o estabelecimento de níveis de decisão do receptor;
• é muito sensível a ruídos e interferências.

Seguidamente efectua-se uma explicação teórica da modulação ASK, começando por descrever a
modulação ASK pura (BASK). O sinal BASK pode ser definido por:

s (t ) = Am(t ) cos 2πfct 0≤t≤T (2.20)

onde A e uma constante, m(t) = 1 ou 0, fc a frequência portadora e T a duração do Bit.


A2
A potência pode ser descrita como P = , logo A = 2 P .
2

- 27 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Assim sendo, a expressão que define o sinal BASK pode ser escrita da seguinte forma:
s (t ) = 2 P cos 2πfct , 0≤t≤T
2
= PT cos 2πfct , 0≤t≤T (2.21)
T
2
= E cos 2πfct , 0≤t≤T
T

2
Onde E=PT é a energia contida na duração de um bit. Se tiver-se θ1 (t ) = cos 2πfct
T
como uma função básica, o diagrama aplicável ao vector do sinal BASK é o mostrado na figura
2.17.

Figura 2.17 – Diagrama espacial do Sinal BASK

Na figura 2.18 mostra-se um sinal BASK gerado por uma sequência binária de 0101001. A
amplitude da portadora é activada consoante o sinal binário m(t). Por este motivo pode-se chamar
esta modulação por “On-Off Keying” (OOK).

Figura 2.18 – (a) Sinal Binário (b) Sinal BASK (Binary Amplitude Shift Keying)

- 28 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Usando a Transformada de Fourier no sinal BASK tem-se:


S( f ) =
A
2 −∞
[ ]
m(t )e j 2πfct e − j 2πft dt +


A
2 −∞
[ ]
m(t )e − j 2πfct e − j 2πft dt (2.22)

A A
S( f ) = M ( f − fc) + M ( f + fc)
2 2

O resultado da multiplicação pelo sinal portadora A cos 2πfct , é simplesmente para mudar o
espectro do sinal de m(t) para fc. A figura 2.19 mostra o espectro de um sinal BASK quando m(t)
é uma trama de impulsos periódicos.

Figura 2.19 – (a) Sinal modulante (b) Espectro do Sinal Modulante (c) Espectro do sinal BASK

- 29 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Definindo a largura de banda como sendo o espaço ocupado pelo sinal de banda base m(t), entre
o valor de 0 Hz até à primeira passagem por zero (valor BHz), tem-se que para um sinal BASK a
largura de banda é de 2B Hz. A figura 2.20 Mostra um modulador para um sinal BASK.

Figura 2.20 – Modulador de um Sinal BASK

2.5.2 - Modulação “Frequency Shift Keying” - FSK

Esta técnica de modulação consiste em variar a frequência da onda portadora em função da


variação do sinal da informação, mantendo a amplitude constante. A frequência superior
corresponde ao Bit “0” e a frequência inferior corresponde ao Bit “1”.

As Características da modulação FSK são:


• a amplitude do sinal é constante, e por isso, o nível de decisão não precisa ser ajustado se
houver variações no nível do sinal recebido. A probabilidade de erro é igual para todos os
sinais recebidos;
• boa imunidade a ruídos e interferências;
• equipamentos mais simples de serem implementados;
• requer uma maior largura de banda de frequência que a modulação ASK.

Um sinal FSK é definido pela seguinte expressão:


A cos 2πf 0 t , 0≤t≤T (2.23)
s (t ) =
A cos 2πf 1 t, qualquer outro t

- 30 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

onde A é uma constante, f0 e f1 são as frequências a transmitir e T é a duração do bit. O sinal tem
A2
uma potência igual P = , então A = 2 P . Assim a equação 2.23, pode ser escrita da seguinte
2
forma:

2 P cos 2πf 0t , 0≤t≤T


s (t ) =
2 P cos 2πf1t , outro
2
PT cos 2πf 0t , 0≤t≤T
T
=
2
2P cos 2πf1t , outro (2.24)
T
2
E cos 2πf 0t , 0≤t≤T
T
=
2
E cos 2πf1t , outro
T

f1 − f 0
onde E = PT é a energia contida na duração de um bit. Para se efectuar a função básica tem que
m n
se obter as seguintes condições f 0 = e f1 = para um inteiro n > inteiro m , e f 1 − f 0 deve
T T
1
ser um múltiplo inteiro de . Assim as funções básicas são expressas pelas duas seguintes
2T
funções:

2 2
φ1 (t ) = cos 2πf 0t e φ2 (t ) = sin 2πf1t (2.25)
T T

A figura 2.21 mostra o diagrama aplicável ao espaço de um sinal BFSK.

- 31 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 2.21 – Diagrama espacial do Sinal BFSK

Na figura 2.22 é mostrado um sinal FSK gerado por uma sequência binária de 0101001.

Figura 2.22 – (a) Sinal Binario (b) Sinal FSK (Frequency Shift Keying)

Pode-se ver que a fase é idêntica na transição das frequências. O sinal FSK é a soma de dois
sinais ASK gerados por dois sinais de modulações m0 (t ) and m1 (t ) . Por isso a transformada de
Fourier de um sinal FSK S(f) é:

- 32 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

∞ ∞
S( f ) =
A
2 −∞
[ ]
m0 (t )e j 2πf 0t e− j 2πft dt +
A
2 −∞
[ ]
m0 (t )e− j 2πf 0t e− j 2πft dt +

∞ ∞
A
2 −∞
[ ]
m1(t )e j 2πf1t e− j 2πft dt +
A
2 −∞
[ ]
m1(t )e− j 2πf1t e− j 2πft dt (2.26)

A A A A
= M0 ( f − f0 ) + M0 ( f + f0 ) + M1( f − f1) + M1( f + f1)
2 2 2 2

A figura 2.23 mostra o espectro do sinal FSK quando m0 (t ) e m1 (t ) são iguais a uma sequência
de impulsos periódicos de sinal contrário entre si.

Figura 2.23 – (a) Sinal modulante (b) Espectro do Sinal Modulante (c) Espectro do sinal FSK

Uma alternativa da representação de um sinal FSK consiste em f 0 = f c − ∆f e f1 = f c + ∆f


tendo-se então:

- 33 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

f1 − f 0 = 2∆f
e (2.27)
s (t ) = A cos 2π ( fc + ∆f )t
onde fc é a frequência da onda portadora, ∆f = βB é o desvio de frequência, β representa o
1 1
índice de modulação, e B = é a largura de banda do sinal modulado. Quando ∆f >> tem-se
T T
um sinal FSK de banda larga, em que a largura de banda é aproximadamente igual a 2∆f .
1
Quando ∆f << , tem-se um sinal FSK banda estreita, e neste caso a largura de banda é
T
aproximadamente igual a 2 B .

A figura 2.24 mostra o diagrama de um modulador de sinal FSK.

