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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA

Adriana de Araújo GUZZI

Participação Pública, Comunicação e Inclusão Digital

São Paulo
2006
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Adriana de Araújo GUZZI

Participação Pública, Comunicação e Inclusão Digital

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Comunicação e Semiótica, para
obtenção do grau de Mestre em Comunicação e
Semiótica área de concentração: Signo e
Significação nas Mídias.
Orientador: Prof. Dr. Rogério da Costa

São Paulo
2006
REGISTRO BIBLIOGRÁFICO

G993p
Guzzi, Adriana Araújo
Pa rtic ip a ç ã o p úb lic a , c om unic a ç ã o e inc lusã o d ig ita l. Sã o
Paulo / Adriana Araújo Guzzi. -- 2006.
126f.; 30 cm.

Orientação Rogério da Costa.


Disserta ç ã o (Mestra d o em Com unic a ç ã o Sem iótic a )
Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2006.
Inclui anexos e bibliografia.

1. Com unic a ç ã o 2. Inc lusã o d ig ita l 3. Pa rtic ip a ç ã o


pública I. Guzzi, Adriana Araújo II. Costa, Rogério da.

CDD: 303.4833
Folha de Aprovação

Autor: Adriana de Araújo Guzzi

Título: Participação Pública, Comunicação e Inclusão Digital

Conceito:

Banca Examinadora

Prof. (a)

Assinatura

Prof. (a)

Assinatura

Data de Aprovação:
À Nina
Agradecimentos

Muitas pessoas me ajudaram ao longo do processo desta pesquisa. Arrisco nomeá-


las, em ordem alfabética, mesmo sabendo do risco de esquecer alguém que tenha
participado e colaborada nessas etapas:

Adilson Virno, Akira Shigemori, Alda Ribeiro, Alessandra Pio, Alexandre Geraldi,
Anamelea Pinto, Ângela Tijiwa, Antonio Celso, Avelino Guedes, Beatriz Rizek, Bernardo
Diament, Carla Diament, Carlos Seabra, Carolina Borges, Carolina Santoro, Cláudio
Franken, Daisy Grisólia, Dani Matielo, Denise Oliveira, Diego, Edna Maciel, Everson,
Evanda Verri Paulino, Fabiana Krepel, Favaleça, Geruza Hasler, Fabrício Ferraresi,
Fernando Guarnieri, Fernando Guzzi, Flavio Guzzi, Fredric Litto, Gus Morais, Gustavo
Diament, Hubert Alqueres, Hernani Dimantas, Jatir Eiró, Jayme Diament, João Fonseca,
Joseane Silva, Julio Boaro, Key Farias, Leandro Benetti, Léo Prieto, Lia Lobo, Luiz
Arakaki, Lydia Guzzi, Marcelo Ribeiral, Marcelo Silveira, Maria Amélia Fernandes,
Mariella Diament, Mary, Maurício Diament, Mauricio Kanno, Michele Damasco, Naira
Morgado, Neide Novaes, Neyde Bittencourt de Araújo, Nice Ribeiral, Renata Santos,
Ricardo Kobashi, Roberto Agune, Rogério da Costa, Silvana Maieski, Silvia Fichman,
Soledad Duarte, Sonia Camargo, Sonia Claudino e a super Verônica Costa.

Agradeço ao meu orientador Rogério da Costa, pelas aulas, indicações de textos que
abordamos juntos e a participação no projeto 450, além de sua afetividade, leveza e calma
na orientação de meu projeto de pesquisa.

Agradeço especialmente ao prof. Fredric M. Litto, que sempre me incentivou na


pesquisa sobre participação pública e me abriu as portas e oportunidades para o mundo
digital.

Agradeço à minha equipe do Lidec, pelo incentivo, garra e compreensão durante


todo este processo.

Agradeço a todos da Escola do Futuro da USP pela oportunidade do convívio e


aprendizagem.
Agradeço a todos do Programa Acessa São Paulo, que fazem desta iniciativa, uma
diferença.

Agradeço à minha família pela paciência, força e solidariedade.

Agradeço ao meu pai, que mesmo partindo de maneira tão repentina, teceu
lentamente afeto e nobreza em minha vida.

Agradeço ao Gu, meu querido companheiro de tantas jornadas por ter me


acompanhado em mais uma aventura.

Agradeço à minha mãe, por sua generosidade e acolhimento, atendendo minhas


solicitações mesmo sendo às três da manhã para discutir a Ação Comunicativa de
Habermas...

Agradeço à Dani Matielo que com muita bravura e ternura manteve o projeto Fala
São Paulo funcionando, mesmo nas mais difíceis situações.

Agradeço ao Julio Costa, por sua clareza, objetividade e dedicação.

Agradeço muito a ajuda decisiva de minha querida Ângela Tijiwa, pela sintonia,
esforço, solidariedade, dedicação e afeto.
Resumo

O termo participação pública é utilizado em programas, projetos e iniciativas de


governos de Estado democráticos.

O debate em torno do que seja a participação não é novo, mas com o advento e a
propagação das tecnologias de comunicação, sobretudo a Internet, novas possibilidades
democráticas foram criadas, já que os mecanismos inaugurados têm a capacidade de mudar
a maneira pela qual as consultas à opinião pública, e conseqüentemente a escuta a essas
consultas, podem ser tratadas.

Minhas investigações partem da necessidade de se verificar como ocorre a


participação pública na sociedade da informação, considerando-se em princípio a questão:
como e em que extensão as práticas democráticas são influenciadas pelo uso das novas
tecnologias de informação e comunicação? Para esclarecer alguns processos históricos que
desembocaram no fenômeno da globalização, utilizei, como referência, pensadores
como Manuel Castells, Antonio Negri e Michael Hardt, Gilles Deleuze, Félix Guattari e
Pierre Lévy, entre outros; profissionais da área de mediação do construcionismo social,
além de uma literatura recente sobre a teoria da formação de coletivos inteligentes das redes
de comunicação, abordada segundo aspectos dos conceitos sociais de Mark Granovetter e
Barry Wellman e também sob a ótica do swarm intelligence (Kerckhove).

Atuando no campo da Inclusão Digital, nos últimos cinco anos, é a partir de minha
experiência profissional, sobretudo por meio do trabalho que está sendo desenvolvido junto
ao Programa Acessa SP, do Governo do Estado de São Paulo, que decidi realizar esse
estudo. Nos processos de elaboração e implantação do Programa Acessa SP, variadas
experiências foram-se somando, dentre elas o Fala SP, um projeto de consulta ao público
que teve a duração de três anos, tema escolhido para o estudo de caso desta dissertação.

Palavras-chave: Redes. Comunicação. Inclusão Digital. Participação Pública. E-


Democracia.
Abstract

The term public participation is used in programs, projects and initiatives of


democratic State governments.

The debate around what is participation is not new, but with the advent and the
propagation of the communication technologies, especially Internet, new democratic
possibilities have been created, since the mechanisms are able to change the way by which
the public opinion consulting, and consequently listening to these consultations, can be
treated.

My inquiries come from the need of verifying how the public participation in
information society occurs, considering at first the question: how and in what extent is
democratic participation influenced by the use of new information and communication
technologies? To clarify some historical processes which led to globalization phenomenon,
I used, as reference, authors as Manuel Castells, Antonio Negri and Michael Hardt, Gilles
Deleuze, Félix Guattari and Pierre Lévy, among others; professionals who work in
mediation of the social constructionism, and also a recent literature on the theory of
formation of intelligent collectives of the communication networks, approached according
to aspects of the social concepts of Mark Granovetter and Barry Wellman and also under
swarm intelligence (Kerckhove).

Working in the field of Digital Inclusion in the last five years, it is from my
professional experience, especially through Program Acessa SP, of São Paulo State
Government, that I decided to carry this study through. In the processes of elaboration and
implantation of the Program Acessa SP, varied experiences had been adding, amongst them
Fala SP, a consulting project to the public which lasted three years, subject chosen for the
study of case of this dissertation.

Keywords: Networks. Communication. Digital Inclusion. Public Participation. E-


Democracy.
Lista de Figuras

Figura 1: Continuum da Participação .................................................................................. 31

Figura 2: Voz e Voto ........................................................................................................... 63

Figura 3: Fluxo Operacional ................................................................................................ 87

Figura 4: Fala SP localizado no mapa de participação Voz/Voto ......................................109

Lista de Tabelas

Tabela 1: Ferramentas para o engajamento online em cada estágio do ciclo do


desenvolvimento de uma política: ....................................................................................... 59

Tabela 2: Modelo Ampliado de Engajamento Público ........................................................ 60

Tabela 3: Acesso Mundial às TICs .......................................................................................68

Tabela 4: Disparidades da distribuição de usuários de Internet no Mundo ......................... 69

Tabela 5: Classificação do conteúdo das mensagens do Fale Conosco do site do Fala São
Paulo: ..................................................................................................................................102

Tabela 6: Método de Escolha e Opinião Pública ...............................................................106


Lista de Gráficos

Gráfico 1: Evolução dos Cadastros Acessa SP ................................................................ 82

Gráfico 2: Evolução dos Atendimentos Acessa SP .......................................................... 83

Gráfico 3: Infográfico de desenvolvimento do Projeto Fala São Paulo, predominantemente


em 2003................................................................................................................................ 89

Gráfico 4: Enquete Saúde .................................................................................................... 90

Gráfico 5: Enquete Comportamento .................................................................................... 91

Gráfico 6: Enquete Cultura e Lazer ..................................................................................... 92

Gráfico 7: Infográfico de desenvolvimento do Projeto Fala São Paulo, predominantemente


em 2004................................................................................................................................ 93

Gráfico 8: Acesso a Serviços do Governo ........................................................................... 94

Gráfico 9: Cidadania ............................................................................................................ 94

Gráfico 10: Entretenimento e Lazer..................................................................................... 95

Gráfico 11: Infográfico de desenvolvimento do Projeto Fala São Paulo, predominantemente


em 2005................................................................................................................................ 96

Gráfico 12: Cultura e Lazer - Esporte.................................................................................. 96


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................1

OBJETIVOS ...........................................................................................................................4

Objetivo Geral.....................................................................................................................4

Objetivos Específicos..........................................................................................................4

ABORDAGEM METODOLOGICA .....................................................................................5

CONTEXTO HISTÓRICO.....................................................................................................6

1 POSSIBILIDADES DEMOCRÁTICAS VIRTUAIS .......................................................10

1.1 Transformações na Sociedade em Rede Aspectos Teóricos..............................11

1.2 A comunidade antes e depois da Internet .............................................................12

1.3 Comunidade virtual e esfera pública.....................................................................15

1.4 Noções de autonomia e auto-organização nas comunidades vivas e a produção


molecular...........................................................................................................................20

1.5 Corpo coletivo o comum e a esfera pública....................................................24

1.6 Nós na esfera pública do ciberespaço................................................................26

2 PARTICIPAÇÃO PÚBLICA E INCLUSÃO DIGITAL NA E-DEMOCRACIA ............30

2.1 Desafios: como processar e como conduzir a participação pública em processos


democráticos na era digital?..............................................................................................30

2.2 As TICs e os cenários de uma nova democracia: a e-democracia ..............................33

2.2.1 As TICs e o complexo de conteúdos da rede.......................................................36

2.3 E-gov: o governo pode corresponder às expectativas públicas?.................................38

2.3.1 A questão da escuta: opinião pública e representação popular............................39

2.4 Abordagens de diálogos interativos para a boa governança .......................................43

2.4.1 Mediação de Conflitos e Perspectiva Geradora...................................................46


2.5 Em que medida o e-gov está preparado para o engajamento público: algumas formas
de avaliação.......................................................................................................................49

2.5.1 Dois exemplos de processos de participação pública ..........................................51

2.6 Processos da e-democracia e a Inclusão Digital .........................................................65

2.6.1 Inclusão Digital Conceito amplo ......................................................................65

2.6.2 Promessa Digital ..................................................................................................66

2.6.3 Contexto Ampliado alguns números globais e regionais..................................67

2.6.4 Alguns números Brasil.........................................................................................69

2.6.5 Programas de Inclusão Digital e os Diferentes Setores da Sociedade.................70

3 O PROGRAMA DE INCLUSÃO DIGITAL ACESSA SP ESTUDO DE CASO FALA


SP.. ........................................................................................................................................72

3.1 Programa Acessa SP. Principais diretrizes e projetos do programa de inclusão digital
do governo paulista ...........................................................................................................72

3.1.1. Dados atualizados do Acessa SP ........................................................................77

3.2 O Estudo de Caso Fala SP Um canal de comunicação entre a população e o


governo num programa de Inclusão Digital......................................................................78

3.3 Dinâmica de desenvolvimento do Projeto. Desenvolvimento do projeto ao longo do


tempo e as decisões tomadas durante o percurso..............................................................88

3.4 Situação Final. Contexto no qual o projeto foi suspenso..........................................104

3.5 Analise e Conclusões ................................................................................................105

3.5.1. Objetivos e tipos de opinião pública.................................................................105

3.5.2. Tecnologias online para a participação.............................................................108

CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................114

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................117

ANEXOS ..........................................................................................................................127
INTRODUÇÃO

O poder da multidão em criar relações sociais


em comum coloca-se entre a soberania e a anarquia,
com isto apresentando uma nova possibilidade
de fazer política.

(Hardt e Negri)

O principal tema dessa dissertação é a relação entre a participação pública e o


contexto da sociedade em rede. A origem das indagações que se apresentam ao longo dessa
dissertação de mestrado pode ser localizada por volta de 2000, quando comecei a participar
de um projeto de inteligência coletiva, orientado por Pierre Lévy1. Nessa ocasião, as
respostas a essas indagações foram se intensificando, na medida em que comecei a
trabalhar na Escola do Futuro da USP, mais precisamente no Programa de Inclusão Digital
do Governo do Estado de São Paulo, o Acessa SP.

Naquele momento, minha atenção estava mais voltada para o entendimento da


população que o programa que estava sendo implantado iria atender, para o desenho e a
implementação de processos e intervenções para o uso mais qualificado das TICs e para o
fomento da participação comunitária.

Nesse sentido, fui ao encontro do programa de pós-graduação de Comunicação e


Semiótica da PUCSP, buscando a orientação do professor Rogério da Costa, com o intuito
de desenvolver esta dissertação, por meio da investigação do modo como as práticas sociais
da sociedade em rede estão diagramadas, a exemplo das comunidades virtuais
conjuntamente ao desenvolvimento do contexto de governança eletrônica e a necessidade,
cada vez mais emergente, de iniciativas e acontecimentos participativos no
encaminhamento de soluções de problemas que se apresentam no espaço compartilhado.

Nessas condições, ao desenvolvermos nossa pesquisa, priorizamos, no Capítulo 1,


Possibilidades Democráticas Virtuais, uma síntese de nossa investigação teórica sobre

1
O projeto era coordenado por Paolo Carpignano M.A. New School Univesity-NY. O trabalho se desenvolveu em
torno de 5 eixos: Network Politics, Cybermedias, Institutional Politics, Global Politics and Identity Politcs e foi formado
por 5 grupos internacionais oriundos de São Paulo, Nova York, Budapeste, Roma e Quebec. Pierre Lévy orientou todos os
grupos e a dinâmica do coletivo. The Collective Intelligence in the Cyberspace foi feito on-line.

1
práticas sociais coletivas que só se tornaram possíveis nas últimas duas décadas com o
surgimento da chamada sociedade da informação. Partindo-se do pressuposto de que as
novas tecnologias de informação e comunicação promovem uma nova perspectiva de
relações sociais interligadas em redes de cooperação, tentamos responder a pergunta: por
que, devido às novas tecnologias de informação e comunicação, as sociedades passam por
transformações capazes de tornarem as pessoas mais permeáveis à participação coletiva na
esfera pública?

No Capítulo 2, Participação Pública e Inclusão Digital na E-democracia, partimos


do pressuposto de que os requisitos como processar e como conduzir um processo de
participação pública do início ao fim são os principais desafios que se apresentam hoje para
aqueles que querem analisar as intervenções nos processos democráticos na era digital.
Assim, buscamos demonstrar, com o suporte de obras de vários autores, bem como de
relatórios bem recentes de organizações internacionais, como o das Nações Unidas e da
OECD (Organisation for Economic Co-operation and Development, fundada em 1961),
inclusive com exemplos, até que níveis a participação pública eletrônica ou e-
participação podem ser medidos.

O Capítulo 3, O Programa de Inclusão Digital Acessa SP e o Estudo de Caso Fala


SP, foi dividido em duas partes. Primeiramente, descreveram-se os aspectos institucionais
do Programa Acessa SP, do qual vimos participando desde março de 2001. O acesso
gratuito aos computadores conectados à Internet além de propiciar a obtenção de
informações sobre serviços, troca de e-mails e outros serviços que um programa como o
AcessaSP2 implica, podem criar mecanismos de participação, colocando em pauta agendas
para discussões, propostas encaminhadas aos governos, resultados finais e feedback.

No segundo momento, selecionamos o projeto Fala SP, enquetes semanais nas quais
a população falava para o governo seus problemas e preferências, para desenvolver um
estudo de caso, parte de nossa pesquisa de mestrado.

2
Acessa SP. Programa de Inclusão Digital do Governo do Estado de SP. A experiência profissional desta pesquisadora
junto ao Acessa-SP, no início de sua implantação, vem a ser o ponto de partida para as proposições deste projeto

2
Com este estudo, buscamos fazer as conexões de pontos que podem fazer avançar a
discussão do tema Inclusão Digital na confluência com a participação pública, por meio de
modos de comunicação e envolvimento com a comunidade; fazer uma avaliação dos
caminhos percorridos e dos resultados obtidos em relação aos níveis de participação em
projetos públicos e tomadas de decisão num contexto mundial.

O estudo, do modo como o realizamos, permite que ele seja de interesse não só para
aqueles que já se dedicam aos estudos ou ao gerenciamento de projetos relacionadas à
inclusão digital em geral, como também para os que desejarem aprofundar investigações,
análises ou estudos de participação pública e os processos de engajamento online no
cenário atual do Brasil em relação ao mundo todo, como é o nosso caso.

3
OBJETIVOS

Objetivo Geral

Investigar como ocorre a participação pública na sociedade da informação,


considerando-se a questão: como e em que extensão as práticas democráticas são
influenciadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação?

Objetivos Específicos

São três os objetivos específicos:

1. Na hipótese de que as novas tecnologias de informação e comunicação,


principalmente a Internet, sejam capazes de ser usadas pela maioria das pessoas do mundo,
isso implicará que as práticas sociais serão mais democratizadas, que as discussões serão
mais aprofundadas e as decisões políticas de um país sejam influenciadas pelas
conversações na rede?

2. Investigar se, do ponto de vista dos objetivos dos programas de inclusão digital e
dos tipos de opinião pública que se conhecem, além das tecnologias online utilizadas para a
participação e os processos de gestão, pode-se dizer que houve incentivo à participação
pública como um canal de comunicação em duas vias entre governo e cidadão.

3. Se já existem modelos de medição da participação pública através de mecanismos


de consulta à opinião pública online - em países como os Estados Unidos, Inglaterra, Itália,
entre outros nos propusemos investigar qual o nível de participação pública que atingimos
com o programa de enquetes semanais Fala SP, que até fevereiro de 2006 encontrava-se no
Portal do Acessa SP, o qual selecionamos como estudo de caso para esta dissertação.

4
ABORDAGEM METODOLOGICA

Para a realização de nossas investigações teóricas desta dissertação de mestrado,


utilizamos basicamente de:

a) Pesquisa bibliográfica em obras correspondentes de autores consagrados,


para a contextualização da sociedade em rede e suas transformações; em obras de
literatura mais recente, que nos deram suporte para o entendimento das novas relações
possíveis com o advento das novas tecnologias; e em teses de dissertação, artigos e
outras publicações que relacionamos ao longo de nossa pesquisa.

b) Pesquisas em sites onde localizamos websites de governos e órgãos


públicos nacionais e internacionais, agências de pesquisas, artigos e outras
publicações úteis ao nosso projeto.

c) Coleta de Informações, documentos, relatórios e arquivos constituintes


do Programa de Inclusão Digital Acessa SP, para descrevê-lo, assim como para a
elaboração do estudo de caso que nos propusemos desenvolver.

No capítulo 3, especificamente na descrição do projeto Fala SP, utilizamos para


analisá-lo a metodologia estudo de caso, por considerá-la adequada do ponto de vista da
explicação de processos que ocorrem ao longo de um determinado período de tempo. Nesse
sentido, as questões e as respostas servem de análise para uma pesquisa já realizada que,
ainda que predominantemente descritiva, não priorizam freqüências ou incidências em sua
duração.

Por esse motivo, consideramos procedente deixar a explicação desta metodologia de


estudo de caso no momento em que ela for se realizando, ou seja, no Capítulo 3, nas
circunstâncias em que se inserem nossas observações junto à experiência vivenciada no
Programa de Inclusão Digital Acessa SP.

5
CONTEXTO HISTÓRICO

Estamos vivendo o processo da mundialização, de implantação de uma nova forma


de comunicação baseada em uma rede digital de dados extremamente complexa e
descentralizada: a Internet. O conjunto das atividades que ocorrem na rede, ou em
decorrência dela, apontam para formas cada vez mais importantes em relação à atividade
econômica, interações sociais, educacionais, culturais e políticas, enfim a era da sociedade
em rede que também vem sendo chamada de sociedade do conhecimento ou sociedade da
informação.

As sucessivas invenções nas técnicas de comunicação e linguagem sempre


mantiveram estreitas ligações com as formas de organização econômica e política. O
nascimento da escrita está ligado aos primeiros Estados burocráticos de hierarquia
piramidal e às primeiras formas de administração econômica centralizadas (impostos,
gestão de terras agrícolas etc). O surgimento do alfabeto na Grécia antiga é contemporâneo
ao aparecimento da moeda; nasce a democracia com a invenção do alfabeto, quando a
leitura torna-se acessível à maioria dos habitantes da polis. Redigida em caracteres
alfabéticos a partir do séc VI a.C., a lei das cidades gregas torna-se legível por todos, de
onde o surgimento do conceito e da prática de cidadania (embora possamos sempre objetar
que a cidade grega excluía as mulheres, os metecos e os escravos). Nesse contexto,
também, ocorriam as conversações que ligavam os membros da comunidade política nos
concretíssimos dispositivos que eram as cidades na Antigüidade. O Ágora, isto é, o
mercado, o porto, os cruzamentos, o teatro, os lugares de reunião pública em que oradores
mais ou menos entendidos na nascente ciência da retórica dirigiam aos seus concidadãos,
foram outros tantos dispositivos de comunicação que contribuíam para a construção da
comunidade cívica e do exercício da palavra pública.

Mais adiante, com a prensa houve a possibilidade da difusão mais ampla de idéias e
notícias, através de livros e de jornais impressos que foram formando a base da opinião
pública, origem das democracias modernas. E, assim, sucessivamente, a fotografia, o
cinema, o telefone, a rádio e a televisão, o todo acompanhado pelo desenvolvimento da
instrução pública e da facilidade de transportes deste dois últimos séculos, corroboraram,

6
em tese, para que o mundo inteiro se tornasse mais visível, mais audível, mais acessível e
mais transparente. Mas, simultaneamente ao desenvolvimento do espaço público, isto é, de
um espaço partilhado de visibilidade e comunicação coletiva, diz Lévy:

[...] definiu-se o seu complementar: a esfera privada, reservada, do indivíduo e


da família. E, assim, podemos, de igual modo, falar de opacidade, [...] com o
segredo dos negócios, o de Estado, o militar-confidencial, o profissional, o de
alcova ou o de gabinete médico se mantém lugares fechados, opacos, refratários
à comunicação. (LÉVY, 2002, p. 36).

Se, como vemos, o desenvolvimento das tecnologias têm o poder de provocar


profundas mudanças sociais, econômicas e políticas, nesses tempos de globalização, cuja
maior inovação é caracterizada por espaço e tempo compartilhados simultaneamente em
redes de alta densidade de indivíduos, certamente os desafios nas respostas ao
gerenciamento do espaço público não são poucos.

Podemos dizer que hoje quase todos os grandes jornais, e também emissoras de
rádio e a televisão, noticiam na rede. Alguns meios de comunicação (webzines, webtv,
rádios online) só passam informações pela rede, sem usar o canal impresso.

No contexto geral, os meios de comunicação interativos, as comunidades virtuais


sem território e a imensa possibilidade de expressão permitida pela Internet abrem um novo
espaço para a comunicação transparente, tanto no nível local quanto global, levando,
potencialmente, a profundas renovações das condições da vida pública no sentido de maior
liberdade e responsabilidade de um indivíduo enquanto cidadão.

É provável que o ciberespaço seja um meio de exploração dos problemas, de


discussão pluralista, de evidência de processos complexos, de tomada de decisão coletiva e
de avaliação dos resultados mais próximo das comunidades envolvidas.

Considerando os vários mecanismos democráticos que podem ser implementados


através da Internet, o analista político Fishkin (2002), destaca duas perguntas básicas: que
formas de opinião pública estão sendo expressas e avaliadas e de quem é a opinião? Em
suas análises, destaca que a formulação dos processos democráticos atuais vem enfrentado
uma escolha constante e repetitiva entre dois tipos de instituições. Por um lado as que

7
expressam o que a opinião pública de fato pensa na hora de votar, considerando que essa
opinião pública possa estar sujeita a condições desfavoráveis de reflexão sobre as questões.
Por outro lado, existem instituições que expressam uma opinião pública mais ponderada,
aquilo que uma opinião pública pensaria sobre uma questão se estivesse mais bem
informada. A dificuldade é escolher entre, por um lado, uma opinião pública debilitada,
mas real, e por outro, uma opinião ponderada, mas projetada. A saída, talvez, para Fishkin,
seria a criação de uma opinião pública mais engajada e atenta e que ao mesmo tempo fosse
compartilhada pelo público como um todo.

Neste contexto, a Internet mostra-se como um importante lugar , uma arena


conversacional, no qual o espaço se desdobra e novas discussões políticas podem seguir o
seu curso, como ressalta Maia (2002, p. 47) A Internet reduz os custos da participação
política e pode proporcionar um meio de interação, através do qual o público e os políticos
podem trocar informações, consultar e debater, de maneira direta, contextualizada, rápida e
sem obstáculos burocráticos .

Não é à toa que o mundo gere expectativas em relação a esse meio privilegiado de
discussão, se considerarmos todo o potencial das novas tecnologias de informação e
comunicação como instrumentos de fortalecimento dos processos democráticos. Contudo,
se associarmos necessariamente tais recursos propiciados pela Internet à revitalização das
práticas e instituições democráticas podemos ser levados a grandes equívocos. Entre outros
motivos, são necessárias não apenas estruturas comunicacionais eficientes e instituições
propícias para a participação, mas também devem estar presentes o desejo, a motivação, o
interesse e a disponibilidade dos governos e dos cidadãos para se engajarem no debate. A
participação política na rede depende mais de motivação do que de liberdade.

Nesse sentido, é preciso entender um pouco de uma lógica coletiva, dos


comportamentos de grupos para também poder interagir de forma a potencializar a ação
desses grupos. Essa discussão não deixa de envolver aspectos que hoje mobilizam os
teóricos do ciberespaço como, por exemplo, o problema da captação da atenção dos
usuários em rede, a técnica de sugestões dos chamados agentes inteligentes ou das

8
comunidades virtuais, o problema da decisão e da escolha, e os riscos que isso muitas vezes
implica. São negociações de preferências individuais e a sua posição no coletivo.

O desenvolvimento de uma e-democracia no ciberespaço nos fornece a ocasião para


experimentarmos novos modos de organização e de regulação no espaço público exaltando
a singularidade e a multiplicidade. Em que condições se pode justificar dizermos nós ? E
o que esse nós pode enunciar legitimamente enquanto coletivo, sem usurpação ou
redução do singular no espaço comum? O que se perde ao dizer nós ?

Não obstante o potencial da Internet para a expansão de fóruns de conversações,


vemos emergir inevitavelmente o problema do acesso às tecnologias da comunicação.
Wilhelm (2000) busca evidenciar naquilo que chama de modo centro-periferia de acesso e
uso tecnológico, as barreiras digitais tendem a reforçar os eixos da exclusão
socioeconômicos e culturais quando as instituições políticas decidem utilizar as novas
tecnologias para implementar as políticas públicas. As instâncias de aparato estatal-
administrativo, nas iniciativas que visam democratizar os processos de tomada de decisão
(voto eletrônico, atividades de lobby e campanha via e-mails) ou prestar serviços públicos
baseados na escolha dos cidadãos, através da Internet, acabam paradoxalmente, reforçando
assimetrias socioculturais e ampliando as exclusões, num mecanismo retroalimentador.

No final dos anos 90, surgem, nesse contexto, os primeiros programas de inclusão
digital nos Estados Unidos e no Canadá, que vão se irradiando para o restante do mundo, a
partir de várias definições, que sintetizamos como sendo uma denominação dada,
genericamente, aos esforços de fazer com que as populações das sociedades
contemporâneas, cujas estruturas e funcionamento estão sendo significativamente alteradas,
possam obter condições necessárias para o acesso facilitado ao mundo digital, tanto no
âmbito técnico/físico quanto aos conteúdos, geração de conhecimento, participação em
comunidades virtuais e em rede.

9
1 POSSIBILIDADES DEMOCRÁTICAS VIRTUAIS

Este capítulo pretende apresentar um resumo de nossa investigação teórica sobre


práticas sociais coletivas que só se tornaram possíveis nas últimas duas décadas com a
emergência da chamada sociedade da informação. Partindo-se do pressuposto de que as
novas tecnologias de informação e comunicação promovem uma nova perspectiva de
relações sociais interligadas em redes de cooperação, vamos tentar responder à pergunta:
por que, devido às novas tecnologias de informação e comunicação, as sociedades passam
por transformações capazes de tornarem as pessoas mais permeáveis à participação coletiva
na esfera pública?

Para caminhar nessa direção, consideramos importante esclarecer de antemão


algumas referências que nortearam a realização deste Capítulo inicial:

a) Inicialmente tomamos como base uma análise contextual realizada pelo cientista
social Manuel Castells, na qual discorre sobre o surgimento da era da informação e da
revolução tecnológica na comunicação. Nesse sentido, a sociedade em rede, devido a sua
penetrabilidade em todas as esferas da atividade humana, é o ponto inicial de uma
metodologia deste autor que, como ele afirma, pretende analisar a complexidade de uma
nova economia, sociedade e cultura em formação, principalmente desde a última década do
século XX.

b) Ao longo do percurso, foram consultados vários autores contemporâneos, que


nos propiciaram investigar noções da formação da sociedade contemporânea antes e depois
da Internet, de modo a que pudéssemos investigar como surgiram grupos e comunidades no
espaço virtual. Consideramos bastante oportuno realizar também uma busca em revistas
especializadas, revistas eletrônicas e diversos sites, a fim de acompanhar o debate de uma
literatura bem recente, sendo que nos quais descobrimos textos que permitiram que
diagramássemos esse estudo na área de semiótica e comunicação, por meio de intersecções
de algumas das condições de emergência e/ou disseminação de novas práticas de produção
coletiva nesse novo espaço que se baseia numa geografia bem diversa dos territórios fixos.

10
c) É importante salientar que as seleções teóricas e explicações presentes neste
capítulo estarão sempre nos direcionando para o tema central de nossa dissertação que
consiste na participação pública e no estudo de caso selecionado na experiência de inclusão
digital no programa Acessa SP, o Fala SP, como serão abordados nos capítulos seguintes.

1.1 Transformações na Sociedade em Rede Aspectos Teóricos

O pensador da era da informação, Castells (1999) afirma que a revolução


concentrada nas tecnologias da informação foi remodelando a base material da sociedade:
a economia das nações passou a manter rapidamente interdependência global, desenhando
uma nova forma de relação entre a economia, o Estado e a sociedade . Fundamentalmente,
a flexibilidade no gerenciamento de produção dos sistemas aumentou, devido à
descentralização e à organização de produção, e, ao mesmo tempo, houve individualização
e diversificação cada vez maior das relações de trabalho, entre muitos outros fatores
positivos que o autor enumera em seu livro. O processo de trabalho, uma das
transformações mais positivas consideradas pelo autor, e que está relacionado com a
transformação do mercado de trabalho ativo e das relações produtivas na rede, situa-se no
cerne da estrutura social contemporânea. Tratando-se do impacto específico das tecnologias
nesse campo, sua visão é de que o tipo de rede de visualização mais fácil para representar o
espaço de fluxos é a rede constituída pelos sistemas de processos decisórios da economia
global . E, nesse caso, explicita, desenha-se a cidade global enquanto um processo em
vez de um lugar definido.Acolhemos o conceito Castells de que o espaço é a expressão da
sociedade. Baseados nessa afirmação, as sociedades, ao verem inauguradas novas formas e
processos espaciais, só possíveis graças às revolucionárias tecnologias de informação e
comunicação, se transformaram estruturalmente. Para ele, entender a lógica de tais
transformações não é uma tarefa fácil,

[...] porque o conhecimento, aparentemente simples, de uma relação significativa


entre sociedade e espaço esconde uma complexidade fundamental, uma vez que
o espaço não é reflexo da sociedade, é sua expressão. Em outras palavras: o
espaço não é uma fotocópia da sociedade, é a sociedade. As formas e os
processos espaciais são constituídos pela dinâmica de toda a estrutura social. Há
inclusão de tendências contraditórias derivadas de conflitos e estratégias entre
atores sociais que representam interesses e valores opostos. Ademais, os

11
processos sociais exercem influência no espaço, atuando no ambiente
construído, herdado das estruturas socioespaciais anteriores. Na verdade, espaço
é tempo cristalizado. (CASTELLS, 1999, p. 435).

Para este sociólogo, se, do ponto de vista da física, o espaço não pode ser definido
fora da dinâmica da matéria, em teoria social, espaço não pode ser definido sem referência
às práticas sociais, as quais envolvem produtos que, por sua vez, envolvem relações sociais
e históricas que dão ao espaço uma forma, uma função e um sentido social. Castells
prossegue sua análise afirmando que, do ponto de vista da teoria social, o espaço é o
suporte material de práticas sociais de tempo compartilhado. Por práticas sociais de tempo
compartilhado, o autor faz referência ao fato de o espaço reunir essas práticas que são
simultâneas no tempo. Para ele, é essencial a separação do conceito básico de suporte
material de práticas simultâneas da noção tradicional de contigüidade. Só assim é possível a
existência de suportes materiais de simultaneidade que não dependam de contigüidade
física, visto que é este o caso das práticas sociais predominantes na era da
informação.Assim, com o advento do novo espaço como meio de comunicação
privilegiado, o ciberespaço, como é mais conhecido pelos internautas desde os anos 90 do
século XX, a rede informatizada surge sob a forma de associações complexas de
informações, que é considerada por muitos agentes como uma espécie de agenda social
comum, onde um grande número de dados informatizados pode ser disponibilizado e, com
isso, democratizado. Esse espaço novo, não concreto, mas igualmente real e virtual,
podemos dizer que reconfigura os modos de relação entre as pessoas em comunidade e,
com isso, a própria estrutura de poder centralizado. A facilidade e a velocidade do uso e da
troca de informações pela Internet passa a ter um papel central na nova sociedade, tanto em
termos de circulação de capital quanto de formação de novos diagramas sociais e culturais,
novas subjetividades e, com isso, novas concepções de comunidades que passam a ser, ao
mesmo tempo, reais e virtuais.

