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SÃO MATEUS
2020
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SÃO MATEUS
2020
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Dedico este trabalho à minha mãe, Nely de Carvalho Barreto, que sempre esteve ao
meu lado, dando todo o apoio que precisei, incondicionalmente. Uma mulher
dedicada, lutadora, lutou com toda sua força pra que eu e minha irmã sempre
fôssemos alguém na vida. Não mediu esforços para que nós duas estudássemos e
sempre colocou sabor nas nossas vidas.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus por me dar força e coragem para seguir
sempre em frente.
Agradeço minha mãe maravilhosa, que sempre ficou ao meu lado nos piores e
melhores momentos da minha vida, Dona Nely de Carvalho Barreto.
À minha filha, Janine Pereira de Souza, por ser amiga, por cuidar do seu irmão e
nunca me dar trabalho algum. Obrigada, filha maravilhosa!
Ao meu filho, Luiz Miguel Pereira de Souza, por ser um filho extraordinário. Sem
palavras para te agradecer. Você é um filho exemplar!
À minha irmã, Fabíula de Carvalho Barreto, por sempre estar ao meu lado, me
dando força e me apoiando no meu sucesso. Obrigada irmã, te amo!
Em especial, agradeço toda minha família, pois a família é o pilar do nosso sucesso,
sobretudo, pois é com ela que podemos sempre contar!
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(John Dewey)
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................14
2 COMUNIDADE QUILOMBOLA BOA ESPERANÇA E SUA RELAÇÃO COM A
EMEFP “JIBOIA” ..................................................................................................18
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESCOLA PLURIDOCENTE JIBOIA......................20
2.2 APLICAÇÃO DA EJA EM PRESIDENTE KENNEDY........................................21
3 JOGOS E BRINCADEIRAS - PRÁTICAS CORPORAIS VIVENCIADAS NAS
COMUNIDADES QUILOMBOLAS........................................................................23
3.1 BRINCADEIRAS E JOGOS .............................................................................24
4 PARALELO ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E EDUCAÇÃO QUILOMBOLA........25
4.1 PRÁTICAS CORPORAIS NA EDUCAÇÃO FÍSICA.........................................27
5 MARCOS LEGAIS PARA A EDUCAÇÃO QUILOMBOLA NA ELABORAÇÃO
DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS...............................................31
6 DIÁLOGOS COM A PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE A EDUCAÇÃO
QUILOMBOLA.......................................................................................................40
7 REFERENCIAL TEÓRICO E METODOLÓGICO................................................46
7.1 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS........................................................................47
8 INTERVENÇÃO EM FAVOR DA EDUCAÇÃO CULTURAL...............................50
8.1 ENTRADA NO CAMPO DA PESQUISA..........................................................50
8.1.1 CATEGORIA: INFÂNCIA...............................................................................51
8.1.2 CATEGORIA: JOGOS E BRINCADEIRAS....................................................57
8.1.3 CATEGORIA: DANÇAS – DESENHOS.........................................................61
8.2 EXPOSIÇÃO DOS DESENHOS E FOTOGRAFIAS.........................................62
9 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS.............................................................68
9.1 DISCUSSÃO SOBRE ESTA PESQUISA..........................................................68
9.2 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS DURANTE A PESQUISA DE
CAMPO..................................................................................................................69
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................72
REFERÊNCIAS......................................................................................................75
APÊNDICES..........................................................................................................80
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1 INTRODUÇÃO
que ali se encontram. Conforme sinalizam Silva; Falcão (2012), esse modo de
sistematizar o ensino da Educação Física não impede o docente de compartilhar
diferentes possibilidades de aprendizagem, mas, é necessário privilegiar práticas
pedagógicas que contribuam para o fortalecimento das culturas locais.
Embora o município não ampare, em suas unidades de ensino, por meio dos
PPP’s, a educação quilombola, como informado, a cultura e a tradição das
comunidades rurais, formado por descendentes de africanos escravizados, em
Presidente Kennedy, são mantidas vivas pelas comunidades quilombolas, localizadas
em Cacimbinha e Boa Esperança. Estes locais abrigam, aproximadamente, 700
famílias.