Figura 2.24 – Modulador de um Sinal FSK

- 34 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

2.5.3 - Modulação “Phase Shift Keying” - PSK

Na modulação em fase, ou PSK, o sinal digital modula em fase uma portadora, com desvios de

fase de , sendo M o número de níveis do sinal digital. A modulação de fase é utilizada onde
M
são exigidas taxas de sinalização elevadas, ocupando a mesma largura de banda que a modulação
ASK, porém, com menor probabilidade de existência de erros. O sinal binary phase shift (BPSK)
pode ser definido por:

s (t ) = Am(t ) cos 2πf ct , 0≤t≤T (2.28)

onde A é uma constante, m(t) =+1 ou -1, f c é a frequência da portadora e T a duração do bit.
2
A
Tendo como sinal de potência P = , então A = 2 P . Deste modo pode-se escrever a equação
2
2.28 da seguinte forma:
s (t ) = ± 2 P cos 2πf ct
2
= ± PT cos 2πf ct (2.29)
T
2
=± E cos 2πf ct
T
onde E=PT é a energia contida na duração de um bit. Chega-se assim à seguinte função básica

2
φ1 (t ) = cos 2πf ct . O diagrama aplicável ao espaço é descrito na figura 2.25.
T

Figura 2.25 – Diagrama espacial do Sinal BPSK

- 35 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Se tiver-se a sequência 0101001, o sinal BPSK é representado da seguinte forma:

Figura 2.26 – (a) Sinal Binario (b) Sinal BPSK (Binary Phase Shift Keying)

O espectro de um sinal BPSK quando m(t) é uma sequência de impulsos periódicos está
demonstrado na figura 2.27. O espectro de um sinal BPSK é semelhante ao de um sinal modulado
DSB-SC, explicado anteriormente.

- 36 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 2.27 – (a) Sinal modulante (b) Espectro do Sinal Modulante (c) Espectro do sinal BPSK

A partir da largura de banda ocupada pela sinal em banda base m(t), que vai desde 0 Hz até ao
primeiro ponto que cruza com zero, e representado pelo valor B Hz, tem-se um largura de banda
para o sinal BPSK de 2B Hz.

- 37 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Na figura 2.28 mostra-se uma forma de representar um modulador de um sinal BPSK.

Figura 2.28 – (a) Modulador de um Sinal BPSK

Um outro tipo de modulação é a modulação diferencial, que corresponde a um processo no qual,


a escolha dum estado significativo atribuído a um elemento do sinal, depende do estado atribuído
ao elemento precedente. Esta técnica pode-se aplicar a qualquer outra modulação anteriormente
descrita, sendo mais vulgar na modulação de fase (PSK). Em seguida descreve-se a modulação
diferenciada M-PSK em pormenor.

2.5.4 - QPSK - Quadrature Phase Shift Keying

O sinal QPSK é uma modulação PSK em quadratura. Para generalizar o estudo teórico utiliza-se
um sinal M-PSK, em que M corresponde ao número de níveis utilizado. Um sinal M-PSK é
definido pela seguinte expressão:

A cos(2πf c t + θ1 + θ '), 0≤t≤T


s (t ) = (2.30)
0, qualquer outro t
onde,

θi = i (2.31)
M

para i=0, 1, ..., M-1. A é uma constante, fc corresponde à frequência da portadora, θ ' é o ângulo
de fase inicial, e T o tempo de duração de um bit. Expandindo a equação (2.30) tem-se:

- 38 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

s (t ) = A cosθ i cos(2πf ct + θ ') − A sin θ1 sin(2πf ct + θ ') (2.32)

2
A
Com um sinal de potencia igual a P = então A = 2 P . Assim a equação 2.32 pode ser escrita
2
da seguinte forma:
2 2
s (t ) = PT cosθ i cos(2πf ct + θ ') − PT sin θ i sin(2πf ct + θ ')
T T (2.33)
2 2
= E cosθ i cos(2πf ct + θ ') − E sin θ i sin(2πf ct + θ ')
T T

onde E=PT é a energia de s(t) contida no símbolo de duração para i=0, 1, ..., M-1. Por
conveniência o ângulo θ ' começa com o valor de zero, assim, a função básica ortogonal é dada
pelas seguintes expressões:

2 2
φ1 (t ) = cos 2πfct e φ2 (t ) = − sin 2πf ct (2.34)
T T

O diagrama espacial aplicado ao sinal M-PSK e QPSK é mostrado na figura 2.29:

Figura 2.29 – (a) Diagrama espacial do Sinal M-PSK e (b) QPSK

- 39 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Na figura 2.30 mostra-se um sinal QPSK gerado por uma sequencia binária 00 01 10 11,

Figura 2.30 – (a) Sinal Binário (b) Sinal QPSK

A figura 2.31 mostra os vários valores que θ i pode ter:

DBIT Angulo de Fase θi


00 0º
01 + 90º
10 +180º
11 +270º

Figura 2.31 – Conjunto de valores de fase para um sinal QPSK

- 40 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Vantagens do uso de modulações em Multinível

Devido à limitação da largura de banda dos canais de voz analógica geralmente usados em
comunicações de dados, a modulação binária onde somente existem dois estados (um para cada
bit), tem um limite de transmissão é de 1200bps. Para aumentar a velocidade de transmissão em
bps é necessário aplicar a técnica de modulação por multinivel, em que para cada variação do
sinal analógico corresponde mais de um bit. Assim sendo, pode-se ter uma modulação de:
• dois bits dbits (exemplo anterior);
• três bits tribit;
• quatro bits quadribit.

- 41 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

CAPÍTULO

DESENVOLVIMENTO
DA APLICAÇÃO
3

- 42 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Capítulo 3 – Desenvolvimento da Aplicação

3.1 - Porquê o LabVIEW?

O LabVIEW baseia-se numa programação gráfica que utiliza icons em vez de linhas de código. O
conceito base está na programação em dataflow, em que se tem um ou mais sinais de entrada, que
passam por um ou mais blocos, até se chegar aos sinais de saída com o resultado pretendido.

As aplicações dividem-se em duas partes:


• O diagrama de blocos, onde se colocam as funções ligadas entre si, quer na forma
disponível pelo LabVIEW, ou como um conjunto integrado na forma de um subVi. Este
subVi é representado por um icon e ligado através do conjunto de conectores de entrada e
saída;
• O painel frontal, constitui a parte visível da aplicação, quando esta é executada. Ou seja,
trata-se de um ambiente gráfico de interface com o utilizador, onde estão disponíveis
diversos objectos de controlo e indicadores de estados/sinais.

Esta arquitectura de funcionamento, faz do LabVIEW um processador de sinal continuo, ou seja,


um processador em tempo real. Os sinais, adquiridos externamente ou gerados internamente,
estão sempre em processamento, e cada vez que o valor de um controlo é alterado, o efeito que
provoca é imediatamente visível nos indicadores. Por tudo isto, este software de
desenvolvimento, torna-se vantajoso, para o tipo de projecto proposto. A sua vantagem face a
linguagens como o VisualBasic, prende-se igualmente com o facto de a sua palete de objectos
gráficos, estar mais orientada para o tratamento de sinais analógicos e digitais, facilitando
bastante a tarefa de construção de um ambiente gráfico amigável ao utilizador (user-friendly).

Quanto à facilidade de fazer operações entre sinais, outras ferramentas existem, como o próprio
MatLab, que aliás dispõe de uma extensa biblioteca no campo da modulação. O principio de
funcionamento entre este programa e o LabVIEW, é de natureza semelhante, dado que ambos
estão direccionados para aplicações baseadas em processamento de sinal e que envolvam

- 43 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

bastantes operações de cálculo. No entanto, o MatLab tem um ambiente de trabalho mais virado
para o ambiente clássico de programação, e para fazer operações e cálculos mais complexos, não
adequados aos objectivos deste trabalho.

3.2 - Inicialização da Aplicação

A aplicação ao ser inicializada, apresenta a janela inicial, que é constituída por 4 botões, e por
informação acerca dos intervenientes na realização do projecto.

Figura 3.1 – Janela de Inicialização do Simulador.