1.2 A comunidade antes e depois da Internet

Como vimos até agora, no ambiente do ciberespaço, cuja característica mais visível
é a comunicação em redes de alta densidade, os indivíduos podem se conectar com outros e
também viver em comunidade. Pode não ser a mesma comunidade de outrora, concreta,

12
caracterizada num primeiro momento pela relação de parentesco e depois pela noção de
aproximação ou vizinhança, mas é igualmente real. Nesse sentido, também, muitos teóricos
do fenômeno da globalização estudam hoje o fenômeno da transmutação do sentido do
termo comunidade para redes sociais, ou seja, pode-se dizer que se dedicam a investigar as
noções de comunidade antes e depois da Internet, em relação a sua participação na esfera
pública. Entretanto, antes de enveredar por esse caminho e trabalhar algumas dessas
noções, gostaríamos de fazer um breve parêntese para lembrar que este é também o caso da
Escola do Futuro da USP, da qual esta investigadora faz parte, por considerá-las parte
essencial dos trabalhos desenvolvidos desde o início do programa de inclusão digital
ACESSA SP, do Governo do Estado de São Paulo, motivo pelo qual houve a possibilidade
de desenvolvimento desta dissertação.Do mesmo modo, é preciso esclarecer ainda que, em
relação a este momento de nossa dissertação, nos baseamos fundamentalmente em textos e
ensinamentos de nosso orientador professor Rogério da Costa, e de seu estudos na área de
sistemas de Informação e Inteligência Coletiva, como um texto de 2005, disponível na
internet.Neste texto, Costa nos relata que o sociólogo e analista dos fenômenos da
globalização Zygmunt Bauman, em 2003, no livro Comunidade: a busca por segurança no
mundo atual, ao analisar os fenômenos da globalização, afirma que

[...] a comunidade implica uma "obrigação fraterna de partilhar as vantagens


entre seus membros, independente do talento ou importância deles", indivíduos
egoístas, que percebem o mundo pela ótica do mérito (os cosmopolitas), não
teriam nada a "ganhar com a bem-tecida rede de obrigações comunitárias, e
muito que perder se forem capturados por ela" (BAUMAN, 2003, p. 59 apud
COSTA, 2005).

Para este autor, comunidade e liberdade seriam conceitos que estariam em conflito,
pois o sentido de comunidade é tecido de compromissos de longo prazo, de direitos
inalienáveis e obrigações inabaláveis:

[...] e os compromissos que tornariam ética a comunidade seriam do tipo do


'compartilhamento fraterno , reafirmando o direito de todos a um seguro
comunitário contra os erros e desventuras que são os riscos inseparáveis da vida
individual. (BAUMAN, 2003, p. 57 apud COSTA, 2005).

13
Já os pesquisadores Barry Wellman & Stephen Berkowitz, tendo como ponto de
partida o fato de nos encontrarmos associados em rede, realizam uma análise mais
complexa, dando outro sentido ao conceito de comunidade:

Enquanto a maioria das pessoas sabe que elas próprias possuem laços
comunitários abundantes e úteis, elas com freqüência acreditam que muitas
outras não os têm. Como evidência, invocam imagens comuns de massas de
indivíduos se empurrando e se acotovelando no caminho em ruas abarrotadas,
pessoas solitárias sentadas diante da televisão, hordas caminhando nas ruas em
manifestações ou fileiras de empregados diante de suas máquinas ou
computadores. (WELLMAN; BERKOWITZ, 1988, p. 123)

Ou seja, os autores caminham na direção de se pensar as relações de comunidade na


rede mais como comunidades pessoais e, a esse respeito, Rogério da Costa comenta:

Isto significa que cada um de nós possui uma visão clara da rede de
relacionamentos à qual pertence, mas não é possível perceber facilmente a rede à
qual os outros pertencem. Isso inclui não apenas aqueles que não conhecemos,
mas também os que fazem parte de nossas relações. Pessoas que conhecemos e
com quem temos laços fracos, como afirma Granovetter (1974), possuem muito
provavelmente laços fortes com uma rede outra que desconhecemos (COSTA,
2005, p. 4).

Se vários sociólogos urbanos ainda dizem que o tamanho, a densidade e


heterogeneidade das cidades contemporâneas têm alimentado laços superficiais,
transitórios, especializados e desconectados nas vizinhanças e ruas, Wellman e Berkowitz
(1988) afirmam que várias análises sofrem de uma "síndrome pastoral", que compara
nostalgicamente as comunidades contemporâneas com os supostos velhos bons tempos.

Desse ponto de vista sociológico, práticas sociais de cooperação na rede, discussões


de conteúdos especializados ou debates políticos públicos, não poderiam subsistir e ser
desenvolvidos. Constatamos em nossa experiência nos infocentros comunitários do
ACESSA SP, como vamos exemplificar mais adiante no Capítulo III, os laços interpessoais
nas relações conectadas, não apenas em termos numéricos, crescem e têm o poder de se
desenvolver em termos de efetiva participação extensa e integrada com sua própria
comunidade de origem.

14
As novas técnicas de coleta de dados e informações, a facilidade de comunicação e
os mecanismos de seleção da opinião pública, baseada em regiões, temas afins e tantas
outras dimensões podem fazer diminuir consideravelmente a distância entre localidades que
muitas vezes não possuem comunidade de suporte, redes sociais ou laços de parentesco
consistentes com a novas comunidades emergentes de cooperação.

Além disso, como nos indica Costa:

Analisando-se sociedades de países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos,


constata-se que muitas localidades não possuem comunidades de suporte, redes
sociais ou laços de parentesco consistentes. Para Wellman & Berkowitz (1988),
esses estudos mostram que as relações dentro dessas sociedades pré-industriais
são em geral hierárquicas, com laços de exploração especializados, com uma
profunda divisão separando facções . Além disso, historiadores têm
sistematicamente usado fontes demográficas e de arquivo para demonstrar que
muitas comunidades pré-revolução industrial eram menos solidárias do que se
pensava. (COSTA, 2005, p.125).

Com essas considerações, buscamos indicar principalmente aquilo que muitos


teóricos das redes sociais vêm apontando: a emergência de uma mudança no modo de se
compreender o conceito de comunidade nas últimas décadas, ou período pós-industrial,
devido à complexidade das novas relações interpessoais, dentre elas as relações na
comunidade virtual, cuja realidade tornou-se possível graças à Internet. .

1.3 Comunidade virtual e esfera pública

A comunidade virtual, cujo termo foi cunhado por Howard Rheingold em 1993, no
livro The Community Virtual3 comporta um deslocamento do centro da comunidade como a
conhecíamos, exatamente por causa do despreendimento do aqui e agora. Palavras-chave
para a comunidade virtual, segundo este autor, são: interativo , convergência ,
ciberespaço e futuro digital . Desse modo, ele afirma ser possível aplicar-se a mesma

3
Este livro foi traduzido em língua portuguesa em 1996, sob o título de A Comunidade Virtual. Nossas referências
seguem esta edição.

15
estratégia de fornecimento e utilização de informação através da rede a um domínio infinito
de campos de aplicação, desde a crítica literária até a avaliação de softwares.

É uma forma extraordinária de um grupo suficientemente grande e diversificado de


indivíduos multiplicar inclusive o grau individual de conhecimento, conforme suas
palavras:

[...] penso que tal pode ser conseguido mesmo que os indivíduos não estejam
envolvidos noutras comunidades para além do local de emprego ou na área da
especialidade, mas creio que a coisa resulta melhor quando o modelo conceitual
das próprias atividades da comunidade inclui uma quantidade saudável de
espírito construtivo, a par do espírito prático. (RHEINGOLD, 1996, p 52.)

As comunidades virtuais transformariam a Internet em um meio de comunicação de


todos os meios de comunicação, cujas mensagens seriam novas formas de vida comunitária
geradas pelos valores comuns construídos através da troca de conhecimentos, o que faria da
Internet uma mídia viva Desde 1993, quando Rheingold apresentou seu conceito de
comunidades virtuais, para caracterizar as comunidades em rede construídas através do
ciberespaço, um grande debate teve início em torno do tipo de realidade que estas
comunidades teriam ns sociedade contemporânea e no tipo de contribuição que elas trariam
para o desenvolvimento da democracia.De acordo com essa nova orientação que implica a
mudança do conceito tradicional de virtual, tanto no nível do conhecimento, da linguagem e
da comunicação quanto no nível da presença física concreta, o deslocamento do tipo de
pensamento e comportamento linear e universal, até então predominante no ocidente, é bem
mais intenso, passando a se organizar sob a forma de associações mais complexas,
considerando-se a multiplicidade de relações possíveis de serem criadas no ciberespaço ou
reconfiguradas em espaços conhecidos.Nessa linha de raciocínio, um texto da pesquisadora
de redes sociais Raquel Recuero, disponível na Internet, afirma que:

Além disso, um dos grandes problemas da aplicação do conceito de comunidade


ao ciberespaço, para a definição da comunidade virtual, foi logo apontado por
diversos pesquisadores: a ausência de uma base territorial, até então um dos
sustentáculos da idéia de comunidade desenvolvida pela sociologia clássica.
Com base nisso, comunidade virtual foi definida como uma comunidade sem um
locus específico, com uma ausência de territorialidade . Alguns autores, como

16
Fernback e Thompson, utilizam em sua definição essa ausência do elemento
território. No entanto, a própria Fernback reconhece em trabalho posterior
(1999:36) a importância do espaço, citando Jones (1995) e dizendo que o
conceito de comunidade virtual deve englobar tanto o social quanto o espacial.
Outros, como Rheingold, utilizam o ciberespaço como o espaço onde as relações
que formam a comunidade desenrolam-se, mas num espaço comunicativo.
(RECUERO, 2000, p. 45).

Mas afinal, pergunta Recuero, não existiria um locus, ou um território simbólico,


ao qual a comunidade virtual esteja associada? Vamos tentar responder essa pergunta,
guiando-nos por um percurso apresentado em uma das noções de desterritorialização dos
pensadores franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari4. Ainda que tais noções contidas nas
obras desses autores sejam anteriores ao advento da Internet, consideramos que sejam
bastante úteis e atuais para acompanhar as respostas dadas, ao mesmo tempo, para as
questões: quem pode ser considerado um participante de uma comunidade virtual e em que
lugar ou espaço ele se encontra no mundo, em relação ao espaço público, como veremos
mais adiante. Nesse sentido, Guattari afirma:

O ser humano contemporâneo é fundamentalmente desterritorializado. Com isso


quero dizer que seus territórios etológicos originários corpo, clã, aldeia, culto,
corporação... não estão mais dispostos em um ponto preciso da terra, mas se
incrustam, no essencial, em universos incorporais. A subjetividade entrou no
reino de um nomadismo generalizado. (GUATTARI, 2000, p. 169).

Ou seja, no seio dos espaços padronizados, tudo se tornou intercambiável,


equivalente: há turistas, por exemplo, que fazem viagens quase imóveis,

[...] sendo depositados nos mesmos tipos de cabines de avião, de pullmann, de


quartos de hotel e vendo desfilar diante de seus olhos paisagens que já
encontraram cem vezes em suas telas de televisão, ou em prospectos turísticos.
Assim a subjetividade se encontra ameaçada de paralisia. (GUATTARI, 2000, p.
169).

4
O conceito de desterritorialização foi apresentado pela primeira vez, na obra Anti-Édipo. Gilles Deleuze e
Félix Guattari retornaram a esse conceito, sob outras formas de explicação, em obras posteriores escritas em
co-autoria ou individualmente.

17
O que podemos observar em termos de territorialidade de um indivíduo e
conseqüentemente sua desterritorialização é que o espaço e o corpo, quando considerados
por categorias turista ou morador e membro de uma comunidade ou por disciplinas a
arquitetura e a medicina, por exemplo são apresentados a partir de categorias distintas,
autônomas, como o próprio Guattari afirma, e ao mesmo tempo pré-codificadas. Desse
ponto de vista, é de um modo bem diferente que as práticas sociais coletivas podem ser
realizadas pela relação de um indivíduo com um computador inteligado à rede, tendo diante
de si mais possibilidade e capacidade de criar relações de proximidade e de se comunicar
com o mundo. Um indivíduo pode estar em mais de um lugar simultaneamente; pode ser
um turista sem estar longe de sua pátria e vice-versa; pode ser um usuário da rede e ao
mesmo tempo artista e tecnólogo.O exemplo de Guattari do turista longe de sua pátria, mas
estando no mesmo lugar, ou seja, sedentarizado, diz respeito a uma outra questão que
introduzimos nesse momento que é a da construção da subjetividade. Até que ponto a
tecnologia com sua redistribuição de espaço, conhecimento, arte e arquitetura visuais não
estão mudando não apenas as experiências de espaço, mas transformando também o modo
de concebê-lo?Do mesmo modo como os termos grupos, organizações e instituições até
bem pouco tempo nos remetiam a formas de representação com funções hierarquizadas,
podemos dizer que a disposição atual de grupos e instituições nos termos de redes da
Internet, nos remete a um modo de comunicação entre indivíduos de maneira bem mais
descentralizada em relação ao poder.A Internet possui algumas características que a tornam
única como um meio de comunicação e informação. Ela funciona num sistema fundado em
redes vivas de comunicação que não possui, em princípio, limites ou barreiras. Ocupar esse
espaço privilegiado para discussões, em tese, tem como ponto fundamental o que podemos
chamar de uma crítica às noções de representação, principalmente em termos da
democracia como é concebida na esfera macropolítica, ganhando contornos de efetiva
participação interativa. Trata-se da possibilidade de um exercício democrático e de
cidadania, num espaço não mais virtual, no sentido potencial, mas real, no sentido de estar
sendo produzido no ato.

Se as novas tecnologias de informação e comunicação constituem o meio para que


essa nova forma de atuação seja possível, a questão das inter-relações entre os indivíduos e
a criação de redes sociais informatizadas teria sua força devido à participação e a interação

18
dos sujeitos que as integram. Assim, o sentido inovador de uma rede é estabelecido quando
há um modo criativo de manter as conversações, usar as informações e dar início e
continuidade às chamadas discussões na rede. Para esclarecer melhor essa argumentação,
vamos nos servir de um trecho de um artigo de Costa, disponível na Internet:

Mais profundamente, o que se observa é que tanto a natureza dos novos suportes
de comunicação como as exigências da vida econômica reclamam por uma nova
concepção do saber. O que acontece hoje é que o cotidiano das inovações
tecnológicas acaba conduzindo a uma perspectiva na qual os conhecimentos são
cada vez mais singulares e pertinentes a este ou àquele contexto. Os percursos e
perfis de conhecimentos e competências adquiridos por uma pessoa são todos
singulares e podem cada vez menos se restringir programas ou cursos válidos
para todos. Hoje, habitam-se espaços de conhecimentos abertos, contínuos e
não-lineares, que se reorganizam segundo o contexto de cada um. A pesquisa,
por seu lado, torna-se cada vez mais transdisciplinar, desafiando toda a
organização hierárquica das disciplinas conhecidas. (COSTA, 2005, p. 9 )

Entendemos então que, a partir de uma nova composição de relações de saber ou de


forças em relação às antigas relações sociais instituídas, puderam se abrir para novas
formas de conhecimento, de percepção, de afetos, de políticas, enfim, de redes inteiramente
permeáveis, capazes de fazer inaugurar novas composições, formar uma, duas ou mais
redes, que por sua vez podem se rizomatizar em outras redes mais, nas quais um mesmo
sujeito pode intervir em diferentes esferas sociais.

Essa mudança de hábitos na comunicação mudou uma nova maneira de se viver em


comunidade por meio do que Wellman e Berkowiktz denominam de laços sociais. A esse
respeito, afirmam:

Redefinindo o problema em termos estruturais, pesquisadores têm sido capazes


de demonstrar que os medos da antiga geração de sociólogos sobre a perda da
comunidade foi, se não simplesmente incorreto, ao menos incompleto. A
comunidade, argumentam os analistas estruturais, raramente desaparecem das
sociedades urbanas industriais. Ela foi transformada: novas formas de
comunidade surgiram no lugar das antigas formas. Elas podem ser vistas se os
analistas focam nos laços sociais e nos sistemas informais de troca de recursos,

19
ao invés de focar nas pessoas vivendo em vizinhanças e pequenas cidades.
(WELLMAN; BERKOWIKTZ, 1988, MIMEO)

Em suma, o aumento das interconexões, da complexidade e da mudança de


linguagem digital pode acarretar a mudança dos próprios indivíduos pela necessidade de se
comunicar. Trata-se não somente de se mostrar, mas também de mudar sua forma de
apresentação em comunidade, em função das evoluções que ocorrem no próprio grupo ao
qual se sinta pertencente por motivações ou ligações afetivas. Como diz Lévy: os grupos e
as pessoas possuem cada vez mais um corpo informacional constituído por suas
preferências: websites, agentes de software e pelo conjunto de informações e mensagens a
ele referenciadas que circulam no ciberespaço . (LEVY, 2002, p. 370).

1.4 Noções de autonomia e auto-organização nas comunidades vivas e a produção


molecular

Quando nos sentimos pertencentes a um grupo? Como avaliar o desenvolvimento


qualitativo de produções nas comunidades virtuais? Quais seriam os requisitos para uma
comunidade ser considerada convidativa à nossa participação, despeito das tecnologias
visuais desenvolvidas? O que são comunidades vivas?

Para responder num nível introdutório a essas perguntas, nos servimos de uma
composição teórica de duas obras: A Árvore do Conhecimento, de Maturana e Varella e
Emergência, de Steven Johnson. Esses autores utilizaram comparações, que poderíamos
chamar de didáticas, para conceituar os sistemas de autonomia e autoprodução em
coletividade, baseados na lógica dos seres vivos. Faremos então a seguir uma síntese de
suas principais proposições.

Johnson, pensador do ciberespaço e conhecido como o pensador da emergência


nos explica:

Imagine poder acompanhar conceitualmente um instantâneo de vida em


movimento daqui a dois ou três anos um movimento de escala em escala,
como no fabuloso filme de Charles e Ray Earnes, Powers of Tea, que começa
com uma vista da Via Láctea e dali faz um zoom até uma pessoa em um parque

20
de Chicago e depois prossegue até as partículas subatômicas na mão do
personagem.

Só que em nosso longo zoom encontramos, em cada escala, o mesmo


comportamento repetindo-se inúmeras vezes. Comecemos na escala da própria
cidade, suas comunidades pulsando e prosperando como fazem há séculos,
enviando sinais para o mundo e atraindo seres humanos para dentro delas, como
enormes imãs globais. O fluxo de pessoas na cidade é agora regulado por uma
inteligente rede de tráfego, que evolui e aprende em resposta aos padrões do
movimento de automóveis Você e eu vivemos em um desses imensos sistemas,
contribuindo para seus contínuo desenvolvimento [...] e como parte de nossa
vida na cidade, nos entretemos simulando, em um jogo na tela de nosso
computador, a energia auto-organizável da vida urbana, construindo
comunidades virtuais juntamente com milhares de outros jogadores ligados em
rede no mundo todo. Na escala da cidade e na escala da tela, nossas vidas
englobam os poderes da emergência (JOHNSON, 2002, p. 173-174).

De acordo com uma lógica própria, o autor faz uma série de perguntas, antes de
tecer suas conclusões relativas à questão da auto-organização das redes de computadores,
nos sistemas emergentes:

Pode essa cadeia [a emergência] se estender em novas direções, tanto na escala


atômica da informação digital, quanto na macroescala dos movimentos
coletivos? Será que os novos movimentos políticos vão se modelar
explicitamente a partir da inteligência distribuída da colônia de formigas ou da
comunidade da cidade? Será que existe um estágio na rede em desenvolvimento
da emergência que nos leve, para além dos leitores da mentes, para algo ainda
mais parecido com a vida? (JOHNSON, 2002).

Para este autor, certamente o mundo nunca esteve tão bem preparado para que esses
desenvolvimentos se tornem realidade. Ele acredita que já existem muitas tentativas para se
entrar na que denomina a quarta fase da emergência, ou seja, num sistema que funcione
como o de uma colônia de formigas africanas, que não tem centro de poder, a base
piramidal é muito ampla e há uma lógica imanente ou inteligente de auto-organização
própria das formigas obreiras. Nesse caso, fazendo uma analogia à pirâmide tradicional do
poder e das classes sociais, constatamos que há uma inversão: o formigueiro todo ganha
visibilidade e não apenas um comandante ou uma cúpula de elite no caso a formiga rainha

21
que comande um processo de produção coletiva. Analogamente, este seria o sentido do
sistema de auto-organização das comunidades virtuais de um futuro próximo.

Podemos dizer que a noção de autopoiese, que quer dizer autoprodução, caminha
paralelamente a esse tipo de pensamento de auto-organização da vida coletiva, fundado a
partir de um ponto de vista da lógica complexa do sistema dos seres vivos.

A noção de autopoiese tornou-se conhecida na literatura internacional, em 1974, a


partir da obra A Árvore do Conhecimento, de Maturana e Varela. De acordo com o sentido
expresso no livro, o termo define os seres vivos como sistemas que produzem
continuamente a si mesmos. Esses sistemas são autopoiéticos por definição, porque
recompõem continuamente seus componentes desgastados. São seres de produções
moleculares, onde há uma circularidade, onde as moléculas reproduzem a mesma rede que
as produziram.

Assim, um sistema autopoiético é ao mesmo tempo produtor e produto. Maturana


afirma que o termo traduz o que ele chamou de centro da dinâmica constitutiva dos seres
vivos . Para exercê-lo, eles precisam recorrer a recursos do meio ambiente e são, por isso,
ao mesmo tempo autônomos e dependentes. Entretanto, não se está tratando aqui de um
paradoxo? Autonomia x dependência?

Segundo Maturana, essa condição paradoxal só pode ser entendida pela lógica da
complexidade dos seres vivos, que não pode ser compreendida dentro da lógica do
pensamento linear, no qual tudo se reduz à binariedade do sim/não ou do ou/ou. Em outras
palavras: funciona-se por composição de relações e não por partes separadas ou excludentes
e há um empenho coletivo pela busca das relações dinâmicas entre essas partes5. É essa
condição que confere a cada sistema vivo uma percepção do mundo que lhe é peculiar. Não

5
Esta dualidade indivíduo-coletivo está explícita também na obra Mil Platôs, mais especificamente no
capítulo Micropolítica e segmentaridade . Gilles Deleuze e Félix Guattari (1996) afirmam que o homem é
um animal segmentário e definem três figuras de segmentaridade que organizam o espaço vivido e a
sociedade: a segmentaridade binária, que opera a partir de grandes oposições duais; a segmentaridade
circular, que delineia círculos progressivos; a segmentaridade linear, que traça linhas retas, onde os
segmentos representam episódios que se sucedem. É importante destacar que as três figuras não se excluem,
mas, ao contrário, coexistem, entrecruzam-se, remetem umas às outras e transformam-se umas nas outras. É
nesse sentido que um mesmo indivíduo pode se constituir em múltiplos indivíduos, dependendo de cada
segmento que o componha.

22
pode haver dados externos válidos ou verdades absolutas, dado que estímulos externos
determinam reações diferentes em estruturas diferentes. Do mesmo modo, a realidade é
percebida de modos distintos por observadores distintos.

Com essa ordem de idéias, analogamente, os objetivos de cada participante da rede


ou observador virtual podem ser diferentes, mas podem confluir para uma mesma produção
comum. Esses seriam basicamente os sustentáculos para uma comunidade virtual em ambos
os casos descritos.

Embora Johnson advirta que, mesmo os mais otimistas defensores da auto-


organização sentem-se cautelosos quanto à falta de controle de um processo desse tipo, para
este autor,

[...] entender a emergência sempre incluiu desistir de controle, deixar o sistema


governar por si mesmo tanto quanto possível, deixá-lo aprender a partir de
passos básicos. Já caminhamos bastante no sentido de entender a emergência, de
forma a construir sistemas em escala pequena para nosso entretenimento e
aperfeiçoamento, e também a apreciar mais cuidadosamente o comportamento
emergente que já existe em cada escala de nossa experiência de vida.
(JOHNSON, 2002, p. 174).

O que podemos dizer, a partir dos argumentos desses autores, ao fazerem analogias
entre tipos de organização existentes na etologia com sistemas auto-organizáveis humanos,
em nossa tentativa de responder às perguntas iniciais desse tópico, é que, por esse viés, é
possível avaliar se uma comunidade é produtiva e autônoma dependendo de quem a estiver
produzindo e do modo como podem agenciar ou selecionar seus afetos em um modo auto-
organizativo. Desse modo, ela será boa para aquele cujo desejo se insere em sua
autoprodução, motivado tanto pela temática abordada quanto pelas relações estabelecidas
com os outros participantes e em relação a sua própria vida, durante o engajamento na
comunidade. Desse ponto de vista, caberia à qualidade de produção das subjetividades
envolvidas em uma comunidade manter seu curso ou simplesmente ser interrompida.

23
1.5 Corpo coletivo o comum e a esfera pública

Já no século XVIII, o filósofo holandês Baruch de Spinoza dizia que o espaço social
é constituído por encontros de corpos misturados com o que os afetam e o que afetam
outros corpos, de onde surgem novos registros de relações e práticas sociais não
codificadas, mas num modo de expressão comum, a partir de um plano comum de
encontros de corpos e idéias. Entendemos que é na confluência desse tipo de pensamento
de misturas de corpos potencialmente produtivos, que a noção do comum retorna com vigor
nas discussões sobre as redes sociais nos dias de hoje, como, por exemplo, na recente obra
Hardt e Negri,

Duas características de multidão tornam particularmente clara a contribuição da


rede à possibilidade de democracia hoje. A primeira poderia ser apresentada
como seu aspecto econômico , a não ser pelo fato de que a separação entre as
realidades econômicas e os outros terrenos sociais rapidamente se esfacela aqui.
Na medida em que a multidão não é uma identidade (como o povo) nem é
uniforme (como as massas), suas diferenças internas devem descobrir o comum
[the common] que lhe permite comunicar-se e agir em conjunto (HARDT &
NEGRI, 2005, p. 14).

O comum, assim definido, seria o espaço comum, constituindo condições de


reconhecimento coletivo de questões que afetam a vida das pessoas envolvidas. Costa, a
esse respeito, comenta:

[...] o indivíduo, ao reconhecer suas próprias questões, suas preocupações e seus


conflitos numa esfera pública determinada, consegue se perceber como
pertencendo a um coletivo, a uma comunidade que compartilha de seus
interesses [...] Na medida em que não vejo minhas próprias questões e
preocupações sendo colocado em comum por uma coletividade, não posso me
sentir como pertencendo plenamente a essa mesma comunidade. Posso vir a
participar, mas a dimensão de "pertencimento" é mais complexa que a simples
participação. Do mesmo modo, para que uma coletividade consiga o
engajamento de alguém em seus problemas, é preciso que ela o inclua em seu
fórum de discussões, que ela desenvolva, portanto, não exatamente estratégias de
"mensagens", mas estratégias de "escuta". (COSTA, 2005, p. 9).

24
Nesse mesmo sentido, como afirmam Hardt e Negri, o comum que compartilhamos
não é algo que descobrimos, mas algo que é produzido, como podemos observar na
seguinte citação:

[...] Nossa comunicação, colaboração e cooperação não se baseiam apenas no


comum, elas também produzem o comum, numa espiral expansiva de relações.
Esta produção do comum tende atualmente a ser central a todas as formas de
produção social, por mais acentuado que seja seu caráter local, constituindo na
realidade a característica básica das novas formas dominantes do trabalho hoje.
(HARDT & NEGRI, 2005, p. 14).

Indo além, esses autores dizem que a humanidade transforma a si mesma, sua
história e sua natureza nessa nova forma de produção. Para eles, então, o problema não
consiste mais em decidir se essas técnicas humanas de transformação devem ser aceitas,
mas aprender o que fazer com elas e saber se funcionarão em nosso benefício ou em nosso
detrimento.

É necessário, neste momento, novamente lembrar que esta dissertação tem como
motivação também nossa base empírica, que será mais bem desenvolvida a partir do
Capítulo 2, quando apresentaremos as possibilidades que as novas tecnologias de
comunicação e informação têm em trabalhar ou não em nosso benefício, quando melhor
pudermos argumentar conjuntamente com os mecanismos de participação em políticas
públicas.

Por ora, podemos introduzir a noção de esfera pública, enquanto palco de nossa
presença em conversações políticas. Nesse contexto, podemos dizer com Costa que

O que nos importa é o fato de que indivíduos reais se reconhecem muito pouco
no modo como as questões políticas e sociais são defendidas como relevantes
pela mídia e pela classe política atualmente. Essa questão provoca, muito
naturalmente, uma espécie de (des)investimento de atuação da parte de cada um
na esfera pública, no espaço comum onde nos reconheceríamos como
pertencendo a um determinado grupo social. (COSTA, 2005).

25
1.6 Nós na esfera pública do ciberespaço

Podemos acrescentar agora, que isso tudo nos remete a um dos problemas, como diz
Lévy (1998) mais árduos da filosofia e das práticas políticas , que consiste na constituição
de sujeitos coletivos de enunciação6 . Ou seja, em que condições se pode justificadamente
dizer nós e quem é esse nós que pode enunciar legitimamente enquanto coletivo, sem
usurpação ou redução de variedade? .

Quando os participantes de uma manifestação gritam as mesmas palavras de ordem,


sem dúvida constituem um agenciamento coletivo de enunciação. Mas pagam por essa
possibilidade um preço não desprezível: as proposições comuns são pouco numerosas e
bem simples, mascaram as divergências e não integram as diferenças que singularizam as
pessoas. Além disso, a palavra de ordem em geral é preexistente à manifestação. É raro que
cada um dos participantes tenha contribuído para sua negociação ou surgimento. Seguindo
o pensamento de Lévy:

A manifestação como o voto só possibilita aos indivíduos construir para si uma


subjetividade política por pertença a uma categoria ( os que retomam as
mesmas palavras de ordem , ou os que se reconhecem em tal partido etc.).
Quando todos os membros de um coletivo formulam as mesmas proposições, o
agenciamento de enunciação coletiva encontra-se no estágio da monodia ou do
uníssono. Os nós pobres enunciam proposições monótonas. Pois há várias
maneiras de dizer nós (LÉVY, 2000, p. 66).

Nesse sentido, com a emergência da Internet e da Web em 1994, foram introduzidos


elementos totalmente inéditos realizando uma revolução do espaço público: a possibilidade
da interconexão geral, a desintermediação e a comunicação de todos com todos. Lévy
(2003, p. 367) afirma que, em primeiro lugar, em contraposição à mídia anterior
imprensa, rádio e televisão um website pode propor ao mesmo tempo e de uma maneira
complementar textos, imagens fixas ou animadas e som, ou seja, em princípio não existe
mais distinção entre as mídias.

6
O conceito agenciamento coletivo de enunciação foi sendo desenvolvido por Félix Guattari e Gilles
Deleuze, a partir dos postulados lingüísticos de Mikhail Bakhtin. Apareceu pela primeira vez em o Anti-
Édipo e foi desenvolvido nas obras: Kafka por uma Literatura Menor e Mil Platôs, volume 2.

26
Em segundo lugar, as webmídias propõem conteúdos organizados por temas,
eventualmente estruturados pelas preferências dos consumidores da informação e não mais
segundo as grades de programação cronológica impostas pelas emissoras ou órgãos de
divulgação. A cronologia torna-se critério de busca e a organização de pesquisas de
arquivos e de informadores passa a ser temático.

Em terceiro lugar, o internauta pode chamar à tela diferentes atores sociais, porta-
vozes ou representantes de grupos de interesses, com a possibilidade de se informar,
examinar argumentos e tecer seus comentários. O acesso à esfera pública seria franco e
aberto, oferecendo aos consumidores a mais ampla liberdade de expressão e de navegação.

É também nesse clima de um entusiasmo por novas perspectivas, em tese, de


expressão livre e democrática que surgem no mundo os primeiros programas de inclusão
digital, implantados pelos governos dos países em desenvolvimento, desde a década de
1990, como se fosse uma possibilidade de todos participarem ativamente dos benefícios das
novas tecnologias, combatendo assim parte dos problemas de exclusão social, o que iremos
discutir até o final dessa dissertação.

Se antes da Web, ainda segundo o artigo citado de Lévy, a mediação clássica


organizava uma seleção institucional, a priori , a intermediação emergente no ciberespaço,
ao contrário, organiza seleções personalizadas a posteriori, usando a contribuição da
inteligência coletiva: laços, votos, citações, discussões nos fóruns eletrônicos, críticas... .

Nesse sentido, as mídias não tendem mais a se ligar a um público em geral, à massa,
ao povo, mas a comunidades virtuais temáticas ou locais e à multidão expressa no
comum, Hardt e Negri (2005), com vozes de enunciação locais que podem virtualmente
tornarem-se vozes globais.

O novo espaço público, desse ponto de vista, constrói um território de natureza


semântica, explica Lévy, no artigo citado, porque vai relativizando progressivamente o
papel da situação ou da proveniência geográfica:

27
As distâncias e proximidades semânticas marcam-se através de senhas, de links
hipertextuais, de conexões entre comunidades virtuais, de trocas de informações,
de densidades de inteligência coletiva (LÉVY, p 373).

Nesse sentido, um dos assuntos que sempre retorna à pauta de discussões entre os
teóricos da comunicação nos dias de hoje relaciona-se com questões que implicam a
importância para que as tantas vozes presentes na rede sejam ouvidas fora de suas
comunidades originais. Como ultrapassar essa barreira? Com processos de mediação, de
seleção, de filtros das conversas e mensagens?

Em seu livro lançado em 1996, Rheingold não só constatou a emergência das


comunidades virtuais, como também viu nelas uma relação mais profunda, motivado em
especial pela questão do excesso de informação que já caracterizava a recém-nascida Web.
Com efeito, um dos problemas da rede era o da "oferta demasiada de informação e poucos
filtros efetivos passíveis de reterem os dados essenciais, úteis e do interesse de cada um"
(RHEINGOLD, 1996, p.77). Mas enquanto os programadores se esforçavam para
desenvolver agentes inteligentes que realizassem a busca e filtragem de toneladas de
informações que se acumulavam na rede, Rheingold já detectava a existência de "contratos
sociais entre grupos humanos - imensamente mais sofisticados, embora informais - que nos
permitem agir como agentes inteligentes uns para os outros" (p.82).

Começava a surgir a idéia de mente coletiva, ou de inteligência coletiva, que


poderia não apenas resolver problemas em conjunto, em grupo, coletivamente, mas
igualmente trabalhar em função de um indivíduo, do seu benefício. Rheingold (1996)
lembra que as comunidades virtuais abrigam um grande número de profissionais, que lidam
diretamente com o conhecimento, o que faz delas um instrumento prático potencial.