Para Oliveira (2016), Boa Esperança, que é reconhecida pela FCP do Ministério
da Cultura como única comunidade quilombola desde 2004, não obteve resultado
positivo quanto ao processo de reconhecimento do território quilombola por parte do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), devido ao desinteresse da
maior parte da comunidade.
1
http://licenciamento.ibama.gov.br/Porto/Porto%20Central/EIA/fscommand/pdf/capitulo13.pdf.
20
Sua primeira escola tinha do nome grafado com a letra “G”, em homenagem à
primeira professora e mentora de sua construção, Gemelice Silva, Dona Gegê, que
leciona nas casas dos pais dos alunos. Também era de responsabilidade das
21
Lúcia”, EMEIEF “Santana Feliz”, EMEIEF “Bom Jardim”, EMEI “Gente Miúda”.
Dentre todas, três são escolas polos do município, são elas: "E.P.G. de
Jaqueira'', localizada em Jaqueira ", E.P.G. "São Salvador'', localizada em São
Salvador e "E.E.F. “Vilmo Ornelas Sarlo'', localizada na sede do município. Essas
recebem alunos de todas as localidades. A rede municipal atende as três modalidades
de ensino, sendo elas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e EJA.
Dentre os marcos legais que contribuíram para construção das Diretrizes para
Educação Quilombola no Brasil, é importante destacar a Convenção 169 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas e Tribais. A partir
deste evento, foram expedidos dois Decretos de Lei, a saber: o primeiro, assinado em
19 de abril do ano de 2004, Decreto de Lei nº 5.051; o segundo, em 7 de fevereiro de
2007, Decreto nº 6.040. Ambos instauram a Política Nacional de Desenvolvimento
Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, reconhecendo que:
5 de agosto de
Itapecuru-Mirim, MA
1ª Audiência 2011, das 9h às 368 participantes
13h.
30 de setembro
São Francisco do
2ª Audiência de 2011, das 9h 433 participantes
Conde, BA
às 13h.
7 de novembro de
3ª Audiência 2011, das 9h às Brasília, DF 110 participantes
13h.
Fonte: a autora
Esses dados nos levam ao estudo realizado por Miranda (2012, p. 374),
que afirma que “[...] a modalidade de educação quilombola insere-se no conjunto
mais amplo de desestabilização de estigmas que definiram, ao longo de nossa
história, a inserção subalterna da população negra na sociedade e,
consequentemente, no sistema escolar”.
Carril (2017) salienta que um dos fatores para estes dados pode ser em
razão da existência de estabelecimentos em territórios quilombolas, que não se
identificaram como tais, do mesmo modo, há aqueles situados fora de territórios
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A Lei 10. 639/03 foi regulamentada pelo Parecer CNE/CP 03/2004 e pela
Resolução CNE/CP 01/2004 que instituem as Diretrizes Curriculares Nacionais
para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e
Cultura Afro-brasileira e Africana. No ano de 2009, o MEC aprovou o Plano
Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para
Educação das Relações Étnicos-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-brasileira e Africana.
A referida legislação diz respeito prioritariamente à parcela da população
considerada negra, como também, à presença histórica, social e cultural
africana recriada e ressignificada no Brasil. Refere-se ainda a todos os
brasileiros de todo e qualquer pertencimento étnico-racial e aos seus direitos
por uma educação de qualidade (RODRIGUES; FONTES, 2018).
Cumpre ressaltar que a resolução nº 8, de 20 de novembro de 2012,
encontra-se em sintonia com o Art. 28 da LDB (9.394/96), ao afirmar que “[...]
na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino
promoverão adaptações necessárias a sua adequação às peculiaridades da
vida rural e de cada região” (BRASIL, 2012).
Para Miranda (2018), as diretrizes para uma educação diferenciada para
as comunidades quilombolas possuem como finalidade intensificar a
participação das comunidades nas definições curriculares e a incorporação da
sua cultura como saber. Contudo, a autora ainda problematiza o desafio em
romper com uma cultura eurocêntrica e priorizar as heranças culturais dos
povos remanescentes.