O conjunto dos botões disponibilizado pretende dar ao utilizador a hipótese de escolha em qual
dos ambientes de simulação pretende entrar. Ao seu dispor estão 3 tipos de ambiente de
simulação: simulação AM, simulação FM e por último, a simulação de modulação digital.

- 44 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

O seu fluxograma de funcionamento apresenta-se em seguida:

Figura 3.2 – Fluxograma de funcionamento principal.

Como visível no fluxograma, a escolha feita na janela inicial, determina o resultado da próxima
interacção. Esta interacção determina qual dos ambientes será executado. Em termos de
processamento, apenas o VI principal de uma das modulações, está a ser executado de cada vez,
evitando assim a sobrecarga do processador do computador. Cada ambiente de modulação que
está ser executado, contém um botão que permite voltar a esta janela inicial, fechando o painel
frontal do mesmo. Ou seja, na prática, sempre que a janela inicial é apresentada, nenhuma outra
se encontra aberta, nem em processamento. O botão de saída, termina a execução do programa,
fechando a janela e terminando o LabVIEW.

- 45 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

A aplicação engloba 3 Vis principais. Um para processamento e simulação de sinais AM, outro
para modulação FM e um terceiro que simula modulação de mensagens digitais, nomeadamente
através de ASK, FSK, PSK e QPSK. Nas próximas 3 secções, procede-se à análise das estruturas
internas destes VIs, explicação e justificação de opções tomadas, e outros pormenores de
programação.

3.3 - Ambiente de (Des)Modulação em Amplitude – AM

Embora com um aspecto à primeira vista complexo, o ambiente de simulação de modulação em


amplitude (AM) é de fácil utilização, permitindo estudar os principais fenómenos desta técnica.
Em seguida procede-se à explicação da forma como está implementado.

3.3.1 - Painel Frontal

No painel principal do Simulador de sinais AM, destacam-se 5 zonas de visualização/trabalho:

1. Gráfico de onda portadora em ordem ao tempo (comum a todos esquemas);


2. Gráfico de onda modulante, em ordem ao tempo (comum a todos esquemas). Este é o
sinal de mensagem que se pretende “transmitir”;
3. Palete de selecção de Esquema em Simulação;
4. Visualização de ponto em análise em ordem ao tempo;
5. Visualização de ponto em análise em ordem à frequência.

- 46 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 3.3 – Aspecto do ambiente de trabalho do simulador de sinais AM.

A distribuição dos objectos no ambiente gráfico pretende ajudar à compreensão do principio de


processamento executado, nomeadamente quanto ao seu sentido, sinais de entrada e os sinais de
saída. Deste modo, o painel apresenta no seu lado esquerdo, as duas ondas que servem de
excitação ao esquema, que se encontra colocado em destaque, na zona central do ecrã. Este
esquema aparece na forma de diagrama de blocos, permitindo uma análise ponto a ponto das
transformações que o sinal vai recebendo, até chegar à saída do último bloco.

Do lado direito, apresentam-se os resultados de medição no esquema. Em cima destes gráficos,


uma etiqueta identifica qual o ponto que está sob análise.

- 47 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.3.2 - Arquitectura

A estrutura base de funcionamento que está por detrás do painel anterior, é ilustrada no próximo
fluxograma.

Figura 3.4 – Fluxograma da estrutura principal de Ambiente AM

- 48 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Pela figura anterior verifica-se que ”o tronco” principal de processamento, é dependente da


escolha de 1 dos 7 esquemas disponíveis, e o resultado nos gráficos de saída, dependente do
ponto em análise. Tudo se passa num ciclo de processamento contínuo, que começa com uma
inicialização aos parâmetros de entrada, seguido do gerar dos sinais de entrada que excitam o
esquema do modulador. Sempre que existe uma alteração de parâmetros aqui, toda a cadeia é
reprocessada para que a informação nos gráficos seja actualizada.

3.3.3 - Parâmetros de Entrada

Os vários controlos de entrada disponíveis ao utilizador, permitem alterar parâmetros como a


amplitude e frequência dos sinais portadora e modulante. Esses controlos estão configurados
segundo a tabela seguinte:

“Sinal Portadora” “Sinal Modulante” Unidade Gama


Amplitude - Volt [1;10]
- Amplitude Volt [0,1;1]
Base de Tempo Base de Tempo Seg/div [10-3;1]
Grandeza de Frequência Grandeza de Frequência - (Hz;KHz)
Frequência Portadora Frequência Modulante Hz [1;50K]
Frequência de Amostragem S/seg [10;500K]
Número de Amostras - [10;500K]

Figura 3.5 – Caracterização e gama de valores de entrada.

Amplitude – O parâmetro de amplitude está limitado de modo a evitar o efeito de


sobremodulação, ou seja, Amod ≤ 1.
Grandeza de Frequência – Permite regular a frequência fundamental do sinal em unidades de
Hz ou KHz.
Base de Tempo – Permite alterar o intervalo de tempo visível na janela de gráfico.

- 49 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Frequência – A limitação da frequência a 50KHz tenta evitar que se chegue a situações em que o
computador pessoal, onde corre a aplicação, não consiga disponibilizar recursos de
processamento suficientes, e chegando a uma situação de bloqueio.
Frequência de Amostragem e Número de Amostras - Os parâmetros Frequência de
amostragem e Número de amostras, são variáveis dependentes, ou seja, o seu valor é calculado a
partir de outros parâmetros configuráveis pelo utilizador. Neste caso, tem-se que:

FAmost = 10 xFPortadora
(3.1)
N Amost = FAmost

Deste modo, evita-se da parte do utilizador, a precaução de escolher uma frequência de


amostragem suficientemente mais alta que a frequência de portadora, de modo a evitar a
subamostragem, bem como gerar um número de amostras que permita um número de ciclos
suficiente a uma correcta visualização do sinal nos blocos do esquema de modulação. O facto da
frequência de amostragem ser dez vezes maior que a frequência de portadora, faz com que p(t),
seja parecido a um sinal continuo no tempo. Sendo N Amost = FAmost , as amostras geradas para
ambos os 2 sinais de entrada, correspondem sempre a 1 segundo de duração.
Controlo Base de Tempo - O controlo de base de tempo nos 3 gráficos correspondentes do
painel principal, é efectuado criando um sub-array a partir do array original que contém todas as
N Amost de valores de amplitude.
A resolução do gráfico dt é igual ao período de amostragem, e o inicio do intervalo é para t=0.

Base _ Tempo Freq


NY = × = Base _ Tempo × Freq
T Amost FAmost
1 (3.2)
dt =
FAmost
t0 = 0

- 50 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.3.4 - Palete de Esquemas

O ambiente de simulação, contém um total de 7 esquemas de demonstração, seleccionáveis pelo


utilizador, de modo a que apenas um se encontra visível de cada vez, e sobre processamento
efectivo.

Para a selecção de esquema utiliza-se um objecto que no LabVIEW se denomina de tab control, e
cujo principio de funcionamento se compara a um case. A diferença está que no case, a variável
de controlo de entrada é criada por um objecto de controlo normal, cuja mudança no aspecto
gráfico do mesmo está directamente associada ao tipo de controlo escolhido, ao passo que com o
tab control, a selecção é feita por uma espécie de painéis sobrepostos entre si, onde facilmente se
inserem os controlos correspondentes a cada um deles. A selecção do painel a processar pelo
LabVIEW (somente um é processado de cada vez), é feita através dos marcadores da parte
superior.