Mas em que medida a esfera pública está dando conta dessa demanda? Os novos
usuários da esfera pública, os nós das comunidades virtuais, a multidão ou simples
indivíduos que vêm se habituando ao diálogo coletivo na rede, vão se integrando
progressivamente, como veremos no Capítulo II, às discussões e deliberações em
programas do governo, na medida em que vão se consolidando discussões mediadas pela
inteligência coletiva na Internet no mundo todo. Sendo capazes de exprimir-se, são muitos

28
os que agora devem ser ouvidos e participar de deliberações num processo que, como
veremos, caminha no sentido de modelar um novo modo de pensar a democracia mundial,
com uma democracia eletrônica a seu serviço, através de um e-engajamento, de uma e-
participação e de um e-governo na nova e-democracia, termos que já se consolidam com
seu uso corrente, no vocabulário da Internet.

29
2 PARTICIPAÇÃO PÚBLICA E INCLUSÃO DIGITAL NA E-DEMOCRACIA

Ser livre consiste não apenas em ser parte da


Natureza ou de seus processos, mas em tomar parte.
(Spinoza).

2.1 Desafios: como processar e como conduzir a participação pública em


processos democráticos na era digital?

Para começar as discussões deste capítulo, vamos partir do pressuposto de que os


requisitos como processar e como conduzir um processo de participação pública do
início ao fim são os principais desafios que se apresentam hoje para aqueles que querem
analisar as intervenções nos processos democráticos na era digital. Assim, buscaremos
demonstrar, com o suporte de obras de vários autores, bem como de relatórios bem recentes
de organizações internacionais, como o das Nações Unidas e da OECD (2005), inclusive
com exemplos, até que níveis a participação pública eletrônica ou e-participação podem
ser medidos.

Para caminhar nesse sentido, nossa investigação sobre o tema se inicia pela busca de
respostas à pergunta: O que é participação pública?

Observamos que algumas pessoas dizem simplesmente que a participação é uma


atitude virtuosa por si mesma; outros se servem desta palavra apenas para legitimar planos
de ação predeterminados; outros tantos para realizar campanhas publicitárias com base na
opinião pública; e há ainda os que usam o termo para designar programas de informação ao
público ou descrever uma escuta pública no sentido de ouvir comentários acerca do que
uma instituição deveria fazer. A palavra participação também pode implicar um acordo
realizado com o público afetado (CREIGHTON, 2005).

Podemos verificar então que vários programas que anunciam ter o aval de uma
participação pública (ou do público) são lançados no mercado de acordo com a

30
interpretação que se queira aplicar a qualquer produto ou ação, seja do setor público, seja
do setor privado.

No nosso caso, e fazendo eco a uma afirmação de Creighton (2005), consideramos


que a participação pública é mais bem entendida como um continuum. E, se é um
continuum, há de fato um número infinito de pontos ao longo de uma escala que é preciso
levar em consideração, de acordo com o processo descrito por este autor. Ver figura 1

Figura 1: Continuum da Participação

Fonte: Creighton (2005, p. 9)

De acordo com esse modelo, programas de informação ao público constituem-se


essencialmente em um canal de comunicação de mão única, se for parte integrante de um
programa paternalista decide-anuncia-defende, derivado freqüentemente da literatura de
participação pública (CREIGHTON, 2005, p. 9). Contudo, ainda que a informação ao
público em si não constitua participação pública, é parte essencial de um processo efetivo
de participação pública. Em determinadas situações de interesse geral as pessoas não
podem participar a menos que recebam informações completas e objetivas que servirão de
base para suas avaliações.

Com a chegada da Internet, e a conseqüente disponibilização de informações online,


pode-se dizer que uma experiência em democracia mais abrangente, globalizada, vai sendo
compreendida. Com isso, estudiosos no mundo todo discutem o aperfeiçoamento dos
mecanismos democráticos. Cada vez mais a participação pública em tomadas de decisão no
âmbito governamental é considerada parte de uma definição que vem sendo
necessariamente vinculada à democracia. Sendo assim, é possível que a própria democracia
esteja se aperfeiçoando, como tantos pesquisadores afirmam, na medida em que novas
tecnologias de informação e comunicação vão sendo criadas.

31
Em termos estritamente político-governamentais, por exemplo, sabe-se que a
participação pública é hoje um requisito ou pré-requisito legal para determinados níveis de
tomada de decisões na maioria dos países desenvolvidos do mundo ocidental, como
destacam os relatórios da OECD (2003 Promise and Problems of E-democracy) e da
ONU (2005 Global E- Government Readiness Report).

Em relação aos países da Europa, mais de trinta e cinco países são signatários da
Convenção Aarthus, formalmente conhecida como Comissões Econômicas das Nações
Unidas para a Convenção Européia de Acesso à Informação, Participação Pública nas
Tomadas de Decisões e Acesso à Justiça em Problemas Ambientais, efetivada em 2001. O
comitê de governos signatários caminha no sentido de assegurar a participação pública e o
acesso à informação em todas as decisões ligadas ao meio-ambiente. A participação pública
também é um pré-requisito para o projeto de desenvolvimento econômico internacional
fundado pelo Banco Mundial e vários bancos da região. Muitas companhias conduzem
também políticas de participação pública como parte das decisões sobre gerenciamento de
recursos naturais, estabelecimento de serviços e limpeza ou reformas ambientais.

São muitos os teóricos políticos a argumentarem que a participação é uma


característica da definição da democracia moderna. Dois desses teóricos listados pelo
Relatório da OECD, os ingleses Pimpert e Wakeford, recentemente afirmaram: A
democracia sem a deliberação e a participação do cidadão é um conceito vazio e sem
significação (OECD, 2003, p. 30). Não obstante esta afirmação, verificamos em nossas
pesquisas que a participação pública não é um instrumento de cooperação recente e
característico do regime democrático que conhecemos. Já na época renascentista, em
Florença, na Itália, há um exemplo, citado por Creighton (2005), dessa natureza, em relação
à construção de galerias pluviais subterrâneas na cidade, quando toda a população foi
consultada antes da execução da obra. O que nos parece novo é o fato de a participação
pública no âmbito de tomada de decisões estar crescendo consideravelmente como uma
prática-padrão dos governos. Nos Estados Unidos e no Canadá, dois dos países mais
desenvolvidos tecnologicamente do mundo, por exemplo, todas as questões relacionadas ao
meio-ambiente, devem contar, por lei, com decisões tomadas com a participação pública.

32
2.2 As TICs e os cenários de uma nova democracia: a e-democracia

Como conseqüência desse crescimento na participação pública, é também em países


desenvolvidos tecnologicamente que desde a década de 1990 vem ocorrendo sensível
crescimento da demanda por novas ferramentas tecnológicas capazes de abranger maior
audiência e possibilitar melhores ambientes para o debate político, nos quais tais
contribuições fossem menos limitadas e mais aprofundadas.

Muitos observadores discutem o uso mais amplo da tecnologia no sentido de dar


suporte ao processo democrático. Coleman e Gotze (2001) apresentam os possíveis
cenários onde as novas tecnologias dão suporte para a democracia. Sinteticamente, esses
cenários de e-democracia poderiam estar fundados em quatro modelos, conforme pode ser
conferido no relatório da OECD (2003):

a) O primeiro modelo de e-democracia seria o lugar onde os suportes da tecnologia


convergiriam para a democracia direta. Também Becker e Slaton (2000) exploram o estado
atual e futuro das iniciativas da e-democracia que são designadas especificamente voltadas
para a democracia direta.

b) O segundo modelo é baseado em comunidades online, onde a tecnologia diz


respeito a apoios a movimentos sociais. A esse respeito, o trabalho de Rheingold (2000)
sobre as comunidades virtuais estabelece o impacto potencial das redes sociais,
questionando a relação entre comunidades virtuais e a revitalização da democracia. Há
descrições também de inúmeros projetos engajados com a e-democracia e as redes de
trabalho civil, descritos por Tsagarousianous et al. (1998 apud OECD, 2003, p.143).

c) O terceiro modelo de e-democracia refere-se ao uso de dispositivos tecnológicos


online para a aferição da opinião pública, através de pesquisas e sondagens. Em relação a
este modelo, Fishkin (1995) questiona se a opinião em votos contribui ou não para as
questões complexas de políticas públicas. Sua argumentação é a de que se os cidadãos não
tiverem um cuidado ou preparação a priori em relação ao tema a ser votado, ele conclui
que houve uma atitude criada num contexto de participação.

33
d) Finalmente, o quarto modelo enfoca o uso da tecnologia para engajar cidadãos
em deliberações, enfatizando o elemento deliberativo no interior da democracia.

Mais adiante, Coleman e Gotze constroem e definem o engajamento popular nas


deliberações do e-gov, nos seguintes termos:

Métodos de engajamento público podem ser descritos como deliberativos


quando encorajam os cidadãos a votar, discutir e pesar valores que competem
entre si como opções políticas. Tais métodos incentivam a formação da
preferência muito mais do que a simples asserção preferencial (COLEMAN e
GOTZE, 2001, p. 9).

Também Fishkin (1995) indica algumas condições gerais para a deliberação,


concluindo que tal deliberação requeria condições que religassem a cidadania ao processo
político, ou seja,

[...] que se promovam discussões, haja respeito mútuo, ativa participação e


abertura do processo a todos os grupos e extratos sociais. Precisamos criar
espaços públicos que efetivamente motivem os cidadãos a se tornar um
público , para o qual a realização desses valores seja possível (FISHKIN,
1995),

Nessa esfera pública, onde a e-democracia emergiu e onde está se desenvolvendo


cada vez mais em conformidade com a atualização das novas tecnologias de informação e
comunicação, como vimos, um novo canal de diálogo mundial se abre para a criação e
ocupação desse território de interação entre pessoas, organizações ou governos.

Nesse contexto, a questão que passa a ser discutida com maior intensidade entre os
estudiosos das redes é como criar as condições para que, a partir das possibilidades das
TICs e de seus operadores, sejam criados espaços de diálogos múltiplos e simultâneos que
favoreçam a fluidez, a articulação e a integração, ou seja, redes efetivamente potentes
capazes de ter influências nas políticas públicas. A esse respeito Maia nos faz ver que,

À primeira vista, as novas tecnologias de comunicação e informação parecem


oferecer diversas vantagens sobre os meios de comunicação tradicionais,
proporcionando um ideal para a comunicação democrática. Isso porque os seus

34
dispositivos interativos e multifuncionais oferecem novas possibilidades para a
participação descentralizada. (MAIA, 2002)

Tanto quanto pudemos observar ao longo de nossa investigação em grande parte da


bibliografia consultada sobre as TICs, também o argumento da autora converge para a
posição de que há um certo exagero determinista em relação à potencialização dessas
ferramentas na revitalização de instituições e práticas democráticas.

Não há mais dúvidas de que para se obter informações via Internet, basta uma
pessoa estar conectada à rede e ir clicando um botão. Nesses termos, a cada toque de um
dedo ela poderia, em tese, ver saltar à tela todas as informações de seu interesse, encontrar
pessoas, namorar, jogar, baixar músicas, assistir filmes etc. Trata-se de uma verdade: a
multiplicidade de aberturas e vínculos criam mobilidades e novas janelas capazes de
transformar uma realidade em uma multiplicidade de novas realidades, através do sistema
de buscas, links e hipertextos.

Todavia, esse aspecto tornou-se mais um tipo de apelo comum em comerciais,


vindos de empresas prestadoras de serviços de banda larga ou de provedores de acesso à
Internet, numa linguagem claramente dirigida aos mais jovens. Maia também aponta esta
tendência, ao afirmar que

Colocar a questão simplesmente nos termos de que a Internet é um instrumento de


democratização pode levar a diversos equívocos. Em primeiro lugar, se as novas
tecnologias podem proporcionar um ideal para a comunicação democrática, oferecendo
novas possibilidades para a participação descentralizada, elas podem, também, sustentar
formas extremas de centralização do poder. No mercado, empresas de larga escala e
provedores disputam o controle desses meios e vendem produtos num modo virtual rápido
quase sem fronteiras (Malina, 1999, p. 24; Moore, 1999, pp. 42-4). Isso fortalece o grupo
das elites transnacionais e pode beneficiar a expansão de grupos de orientação anti-
democrática. (MAIA, 2002)

Há muitos outros observadores que já se referiram a esse problema, salientando os


possíveis perigos de uma tecnologia direcionada para tal tipo de enfoque. O escritor

35
Benjamin Barber7, por exemplo, um dos citados no relatório da OECD (2003), ao mesmo
tempo em que ressalta o conceito de um fortalecimento democrático, com a criação de ativa
participação dos cidadãos onde nunca até então havia existido, mantém-se cauteloso em
relação à questão de se o uso da tecnologia poderia diminuir o senso da confrontação face a
face e aumentar os perigos de manipulação de certa elite do poder (OECD, 2003).

Nesse mesmo sentido, precisamos avaliar o que Maia afirma em seu artigo:

[...] é preciso levar em consideração que, para fortalecer a democracia, são


necessárias não apenas estruturas comunicacionais eficientes ou instituições
propícias à participação, mas também devem estar presentes a motivação
correta, o interesse e a disponibilidade dos próprios cidadãos para se engajar em
debates. As novas aplicações tecnológicas, independentemente de favorecer ou
dificultar a democracia, devem ser pensadas de maneira associada com os
elementos sócio-históricos próprios dos atores sociais e com os procedimentos
de comunicação estabelecida entre os sujeitos comunicantes (MAIA, 2002)

2.2.1 As TICs e o complexo de conteúdos da rede

Quando nos referimos às formas de favorecer ou facilitar a geração de espaços para


a criação de diálogos que motivem a participação do público em assuntos que o interessa,
que pode ocorrer nas relações no nível macropolítico ou nas relações no nível micropolítico
indivíduo-coletivo na rede, estamos tratando do e-engajameto ou engajamento na rede
social eletrônica.

Nesse momento desta pesquisa, vamos analisar esta rede sob a forma de um
complexo de conteúdos disseminados numa teia extremamente extensa, por
computadores conectados no mundo todo, sem centro e sem fronteiras nacionais. Ou seja,
que a web constitui-se sob um enfoque altamente volumoso de informações de toda

7
Benjamin Barber se tornou conhecido por seu artigo Jihad vs. McWorld , na qual expõe sua visão dualista
para a organização geopolítica global num futuro próximo. Os dois caminhos que ele enxerga não apenas
como possíveis, mas também prováveis são o do McMundo e o da Jihad. Mesmo que se utilizando de um
termo específico da religião islâmica (cujo significado, segundo ele, é genericamente luta , geralmente a
luta da alma contra o mal , e por extensão guerra santa ), Barber não vê como exclusivamente muçulmana
a tendência antiglobalização e pró-tribalista, ou pró-comunitária. Ele classifica nesta corrente inúmeros
movimentos de luta contra a ação globalizante, inclusive ocidentais, como os zapatistas e outras guerrilhas
latino-americanas (Disponível em Wikipédia < www.wikipedia.com.br>. Acesso em 10/02/2002)).

36
natureza e sobre qualquer objeto e, nesse sentido, a Internet ultrapassa a tradicional
distinção entre as diversas modalidades de veículos de comunicação . (MAIA, 2002).

Sob esta perspectiva, as agências de notícias internacionais ou oficiais são uma


parte desse universo, atuando da mesma forma que a mídia tradicional de massa, com
monopólios e controle da informação.

A grande diferença em se obter informações na Internet e na mídia massiva é que,


na primeira, diferentes indivíduos em contato podem transformar-se em parceiros de
provedores de informações distribuídas em um ambiente de conexão. Então, além da
prática de conexão isolada de um usuário da rede, a Internet proporciona uma conexão
coletiva que pode chegar a ser amplas conferências virtuais.

É nesse lugar, uma arena de conversações, onde as redes podem se desdobrar em


infinitas redes, o lugar totalmente fecundo para as práticas sociais políticas. Nesse sentido,
a Internet, como canal privilegiado de comunicação, pode efetivamente baixar os custos da
participação política, configurando um sistema de interações, através do qual o público e os
políticos, por exemplo, podem trocar informações, consultar e debater, de maneira direta,
contextualizada e sem obstáculos burocráticos.

Todavia, ainda que se possa encarar esse processo como uma prática quase
inexistente, são aspectos positivos a serem levados em conta quando se pretende enfocar a
questão da revitalização dos diálogos democráticos.

Nesse contexto, o que consideramos o mais importante é que com o surgimento da


Internet e o avanço expressivo das novas TICs e suas possibilidades, os governos passaram
a enfrentar pressões em relação às expectativas públicas no âmbito democrático.

Sendo assim, e partindo do pressuposto de que não há mais uma única democracia,
já que se trata de um trabalho em progressão, como concordam pensadores influentes como
Fishkin (2002), Lévy (2003)8 e Creighton (2005), entre outros, e que nesta arena há
múltiplas vozes concorrentes que querem e devem ser ouvidas, como acenamos no Capítulo

8
Ciberdemocracia e o conceito de ágora virtual.

37
I. Dada a evidente amplitude do tema, trataremos aqui não de tentar definir as formas de
democracias que se discutem9, mas de analisar alguns pontos que podem ser considerados
expressões democráticas públicas na relação governo-cidadão ou governo-coletividade no
espaço público.

2.3 E-gov: o governo pode corresponder às expectativas públicas?

Uma das primeiras questões colocadas como evidência pelos pesquisadores de e-


engajamento que consultamos é que, para os governos, a participação pública por meio
eletrônico reduz os custos em relação a outras formas de participação política, pois permite
envolver diferentes parceiros de interlocução desde a troca de e-mails, numa base cidadão-
cidadão, podem ser utilizados os chats e os grupos eletrônicos de discussões, entre dois ou
mais participantes, e até promover amplas conferências.

Esses elementos constituem um potencial de interação inédito se comparado com os


veículos de comunicação de massa tradicionais. A rede pode proporcionar um meio através
do qual o público e os políticos podem se comunicar, trocar informações, consultar e
debater, de maneira direta, rápida e sem obstáculos burocráticos, desde que os governos
direcionem esforços para esse fim, pois inclui um aprendizado e exercício democrático
mútuo por parte dos governos e do público. Do mesmo modo, no âmbito da sociedade civil,
não há dúvidas de que as comunidades virtuais estão criando plataformas suplementares,
importantes para a participação política.

Se as possibilidades democráticas podem ser influenciadas pelas novas TICs, já que


podem favorecer o modo pelo qual as pessoas, em grande número, interagem e se
comunicam, suas ferramentas podem de fato se constituir em meios para a configuração
institucional de potenciais reformas democráticas, levando-se em consideração os possíveis
mecanismos institucionais de consulta à opinião pública online, sejam oficiais ou não-
oficiais.

9
Por exemplo, o conceito de democracia indireta x democracia direta: a primeira se referindo a tomada de
decisões por representantes eleitos por votação e a outra que só recebe poderes que uma assembléia geral
quiser dar-lhe é um tema que vem sendo discutido na rede (Wikipédia).

38
Uma análise preliminar, e considerada genérica por seus organizadores em termos
de resultados de pesquisas publicadas pela OECD (2003), demonstra de que modo as TICs
se constituem ferramentas poderosas no engajamento dos cidadãos em programas de
políticas públicas. A análise, elaborada a partir de uma série de estudos de casos em países
que usam as TICs como prática corrente e emergente, coletados em 2002, mostra o nível de
e-engajamento dos cidadãos. Segundo a fonte, apesar da experiência ser ainda limitada, em
relação à atualização dos dados, algumas lições iniciais já emergiram:

a) A tecnologia é um facilitador e não uma solução;

b) A provisão de informação online é uma pré-condição para a


participação, mas a quantidade não significa qualidade. Promoção e
moderação competente são elementos-chave para efetivas consultas
online.

c) As barreiras para uma maior participação dos cidadãos online nas


políticas são culturais, organizacionais e constitucionais e não
tecnológicas. Esses desafios requerem maiores esforços para a
conscientização e a capacitação das equipes técnicas dos governos e
também dos cidadãos.

2.3.1 A questão da escuta: opinião pública e representação popular

Diante dos resultados das pesquisas da OECD (2003; 2005) e também de acordo
com nossas investigações em outras obras bem atualizadas, como o Relatório da ONU
(2005), pudemos constatar que a maior crítica que se faz hoje à democracia que nos
habituamos a considerar continua sendo em relação aos mecanismos tradicionais de
representação e decisões políticas centralizadas dos governos. Ou seja, os representantes
eleitos ou órgãos do governo ouvem de alguma maneira os eleitores ou cidadãos em
tomadas de decisão que os envolvem? Se ouvem, fazem-no também pela rede? De que
forma? Participam de comunidades? Tais respostas poderiam ser motivo para uma outra
tese de dissertação.

39
Por ora, nos limitaremos, portanto, a introduzir uma discussão que se relaciona com
a avaliação dos níveis possíveis de governança com participação pública na democracia
representativa. Como esclarecimento, é preciso dizer que nosso procedimento de
investigação tomou como base inicial a perspectiva democrática representativa norte-
americana, devido ao fato de o modelo de consulta popular, tanto do ponto de vista político,
quanto do ponto de vista mercadológico, ou seja, do consumidor de produtos e serviços, ser
tradicionalmente muito utilizado, o que provoca uma notável experiência em termos de
velocidade no aperfeiçoamento dessa técnica nos Estados Unidos, o que evidentemente tem
implicações nos padrões dos demais países do Ocidente.

No contexto de democracia norte-americana, a escolha das decisões governamentais


relaciona-se tradicionalmente com consultas à opinião pública, muitas vezes baseadas em
noções de consenso, maioria absoluta ou relativa, e outras medições quantitativas, ou seja,
baseia-se em números e/ou percentuais de votos. Um exemplo desse modelo de consulta é o
referendo popular do tipo plebiscitário e as eleições primárias para a presidência da
República, com seus votos distritais. Contudo, sabe-se que votações desse tipo têm grandes
limitações, sendo a principal delas a de muitas vezes refletir apenas o estado da opinião
pública na hora da votação, não implicando necessariamente uma vontade firme, baseada
em informações claras, segundo análise de Fishkin:

Embora as pesquisas de opinião estejam intimamente alinhadas à democracia


direta (oferecidas originariamente por George Gallup [...] como um substituto
para a democracia direta, a ponto de serem chamadas de referendo de
amostragem), elas utilizam amostras estatísticas que representam ou falam pelo
restante do público. Nesse sentido, os membros dessa amostra representativa
são escolhidos por um processo científico aleatório, e não por uma seleção. Mas
continuam sendo representantes do público. (FISHKIN, 2002, p..27)

Prosseguindo por essa linha analítica, este autor afirma que esse tipo de pesquisa de
opinião reflete a opinião pública bruta, tipicamente debilitada, mas real. Para ele, tanto o
referendo como as eleições primárias, como ocorrem nos Estados Unidos, refletem a
opinião pública como ela é, mas ao mesmo tempo são frágeis, porque geralmente o eleitor
não é bem informado e assim, muitas vezes, é manipulado por grandes campanhas. Ele tem
a convicção de que uma boa quantidade de provas das Ciências Sociais foi acumulada a

40
fim de sustentar o ponto de vista de que os cidadãos são, quase sempre, racionalmente
ignorantes sobre a política e as questões públicas (FISHKIN, 2002, p.40).

Em contraposição a esta opinião pública bruta, Fishkin apresenta-nos a opinião


pública refinada10. Segundo ele, esse segundo tipo de opinião pode ser entendida como:

[...] uma opinião emitida após ter sido testada, pensada e comparada com os
argumentos e informações oferecidos conscientemente por outros que tenham
uma visão oposta, num contexto onde a informação relativamente confiável seja
disponibilizada (FISHKIN, 2002).

Uma definição de opinião pública bruta para o autor seria a opinião não submetida
ao tipo de processo acima descrito.

As instituições que, segundo este autor, buscam o refinamento por um conjunto de


métodos de seleção, no mínimo, são sensíveis não apenas àquilo que os eleitores pensam na
hora em que votam, mas ao que pensariam se estivessem mais bem informados.

Considerando alguns mecanismos do tipo mais refinado, cujo uso já pode se fazer
sentir em experiências na Internet, ele se ateve a responder a duas perguntas básicas
relacionadas a o quê? e quem? , ou seja, que formas de opinião pública estão sendo
expressas e avaliadas e de quem é a opinião?

Segundo Fishkin, correspondendo a cada uma das duas noções de opinião pública,
existe uma imagem comum de como funcionam as instituições democráticas norte-
americanas, desde seu nascimento:

Os fundadores da América se basearam na metáfora do filtro. As instituições


deveriam refinar a opinião pública através do processo de deliberação. Os
opositores do filtro de elite (elite filtering), a começar pelos antifederalistas,
basearam-se numa noção de representação diferente. Os representantes deveriam
servir o máximo possível como espelhos do público e de suas reais opiniões. O
filtro cria representações projetadas, mas deliberativas da opinião pública como
ela é, mesmo sendo debilitada ou desatenta (FISHKIN, 2002, p.21).

10
Fishkin utiliza o termo refinada, como foi usado na famosa expressão de Madison, no Federalist no. 10 ,
quando este se referiu aos representantes como agentes para refinar e ampliar a visão do público. (FISHKIN,
2002).

41
Este foi o modelo que os federalistas acreditavam representar uma versão reduzida
do bem público: o espelho é um retrato da opinião pública, enquanto que o filtro
deliberativo fornece um retrato projetado da opinião pública de como seria, caso fosse
refinada e ampliada . Com o passar do tempo, a ênfase federalista sobre a deliberação e a
discussão pode ter dado lugar a uma forma de democracia incorporada em referendos e
outras instituições da democracia, que perdura ainda hoje como uma definição de opinião
pública. Podemos dizer que, nas instituições democráticas atuais, a opinião pública consiste
em uma mistura de filtro e espelho (FISHKIN, 2002).

De acordo com dados de um relatório da OECD (2003), sobre a e-participação e o


e-engajamento, muitos órgãos de governos ou agências internacionais começaram a usar
esses dois mecanismos para promover a escuta da participação pública. Através destes,
segundo a publicação, o público pode ser consultado em determinados estágios de
discussão de ações ou propostas, ter maior acesso a informações tecnológicas e técnicas,
por meio de relatórios com dados. Por exemplo, se a questão é o estabelecimento de um
impacto ambiental ou reposição de informações acerca dos já estabelecidos, o público
envolvido teria acesso a todos os estudos e documentos relevantes, antes de emitir sua
opinião. Sendo este canal de comunicação constituído por uma via em duas mãos, poderia
ser chamada de consulta ao público que implica a participação no modo deliberativo, ou
seja, num governo e cidadão participando de uma decisão numa via de duas mãos (C2G),
(OECD, 2003).

No caso de alguns países, esses mecanismos já são referidos como procedimentais


para a participação pública ou até mesmo como um estilo de checagem da participação
pública, como aponta a OECD. Eles têm uma importante função na ausência de outros
tipos de participação pública porque promovem um determinado grau de abertura e criam
um testemunho gravado e legal, no qual as decisões podem ser baseadas e encaminhadas à
Justiça, se necessário. Por outro lado, podem se tornar simplesmente um procedimento
reivindicativo com o qual a agência pode manipular, de modo que não tenha muito impacto
na decisão e nenhuma chance de colaborar na solução de um problema comum.

42
Diante dessa realidade, perguntamos então se é possível criar possibilidades para
que, a partir das TICs e de seus operadores, sejam desenvolvidos espaços de diálogos
múltiplos que favoreçam a fluidez na comunicação G2C, sejam um meio de articulação e
integração de vários setores da população e órgãos do governo. Em outras palavras, até que
ponto é possível criar uma cultura de participação pública usando a rede informatizada,
capaz de ter influências nas políticas públicas, onde antes da Internet ainda não existia. A
próxima sessão nos levará um passo adiante na resposta a esta questão que se constitui um
problema fundamental que levamos à discussão em nossa pesquisa.

2.4 Abordagens de diálogos interativos para a boa governança

Quem participa de diálogos interativos? Muitos poderiam responder, de modo


imediato, que quem deve participar dos diálogos com o governo é quem está envolvido de
alguma maneira numa prática social política, que alguns nomeariam simplesmente, um
cidadão enquanto um eleitor que tem a obrigação de ir às urnas votar em seus
representantes.

Não se trata aqui de nos alongarmos em teorias sociológicas e políticas do que


venha a ser ou deveria ser um cidadão ou em termos de respeito aos direitos da cidadania. É
sabido que há uma tendência da população, que poderíamos chamar de majoritária por parte
dos que se julgam representados por esse tipo de voto, ao menos no caso do Brasil, que se
habituou a relacionar um problema ou a participação na discussão de um problema, apenas
à reivindicação de sua solução, em nome de um tipo de cidadania ou de direitos do cidadão.

Entendemos que esse tipo de atitude reivindicativa produz uma desfocagem no


problema, a ponto de separar o indivíduo ou o coletivo de sua potência de participar
criativamente dos processos em discussão, fazendo com que este indivíduo isoladamente
ou em grupo passe apenas a reclamar ou exigir seus direitos enquanto cidadão. Trata-se, a
nosso ver, de uma contraface do reconhecimento de um poder autoritário que alguns
governos democráticos com um nível de discurso mais aberto, dizem pretender abolir.

43
No caso dos diálogos interativos vinculados a um modo de e-participação do
público em tomadas de decisão do governo, nos servimos de alguns conceitos de diálogos e
comunicação como respostas às indagações deste item.

Em princípio, sabemos de antemão que a compreensão da comunicação como


diálogo é o modelo de comunicação mais imediato, mais influente e, portanto, o mais
utilizado na linguagem cotidiana, seja por meio das metodologias de ensino, seja no
trabalho, seja pela mídia, conseqüentemente pela população em geral.

Ainda que nossa pesquisa não pretenda se ater em aprofundar definições lingüísticas
ou mesmo debater teorias das comunicações sociais, consideramos relevante nesse
momento apresentar algumas distinções em relação a alguns argumentos de Habermas em
sua Teoria de Ação Comunicativa e uma prática de mediação de diálogos, ou seja, noções
que implicam a comunicação, a linguagem e o diálogo tendo em vista uma deliberação
coletiva.

Em relação à possibilidade de dominação a partir da disseminação tecnológica, a


linguagem ou o que Habermas (1996) define como forma de socialização e individuação
determinada pela comunicação na linguagem corrente pode se tornar um perigo tendo em
conta a noção de racionalidade comunicativa, segundo o autor.

De acordo com esta teoria de Habermas, o advento da modernidade trouxe em seu


bojo as condições para o desenvolvimento de uma racionalidade comunicativa, ou seja,
constituída por uma interação comunicativa de sujeitos capazes de linguagem e ação a fim
de obter entendimento:

[...] a intrusão administrativa e a constante supervisão desgasta os contatos e a


estrutura comunicativa nas famílias, escolas, vizinhanças e poder local. A
destruição das condições de vida solidária e a paralisia das iniciativas e do
engajamento independente pela regulação exacerbada pressionam grupos sociais,
associações, redes; com a doutrinação e a dissolução das identidades culturais,
sufocando a espontaneidade da comunicação coletiva. A racionalidade
comunicativa está, dessa forma, destruindo o contexto da comunicação em
ambos, público e privado (HABERMAS, 1996,.).

44
Todavia, esta noção de entendimento dialógico como objetivo da comunicação é
criticada por alguns autores como, por exemplo, o sociólogo e educador Bourdieu (1991),
para quem a comunicação não deve ser sinônimo de disputa, pois, nesse caso, uma situação
comunicativa se basearia no melhor argumento. Este autor considera, por exemplo, que a
formação de esquemas de linguagem e pensamento teria muito mais a função de integração
cultural.

No caso de Habermas, a comunicação não é uma simples troca de sinais


lingüísticos, como parte de teóricos lingüistas afirmam, mas trata-a como um fundamento
nuclear, a partir do qual os processos sociais podem ser compreendidos e, com isso, podem
também modificar a realidade. Nesse sentido, o diálogo seria o caminho para a
problematização e a superação de divergências e conflitos.

Podemos dizer que se delineiam como pontos centrais da Teoria da Ação


Comunicativa os seguintes: a compreensão da comunicação como interação, a centralidade
da linguagem como meio privilegiado de entendimento de onde parte sua noção dialógica
e a compreensão do entendimento como objetivo da comunicação.

O que entendemos a partir dessas premissas é que, se toda a comunicação é mediada


por relações de poder que foram social e historicamente construídas, a comunicação via
Internet não pode ser neutra e destituída de uma conotação política, ou seja, é resultado de
uma relação de poder.

Do mesmo modo, os fatos não são isolados do domínio de valores ou estão fora de
algum registro ideológico. Os estudos sobre os efeitos e impactos das novas tecnologias,
especialmente a Internet, não podem deixar de lado um contexto social e político mais
amplo. Dessa perspectiva, em qualquer sociedade ou comunidade, alguns grupos seriam
privilegiados em relação a outros.

Não obstante essas preocupações, e retornando à pergunta inicial desta seção, ou


seja, Quem participa dos diálogos interativos?, podemos dizer que as novas TICs têm o
potencial de gerar meios e os espaços e ampliar as oportunidades de os indivíduos
participarem e influírem, desde que saibam onde e em que condições devem formular os

45
problemas, para que os agenciamentos coletivos de enunciação possam se expressar,
estimulem a transparência das disposições do diálogo dos lados envolvidos, ou seja,
participem mais ativamente das discussões na esfera pública e, assim, influenciem nos
níveis das tomadas de decisão pelo governo ou por seus representantes eleitos.

Quanto às relações implícitas à questão como formular os problemas, podemos


dizer, em primeiro lugar, que um problema não se inscreve como um fundamento nuclear
ou um significante primeiro ao qual os indivíduos acessariam por disputas ou diálogos,
buscando um consenso, como entende Habermas (1996). Não há uma unidade que
fundamente a comunicação a priori e fora da própria relação de comunicar ou do próprio
ato de comunicar. Entendemos que, do ponto de vista da comunicação semiótica, um
problema é produzido a partir do modo como as relações são estabelecidas. Se houver o
elemento confiança, espaço e diálogo nesse ambiente comum, a capacidade de
comunicação se amplia, o que também amplia a capacitação e a sensibilidade de quem quer
se comunicar, tornando-se capaz de intervir em maneiras de existir, de pensar e de se
expressar num grupo, numa comunidade, no espaço social, enfim. Nesses termos, a
comunicação é muito mais uma ressonância do que um exercício de dominação.

2.4.1 Mediação de Conflitos e Perspectiva Geradora

Se considerarmos que as novas tecnologias de comunicação e de interconexões na


Internet podem ser consideradas ferramentas poderosas como meio de participação pública
no nível do governo online, é necessário que os gestores e programadores que estudam esta
forma de participação, saibam como facilitar ou mediar os diálogo nas comunidades que
começam a se envolver com ela, por exemplo, pelo modo dos programas de Inclusão
Digital, a fim de promover os feedbacks.

