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UNIDADE 1
PRESSUPOSTOS EPISTEMOLÓGICOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM............... 13
1 INTRODUÇÃO . ...................................................................................... 15
2 O CAMPO DA AVALIAÇÃO: HISTÓRICO E CONCEITO .............................. 17
2.1 Ensinar e aprender: fundamentos da avaliação da aprendizagem....... 17
2.2 Avaliação: um pouco de história.................................................... 21
2.3 Discutindo conceitos de avaliação.................................................. 25
ATIVIDADE................................................................................................. 29
2.4 Avaliar e examinar...................................................................... 29
2.5 Avaliação e nota ........................................................................ 30
ATIVIDADE................................................................................................. 36
3 ABORDAGENS DE ENSINO E DA AVALIAÇÃO . ........................................ 36
3.1 Abordagem tradicional................................................................. 37
3.2 Abordagem escolanovista............................................................. 38
3.3 Abordagem tecnicista.................................................................. 39
3.4 Abordagem interacionista............................................................. 40
ATIVIDADES............................................................................................... 46
4 O ATO DE AVALIAR É UM COMPROMISSO POLÍTICO .............................. 47
ATIVIDADE................................................................................................. 48
RESUMINDO............................................................................................... 49
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................. 49
REFERÊNCIAS............................................................................................. 50
UNIDADE 2
A AVALIAÇÃO NO PLANEJAMENTO DOCENTE:
CENTRO DE ENSINO E DIAGNÓSTICO DA APRENDIZAGEM......... 53
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 55
2 TIPOS DE AVALIAÇÃO......................................................................... 56
2.1 A avaliação da aprendizagem . ..................................................... 57
2.2 Avaliação do sistema................................................................... 62
3 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM.......................... 66
3.1 Tipos de instrumentos e critérios de avaliação................................. 67
ATIVIDADES .............................................................................................. 74
RESUMINDO............................................................................................... 80
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................. 80
REFERÊNCIAS............................................................................................. 81
UNIDADE 3
AVALIAÇÃO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.....................85
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 87
ATIVIDADE................................................................................................. 90
2 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO PRESENCIAL E NA EAD............................. 90
ATIVIDADES............................................................................................... 96
RESUMINDO............................................................................................... 97
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................. 98
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 98
DISCIPLINA
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Profª. Msc. Alba Lúcia Gonçalves
Profª. Msc. Jeanes Martins Larchert
EMENTA
Estudo da teoria da avaliação e sua extensão ao cotidiano do professor,
do estudante e das instituições educativas. O confronto entre avaliação
formativa e a avaliação somativa e a avaliação processual.
OBJETIVOS
1. Compreender a avaliação da aprendizagem inserida no contexto
social, político, cultural e pedagógico.
2. Conhecer o campo histórico da avaliação da aprendizagem e seus
diversos sentidos, quando utilizada para verificar, medir e examinar.
3. Refletir e debater sobre as práticas avaliativas a partir das
abordagens do ensino, compreendendo que o ato de avaliar requer
compromisso político e conhecimento sobre Educação.
4. Desenvolver uma aprendizagem crítica sobre a avaliação escolar,
tendo em vista o uso pedagógico da avaliação no planejamento do
professor no que se refere à escolha dos instrumentos, a observação
e apreciação das aprendizagens do(a) aluno(a).
5. Compreender a avaliação para que seja capaz de planejá-la nas
diversas modalidades de ensino e aprendizagem.
1ª
unidade
PRESSUPOSTOS
EPISTEMOLÓGICOS DA
AVALIAÇÃO DA
APRENDIZAGEM
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
Unidade
1 INTRODUÇÃO
ATENÇÃO!
......................................................................................
.....................................................................................
......................................................................................
......................................................................................
.....................................................................................
.....................................................................................
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.....................................................................................
16 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
CONCEITO
Unidade
Os conceitos atribuídos à avaliação correspondem
às etapas históricas da educação. Para estudarmos sobre
o histórico da avaliação e seus conceitos, recorremos a
algumas leituras teóricas sobre o processo de avaliação da
aprendizagem que está ligado a pressupostos da produção
do conhecimento a partir das décadas de 1980 e 1990.
Neste período, o ato de avaliar passa por um grande debate
no cenário da educação escolar, e é entendido como um
processo que deve apontar para a reconstrução permanente
dos conteúdos apreendidos; paradoxal à concepção de que
a prática avaliativa é o instrumento de visibilidade per si
de erros relativos aos conteúdos apreendidos (LUCKESI,
1997).
ENSINAR
18 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
professor fala, diz, explica o conteúdo, cabendo ao aluno
anotá-lo para depois memorizá-lo. Daí poder prescindir
Unidade
da presença do próprio aluno, pois se tem um colega que
copia tudo, basta fotocopiar suas anotações e estudá-las,
para dar conta dessa maneira de memorizar os conteúdos.
Nesse caso, mesmo numa situação que
tradicionalmente seja considerada uma boa aula, em
geral explicita-se o conteúdo da disciplina com suas
definições ou sínteses, desconsiderando-se os elementos
históricos e contextuais, muitas vezes tomando suas
sínteses temporárias como definitivas e desconectando-
as de afirmações técnicas das pesquisas científicas que as
originaram.
Toma-se, assim, a simples transmissão da informa-
ção como ensino, e o professor fica como fonte de saber,
tornando-se o portador e a garantia da verdade. Segundo
Not (1993) isso pode provocar, uma adoção da estrutura
do outro, e quando se fala ao outro, inclusive, se utiliza a
mesma linguagem, das mesmas palavras; principalmente
na hora da prova.
Ou, conforme Reboul (1982, p.27),
mesmo.
Embora esse tenha sido o modelo que nós,
professores atuais, vivenciamos como alunos e com o
qual conseguimos efetivar sínteses que nos possibilitaram
prosseguir em nossa caminhada acadêmica, temos hoje
dados de pesquisas que nos permitem um caminhar
científico e relacionado ao quadro teórico prático atual
que a Pedagogia coloca à disposição.
A compreensão do que seja ensinar é um desses
elementos: o verbo ensinar, do latim, insignare, significa
marcar com um sinal, que deveria ser de vida, de busca e
de despertar para o conhecimento. Na realidade da sala
de aula, pode ocorrer a compreensão ou não do conteúdo
pretendido, a adesão ou não a formas de pensamento mais
evoluídas, a mobilização ou não para outras ações de es-
tudo e de aprendizagem.