Esquemas
Os esquemas criados permitem fazer uma abordagem completa aos vários aspectos que fazem
parte do estudo de modulação e desmodulação de sinais (sinusóidais) em Amplitude.
Eles dividem-se em:
Esquema 1 – Modulação DSB-TC;
Esquema 2 – Modulação DSB-TC com Desmodulação através de detector de envolvente;
Esquema 3 – Modulação DSB-TC com Desmodulação através de BFO/detector de Produto;
Efeitos de desvio de Fase em BFO;
Esquema 4 – Modulação DSB – SC; Desmodulação com BFO/detector de produto;
Desmodulação com detector de envolvente; Efeitos de desvio de Fase e Frequência em BFO;
Esquema 5 – Modulação SSB, nomedamente USSB (Upper Single SideBand) e DSSB (Down
Single SideBand);
Esquema 6 – Modulação SSB – USSB; Desmodulação com detector de produto; Introdução de
erro em Fase e Frequência de BFO;
Esquema 7 – Modulação SSB – DSSB; Desmodulação com detector de produto; Introdução de
erro em Fase e Frequência de BFO.

- 51 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.3.5 - Blocos de Processamento de Sinal

Na figura 3.6, são representados a estrutura interna dos principais VI’s utilizados nos vários
esquemas.

Figura 3.6 – Diagrama de blocos das partes constituindo dos esquemas AM. (a)Modulador DSB-
TC; (b)Detector de envolvente; (c)Detector de produto; (d)Modulador DSB-SC; (e)Modulador DSB-
SSB;

- 52 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.3.6 - Detector de envolvente

Pela figura do detector de envolvente, identifica-se que existe uma aproximação ao esquema
introduzido na secção teórica. Esse circuito é substituído por um rectificador de meia onda
seguido de um filtro passa banda, que para além de simular o comportamento do condensador,
retira a componente continua do sinal.
As frequências de corte e a ordem do filtro são calculadas por:

2
N BPF =
Fp
log (3.3)
Fm
FCS = Fm
FCI = 90% × Fm

Este detector de envolvente é utilizado no esquema 2, bem como no esquema 4, embora aqui o
objectivo seja concluir a impossibilidade de detectar sinais em DSB-SC.

3.3.7 - Detector de Produto

O detector de produto representado na figura 3.6c, é utilizado nos desmoduladores dos esquemas
3 (DSB-TC), 4 (DSB-SC), 6 (USSB) e 7 (LSSB). Para a recuperação ficar completa, é colocado
em série com este, um filtro passa banda, para seleccionar o sinal modulado original.

- 53 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.3.8 - Modulador SSB

No modulador da figura 3.6e , a ordem do filtro é calculada de forma a que a atenuação aplicada
à banda lateral suprimida relativamente à transmitida, seja de aproximadamente 40 db, assim
tem-se:
F p + Fm
A = 20 N BPF log
F p − Fm
(3.4)
2
para A = 20 N BPF =
F p + Fm
log( )
F p − Fm

A frequência de corte superior e inferior são iguais e consoante a banda lateral escolhida:
Fc = Fp + Fm Banda Superior (USSB)
(3.5)
Fc = Fp − Fm Banda Inferior (LSSB)

Este modulador está presente nos esquemas 5, 6 e 7.

3.3.9 - Adição de ruído

Numa aproximação ao real comportamento do processo, a cada sinal processado, é adicionado


uma componente de ruído branco, facilmente visível através do espectro em frequência dos
sinais. O ruído branco é gerado durante a sequência inicial da aplicação, onde também são
inicializados os vários parâmetros de entrada. Esta opção trás duas vantagens. A primeira é a de
poupança de esforço de processamento, dado que as N amostras de ruído só são geradas uma
única vez, quando o programa arranca. A segunda vantagem é a de que, dado que os valores de
sinal de ruído são estáticos, o processamento continuo dos sinais no ambiente principal do
simulador, leva a que a informação nos gráficos não esteja em constante alteração, criando
dificuldades na sua leitura e medição de valores. A informação nestes gráficos só se altera
quando o utilizador muda o valor de algum controlo, ou o estado de algum botão.

- 54 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.3.10 - Introdução Erro de Fase e Erro de Frequência

A desmodulação nos esquemas 3, 4, 6 e 7, recorre a um oscilador local, que após multiplicação


com o sinal modulado, permite a filtragem da componente que transporta a informação que se
pretende recuperar. Este oscilador local, em termos práticos, se não tiver um mecanismo que
permita a recuperação de sincronismo através do sinal que recebe (por exemplo através de uma
pll-phase locked loop), vai ter sempre uma componente de erro de fase associada. Noutros casos,
também a frequência pode apresentar desvios face ao valor da portadora do emissor.

Consoante o tipo de modulação utilizada, esta perda de sincronismo pode ter mais ou menos
influência na correcta recuperação do sinal, tal como estudado no capítulo de apresentação
teórica.

Figura 3.7 – Ferramenta para controlo de sincronismo de oscilador local.

- 55 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

A operação de fazer aparecer os controlos dos erros no painel frontal, é efectuada recorrendo à
ferramenta property node do LabVIEW que associado a um objecto VI, permite ler ou escrever
uma das propriedades do mesmo. Para este caso, foi-lhe associado o parâmetro visible dos
controlos numéricos colocados junto à malha de sincronismo do BFO, podendo assim controlar
facilmente a sua visualização através do botão ‘com/sem erro’.

3.3.11 - Análise de Circuito


A análise a cada circuito pode ser feita à saída de cada um dos blocos descriminados no
respectivo diagrama, e em dois modos diferentes:

• modo directo;
• modo avançado.

Estes modos são seleccionados através dos botões junto a cada caixa do diagrama de blocos. O
botão da esquerda escolhe o modo de visualização directa, em que os resultados são obtidos
directamente através dos 2 gráficos da direita do painel principal.

Figura 3.8 – Botões do painel principal para escolha do modo de análise.

- 56 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

O botão da direita escolhe o modo avançado, que por sua vez, abre uma outra janela dentro do
LabVIEW com o seguinte layout:

Figura 3.9 – Ambiente da Janela “Análise Detalhada”.

1 – Gráfico do sinal, no domínio do tempo com regulação de base de tempo;


2 – Análise do sinal na frequência, com dois cursores de medição;
3 – Diagrama de Blocos do Esquema no qual consta o ponto em análise;
4 – Análise completa do sinal na frequência, com todos os pontos calculados;
5 – Valores de coordenadas das posições dos cursores;
6 – Diferenças de amplitude e frequência entre os dois cursores do gráfico.

O gráfico assinalado como 2, permite fazer as medições de derivada entre dois pontos da FFT,
particularmente útil para medir frequências fundamentais dos picos dos harmónicos transmitidos
e diferenças de amplitude com os picos vizinhos. Para efeitos desta medição, apenas o intervalo
com os picos de maior interesse em analisar são mostrados (modo autoescala da FFT).

- 57 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

O gráfico 4, permite localizar visualmente o segmento de FFT de cima, no conjunto de


amplitudes da FFT completa.

3.3.12 - Análise Espectral

A análise espectral é efectuada no modo directo e no modo avançado de análise de sinal. O


principal Vi aqui utilizado é o “FFT Power Spectrum.vi” disponibilizado pelo LabVIEW. Este Vi
calcula as magnitudes da FFT, em db ou em valores lineares, e é inserido depois num outro Vi
onde são efectuados os cálculos necessários a proceder à autoescala da mesma. O número de
pontos da FFT calculados é igual ao número de amostras, ficando no modo de visualização sem
autoescala, metade desses pontos (os outros são de igual amplitude para valores de frequência
simétricos).