Nesse sentido, gostaríamos de contribuir para essa discussão, por meio desta
dissertação de mestrado, apoiando-nos em concepções retiradas das práticas de mediação
na comunicação em grupo utilizadas pela equipe do Programa Acessa SP, no Programa de
Capacitação dos Monitores dos Infocentros, para atendimento dos usuários no dia-a-dia.
Tais práticas, que emergiram com teóricos e profissionais construcionistas sociais

46
sistêmicos11, serviram como alternativas eficientes em relação aos modelos tradicionais de
diálogos conflitantes do tipo vencer ou perder.

De acordo com a dinâmica de conversações do construcionismo social, não há


fórmulas preestabelecidas para distinguir e apreender aquilo que é comum ou
marcadamente diferente, além das que surgem do itinerário singular de cada processo de
mediação.

Num processo de mediação desse tipo, a perspectiva geradora convida a


sustentar uma abertura reflexiva para a diversidade, o inesperado, as
singularidades que não pertencem aos códigos dominantes, com os quais os
participantes e os mediadores chegam à mediação, e a discernir aqueles
elementos que não necessariamente se adequam à teoria ou visão do mundo ao
qual aderem (SCHNITMAN e LITTLEJOHN, 1999).

Por outro lado, a visão geradora questiona o mediador, enquanto exterior ao


sistema, e propõe sua inclusão como participante na construção do diálogo; considera os
protagonistas como construtores de conhecimento e ações na resolução de conflitos; adere a
perspectivas multidimensionais e complexas, à pluralidade, a um aumento na sensibilidade
para a construção social da realidade, ao interesse pela criatividade e a emergência do novo;
bem como promove o abandono dos modelos centrados exclusivamente em problemas e
déficits (SCHNITMAN E LITTLEJOHN, 1999).

Como as pessoas manejam os conflitos com estratégias diversas, é possível que


aconteçam circunstâncias em que os participantes não possam dirimir os termos das
contradições, que estejam desorientados, e isso os impeça de formular cursos de ações
possíveis, ou que ainda não possam reconhecer a si mesmos como parte ativa da construção
de possibilidades devido às contradições em que estão envolvidos.

11
Construcionismo Social é o nome que passou a designar o movimento de crítica à Psicologia Social
modernista que tem sua principal referência teórica em Kenneth Gergen. Em dois artigos hoje célebres,
Social Psychology as History de 1973, e The Social Constructionist Movement in Modern Psychology ,
de 1985, Gergen traçou os fundamentos críticos e o panorama dessa abordagem da Psicologia Social, que se
baseia em três grandes pressupostos: O primeiro é que a realidade é dinâmica, não possuindo qualquer tipo de
essência ou leis imutáveis. A segunda é que o conhecimento é somente uma construção social, baseado em
comunidades lingüísticas. A terceira é que o conhecimento tem conseqüências sociais, e que são estas que
devem determinar se ele é válido ou não (Schnitman , 1996).

47
Nesses momentos, os mediadores ou facilitadores de discussão em grupo,
presencialmente ou online, podem intervir na estratégia de diálogo na interconexão em
redes, através da produção de uma linguagem comum, capaz de propiciar a liberação de
conflitos em canais de comunicação, bem como criar conexões entre diferentes setores
dessas práticas sociais, numa cartografia mais direcionada às noções de micropolíticas ou
atitudes políticas mais localizadas, entendidas não em termos de um território fixo, mas de
interesses comuns.

É por essa via do diálogo interativo que entendemos que as TICs podem também ser
utilizadas para reforçar a sociedade civil e caminhar de modo mais firme rumo a processos
democráticos cada vez mais participativos na hora da tomada de decisões do governo. A
estratégia da interconexão na rede, através da linguagem comum, pode propiciar também a
emergência e consolidação de novos canais de comunicação e conexão, capazes de intervir
nas discussões com diferentes atores que se dizem apolíticos. Nesse sentido, a
comunicação, a nosso ver, pode se converter em um diálogo a partir de uma interação que
projeta conjuntamente os interlocutores no discurso e na ação, que são inerentes a posturas
políticas. Pode-se dizer com isso que a concretização da escuta dos discursos e práticas pela
equipe de cooperação técnica pode ser valorizada no âmbito da linguagem das práticas
sociais coletivas.

A participação pública (do público) se faz ressoar, desse modo, pela intersecção
com os objetivos mais imediatos ou locais, ou seja, de uma governança12 local para a
global, entrecruzando-se objetivos, metas e indicadores operados por meio de interfaces,
prioridades e ações multilaterais.

Está claro que, com as mudanças nos modos de produção contemporâneos e


conseqüentemente na economia global, houve significativas mudanças também nas
possibilidades democráticas.

12
Não existe um consenso em relação ao conceito de governança, que vai se adaptando na medida em que se
move dentro de âmbitos políticos distintos ou mesmo em âmbitos econômicos. Rhodes (2000) indica sete
definições, de acordo com o campo em questão 1) governança corporativa; 2) nova gestão pública; 3) boa
governança como um conceito normativo (good governance); 4) interdependência internacional; 5 sistemas
sócio-cibernéticos; 6) economia política; e 7) redes (SAMPAIO, 2001).

48
Como, inclusive, nos dizem Hardt e Negri (2005), não se pode responder à pergunta
O que fazer para tornar o mundo mais democrático e tampouco apresentar uma proposta
única de ação concreta para a participação pública, mas é possível delinear alguns novos
conceitos de respostas democráticas, capazes de transformar o velho discurso de uma
bandeira hasteada a favor de que o povo deve reivindicar sua participação , para um novo
discurso muito mais vivo em que uma multidão é capaz de interagir produtivamente nas
questões que a afeta em vários aspectos da vida.

2.5 Em que medida o e-gov está preparado para o engajamento público: algumas
formas de avaliação

Até este momento de nossa desta dissertação, vimos alguns aspectos da participação
pública e como as novas tecnologias de informação e comunicação, sobretudo a Internet,
constituem um modo privilegiado como canal ou meio de um diálogo interativo entre a
opinião pública e processos que impliquem a participação pública no contexto democrático.

Vamos investigar, a partir dessa parte do Capítulo II, como o público pode se
engajar em programas públicos na era do governo eletrônico, além dos habituais usos que
vêm ocorrendo, como as votações eletrônicas implantadas pelo governo brasileiro desde
1996. Em segundo lugar, quisemos verificar em que nível escalar ocorre a participação
pública, enquanto uma atitude voluntária, não obrigatória, mas de colaboração no Brasil e
no mundo.

Será que o processo de tomadas de decisões em nível global está aberto para o
envolvimento da maioria da população nas tomadas de decisões de políticas públicas, de
modo que os cidadãos possam esperar tornarem-se donos de seus destinos? Não seria um
perigo se o e-engajamento fosse uma chance para o surgimento de uma forma de tecno-
populismo, fazendo crer que tanto os que tivessem melhores recursos quanto os que
quisessem gritar mais alto fossem mais confiáveis do que outras vozes do público e
viessem a dominar o debate?

Podemos dizer, por experiência própria, que essas perguntas estão sendo
consideradas como pontos fundamentais para estudiosos e gestores de programas de

49
inclusão digital, no Brasil, como é o nosso caso, que se deparam com a tarefa de avaliar
esse trabalho, que teve início na década de 1990, e sua implantação no Brasil, em 2000.

A esse respeito o relatório da OECD (2002) apresenta um modelo em três estágios


de e-engajamento, que serve como um bom parâmetro para a apreensão dos estágios de
participação que se conhecem hoje no mundo e que se constituem nos seguintes níveis:

. Informação: uma relação num nível em que o governo produz e transmite


informação para uso dos cidadãos. Abrange tanto o acesso passivo à informação
para as demanda dos cidadãos quanto medidas ativas pelo governo para
disseminar informações aos cidadãos. Os exemplos incluem acesso a documentos
públicos, ao noticiário oficial e a websites do governo.

. Consulta: um modo de relação em duas vias, no qual os cidadãos remetem


feedback ao governo. É baseada numa definição prévia do governo a respeito de um
determinado assunto e quer saber a visão dos cidadãos, para obter deles
informações. Exemplos desse tipo incluem as enquetes de opinião pública e
comentários sobre legislações.

. Ativa participação: uma relação baseada numa parceria com o governo, na


qual os cidadãos participam ativamente na decisão e no processo político
deliberativo. Reconhece-se um papel para os cidadãos em propor opções e
formulações no diálogo político, embora a responsabilidade da decisão final ou
reformulação política permaneça com o governo.

Como já vimos, através de uma abordagem de Creighton (2005), a informação ao


público constitui-se parte fundamental de um programa de governo, ainda que seja uma via
de comunicação de mão única. Todavia, para muitos comentadores que argumentam a favor
da necessidade da participação no nível deliberativo, este estágio é de fundamental
importância para que o governo invista em ferramentas e formas de aprendizado do seu
uso, para que as informações sejam compreensíveis para todo o tipo de público, de forma
que o próximo estágio a e-consulta com vistas à e-deliberação mediada em fóruns de
discussão ganhe qualidade em termos de sua participação.

50
2.5.1 Dois exemplos de processos de participação pública

Como bons exemplos dos níveis de participação pública que foram devidamente
analisados desde o estágio inicial, ou seja, da identificação de uma proposta de projeto
político até o término participação do público, através de consultas eletrônicas, até o
encaminhamento ao poder público, com vistas à elaboração de programa de governo ,
apresentamos os seguintes:

Exemplo 1:

Enquete Parlamentar Online sobre Violência Doméstica, no Reino Unido:

Descrição:

Em março de 2000, o Grupo Parlamentar Pluripartidário de Violência


Doméstica fez uma consulta online, com mulheres que sobreviveram a esse tipo de
violência. A proposta era permitir que mulheres que enfrentavam o problema
fornecessem as evidências diretas para os parlamentares que investigavam o tema.
Esta foi uma iniciativa pioneira que usou as TICs efetivamente para abrir um
processo parlamentar para um grupo de pessoas cujas vozes não eram ouvidas.

Estágios:

a) a discussão transcorreu durante um mês (de 1º de março a 1º de abril


de 2000). O processo de localizar e registrar mulheres que participaram
da pesquisa teve início cinco meses antes do início da consulta e foi
levado adiante por funcionárias dos grupos de mulheres e de centros de
refugiadas. As participantes tiveram de se registrar e obter uma senha
de usuária que lhes permitiam ter acesso seguro no fórum de discussão
(Womenspeak). Os parlamentares também obtiveram senhas para
acessar esse fórum.

b) O website que hospedava a discussão online usou um design claro e


amigável para o usuário. Havia uma explanação sobre a consulta,
informações importantes sobre a questão política e links para as

51
organizações. O aspecto interativo do website permitia que as mulheres
enviassem mensagens diretamente ao site ou simplesmente lessem
outras contribuições.

c) Acesso à tecnologia: cada refúgio ou centro de mulheres refugiadas se


responsabilizou em dar suporte às participantes, com número suficiente
de computadores em suas instalações ou providenciar pontos de acesso
em estabelecimentos de serviços públicos.

d) Uma série de questões em aberto foi listada no campo das consultas,


desenvolvida por funcionários ou grupo de analistas consultores,
mapeando as principais áreas com violência doméstica. Embora as
questões se dirigissem para o foco da discussão, as participantes
podiam levantar outras questões.

e) Um monitor voluntário assessorava nas discussões e acrescentava


informações ao website.

Estágio no ciclo de projeto político

Agenda: A consulta envolveu o público na agenda do ciclo de projetos


políticos do Reino Unido. As participantes foram avisadas que estavam
fornecendo provas à enquete parlamentar e que poderiam causar um efeito no
processo um projeto político.

Órgão do governo envolvido:

A consulta envolveu um Grupo Parlamentar Pluripartidário que tinha


interesse no tema específico.

Grupos-alvo envolvidos

A consulta destinava-se ter conhecimento sobre as necessidades de mulheres


envolvidas que sofreram violência doméstica e abrangeu várias classes
socioeconômicas. Muitas delas não tinham experiência com a Internet e estavam

52
vulneráveis, dadas as circunstâncias. Os organizadores deram treinamento e suporte,
um lugar reservado para o acesso à Internet e garantias na área de discussão do site.
Esses fatores foram importantes para que a consulta obtivesse sucesso.

Feedback

Um total de 199 mulheres participaram enviando 960 mensagens. A consulta


forneceu informações para o trabalho do Grupo Parlamentar Multipartidário da
Violência Doméstica. Os resultados foram sintetizados em um relatório preparado
pela Sociedade Hansard e apresentado para a Ministra da Mulher do Reino Unido,
Tessa Jowell. No Parlamento, o primeiro ministro Tony Blair afirmou ter conhecido
a pesquisa. A consulta colocou em foco a experiência das sobreviventes da violência
doméstica de um modo direto e poderoso e permitiu que elas se comunicassem
diretamente com os parlamentares e o poder executivo.

A satisfação obtida com a consulta online e em forma de documento. Os


organizadores receberam um bom feedback das participantes em relação à consulta.

Resultados:

A maioria (94%) disse que a consulta foi um excelente exercício.

Uma maioria também (92%) sentiu que tinha aprendido algo com a contribuição
das outras.

Acima de três quartos das participantes (78%) disseram que seria bom
prosseguir com a discussão.

O feedback demonstra que a consulta online permitiu que as mulheres


participantes compartilhassem suas experiências de violência doméstica com
mulheres em situações similares. A Internet propiciou um fórum seguro e garantido
para que a discussão fosse conduzida.

Se houve alguma insatisfação entre as participantes, ela diz respeito às


contribuições dos parlamentares: acima de um terço das participantes ou 39%. Entre

53
os comentários negativos constavam uma única ou superficial contribuição de
alguns deles. O exercício, não obstante, foi reconhecido por oferecer um novo e
efetivo modo de um grupo de pessoas tradicionalmente marginalizadas ganhar
evidência.

Tecnologias específicas utilizadas

Um website dedicado à questão e discussões online reservadas.

Trabalho em parceria

Um fator chave para o sucesso da iniciativa foi a parceria realizada com


organizações e centrais de mulheres. Elas tiveram uma parte importantíssima na
divulgação da consulta: atingir a audiência alvo e dar suporte aos participantes.

Confidencialidade

As mulheres participaram usando um outro nome em vez do verdadeiro. Tal


medida assegurou a confidencialidade, o que encorajou as participantes a falar
aberta e honestamente sobre suas experiências, o que ajudou muito nas consultas
iniciais.

Obstáculos Identificados

Lidar com as expectativas das participantes

Alguns parlamentares expressaram que o formato da Internet dava às


participantes a impressão de que elas receberiam uma resposta instantânea aos
problemas e questões que apresentaram aos membros do parlamento. Eles não só
não poderiam dar as respostas, como ler todas as contribuições, por falta de tempo.
Alguns deles sugeriram que seria útil se os organizadores fizessem semanalmente
resumos dessas contribuições.

Acesso à Internet e às informações

54
Poucas mulheres tinham experiência com a Internet e a tecnologia, os
organizadores dispensaram bastante tempo assegurando que as mulheres se
sentissem confortáveis e fossem capazes de fazer uso da tecnologia (especial ajuda
para se obter o website atual). Alguns consideraram que gastaram mais tempo do
que o necessário para montar as tecnologias de informação, dar treinamento e
recrutar as participantes.

Exemplo 2

A rede Iperbole e a construção de uma comunidade participativa online. E-


consulta sobre o trânsito na cidade de Bolonha, na Itália.

Este segundo exemplo corresponde a uma análise do processo de participação


pública na cidade de Bolonha, Itália, descrita por Leda Guidi, coordenadora do Projeto
Iperbole. De acordo com a avaliação da OECD (2002), este foi um dos dois testes-pilotos
conhecidos da e-democracia mais bem-sucedidos, já que contou com a participação da
comunidade em todo o processo de tomada de decisões, não se tratando meramente de um
processo eletrônico de votação. Há ainda um outro exemplo da mesma rede, cujos
resultados são possíveis de ser acompanhados pelo site www.comune.bologna.it 13

Estágios:

Descrição:

a) O projeto ocorreu durante o primeiro semestre de 2002. Essa consulta


permitiu que 18.000 usuários, entre os que fizeram seus registros no
website Iperbole, por e-mails, fossem convidados a participar, de
modo a facilitar o controle da discussão e possível sobrecarga no
sistema.

13
Como exemplo desse tipo de experiência inovadora, selecionamos uma das mais bem-sucedidas e os
diversos passos e níveis de participação pública, seguindo a explicação de Leda Guidi, uma das
coordenadoras do projeto (EISENBERG, J.; CEPIC. M, 2002).

55
b) A discussão foi dividida em três fases e se estendeu por seis meses. A
primeira serviu para que fossem estabelecidos os principais
argumentos, por intermédio de uma discussão em ampla escala em
um fórum centralizado. A fase foi concluída com um levantamento
dos principais pontos que permitiram a preparação da segunda fase,
na qual a discussão foi estruturada em cinco sub-fóruns.

c) Na segunda fase, os cidadãos foram então convidados a participar dos


cinco sub-fóruns para fazer comentários e propor soluções. No final
da segunda fase, os moderadores produziram um documento final,
destacando as conclusões obtidas, que foram levadas para discussão
na terceira fase final. Assim, os cinco sub-fóruns foram reintegrados
no fórum central, onde as conclusões foram discutidas por todos.

d) Nessa terceira fase, todos tiveram a última chance de esclarecer suas


posições em relação às outras. O resultado desse último debate foi a
base para o documento final, ao qual foi incorporada a síntese dos
resultados do processo de discussão como um todo.

Estágio no ciclo do projeto político

Agenda: o objetivo dos grupos envolvidos foi a discussão sobre o trânsito, que
envolve todos os setores da comunidade, e buscar meios de conciliar a necessidade de se
respeitar o meio ambiente e a necessidade de se obter a mobilidade na cidade de modo
eficiente e satisfatório.

Órgãos do governo envolvidos:

Para que essa experiência de participação pública fosse realizada, o Departamento


de Trânsito Municipal de Bolonha esteve envolvido com o setor de Informação ao Cidadão.

Feedback e resultados

56
Em relação ao feedback, as opiniões variavam desde a construção de um sistema de
metrô ao número de guardas de trânsito. A presença de um fórum paralelo Feedback do
Trânsito em Bolonha permitiu que os cidadãos comentassem o projeto e fizessem suas
sugestões e recomendações. Os administradores do projeto levaram esse tipo de comentário
em consideração e utilizaram-no para a elaboração do modelo. O feedback, segundo a
avaliação da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, a OECD,
constituiu-se uma das partes mais positivas do processo.

Avaliação

A coordenadora do projeto denominado Iperbole, Leda Guidi (2002) avalia que para
que esse tipo de ação-piloto seja mais profundamente consolidada, a presença de uma série
de condições favoráveis é de extrema importância, entre elas:

a) a disponibilidade de informação online sobre serviços, procedimentos


repartições etc. e sua acessibilidade para a comunidade local;

b) a disponibilidade de informação online sobre decisões políticas, atos


oficiais, projetos futuros e planos, a fim de dar ao cidadão a condição de
formar opiniões melhor apoiadas.

c) a participação do cidadão em projetos-piloto envolvendo os processos de


tomada de decisão que já existem em vias de comunicação bidirecionais (e-
mails, fóruns, newsgroups, listas de discussão etc.) sobre tópicos levantados
pela administração;

d) a participação do cidadão em projetos-piloto envolvendo processos de


tomada de decisão, através da comunicação muldirecional (e-mail, fóruns,
newsgroups, listas de discussão etc.), sobre tópicos levantados pelos
próprios cidadãos, individualmente ou por grupos de interesse (abordagens
de baixo para cima);

e) uma visão estratégica e compartilhada do que deveria ser a sociedade de


informação e conhecimento no nível local, a fim de estabelecer a estrutura
para o comprometimento dos políticos/administradores e o envolvimento
dos dirigentes e empregados na atividade;

57
f) a existência de uma infraestrutura adequada e segura (hardware, software,
redes) e um website gerido por um grupo editorial profissional, com um
escritório de apoio;

g) a consolidação de relações com a comunidade (associações, grupos de


interesses, associações comerciais, etc.);

h) boa parte dos cidadãos conectada à Internet, com contínuas campanhas


educativas;

i) a existência de pontos públicos de acesso à Internet para as pessoas que não


têm uma conexão em casa;

j) a disponibilidade de assinaturas digitais e aplicativos de certificação


eletrônica, a fim de garantir a identidade eletrônica, quando necessário.
(GUIDI, 2002)

Esses dois exemplos de participação pública completos, ou seja, de processos


realizados do início ao fim, seguiram estágios de acordo com a planilha (linha guia), como
é mostrada na tabela a seguir.

58
Tabela 1: Ferramentas para o engajamento online em cada estágio do ciclo do
desenvolvimento de uma política:

Fonte: OECD (2003, p. 14).

59
Esta outra forma de níveis de participação, como nos mostra a tabela abaixo
elaborada por Sue Goss, do Office of Public Management, do Reino Unido, também
apresenta um modelo do engajamento público em uma infovia de duas mãos, em seus
vários estágios ou ciclos:

Tabela 2: Modelo Ampliado de Engajamento Público

Fonte: Coleman e Gotze (2001, p. 13).

Ainda que possamos ver, por esses dois modelos de e-engajamento, distinções em
relação à maneira de conduzir a participação pública, ambos nos mostram que a
participação do público deve ser vista como estratégias participativas e em níveis de escalas
progressivas. Como não há um modelo único que sirva para envolver cidadãos em projetos
públicos, é razoável concluir que as necessidades devem estar relacionadas
apropriadamente como um método seletivo tanto da parte cidadãos envolvidos quanto pela
natureza da questão política a que são convidados a considerar (COLEMAN E GOTZE,
2001).

Todavia, Fishkin (1995) argumenta que é impossível levar adiante o engajamento

60
ativo dos cidadãos de uma cidade, por exemplo, que tenha um alto de nível de participação
em uma questão que diz respeito apenas ao local, que queiram transformá-la em um
encontro de âmbito nacional. Numa situação dessas, uma questão de um milhão de pessoas
cria condições para uma ignorância racional . Do mesmo modo, a opinião de um único
indivíduo pode fazer diferença no resultado final. O autor conclui que simplesmente há
ocasiões em que os indivíduos podem se sentir perdidos nas políticas da sociedade de
massa .

Nessa mesma linha, Coleman e Gotze (2000 apud OECD 2003) afirmam que várias
inovações em relação a métodos de engajamento público em projetos políticos devem ainda
ser desenvolvidos para um efetivo e-engajamento, entre eles incluem-se as citadas no
quadro de Sue Goss:

Júris de Cidadãos: grupo de cidadãos representativos, que levantam evidências


sobre um período, delibera e recomenda ao governo, o qual toma a decisão final. Isso
produz uma visão informada e coletiva, resultante da deliberação.

Painéis de Cidadãos: Painéis com os avanços, talvez com 1.000 a 2.000 cidadãos
representativos, entrevistados várias vezes ao ano, por carta ou telefone. Na medida em que
alguns ou todos os participantes se tornam mais conhecidos, tornam-se também menos
representativos.

Consultas Formais por Escrito: São indicadas formalmente as questões e


enfoques propostos em documento escrito e um convite para comentários.

Encontros em Fóruns e Painéis: envolvem cidadãos na discussão com agentes


oficiais ou representativos. Pode-se focar em serviços gerais ou serem mais genéricos. Os
participantes podem ser convidados ou ficar em aberto. A agenda pode indicar avanços ou
ser formulada na ocasião, de acordo com a vontade dos participantes.

Grupos Focais: Uma técnica de pesquisa de mercado estabelecida, na qual uma


questão é explorada com mais profundidade por uma ou duas horas, através de uma
discussão estruturada, mas não finalizada por um grupo de 8 a 10 pessoas representativas
de um setor em particular, conduzida por um facilitador treinado. Manter tipos de pessoas

61
similares juntas ajuda a reduzir a inibição e promover a discussão.

Pesquisas de Opinião Online: São usados tanto representantes ao acaso ou são


selecionados. Em uma das variantes a deliberativa online os participantes têm a
oportunidade de aprender mais sobre o problema e discuti-lo, questionam os especialistas e,
então, podem passar suas informações e opiniões através de suas considerações. De 250 a
300 pessoas devem se encontrar de 2 a 4 dias na pesquisa do início ao fim do evento.

Referendos: É feita uma pergunta a toda a população. Podem ser realizados nas
máquinas eletrônicas de votação normais, pelo correio etc. Se não tiver ligação com o
interesse geral, pode haver uma convocação para a votação de cidadãos pelas pesquisas
online.

Petições: Um cidadão adota uma posição acerca de uma questão e convida outros a
apoiá-lo. Em algumas variantes, o processo é interativo, com troca de idéias e evolução da
proposição. O resultado é submetido a um corpo representativo (por exemplo, o
parlamento, no caso da Inglaterra) ou ao governo ou autoridade local, com a expectativa de
que o nível de apoio influencie nas decisões.

Interesse ativo na Política: Cidadãos ou grupos de cidadãos registram seus


interesses na área de serviços ou de políticas públicas. O governo ou seus representantes
informam proativamente a respeito dos fatos, eventos, evoluções etc. e asseguram que eles
estarão engajados em alguma forma de consulta em seu devido tempo.

O mapa da Voz e Voto apresentado por Coleman e Gotze (2001) em relação a esse
tipo de diálogo é o seguinte:

62
Figura 2: Voz e Voto

Fonte: Coleman e Gotze (2001, p. 14)

Analisaremos com maior detalhe esse mapa no capitulo 3, no Estudo de Caso do


projeto Fala SP.

De acordo com Coleman e Gotze (2001), alguns políticos e órgãos públicos temem
que este modelo de engajamento online possa encerrar um comprometimento na hora da
tomada de decisão e da boa governança.

Esses aspectos não deveriam ser simplesmente menosprezados, mas deveriam


merecer uma resposta, em relação aos seguintes pontos:

a) Se não houver um processo aberto de seleção, quem serão os representantes dos


participantes?

b) É preciso saber tratar com as expectativas do público.

c) Os políticos precisam entender que não podem considerar que a população está
apática em relação aos temas políticos de modo que não precise ser consultada.

63
d) É necessário prover o público de informações para o exercício deliberativo.

e) Na maioria dos países do mundo apenas uma minoria da população tem acesso à
Internet em casa.

f) O problema da escala. A Internet tem a possibilidade de manter uma discussão de


muitos com muitos, mas pode-se questionar se, como no caso de qualquer deliberação face-
a-face, ela não seria mais bem conduzida em cenários que envolvessem menor número de
pessoas.

Em suma, pode-se concluir preliminarmente que, para que os governos possam se


dizer preparados para engajar o público online, com vistas a uma boa governança, é preciso
não se esquecer que engajar o público em projetos políticos não é um meio de diminuir a
relação de representatividade na democracia atual, mas de garantir uma boa governança,
mesmo porque grandes distâncias ainda separam os representados dos centros das tomadas
de decisão no mundo todo.

Coleman e Gotze (2001) afirmam que, por exemplo, há quem seja favorável a uma
correspondência mais freqüente e uma comunicação menos reservada entre os eleitores e
seus representantes e, nesse sentido, as TICs promovem novas oportunidades para conectar
cidadãos aos seus representantes, resultando em um sistema menos distante de governança
democrática.

Nesses termos, a posição oposta de engajamento público não deve ser a de um


público não engajado, mas a de um público que não tem acesso às condições para o
engajamento, principalmente em decorrência da exclusão social a que está
exposta. Levando os cidadãos a uma aproximação ao âmbito das decisões dos governos, as
oportunidades para mútuo aprendizado ocorrem em uma via de duas mãos: os
representantes podem ouvir as experiências e os assuntos que se encontram em debate à
margem do centro das decisões e os cidadãos podem vir a compreender as complexidades e
os dilemas da política.

64
2.6 Processos da e-democracia e a Inclusão Digital

O potencial da Internet para expandir os fóruns conversacionais faz emergir


inevitavelmente o problema do acesso. Em termos ideais, a aproximação das condições de
universalidade do discurso significa, em primeiro lugar, que não pode haver barreiras
excluindo certas pessoas ou grupos do debate. Supõe a inclusão de todos aqueles
potencialmente afetados, todos aqueles que, de certa forma, participam no contexto da
Sociedade da Informação. Vários críticos já apontaram que o acesso profundamente
desigual às tecnologias da comunicação cria novas e severas assimetrias entre os plugados e
os não plugados (WILHELM, 1999; 2000).

2.6.1 Inclusão Digital Conceito amplo

Exclusão Digital, Inclusão Digital, Brecha Digital, Fosso Digital, Barreira Digital,
Desigualdade Digital, Analfabetismo Digital, Divisória Digital são alguns termos
empregados para denominarem sentidos semelhantes.

Durante as primeiras implantações de programas de inclusão digital, praticamente


na última década, conhecemos o termo digital divide ou divisão digital. Muitas referências
se fizeram a essa concepção que é uma visão binária de incluídos ou excluídos ao acesso à
Internet.

Algumas dessas concepções teóricas foram citadas por Warschauer (2002), sendo
uma delas a de que a sociedade estaria dividida entre os que têm e os que não têm acesso à
Internet. Randall (2005) aborda um conceito de inclusão digital que seria o da divisão entre
os ricos e os pobres em informação. Tais expressões constam dos princípios desenvolvidos
pela Cúpula da Sociedade de Informação (2003). Randall também desenvolve um outro
termo para descrever aqueles que têm acesso à informação e daqueles que não têm ( digital
haves e digital have nots ), trazendo um entendimento mais processual que vai da
exclusão digital até a oportunidade digital ( from digital divide to digital opportunity ).

Já Silveira (2003, p. 33) define inclusão digital como a universalização do acesso


ao computador conectado com a Internet, bem como ao domínio da linguagem básica para
manuseá-lo com autonomia .

65
Um outro conceito mais atual, definido pela Digital Divide Network (2005), afirma
que o conceito de inclusão digital se refere à brecha existente entre aqueles que conseguem
utilizar de forma efetiva as tecnologias da informação e da comunicação, tais como a
Internet, e aqueles que não conseguem.

O que têm em comum em todas essas tentativas de definições do que seja


Inclusão Digital é a visão de que é algo mais do que simplesmente acesso às TICs, ou
especialmente, acesso à Internet. É importante ressaltar que este simples acesso não é tão
simples assim, pois, especialmente no Brasil, temos muitos problemas de infra-estrutura,
seja na conectividade, seja na infra-estrutura local, seja na capacidade de manutenção
técnica ou recursos humanos. Apesar de a infra-estrutura não ser a finalidade da Inclusão
Digital, sem dúvida nenhuma é parte dela.

2.6.2 Promessa Digital

A idéia de que o domínio da informática constitui um diferencial na disputa por um


emprego é lugar-comum. Nesse ponto, a inclusão pode se transformar em ilusão. Se um
sujeito não sabe desenvolver uma sentença, ele não vai conseguir trabalho, mesmo que
tenha diploma de curso de informática , afirma Seabra. Se isso fosse suficiente, bastaria
distribuir canetas na periferia para acabar com o analfabetismo , compara.

O perigo é conceber a inclusão digital como uma saída mágica para a resolução das
mazelas sociais, especialmente o desemprego. "No Brasil, associamos muito rapidamente a
inclusão social à digital", alerta Costa (2005). Na esperança de conseguir um trabalho, esse
pode ser um discurso sedutor para qualquer pessoa. "Não se pode confundir o ideal de
construir uma sociedade mais justa com a utilização de argumentos demagógicos", diz
Seabra (Apud BARROS, 2002).

Nesse contexto, serviremo-nos do conceito do uso da tecnologia para inclusão


digital sob o enfoque de Warschauer (2002), ao afirmar que pode ser problemático o
posicionamento de projetos ou de políticas públicas na área da inclusão digital , se for
enfatizado que os problemas sociais podem ser diminuídos pelo acesso a computadores e à
Internet. Não se está dizendo com isso que a inclusão digital não aumente as chances na

66
vida de alguém em detrimento daqueles que não dispõem da Internet, mas que apenas isso
não basta como uma verdade numa relação de causa e efeito.

Conforme destaca Castells (2000), por um lado a questão da conectividade, ou da


diferença dela, é uma questão real e problemática, e as pessoas que não possuem acesso à
Internet apresentam uma fragilidade cada vez mais considerável no mercado de trabalho.
Os territórios não conectados com a Internet perdem competitividade econômica
internacional e, por conseguinte, formam bolsões de pobreza, incapazes de somar-se ao
novo modelo de desenvolvimento . Mas, por outro lado, ressalta Castells, há um
crescimento considerável da conectividade, nos Estados Unidos e em várias regiões do
mundo. Veremos mais adiante dados quantitativos a respeito e que, de certa forma, a
conectividade como elemento de divisão social está diminuindo seu peso. A grande questão
que está se formando é a capacidade educativa e cultural de se usar a Internet. Uma vez que
toda a informação está na rede ou seja, o conhecimento codificado, mas não aquele de
que se necessita , trata-se antes de saber onde está a informação, como buscá-la, como
transformá-la em conhecimento específico para se fazer aquilo que se quer fazer.

É essa capacidade de aprender a aprender; essa capacidade de saber o que fazer


com que se aprende; essa capacidade é socialmente desigual e está ligada à
origem social, à origem familiar, ao nível cultural, ao nível de educação. É aí
que está, empiricamente falando, a divisória digital nesse momento.
(CASTELLS, 2003, p. 367)

Está cada vez mais evidente que quando falamos de Inclusão Digital estamos
falando de diferentes níveis de complexidades, e, como veremos adiante, os Programas de
Inclusão Digital, e o Programa Acessa São Paulo especificamente, também estão
desenhando estratégias que vão além da conectividade.

2.6.3 Contexto Ampliado alguns números globais e regionais

Recentemente o relatório publicado pela ONU (2005) avaliou os países de acordo


com o estado de desenvolvimento do e-gov e a extensão da participação eletrônica. Foram
rankeados os 191 membros participantes das Nações Unidas e avaliados mais de 50.000
aplicativos em sites de e-gov das 191 nações membros. Neste relatório, fica evidente a

67
estreita relação entre acesso às novas tecnologias de comunicação e informação e o grau de
desenvolvimento do país. A taxa de conectividade dos países desenvolvidos é muito maior
do que os em desenvolvimento (os menores índices são a Região Sul e Central da Ásia e
África que juntos correspondem a um terço da humanidade).

Esses dados também reforçam o que muitos estudos vêm mostrando: que fatores
econômicos aparecem como o principal determinante das diferenças de usos das TICs,
entre os países ao redor do mundo, e conseqüentemente potencializando as tradicionais
desigualdades de renda, educação, pesquisa e desenvolvimento e outros, entre os países.
Abaixo, duas tabelas, uma relacionando o acesso mundial às TICs e a outra destacando a
desigualdade da distribuição de usuários da Internet entre as diferentes regiões do Mundo
(81 % dos cerca de 1 bilhão de usuários de Internet no mundo residem apenas em 20
países).

Tabela 3: Acesso Mundial às TICs

Nota: População Mundial = 6330 milhões

Fonte: International Telecommunications Union; Internet usage and world population from Internet world
stats (2005).