Nesse contexto, Carril (2017, p. 549) afirma que a proposta de uma
educação quilombola deve estar atenta para a premissa de que a instituição
escola não pode atuar na reprodução de conhecimentos absolutos, que não
fazem sentido para os alunos, haja vista as suas realidades sociais. Assim, a
proposta de se pensar em uma educação que priorize a dimensão cultural de
um grupo não pode estigmatizá-lo ou segregá-lo, mas sim buscar a valorização
de sua história, possibilitando que a mesma seja transmitida de geração para
geração.
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englobar conteúdos técnicos da luta, que sabem o como fazer que ocupam os
espaços destinados a aprendizagem da Capoeira. Urge que o processo de
ensino possa oferecer muito mais do que simplesmente conhecimentos sobre
a técnica.
Na esteira deste pensamento, Figuereido et. al (2017) assinalam que a
educação traz consigo afetos e que estes são capazes de potencializar vidas,
quando a educação se torna uma tarefa mecânica estes deixam de existir. Deste
modo, podemos pensar que uma educação voltada para povos tradicionais,
principalmente no que tange as comunidades quilombolas os afetos no lecionar
precisam estar presentes, pois cada prática corporal seja em sua modalidade
de lazer ou desportiva, traz consigo uma herança cultural, uma história que
precisa ser valorizada, e os afetos são os elementos que possibilitam isso.
Outro estudo realizado por Lara (2012) em comunidades quilombolas no
estado do Paraná identificou como as danças e as brincadeiras estão
relacionadas com a interação dos membros dessas comunidades com a
natureza e com os animais. A sua principal forma de lazer está associada à
religião, as festividades e cultos aos santos, bingos comunitários e procissões.
Ainda permanecem tradições como banhos de ervas para cura.
Durante a realização deste estudo Lara (2012, p. 47) adverte que:
O desenvolvimento da pesquisa em comunidades quilombolas no
Paraná no intuito de estudar as políticas públicas relacionadas a
espor_te/lazer (sua efetividade e possibilidades reais de
implementação e/ou aperfeiçoamento) leva_nos a concluir pela
necessidade de que as co_munidades sejam inseridas num conjunto
de ações estatais que possam dar alicerce para que elas
recomponham suas próprias estratégias de luta e reconheçam suas
necessidades em termos de esporte e lazer. Em complemento, é
fundamental que essas ações não estejam isoladas, mas interligadas
a outras esferas que promovam melhorias no campo do trabalho, da
habitação, do transporte, da saúde, da educação e segurança pública.
Para dar início ao trabalho de pesquisa optamos pela EMEFP “Jiboia” por
ser uma instituição bem próxima ao patrimônio que selecionamos como base de
nossos estudos, neste caso, os jogos e as brincadeiras. Optamos por
desenvolver nossa pesquisa com duas turmas da EJA, uma com oito alunos, às
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escola, quatro alunos. Conversei com eles e eles me informaram que parte do
desenho que estavam fazendo, finalizariam naquele dia. Pedi que caprichassem,
porém, o foco dos desenhos era brincadeiras antigas, ou seja, categoria jogos e
brincadeiras.
O aluno Rubens informou que aquele foi o primeiro desenho que ele tinha
feito na vida, representado na Figura 6. Ao rememorar sua infância, o aluno
desenhou-se montado num cavalo, segurando-o pela crina. Rubens conta que
desenhou-se montado no pelo do animal, sem rédeas e sem arreio, apenas com
o cabresto.
Saudade dos velhos tempos – primeira parte! Este é o tema que define o
desenho do Ricardo, conforme Figura 8, onde ele se desenhou jogando bola,
pulando corda, brincando de corrida do saco, jogando boleba e brincando de
carrinho
Noutro momento, conforme Figura 9, Tereza disse que está meio cega,
mas que havia tentado desenhar umas árvores e um rodeio. Ela afirma ter
tentado desenhar algéum da sua família montada no cavalo e ela estaria a puxá-
lo dentro da arena.