Os cálculos de autoescala são feitos analiticamente, através de um objecto “formula node” onde
através das variáveis “Esquema”, “Ponto em análise”, “Frequência de Portadora” e “Frequência
de Modulante”, são retirados os valores de Fmin e f para a visualização facilitada dos valores
em frequência do sinal em análise.

- 58 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.4 - Ambiente de Modulação em Frequência - FM

No simulador FM, o esquema utilizado para demonstração da modulação em frequência, é único.


Como tal, no painel principal, constam basicamente os controlos dos sinais de excitação e da
modulação, ou seja, a configuração das ondas modulante e portadora, e o alcance do modulador.

Painel Frontal

Figura 3.10 – Ambiente de trabalho do simulador de modulação em FM.

- 59 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

As zonas de visualização/trabalho são:

1. Gráfico de onda portadora em ordem ao tempo;


2. Gráfico de onda modulante, em ordem ao tempo; Sinal de mensagem que vai ser
modulado;
3. Gráfico de onda portadora em ordem ao tempo com visualização normal e autoescala;
4. Sinal FM em ordem ao tempo;
5. Configuração de alcance FM e Base de Tempo do gráfico temporal.

A estrutura interna deste modulador é equivalente à utilizada no simulador AM, excepto que a
palete para escolha de esquema é retirada. O Vi que implementa o FM, constrói um array de N
(=Numero de Amostras) elementos, segundo o cálculo ilustrado pela figura 3.11.

- 60 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 3.11 – Esquema sequencial de cálculo de array FM.

O resultado é obtido através do cálculo de um seno de uma soma. Num dos parâmetros da soma,
existe um coseno cuja a amplitude do conjunto de valores é maior ou menor, consoante o valor
do índice de modulação . Este algoritmo, apenas permite o cálculo do sinal modulado a cada
instante t, para a modulação de um tom sinusoidal puro.

- 61 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Modo Avançado

Para uma visualização e análise mais detalhada dos cálculos em frequência, um botão ‘lupa’
encontra-se junto ao gráfico da FFT no painel principal. O botão dá acesso à janela da figura
seguinte:

Figura 3.12 – Ambiente de Janela “Análise Detalhada” para sinais FM.

1 – Gráfico da sinusóide a modular, num gráfico temporal;


2 – Sinal modulado em FM;
3 – Transformada de Fourier do sinal em 2 com autoescala;
4 – Gráfico com total de magnitudes calculadas para a FFT;
5 – Derivadas das posições dos cursores de medição do gráfico em frequência;

- 62 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

O sinal em 2, segue as mesmas divisões por segundo que o controlo associado a 1, permitindo um
alinhamento entre ambos, e melhor visualização dos eixos verticais em que a frequência é
máxima e em que é mínima.

Através deles, retira-se a informação de que o sinal FM, apresenta um valor máximo de
frequência, para os instantes em que a onda modulante tem um valor de amplitude máximo. Por
outro lado, o valor mínimo é obtido nos picos minimos de amplitude. Nos pontos em que a
sinusóide de entrada cruza o eixo dos zeros, o valor da frequência obtido à saída é igual ao valor
de f P escolhido na janela principal.

Tal como na janela avançada do simulador AM, existe um botão de controlo para incluir ou não
os cursores no gráfico que contém a FFT em autoescala. Esse processo é conseguido através de
operações de escrita na propriedade ‘visible’ dos cursores. Em 3, a opção de incluir um conjunto
de setas a movimentar o cursor, tem como objectivo permitir colocar o cursor com mais
exactidão no ponto do gráfico pretendido, nomeadamente nos picos de amplitude do gráfico.

Tentar executar esta operação pelo simples arrasto do cursor, pode tornar-se difícil. A resolução
utilizada pelos cursores, é máxima, precisamente para que os picos do gráfico sejam acessíveis. A
sua configuração em ‘snap to plot’, faz com que o seu posicionamento em Y, seja automático,
igualando o valor da linha traçada no gráfico.

- 63 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.5 - Ambiente de Modulação Digital

O utilizador ao seleccionar a terceira opção do menu principal tem acesso ao simulador de


modulações digitais, que por sua vez pode aceder ás seguintes modulações:
• ASK (Amplitude Shift Keying) em modo ON-OFF e ASK com diferentes níveis de
amplitudes;
• FSK (Frequency Shift Keying) ;
• PSK (Phase Shift Keying) num modo binário e em modo quaternário.

Os modos de funcionamento destas 3 modulações encontram-se explicados exaustivamente no


capítulo 2. A janela que o utilizador tem no primeiro contacto é idêntica à figura 3.13.

Figura 3.13 – Janela principal da modulação digital

- 64 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Esta janela está dividida em duas partes distintas, uma que é igual para todas as modulações e que
representa o sinal digital a que, por sua vez, corresponde uma sequencia de 8 bits onde se
descreve a informação que se pretende modular. Esta encontra-se representada no gráfico
superior da janela, cuja implementação e desenvolvimento são explicados no ponto seguinte. A
outra parte desta janela corresponde aos diversos tipos de modulações.

3.5.1 - Implementação e Desenvolvimento do sinal Digital

O Sinal Digital é composto por uma sequência 8 bits de informação binária, cujo modo de
implementação se encontra descrito no fluxograma da figura 3.14.

Figura 3.14 – Sequência do Sinal Digital

Como se pode verificar pelo fluxograma anterior, a sequência binária é constituída por um array
de x posições, sendo este valor x o número de amostras definidas para produzir o sinal digital.
Por defeito este valor é de 80000 amostras. Deste modo, como a sequência é de 8 bits, a cada bit

- 65 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

número de Amostras
corresponde um array de posições, logo o array da sequência final não é
8
mais que a junção de 8 array que correspondem a cada bit.

3.5.2 - Painel do Sinal Digital

Na janela do simulador correspondente à modulação digital, pode-se verificar na sua parte


superior, um conjunto de botões que permite alterar o valor dos 8 bits, e que automaticamente são
visualizados no gráfico. A figura 3.15 mostra o exemplo para uma sequência 01011001.

Figura 3.15 – Janela da Sequência binária que produz o Sinal Digital

O modo de produção da sequência binária de 8bits é idêntica para todas as modulações digitais
(ASK, FSK e PSK)

3.5.3 - Implementação e Desenvolvimento da modulação ASK ON-OFF

Como está descrito no capítulo anterior deste relatório, a modulação ASK é uma técnica que faz
variar a amplitude da onda portadora em função do sinal digital. Para a modulação ASK ON-
OFF, quando o sinal digital tiver o valor “1”, o resultado de saída é a onda portadora. No caso de
o sinal digital ser “0”, o seu resultado é nulo.

- 66 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

O fluxograma seguinte descreve como está implementada esta modulação no LabVIEW.

Figura 3.16 – Modulação ASK ON-OFF

O número de amostras por defeito aplicadas à modulação digital é de 80000 amostras, logo o
índex máximo dos arrays que representam a onda da sequência digital e a da onda do sinal
modulado, têm o mesmo valor. Através de um ciclo “for” e de uma condição, é elaborado um
novo array com o respectivo sinal modulado ASK ON-OFF. Estes novos valores são inseridos
consoante a seguinte condição:
Se o valor for “1” – Insere o valor do sinal correspondente à onda Portadora;
Se o valor for “0” – Insere um valor Nulo.
Após o preenchimento de todas as posições do array correspondente ao sinal ASK ON-OFF, este
é visualizado graficamente no domínio de tempo e na frequência.