68
Tabela 4: Disparidades da distribuição de usuários de Internet no Mundo

Fonte: Internet World Stats (2005).

Na tabela 4, percebemos a imensa disparidade dos dados: embora a Ásia


compreenda mais da metade da população mundial, somente 8,9% dessa população é
usuária de Internet, mas esse percentual corresponde a 34,5% dos usuários da Internet no
mundo.

Percebemos também a desigualdade tecnológica no caso dos países em


desenvolvimento, onde a infraestrutura de telecomunicações ainda é inadequada e a baixa
penetração da Internet intensifica as disparidades regionais.

"Desde a década de 70, já existiam estudos sobre as enormes diferenças entre os


países que dominavam as tecnologias e aqueles que apenas as consumiam", afirma
Amadeu. Por isso, "é impossível falar desse assunto sem levar em conta a oposição entre
nações desenvolvidas e subdesenvolvidas", diz Costa (2005).

2.6.4 Alguns números Brasil

Ao analisarmos os números referentes ao Brasil, percebemos logo que as


desigualdades são ainda mais acentuadas. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos-
Opinion, nos meses de agosto e setembro de 2005, a TIC DOMICÍLIOS 2005 mediu a
penetração e uso da Internet em domicílios, incluindo uso de governo eletrônico, comércio
eletrônico, segurança, educação e barreiras de acesso. A metodologia utilizada seguiu o
padrão internacional da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento

69
Econômico) e da Eurostat (Instituto de Estatísticas da Comissão Européia), permitindo a
comparabilidade internacional. A amostra probabilística da pesquisa foi desenhada de
forma a apresentar uma margem de erro de no máximo 1,5% no âmbito nacional e de 5%
regionalmente. As entrevistas foram realizadas presencialmente, em 8.540 domicílios e
com indivíduos a partir dos 10 anos. Os resultados permitem a apresentação dos
indicadores por 15 regiões e áreas metropolitanas, classe social, instrução, idade e sexo.
(Anexo A).

Ao analisarmos os números, percebemos as grandes diferenças de acesso à Internet


entre escolaridade, faixa etária, classe social e gênero (esta última está diminuindo).

Um dos dados que mais se destaca na tabela A1 proporção de domicílios que


possuem equipamentos TIC é o elevado índice de telefones celulares (42,36% classe DE).
A televisão (95,70%) e o rádio (91,64%) continuam sendo os equipamentos mais acessíveis
quando comparados aos telefones fixos, telefones celulares e computadores, e 1,99 % das
classes DE possuem computador de mesa ao passo que 18,11% destas mesmas classes
possuem telefone celular com acesso à Internet. Isso mostra o grande trabalho que temos
pela frente para diminuir a brecha digital, em termos de acesso e usos qualificados desse
meio. Há também um enorme potencial ainda inexplorado pelos programas de Inclusão
Digital que pode ser aplicado através de celulares com acesso à Internet.

2.6.5 Programas de Inclusão Digital e os Diferentes Setores da Sociedade

Dertouzos (2000, p. 56) alerta que deixado por sua própria conta, o mercado de
informação aumentará a brecha entre os países ricos e pobres e entre as pessoas ricas e
pobres . Está claro que a questão dos acessos e uso das TICs deve ser visto como política
pública, projetos de responsabilidade social e pauta da agenda do terceiro setor. Tanto o
setor empresarial como o terceiro setor estão desenvolvendo uma série de projetos que
visam à inclusão de pessoas no mundo digital. Para cada programa ou ação de inclusão
digital é dado um enfoque característico, normalmente alinhado às estratégias das
instituições promotoras. Algumas dão o enfoque na questão da Educação e Inclusão
Digital , outras na questão do Trabalho e Inclusão Digital , outras na questão do
Empreendorismo Juvenil e a Inclusão Digital , Inclusão Digital e Metareciclagem ,

70
Inclusão Digital e a Terceira Idade etc. Como efeito, hoje no Brasil temos uma série de
projetos e programas abordando as mais diversas áreas e segmento da população (ANEXO
B).

Há, contudo, o reconhecimento crescente do papel dos governos, em seus diferentes


níveis, da necessidade de políticas públicas de democratização do acesso às Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC). Seja na articulação de programas específicos ou na
criação de condições de atuação e de infra-estrutura técnica, é muito difícil imaginar uma
sociedade preocupada com a questão tecnológica que dispense participação governamental.
De fato, é uma ilusão imaginar que o mercado ou o terceiro setor possam dar conta da
demanda social, especialmente em um país com as características sociais do Brasil, por
mais que haja boa vontade das partes. Encarar a inclusão digital como um objeto de política
pública, portanto, é fundamental.

Para evitar que as 'barreiras digitais' ampliem as desigualdades sociais, reforçando


ainda mais as vozes daqueles que já são privilegiados no sistema político, o poder público,
em parceria com o setor privado, deve estabelecer políticas agressivas para garantir o
acesso comunitário às novas tecnologias, através da implementação de equipamentos na
rede escolar, em bibliotecas e pontos públicos. Além disso, para que as pessoas possam
utilizar as tecnologias com propósito e confiança, pouco adianta ter computadores e
conexões disponíveis, se os recursos educativos e cognitivos e a capacitação técnica
específica não são providos. Projetos de democratização do acesso às tecnologias e de
capacitação para plena participação são urgentes e fundamentais. Neste contexto,
discutiremos no próximo capítulo o Programa Acessa São Paulo, o programa de Inclusão
Digital do Governo do Estado de São Paulo, e direcionaremos nosso olhar para a questão da
participação pública e comunicação entre governo e cidadão por meio do estudo de caso do
Fala São Paulo, um projeto desenvolvido pelo Programa Acessa São Paulo.

71
3 O PROGRAMA DE INCLUSÃO DIGITAL ACESSA SP ESTUDO DE CASO
FALA SP

Este capítulo será dividido em duas partes. Primeiramente, vamos enfocar os


aspectos institucionais do Programa Acessa SP, do qual vimos participando desde março de
2001. Nossa abordagem inicial mostrará como um dos programas pioneiros de inclusão
digital no âmbito governamental foi gerado, de acordo com um aprendizado mútuo, onde as
comunidades da Grande São Paulo participaram desde a escolha dos monitores que iriam
trabalhar nos infocentros até as avaliações anuais que se realizam até hoje.

Na segunda parte, selecionamos o projeto Fala SP, como um estudo de caso, como
parte de nossa pesquisa de mestrado. Com este estudo, buscaremos fazer as conexões de
pontos que podem fazer avançar a discussão do tema Inclusão Digital na confluência com a
participação pública, por modos de comunicação e envolvimento com a comunidade; fazer
uma avaliação dos caminhos percorridos e dos resultados obtidos em relação aos níveis de
participação em projetos públicos e tomadas de decisão no mundo.

3.1 Programa Acessa SP. Principais diretrizes e projetos do programa de inclusão


digital do governo paulista

O Programa Acessa SP é parte integrante do conjunto de iniciativas conduzidas pelo


governo do estado de São Paulo, relacionado ao seu Programa de Governo Eletrônico
(PGE). O Acessa São Paulo é o programa de inclusão digital do Governo do Estado de São
Paulo, coordenado pela Casa Civil, com gestão da Imprensa Oficial e apoio da Prodesp
Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo.

A implementação do PGE, programa que teve caráter pioneiro no contexto da


administração pública brasileira, teve origem em 1995, no primeiro ano do mandato do ex-
governador Mário Covas. Todavia, o Acessa SP não foi concebido nos primeiros momentos
de implantação do PGE, compondo, diferentemente, uma segunda fase dessa implantação,
em julho de 2000, como relata Oliva, membro do Centro Latino Americano de Estudos da
Economia das Telecomunicações para o Instituto para a Conectividade das Américas:

72
O programa de governo eletrônico do governo estadual paulista foi iniciado em
1995, cinco anos antes da instituição do Acessa São Paulo. O caráter tardio do PASP
[Programa Acessa SP] pode ser atribuído à circunstância de que as preocupações com a
inclusão digital foram amadurecendo apenas progressivamente ao longo da implementação
do governo eletrônico ou e-gov paulista. Esse processo deve ser visto como reflexo da
crescente penetração da problemática da exclusão digital na agenda dos governos
brasileiros, mas mais importante é notar que a percepção acerca da centralidade de tal
problemática acabou por ocorrer muito em razão da própria expansão do PGE, isto é, como
resultado da transferência progressiva de serviços públicos para a rede virtual e do interesse
de ampliar-se o uso dos serviços disponibilizados de modo a, justamente, dar maior
efetividade à crescente informatização das ações do Estado (OLIVA, 2003).

Exemplo do primeiro tipo de iniciativas (operações internas) foram as medidas


adotadas com a finalidade de fortalecer o sistema de gestão estratégica de informações do
governo estadual. Tal diretriz, que resultou na ampla reorganização dos processos da
administração pública paulista com base na utilização de tecnologias da informação, foi
concretizada por uma série de ações, das quais os dois principais exemplos foram a adoção
de software adequado ao registro eletrônico de todas as atividades de governo em rede
interna acessível aos níveis gerenciais da administração estadual; e a estruturação da
intranet governamental, antes inexistente e hoje já constituída por cerca de 20 mil estações
de trabalho.

O Programa Acessa São Paulo foi instituído pelo Decreto Estadual no 45.057, de
11/07/2000, tendo como objetivo inicial a implantação de Centros Comunitários de Acesso
e Produção de Informações (CCAPIs), designados Infocentros, em regiões habitadas por
populações de baixo poder aquisitivo (classes D e E). No momento de lançamento do
programa, estabeleceu-se como meta a criação de 123 Infocentros em dois anos,
pretendendo-se com isso assegurar condições de acesso gratuito à Internet para cerca de 3,5
milhões de cidadãos em dois anos, algo que, em acordo com as estimativas construídas à
época, corresponderia a 50% da população das regiões atendidas, pertencentes às classes D
e E. Para a execução do programa, foram concebidos três tipos de Infocentros,
diferenciados segundo a sua localização geográfica e também em outros aspectos de

73
relevância, em particular no que respeita às suas características de implantação e gestão, e
ao leque de atividades desenvolvido em cada um deles.

a) Comunitários (IC): implantados em áreas de baixa renda na região


metropolitana da cidade de São Paulo, cujo traço distintivo é sua criação em
parceria com entidades das comunidades atendidas na gestão das atividades
desenvolvidas e no uso de computadores com acesso à Internet pelos usuários
(associações de moradores, amigos de bairro, etc.);

b) Municipais (IM): criados em parceria com prefeituras paulistas, do


interior e litoral que cedem o espaço e indicam os monitores para administrar os
Infocentros;

c) Postos Públicos de Acesso à Internet (POPAIs): criados em parceria


com órgãos do próprios Governo do Estado onde há grande fluxo de pessoas (Postos
Poupatempo, Restaurantes Bom Prato, terminais de ônibus da EMTU, Secretaria da
Juventude, Centros de Integração da Cidadania, etc.).

Das três modalidades de Infocentros concebidas pelo Acessa SP, é o modelo do


Infocentro Comunitário que melhor sintetiza o objetivo governamental de promover o
compartilhamento da gestão de serviços públicos com o cidadão, algo que é realizado pela
transferência de competências a entidades comunitárias, as quais são previamente
selecionadas em cada uma das regiões de implantação de programa. Em especial, cabe às
entidades comunitárias: 1) indicar os monitores que, mediante participação nas
capacitações iniciais e continuadas, ficarão responsáveis pelo atendimento aos usuários,
pela administração das salas e pela elaboração de relatórios reportando, de acordo com
modelo padronizado, as atividades e ocorrências observadas a cada semana. Para este tipo
de Infocentro, são contratados dois monitores por sala, cuja remuneração é realizada pelo
governo estadual; 2) arcar com as despesas de manutenção das salas, o que inclui despesas
com eletricidade, água e material de consumo além do kit mensal recebido (2 cartuchos de
impressora e 2 pacotes de 500 folhas cada; 3) estabelecer as condições de aproveitamento
dos equipamentos no período reservado para projetos especiais , isto é, projetos
estabelecidos pela própria comunidade (como cursos, pesquisas, etc.) que podem perfazer

74
1/3 do tempo total de operação das salas. O tempo de atendimento padrão (tempo de uso
dos micros) é de 30 minutos.

Recursos Utilizados e desenvolvidos:

1) Recursos Tecnológicos. Os computadores são Pentium III, ou equivalentes, com


banda larga. Os Infocentros Comunitários possuem 11 computadores cada um e os
Municipais de 5 a 11 computadores, dependendo do número de habitantes da cidade. Nos
POPAIs, a quantidade varia de 11 a 38. Utilizam na maioria o sistema Acessa Livre,
baseado na plataforma Linux e desenvolvido pela Prodesp.

Cada comunidade ou município pode estabelecer procedimentos próprios em seus


Infocentros. Estes também podem solicitar à Coordenação o uso de parte do tempo dos
postos para outras atividades, como grupos de terceira idade, cursos pré-vestibulares,
alfabetização, etc.

2) Humanos. Há monitores para auxiliar os usuários quanto ao uso dos


equipamentos e para atender necessidades específicas como procura de vagas de emprego,
elaboração de currículos, informações sobre concursos públicos, serviços governamentais e
serviços de utilidade pública, oferecendo, também, conteúdo disponível no Portal do
Acessa SP.

Capacitação inicial e continuada

As capacitações foram desenhadas considerando:

Encontros presenciais Capacitações / Kit Encontros (mensais)

Ambiente EAD (educação a distância)

Suporte Online

Visitas, telefone, e-mail

Sistema de relatórios

75
A capacitação dos monitores é um processo continuado e permanente, composto
pelas capacitações presenciais, em duas fases (a primeira dada em infocentros em cada
região e a segunda no campus da USP), pelas ações à distância com a Escola do Futuro
(através da própria rede, usando e-mail, Icq, grupos na web, PalTalk etc.) e com a
permanente filosofia de foco em projetos, individuais e coletivos, geradores de contínua
aprendizagem e crescimento e interação, do monitor com seus usuários individualmente,
com a comunidade como um todo e, por último, mas não menos importante, entre a própria
rede de monitores, fundamental para a troca de experiências e a cultura de cooperação.
Mais adiante, no estudo de caso do Fala São Paulo, discutiremos mais detalhadamente os
diferentes formatos desenvolvidos para o permanente contato entre os monitores e a equipe
da Escola do Futuro.

3) Conteúdos e Atividades Integradas. Trata-se da produção de conteúdos digitais


e não-digitais para capacitação e fomento à participação comunitária da população atendida
e consistem em:

. Minicursos: Elaborados com ilustrações e linguagem simples e direta


visam à aplicação prática. Há atualmente seis Minicursos no ar, abrangendo os temas Como
montar um currículo, Como dar nós em gravatas, Dengue, Segurança pessoal, Doce sem
açúcar e Etiqueta na Internet, somados os Minicursos totalizam mais de 22.000
participantes (alunos)

. Cadernos Eletrônicos: O objetivo dessa iniciativa é o desenvolvimento de


diferentes competências nas áreas de informática e Internet. Há atualmente 10 Cadernos
Eletrônicos disponíveis e que podem ser impressos nos Infocentros, com temas como
Como usar e gerenciar seus e-mails, Criação e publicação de sites, Editoração e
Processamento de Texto, Navegação e pesquisa na internet, entre outros.

. Rede de Projetos: Estratégia do Acessa para estimular o uso criativo da


Internet para levar o desenvolvimento da comunidade, como Mulheres Globalizadas

76
(SAEM), Padeiros e Cabeleireiros Mirins (Criança Feliz), Pesquisa de navegação para
sites adaptados para cegos (ADEVA).

. Portal do Acessa (www.acessasaopaulo.sp.gov.br): com informações


sobre o programa, notícias, links para serviços públicos, minicursos a distância, cadernos
eletrônicos, redes de projetos, dicionário de Libras (dicionário de sinais para deficientes
auditivos).

. Projeto Fala São Paulo, um canal de comunicação entre o cidadão e o


governo do estado, e expressão da opinião do cidadão por meio de enquetes semanais sobre
diferentes temas. Este projeto será discutido com mais profundidade no Estudo de Caso.

4) Pesquisas: A pesquisa online anual (Ponline) foi desenvolvida com o


intuito de sistematicamente determinar o perfil dos usuários dos Infocentros, o impacto da
Internet na vida pessoal e comunitária e a avaliação do Programa Acessa São Paulo. O
resultado da Pesquisa Online 2005 (http://www.ponlines.futuro.usp.br/pesquisas.jsp),
realizada no primeiro semestre de 2005 com 4.243 respondentes, traz dados reveladores.
Por exemplo: 76% dos respondentes considera o computador um avanço que está
melhorando a vida das pessoas e 16% acham que é um meio mais rápido e eficiente para se
comunicar, sendo que 80% dos usuários usam o acesso à Internet para enviar e receber e-
mails.

3.1.1. Dados atualizados do Acessa SP

Hoje, o Acessa SP conta com 256 infocentros implantados e 93 em fase de


implantação, com aproximadamente 700 mil usuários cadastrados, cerca de 15 milhões de
atendimentos realizados e mais de 2.000 máquinas instaladas. Tais números, ainda que
modestos diante do desafio apresentado por um estado com a densidade de São Paulo, são
dados que, no entanto, garantem o reconhecimento do programa como um dos maiores da
América Latina e indicam uma trajetória digna de registro e reflexão.

No recente Relatório da ONU de 2005, que apresenta ranks de iniciativas de e-govs


em relação à inclusão digital, o Brasil encontra-se listado como um dos que tiveram
expressivo aumento no uso das TICs, e o Programa Acessa São Paulo obteve destaque,

77
pois, além da escala, ele apresenta iniciativas que objetivam um maior envolvimento das
comunidades e populações atendidas.

3.2 O Estudo de Caso Fala SP Um canal de comunicação entre a população e o


governo num programa de Inclusão Digital

Para o delineamento desta pesquisa relativa ao projeto Fala SP, optou-se pelo estudo
de caso como uma metodologia adequada aos objetivos estabelecidos nesta dissertação. O
estudo, conforme apresentado na Introdução, contém dados qualitativos e quantitativos, na
medida em que se buscam explicitar os números relativos à participação nas enquetes e as
variáveis correlacionadas; participativo, em relação ao ponto de vista da observadora
participante da pesquisa e também qualitativo, uma vez que se busca apreender as
principais discussões, consensos e principalmente, a análise de algumas práticas,
constituintes do tema Inclusão Digital e do processo de participação pública, de tal sorte
que possa dar uma maior clareza sobre o assunto.

Como a Inclusão Digital surge a partir de meados da década de 1990, ou seja, por
tratar-se de um assunto relativamente recente e, apesar de encontrarmos uma série de
pesquisas sobre o tema da Inclusão Digital em oposição à exclusão social, são raras as
pesquisas, principalmente no Brasil, que enfocam a combinação de Inclusão Digital e
Participação Pública.

O intuito de se analisar uma estratégia de aproximação do governo com a população


no contexto de um programa de Inclusão Digital, através do estudo de um caso prático, o
Fala SP, é o de colaborar para a reflexão e o aprofundamento da compreensão deste tema.
Isso não significa um esgotamento neste assunto; ao contrário, pretende-se abrir bifurcações
e conexões para novas pesquisas e práticas a partir do que foi realizado.

De modo especifico, este método (o Estudo de Caso) é adequado para responder às


questões como e por quê , que são questões explicativas e tratam de relações
operacionais que ocorrem ao longo do tempo, em vez de priorizar freqüências ou
incidências. Neste contexto, estaremos fazendo uma análise, ainda que de forma
predominantemente descritiva, de um Projeto realizado.

78
O projeto de pesquisa, pelo método do estudo de caso, nos remete a quatro
problemas (YIN, 1989):

1. Definição das questões que devem ser estudadas: As definições e


proposições dizem respeito ao que será examinado no escopo do trabalho e sua
definição ajudará na decisão de onde procurar evidências relevantes. A proposição do
presente estudo foi entender como o Projeto Fala São Paulo, cujo objetivo primeiro
foi o de ser um canal de expressão e comunicação entre população e governo do estado,
se desenvolveu ao longo dos três anos de sua vigência e o porquê de sua não
sustentação.

2. Quais dados são relevantes: Para a identificação desses dados, deve-se


voltar para a proposição do estudo ou mesmo definir os critérios pelos quais o sucesso
da investigação será analisado. No presente estudo, estabeleceram-se parâmetros
qualitativos e quantitativos. Identificaram-se três momentos relevantes:

2.1.Situação Inicial

1.1 Contexto do Programa Acessa SP e a concepção do Projeto Fala SP

1.2 Objetivos do Projeto Fala SP

1.3 Atores e recursos envolvidos

1.4 Fluxos operacionais

1.5 Softwares e tecnologias utilizadas

2.2.Dinâmica de desenvolvimento do Projeto. Desenvolvimento do projeto ao


longo do tempo e as decisões tomadas durante o percurso. O Efeito Fale Conosco.

2.3. Situação Final. Contexto no qual o projeto foi suspenso.

79
3. Quais dados devem ser coletados: No método do estudo de caso, obtêm-se
evidências a partir de seis fontes de dados (YIN, 1989): documentos, registros de
arquivos, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos. O
presente estudo selecionou como fonte de dados os:

a) Documentos: Foram pesquisados os Relatórios mensais produzidos


pela Escola do Futuro para o Programa Acessa São Paulo. Ao todo foram 55
relatórios considerando o período de agosto de 2001 até fevereiro de 2006 (apesar
de o projeto Fala SP ter sido lançado em novembro de 2002, foi feita uma
retrospectiva de todas as ações desenvolvidas para o programa). Os relatórios
mensais eram (e são) documentos oficiais entre a Escola do Futuro e o Acessa São
Paulo/ Imesp. Nele estão contidos, mês a mês, dados e informações a respeito das
ações desenvolvidas no programa, registros de visitas, atas de reuniões, registros de
decisões tomadas, transcrição dos atendimentos, transcrição das reuniões online,
análise de resultado e planejamento dos próximos passos. Portanto, para o
desenvolvimento deste estudo, ele foi a principal fonte documental.

b) Registros de arquivos: Foram considerados os dados presentes no


banco de dados, mysql, utilizado durante o projeto. A principal tabela utilizada foi a
data de inicio e final de cada enquete, pergunta da enquete, número de votos
validos, se havia ou não havia pop-up no portal do Acessa São Paulo e se havia sido
enviado o boletim, ou não, e os registros de aparecimento na mídia. (ANEXO C)

c) Observação participante: A observação ocorreu ao longo dos meus


5 anos e meio de trabalho no Programa Acessa São Paulo. No período do mestrado
houve uma intensificação dessa observação.

4. Como devem ser analisados os dados: essa fase é uma das mais difíceis no
processo de Estudo de Caso, como ressalta Yin: o objetivo final da análise é o de tratar
as evidências de forma adequada para se obter conclusões analíticas convincentes e
eliminar interpretações alternativas (YIN, 1989, p.106). Para tanto, além da reflexão e
análise das observações efetuadas, infográficos foram construídos, permitindo a
visualização das variáveis e dos eventos mais significativos (ou passíveis de serem

80
mensurados) para a identificação de padrões recorrentes e interdependências. A partir
de então, e à luz dos modelos de e-engajamento descritos no capítulo 2 (informação,
consulta, participação ativa) desta dissertação, relativos ao modelo de Fishkin (2002)
sobre as possibilidades democráticas virtuais e o mapa de voz/voto de Colleman e
Coleman e Gotze (2001), foram elaboradas as explicações e a conclusão do presente
estudo. A despeito de se seguirem todos os passos da metodologia, há limitações que
devem ser consideradas no contexto da pesquisa realizada. Um dos aspectos refere-se à
própria rede de crenças e desejos da autora o que influenciou, por exemplo, a escolha
dos autores que foram lidos e apresentados nesta dissertação. Embora exista a intenção
de se manter uma relativa isenção, é natural que haja alguma influência da proximidade
da autora com o objeto de estudo que, por um lado é positivo, devido à intensa
exposição e agenciamentos locais, por outro é perigoso justamente pela intensidade
afetiva do contexto.

3.2 Situação Inicial:

Contexto do Programa Acessa São Paulo e a concepção do projeto Fala SP

O Projeto Fala SP foi implantado em novembro de 2002. Na época, o Acessa São


Paulo já completava quase dois anos de funcionamento e a fase de implantação dos
Infocentros Comunitários do Programa, envolvendo a adequação de infra-estrutura 14 (sala,
equipamentos, conexão e mobiliário), a escolha dos monitores 15e a capacitação16 inicial já
haviam sido feitas.

14
Na parceria entre o governo e as lideranças comunitárias, a entidade oferecia a sala, e a Prodesp era responsável pela
reforma, conexão, equipamentos e mobiliários. Fonte: Relatório Mensal de Agosto de 2001.
15
As Lideranças comunitárias foram informadas sobre o perfil desejado para os monitores que elas deveriam indicar.
Nesse perfil, as características eram de pessoas preferencialmente maiores de 18 anos, conhecimentos básicos de
informática, Ensino Médio, entusiasmo com ações comunitárias, engajamento pessoal e social com a causa. Fonte:
Relatório Mensal de Agosto de 2001.
16
Além dos objetivos mais imediatos, como noções básicas do funcionamento do computador (software e
hardware), programas de processamento de texto e Navegação, busca e email, foram objetivados na
capacitação:
Comprometer os monitores com o projeto, discutindo seus objetivos e aprofundando a reflexão das ações
a serem desenvolvidas;
Identificar e desenvolver habilidades de solução de problemas (LBD). Identificação do problema,
formulação de hipóteses, busca de referências, processo decisório, ação, reconhecimento do resultado e
reflexão do processo; considerando os três níveis: Individual, Pequeno Grupo, Coletivo.

81
Nós, da Escola do Futuro, trabalhávamos diretamente com os Infocentros
Comunitários17. Naquela época, o programa contava com 48 infocentros comunitários
implantados, 107 monitores contratados (do total de 127 monitores capacitados). O
processo de gestão e indicadores de desempenho já estavam mais definidos, e o Programa
começava a refletir os caminhos futuros e os percorridos até então; resultados colhidos e
conhecimentos construídos.

Nos dois gráficos, visualizamos a situação dos indicadores quantitativos (número de


cadastros e número de atendimentos). O primeiro indica a evolução do número de
cadastros até aquele momento e o segundo a evolução do número de atendimentos (um
atendimento é o tempo padrão de uso , ou seja, 30 minutos por vez).

Gráfico 1: Evolução dos Cadastros Acessa SP

Desenvolver a autonomia com responsabilidade/conhecimento, fazendo do trabalho um processo de


aprendizagem continuada;
Identificação e desenvolvimento das competências necessárias para o sucesso do projeto (administrativas,
tecnológicas e de atendimento);
Formação de uma rede (comunidade) colaborativa presencial e virtual, entre os monitores, entre as
comunidades e com as demais redes existentes na net;
Desenvolvimento de uma postura seletiva e crítica dos conteúdos informacionais governamentais, bem
como avaliação dos serviços disponíveis;
Reflexão do sujeito social na era da Internet, reconhecimento e apropriação de novas maneiras de atuação
e intervenção no contexto social;
Clarificar/identificar o papel dos monitores, seus compromissos, seu engajamento com a comunidade e
com o projeto, os papéis dos demais agentes envolvidos, das lideranças locais até a equipe de
coordenação do projeto. Fonte: Relatório Mensal de Agosto de 2001.
17
Apenas em 2004 as atividades e projetos foram estendidos aos infocentros Municipais e Popais.

82
Gráfico 2: Evolução dos Atendimentos Acessa SP

Um dos motivos determinantes para o crescimento dos dois indicadores foi o fato de
que o número de infocentros foi aumentando ao longo desses períodos.

Na época, Fernando Guarnieri, coordenador do Acessa São Paulo, insistia que o


caminho consistia em infra-estrutura, capacitação e conteúdo relevante: Nossa estratégia
sempre foi baseada em um "tripé": acesso, capacitação e conteúdo (CDI, 2002).

Já o professor Fredric Litto, fundador-coordenador científico da Escola do Futuro


da USP, direcionava a discussão para a questão da participação pública e a oportunidade do
uso das novas tecnologias para fomentar a discussão política e a aproximação o governo da
população atendida. Litto diz que

Telecentros servem para fortalecer a participação da população em debates de


política pública, melhorar a administração de recursos municipais e estaduais,
dar apoio a empresários de pequeno porte, criar novas oportunidades para
aprendizagem e permitir comunicação fácil entre todas as organizações locais
em comunidades beneficiadas com sua presença (LITTO, 2000)

As reflexões na época seguiam nestas direções, na linha do fortalecimento local e do


fomento à participação comunitária em todos os níveis. Várias atividades estavam sendo
desenvolvidas, como a Rede de Jornal Comunitário, bate-papos temáticos com convidados,
minicursos online, etc.

83
Neste contexto, nasce o Projeto Fala São Paulo. Uma idéia semeada pelo Professor
Litto de criar um canal de comunicação que facilitasse a comunicação do cidadão com o
governo, que facilitasse o governo saber o que o cidadão pensa e precisa, que estimulasse a
participação das pessoas e da comunidade no encaminhamento de seus problemas e
interesses. O projeto foi rapidamente acolhido por Carlos Seabra, na época coordenador da
Escola do Futuro, pela equipe que trabalhava no projeto e por Fernando Guarnieri: 18

Estamos lançando também o Fala São Paulo , uma série de enquetes nas quais a
população poderá declarar seus problemas e preferências o que irá auxiliar o governo na
melhoria contínua de seus serviços (GUARNIERI, 2005).

As primeiras discussões datam de junho de 2002. A partir daí as idéias foram sendo
colocadas no papel, outras referências foram sendo pesquisadas até que em 29 de novembro
de 2002 é lançado o Programa Fala SP com a seguinte enquete: O que seria mais
importante para melhorar a educação no seu bairro?

Por intermédio de enquetes semanais, a população era convidada a dar sua opinião
sobre diversos temas, problemas e situações.

Objetivos do Projeto Fala SP

No relatório mensal de janeiro de 2003, foi encontrada a seguinte definição:

O Fala SP tem por objetivo aproximar os cidadãos do governo, oferecendo um


meio para que a população opine sobre assuntos importantes do seu Estado.
Desta forma, a administração estadual pode melhor conhecer o seu dia-a-dia,
colaborando para melhorias e avaliações em sua atuação e políticas públicas
(PROJETO FALA SP, 2003).

Já no site do Fala SP (ANEXO D) http://falasp.futuro.usp.br, os objetivos estão


expressos da seguinte forma:

18
Fonte: http://www.cdisaopaulo.org.br/folder.2005-06-23.8411488812/news_item.2005-06-27.7642216270
Não foi feita uma pesquisa, neste estudo de caso, para saber qual foi o nível de envolvimento e participação das diferentes
áreas do governo quanto ao comprometimento e aprovação do projeto.

84
O Fala São Paulo é um canal de expressão para você falar sobre o seu
cotidiano e opinar sobre temas importantes para o Estado de São Paulo.

No segundo parágrafo, segue o texto: O Fala São Paulo é um canal de


comunicação entre você e o Governo do Estado de São Paulo, através de enquetes
semanais.

Em outro relatório mensal, de abril de 2005, os objetivos vinham expressos da


seguinte maneira:

Fazer a sondagem da opinião dos votantes sobre temas polêmicos e/ou de


interesse público e servir como indicador para o desenvolvimento de
conteúdos ou pesquisas mais aprofundadas.

Servir como gancho para incentivar reflexões e discussões entre os usuários


sobre os temas tratados nas enquetes.

Estimular a população na compreensão de gráficos e dados estatísticos.

Estimular a cultura do voto e reflexão.

É importante notarmos que os objetivos, apesar de serem complementares entre


si, apresentam muita diferença quanto a sua abrangência e complexidade. 19

Indicadores

Não foram encontrados em nenhum dos documentos pesquisados e analisados


quais seriam os indicadores de sucesso ou parâmetros de desempenho do Projeto.

1.3 Atores e recursos envolvidos

Como o Fala SP era um projeto do Programa Acessa São Paulo, ele espelhava a
mesma relação institucional existente entre os atores, ou seja, Casa Civil, Prodesp, Imesp,
Coordenação do Acessa, Escola do Futuro, Monitores, Lideranças, Usuários, comunidade.

19
Esse ponto será retomado na análise e conclusão do estudo.

85
Em 2002, o projeto contava com uma equipe direta formada por 3 pessoas da
Escola do Futuro: Daniela Matielo, estagiária de jornalismo, Júlio Boaro, estagiário de
programação e Alexandre Franco, estagiário de editoração.

O Projeto também contava com a coordenação geral de Carlos Seabra, e minha


participação juntamente com a equipe de atendimento20, na época formada por Akira
Shigemori, Adilson Virno e Carolina Borges.

Esta equipe realizava reuniões semanais com a equipe direta do Fala SP para o
desenvolvimento e acompanhamento do projeto.

1.4 Fluxos operacionais

Cada nova enquete entra no ar às sextas-feiras à 0h00min, ficando no ar por 7


dias, quando então uma nova enquete toma seu lugar. Então na sexta-feira os
dados colhidos são processados e um boletim é gerado e enviado as contas de e-
mail dos votantes cadastrados no mailing, com resultado da enquete anterior e
um convite para uma visita ao site do projeto (http://falasp.futuro.usp.br), onde
poderá ser aprofundada a análise e reflexão com mais detalhes das informações
21
levantadas através de relatórios com gráficos e tabelas (PROJETO FALA SP,
2003)

Esquematicamente, o fluxo operacional era:

20
Cada um deles (integrante da equipe de atendimento) era responsável em média por 16 Infocentros, tinha contato direto
com os monitores e era informado sobre qualquer assunto envolvendo o Infocentro. Com isso tínhamos um atendimento
focado e participativo.
O atendimento poderia ser via telefone, e-mail, presencial e, principalmente, via Sametime (comunicador instantâneo
baseado na Internet para interligar os Infocentros, Escola do Futuro e IMESP rapidamente). O processo de atendimento
envolvia:
Acompanhamento das atividades desenvolvidas no Infocentro;
Estímulo à criação de projetos comunitários e à participação comunitária;
Gerenciamento de dados quantitativos de desempenho, atendimento e cadastro;
Capacitação continuada dos aspectos técnicos e cognitivos dos monitores;
Reforço das regras de funcionamento do Infocentro e do Programa Acessa SP;
Indicação de sites de serviços e educativos;
Esclarecimentos de dúvidas técnicas ou referentes ao atendimento ao público;
Consolidação dos sites mais visitados;
Dicas e suporte dos eventos do calendário anual (imposto de renda, recadastramentos, concursos públicos etc.);
Pesquisas temáticas;
Apoio à utilização de sites governamentais;
Suporte para publicação de conteúdos no portal do Acessa SP;
21
Retirado do relatório mensal JAN 2003

86
Figura 3: Fluxo Operacional

1.5 Softwares e tecnologias utilizadas

Servidor de páginas de Internet

Sistema operacional do servidor: Linux

Banco de dados: MySQL http://www.mysql.com (software livre)

Site: Linguagem PHP http://www.php.net (software livre) com integração


com o Banco de Dados.