Como outros verbos de ação, ensinar contém -
em si - duas dimensões: uma utilização intencional e uma
de resultado, ou seja, a intenção de ensinar e a efetivação
dessa meta pretendida. Assim, se eu expliquei um
conteúdo, mas o aluno não se apropriou dele, posso dizer
que ensinei, ou apenas cumpri uma parte do processo?
Mesmo tendo uma sincera intenção de ensinar, se a meta
(a apreensão, a apropriação do conteúdo por parte do
aluno) não se efetivou plenamente, como seria necessário
ou esperado para o prosseguimento do caminho escolar
do aluno, posso dizer que ensinei? Terei cumprido as duas
dimensões pretendidas na ação de ensinar?
APRENDER E APREENDER
20 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
mediante estudo, receber a informação de...
Unidade
É preciso distinguir quais dessas ações estão
presentes na meta que estabelecemos ao ensinar: se for
apenas receber a informação de, bastará passá-la através da
exposição oral. Nessa perspectiva, uma boa palestra é o
suficiente para a transmissão da informação.
No entanto, se nossa meta se refere a apropriação
do conhecimento pelo aluno, para além do simples
repasse da informação, é para isso que precisaremos estar
nos organizando: é preciso superar o aprender, que tem
se resumido à memorização, na direção do apreender,
segurar, apropriar, agarrar, prender, pegar, assimilar
mentalmente, entender, compreender.
Daí a necessidade atual de se revisar o ‘assistir
aulas’, pois a ação de apreender não é passiva. O agarrar
por parte de aluno exige ação constante e consciente: exige
se informar, se exercitar, se instruir. O assistir ou dar aulas
precisa ser substituído pela ação conjunta do fazer aulas.
Nesse fazer aulas é que surgem as necessárias formas
de atuação do professor com o aluno sobre o objeto de
estudo e a definição, escolha e efetivação de estratégias
diferenciadas que facilitem esse novo fazer.
Fonte:<http://www.fcf.usp.br/Ensino/Graduacao/Disciplinas/Exclusivo/
Inserir/Anexos/LinkAnexos/CAP%C3%8DTULO%201%20LeaAnastasiou.
pdf>.
22 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
em relação à prática docente. Em contraponto, La Salle
Unidade
defende o exame como supervisão permanente – aspecto
de vigilância continua – centra-se no aluno e no exame
aspectos que deveriam ser direcionados para a prática
pedagógica, ou melhor, professor/aluno.
Entende-se, portanto, que ao contrário do que
se pensa, o exame – primeira prática avaliativa - não
surge na escola, mas como um instrumento de controle
e manutenção social – instrumento intermediário
para a mobilidade social chinesa. Posteriormente a
institucionalização do exame no século XVII, ramificado
em duas vertentes – Comenius e La Salle - é que se começa
a instalar na instituição-escola no século XIX, a pedagogia
do exame.
Os princípios da pedagogia do exame são: ‘qualida-
de da educação, eficiência e eficácia do sistema educativo,
maior vinculação entre sistema escolar (entenda-se currí-
culo) e necessidades sociais (entenda-se modernização e/
ou reconversão industrial)’ (Esteban, 2002, p.53). Neste
momento, são depositados no exame grandes esperanças
para a melhoria da educação, pois através dele se consegue
a promoção e a certificação da aprendizagem. A pedagogia
do exame é articulada em prol da certificação e promoção
dos sujeitos, colocando o exame como elemento inerente
a toda ação educativa.
[...]
A atenção na pedagogia do exame está voltada
para a promoção do estudante a série subseqüente
de escolaridade. Porém, para que esse acontecimento
aconteça é preciso à certificação comprovada, a nota.
Portanto, ‘o aluno, por outro lado, está à procura do Santo
Graal – a nota.
Ele precisa dela, não importa se ela expressa ou
não uma aprendizagem satisfatória; ele quer a nota.
Faz conta e médias para verificar a sua situação. É
a nota que domina tudo; é em função dela que se vive na
prática escolar (Luckesi, 2002, p.24).
Entretanto, no século XX a pedagogia deixa de se
referir ao termo “exame” e o substitui pelo termo ‘teste’.
24 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
nas teorias behavioristas da aprendizagem e na abordagem
Unidade
sistêmica do ensino, buscando relacionar a educação com
as exigências industriais e tecnológicas da sociedade. A
avaliação neste período se limita ao campo técnico, ou
melhor, a construção de livros técnicos sobre a avaliação.
[...] ‘A escola brasileira opera com a verifi-
cação e não com a avaliação da aprendizagem’ (Luckesi,
2002, p.93). Esse fato fica confirmado ao observar a fun-
ção classificatória do educando, ou seja, o professor rotula
o seu aluno como ruim e bom no desempenho escolar,
quando este apresenta maior número de erros – reprova-
ção – ou maior número de acertos - aprovação.
Em outras palavras, entende-se que as
respostas erradas são sinônimas do não-saber e as
respostas certas sinônimas do conhecimento construído.
Essa linha de raciocínio nas práticas avaliativas, dissolve-
se no seio escolar de forma autoritária, inibindo e freando
as vozes dissonantes dentro de um processo de negação
dos diversos estágios individuais na construção do
conhecimento.
Por causa da maneira autoritária que a avaliação
tem sido aplicada no interior das escolas, conseqüência da
sua concepção e história é urgente o resgate da avaliação
formativa e processual.
Essas possibilitam que o professor acompanhe
e interfira dialogicamente no processo de aprendizagem do
aluno, a fim de atingir os objetivos esperados. Ou melhor,
ainda, não somente resgatar como prática avaliativa a
função formativa e processual, mas também o processo de
‘(re) significação da avaliação’.
Fonte: http://www.ic-ufu.org/anaisufu2008/PDF/SA08-20949.PDF
2.3 Discutindo conceitos de avaliação.
26 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
saiba mais
novas dúvidas e novos erros.
Unidade
É importante que você leia os
O segundo conceito que apresentamos foi elaborado livros mais recomendados da
pela professora Jussara Maria Lerch Hoffmann, do Rio professora Jussara Hoffmann
que são Avaliação Mediadora
Grande do Sul. Na Faculdade de Educação da UFRGS, uma prática em construção da
pré-escola à universidade, e
desenvolveu estudos e pesquisas em avaliação e educação
Avaliação: Mito e Desafio uma
infantil e, quando se aposentou como Professora Adjunta, perspectiva construtivista. Vi-
site seu site http://www.jussa-
em 1996, fundou e assumiu a direção da Editora Mediação. rahoffmann.com.br
A autora tem hoje doze livros publicados sobre o tema, além
de inúmeros artigos em revistas. O conjunto de suas obras
supera a marca de 300 mil exemplares vendidos no país.