- 67 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.5.4 - Painel da modulação ASK ON-OFF

Este tipo de modulação encontra-se na primeira opção do Tab Control , onde o utilizador tem
acesso à seguinte janela,

Figura 3.17 – Janela da modulação ASK

Com a opção do ASK ON-OFF activa, o utilizador pode verificar a existência no lado esquerdo
da janela de uma onda correspondente à portadora do sinal, onde se podem alterar os paramentos
da amplitude e frequência do sina. Salienta-se que a base de tempo não pode ser alterada, tendo
um valor fixo de 1 segundo por divisão.

As duas ondas que estão expressas no lado direito da janela, correspondem ao sinal após a
modulação no domínio do tempo e no domínio da frequência. Em relação ao primeiro, a base de

- 68 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

tempo não é alterável, tendo um valor de 1 segundo por divisão. Em relação ao segundo, o
utilizador pode alterar o tipo de janela de análise FFT e visualizá-la em modo linear ou em dB.

Parâmetros de Entrada na Modulação ASK

Sinal Portadora Unidade Gama


Amplitude Volt [1;10]
Base de Tempo Seg/div 1
Frequência Portadora Hz [1;10]
Frequência de Amostragem S/seg 10K
Número de Amostras - 80K

Figura 3.18– Parâmetros de Entrada da Janela ASK.

3.5.5 - Implementação e Desenvolvimento o ASK Níveis de amplitude

Esta modulação é idêntica à modulação ASK ON-OFF, com excepção de que neste caso existem
duas ondas portadoras com as mesmas características, tendo como única diferença a amplitude.
Assim sendo, quando o sinal digital for “1” é transmitida uma onda portadora X, caso o sinal
digital seja “0”, o sinal a transmitir corresponde à onda portadora Y. A elaboração em LabVIEW
desta modulação é descrita no fluxograma seguinte:

- 69 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 3.19 – Modulação ASK com níveis de amplitude

Esta modulação é efectuada através de um ciclo “for” que lê cada posição do array
correspondente à sequencia dos 8 bits do sinal digital a transmitir. O valor lido por este ciclo, é
comparado a uma condição que por sua vez elabora um array com o sinal da modulação:
se o valor for “1”, insere o valor do sinal correspondente à onda portadora com uma
amplitude X;
se o valor for “0”, insere o valor do sinal correspondente à onda portadora com uma
amplitude Y.

Se o valor de amplitude for igual para a onda portadora X e para a onda portadora Y, a
modulação em causa não tem qualquer significado, pois não existe qualquer diferenciação entre o
nível “1” e “0” da onda que se pretende transmitir. Após a criação do array com o sinal
modulado, este é visualizado no domínio do tempo e frequência.

- 70 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.5.6 - Painel da Modulação ASK com níveis de amplitude

Para o utilizador ter acesso à modulação ASK com níveis de amplitude, tem que activar a
segunda opção do Tab Control da janela da modulação digital, onde acede a uma janela idêntica à
figura 3.20:

Figura 3.20 – Janela da modulação ASK com níveis de amplitude

Como se pode verificar, esta janela possui duas ondas portadoras, uma representando o nível “0”
do sinal digital, e outra representando o nível “1”. A frequência é idêntica para ambas as ondas
sendo diferenciadas apenas pela sua amplitude. O utilizador pode alterar estes valores de
amplitude nos controlos existentes no lado direito das ondas portadoras. A base de tempo não é
alterável, tendo como valor 1 segundo por divisão.

- 71 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

No lado direito da janela tem-se a representação gráfica do sinal modulado em ASK com níveis
de amplitude no domínio do tempo e da frequência, sendo possível neste último, a visualização
do espectro do sinal em modo linear ou em dB e podendo-se alterar o tipo de janela da FFT.

Sinal Portadora Unidade Gama


Amplitude Volt [1;10]
Base de Tempo Seg/div 1
Frequência Portadora Hz [1;10]
Frequência de Amostragem S/seg 10K
Número de Amostras - 80K

Figura 3.21 – Parâmetros de Entrada da Janela ASK com níveis de amplitude.

3.5.7 - Implementação e Desenvolvimento da Modulação FSK

Em relação à modulação FSK o modo de implementação é idêntico ao da modulação ASK com


níveis de amplitude, só que no caso anterior o que diferencia as ondas portadoras, é a amplitude,
ao passo que neste caso é a frequência que é alterada nas ondas portadoras X e Y. O modo de
implementar a modulação FSK no simulador é descrita no diagrama de blocos da figura 3.22.
Neste modo, existe uma condição que verifica qual é o valor binário do sinal a transmitir, e
consoante este valor, o resultado final da condição é o seguinte:
se o valor for “1”, insere o valor do sinal correspondente à onda portadora com uma
frequência X;
se o valor for “0”, insere o valor do sinal correspondente à onda portadora com uma
frequência Y.

Mais uma vez, se o valor de frequência for igual para a onda portadora X e para a onda portadora
Y, a modulação em causa, não tem qualquer significado, pois não existe qualquer diferenciação
entre o nível “1” e “0” da onda que se pretende transmitir. Uma outra função utilizada na

- 72 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

implementação desta modulação é um ciclo “for”, que tem como finalidade ler cada posição do
array inicial, e através da condição anteriormente descrita, criar um novo array com o sinal FSK.
Estes dois array’s têm o mesmo número de posições, e que por defeito é 80000.

Figura 3.22 – Modulação FSK

3.5.8 - Painel da modulação FSK

Como se pode ver pela figura 3.23, a janela do simulador correspondente à modulação FSK é
muito idêntico à janela da modulação ASK de níveis de amplitude.

- 73 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 3.23 – Janela da modulação FSK

A janela da modulação FSK contém duas ondas portadoras no lado esquerdo desta. Nestas o
utilizador pode alterar a amplitude cujo valor é idêntico para ambas. No lado direito dos gráficos
das ondas portadoras encontram-se dois controlos que alteram a frequência da onda, dentro de um
intervalo de 1Hz a 10Hz, tendo a base de tempo um valor fixo de 1 segundo por divisão. No lado
esquerdo da janela o utilizador tem a representação gráfica da onda modulada FSK no domínio da
frequência e do tempo.

- 74 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Parâmetros de Entrada na Modulação FSK

Sinal Portadora Unidade Gama


Amplitude Volt [1;10]
Base de Tempo Seg/div 1
Frequência Portadora Hz [1;10]
Frequência de Amostragem S/seg 10K
Número de Amostras - 80K

Figura 3.24 – Parâmetros de Entrada da Janela FSK.

3.5.9 - Implementação e Desenvolvimento da modulação PSK

O utilizador ao seleccionar a 4ª opção da modulação digital, vai ao encontro da modulação PSK.


Como já referido anteriormente, esta técnica consiste em fazer variar a fase da onda portadora em
função da variação do sinal de transmissão. Deste modo, quando o nível for 1, a onda a transmitir
terá uma fase de 0º, se o nível for 0 a fase será de 180º. Estes valores são obtidos através de uma
condição, sendo criado um array com os valores obtidos, que serão posteriormente analisados no
domínio do tempo e da frequência (ver fluxograma 3.25).