Software de Pesquisa: phpESP (Easy Survey Package)


http://sourceforge.net/projects/phpesp fazia a administração dos votos das
enquetes no Banco de Dados.

Processamento, tabulação em tabelas e gráficos dinâmicos: Planilha


Eletrônica Microsoft Excel.

87
3.3. Dinâmica de desenvolvimento do Projeto. Desenvolvimento do projeto ao longo do
tempo e as decisões tomadas durante o percurso.

Iremos analisar o desenvolvimento do Fala São Paulo desde 29 de novembro de


2002 até 16 de fevereiro de 2006, totalizando 39 meses, ou 168 semanas.

Para a elaboração dos infográficos, foi construída uma tabela completa22, com as
variáveis de data de término, código da enquete, pergunta, existência ou não de pop-up,
existência ou não de boletim informativo e a somatória geral dos votos. Os dados foram
separados em três períodos que aproximadamente coincidem com os três anos do Projeto,
2003, 2004, 2005. Foram construídos infográficos relativos a estes e plotadas informações
relevantes do processo.

O gráfico 3 corresponde ao período que vai do fechamento da primeira enquete em


05/12/2002 (e001) até 01/01/2004 (e55).

Este período caracteriza-se por grande variação de amplitude do número de votos


por enquete, em que novos procedimentos eram adotados, problemas eram enfrentados e
uma cultura de participação era estabelecida.

Ao término de algumas enquetes, boletins eram enviados com os resultados e um


convite para participar na enquete corrente. As enquetes que tiveram seus resultados
enviados por e-mail para os participantes estão com marcadores em azul.

22
Anexo C

88
Gráfico 3: Infográfico de desenvolvimento do Projeto Fala São Paulo,
predominantemente em 2003.

2003 Recorde: 4053 votos (enquete


sobre cinema nacional)
4000 Legenda
não enviado boletim Problemas
Enquetes
técnicos no
enviado boletim sugeridas por
banco de dados
período sem pop-up monitores no
(muitos votos
kit-encontro
não foram
(relat. 09/03)
3000 computados)
Número de votos

Enquete sobre
2000 camisinha

Intervenção
1000 através do kit-
encontro (01/08)
e início do
férias
ranking de votos
por Infocentro

0
5/12/2002
12/12/2002
19/12/2002
26/12/2002
2/1/2003
9/1/2003
16/1/2003
23/1/2003
30/1/2003
6/2/2003
13/2/2003
20/2/2003
27/2/2003
6/3/2003
13/3/2003
20/3/2003
27/3/2003
3/4/2003
10/4/2003
17/4/2003
24/4/2003
1/5/2003
8/5/2003
15/5/2003
22/5/2003
29/5/2003
5/6/2003
12/6/2003
19/6/2003
26/6/2003
3/7/2003
10/7/2003
17/7/2003
24/7/2003
31/7/2003
7/8/2003
14/8/2003
21/8/2003
28/8/2003
4/9/2003
11/9/2003
18/9/2003
25/9/2003
2/10/2003
9/10/2003
16/10/2003
23/10/2003
30/10/2003
6/11/2003
13/11/2003
20/11/2003
27/11/2003
4/12/2003
11/12/2003
18/12/2003
25/12/2003
1/1/2004
Data

A elipse tracejada em verde destaca um período em que não houve uma janela pop-
up da enquete do Projeto Fala São Paulo no Portal do Acessa São Paulo. Este pop-up nada
mais era que uma pequena janela que abria automaticamente toda vez que o Portal do
Acessa São Paulo era acessado. Como o Portal do Acessa é muito visitado, isso dava uma
visibilidade maior às enquetes, por isso sua importância. Sem dúvida, esta era a variável
mais importante relativa ao número de votos por enquete.

Após uma seqüência de enquetes com baixo nível de participação, em 31/7/2003 e


01/08/2003, a Escola do Futuro fez intervenções presenciais, para conquistar e motivar
monitores a ajudar na divulgação do Projeto (ANEXO E). A intervenção surtiu efeito na
mesma semana, conforme nota-se no infográfico.

Abaixo um trecho extraído do Relatório Semanal de Agosto de 2003

A última parte do Kit Encontro tratou do Fala SP. A avaliação é que a participação

89
nas enquetes está muito abaixo do desejado. Muitos Infocentros estão sem nenhum voto, o
que significa que nem mesmo os monitores participaram. Pelo sistema de relatórios on line
é possível acompanhar o número de votos de cada Infocentro e também no endereço
http://falasp.futuro.usp.br/vitrine/votosinfos.php. O objetivo é agora aumentar a
participação no Fala SP. Cada monitor recebeu um texto explicativo com dicas práticas
para estimular a participação dos usuários: imprimir os resultados da enquete anterior e
exibir na parede, deixar a o portal do Acessa SP já aberta, com a enquete carregada, para
que o usuário já chegasse e encontrasse tudo pronto para só votar etc.

Num segundo momento do Kit Encontro, os monitores levantaram os pontos fortes e


fracos do Fala SP e também fizeram sugestões de melhoria. Todos os monitores escrevam
suas observações em pedaços de papel que foram afixados na parede e visualizados por
todos. As observações foram lidas em voz alta e discutidas rapidamente, pois o tempo já
havia terminado. Essa avaliação será considerada para se implantar novidades no site do
Fala SP. Esse exercício também serviu para provocar uma reflexão sobre o próprio Fala
SP, e a postura que os monitores tinham diante da proposta de enquetes semanais.

Neste período, destacam-se as enquetes:

Gráfico 4: Enquete Saúde

Dos problemas de saúde relacionados abaixo, qual é o mais preocupante? 26/12/2002

90
Resultado geral entre os 188 votantes.

Repercussão online: 2 citações

Gráfico 5: Enquete Comportamento


Você acha que as pessoas não usam camisinha por quê? 6/2/2002 (e010)

Resultado final entre os 1448 votantes.

Repercussão online: 2 citações

Gráfico 6: Enquete Cultura e Lazer

Qual a sua opinião sobre os últimos filmes brasileiros que estiveram no cinema?
25/9/2003 (e041)

91
Resultado final entre os 4053 votantes.

Recorde de participação!

O gráfico 7 corresponde ao período de 8/1/2004 (e056) a 30/12/2004 (e105).

Este período caracteriza-se por uma maturidade e estabilidade do processo, em que


os números de votos têm menor amplitude de variação. Marca também um avanço no nível
de comunicação e participação dos monitores (ANEXO F), possibilitando a estes
participarem de processos de discussão para elaboração de novas enquetes. Meses depois,
este processo avança (ANEXO G) também na direção dos usuários, com monitores
moderando discussões entre estes.

O processo desenvolvido para a participação dos usuários compreendeu as seguintes


etapas:

1. Chat para escolher os monitores/moderadores

2. Chat preparatório para o encontro

3. Elaboração de um roteiro com os principais pontos e técnicas de moderação

92
Número de votos

Gráfico

0
1000
2000
3000
4000
8/1/2004
15/1/2004 7:
22/1/2004
29/1/2004
5/2/2004

enquetes
12/2/2004
19/2/2004
26/2/2004
4/3/2004

de perguntas para as
11/3/2004
Infográfico

18/3/2004
25/3/2004

de monitores na formulação
Início da participação online
1/4/2004
predominantemente em 2004.
de

8/4/2004
15/4/2004

enquetes
22/4/2004
29/4/2004
6/5/2004
13/5/2004

de perguntas para as
20/5/2004
27/5/2004

de usuários na formulação
Início da participação online
3/6/2004
10/6/2004
17/6/2004
24/6/2004
2004

1/7/2004
desenvolvimento

Data
8/7/2004
15/7/2004
22/7/2004
do

29/7/2004
5/8/2004
4. Chat com a participação dos Usuários e Monitores

12/8/2004
19/8/2004
26/8/2004
2/9/2004
9/9/2004
Projeto

16/9/2004
23/9/2004
30/9/2004
7/10/2004
Fala

14/10/2004
21/10/2004
28/10/2004
4/11/2004
São

11/11/2004
18/11/2004
Legenda

25/11/2004
2/12/2004
9/12/2004
16/12/2004
enviado boletim
zona de estabilidade

93
Paulo,

23/12/2004
não enviado boletim

30/12/2004
Nesse período, destacam-se as enquetes:

Gráfico 8: Acesso a Serviços do Governo

2/8/2004 (e086)

Resultado final entre os 918 votantes.

Repercussão online: 11 citações

Gráfico 9: Cidadania
25/3/2004 (e066)

Resultado final entre os 1829 votantes.

Repercussão online: 2 citações

94
Gráfico 10: Entretenimento e Lazer

19/2004 (e087)

Resultado final entre os 1154 votantes.

Repercussão online: 1 citação

O gráfico 11, corresponde ao período de 6/1/2005 (e105) a 16/2/2006 (e160).

Este ano caracteriza-se por períodos de estabilidade interrompidos por períodos sem
pop-up no Portal do Acessa São Paulo. As últimas semanas marcam aumento da amplitude
de variação do número de votos com o decorrer das semanas. Finalmente o pop-up é
retirado do Portal do Acessa e o Projeto é suspenso.

95
Número de votos

0
1000
2000
3000
4000
6/1/2005
13/1/2005
20/1/2005
27/1/2005
3/2/2005
10/2/2005
17/2/2005
24/2/2005
3/3/2005
10/3/2005
17/3/2005
24/3/2005

21/4/2005 (e120)
31/3/2005
7/4/2005
14/4/2005
21/4/2005
28/4/2005
predominantemente em 2005.

5/5/2005
12/5/2005
19/5/2005
26/5/2005
2/6/2005
9/6/2005

Gráfico 12: Cultura e Lazer - Esporte


16/6/2005
23/6/2005
30/6/2005
7/7/2005
14/7/2005
2005

21/7/2005
28/7/2005

Data
4/8/2005
11/8/2005
referendo

18/8/2005
25/8/2005
Enquete sobre o

semana antes do

1/9/2005
8/9/2005
desarmamento (uma

15/9/2005
22/9/2005
29/9/2005
6/10/2005
13/10/2005
20/10/2005
27/10/2005
sobre a

pessoal

3/11/2005
Enquete

situação
financeira

10/11/2005
17/11/2005
24/11/2005
1/12/2005
8/12/2005
15/12/2005
22/12/2005
29/12/2005
Legenda

5/1/2006
12/1/2006
19/1/2006
26/1/2006
enviado boletim

2/2/2006
período sem pop-up

zona de estabilidade

9/2/2006
não enviado boletim

16/2/2006

96
Gráfico 11: Infográfico de desenvolvimento do Projeto Fala São Paulo,
Resultado final entre os 941 votantes.

Repercussão online: 1 citação (e120)

O efeito FALE CONOSCO :

As enquetes cobrem uma gama bastante grande de temas contemporâneos e de


interesse geral, de maneira clara e objetiva. O que não ocorre, no entanto, é uma abertura às
discussões geradas pelas questões mais polêmicas como aborto ou eutanásia, por exemplo.
As informações sobre esses temas correm sempre em mão-única, ou seja, do cidadão para o
governo, sem nenhum tipo de interação mais complexa e estruturada.

Um canal de comunicação que o visitante do tem à disposição no site do Fala São


Paulo é o Fale Conosco. Desde a criação do site, em novembro de 2002, a ferramenta
recebeu 627 mensagens, que, quando analisadas, nos dão uma idéia melhor de como o
usuário se expressa, pensa e de quais são suas opiniões e necessidades.

Para essa análise utilizamos o sentido empregado nas técnicas de análise do


discurso.

Análise de discurso é o nome dado a uma variedade de diferentes enfoques no


estudo de textos, desenvolvida a partir de diferentes tradições teóricas e tratamentos em
disciplinas diferentes. Estritamente falando, não existe uma única análise de discurso ,
mas muitos estilos diferentes de análise. O que essas perspectivas partilham é uma rejeição
da noção realista que a linguagem é simplesmente um meio neutro de refletir, ou descrever
o mundo, partilham uma convicção da importância central do discurso na vida social
(GIL, p.244)

Linguagem e práticas lingüísticas oferecem um depósito de sistemas de termos,


formas de narrativas, metáforas e citações, do qual é possível organizar um relato
específico (POTTER ET AL., 1990).

A seção Fale Conosco é a única maneira pela qual o visitante do site do Fala São
Paulo pode enviar informações, sejam perguntas, solicitações ou sugestões. É por ela que o
visitante do site consegue se expressar, não só recebendo informações da equipe do site,

97
mas participando (ainda que não da maneira ideal) do mesmo. É justamente essa
expressão que analisaremos aqui.

Imediatamente acima de onde se encontra o formulário para preenchimento e envio


da mensagem há uma orientação ao usuário, que diz:

Por meio desta página você entra em contato com a equipe do Fala São Paulo e
sugere novas enquetes! Não perca a oportunidade de dar sua opinião.

Se você tiver dúvidas ou críticas sobre o Fala São Paulo, também pode enviá-las
usando o formulário abaixo.

Ou seja, o usuário é orientado a utilizar o Fale Conosco para algumas situações:

1. Entrar em contato com a equipe responsável pelo site

2. Sugerir novas enquetes

3. Expressar a opinião a respeito das enquetes do site

4. Esclarecer dúvidas

5. Registrar críticas

Segundo esta orientação e estas situações, é de se esperar que as mensagens situem-


se dentro dos seguintes temas, respectivamente:

1. Pedidos ao Fala São Paulo ou Acessa São Paulo (contato com a equipe do
Fala São Paulo)

2. Sugestões ao Fala São Paulo (sugestão de novas enquetes)

3. Opiniões ligadas às enquetes

4. Pedidos ao Fala São Paulo (esclarecimento de dúvidas)

5. Críticas ao Fala São Paulo ou Acessa São Paulo (registro de críticas)

98
Analisando as mensagens recebidas, podemos dividi-las em áreas de abordagem por
seu objetivo e por seu foco. Por foco entende-se para quem se deseja "direcionar a
mensagem, dar o recado. As mensagens tiveram 3 grandes focos: o Programa Acessa São
Paulo, o Fala São Paulo e Geral. Já a classificação pelo objetivo leva em conta a intenção
da mensagem, ou seja, seu conteúdo. A partir daí foram identificados seis grandes grupos:
Pedidos, Sugestões, Críticas, Elogios, Opiniões e Outros.

É importante ressaltar que muitas mensagens trazem um conteúdo que pode estar
classificado em mais de uma categoria, a exemplo de uma mensagem de 22 de fevereiro de
2005 que traz um elogio e um pedido à equipe:

Bem pelo que vi o site de vossa senhoria esta muito bom. Só gostaria de saber
como vcs controlam o site. Brigado

Assim, todas as menções foram divididas em uma matriz 6 x 3.

Nas linhas, temos categorias nas quais as mensagens foram classificadas:

1. Pedidos: São, basicamente, solicitações que vêm do participante para suprir


uma necessidade existente. Como exemplos, podemos citar pedidos de
emprego, ajuda para comprar medicamentos, informações adicionais sobre
as enquetes e outros. No discurso, geralmente se encontram os termos
gostaria de saber... , solicito... e preciso de... .

Exemplos:

1. Bom dia. Ficaria muito agradecido se fosse informado do


endereço do infocentro de Bauru. Muito grato. Gabriel
(18/05/2005)

2. mande para mim o saite de bolsas de estudos de cursos


universitarios porque estou curçando enfermagem vou ter
que trancar a matricula (07/11/2005)

99
2. Sugestões: Caracterizadas pelos termos minha sugestão é... , vocês
poderiam... ou diretamente na forma da pergunta a ser feita na enquete, as
sugestões são, em sua maioria, dirigidas a novas enquetes a serem feitas no
site, como veremos a seguir:

Exemplos:

1. Enquete: Você está satisfeito com a administração da sua


cidade? (02/10/2004)

2. gostaria de sugerir uma enquete: Se as pessoas são ou não


a favor do desarmamento no Brasil. (22/08/2005)

3. Opiniões ligadas às enquetes: Geralmente caracterizam-se por opiniões


sobre a enquete da semana, ou seja, sobre temas de interesse geral da
população sem menções ao programa Acessa São Paulo ou ao Fala São
Paulo , constituindo uma categoria à parte de Críticas e Elogios justamente
por esta caracterização.

Exemplos:

1. voto contra o dessarmamento, porque não adianta


dessarmar a população e armar os bandidos. (15/10/2005,
referindo-se à enquete Qual é a sua opinião sobre o
comércio de armas de fogo e munição no Brasil? , da semana
de 07 a 13/10/2005)

2. casais homossexuais devem ter o direito de uniao civil e


adotar crianças, tenho 19 anos e sou homossexual .
(04/07/2005, referindo-se à enquete Na sua opinião, casais
homossexuais devem ter o direito de casar e/ou adotar
crianças? , da semana de 20 a 26/05/2005.)

100
4. Críticas: São opiniões não-vinculadas às enquetes ou que dizem respeito ao
programa Acessa São Paulo ou ao Fala São Paulo, sempre apontando falhas
neles. Caracterizam-se por termos como minha crítica... , uma
reclamação... e outros.

Exemplos:

1. O site precisa ser aperfeiçoado, mas com o tempo ficará


bom. (21/10/2005)

2. a conequisao esta muito lentas a monitoras da manha é


muito enrolada de demora pra atender os alunos e demora
muito no horário. (23/06/2004)

5. Elogios: Atendem às mesmas características acima, exceto pelo fato de que


são apontados pontos positivos do Acessa São Paulo, do Fala São Paulo e de
temas não-ligados às enquetes. Carregam consigo os termos parabéns ,
interessante (bem como outros adjetivos), gostei e agradecimentos em
geral.

Exemplos:

1. Parabéns, esse site é muito legal e criativo.....beijos bia


(22/11/2004)

2. GOSTAERIA DE PARABENIZAR ESSA INICIATIVA DO


GOVERNO ACREDITO QUE SÃO PROGRAMAS DESSE
TIPO QUE FALTA EM NOSSO PAIS. (06/07/2005)

6. Outros: Mensagens não-classificáveis em outras categorias, geralmente


incompreensíveis ou de uso diverso. Encontram-se nesta categoria também
mensagens das equipes dos infocentros à equipe do Fala São Paulo.

Exemplos:

101
1. (...) estou um pouco atrapalhada desculpe me perco no
computador quase sempre pois o meu maior vício é digitar e
não consigo passar um e-mail e entrar na internet obrigado
(21/09/2005)

2. Venha fser parte dá nóssa amisade sem mais Vantuil


Junior (04/10/2004)

Nas colunas, temos 3 direcionamentos da mensagem:

1. Acessa São Paulo

2. Fala São Paulo

3. Geral: mensagens com foco não-relativo às duas categorias anteriores, ou


seja, mensagens de direcionamento diverso.

Assim, temos a seguinte classificação do conteúdo das mensagens:

Tabela 5: Classificação do conteúdo das mensagens do Fale Conosco do site do Fala


São Paulo:

Inicialmente, nota-se claramente um predomínio da categoria Pedidos dentre os


objetivos das mensagens, com 37,1% do total. Nesta categoria, incluem-se pedidos de
emprego e outros auxílios gerais (foco Geral , com 14,1%), pedidos ao Fala São Paulo
(9,6%) como auxílio para receber resultados das enquetes ou mais informações sobre o site

102
e pedidos ao programa Acessa São Paulo (13,4%), principalmente referentes à infra-
estrutura dos infocentros e atendimento dos monitores.

É interessante notar que, assim como é grande a quantidade de pedidos de ajuda


para conseguir emprego, é grande o número de participantes do programa Acessa São
Paulo, segundo a Pesquisa Online (Ponline)23 2005, que usam a Internet para procurar
emprego (46,4% ao todo, sendo 61,7% entre jovens de 20 a 24 anos). E mais, ainda
segundo a Ponline é pequeno o número de participantes que trabalham 37,7%.

Com relação aos pedidos relativos à infra-estrutura dos infocentros, nota-se uma
grande incidência de pedidos de melhoria na conexão à Internet do infocentro Sol Nascente
(SP) que, segundo a Ponline, teve somente a 47ª colocação no ranking dos infocentros
nesse aspecto.

Outra categoria importante é a de sugestões (19,9%), principalmente devido a


sugestões de novas enquetes à equipe do Fala São Paulo (15,1%). Também é bastante
importante a categoria de opiniões sobre as enquetes, com 15,8%.

Já em relação ao foco das mensagens, a categoria predominante é a Geral , com


37,1%, levada principalmente pelas opiniões ligadas às enquetes (15,8%) e os pedidos
gerais (14,1%). Depois, temos uma parte representativa que diz respeito ao Fala São Paulo
(33,3%) e uma parte que fala sobre o Acessa São Paulo com pedidos, sugestões, etc.
(28,9%).

Quanto a críticas e sugestões, o Fala São Paulo é mais bem avaliado do que o
programa Acessa São Paulo como um todo, recebendo mais elogios (5,5% contra 4,1%) e
menos críticas (2,1% contra 2,7%) do que ele. Isso se deve principalmente pelas
reclamações quanto a equipamentos e monitores dos infocentros.

23
Pesquisa Online desenvolvida para o Programa Acessa São Paulo com o objetivo de conhecer quem são os usuários dos
Infocentros,Impacto da Internet na vida de cada um e Avaliação dos serviços prestados. A pesquisa pode ser acessada na
íntegra em http://www.ponlines.futuro.usp.br/pesquisas.jsp. A ponline 2005 contou com 4.343 usuários respondentes.

103
Enfim, as situações a que o usuário é instruído a usar o Fale Conosco realmente se
aplicam, mas não só. O visitante do site do Fala São Paulo utiliza o Fale Conosco como
uma tentativa de se expressar, uma vez que é o único caminho a ser seguido. Talvez
tenhamos aí a comprovação de que é necessário instituir uma via de mão dupla de
informações, uma vez que os próprios visitantes do site extrapolaram o uso do Fale
Conosco improvisando uma maneira embrionária de se chegar à troca ideal de informações
entre governo-cidadão. Esta necessidade ainda é constatada em algumas mensagens do Fale
Conosco, que sugerem que a equipe coloque artigos relacionados ao tema, entrevistas com
profissionais da área e que sejam abertos espaços para discussão dos temas;

Gostaria que pudesse comentar sobre vários temas.

Ex.: dia dia do trabalhador, como viver com este salario,

porque tudo aumenta, porque tanta corrupção e nada é feito. (16/03/2005)

Há, então, que se prover meios de se fazer com que estas discussões façam parte do
cotidiano do cidadão especialmente o jovem , estimulando a reflexão e eventuais
deliberações a respeito. Desta maneira, teremos cidadãos mais informados, integrados e
conscientes atuando na sociedade.

3.4 Situação Final. Contexto no qual o projeto foi suspenso.

O projeto foi suspenso dia 16 de Fevereiro de 2006 por uma decisão da Escola do
Futuro e em certo sentido corroborada pela coordenação do Programa.

A seguinte informação foi retirada do relatório Mensal de Fevereiro de 2006:

Suspensão do projeto
Com a inauguração do novo portal, houve uma queda brusca na participação, de
uma média de mais de 1000 votos semanais para aproximadamente 50 votos quinzenais,
ocasionada pela extinção do pop-up do FalaSP no site do AcessaSP. A remoção do pop-up
foi também uma demanda dos monitores e usuários, detectada durante os encontros de
capacitação.

104
Dentro dos novos projetos e prioridades do Portal do AcessaSP, foi determinado
que a imagem direcionando para o site do FalaSP ficaria abaixo da primeira tela, o que
provavelmente também influenciou na redução do número de participantes.

O projeto permanece suspenso até uma decisão oficial de encerrá-lo de vez ou


reestruturá-lo de maneira que o torne mais efetivo e útil para todos os envolvidos .

3.5 Analise e Conclusões

Para evidenciarmos os aspectos diferenciais e comuns do contexto dividimos a


analise em três grandes temas:

Objetivos e tipos de opinião pública;

Tecnologias online para a participação;

Processos e desafios.

3.5.1 Objetivos e tipos de opinião pública

Ao analisar os dados, verifica-se que houve confusões quanto aos objetivos: canal
de comunicação, canal de expressão ou sondagem de opinião? Canal de comunicação
pressupõe a possibilidade de uma conversação, de um meio que permita o diálogo. As
enquetes do Fala SP não possibilitam um diálogo ou uma conversa entre a população e o
governo. Elas permitem uma sondagem de opinião, um levantamento de questões
pertinentes ao contexto, mas da forma como estão estruturados o site e a dinâmica de uso, o
processo é de mão única e pontual: cada enquete um tema. O efeito Fale Conosco trouxe
para o projeto uma maior riqueza na interação da população com o governo, pois através
deste dispositivo as pessoas podiam se expressar mais livremente e não apenas através das
alternativas das enquetes. Nesse sentido, como canal de expressão, mesmo que
alternativo , o Fale Conosco teve um papel relevante.

No que diz respeito à sondagem de opinião, de acordo com a classificação de James


S. Fishkin, o Fala São Paulo se encaixa na categoria 1A SLOPs (Self-Selected Listener
Opinion) opinião do ouvinte auto-escolhido.

105
Fishkin distingue o processo de auto-escolha e do tipo de opinião pública bruta do
outro tipo de opinião pública, a refinada , a qual se obtém após um debate que a exponha
em meio a um amplo leque de perspectivas, baseadas em argumentos sinceros e dados
precisos . A opinião bruta é caracterizada quando ela não é produto de um debate".
Quanto à distinção de quem é a opinião que está sendo consultada, Fishkin enumera três
possibilidades principais: as pessoas consultadas podem ser auto-escolhidas, podem ser
escolhidas através de amostragem científica aleatória ou ser constituída de todos os
eleitores virtuais (ou membros do grupo que está sendo consultado). O quadro abaixo
demonstra as combinações possíveis.

Tabela 6: Método de Escolha e Opinião Pública

Método de escolha
Opinião
2. Amostragem
Pública 1. Auto-escolha 3. Todos
aleatória
2A - Pesquisas de 3A - Democracia
A. Bruta 1A - SLOPs
opinião pública plebiscitária
1B - Grupos de 2B - Pesquisas 3B - "Dia da
B. Refinada
discussão deliberativas Deliberação"

Portanto, as opiniões obtidas através do Fala SP oferecem um quadro distorcido da


opinião pública, pois como a seleção é feita por auto-escolha muitas vezes pessoas mais
sensibilizadas fazem questão de registrar seu ponto e, às vezes, mais de uma vez. Fishkin
faz uma interessante analogia com práticas da antiga Esparta, denominada O Grito , na
qual os candidatos podiam tentar encher o auditório com seus apoiadores e aquele que fosse
mais aplaudido seria eleito.

A grande dificuldade desta categoria (1A) é que ela não é nem representativa nem
deliberativa. Ela oferece um quadro da opinião pública desinformada e se o resultado for
entendido como espelho da opinião pública, será um espelho distorcido e não o que
produz a imagem refletida.

106
Pensado como um processo, podemos dizer que ele pode gerar uma sensação de
poder, pois a população tem espaço para se expressar, mas o grande problema é o que
poderá ser considerado a partir dos resultados.

Um ponto muito relevante quanto ao Fala SP é que, embora a consulta de opinião


seja classificada como bruta , ou seja, que não é produto de um debate, o processo de
elaboração das perguntas foi se tornando cada vez mais participativo e fruto de diálogos
entre os diferentes atores. Uma das hipóteses é que a complexidade de sustentação de um
processo de refinamento da opinião exige, além de competências na moderação, um
planejamento mais detalhado e mais articulado com outros participantes e instituições afins.
Entretanto, o desenho do projeto determinava a cada semana uma enquete nova o que
praticamente inviabiliza o processo de refinamento da opinião. Devemos lembrar que o
usuário não está acessando de sua casa onde ele no máximo divide o computador com
alguns membros da família. Esse usuário tem como tempo padrão de acesso à Internet 30
minutos (um atendimento) e para que ele possa participar de um debate mais duradouro e
que necessite de mais tempo para se desenvolver, ele necessariamente precisará de mais
tempo na Internet; ou por vez (por atendimento) ou por aumento de freqüência (mais
vezes). Outro cruzamento de análise é a própria cultura do debate e exposição das opiniões.
Percebemos durante o desenvolvimento das atividades que existe o potencial para as
discussões e levantamento das principais questões, mas para o aprofundamento destas
questões é necessário que se despenda mais tempo nas fases de organizações das idéias e
convergências intelectuais. Segundo o modelo de aprendizagem colaborativa online
desenvolvido pela doutora em teorias de aprendizagem Linda Harasim24, os participantes
passam por 3 estágios: O primeiro é a Geração de Idéias, onde cada participante traz seu
referencial, suas experiências e conhecimentos. Esse estágio é caracterizado por frases
começando com Eu acho isso bom... Eu acho aquilo ruim , etc. O segundo estágio é o
da Organização de Idéias, os participantes começam a identificar as idéias semelhantes,
começa a existir um vocabulário e linguagem mais comuns e os participantes trazem para
suas argumentações, além de suas experiências passadas, novas referências, casos similares
em outros lugares do mundo, outros pensadores, etc.. E o terceiro estágio é quando existe

24
http://www.fas.sfu.ca/fas/GCMS2/bio.php?FirstName=Linda&LastName=Harasim

107
uma certa Convergência Intelectual, quando, após as discussões e argumentações, é
possível definir um posicionamento. Este estágio é onde poderia se apresentar o momento
da escolha, da votação, pois é necessária a existência de um ponto de decisão no tempo;
caso contrário, as discussões podem ser intermináveis. Linda aponta ainda a existência de
um quarto estágio, mais difícil de ser comprovado, chamado de Mudanças
Comportamentais. Não é nosso objetivo aqui nos estendermos demasiadamente nessa
questão da aprendizagem colaborativa, pois o tema por si só mereceria uma pesquisa
específica; nossa questão é destacar essa dimensão no processo de refinamento das opiniões
e a complexidade envolvida.

O processo desenvolvido tanto no atendimento um a um, quanto, e principalmente,


no processo de capacitação dos monitores para serem moderadores de discussões em rede
com os usuários foi, apesar de secundário no contexto dos objetivos do projeto, importante
para a formação de uma cultura mais participativa. Este ganho (secundário) não ficou
visível no Projeto Fala SP.

3.8.2 Tecnologias online para a participação;

Utilizando o mapa de participação VOZ/VOTO de Coleman e Gotze, localizamos o


Fala São Paulo no quadrante inferior esquerdo, caracterizado por baixo diálogo e baixa
influência.

108
Figura 4: Fala SP localizado no mapa de participação Voz/Voto

Mais do que analisarmos o que o Fala SP é, queremos aqui visualizar o que ele
pode ser e que tecnologias podem ser utilizadas para isso. Não existe apenas um canal
único chamado Internet, existem várias maneiras de conduzir um processo de participação
pública online. Além do acesso, existem questões de usabilidade, acessibilidade e
segurança que devem ser consideradas nas práticas democráticas e muitas ferramentas
tecnológicas estão disponíveis para serem usadas na promoção de processos participativos e
deliberativos.

No capitulo 2, já foram detalhadas as principais características dos métodos


empregados. Podem-se utilizar e combinar diferentes ferramentas tecnológicas:

E-mail (um para um)

Comunicadores Instantâneos (um pra um, poucos para poucos).

Listas (muitos para muitos)

109
Formulários (um para um e um para muitos)

Salas de Bate Papo (um para um, um para muitos e muito para
muitos).

Fóruns (muitos para muitos)

No caso do Fala São Paulo, foi usado para definição das perguntas junto aos
monitores o Comunicador Instantâneo e a sala de Bate Papo (php) com os usuários. São
tecnologias acessíveis, existem muitas em código aberto e de graça, disponíveis na
Internet. O que não implica que o preparo para o uso de cada uma delas, seja no aspecto
do planejamento, seja na linguagem, seja na organização das informações, seja na
preocupação com a acessibilidade universal, seja simples e rápido. São questões que
vão além da tecnologia utilizada. A questão do pop-up afetou diretamente o resultado
(em número de votos) das enquetes. Quando havia o pop-up, os votos subiam; quando
não havia, os votos caiam rapidamente. Outro fator é o envio de boletins informativos
como estratégia de manter a atenção dos usuários nas enquetes.

No caso do Fala SP, há uma clara evidencia da preocupação com o tratamento


das informações e linguagem dos resultados. A ilustração exclusiva para cada enquete,
a pergunta direta ao usuário, as alternativas possíveis para cada enquete e a produção
gráfica dos resultados que além do uso de diferentes formatos de gráficos (barra, pizza,
relevo) também utiliza contrastes de cores e um texto mais coloquial. Mesmo não
existindo evidencias de mecanismo de checagem sistematizada dessas questões como
testes de usabilidade e questionário de satisfação, houve, conforme vimos nos encontros
presenciais e virtuais com monitores, uma análise compartilhada dos aspectos positivos
e negativos do Projeto.

A tecnologia é o meio e não o fim em si mesma. Quando se sabe onde se quer


chegar existem muitas possibilidades tecnológicas.

110
3.8.3 Processos e desafios

O processo de aprovação do Projeto Fala São Paulo, apesar de ter sido relativamente
rápido, foi pouco compartilhado ou, pelo menos, seus resultados.

Quem queria escutar a opinião da população a respeito de temas pertinentes à vida


das pessoas e da comunidade através de enquetes semanais? Essa pergunta, apesar de
parecer óbvia e simples, produz uma diferença de sentido. Dependendo da resposta à
indagação de quem é o pedido, não só o desenho do projeto como também as expectativas
em relação a ele devem ser adaptadas. No contexto do Fala SP, essa etapa inicial foi
compartilhada por poucos atores do governo, o que é facilmente entendido devido às
complexidades organizacionais, prioridades e processos internos. Podemos especular
alguns motivos, mas a importância do tema justifica uma pesquisa mais aprofundada nesta
questão. De qualquer forma, muitas explicações são plausíveis, inclusive já apontadas por
estudos de casos anteriores, dentre elas: pouca integração entre as áreas e secretarias de
governo, pouca clareza dos processos internos de comunicação, pouca experiência em
consultas e em processos decisórios participativos online, e o ciclo da produção das
políticas públicas, os quais, em sua maioria, não contemplam processos participativos
(principalmente online). Portanto, a questão não é apenas coletar as informações, mas
efetivamente considerá-las nos centros das tomadas de decisão.

Como foi destacado no capítulo 2, um dos principais desafios no desenvolvimento


de um processo de participação pública consiste, como ressalta Ann Macintosh, em que o
governo tenha uma visão holística , integrada ao ciclo de vida da elaboração de projetos e
desenvolva tecnologias capazes de dar suporte ao processo de informar, consultar,
participar, analisar, promover o feedback e a avaliação.

Resumidamente, a partir de análises de e-engajamento feitas por Ann Macintosh,


são apresentados cinco desafios:

O primeiro é o desafio de escala. Da perspectiva do cidadão o que a tecnologia pode


é propiciar que a voz de um indivíduo seja ouvida e não se perca em um grande debate de
massa. Um enfoque é como desenhar a tecnologia para dar suporte a um indivíduo para

111
participar ativamente, proporcionando a ele os meios eletrônicos que permitam encontrar
outros indivíduos e encontrar um ponto de vista similar ao seu. Há uma necessidade para a
tecnologia estar acessível em espaços públicos de forma a que a voz de um indivíduo se
desenvolva para uma voz da comunidade (torne-se pública), proporcionando, então, o
espetáculo de uma comunidade consciente de si mesma .