Para Hoffmann (1993), a avaliação é inerente e
indissociável da aprendizagem enquanto concebida como
problematização, questionamento, reflexão sobre a ação.
Figura 1.2 – Jussara Hoffmann
28 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
possibilitem ao (à) aluno(a) o desenvolvimento pleno das
Unidade
suas competências e habilidades.
Existem muitos outros autores que debatem a
temática da avaliação da aprendizagem. Esperamos que
você, futuro(a) pedagogo(a), pesquise e amplie seus estudos
sobre o conceito de avaliação. Aproveite e faça uma pesquisa
sobre a temática no portal Domínio Público, do Ministério
da Educação.
ATIVIDADE
ATIVIDADE
Agora, como síntese dos estudos realizados até
aqui, redija um texto, evidenciando a relação/
complementação dos estudos acerca da avaliação,
apresentados pelos professores Luckesi, Jussara e
Perrenoud. Encaminhe para seu tutor e depois socialize
os textos com seus colegas para alimentar um debate
inicial a respeito da avaliação.
30 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
Precisamos entender que a nota é uma parte do processo
Unidade
avaliativo, e que ela é aplicada, quando necessário for,
a uma avaliação para verificar os conteúdos aprendidos
pelos(as) alunos(as). Como estudaremos a seguir, existem
outras formas de avaliar a aprendizagem que não sejam
necessariamente através da verificação e da atribuição da
nota.
A nota tem servido na avaliação classificatória como
um instrumento para rotular, selecionar e classificar as
pessoas. Em Luckesi (1997, p.17), a ideia de “tirar nota
para passar de ano” está tão enraizada em nossa cultura
escolar que, muitas vezes, alunos e professores esquecem
o objetivo principal da escola: possibilitar a aprendizagem
de conhecimentos já produzidos e sistematizados pela
humanidade como também a construção de novos
conhecimentos, os quais, uma vez aprendidos/produzidos,
contribuem para a vida do aluno e consequentemente para a
sociedade em que está inserido.
As notas e os conceitos são rótulos que servem
para aprovar ou reprovar o(a) aluno(a); marcam sua vida
escolar como bom, regular, péssimo, insuficiente, repetente
etc. No exercício de uma prática avaliativa classificatória,
em cujo campo discursivo os termos mais usados são
medidas, notas, provas, a avaliação realiza medidas de tudo,
vai das competências cognitivas às competências sociais
e emocionais. Como se fosse justo e verdadeiro medir
quantitativamente esses aspectos nos(as) alunos(as).
Voltamos a frisar que o sistema de notas é uma
exigência burocrática e não pode ser entendido como o
sistema avaliativo de uma escola. As notas podem estar
voltadas para uma avaliação qualitativa. É plausível que, no
final de um processo de avaliação processual e mediadora, o
docente de forma coerente e justa represente a avaliação em
notas para atender ao sistema burocrático.
32 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
possibilidade de “lucro”, valia pena ou não “fechar
Unidade
negócio” e adquiri-la. A reprodução de uma lógica
capitalista estava presente não só na coisificação do
conhecimento, mas também, sobretudo, na interação
individualista e competitiva que os alunos e alunos
mantinham entre si. A dificuldade que correntemente
apresentavam na realização de trabalhos coletivos
parecia demonstrar a pouca experiência, durante os
primeiros anos de suas vidas escolares, de situações
de aprendizagem que favorecem o desenvolvimento
de práticas participativas e solidárias. Suas atitudes
denunciavam certas carências, na vivencia escolar,
que possibilitassem a realização de atividades que
potencializam o que Maturana e Varella (1995)
chamam de Impulsos biológicos de cooperação.
As tentativas insistentes de refletir, junto aos alunos
e alunas, sobre a importância das tarefas coletivas,
valorizando o aspecto positivo dos princípios que se
envolvem, parecia auxiliar muito pouco uma melhor
integração e socialização do grupo. O que me levava a
verificar que a existência de uma determinada ordem
social dá-se, ainda que de forma provisória quando
os processos de comunicação entre os sujeitos que
a integração consegue conferir uma significação
coerentes às informações que partilham entre si.
Neste sentido, alunos e alunas deixavam claro que
o significado que, até aquele momento, conseguiam
atribuir ao trabalho escolar era o de reafirmar a lógica
da interação individualista, seletiva e competitivas
presentes nas experiências de avaliação vividas por
eles e elas até então.
Que curso navega, no momento daquela
maré, a fim de afluísse para uma reelaborarão do
significado do ato de avaliar? Seria possível elaborar
um procedimento avaliativo que, ao mesmo tempo,
incorporasse as notas e/ou conceitos – com um
código da cultura escolar reconhecido e valorizado
pelos alunos/alunas -, mas que também permitisse
34 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
e valorização dos processos de trabalho coletivo, mas
também, sobretudo, da aprendizagem de princípios
Unidade
que podemos chamar de “cidadania social”, ou seja,
uma cidadania cuja ética esta baseada no principio da
responsabilidade.
Essa experiência revelou-se um desafio na
minha trajetória, quando me lançou a difícil e
angustiante tarefa de tentar classificar e hierarquizar
alguns princípios relacionais, sobretudo por
considerar arbitrário todo modelo todo modelo de
avaliação baseado nas notas e nos conceitos. Mas o
movimento de tentar superar a aparente contradição,
que muito me incomodava, de utilizar o antigo
sistema de classificação no desejo de tentar elabora
novos sentidos para o ato avaliativo, aos poucos
me levava a perceber que, no momento, aquele
talvez fosse o melhor caminho a seguir. É nessa
perspectiva, a meu ver, que a experiência vivida
naquele episodio tinha sido estratégica, pois me
permitiu a apropriação do sentido alternativo que
pudesse incorpora os princípios da comunicação: a
participação e a solidariedade(Santos, 2000). Aos
poucos, ia certificando-me de que o abandono do
modelo seletivo e classificatório, embora não se
apresentasse como uma possibilidade no contexto
em que atuava, não me impedia de buscar, dentro
desse mesmo modelo, por meio das ações que
desempenhava, alternativas que me encaminhasse no
sentido da produção de uma educação que integrasse
conhecimentos e valores humanos.