- 75 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 3.25 – Modulação PSK

3.5.10 - Painel da modulação PSK

A janela que representa a modulação PSK é demonstrada na figura seguinte:

- 76 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Figura 3.26 – Janela da modulação PSK

Esta janela é constituída por um sinal digital (topo da janela) e uma onda portadora, podendo esta
ser alterada na amplitude e frequência, e tendo uma base de tempo fixa de 1 segundo por divisão
(lado esquerdo). No lado direito, encontram-se 2 ondas, uma representando a modulação final no
domínio do tempo e outra no domínio da frequência, podendo-se alterar a visualização entre
modo linear e dB, bem como, alterar o tipo de janela FFT, tal como na modulação anterior.

- 77 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Parâmetros de Entrada na Modulação PSK

Sinal Portadora Unidade Gama


Amplitude Volt [1;10]
Base de Tempo Seg/div 1
Frequência Portadora Hz [1;10]
Frequência de Amostragem S/seg 10K
Número de Amostras - 80K

Figura 3.27 – Parâmetros de Entrada da Janela PSK.

3.5.11 - Implementação e Desenvolvimento da modulação QPSK

De todas as modulações digitais referidas anteriormente a QPSK (Quadrature Phase Shift


Keying) é a única que corresponde a uma modulação multinível. A modulação QPSK trata-se de
um processo no qual a escolha dum estado significativo atribuído a um elemento do sinal,
depende do estado atribuído ao elemento precedente. Neste processo, a passagem dum estado
significativo a outro, é caracterizado por uma variação de fase fixa. Assim sendo a tabela seguinte
descreve os valores de fase para cada um dos estados:

Alteração
Bit X Bit Y Inteiro de Fase
0 0 0 +0º
0 1 1 +90º
1 0 2 +180º
1 1 3 +270º
Figura 3.28 – Diversos valores de fase

O modo de implementar e desenvolver a modulação QPSK em LabVIEW é mais difícil de


elaborar, porque é necessário efectuar uma análise de dois em dois bits da sequência com o sinal

- 78 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

digital a transmitir. De seguida mostra-se um fluxograma com todas as etapas do


desenvolvimento da respectiva modulação:

(a)

- 79 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

(b)

Figura 3.29 – (a) (b) Modulação QPSK

A sequência do sinal digital é composta por 8 bits a que corresponde um array com 80000
posições. Esse valor é igual ao número de amostras, portanto cada bit terá 10000 amostras.
Assim, na primeira etapa da modulação QPSK, são criados 4 array’s com 20000 amostras, onde
o bit0 e bit1 corresponde ao primeiro array, o bit2 e bit3 ao segundo array, o bit4 e bit5 ao
terceiro array, e por fim, o bit6 e bit7 ao quarto array. Para cada um dos array’s é atribuído um
peso para cada bit, onde o bit mais significativo, tem um peso de 2 e o menos significativo tem
um peso de 1. Após a atribuição destes pesos, é efectuada uma multiplicação pelo valor do bit,
sendo posteriormente somados entre si, obtendo-se os valores 0,1,2,3 para os conjuntos de bits
00,01,10,11. Esta sequência de etapas está demonstrada no fluxograma 3.29(a).

Após a obtenção dos valores inteiros correspondentes a cada um dos quatro array’s, é efectuada
uma comparação entre eles a que corresponderá uma onda com uma respectiva fase como

- 80 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

descrito na figura 3.29. Depois da comparação efectuada com os 4 array´s, é criado um novo
array, construindo deste modo a onda final da modulação QPSK, a ser posteriormente analisada
no domínio do tempo e frequência. (Fluxograma 3.29(b)).

- 81 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

3.5.12 - Painel da modulação QPSK

Figura 3.30 – Janela da modulação QPSK

Nesta janela, o utilizador tem acesso a uma onda portadora com uma fase de 0º (ver lado
esquerdo da janela), onde é possível alterar a amplitude e a frequência, sendo a base de tempo
idêntica ás anteriores modulações, com 1 segundo por divisão. No lado direito da janela, o
utilizador pode verificar o resultado da modulação no domínio do tempo e da frequência,
referente ao sinal digital inicialmente introduzido.

- 82 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Parâmetros de Entrada na Modulação QPSK

Sinal Portadora Unidade Gama


Amplitude Volt [1;10]
Base de Tempo Seg/div 1
Frequência Portadora Hz [1;10]
Frequência de Amostragem S/seg 10K
Número de Amostras - 80K

Figura 3.31 – Parâmetros de Entrada da Janela QPSK.

- 83 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

CAPÍTULO

RESULTADOS
OBTIDOS 4

- 84 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Capítulo 4 – Resultados Obtidos

Ao longo deste capitulo, são ilustrados os resultados dos vários tipos de modulação
implementados. A comparação destes sinais é feita com os já explicados no capitulo 1, podendo-
se verificar o ambiente completo do simulador, ou seja, o aspecto da onda de entrada, a onda
portadora e os sinais de saída em ordem ao tempo e em frequência.

4.1 - Resultados com Modulação em Amplitude

Modulação em amplitude DSB-TC

Para simular a modulação em amplitude DSB-TC, o esquema 1 é seleccionado no painel


principal AM. Configurando-se a onda portadora a 1KHz e 2 Volt de amplitude máxima, e a onda
modulante com 100Hz a 500mV, o resultado do sinal modulado pode ser visualizado no ponto 3.

Figura 4.1 – Modulação de banda dupla e portadora DSB-TC.

- 85 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Verifica-se que o sinal no gráfico superior direito, descreve a expressão 2.2 abordada no capitulo
teórico, sendo visível no contorno da oscilação, o sinal do gráfico da onda modulante. No gráfico
inferior direito, está representado o cálculo da Transformada de Fourier do mesmo sinal,
verificando-se uma magnitude para f=1KHz correspondente ao sinal de portadora, e duas bandas
laterais distanciadas em ± 100Hz desta.

Desmodulação de sinal modulado DSB-TC.

Seleccionado ponto 4 do esquema 2, pode-se observar o resultado obtido com a utilização de um


detector de envolvente, aplicado a um sinal modulado DSB-TC. Esta situação utiliza os mesmo
parâmetros de entrada utilizados anteriormente.

Figura 4.2 – Detector de envolvente aplicado a sinal modulado DSB-TC.

No gráfico temporal de saída, o controlo de base de tempo está alterado para 0,10 segundos por
divisão, para ser visível o sinal já depois de estar completamente estabilizado. Nos instantes

- 86 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

iniciais, a amplitude do sinal aumenta progressivamente, devido à constante de tempo imposta


pelo andar de filtragem. É também visível que no espectro em frequência, visualiza-se apenas a
componente do sinal m(t) em 100Hz.

Modulador Balanceado para modulação DSB-SC

Para efectuar modulação em amplitude com supressão de portadora, utiliza-se um modulador


balanceado demonstrado pelo esquema 4.

Figura 4.3 – Modulador Balanceado para gerar sinal DSB-SC.

No gráfico temporal o contorno com a forma de m(t) deixa de existir como no modulador DSB-
TC, passando a tomar a forma dos semi-ciclos do mesmo sinal. Na visualização da FFT,
consegue-se distinguir a ausência de portadora, tal como previsto na figura 2.8.

- 87 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Detecção de Produto para modulação DSB-SC

Na próxima figura apresenta-se o sinal à saída do detector de produto, obtido a partir do


modulador balanceado.

Figura 4.4 – Saída do detector de produto para desmodulação de sinal DSB-TC.

O detector é utilizado em associado com um filtro passa baixo, na recuperação do sinal original.
Através da FFT, é visível a operação de translação na frequência das bandas laterais do
modulador balanceado, existindo uma deslocação do seu centro para a origem e para 2 f p .

