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Da corrida.... à letra - Céline Authier e Annie Quélet Les F. Courtil nº.

25-25
Céline Authier
Ali, seis anos, foge, escapa ( se sauve ) o tempo todo. Na escola, ele sobe na grade da janela, corre por
todos os lugares. Sua mãe vem com ele à nossa consulta em Aubervilliers. Ela se inquieta: “em casa, ele
passa pela janela”. Ela explica que ela mesma “fugiu, escapuliu de casa quando seu pai quis casa-la Desde
os primeiros encontros com Ali, Corinne Reszki deu importância ao tipo de corrida incessante que o
menino produz dentro e fora de seu consultório. No lugar fazer disso um obstáculo, ela escolheu, ao
contrário, apostar que, desse modo, já há aí sujeito. Melhor ainda, trata-se de conseguir por aí acusar
recepção, da melhor maneira possível. Uma prática entre vários nos hospital dia foi decidida, o menino
foi também acolhido pela escola em tempo parcial.

Nos primeiros dias entre nós, Ali vai a toda velocidade. Ele entra, diz tchau. Uma porta fechada é
insuportável. Ele rola no chão, grita, dá pontapés. Sobre uma caixa, ele coloca duas bonecas, empurra a
caixa a cem por hora, as bonecas caem, Ali cai, desmorona (s’effondre) e em seguida, recomeça. Nós
apostamos que será nessa sua própria corrida desenfreada que Ali irá encontrar uma maneira singular de
“escapulir”.
Annie Quélet
Um dia, Ali insiste para sair. Eu escolhi abrir. Eu o sigo. Ele entra em um aposento, pára sobre um trem e
seus trilhos desmontados. Ele examina o manual de instrução e constrói um circuito. Ele faz o trem
avançar e recuar, diz: “um, dois, três, parta! Tchau!”. Eu decido não ir embora e respondo: “a partida e a
chegada”. Ali entende a proposição. Ele circula comigo de um aposento a outro, retornando a cada vez à
sala de estar. A conseqüência desse esboço de organização não se faz esperar. Quando sua família
recomendava fechar bem as portas, Ali, por seus circuitos, encontra uma maneira própria de transformar o
escapulir (“se sauve”), que lhe concerne, não somente entre nós, mas também fora do hospital dia. Qual
foi nossa surpresa quando tomamos conhecimento que Ali obteve seu diploma de pequeno atleta no
concurso esportivo da academia! Na escola, todo mundo fica surpreso com seus progressos em cálculo e
em escrita.
Céline Authier
Durante vários meses, Ali desenha no quadro séries combinando números com letras. Ele dá um nome a
isso que escreve e me intima a repeti-lo. Eu introduzo, em minha maneira de responder, pequenas
defasagens. Isso não lhe permite encontrar um ponto de parada em suas séries infinitas. Contando aos
colegas do impasse durante nosso tempo de reunião clínica, tomo conhecimento por um dentre nós algo
que a mãe de Ali teria revelado: o pesadelo que foi para ela o fato de dever interromper seus estudos
quando ela “escapou” de casa. Alguns dias mais tarde, quando mais uma vez Ali traça as letras e me
ordena, estendendo o giz: “diga B, diga M”, eu o digo: “escute, as letras, os números, eu não sei. Mas sua
mãe nos disse que isso foi muito importante para ela e que, talvez, você tenha acreditado que era
necessário que isso estivesse o tempo todo presente para você!”. Ali larga o giz, escuta e me olha
atentamente. Eu saio. No dia seguinte, ele constrói um trem de dois andares que transporta carros. Ele
retira um carro, o coloca de lado, pega uma caneta e traça sobre uma folha as letras de seu nome que
comporta duas vezes duas letras iguais. Ele roda o trem sobre as letras repetidas, mudando a velocidade e
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o barulho a cada passagem. Eu digo a ele: ”nunca igual” e me retiro. Outras crianças começam a se
interessar por isso que ele faz. De agora em diante, Ali negocia com eles quem fica com os carros e quem
fica com os trens. Ele organiza corridas de carro com uma outra criança. A cada passagem do trem, Ali
acrescenta uma pequena diferença sobre uma das letras que se repetem. Sobre a folha, ele traça de início,
as letras de seu nome de uma maneira esparsa. Ele escolhe em seguida fazer rolar o trem somente sobre
cada uma das letras que se repetem, fazendo variar a cada vez, muito cuidadosamente, a maneira que ele
faz passar o trem sobre uma letra. A mãe de Ali quis muito transmitir para Corinne Reski o terror que foi
para ela o anúncio, grávida de Ali, de que ela esperava gêmeos: “Logo tive medo. Como eu ia parir?” Isso
que o menino tenta produzir, de maneira ao mesmo tempo modesta e bastante singular, não é já uma
resposta própria, autoral, aos significantes da língua materna que lhe concernem?
Annie Quélet
De volta em setembro, Ali retoma esses circuitos. Dessa vez, para se deslocar, ele escolhe uma bicicleta
que não tem mais a corrente. Ele avança com os dois pés e brinca de ficar de lado a cada manobra,
experimentando, à sua maneira, o corpo que ele se fabrica graças à bicicleta. Ele que, até então, ao longo
de seus deslocamentos, levava consigo uma boneca dizendo “bebê - bebê” deixa cair a boneca e coloca
em trabalho, de outra maneira, a questão dos gêmeos. Um dia, depois de um circuito de bicicleta, ele traz
uma série de cubos com as faces de números, letras e desenhos. Ele segura, para me mostrar, uma face
indicando zero e diz: “2bb”. Diante de meu espanto, ele vira o cubo, me mostra o W dizendo: “WWW”.
Ele ri, encontra o M sobre um outro cubo, o coloca sobre o W. Eu decido me endereçar a Celine
sublinhando, assinalando, o achado entre o M e o W. Ali se diverte com essa dessemelhança particular.
Céline Authier
Tentemos concluir. Ali chegou ao tratamento sobre orientação precisa. “Ele escapa”. Corinne Reski
transmitiu aos outros clínicos do hospital dia a singularidade de seu encontro com o menino. Uma aposta
se faz: uma prática entre vários permitirá, talvez, a esta criança uma invenção propriamente sua. Em um
primeiro tempo, Ali encontra os parceiros para circular na instituição e torna-se corredor lá onde ele fugia
sem cessar. Depois apareceu seu gosto singular pela escrita. No decorrer dos meses, ele esboça um
método de reduplicar as letras que se declina até seu riso sobre a homofonia “2bb” – “w”. Ali produz,
assim, um primeiro distanciamento (écart), o alívio do efeito de gozo que produzia sobre ele o peso dos
“gêmeos” de alíngua materna. Nós estamos no início do trabalho com Ali: uma entrada do sujeito como
resposta do real.
Tradução: Clara Martins
Revisão: Ana Beatriz Freire

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