O trabalho que desenvolvia com aquele grupo
fazia-me pensar, cada vez mais sobre o fato de que os
procedimentos classificatórios, no cotidiano escolar,
em muito prejudicam as relações democráticas entre
os seus agentes, quase sempre negando o testemunho
práticos de valores como a generosidade, justiça,
alegria, solidariedade e união. Na maioria das vezes,
distanciam os sujeitos, contribuído para a formação
de atitudes competitivas e excludentes por meio
ATIVIDADES
ATIVIDADE
Lance mão da sua memória e relate, por meio da escrita,
uma experiência avaliativa vivida por você, enquanto
aluno, em que considerou injusta a nota recebida. Nesta
reflexão, considere:
1. seus sentimentos em relação ao acontecido;
2. sua aprendizagem acerca do conteúdo avaliado;
3. a importância deste fato na construção de sua au-
toestima.
Programe com seu tutor um encontro no polo para uma
discussão acerca das reflexões acima.
36 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
Unidade
Os diversos estudos acerca dos processos históricos
em torno da avaliação nos apontam para algumas abordagens
que, ao longo desse percurso, vão se constituindo como
objeto de estudo. Luckesi (1997) afirma que a avaliação
da aprendizagem no Brasil hoje se liga a uma pedagogia
dominante, que pode ser identificada como modelo social,
liberal e conservador. Nesse sentido, a tendência tradicional,
moderna e tecnicista aproxima-se do projeto político
pedagógico do modelo liberal, que tem como um de seus
princípios a individualidade do homem, desconsiderando as
mediações culturais, sociais e políticas.
38 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
terá que ser fluida e eficaz, na medida em que os esforços
Unidade
e os êxitos são pronta e explicitamente reconhecidos pelo
professor, ou seja, uma avaliação voltada para acolher e
valorizar os avanços dos alunos, privilegiando-se mais a
autoavaliação.
40 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
classificatória e passa a ser concebida como uma atividade
Unidade
permanente no trabalho do professor, acompanhando
passo a passo o processo de ensino e de aprendizagem. Pela
avaliação é possível analisar as trajetórias de aprendizagens
vivenciadas pelos alunos, e também a reflexão a respeito
do trabalho pedagógico desenvolvido pela escola e,
mais precisamente, pelo professor. Os resultados da
avaliação, no entanto, não se resumem apenas às provas
transformadas em notas para serem registradas nas atas
escolares para efeito de aprovação ou reprovação dos alunos.
Nesta abordagem, a avaliação deve cumprir algumas funções
que atuam interdependentes:
saiba mais
Foco na promoção – o alvo dos alunos é a Foco na aprendizagem - o alvo do aluno deve
promoção. Nas primeiras aulas, discutem- ser a aprendizagem e o que de proveitoso e
se as regras e os modos pelos quais as notas prazeroso dela se obtém.
serão obtidas para a promoção de uma série
para outra. Implicação - neste contexto, a avaliação deve
ser um auxílio para se saber quais objetivos
Implicação – as notas vão sendo observadas foram atingidos, quais ainda faltam e quais
e registradas. Não importa como elas foram as interferências do professor que podem
obtidas, nem por qual processo o aluno ajudar o aluno.
passou.
42 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
Foco nas provas - são utilizadas como objeto Foco nas competências - o desenvolvimento
de pressão psicológica, sob pretexto de serem das competências previstas no projeto
Unidade
um ‘elemento motivador da aprendizagem’, educacional deve ser a meta em comum dos
seguindo ainda a sugestão de Comenius, professores.
em sua Didática Magna, criada no século
XVII. É comum ver professores utilizando Implicação - a avaliação deixa de ser
ameaças como “Estudem! Caso contrário, somente um objeto de certificação da
vocês poderão se dar mal no dia da prova!” consecução de objetivos, mas também se
ou “Fiquem quietos! Prestem atenção! O torna necessária como instrumento de
dia da prova vem aí e vocês verão o que vai diagnóstico e acompanhamento do processo
acontecer...” de aprendizagem. Neste ponto, modelos
que indicam passos para a progressão na
Implicação - as provas são utilizadas como aprendizagem, como a Taxionomia dos
um fator negativo de motivação. Os alunos Objetivos Educacionais de Benjamin Bloom,
estudam pela ameaça da prova, não pelo que a auxiliam muito a prática da avaliação e a
aprendizagem pode lhes trazer de proveitoso orientação dos alunos.
e prazeroso. Estimula o desenvolvimento da
submissão e de hábitos de comportamento
físico tenso (estresse).
O sistema social se contenta com as notas - Sistema social preocupado com o futuro
as notas são suficientes para os quadros já alertava o ex-ministro da Educação,
estatísticos. Resultados dentro da Cristóvam Buarque: “Para saber como será
normalidade são bem vistos, não importando um país daqui a 20 anos, é preciso olhar
a qualidade e os parâmetros para sua obtenção como está sua escola pública no presente”.
(salvo nos casos de exames como o ENEM Esse é um sinal de que a sociedade já começa
que, de certa forma, avaliam e “certificam” os a se preocupar com o distanciamento
diferentes grupos de práticas educacionais e educacional do Brasil com o dos demais
estabelecimentos de ensino). países. É esse o caminho para revertermos
o quadro de uma educação “domesticadora”
para “humanizadora”.
Implicação - não há garantia sobre a
qualidade, somente os resultados interessam, Implicação - valorização da educação de
mas estes são relativos. Sistemas educacionais resultados efetivos para o indivíduo.
que rompem com esse tipo de procedimento
tornam-se incompatíveis com os demais, são
marginalizados e, por isso, automaticamente
pressionados a agir da forma tradicional.
44 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
dessa fala tão prenhe de sentido? Como não transformar
a nós mesmos? Como não repensar sobre as concepções
Unidade
preconceituosas e classificatórias que nos constituem,
diariamente, e que se revelam em nossas ações pedagógicas
com tom excludente e conservador?
Na tensão entre idéias e práticas antigas e tentativas de
superação e de mudanças percebemos, nesse relato, que a
conservadora concepção de avaliação permanecia, e ainda
permanece, subjacente a inovação que tentei implementar
quando solicitei às crianças da turma de Cleber que se auto-
avaliassem e que se enquadrassem dentro de faixas de notas
vinculadas aos objetivos determinados, reduzindo assim, a
avaliação à medida.