- 88 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Modulação em amplitude SSB

Os esquemas 5, 6 e 7 permitem testar a simulação de banda lateral única (SSB). Seleccionando o


ponto 4 do esquema 5, obtém-se os resultados para o caso especial de modulação com banda
lateral superior (USSB), como ilustra a figura seguinte:

Figura 4.5 – Modulador com banda lateral superior USSB.

Pelo espectro é visível uma forte atenuação da banda lateral inferior, situada em f p − f m ,

surgindo destacada a banda lateral superior, em f p + f m , obtido através do esquema da figura 2.8.

- 89 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

4.2 - Resultados com Modulação em Frequência

Na próxima figura, pode-se ver o resultado da modulação em frequência aplicada a um tom de


frequência única.

Figura 4.6 – Modulação em Frequência de um sinal sinusoidal.

Comparando os sinais dos gráficos à direita na figura 4.6, com os da figura 2.13, nota-se a sua
semelhança. Nos pontos em que a amplitude do sinal modulante é máxima, a frequência do sinal
modulado também é máxima, e nos pontos mínimos de amplitude, a frequência à saída do
modulador FM é mínima. Na análise em frequência, sobressaem as várias harmónicas em torno
da frequência de portadora, notando-se já alguma diminuição das amplitudes das componentes
mais afastadas do centro.

- 90 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

4.3 - Resultados com Modulação Digital

Na figura seguinte demonstra-se a modulação de uma palavra de oito bits, através das técnicas de
ASK, FSK e PSK. Para uma melhor visualização no domínio da frequência, utiliza-se um sinal
digital periódico.

Figura 4.7– Modulação Digital. (a) ASK; (b) FSK; (c) PSK.

- 91 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

No domínio temporal, as três ondas comprovam o que foi descrito no capitulo de exposição
teórica. Na figura 4.7(a), o efeito on-off é visível, tomando o sinal modulado o valor de 0 Volt
sempre que o bit de entrada também seja 0. Para os bits de valor 1, surge a oscilação da onda
portadora. Na FFT, distingue-se uma maior magnitude no valor escolhido de fp (2Hz), com
diversas repetições espectrais, em trono desse valor.

No painel da modulação FSK, verifica-se a existência de duas frequências diferentes, em


intervalos de tempo alternados. No gráfico de frequência, surgem agora duas componentes
espectrais maiores, correspondentes às frequências f1 e f2.

No painel (c) da mesma figura, verifica-se uma inversão de fase de 180º, cada vez que o bit à
entrada altera de estado. Num total existem 7 pontos no gráfico do sinal modulado, onde se
verifica a inversão de fase. Na análise em frequência, nota-se uma certa semelhança com o
espectro da modulação em ASK, com igual presença de repetições espectrais.

- 92 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

CAPÍTULO

CONCLUSÕES
5

- 93 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Capítulo 5 - Conclusões

O objectivo do trabalho, era criar uma plataforma de carácter demonstrativo, para auxiliar ao
estudo de sinais modulados em amplitude e frequência. Ele foi conseguido na sua totalidade,
através de uma aplicação que se subdivide em três ambientes de trabalho, cada qual com base
num tipo especifico de modulação. Consegue-se deste modo, um programa menos saturado de
comandos, tornando-se assim mais intuitivo ao utilizador pouco familiarizado com a aplicação.

Um dos grandes desafios iniciais, era o de pegar numa linguagem de programação nova, ainda
mais com uma lógica de programação com muito poucas parecenças com outras linguagens
aprendidas no âmbito desta Licenciatura.
Com o período de aprendizagem feito inicialmente, através de pequenas experiências e com o
auxilio da documentação da National Instruments, a ambientação às ferramentas existentes no
LabVIEW foi relativamente rápido, permitindo desde logo implementar os primeiros Vi’s.

Também incluído na proposta do TFC (Trabalho Fim de Curso), esteve a simulação de uma PLL
(Phase Locked Loop) na desmodulação de sinais FM. No entanto, numa fase intermédia do
projecto, houve que confrontar o cronograma previsto, com a incógnita que seria, primeiro
avaliar se era realmente possível de ser executado e depois se a sua implementação não
provocaria atrasos extraordinários. Face a este paradigma, optou-se por efectuar o estudo em
termos de modulação em frequência, de um tom sinusóidal, e para além disso criar um novo
tópico para modulação de sequências digitais de 8 bits, conseguindo-se enriquecer o trabalho com
uma matéria de maior relevância.

Sendo o LabVIEW um programa que consome muitos recursos ao processador da plataforma de


suporte, ouve a preocupação em limitar os valores de frequência e número de amostras, para
valores aceitáveis a um computador pessoal, com velocidade de processador na ordem dos 700
MHz.

- 94 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Um dos pontos do enunciado era a criação de uma janela com as características que se
encontram num osciloscópio de laboratório. Assim sendo, criou-se um link a uma nova janela de
visualização, com um ambiente mais adaptado à análise em pormenor das ondas temporais e em
frequência. Foi também criado uma ferramenta de autoescala nos gráficos da FFT, que selecciona
os picos espectrais mais relevantes, e que com a ajuda de cursores de medição permite até o
registo analítico dos seus valores e cálculo de off-sets. Os efeitos do melhor ou pior sincronismo
do oscilador local utilizado em desmodulação AM, podem também ser estudados, através dos
controlos de erro de fase e frequência introduzidos nos esquemas com detector de produto.

Como implementações futuras, para dar um seguimento a este trabalho, sugere-se:

• Ligação de uma carta de aquisição de sinal, para visualização dos resultados num
osciloscópio real;
• Estudo de outras modulações, como por exemplo, AM-VSB, Modulação de Fase e
Modulação digital DSB com impulsos em forma de Nyquist;
• Simulação de factores inerentes a um canal de transmissão, e medição da deterioração do
sinal ao longo deste. Factores como Interferência Intersimbólica, Ruído Térmico, Ruído
Impulsivo e efeitos de crosstalk;
• Inclusão de blocos simuladores de desmodulação das mensagens digitais;
• Criação de meios para ser feita a análise a sinais de entrada vocais, com base em samples
de som previamente gravadas, ou através de um microfone e em tempo real, percebendo a
qualidade no receptor, através de colunas ligadas ao computador.

Num mercado cujas exigências que actualmente são impostas no domínio das telecomunicações,
nomeadamente a distribuição dos sinais em radiofrequência pelo espectro disponível e futuro,
torna-se de extrema importância as técnicas que permitem a sua máxima rentabilização,
nomeadamente a criação de novas soluções no campo da modulação de sinais.

- 95 -
Simulador de Modulação de Amplitude e Frequência baseado em LabVIEW

Referências Bibliográficas

[1] A. Bruce Carlson, Communication Systems


McGraw-Hill, 1986

[2] John G. Proakis, Digital Communications


McGraw-Hill, 1995

[3] John G. Proakis, Masoud Salehi, Communication Systems Engineering


McGraw-Hill, 1994

[4] John Essick, Advanced LabVIEW Labs


Prentice Hall, 1998

[5] LabVIEW Basic I & II Course Manual


National Instruments Corporation, 2000

[6] Mischa Schwartz, Information Transmission, Modulation and Noise


McGraw-Hill, 1990

[7] Simon Haykin, Communication Systems


John Wiley & Sons.inc, 1994

[8] Tarmo Anttalainen, Introduction of Telecommunication Network


Artech House, 1999

- 96 -

Potrebbero piacerti anche