O segundo desafio é como criar fluxos nas TICs que permitam encorajar
construtivamente os cidadãos a pensar sobre as questões públicas, que ouçam e se engajem
nelas, argumentem e contra-argumentem. Isso requer informações acessíveis e
compreensíveis e a oportunidade para que o debate ocorra pelo uso de ferramentas como
uma próxima geração que medie fóruns de discussão. Por outro lado, vinculado a este
desafio está o envolvimento dos muitos jovens que, sem terem o direito civil do voto,
podem votar em políticas públicas. Os estudos das atitudes dos jovens para a prática
política têm demonstrado um ponto de vista bem abrangente para as políticas
convencionais, assim como uma insatisfação bem comum em relação à sua falta de
envolvimento. O desafio é desenvolver ferramentas de e-engajamento que proporcionem
aos jovens uma oportunidade tanto de participar quanto de compreender a tomada de
decisão coletiva e a cidadania ativa.

O terceiro desafio consiste em que o governo tenha uma visão holística do ciclo de
vida da elaboração de projetos e desenvolva tecnologias capazes de dar suporte ao processo
de informar, consultar, participar, analisar, promover o feedback e a avaliação. Há uma
necessidade de assegurar que o conhecimento que é adquirido a cada estágio no ciclo de
vida do projeto esteja apropriadamente disponibilizado para o outro estágio do processo,
possibilitando que o projeto seja mais bem formulado e os cidadãos sejam mais bem
informados. Maior atenção deveria ser dada ao encaminhamento e em que extensão as
técnicas de gerenciamento de processo e conhecimento poderiam dar suporte ao ciclo de
vida do projeto.

O quarto desafio é saber construir em cima da experiência dos outros. Para que o
governo de uma nação tire vantagem do trabalho inovador do e-engajamento, no nível local
e no nível parlamentar, há a necessidade de se saber e entender o que ocorre em todo lugar

112
e considerando os aspectos culturais locais, construir os próprios modelos. Um processo
conhecido como Glocalizaçao (global e local). É de se esperar então uma diversidade de
práticas desenvolvidas e possibilidades de trocas entre elas.

O quinto desafio é sobre a avaliação do e-engajamento e o que fez sentido ter ou


não ter conquistado. Há uma necessidade de compreender como acessar aos benefícios e
os impactos da aplicação de novas tecnologias num processo de projeto político. Mas,
como proceder a avaliação e o que estamos avaliando?

Há muitos outros desafios que poderiam ser acrescidos a esta lista. Contudo, parece
adequado fazer convergir a conclusão para a questão que Howard Rheingold formulou em
uma entrevista, em 2002, a Powazek:

Uma dentre outras coisas mais importantes relacionadas com a democracia não é
apenas votar em seus representantes, mas a conversação inteligente entre os cidadãos.
Perdemos uma parte dessa conversação na mídia de massa. Então uma questão é: veremos
um discurso político inteligente continuar on line e que tenha um efeito?

113
CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir de nossas investigações iniciais sobre conceitos e abordagens teóricas de


práticas sociais virtuais, pudemos constatar que teríamos de fazer um paralelo entre o
cenário existente antes e o cenário configurado depois do advento das novas tecnologias de
informação e comunicação para chegarmos a analisar em que condições ocorrem as práticas
sociais das comunidades também no espaço virtual.

Pudemos averiguar, com o suporte dos ensinamentos de Castells (2000) que a


revolução concentrada nas redes de informação foram remodelando gradativamente
processos econômicos, sociais e políticos. A flexibilidade no gerenciamento de produção
aumentou, devido à descentralização e à organização da produção e, ao mesmo tempo,
houve individualização e diversificação cada vez maior das relações de trabalho. Para este
autor, o espaço e o tempo são as principais dimensões materiais da vida humana. E sendo o
espaço a expressão da sociedade, o ciberespaço é o suporte material de práticas sociais do
tempo compartilhado , ou seja, reúne práticas simultâneas no tempo.

Dessa perspectiva, uma das primeiras conclusões a que chegamos é a de que,


ocupando um espaço privilegiado para discussões, a rede digitalizada apresenta um ponto
de importância fundamental para nossa tese, que é o aspecto que podemos chamar de uma
crítica às noções de representação no contexto da participação, sobretudo se as remetermos
ao conceito de democracia na esfera dos governos mundiais. Desse modo, as práticas
sociais na rede delinearam contornos para um novo exercício de participação pública, na
medida que um maior número de pessoas pode convergir para este novo espaço comum
criado.

Além disso, as possibilidades geradas nesta nova dimensão de espaço e tempo


compartilhados por uma alta densidade de conexões simultâneas puderam fazer emergir
contrastes visíveis entre os cenários de antes e de depois do advento da Internet, sendo o
primeiro deles o aumento substancial de informações que podem ser acessadas e
entrecruzadas desde um único indivíduo até amplos fóruns de discussões.

114
Verificamos, por outro lado, que ainda que as novas TICs constituam um meio
favorável para esse exercício democrático, as formas de convivência em grupo, sociedade
ou comunidade, se foram realmente alteradas, o foram em determinada medida, pois
certamente dependem de muitos outros fatores a serem levados em consideração.

Um desses fatores visíveis é a função que os indivíduos podem ter no âmbito das
comunidades, sejam elas tradicionais ou virtuais, como as redes sociais, coletivos
inteligentes ou espaço comum. Essa perspectiva nos levou a investigar formas de
comportamentos e hábitos do ser em relação aos sistemas de cooperação mútua, sob o
ponto de vista dos autores que nos reportamos no Capítulo 1. A partir dos desdobramentos
dessas noções, concluímos que as relações entre indivíduo-indivíduo e invidíduo-coletivo
só constituem forças visíveis de cooperação coletiva, desde que também haja a expressão
na sociedade do modo como os indivíduos que compõem as redes interagem e/ou
participam delas no espaço e no tempo compartilhados.

Nesta parte dedicada a nossas considerações finais, cabe lembrar que, nos termos de
nossa dissertação, designamos a participação pública e a opinião pública de acordo com as
presentes condições de uma análise em nível global, relacionada a uma ação política
relevante, baseada nas necessidades e nas oportunidades que um programa de inclusão
digital, vinculado a um governo estadual, pode proporcionar.

Muitos dos estudos sobre participação pública que analisamos ao longo de nossa
investigação sobre o tema demonstraram que o próprio termo participação , sobretudo em
meio aos discursos políticos, ganham conotações diversas, podendo ser apropriados de
acordo com interesses imediatos. O mesmo pode ocorrer em relação ao termo opinião
pública, um conceito do século XVIII, que desde há muito vem sendo referida pelas
ciências humanas como uma opinião genérica e consensual, às vezes burra, ignorante,
hesitante e amorfa.

Nessa nova esfera pública, onde surgem os conceitos de e-democracia, e-


participação, e-engajamento, e-gov, em decorrência das novas TICs, concluímos que um
poderoso canal de diálogo se abre para a criação e a ocupação desse novo território de
interação entre pessoas, organização e governos. Nesse sentido, podemos dizer que se trata

115
de um contexto democrático nunca antes tão favorável para tomadas de decisões conjuntas
governo e cidadão. Os termos participação pública e opinião pública devem ser
repensados, não apenas em termos de retórica, mas também em termos de educação,
aprendizado, capacitação, formação, comunicação, informação, diálogo, entre tantos outros,
que nesse contexto global adquirem novos sentidos, na medida que novas práticas sociais
de cooperação vão se diagramando.

Dessa perspectiva, e retornando ao nosso caso mais específico que é a análise das
condições propícias para a participação do público ou das pessoas em assuntos políticos-
públicos de seu interesse com os governos, pudemos verificar, inclusive ao elaborar o
estudo de caso retirado de nossa própria prática apresentado no Capítulo 3, que esse tipo de
participação nos e-govs depende fundamentalmente de como os participantes da rede
comunicam entre si. Isso inclui uma atitude que depende, em grande parte, de uma
democracia representativa, dos próprios governantes e representantes eleitos, dos órgãos do
governo, dos poderes da União e do corpo de funcionários como um todo. Ou seja, se no
próprio corpo do governo não houver a motivação conjunta desse tipo de cooperação, como
esperar que o outro lado interaja com ele?

Sabe-se que esse tipo de motivação deve decorrer das modificações da própria
estrutura dos governos e implica elevados custos com infra-estrutura e recursos humanos,
como com a capacitação dos funcionários, mas o poder público não pode furtar-se de suas
responsabilidades de nele influir de forma planejada com decisão e lucidez.

Não se pode dizer que uma ótica setorial e imediatista possa intervir de modo eficaz
na condução dessa nova visão de governo democrático. Com a escolha do projeto Fala SP
como estudo de caso desta dissertação de mestrado, pretendemos demonstrar um
desdobramento possível de um programa de inclusão digital em andamento que conta com
a participação das comunidades, através dos monitores escolhidos por elas e capacitados
pelo governo e de usuários voluntários. Enfim, uma atitude nova de ambas as partes no
sentido de caminhar para um diálogo numa via de mão dupla, mas certamente sabemos que
estamos indo em direção a níveis de participação pública mais aperfeiçoados, como
apresentamos no Capítulo 2.

116
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126
ANEXOS

Anexo A: Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação

Anexo B: Projetos de Inclusão Digital

Anexo C: Tabela Infográficos

Anexo D: Telas do Site Fala SP

Anexo E: Processo de Atendimento Direcionado à Divulgação do Projeto Fala SP

Anexo F: Chat entre Monitores e Equipe da Escola do Futuro para a Criação de Enquetes
do Fala SP

Anexo G: Processo de Construção da Participação do Usuário no Processo de Formulação


das Enquetes

127
ANEXO A

PESQUISA SOBRE O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA


COMUNICAÇÃO - TIC DOMICÍLIOS

Resultados da primeira pesquisa sobre penetração e uso da internet em domicílios realizada


pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasi)
http://www.nic.br/indicadores/usuarios/rel-int-04.htm

Realizada pelo Instituto Ipsos-Opinion, nos meses de agosto e setembro de 2005, a TIC
DOMICÍLIOS 2005 mediu a penetração e uso da internet em domicílios, incluindo uso de governo
eletrônico, comércio eletrônico, segurança, educação e barreiras de acesso. A metodologia utilizada
seguiu o padrão internacional da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico) e da Eurostat (Instituto de Estatísticas da Comissão Européia), permitindo a
comparabilidade internacional. A amostras probabilística da pesquisa foi desenhada de forma a
apresentar uma margem de erro de no máximo 1,5% no âmbito nacional e de 5% regionalmente. As
entrevistas foram realizadas presencialmente, em 8.540 domicílios e com indivíduos a partir dos 10
anos. Os resultados permitem a apresentação dos indicadores por 15 regiões e áreas metropolitanas,
classe social, instrução, idade e sexo.

A1 - PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS QUE POSSUEM EQUIPAMENTOS TIC*


Fonte: IPSOS

Legenda - RM: Região Metropolitana; SP: São Paulo; RJ: Rio de Janeiro; BH: Belo Horizonte; SE: Sudeste; SAL: Salvador;
REC: Recife; FOR:Fortaleza; NO: Nordeste; BEL: Belém; N: Norte; CUR: Curitiba; POA: Porto Alegre; S: Sul; DF: Distríto
Federal; CO:Centro Oeste
* Base:8.540 domicílios entrevistados
A1 - PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS QUE POSSUEM EQUIPAMENTOS TIC*
Percentual sobre o total da população, nos últimos 3 meses

Fonte: IPSOS

* Base:8.540 domicílios entrevistados

PERFIL DA AUDIÊNCIA POR GÊNERO - Fevereiro 2006


Composição do perfil dos internautas brasileiros
no período por sexo

Fonte: NetView - IBOPE//NetRatings


C5 - LOCAL DE ACESSO INDIVIDUAL À INTERNET*
Percentual sobre o total da população, nos últimos 3 meses

Fonte: IPSOS

Legenda - RM: Região Metropolitana; SP: São Paulo; RJ: Rio de Janeiro; BH: Belo Horizonte; SE: Sudeste; SAL: Salvador; REC: Recife;
FOR:Fortaleza; NO: Nordeste; BEL: Belém; N: Norte; CUR: Curitiba; POA: Porto Alegre; S: Sul; DF: Distríto Federal; CO:Centro Oeste
* Base:8.540 domicílios entrevistados
** Amigo, vizinho ou familiar
*** Internet café, lanhouse ou similar.
**** Telecentro, biblioteca, entidade comunitária, etc.

C8 - BARREIRAS AO ACESSO DA INTERNET EM CASA*


Percentual sobre o total da população, em outubro de 2005

Fonte: IPSOS

Legenda - RM: Região Metropolitana; SP: São Paulo; RJ: Rio de Janeiro; BH: Belo Horizonte; SE: Sudeste; SAL: Salvador;
REC: Recife; FOR:Fortaleza; NO: Nordeste; BEL: Belém; N: Norte; CUR: Curitiba; POA: Porto Alegre; S: Sul; DF: Distríto
Federal; CO:Centro Oeste
* Base:8.540 domicílios entrevistados
C8 - BARREIRAS AO ACESSO DA INTERNET EM CASA*
Percentual sobre o total da população, em outubro de 2005

Fonte: IPSOS
D1 - SERVIÇOS DE GOVERNO ELETRÔNICO UTILIZADOS NA INTERNET*
Percentual sobre o total da população, nos últimos 12 meses

Fonte: IPSOS

* Base 8540 domicílios entrevistados

ACESSO MUNDO
Pessoas com 2 anos ou mais que moram em domicílios com acesso à internet via computador doméstico

Fonte: GNETT - IBOPE//NetRatings


ANEXO B
PROJETOS DE INCLUSÃO DIGITAL NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Programa Acessa SP
Programa estadual que mantém infocentros, espaços públicos com
computadores para acesso gratuito e livre à Internet.
http://www.acessasp.sp.gov.br/html/

Casa Brasil
Iniciativa federal multi-ministérios que busca criar um equipamento
público com módulos de atividades sobre inclusão digital e sociedade da
informação.
http://casabrasil.iti.br/

Centros Rurais de Inclusão Digital


Centros que utilizam a conexão via satélite à Internet para diminuir o
isolamento de assentamentos de trabalhadores rurais no Ceará.
http://www.multimeios.ufc.br/crid/

Computador para Todos


O programa federal consiste em isenção fiscal para a indústria e em
crédito diferenciado para o consumidor, para facilitar a compra de
computadores.
http://www.computadorparatodos.gov.br/projeto/index_html

Cidade do Conhecimento - USP


Promove a criação, incubação e desenvolvimento de projetos por meio
de redes digitais colaborativas.
http://www.cidade.usp.br/

Comitê Gestor da Internet no Brasil


Coordena e integra serviços Internet no país, cumpre função importante
nas pesquisas sobre a Internet no Brasil.
http://www.cgi.br/

Comitê para a Popularização da Internet - Compi


Realizar cursos e programas educacionais/ profissionalizantes para
membros de comunidades carentes, principalmente crianças e jovens.
http://www.compi.org.br/
Conexão Solidária
Ensino de informática a crianças de entidades assistenciais de 9 a 12
anos, em Brasília.

Cultura Digital
Compartilhamento das produções geradas pela ação em rede dos Pontos
de Cultura federais, promovendo troca de experiências.
http://www.cultura.gov.br/programas_e_acoes/cultura_viva/programa_
cultura_viva/cultura_digital/index.php

Digitando o Futuro - Faróis do Saber


Rede pública de Internet de Curitiba com 430 computadores de alta velocidade
instalados.
http://www.curitiba.org.br/digitando/index1.php?digitando=1

CIDs da Fundação Bradesco


Os Centros de Inclusão Digital ampliam o atendimento às pessoas que
moram próximas às escolas, com monitoria de alunos da fundação.
http://www.fb.org.br/index.asp

Garagem Digital
Iniciativa da HP/Brasil e Fundação Abrinq para usar a tecnologia como
ferramenta para a capacitação de jovens.
http://www.fundabrinq.org.br/portal/alias__abrinq/lang__pt-
BR/tabid__346/default.aspx

GESAC Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão


Programa federal que busca levar equipamento, conexão além de
serviços e metodologias de trabalho para comunidades carentes.
http://www.idbrasil.gov.br/menu_interno/docs_prog_gesac/institucional
/oqueegesac.html

Hackerteen
Proposta de ensino ética, técnica e profissionalizante para adolescentes
sobre segurança da computação e empreendedorismo.
http://www.hackerteen.com.br

Identidade Digital
Implantação de infocentros, a capacitação digital, pesquisa,
desenvolvimento de softwares livres, mobilização entre outros no Estado
da Bahia.
http://www.identidadedigital.ba.gov.br/ezpublish/index.php/pid/
Inter Clique
Plataforma móvel de acesso à Internet que atende diversos locais de
Curitiba. http://201.3.76.17/digitando/index1.php?onibus=45

LabIHC
Estudos de usabilidade implementado pela Superintendência do
Poupatempo-SP
http://www.poupatempo.sp.gov.br/e_poupatempo/

Mato Grosso Ação Digital


Instalação de computadores com acesso gratuito à Internet.
http://www.acaodigital.mt.gov.br/

Mega Ajuda
É a maior campanha de arrecadação de computadores da América
Latina, promovida anualmente pelo CDI.
http://www.megajuda.org.br

MetaReciclagem
Captação de computadores usados e montagem de laboratórios
reciclados usando software livre, entre outros projetos sociais.
http://www.metareciclagem.com.br

Núcleo de Educação Corporativa


Núcleo de pesquisa interdisciplinar da Unesp que desenvolve pesquisas
na área de Educação, Novas Tecnologias e Aprendizagem
Organizacional.
http://www.nec.prudente.unesp.br/tableless/home.php

Porto Digital
Arranjo produtivo de tecnologia da informação e comunicação, com foco
no desenvolvimento de software, em Recife, Pernambuco.
http://www.portodigital.org/

Pro-Direitos
Instalação de equipamentos eletrônicos e articulação de responsáveis
pelas políticas de atenção à criança e ao adolescente, no âmbito dos
municípios.
http://www.telesp.com.br/fundacao/areas_des_prodireitos.htm

Projeto Clicar
Espaço de inclusão com educação não formal, para crianças e
adolescentes que vivem em situação de risco, usuários da Estação
Ciência.
http://www.eciencia.usp.br/projetoclicar/default.html
Rede Cidadania de Inclusão Digital
Espaços públicos que proporcionam produção e distribuição de
conhecimento, em especial acesso às informações e serviços do poder
público.
http://www.redecidadania.santoandre.sp.gov.br/bn_conteudo.asp?cod=
1965&?opr=250

Rede Jovem
Iniciativa da ong Comunitas nas periferias de metrópoles, com centros
de acesso à Internet, troca e solução coletiva de problemas comuns à
juventude.
www.redejovem.org.br

Rede Saci
Difusora de informações sobre deficiência, visando a estimular a
inclusão social e digital das pessoas com deficiência.
http://www.saci.org.br

Sampa.Org
Política pública de combate à exclusão digital na cidade de São Paulo,
com telecentros do governo eletrônico e prefeitura, baseada em
iniciativa do Instituto Florestan Fernandes.
http://sampa.net4.com.br/sgc/casca.asp

NO MUNDO

Comitê para Democratização da Informática (CDI)


Ong internacional que promove inclusão social com a tecnologia da
informação, com iniciativas como Escolas de Informática e Cidadania.
http://www.cdi.org.br

Computer Clubhouse - Intel


Um dos maiores projetos de ID do mundo, presente em 21 países,
oferece um ambiente de aprendizado para jovens de comunidades
carentes.
http://www.computerclubhouse.org/index.htm (em inglês)

Computer Professionals for Social Responsibiliy - CPSR


Organização global que promove o uso responsável das tecnologias
informáticas, capacitando pessoas ligadas a políticas públicas
principalmente em mais de 30 países.
http://www.cpsr.org/ (em inglês)
A Community Technology Centers' Network (CTCNet)
Rede de mais de mil Centros de Tecnologia Comunitária nos EUA,
organizações unidas para melhorar a vida de suas comunidades por
meio da tecnologia.
http://www.ctcnet.org/index.htm (em inglês)

Digital Divide Network


A Rede da Inclusão Digital é a maior comunidade da Internet para
cidadãos dedicados em trabalhar pela inclusão digital.
http://www.digitaldivide.net/ (em inglês)

EducaRede
Iniciativa da Fundação Telefônica na Espanha e na América Latina, com
projetos para estimular a integração da Internet no cotidiano da escola
pública.
http://www.educarede.org.br/educa

KidLink
Trabalha com o objetivo de ajudar crianças e jovens para que
participem de um diálogo global, com treinamentos de habilidades
básicas.
http://www.kidlink.org/portuguese/general/intro.html

ITU - União Internacional de Telecomunicações


Essa organização ligada à ONU é responsável por um índice para medir
o quanto os países e Estados possibilitam a inclusão digital.
http://www.itu.int/ITU-D/ict/dai/

Rede Universia
Projeto presente em dez países em parceria com universidades,
contando com mais de 80 salas, além de projetos diferenciados.
http://www.universia.com.br/

Rede Internacional Solidária Fundação Telefônica


Visa contribuir para a estruturação de redes locais de atenção à criança
e ao jovem.
http://www.risolidaria.org.br/index.jsp

Somos Telecentros
Rede de telecentros e iniciativas que trabalham com TICs para o
desenvolvimento, em nível de América Latina e Caribe.
http://www.tele-centros.org/ (em espanhol)
Unlimited Potential - Microsoft
Investe recursos para fortalecer centros comunitários de capacitação
que ofereçam treinamento em tecnologia da informação para
comunidades menos favorecidas.
http://www.microsoft.com/brasil/pr/2004/inclusao_digital.asp
ANEXO C
INFOGRÁFICOS

mês código data término pergunta pop-up? boletim? Total


200212 e001 5/12/2002 O que seria mais importante para melhorar a educação no seu bairro? S S 1256
e002 12/12/2002 Qual a maior dificuldade que você encontra para conseguir um emprego? S S 1583
e003 19/12/2002 Quais dos programas de governo listados abaixo você conhece? S S 831
e004 26/12/2002 Dos problemas de saúde relacionados abaixo, qual é o mais preocupante? S N 188
e005 2/1/2003 Como melhorar a convivência no seu bairro? S N 101
Sobre o Disque Denúncia, um serviço para que o cidadão ajude a ação da polícia,
200301 e006 9/1/2003 S N 353
você:
e007 16/1/2003 Qual dos problemas ambientais abaixo é mais grave? S N 385
e008 23/1/2003 Qual destes espaços culturais você mais visita? S S 627
e009 30/1/2003 Na sua opinião, o que pode ser melhorado nos trens e metrôs de São Paulo? S S 1035
200302 e010 6/2/2003 Você acha que as pessoas não usam camisinha por que? S S 1448
e011 13/2/2003 O que você faz para economizar água? S S 1106
e012 20/2/2003 Como você acha que o idoso é tratado na sua comunidade? S S 994
e013 27/2/2003 Como você fica sabendo sobre as ações do governo? N N 654
200303 e014 6/3/2003 Você compra remédios genéricos? N N 198
e015 13/3/2003 Quais dos métodos abaixo você utiliza para procurar emprego? N S 466
e016 20/3/2003 Ao comprar um produto ou serviço, você pede nota fiscal? N S 895
e017 27/3/2003 Você acha que a guerra dos Estados Unidos contra o Iraque é: N S 1145
e018 3/4/2003 Qual sua opinião sobre a política de cotas para ingresso na universidade pública? N S 1006
200304 e019 10/4/2003 Qual a sua opinião sobre o uso de software pirata? N S 1059
e020 17/4/2003 Você se alimenta de frutas, legumes e verduras? N N 648
e021 24/4/2003 Você já participou de algum curso online? N S 100
e022 1/5/2003 Quais destes programas de governo você conhece? N S 139
200305 e023 8/5/2003 Quais dessas drogas (lícitas ou ilícitas) você já experimentou? N S 869
e024 15/5/2003 Qual sua opinião sobre o uso de chat? N S 298
e025 22/5/2003 Você já fez algum exame de vista pra saber se precisa usar óculos? N S 154
29/5/2003 idem N S 154
200306 e025 5/6/2003 idem N S 154
Você acha que a coleta seletiva e a reciclagem, podem ser uma saída para o
e026 12/6/2003 N S 176
problema do lixo?
e027 19/6/2003 Quantas vezes você foi a cada uma das atividades de lazer neste ano? N S 185
e028 26/6/2003 O que você acha da qualidade da programação dos seguintes canais de televisão? N S 175
e029 3/7/2003 Qual a sua religião? N S 204
200307 e030 10/7/2003 Qual ou quais meios de transporte você utiliza para chegar ao centro da cidade? N S 126
e031 17/7/2003 Dizem que os brasileiros lêem poucos livros. Por que você acha que isso acontece? N S 137
e032 24/7/2003 Você seria voluntário em algum tipo de trabalho? N S 135
e033 31/7/2003 Antes de comprar alguma coisa, você pesquisa preços na Internet? N S 98
200308 e034 7/8/2003 Dos sites em inglês na Internet, quanto você compreende dos seus conteúdos? N S 556
Na sua opinião, casais homossexuais devem ter o direito de casar e/ou adotar
e035 14/8/2003 S N 1975
crianças?
e036 21/8/2003 Qual você acha que é a principal causa de gravidez na adolescência? S S 1849
Qual ação você acha mais importante para facilitar a vida dos portadores de
e037 28/8/2003 S S 2684
deficiência física?
200309 e038 4/9/2003 Na sua comunidade, existe discriminação contra pessoas negras? S S 2793
Para você, qual a principal importância de um projeto de inclusão digital na sua
e039 11/9/2003 S S 2873
comunidade?
e040 18/9/2003 Qual seria a principal ação para tornar a faculdade pública mais acessível? S N 3625
e041 25/9/2003 Qual a sua opinião sobre os últimos filmes brasileiros que estiveram no cinema? S N 4053
e042 2/10/2003 Você doaria seus órgãos? S N 3441
200310 e043 9/10/2003 Você adotaria uma criança? S N 3838
e044 16/10/2003 Na sua opinião, qual a principal causa de acidentes de trânsito? S N 3729
Qual deveria ser a principal medida tomada pelo governo para que os jovens não
e045 23/10/2003 S N 2731
começassem a fumar?
e046 30/10/2003 Com quantos anos você teve a sua primeira relação sexual? S N 1938
200311 e047 6/11/2003 Você conhece o sistema operacional Linux? S N 825
e048 13/11/2003 O que você estaria disposto a fazer para diminuir o analfabetismo no Brasil? S N 1649
e049 20/11/2003 Você já doou sangue? S N 1767
e050 27/11/2003 Como é (era) o diálogo com os seus pais? S S 1486
200312 e051 4/12/2003 Você sabe o que são alimentos transgênicos? S N 1895
Você acha que a proibição da venda e do porte de armas para civis ajudaria a
e052 11/12/2003 S N 2330
diminuir a violência?
e053 18/12/2003 Você estuda fora dos horários de aula? S N 1762
e054 24/12/2003 O que o Natal representa para você? S N 501
Você usou, ou pretende usar, a Internet para mandar saudações de final de ano para
e055 1/1/2004 S N 653
seus amigos?
200401 e055 8/1/2004 idem S N 653
e056 15/1/2004 Se o voto não fosse obrigatório, você votaria? S N 1572
e057 22/1/2004 Você concorda com o fichamento dos americanos que entram no Brasil? S N 2453
e058 29/1/2004 Se você pudesse escolher, você moraria na cidade de São Paulo? S N 2170
Você acha que as universidades públicas deveriam cobrar mensalidades de quem
200402 e059 5/2/2004 S S 2149
pode pagar?
Na sua opinião, o que está mais ligado ao problema das enchentes nas grandes
e060 12/2/2004 S S 1829
cidades?
e061 19/2/2004 Você participaria de um reality show, tipo BBB, se fosse convidado? S N 2204
O que você acha das campanhas de prevenção contra DSTs e AIDS realizadas
e062 26/2/2004 S S 1067
durante o carnaval?
200403 e063 4/3/2004 Qual sua opinião sobre as casas de jogos como bingos e caça-níqueis? S S 2115
e064 11/3/2004 Qual a melhor medida para se diminuir a corrupção no governo? S S 1639
O que você acha que poderia ser feito para incentivar o uso de Informática na escola
e065 18/3/2004 S S 1860
do seu bairro?
e066 25/3/2004 Você conhece os impostos que você paga? S N 1829
e067 1/4/2004 Você pratica alguma atividade física pelo menos uma vez por semana? Quais? S N 1919
200404 e068 8/4/2004 Qual a principal melhoria que precisa ocorrer no hospital da sua região? S N 1676
e069 15/4/2004 Qual a sua opinião sobre a pesquisa de tecnologia nuclear? S N 1139
Você acha que um currículo na Internet é uma boa opção para se conseguir um
e070 22/4/2004 S S 1339
emprego?
e071 29/4/2004 Você tem namorado(a) ou esposo(a)? S S 1639
O que você acha do uso de jogos no computador em locais públicos de acesso à
200405 e072 6/5/2004 S N 1498
Internet?
e073 13/5/2004 Você tem ou pretende ter filho(s)? S N 1500
e074 20/5/2004 A caixa d'água da sua casa já foi lavada alguma vez? S N 1343
Você acha que a tarifa de água deveria ser mais cara para forçar as pessoas a
e075 27/5/2004 S N 1467
economizar?
Qual a sua opinião sobre a obrigatoriedade do serviço militar para os homens que
e076 3/6/2004 S N 1376
completam 18 anos?
200406 e077 10/6/2004 Você fuma? S N 1402
e078 17/6/2004 Você acha importante que o Brasil seja sede de uma Olimpíada? S N 1105
e079 24/6/2004 Qual destas duas drogas você acha mais prejudicial? S N 1260
Você acha que os pais deveriam responder judicialmente pelos crimes dos filhos
e080 1/7/2004 S S 962
menores de idade?
200407 e081 8/7/2004 Qual sua opinião sobre a pena de morte? S S 1494
e082 15/7/2004 Você tem agasalhos em casa que você não usa? S S 688
e083 22/7/2004 Você acha que a prostituição de adultos deveria ser considerada crime? S S 1147
e084 29/7/2004 Você já fez amigos pela Internet? S S 1248
200408 e085 5/8/2004 Com qual desses serviços públicos essenciais você está mais satisfeito? S S 852
e086 12/8/2004 Como você se informa sobre os programas de governo dos candidatos nas eleições? S N 918
Para você, quão importante é que o Brasil tenha um bom desempenho nas
e087 19/8/2004 S S 1154
Olimpíadas?
Como você fez/fará a sua declaração anual de isento (DAI) do Imposto de Renda
e088 26/8/2004 S N 924
2004?
e089 2/9/2004 Você acha que a violência na televisão estimula a violência na sociedade? S S 1328
Na sua opinião, qual é o melhor setor da sociedade para promover a alfabetização de
200409 e090 9/9/2004 S S 769
adultos?
e091 16/9/2004 Para você, o que é mais importante na hora de escolher um candidato? S S 1037
e092 23/9/2004 Você sabe o que é o Orkut? S N 1148
e093 30/9/2004 Você acredita em astrologia? S N 1194
200410 e094 7/10/2004 Você acompanhou as Paraolimpíadas? S N 921
e095 14/10/2004 Qual sua opinião sobre a homossexualidade? S N 762
e096 21/10/2004 Você acha importante que a eleição seja em 2 turnos? S N 1133
e097 28/10/2004 Quem deveria ser o próximo presidente dos Estados Unidos? S N 1131
200411 e098 4/11/2004 Você acha que o horário de verão é importante? S N 1046
e099 11/11/2004 Você participa de alguma comunidade virtual (fóruns, listas de discussão, Orkut etc)? S N 1133
e100 18/11/2004 Qual destas áreas deve ter maior atenção dos governos no Brasil? S N 801
e101 25/11/2004 Qual a sua opinião sobre as aulas da escola onde você estuda/estudou? S N 709
e102 2/12/2004 Qual o problema de saúde mais preocupante? S N 929
200412 e103 9/12/2004 O que você pretende fazer com o seu 13º salário? S N 665
e104 16/12/2004 Qual a melhor forma do governo investir no ensino superior? S N 955
e105 23/12/2004 Você tem telefone celular? S N 724
30/12/2004 idem S N 724
200501 e105 6/1/2005 idem S N 724
e106 13/1/2005 Quais motivos levariam você a parar de estudar? S N 795
e107 20/1/2005 Você já fez exame de Aids? S N 966
e108 27/1/2005 Até onde você conhece ou já foi alguma vez? S N 685
e109 3/2/2005 Quais desses equipamentos você utiliza no Infocentro? S N 810
200502 e110 10/2/2005 Você tem computador em casa? S N 654
e111 17/2/2005 O que você acha de usar palmadas na educação dos filhos? S N 918
e112 24/2/2005 Você já participou de algum curso online? S N 805
e113 3/3/2005 Qual a maior dificuldade que você encontra para conseguir um emprego? S N 1065
200503 e114 10/3/2005 Qual a sua opinião sobre as festas de rodeio? S N 803
e115 17/3/2005 Em quais situações você acha que o aborto deveria ser permitido? S S 827
e116 24/3/2005 Você se mudaria definitivamente para outro país se tivesse oportunidade? S N 1308
e117 31/3/2005 Qual a sua opinião sobre a eutanásia? S N 896
200504 e118 7/4/2005 Quais dos métodos abaixo você utiliza para procurar emprego? S N 1308
e119 14/4/2005 Qual perfil você gostaria que tivesse o novo papa que será eleito? S S 1034
e120 21/4/2005 Que problema é mais grave hoje no futebol? S S 941
e121 28/4/2005 Você costuma ler algum blog? S N 886
200505 e122 5/5/2005 Você já foi vítima de algum tipo de violência envolvendo armas de fogo? S N 875
e123 12/5/2005 Em relação ao seu peso, você considera que está: N S 105
e124 19/5/2005 Você costuma tomar remédio quando... N N 251
Na sua opinião, casais homossexuais devem ter o direito de casar e/ou adotar
e125 26/5/2005 N N 169
crianças?
e126 2/6/2005 Por que as mulheres não costumam fazer o auto-exame nas mamas? N N 218
200506 e127 9/6/2005 Você possui conta em banco? N N 19
e128 16/6/2005 Você sabe o que é uma CPI? N N 11
e129 23/6/2005 Voce já se sentiu prejudicado em uma compra? N N 40
e130 30/6/2005 O que você faz para combater a corrupção? S N 1244
Você pretende comprar um computador através do programa Computador Para
200507 e131 7/7/2005 S N 1489
Todos?
e132 14/7/2005 Você conhece alguém que mora em outro país? S N 1242
Você acha que os principais jornais e revistas do Brasil são neutros quando falam
e133 21/7/2005 S N 1135
sobre política?
e134 28/7/2005 Quais problemas ambientais são mais graves no seu bairro hoje? S N 1202
200508 e135 4/8/2005 Com qual freqüência você vai ao dentista? S N 1294
e136 11/8/2005 Qual a sua opinião sobre a clonagem humana? S N 1199
e137 18/8/2005 Você usa emoticons quando escreve emails? S N 1144
e138 25/8/2005 Qual foi o seu primeiro emprego? S N 1447
e139 1/9/2005 Como você descreveria sua alimentação? S N 1494
200509 e140 8/9/2005 A maioria das pessoas cometem atos ilegais em seu dia-a-dia. Por quê? S N 1197
e141 15/9/2005 Quais programas de governo você conhece? S N 1534
e142 22/9/2005 Você entende espanhol? S N 1899
Em quais situações você acha que as mulheres são discriminadas na sua
e143 29/9/2005 S N 1449
comunidade?
200510 e144 6/10/2005 O que deixa você descontente com seu trabalho? S N 1197
e145 13/10/2005 O que você gosta de fazer no seu tempo livre? S N 1515
Qual é a sua opinião sobre o comércio de armas de fogo e munição no Brasil?
e146 20/10/2005 S N 2134
(Atenção, votar na enque
e147 27/10/2005 Qual o seu envolvimento com o esporte? S N 1447
e148 3/11/2005 Qual a sua opinião sobre referendos? S N 859
200511 e149 10/11/2005 Que matérias escolares você considera importantes na sua vida? S N 688
17/11/2005 idem S N 688
e150 24/11/2005 O que você mais espera dos monitores dos Infocentros? S N 708
e151 1/12/2005 Até que ponto você já teve depressão? S N 1446
200512 e152 8/12/2005 Como você descreveria sua situação financeira? S N 2308
e153 15/12/2005 Quais tratamentos de medicina alternativa você usa ou usaria? N N 354
e154 22/12/2005 Quanto você pretende gastar em presentes de Natal este ano? N N 37
e155 29/12/2005 Em que tipo de site o bloqueio de conteúdo é válido? N N 7
200601 e155 5/1/2006 idem N N 7
12/1/2006 idem N N 7
e156 19/1/2006 O que pode ser melhorado nos trens e metrô de São Paulo? N N 36
e157 26/1/2006 Você tem computador em casa? N N 59
e158 2/2/2006 Você já usou o sistema operacional Linux? N N 67
200602 e159 9/2/2006 Como você costuma procurar emprego? N N 61
e160 16/2/2006 Você seria voluntário em algum tipo de trabalho? N N 56
Total geral 184497
ANEXO D

TELAS DO SITE FALA SP


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ANEXO E

PROCESSO DE ATENDIMENTO DIRECIONADO À DIVULGAÇÃO DO


PROJETO FALA SP PARA ESTIMULAR O DEBATE E A REFLEXÃO LOCAL

Akira é da equipe de atendimento da EF e Wilson é monitor do infocentro


Amazonas.