Na verdade, o que teve de inovador nessa experiência
foi a oportunidade de refletir acerca de idéias do aluno,
que me aproximavam mais de uma concepção de avaliação
emancipatória, do que as proposições que me foram
possíveis até aquele momento. Os alunos e as alunas
também teorizam quando têm a chance de expressar sobre
o quê pensam. Ao ouvir Cleber, pude perceber que se referia
às suas conquistas, que demandaram grande esforço de
sua parte; não se comparava aos outros. Pautou-se em sua
experiência, no que pôde fazer até aquele momento para
chegar mais perto dos objetivos sendo compartilhados,
dia após dia, no decorrer de nossas atividades. As crianças
precisam saber o que as professoras e os professores
esperam delas quando propõem algo, e nós precisamos
compreender como elas interpretam nossa expectativa. A
ação de compartilhar possibilita que sejam co-participes
das práticas de avaliação cotidianas que as envolvem.
A fala do aluno trouxe as dimensões afetiva,
social e cultural. A expressão usada –‘me esforcei’- não
significava, para ele, o mesmo que significava para as outras
crianças da turma. Com a ajuda de Cleber, vou entendendo
melhor a importância de considerar a polissemia no processo
pedagógico. A palavra esforço dita por ele convidava-nos a
perscrutá-la com um significado diferenciado, colocando-a
em relação à sua singularidade, à sua história de vida. Cleber
denunciava a impossibilidade de medir a aprendizagem
ATIVI
ATIVIDADES
46 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
POLÍTICO
Unidade
Todo conjunto de decisões tomadas pelo professor
para avaliar seu aluno e seu ensino não é neutro nem
arbitrário; ao contrário, a atitude de avaliar é carregada
de intenções e percepções que se traduzem em modos de
conceber o mundo, o homem e a sociedade. Essas intenções
são orientadoras das políticas educacionais no âmbito da
gestão da educação, assim como são norteadoras da prática
pedagógica do professor na sala de aula. Ao analisarmos
as intenções que estão por trás do ato de avaliar, podemos
revelar qual o real comprometimento político desse ato;
assim, enquanto professores(as), exerceremos uma prática
avaliativa mais consciente no que diz respeito à organização
do planejamento de ensino e da sistemática de avaliar.
Temos de considerar que o ato de avaliar envolve o
juízo de valor de quem está avaliando; no caso da escola, o
juízo de valor que o professor faz da aprendizagem do seu
aluno. Ao elaborarmos um juízo de valor sobre uma pessoa,
reunimos, neste ato, diversos sentimentos e conhecimentos
que carregamos na nossa vida
cotidiana; desta forma, tudo o
que pensamos sobre esta pessoa
contribui para emitirmos o juízo
de valor. No caso da avaliação
da aprendizagem, este juízo de
valor deve, obrigatoriamente,
ser elaborado com um completo
conhecimento da aprendizagem do
aluno, do seu modo de aprender.
Este conjunto de elemen-
tos que compõe o julgamento no
ato de avaliar é carregado de com-
promisso com a pessoa que se está
Figura 1.6 - Avaliação na diversidade humana. Fonte: UAB/UESC - Inspirada na charge de Tonucci
ATIVIDADE
48 Pedagogia EAD
Pressupostos epistemológicos da avaliação da aprendizagem
1
alternativos de efetivar avaliações neste sistema burocrático
Unidade
e classificatório da educação escolar.
A partir destes relatos, você escreverá um memorial sobre
suas experiências de avaliação e enviará para seu tutor.
RESUMINDO
LEITURA COMPLEMENTAR
REFERÊNCIAS
50 Pedagogia EAD
Suas anotações
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A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
Unidade
2ªunidade
A AVALIAÇÃO NO
PLANEJAMENTO
DOCENTE: CENTRO DE
ENSINO E DIAGNÓSTICO
DA APRENDIZAGEM
2
Unidade
1 INTRODUÇÃO
2 TIPOS DE AVALIAÇÃO
56 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
De um lado, permanecem os resultados
Unidade
das aprendizagens individuais de cada
educando, [...]. Vamos supor que, após as
avaliações individuais, nós tomamos es-
ses resultados individuais e, com eles, tra-
çamos uma curva de aproveitamento da
turma; fato que nos conduz a verificar que
dos quarenta estudantes que temos em
nossa sala de aula (sistema-turma), onze
deles estão com aproveitamento abaixo do
necessário. Isso implica que nosso sistema
está sendo eficiente somente em 75%,
isto é, 25% dos estudantes dessa turma
não estão sendo atendidos pela capacid-
ade do educador de produzir o resultado
esperado — que todos aprendam o que
foi ou está sendo ensinado. [...] Contudo
do ponto de vista do sistema-turma, ter-
emos que dizer: ‘Nossa! um quarto dos
estudantes que estou ensinando não estão
aprendendo o suficiente; isso é grave. O
que está ocorrendo com minha prática de
ensino que não está atingindo-os?’
PCN E AVALIAÇÃO
Nos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) para
58 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
1997) pretende superar a concepção tradicional de
avaliação, compreendendo-a como parte integrante e
Unidade
intrínseca do processo educacional. É contraposta à
avaliação tradicional, que é considerada restrita
ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do aluno.
Na perspectiva do documento a avaliação é um
conjunto de atuações com a função de alimentar,
sustentar e orientar a intervenção pedagógica.
Deve acontecer “contínua e sistematicamente por
meio da interpretação qualitativa do conhecimento
construído pelo aluno” (idem, p. 81). É instrumento
que procura conhecer o quanto o aluno se aproxima ou
não da expectativa de aprendizagem que o professor
tem em determinados momentos da escolaridade, em
função da intervenção pedagógica realizada.
Mas ela só poderá ser efetivada se coadunadas as
situações didáticas propostas com as reais capacidades
dos alunos: “a avaliação das aprendizagens só
poderá acontecer se forem relacionadas com as
oportunidades oferecidas, isto é, analisando a
adequação das situações didáticas propostas aos
conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que
estão em condições de enfrentar” (ibidem).