Figura 10 – Jogando bola (jogo de futebol) Figura 11 – Saudade dos velhos tempos (II)
Maria gosta tanto do jongo que, em seus dois desenhos, retratou esse
dança tão notável na sua vida, conforme as Figuras 19 e 20. Apesar de seus 62
anos de idade, Maria tem a ginga e o embalo dessa dança tradicional originária
da África até hoje.
Figura 19 – Maria retratando o jongo (I) Figura 20 – Maria retratando o jongo (II)
Figura 28 – Alunos conhecendo portfólio Figura 29 – Expondo os livros aos alunos da EJA
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho foi realizar uma pesquisa com alunos EJA da
Escola Municipal Pluridocente Municipal "Jiboia" para entender através de
processos de memória como a experiência com jogos e diversão contribuiu para
a constituição cultural da comunidade quilombola Boa Esperança, localizada no
município de Presidente Kennedy, no sul do estado do Espírito Santo. Entre os
muitos desafios estão profissionais, estudantes e comunidades envolvidos nessa
proposição de ensino, ensino e aprendizagem.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Arthur José Medeiros; ALMEIDA, Dulce Maria Filgueira de; GRANDO,
Beleni Salete. As práticas corporais e a educação indígena: a contribuição do
esporte nos jogos dos povos indígenas. Revista Brasileira de Ciências do
Esporte, Florianópolis, v. 32, n. 2, pp. 59-74, 2010.
DIAS, Maria Helena Tavares. Entre memórias e narrativas dos festeiros das
festas de santo do território quilombola Vão Grande (dissertação). UFMT,
2017.
77
FREITAS, D. B.; SILVA, J. M.; GALVAO, E. A relação do lazer corn a sade nas
comunidades quilombolas de Santarém. Revista Brasileira de Ciências do
Esporte, Campinas, vol. 30, n.° 2, jan., 2009.
GOMES, Flávio dos Santos. Quilombo do Rio de Janeiro no século XIX. In:
REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos (Org.). Liberdade por Um Fio:
história dos Quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
1, 22 abr. 2009.
HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo:
Perspectiva, 2004.
SILVA, Mellissa Fernanda Gomes da; SOUZA NETO, Samuel de; BENEVIDES,
Larissa Cerignoni. A Capoeira como Escola de Ofício. Motriz rev. educ. fís.
v.15-n.4 - 2009.
APÊNDICE A - ENTREVISTA
Item Entrevista
01 Sua infância deve ter sido inesquecível. Consegue relatá-la para
mim?
PRODUTO FINAL
SÃO MATEUS
2020
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APRESENTAÇÃO
Prezada Professora
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4
2 OBJETIVOS ........................................................................................................5
2.1 OBJETIVO GERAL ...........................................................................................5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................5
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................6
4 METODOLOGIA ..................................................................................................7
5 CRONOGRAMA ..................................................................................................9
6 ORÇAMENTO ...................................................................................................10
7 RESULTADOS ..................................................................................................11
REFERÊNCIAS ....................................................................................................12
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1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 JUSTIFICATIVA
É certo que o idoso, quando expressa suas lembranças, faz uma releitura
do seu passado. Os velhos têm a possibilidade de refletir sobre certas
passagens, detalhes e, dessa forma, reinventar a identidade. Então, a memória
dos idosos quilombolas possibilita uma nova versão de sua história, rica em
detalhes que foram silenciados pela sociedade colonizadora.
Bosi (1994) afirma que, na maioria das vezes, lembrar não é reviver, mas
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Freire (2014) afirma que a escola tem o dever não apenas de respeitar os
saberes com os quais os educandos chegam ao espaço escolar, mas, sobretudo,
discutir com os estudantes esses saberes com os conteúdos. Bresciani; Naxara
(2004), por sua vez, ressaltam que há muito tempo os historiadores, literatos e
cientistas sociais têm se dedicado à apreensão da memória facultativa
intelectual, memória conhecimento, que submete a história documental
importante para suas narrativas.
4 METODOLOGIA
5 CRONOGRAMA
6 ORÇAMENTO
7 RESULTADOS
BIBLIOGRAFIA