De acordo com o documento a avaliação:
- subsidia o professor com elementos para uma
reflexão contínua sobre a sua prática, sobre a criação
de novos instrumentos de trabalho e a retomada
de aspectos - que devem ser revistos, ajustados ou
reconhecidos como adequados para o processo
individual ou de todo grupo;
- para o aluno, é o instrumento de tomada de
consciência de suas conquistas, dificuldades e
possibilidades para reorganização de seu investimento
na tarefa de aprender;
- para a escola, possibilita definir prioridades e localizar
quais aspectos das ações educacionais demandam
maior apoio. Por esta perspectiva a avaliação deve
60 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
de forma a se considerar as diferentes aptidões
Unidade
dos alunos. Considerando essas preocupações, o
professor pode realizar a avaliação por meio de:
• observação sistemática - acompanhamento do
processo de aprendizagem dos alunos, utilizando
alguns instrumentos, como registro em tabelas, listas
de controle, diário de classe e outros;
• análise das produções dos alunos - considerar a
variedade de produções realizadas pelos alunos, para
que se possa ter um quadro real das aprendizagens
conquistadas;
• atividades específicas para a avaliação - garantir
que sejam semelhantes às situações de aprendizagem
comumente estruturadas em sala de aula.
Os PCN defendem que a responsabilidade da
avaliação deve ser compartilhada; não ser função
exclusiva do professor. “Delegá-la aos alunos, em
determinados momentos, é uma condição didática
necessária para construção de instrumentos de auto-
regulação para as diferentes aprendizagens”. (p. 86).
Sobressai-se como instrumento de auto-regulação a
autoavaliação, importando no desenvolvimento de
estratégias de análise e interpretações das próprias
produções e dos diferentes procedimentos para se
avaliar.
“Além desse aprendizado ser, em si, importante,
porque é central para a construção da autonomia
dos alunos, cumpre o papel de contribui com a
objetividade desejada na avaliação, uma vez que esta
só poderá ser construída com a coordenação dos
diferentes pontos de vista tanto do aluno quanto do
professor.” (p. 86)
Desse modo a avaliação exige critérios claros que
ajudem a analisar os aspectos a serem avaliados. É
preciso estabelecer expectativas de aprendizagem
dos alunos em conseqüência do ensino, expressados
nos próprios objetivos dos critérios de avaliação
Fonte: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/Pesquisa-
ObraForm.do?select_action=&co_autor=34116>.
62 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
as 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e a 3ª
Unidade
série do Ensino Médio nas disciplinas: Língua
Portuguesa, Matemática e Ciências. A partir de
1999, foram incluídas as disciplinas de História e
Geografia. O SAEB busca informações indicadas
como necessárias à gestão dos sistemas de ensino
e das políticas educacionais.
2. PROVA BRASIL – Avaliação Nacional da
Rede Escolar (ANERESC) -compõe-se de
um conjunto de testes que avaliam Língua
Portuguesa (competência leitora) e Matemática.
A primeira edição deste instrumento foi em 2005.
Participaram, nessa primeira experiência, 5.387
municípios de todas as unidades da federação.
Mais de três milhões de alunos, distribuídos em
cerca de 40 mil escolas públicas urbanas, foram
avaliados. Além dos testes, os alunos respondem
a um questionário com informações sobre seu
contexto social e capital cultural. Esta avaliação
atualmente é feita em todas as turmas de 4ª e 8ª
séries do Ensino Fundamental em escolas com,
no mínimo, 30 alunos.
3. ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - é um
exame individual, de caráter voluntário, oferecido
anualmente aos estudantes que estão concluindo
ou que já concluíram o Ensino Médio. Seu
objetivo principal é possibilitar uma referência
para a auto-avaliação, a partir das competências
e habilidades que estruturam o Exame. A prova
do ENEM é interdisciplinar e contextualizada;
coloca o estudante diante de situações-problema
64 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
Os indicadores de desempenho educacional
Unidade
utilizados para calcular o IDEB (Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica no Brasil) são, fundamentalmente, de
duas ordens: a) indicadores de fluxo (promoção, repetência
e evasão) e b) pontuações em exames padronizados, obtidas
por estudantes ao final de determinada etapa do sistema de
ensino.
Os dados coletados pelo IDEB têm mostrado que
a escola brasileira possui indicadores e altos índices de
evasão e repetência em toda Escola Básica. Em número,
esses indicadores são por demais conhecidos, como são
conhecidas as providências, bem ou mal sucedidas; que, ao
longo dos anos, têm sido tomadas para minimizar o fracasso
da escola brasileira.
Veja o exemplo do IDEB do município de Itagibá-
BA e de dois colégios municipais da cidade:
8ª série / 9º ano
Ideb Observado Metas Projetadas
Escola 2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
COLEGIO MUNICIPAL RAIMUNDO SAN-
2.0 2.9 3.2 2.0 2.3 2.6 3.0 3.4 3.7 4.0 4.2
TIAGO DE SOUZA
4ª série / 5º ano
Ideb Observado Metas Projetadas
Escola 2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
COLEGIO MUNICIPAL 14 DE AGOSTO 2.6 2.7 3.0 3.4 3.7 4.0 4.3 4.6 4.9
3 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA
APRENDIZAGEM
66 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
A forma adequada para a avaliação depende do
Unidade
objeto que está sendo avaliado. Não há um instrumento
universalmente válido, assim como para proceder à avaliação
exige-se um instrumento ou uma metodologia de ensino
específica. Um só instrumento não dá conta de avaliar
todas as aprendizagens de um determinado conhecimento
adquirido por um aluno.
No caso do ensino-aprendizagem na
escola, os instrumentos dependerão do
Projeto Pedagógico, ou seja, o que se
propôs e foi efetivamente ensinado e
como foi ensinado. Os instrumentos
acompanham o projeto de ensino, desde
que o que se está avaliando, no caso da
educação escolar, deveria ser os resultados
do projeto de ensino, efetivamente
executado. O instrumento é o recurso
pelo qual o educador pede ao educando
que revele se aprendeu o que ele ensinou.
Somente isso.
68 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
corpo do texto, haja gráficos, fotografias e
Unidade
outros tipos de imagens e mapas.
5. Teste – o objetivo deste instrumento é realizar
uma sondagem dos conteúdos que foram
estudados parcialmente. Alguns professores
usam o termo pré-teste para designar a
sondagem feita sobre uma quantidade
mínima de assuntos estudados. Tem a
mesma estrutura da prova, contém questões
objetivas, dissertativas ou fechadas de marcar.
6. Provas escritas e orais – instrumento de maior
uso no contexto da educação escolar, por isso
vamos nos deter nelas mais um pouco. A prova
é uma organização de questões objetivas ou
dissertativas, preparadas pelo professor com
o intuito de verificar se o conteúdo ensinado
foi aprendido. Assim como a aula expositiva
que nasce na educação tradicional e passa por
mudanças de paradigmas até chegar à aula
dialógica de Freire, também a prova tem sua
origem na abordagem tradicional, e passa por
transformações, contribuindo hoje com a
avaliação mediadora e processual.
70 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
• Quanto à elaboração
No momento de construir a prova, o professor deve
2
ter cuidado com a elaboração das questões, as quais devem
Unidade
ser claras e explicativas, que possibilitem ao(à) aluno(a)
relacioná-las aos conteúdos estudados. As questões tipo
armadilha ficam por conta de uma avaliação perversa, que
não cabe na avaliação emancipatória. As questões devem
favorecer a construção lógica de cada pensamento, evitando
a necessidade de se ter a “pesca” ou a “cola”. As provas devem
ser elaboradas para suas respectivas turmas; assim, repetir
as provas de anos anteriores ou a mesma prova em várias
turmas não constitui avaliação adequada para a abordagem
de uma educação dialógica.
• Quanto à aplicação
O momento de aplicar uma prova deve ser envolto de É importante que você
faça uma revisão, no mó-
concentração e descontração. O momento de responder a dulo da Didática e Tec-
nologia I, no item sobre
prova é mais um momento de aprender sobre os conteúdos. a metodologia de ensi-
Na aplicação, a prova pode ser respondida em dupla para no, quando tratamos da
avaliação e das técnicas
que tenham um debate antes da elaboração das respostas; de ensino, sua descrição,
as operações do pensa-
em consulta devido ao grau de complexidade das questões; mento, os instrumentos
ou, em casa, para ser respondida com mais tempo e com usados na realização da
atividade.
maior rigor na elaboração das respostas.
• Quanto à correção
ensino
72 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
apresentação, qualidade na diversidade do material utilizado
Seminário
Unidade
e nas fontes de pesquisa, domínio de conteúdo, participação
do grupo durante a apresentação.
ATIVIDADES
ATIVIDADE
Prezado(a) aluno(a), realize a leitura do texto a seguir, com o
objetivo de compreender como o autor retrata a realidade da
escola pública brasileira. Discuta com seus colegas e tutores
a técnica de ensino que a professora está utilizando, os
elementos da didática que aparecem (objetivos, conteúdos,
metodologia e avaliação); e, a partir do quadro da professora
Lea Anastasiou, descreva como a professora transformaria
essa avaliação em uma avaliação mediadora, produza um
texto que pode ser em grupo e envie para seu(sua) tutor(a).
74 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
aquela vontade de saber os ‘como’ e os ‘porques’, especial-
mente em relação às coisas da natureza; a curiosidade e o
Unidade
gosto de saber que se vão extinguindo em geral, com a fre-
qüência à escola. Não há curiosidade que agüente aquela
decoreba’ sobre o corpo humano, por exemplo.
Sabendo por seus colegas que nesse dia haveria
merenda, Joãozinho resolve ir à escola. Nesse dia, sua
professora se dispunha a dar uma aula de Ciências, coisa
que Joãozinho gostava. A professora havia dito que
nesse dia iria falar sobre coisas como o Sol, a Terra e seus
movimentos, verão, inverno, etc.
A professora começa por explicar que o verão é o
tempo do calor, o inverno é tempo do frio, a primavera é
o tempo das flores e o outono é o tempo em que as folhas
ficam amarelas e caem.
Em sua favela, no Rio de Janeiro, Joãozinho co-
nhece calor e tempo de mais calor ainda, um verdadeiro
sufoco, às vezes.
As flores da primavera e as folhas amarelas que
caem ficam por conta de acreditar. Num clima tropical
e quente como do Rio de Janeiro, Joãozinho não viu
nenhum tempo de flores. As flores por aqui existem
ou não, quase independentemente da época do ano, em
enterros e casamentos, que passam pela Avenida Brasil,
próxima à sua favela.
Joãozinho, observador e curioso, resolve perguntar
porque acontecem ou devem acontecer tais coisas. A
professora se dispõe a dar a explicação.
- Eu já disse a vocês numa aula anterior que a
Terra é uma grande bola e que essa bola está rodando
sobre si mesma. É sua rotação que provoca os dias e as
noites. Acontece que, enquanto a Terra está girando,
ela também está fazendo uma grande volta ao redor
76 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
a cumprir.
Mas Joãozinho ainda não havia sido domado pela
Unidade
escola. Ele ainda não havia perdido o hábito e a iniciativa
de fazer perguntas e querer entender as coisas. Por isso,
apesar do jeito visivelmente contrariado da professora, ele
insiste.
- Professora, como é que pode ser verão e inverno
ao mesmo tempo, em lugares diferentes, se a Terra, que é
uma bola, deve estar perto ou longe do Sol? Uma das duas
coisas não está errada?
- Como você se atreve, Joãozinho, a dizer que a
sua professora está errada? Quem andou pondo essas suas
idéias em sua cabeça?
- Ninguém, não, professora. Eu só tava pensando.
Se tem verão e inverno ao mesmo tempo, então isso não
pode acontecer porque a Terra tá perto ou tá longe do Sol.
Não é mesmo, professora?
A professora, já irritada com a insistência atrevida
do menino assume uma postura de autoridade científica e
pontifica:
- Está nos livros que a Terra descreve uma curva
que se chama elipse ao redor do Sol, que este ocupa um
dos focos e, portanto, ela se aproxima e se afasta do Sol.
Logo, deve ser por isso que existe verão e inverno.
Sem dar conta da irritação da professora, nosso
Joãozinho lembra-se de sua experiência diária e acrescenta:
- Professora, a melhor coisa que a gente tem aqui
na favela é poder ver avião o dia inteiro.
- E daí, Joãozinho o que tem a ver isso com o
verão e o inverno?
- Sabe, professora, eu acho que tem.
A gente sabe que um avião tá chegando perto
quando ele vai ficando maior. Quando ele vai ficando
78 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
2
Os argumentos do Joãozinho foram tão claros e
Unidade
ingênuos... Se o inverno e o verão fossem provocados pelo
maior ou menor afastamento da Terra em relação ao Sol,
deveria ser inverno ou verão em toda a Terra. Eu sempre
soube que enquanto é inverno em um hemisfério, é verão
no outro. Então tem mesmo razão o Joãozinho. Não
pode ser essa a causa do calor ou frio na Terra. Também é
absolutamente claro e lógico que se a Terra se aproxima e
se afasta do Sol, este deveria mudar de tamanho aparente.
Deveria ser maior quando mais próximo e menor quando
mais distante.
- Como eu não havia pensado nisso antes? Como
posso ter ‘aprendido’ coisas tão evidentemente erradas?
Como nunca me ocorreu, sequer, alguma dúvida sobre
isso? Como posso eu estar durante tantos anos ‘ensinando’
uma coisa que eu julgava Ciência, e que, de repente, pode
ser totalmente demolida pelo raciocínio ingênuo de um
garoto, sem nenhum outro conhecimento científico?
Remoendo essas idéias, a professora se põe a
pensar em tantas outras coisas que poderiam ser tão falsas
e inconsistentes como as ‘causas’ para o verão e o inverno.
Fonte: Boletim da Sociedade Astronômica Brasileira,
ano 6, número 2, abril / junho de 1983, páginas 31 a 37.
RESUMINDO
LEITURA COMPLEMENTAR
LEITURA COMPLEMENTA
ESTEBAN, Maria Teresa. Provinha Brasil: Desempenho Escolar e
Discursos Normativos Sobre a Infância. Revista das Ciências da
Educação, 2009. Fundação Tide Setúbal, Prova Brasil na Escola,
Cenpec, 2007. <http://www.fundacaotidesetubal.org.br>.
80 Pedagogia EAD
A avaliação no planejamento docente: centro de ensino e diagnóstico da aprendizagem
REFERÊNCIAS
2
aprendizagem: anotações para ações em currículo com matriz
Unidade
integrativa”. In: Anais do Encontro Nacional de Didática e
Prática de Ensino, novas subjetividades, currículo, docência e
questões pedagógicas. Recife, 2006.
82 Pedagogia EAD
Suas anotações
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Avaliação na formação do professor
3ª
3
Unidade
unidade
AVALIAÇÃO NA
FORMAÇÃO DO
PROFESSOR
86 Pedagogia EAD
Avaliação na formação do professor
1 INTRODUÇÃO
3
enquanto prática especificamente humana.
Unidade
Paulo Freire
88 Pedagogia EAD
Avaliação na formação do professor
3
São estas dimensões que, reunidas, dotam o ser
Unidade
humano de habilidades e competências. E são estas que
formam o indivíduo e não apenas o informam. Neste
sentido, a avaliação que mede, que classifica, não consegue
avaliar o ser humano integralmente formado.
Vale ressaltar que uma vez que adotamos uma
concepção inclusiva de educação fica impossível adotar
parâmetros classificatórios de avaliação, pois, ao contrário
de medir, a prática progressista realiza um diagnóstico de
como está se dando a aprendizagem. Como aprendeu? O
que não aprendeu? Por que não aprendeu? Nessa lógica,
portanto, o erro não pode ser passível de punição, ele integra
o percurso do aluno rumo à sua aprendizagem.
Por isso, em uma prática pedagógica emancipatória,
há lugar para a avaliação investigativa e processual, jamais
para a classificatória. A avaliação deve ter o caráter de
investigação dos progressos e das dificuldades dos alunos,
para se efetivar um projeto de trabalho para o aluno, ou seja,
ela deixa de ser um fim em si mesmo e se torna um meio de
alcançar os objetivos propostos.
A identificação dos progressos e avanços do aluno
leva à alteração de sua autoestima, condição indispensável
para que o aluno aprenda. A elevação da autoestima produz
também outros efeitos não menos importantes, como o
interesse e a motivação na construção do conhecimento, além
do desenvolvimento do prazer intelectual, tão necessário à
formação do contínuo aprendiz.
ATIVIDADE
90 Pedagogia EAD
Avaliação na formação do professor
3
metodologia de ensino para o ensino a distância e também
Unidade
constituem os instrumentos avaliativos nesta modalidade.
As salas de chat, correio eletrônico e listas de discussão
são exemplos de instrumentos avaliativos via web, sempre
usados com o objetivo da avaliação mediadora. Outro
instrumento muito usado é o portfólio, conhecido na rede
como WEBFOLIO.
A professora Leonir Pessate Alves (2010) apresenta
as seguintes características para este instrumento:
92 Pedagogia EAD
Avaliação na formação do professor
3
– artigos 111 a 120):
Unidade
1) A nota para aprovação é 7,0 (sete) (art. 118).
2) Disciplina com 30 horas à 02 créditos/02 notas
(exemplo – Seminário Integrador).
Disciplina com 60 horas à 04 créditos/04 notas
(exemplo - Filosofia e Educação, EAD etc.).
Disciplina com 75 horas à 05 créditos/05 notas
(exemplo - Metodologia da Pesquisa em Educação,
Fundamentos e Metodologias... etc.).
3) Cada crédito de estudos tem uma carga horária de
15 h/aula teórico. (Ar. 65 § 2º. Do Regimento geral
da UESC.
94 Pedagogia EAD
Avaliação na formação do professor
MF X 6 – 50
4,0
3
informações:
Unidade
Art. 116 – Parágrafo Único – Ocorrendo motivo
justificado, será facultado ao aluno submeter-se a
uma segunda chamada, relativa a qualquer avaliação,
desde que requerida ao departamento a que se
vincula a disciplina, módulo interdisciplinar, área de
conhecimento ou campo de saber, no prazo mínimo
de três dias úteis, cessado de impedimento.
Curso de Pedagogia
UESC/2010
ATIVIDADES
96 Pedagogia EAD
Avaliação na formação do professor
3
abordagem de avaliação utilizada por esses
Unidade
instrumentos.
3. Identifique nos instrumentos os conceitos de
avaliar, medir e verificar. Não se esqueça de
explicar e exemplificar.
4. Sugira, a partir do quadro de Anastasiou,
os elementos e critérios de avaliação da
aprendizagem apropriados para estes
instrumentos
5. Elabore um planejamento de ensino
inserindo esses instrumentos de avaliação
da aprendizagem. Lembre-se de que estes
instrumentos devem ser utilizados dentro de
uma concepção de avaliação diagnóstica e/ou
formativa. Ao final organize relatório de forma
acadêmica e envie para seu tutor.
Organize seu trabalho acadêmico na seguinte
sequência: capa, folha de rosto, texto sobre a relação entre
aprendizagem e avaliação, a análise do instrumento de
avaliação e o planejamento. Envie para seu(sua) tutor(a).
RESUMINDO
LEITURA RECOMENDADA
LEITURA COMPLEMENTAR
REFERÊNCIAS
98 Pedagogia EAD
Suas anotações
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