Fonte: Relatório Mensal de Agosto de 2003, o diálogo esta reproduzido da íntegra.Nota de


rodapé colocada pela autora.

Data: 06/08/03
Início do atendimento: 09h39minh
Akira/EF Bom dia, Wilson. Queria lhe pedir um favor.
Akira/EF Wilson?
Wilson/Amazonas Bom dia
Akira/EF A Jane lhe contou sobre o que foi discutido no Kit Encontro1?
Wilson/Amazonas falou algumas coisas
Akira/EF Quais?
Wilson/Amazonas sobre o fala SP
Wilson/Amazonas falou também que vc iria dar um jeito para eles vim arrumar a
impressora
Akira/EF Bom, eu não disse isso sobre a impressora. Mas eu queria conversar
sobre o Fala SP. O que a Jane disse?
Wilson/Amazonas que era para eu falar para os usuários votar que aqui não tinha
nenhuma votação
Wilson/Amazonas eu no meu horário e ela no horário dela
Wilson/Amazonas todos os dias
Akira/EF Fora isso, tinha umas dicas que entregamos por escrito num papel.
Você viu?
Wilson/Amazonas não
Akira/EF Vou enviar esse papel para todos. Tem umas dicas práticas, como
imprimir (quando a impressora voltar a funcionar) a página de

1
O Kit Encontro é um evento mensal com os monitores dos Infocentros, sempre realizado na Escola do
Futuro. Todo início de mês os monitores devem vir até a USP para retirar os vales-transporte e refeição,
além dos kits de papel e tinta de impressora. Aproveita-se esse momento para reunir os monitores
facilitando a integração, a troca de informações e experiências dos Infocentros, a aprendizagem
colaborativa, estímulo à produção de conteúdo e fomento a participação comunitária.
São sempre duas opções de datas em horários diferentes para que os monitores possam vir fora do horário
de trabalho na comunidade e o Infocentro não precise fechar Fonte: Relatório Mensal Set. de 2001
resultados para chamar a atenção das pessoas e deixar o Portal do
Acessa, com a telinha da enquete já aberta, para quando o usuário
chegar já encontrar tudo pronto para ele votar.
Wilson/Amazonas ok.
Wilson/Amazonas mais já arrumaram a impressora sexta feira já esta funcionando
Wilson/Amazonas isto esta no relatório
Akira/EF Então já imprimiram o resultado da última enquete do Fala SP?
Wilson/Amazonas já
Akira/EF Onde está exposto?
Wilson/Amazonas esta colado na parede
Akira/EF Qual parede?
Wilson/Amazonas perto do arquivo
Akira/EF Tem como você tirar uma foto com a webcam e me mandar pelo e-
mail?
Wilson/Amazonas agora estou um pouco ocultado
Wilson/Amazonas tem sim mais tarde um pouco
Akira/EF Mais tarde quanto?
Wilson/Amazonas daqui uma hora mais ou menos
Wilson/Amazonas e que tem usuário novo que não sabe usar o micro tem que auxiliar
Wilson/Amazonas ok.
Akira/EF Então aguardo para as 11h15 a foto
Wilson/Amazonas ok

Foto recebida as 10h27minh

Akira/EF Oi Wilson. Recebi a foto, mas onde está a página com os resultados da
enquete?
Wilson/Amazonas as duas ultimas de baixo
Akira/EF Mas de onde vieram essas páginas?
Wilson/Amazonas o resultado pelo e-mail
Akira/EF Mas não era página para ser impressa. Tinha que ser o que está no site.
É mais bonito, tem gráficos e mais informações.
Akira/EF Você nunca viu isso no site do Fala SP?
Wilson/Amazonas ok
Akira/EF Viu?
Wilson/Amazonas não
Wilson/Amazonas eu vou dar uma olhada aqui e vou imprimir com gráfico e tudo
Akira/EF Então imprima sempre o resultado da última enquete. Você vai ver que
chama muito mais a atenção do que o e-mail sem imagens
Wilson/Amazonas ok
Akira/EF Ah sim! Quero ver a foto de novo
Wilson/Amazonas ok.
Akira/EF Conseguiu, Wilson?

E-mail recebido as 13h29minh

Como feedback, o relatório semanal deste Infocentro 2abordou, ricamente, a


discussão gerada no Infocentro a partir da enquete proposta, veja abaixo:

2
Os relatórios semanais são enviados por todos os infocentros para a equipe EF e Acessa contendo informações
quantitativas (cadastros e atendimentos) e qualitativas (Diário de Bordo, Problemas Encontrados e Novas Demandas)
que são avaliadas em reuniões entre as equipes do Acessa SP e da Escola do Futuro. Dessas avaliações nascem novos
caminhos e trajetos para o desenvolvimento do Programa, principalmente a partir dos dados contidos no campo Novas
Demandas . Podem ser novos projetos, requerimento de softwares, aspectos relevantes às regras de funcionamento ou
materiais para o Infocentro, entre outros. É um dos canais de Inovação do Programa.
(...)No dia 05/08 tivemos mais usuários fazendo cadastramento da prefeitura, todos
usuários interessados responderam as enquête do fala São Paulo, muitos manifestaram
suas opiniões teve até uma pequena discussão com um dos usuários, pois ele não
aceitava o casamento de Homossexuais, e teve um usuário que disse que as opiniões são
totalmente diferentes, e que havia muitos preconceitos no Brasil.

Bom, essa expressão desse usuário fez com que o próprio usuário e os demais
começassem a chamar o usuário que expressou sua opinião de homossexual. Mas, no
final eles acabaram entendendo que as opiniões são realmente diferentes (...)

A participação do Infocentro Amazonas no Fala P, nas últimas 3 semanas, pulou de zero


votos para 50 na última enquete.

-------------------------------------------fim-------------------------------------------------------------

As novas demandas indicadas nos relatórios semanais são compiladas e discutidas, uma a uma, entre a equipe do
Acessa SP e a Escola do Futuro via sametime, comunicador instantâneo utilizado no Programa.
Após a discussão, a demanda é encaminhada e é dado um feedback ao Infocentro autor da demanda. A natureza destas
novas demandas abrange desde um software de criação gráfica à horários alternativos para atendimento a usuários,
implantação de projetos especiais etc. Fonte: Relatório Semanal de Novembro de 2001
ANEXO F

CHAT ENTRE MONITORES E EQUIPE DA ESCOLA DO FUTURO PARA A


CRIAÇÃO DE ENQUETES DO FALA SP

Akira e Daniela Matielo são integrantes da equipe da Escola do Futuro.

A partir do mês de janeiro foi adotado um novo procedimento para levantar sugestões de
temas para a nova enquete da semana. Às quartas-feiras é realizada uma reunião via
Sametime 1com todos os monitores para que todos dêem sugestões.
Todos sugerem temas, incluindo os usuários que estão no Infocentro no momento. É um
processo com debates bastante ricos no qual os monitores e usuários participam e acabam
criando maior identificação com o Fala SP fonte: Relatório Mensal de Janeiro de 2004

Chat FALA SP - 19/08/04

Elias/Vila Progresso boa tarde


Marli (Lojinha)/Pirap... Boa Tarde
Raquel/Mulheres de... boa tarde
Janaelson/Pq. Ecol. ... boa tarde
Marco Antonio/CIC I... boa tarde
Flávia/Jd. Irene Boa Tarde
Everson/Vale Verde boa tarde!
Akira/EF Boa tarde a todos. Estamos retomando nossas reuniões para levantar idéias de enquetes para o
Fala SP
Rosalia/Bandeirantes boa tarde
Barbosa/São Judas BOA TARDEEEEEE GALERAAAAA É NOIS NAS PIZZAS
Marcos/Adão Manoel boa tarde
Roberta/Pétalas de ... Boa tarde a todos...
Akira/EF Passamos um tempo sem fazer as reuniões, mas agora elas retornam.
Janaelson/Pq. Ecol. ... poderia ser sobre a terceirização do poupatempo?
Akira/EF Quem vai conduzir mais o nosso bate-papo é a Daniela Matielo, responsável pelo Fala SP aqui
na Escola do Futuro.
Ana Paula/Nossa S... Boa tarde
Janaelson/Pq. Ecol. ... boa tarde
Daniela Matielo/Esc... Olá, gente. Boa tarde a todos.
Janaelson/Pq. Ecol. ... boa tarde
Marcos/Adão Manoel boa tarde
Nilzete/Pq. Ecol. Gu... Boa tarde.
Flávia/Jd. Irene Boa Tarde
Daniela Matielo/Esc... Então, gente, eu gostaria de começar o bate-papo perguntando para vocês o que os usuários
acharam da última enquete.
Marco Antonio/CIC I... boa
Rosalia/Bandeirantes olá Daniele boa tarde
Braga/Nova Progre... braga
Elias/Vila Progresso boa tarde
Nilzete/Pq. Ecol. Gu... Boa.
Francisca/Piracuama Boa tarde
Franklin/Gigante Ad... Boa tarde
Daniela Matielo/Esc... Vocês acham que eles ficaram interessados no tema da enquete? Ouviram eles comentando
alguma coisa?
Flávia/Jd. Irene Os usuários daqui disseram que estão desinteressados pelas enquetes... Os temas não são
mais como antes. (é o que eles dizem)

1
O software Sametime vem contribuir para uma comunicação mais ágil entre monitores, Infocentros,
Escola do Futuro e Acessa SP. Esta é uma importante demanda constatada pelos monitores, uma
comunicação rápida, fácil e que possibilita a participação de várias pessoas ao mesmo tempo,
potencializando idéias e otimizando soluções. O programa começou a ser instalado no final do mês de
fevereiro e já está presente em 28 Infocentros até o momento. Fonte: Relatório Mensal de Março de 2002
Daniela Matielo/Esc... Ah, interessante isso, Flávia. Alguém mais ouviu algo semelhante?

Rosalia/Bandeirantes como as pesquisas escolares ultimamente só é voltada para este tema.... foi aceitável
Gisa/Betinho Eu acho que os temas falando das atualidades do que está em alta ou e polêmico no brasil tem
mais aceitação
Daniela Matielo/Esc... Sobre as Olimpíadas, você quer dizer, Rosalia?
Franklin/Gigante Ad... Aqui dizem que não vão fazer, pois isto não tem nenhum retorno
Franklin/Gigante Ad... são o que eles dizem.
Rosalia/Bandeirantes isso, acho que algumas escolas usaram o tema por ser atual para fazerem os alunos ficar mais
por dentro do assunto
Daniela Matielo/Esc... Mas eles não ficam interessados em ver os resultados das enquetes, depois?
Rosalia/Bandeirantes inclusive saber sobre a Grécia
Rosalia/Bandeirantes hoje mesmo tenho alunos pesquisando sobre o surgimento da grécia
Franklin/Gigante Ad... As enquetes em gerais tinham muitos termos... Mas o que desanimam é que eles acham que
perdem tempo por pesquisas que não tem retorno... (opinião dos usuários).
Rosalia/Bandeirantes Franklin vc tem razão
Daniela Matielo/Esc... A enquete dessa semana teve, até agora, 1095 votos. Um pouco mais do que a semana
passada. Então eu acho que esse tema interessou mais os usuários...
Daniela Matielo/Esc... Que tipo de retorno vocês acham que os usuários esperam das enquetes?
Rosalia/Bandeirantes às vezes temos que buscar meios sem ofender ninguém claro para lhes mostrar a pesquisa
Rosalia/Bandeirantes na verdade é que ainda não virou hábito ou teria?
Daniela Matielo/Esc... Não entendi, Rosalia. Os usuários ficam ofendidos quando vocês pedem para eles votarem? Ou
quando falam para que eles vejam os resultados?
Franklin/Gigante Ad... Usuários não querem apenas resultados. Querem soluções
Flávia/Jd. Irene Pelo que vejo eles querem algo que os façam pensar, por ex. na enquete sobre o racionamento
de água os fez economizarem, na da etnia começaram a olhar mais as pessoas da comunidade..
e assim entre outras
Rosalia/Bandeirantes qdo pedimos para eles votarem eles perguntam se isso é pra sempre?
Ana Paula/Nossa S... A enquête que se encontra no ar, a idéia inicial é interessante porem a forma a qual foi
abordada é que não incentiva a participação
Franklin/Gigante Ad... concordo com a Flávia
Rosalia/Bandeirantes então sugerimos que é para que eles mesmo tenham mais conhecimento das opiniões públicas
sobre todos os aspectos
Daniela Matielo/Esc... Flávia, você acha que enquetes que falem mais sobre o dia a dia do usuário são melhor
recebidas?
Rosalia/Bandeirantes mesmo pq dependendo do Infocentro, a faixa etária varia muito
Flávia/Jd. Irene Pelo que vejo aqui no Jardim Irene sim... eles querem algo que fale do real deles
Daniela Matielo/Esc... Então, eu acho que uma das coisas interessantes do Fala é, por exemplo, cruzar os resultados
por idade...
Rosalia/Bandeirantes com certeza
Rosalia/Bandeirantes e as perguntas ter haver com a realidades deles
Daniela Matielo/Esc... A idéia do Fala é, realmente, fazer as pessoas pensarem... não exatamente oferecer soluções.
Mas promover discussões e permitir que as pessoas reflitam sobre os resultados também.
Daniela Matielo/Esc... Por exemplo, essa última das Olimpíadas. Ana Paula, você falou que a forma como foi abordada
não incentiva a participação. Como você acha que as pessoas ficariam mais interessadas?
Franklin/Gigante Ad... Mas não acontecia muito isso nas pesquisas anteriores Daniela
Franklin/Gigante Ad... cansamos de ver pesquisas sobre opiniões disso e daquilo..... Isso não era pesquisa reflexiva e
sim de opinião
Francisca/Piracuama Para que os usuários se interessem mais em responder, argumento que as respostas são
analisadas e através delas são tomadas determinadas providências. Geralmente o usuário
questiona para que responder?
Everson/Vale Verde Daniela, as enquetes são bem interessantes, mas aqui no Infocentro Vale Verde infelizmente
não podemos participar.
Daniela Matielo/Esc... (Os outros também podem opinar). Atualmente, estamos com uma média de 1000 votos por
enquete. Mas já tivemos períodos em que chegamos a mais de 3000 votos...
Marli (Lojinha)/Pirap... aa
Lucélia/Pró-Morar tenho uma sugestão
Everson/Vale Verde A conexão é demasiadamente lenta, mau conseguem abrir o e-mail do BOL que é super leve.
Daniela Matielo/Esc... Diga, Lucélia.
Lucélia/Pró-Morar gostaria que perguntassem a opinião dos usuários sobre os jornalistas
Lucélia/Pró-Morar sobre serem examinado tudo que vão editar
Lucélia/Pró-Morar é algo atual e importante
Lucélia/Pró-Morar faz parte da democracia.
William/Ação Tirade...
Daniela Matielo/Esc... E, sobre porque responder as enquetes. É verdade que os resultados são vistos, e também
servem de suporte quando o governo for tomar decisões. Mas o retorno disso não é imediato,
Francisca e Franklin. E possivelmente é difícil notar a diferença. Mas localmente, vocês podem
usar os resultados, inclusive como uma curiosidade.
Franklin/Gigante Ad... voltei
Daniela Matielo/Esc... Acho interessante falarmos sobre os jornalistas. Como poderíamos formular essa enquete?
"Você confia nas coisas que lê no jornal?" Ou de outra forma?
Thiago/Marechal Tito
William/Ação Tirade... Boa tarde pessoal
Lucélia/Pró-Morar acho que deveria ser " você concorda com as novas medidas que o Governo pretende tomar
sobre a impressa?"
Rosalia/Bandeirantes acho uma boa idéia sobre jornalistas, pq realmente o povo acredita em tudo que lê
Rosalia/Bandeirantes e a maioria acredita na mídia
Thiago/Marechal Tito Isso é verdade
Flávia/Jd. Irene Acho que já para os mais jovens de 11 a 16 anos eles podem ficar meio que perdidos... não
saberem do que se trata
Braga/Nova Progre... Será que o povo Lê?
Flávia/Jd. Irene mas é super interessante para os mais adultos
Daniela Matielo/Esc... Lucélia, você acha que os usuários sabem sobre essas novas medidas? Eu acho a pergunta
interessante, mas é importante que eles os usuários também achem.
Lucélia/Pró-Morar isso e algo que está no jornal todo dia
Lucélia/Pró-Morar nos rádios tb
Lucélia/Pró-Morar se não sabem é porque não se informam
Lucélia/Pró-Morar e a nossa função é estimulá-los a se informarem
Lucélia/Pró-Morar no caso utilizando a internet]
Thiago/Marechal Tito é interessante utilizarmos o fala SP para estarmos abrindo o olho dos usuários em relação a se
interessar por esse tipo de coisa
Daniela Matielo/Esc... Mas precisamos lembrar, como a Flávia disse, que muitos votantes do Fala tem entre 11 e 16
anos... Acho que podíamos fazer uma enquete que, na própria pergunta, já explicássemos
alguma coisa.
Lucélia/Pró-Morar repito o que falei uma vez, se formos ver o que eles conhecem, vamos perguntar sobre as
novelas.
Daniela Matielo/Esc... Exatamente, Thiago. Essa é também a idéia do Fala SP
Franklin/Gigante Ad... O FalaSP deve ser para abrir os olhos da população e não com perguntas de opiniões sobre o q
tal coisa deveria fazer. Pois assim os usuários rejeitam
Thiago/Marechal Tito Concordo Franklin
Daniela Matielo/Esc... Como você acha que poderiam ser as perguntas, Franklin?
Thiago/Marechal Tito Acho que poderíamos saber dos usuários o que eles acham em relação aquilo que eles vêem na
mídia.
Thiago/Marechal Tito o que acham?
Thiago/Marechal Tito estaríamos abrindo os olhos dos usuários para estarem prestando mais a atenção em cima
daquilo que eles vêem na mídia
Ana Paula/Nossa S... Talvez se ao invés de perguntar o quanto é importante o desempenho do Brasil nas olimpíadas,
poderia se questionar a influencia da da mesma em relação a cada pessoa, se isso o incentiva a
algo, se lhe disperta algum interesse, ou se essa pessoa gostaria de participar de alguns jogos
relacionados a olimpíadas coisas assim, pois estaria sendo feita uma relação do grande
acontecimento com as possibilidades de cada um
Nilzete/Pq. Ecol. Gu... Olá
Daniela Matielo/Esc... Boa idéia, Ana Paula. Acho que é por aí. Precisamos relacionar esses grandes temas com o dia-
a-dia dos usuários.
Franklin/Gigante Ad... Algo reflexivo, coisas de impacto no momento, para eles discutirem as medidas pessoais diante
de uma situação
Thiago/Marechal Tito Levando-se em consideração que as olimpíadas não esta naquele auge de todos os anos
Daniela Matielo/Esc... Nossa idéia, com a enquete das Olimpíadas, era ver se as pessoas estavam assistindo, e o quão
importante isso era na vida delas. Em última instância, quando o Governo investe em atletas,
também deve refletir o interesse da nação. Certo?
Lucélia/Pró-Morar acho que deveríamos fazer uma enquete, também, sobre o DAI 2004, uma frase explicando
quem declara e perguntando se a pessoa já fez a declaração. Então nas opções podemos por:
a) não declaro. b) não declarei ainda. c) já declarei. Assim, muitos que tem que declarar já
declaram. e poderia por um link para a receita.
Thiago/Marechal Tito Acho que seria mais interessante colocarmos um pergunta relacionada ao jornalismo
Rosalia/Bandeirantes Lucélia parabéns boa idéia
Daniela Matielo/Esc... Por exemplo, como poderíamos relacionar o tema dos jornalistas com o dia a dia dos usuários.
Rosalia/Bandeirantes alguns usuários não fazem idéia que este serviço existe nos infocentros
Thiago/Marechal Tito estamos em época de eleição e a mídia é o principal meio de manipulação entre todos
Lucélia/Pró-Morar vc acha que o direito de expressão deve ser censurado? algo assim.
Thiago/Marechal Tito ai vai uma pergunta
Thiago/Marechal Tito Na sua opinião até que ponto radio e televisão influi em sua vida?
Lucélia/Pró-Morar legal thiago.
Rosalia/Bandeirantes gente até dá arrepios qdo vcs falam em censura, será que não estamos voltando aos velhos
tempos?
Braga/Nova Progre... bom Thiago
Daniela Matielo/Esc... Lucélia, é boa a sua idéia sobre o DAI, mas talvez pudéssemos fazer a conexão com a Internet.
Do tipo "Você vai fazer a sua declaração via Internet?" Ou algo assim.
Flávia/Jd. Irene ou se vc sabe que no infocentro oferecemos esse serviço
Thiago/Marechal Tito Devemos levar em consideração que a declaração é feita somente pela internet,
Rosalia/Bandeirantes a idéia do momento sobre o DAI foi a melhor
Thiago/Marechal Tito quem vai fazer no correio para pagar 4.50 sendo q no info faz gratuitamente?
Flávia/Jd. Irene tb goste dessa idéia
Lucélia/Pró-Morar é, mas muitos não sabem disso
Thiago/Marechal Tito Com tantos comerciais na tv, com o info divulgando?
Lucélia/Pró-Morar as professoras do projeto que estou desenvolvendo aqui ficaram surpresas ontem, qdo eu
mostrei o site do governo, os serviços online, e viram que era possível fazer 2ª via de cotas
Lucélia/Pró-Morar contas
Rosalia/Bandeirantes é justamente com esta enquete que vamos conscientizá-los qto o recadastramento.
Lucélia/Pró-Morar muitos desconhecem o infocentro e o que é possível se fazer.
Thiago/Marechal Tito Eu acho que vamos atirar no escuro, é só divulgar bem na região do info
Thiago/Marechal Tito Se as pessoas não conhecem o info, ñ vão responder as enquetes do fala SP
Thiago/Marechal Tito Falando sobre mídia já estaríamos incentivando os usuários a refletir melhor em tudo aquilo que
passa pela mesma
Lucélia/Pró-Morar não estou falando das enquetes e sim dos serviços on line.
Daniela Matielo/Esc... Calma, gente. Temos duas coisas. Uma é divulgar o Infocentro, outra é divulgar que as pessoas
podem fazer a declaração de isento no Infocentro. Isso pode ser feito através da enquete. É um
jeito interessante de divulgar.
Rosalia/Bandeirantes com certeza Daniele
Thiago/Marechal Tito Concordo, em relação a serviços online é questão de incentivo de cada monitor
Flávia/Jd. Irene sim e muito interessante
Daniela Matielo/Esc... Precisamos, agora, achar um jeito interessante de fazer a pergunta, para que ela seja
abrangente e incentive as pessoas a votar.
Thiago/Marechal Tito é vero
Thiago/Marechal Tito e vc Akira o q acha?
Daniela Matielo/Esc... Temos dois temas muito legais, até agora, o dos jornalistas e do DAI. Qual dos dois vocês
acham que vai chamar mais a atenção. Podemos voltar ao outro na semana que vem.
Flávia/Jd. Irene o do DAI
Thiago/Marechal Tito Jornalismo
Thiago/Marechal Tito Midia tem a ver com o DAI, poderíamos conciliar as duas coisas
Rosalia/Bandeirantes o DAI
Akira/EF Eu gosto das duas idéias fortes que vocês falaram. Creio que um enquete sobre a Declaração de
Isento tem mais cola com o cotidiano das pessoas.
Rosalia/Bandeirantes o DAI
Rosalia/Bandeirantes o DAI
Rosalia/Bandeirantes o DAI
Flávia/Jd. Irene rsrsrsrsrs tb concordo com o DAI Rosália
Thiago/Marechal Tito Rosalia vc tem alguma pergunta em relação ao DAI?
Daniela Matielo/Esc... Acho que a maioria aqui acha que o DAI tem mais apelo entre os usuários. E, qualquer coisa,
voltamos ao tema dos jornalistas na semana que vem, ok? Thiago, precisamos fazer uma
enquete mais específica, para não nos perdermos na pergunta.
Thiago/Marechal Tito Com certeza Dani
Daniela Matielo/Esc... Então, como poderíamos abordar a questão do DAI, gente? Como vamos deixar as pessoas
interessadas?
Thiago/Marechal Tito precisamos elaborar isto
Rosalia/Bandeirantes é que o micro travou rsrsrsr
Thiago/Marechal Tito hehehehehe
Rosalia/Bandeirantes poderia ser: qual a importância do CPF?
Thiago/Marechal Tito Na sua opinião qual é a finalidade do DAI?
Daniela Matielo/Esc... Sim, precisamos. :) Então... podemos perguntar várias coisas. Precisamos lembrar que a
enquete precisa também fazer sentido depois. Por exemplo, não podemos perguntar "Você já fez
a sua declaração?" e sim algo no sentido do "Como você pretende fazer a sua declaração do
DAI?"
Rosalia/Bandeirantes será que os "usuários" sabem o que é uma pessoa física?
Daniela Matielo/Esc... Cuidado, gente. O FalaSP não pode ser um "quiz". Não podemos ter enquetes que tenham
respostas certas e erradas.
Thiago/Marechal Tito a forma de fazer a declaração é pela internet ou pelo correio
Daniela Matielo/Esc... Tem as lotéricas também, certo?
Rosalia/Bandeirantes Daniela vc realmente sabe conduzir uma reunião
Rosalia/Bandeirantes parabéns
Thiago/Marechal Tito Que eu saiba não
Daniela Matielo/Esc... Obrigada, Rosalia. :) Mas então, gente, vamos indo que eu sinto que estamos chegando a algum
lugar. Já fechamos o tema, precisamos pensar num jeito legal de abordá-lo.
Thiago/Marechal Tito Mas eu acho que essa pergunta ia ser legal pois assim poderiamos estar divulgando nossos
infos
Thiago/Marechal Tito estaríamos induzindo a pessoa a saber como é feita a declaração pela net
Thiago/Marechal Tito Acho que a pergunta viável seria, Como você vai fazer a sua declaração de isento?
Daniela Matielo/Esc... Sim, eu acho o tema bastante interessante. E também, as pessoas vão ficar curiosas e perguntar
para vocês sobre a declaração. Mas como tínhamos discutido antes, precisamos fazer as
pessoas quererem responder... precisa ser interessante. Vocês acham que se perguntarmos
"Como você pretende fazer a sua declaração anual de isento" as pessoas vão votar?
Daniela Matielo/Esc... Exatamente, Thiago. :)
Thiago/Marechal Tito a) Peça net
Thiago/Marechal Tito b) Correios
Thiago/Marechal Tito erro
Thiago/Marechal Tito a) Pela Net
Rodrigo/9 de Julho sendo que na internet é gratuito e rápido..
Thiago/Marechal Tito com certeza Rodrigo,
Rodrigo/9 de Julho eles tem que ter essa noção..
Thiago/Marechal Tito e vc Daniela?
Daniela Matielo/Esc... Eu acho a idéia boa. Na verdade, não vamos falar na enquete que na Internet é gratuito e rápido,
mas provavelmente nos resultados. O que esperamos é que as pessoas perguntem para vocês
ou se interessem em saber.
Daniela Matielo/Esc... Estou olhando aqui, a declaração pode ser feita nas lotéricas também, dêem uma olhada:
http://www1.caixa.gov.br/imprensa/noticias/asp/popup.asp?codigo=4601934
Thiago/Marechal Tito isso, com isso estaremos influenciando as pessoas a utilizarem o info, inclusive para fazer
serviços públicos
Rodrigo/9 de Julho temos que argumentar que pela internet é mais rápido não tem q pegar fila essas coisas..]
Thiago/Marechal Tito tirando o problema de conexão é mais rápido mesmo
Thiago/Marechal Tito rsrsrs
Rodrigo/9 de Julho e ser gratuito.
Rodrigo/9 de Julho gratuito..
Thiago/Marechal Tito Vamos colocar esta pergunta pessoal?
Rodrigo/9 de Julho só pelo gato de não pagar ...
Rodrigo/9 de Julho fato..
Daniela Matielo/Esc... Ok, gente! Vamos usar essa idéia sim. Gostei muito do chat e espero que possamos fazer outro
na semana que vem. Eu e a equipe do FalaSP aqui vamos chegar a uma redação final e
amanhã a enquete vai estar no ar. Para terminar, alguém tem alguma idéia de como poderia ser
a ilustração?
Thiago/Marechal Tito verdade
Rosalia/Bandeirantes colocar o cpf moderno
Rosalia/Bandeirantes colocar o emblema do cpf é uma sugestão
Rosalia/Bandeirantes ou seja colocar o cartão do cpf na tela
Daniela Matielo/Esc... Ok. Vamos pensar em algo aqui, que tenha o cartão do CPF. E vou encerrar a reunião por aqui.
Gente, muito obrigada. A gente se fala mais na semana que vem. Mas, se vocês tiverem outras
idéias durante a semana, ou se alguém comentar algo, eu vou estar no Sametime, então, me
mandem uma mensagem, ok?
Lucélia/Pró-Morar ok
Lucélia/Pró-Morar até mais.
Rosalia/Bandeirantes ok pessoal uma boa tarde a todos
Rosalia/Bandeirantes Daniela até outro dia
Daniela Matielo/Esc... Até! Boa tarde, e bom trabalho. :)
Rosalia/Bandeirantes obrigada

----------------------------------------------fim---------------------------------------------------------
ANEXO G

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO USUÁRIO NO


PROCESSO DE FORMULAÇÃO DAS ENQUETES

Um novo processo foi implantado em abril para estimular a participação e apropriação


do site Fala SP. No dia 14 de abril foi realizado um chat com a participação dos usuários
dos Infocentros para colher sugestões de enquetes. A moderação do bate-bapo ficou sob a
responsabilidade de dois monitores: Fábio (Infocentro POF) e Lucélia (Infocentro
Piraporinha).
No último Kit Encontro, nos dias 31/03 e 01/04, a proposta do chat foi apresentada e os
moderadores escolhidos1. Os monitores-moderadores estão desenvolvendo uma nova
competência e adquirindo novos conhecimentos.
No dia 7 de abril, na reunião via Sametime com os monitores, além das sugestões de
enquetes também foi definida a data e horário da reunião com os usuários. Todos ficaram
responsáveis pela divulgação do evento e convite aos usuários que quisessem participar.
Foi realizado um chat preparatório com eles2, para decidir quem seria o moderador e o
vice-moderador. Também foi preparado um roteiro 3com os principais pontos a serem
falados e dicas de técnicas de moderação.
No dia do chat,4 houve picos de quase quarenta participantes. Mas isso provocou um
excesso de tráfico que derrubou o servidor do bate-papo. A solução foi migrar para outro
site, mas isso dispersou os usuários e a reunião terminou com uma dezena de pessoas.
O ponto positivo foi o desempenho dos moderadores, pois souberam dar ritmo ao chat e
manter as conversas concentradas no objetivo proposto. Numa conversa pós-chat
5
ambos gostariam de repetir a experiência e moderar outras reuniões .
Fonte: Relatório Mensal de Abril de 2004

1
Etapa 1
2
Etapa 2
3
Etapa 3
4
Etapa 4
5
Etapa 5

1
ETAPA 1

Transcrição da reunião via sametime para sugestões do FALA SP em: 07/04/04


Fonte: Relatório Mensal de Abril de 2004

Akira/EF Olá pessoal. A reunião hoje tem algumas coisas a mais.


Akira/EF A primeira delas é combinarmos quando fazer o chat com os usuários sobre o Fala SP. O chat
que a Lucélia e o Fábio vão moderar.
Adriano/Ação Tirad... Ok
Akira/EF Qual é o melhor dia vocês acham?
Andréa/Espaço Cri...
Lucélia/Pró-Morar na quarta.
Rafael/São Judas na quarta feira
Thiago/Marechal Tito ok
Elias/Vila Progresso eu também, acho perfeito a quarta
Vagner/Vila Prel Quarta
Claudineia/9 de Julho na quarta
Maria de Fátima/No... na quarta está bem
Akira/EF Por que quarta?
Iara/Itajuíbe oi, vcs podem me atualizar
Dilza/Gleba do Pêss... quarta
Vagner/Vila Prel Aqui é o dia de maior movimento
Vagner/Vila Prel Gente aqui é a Fátima o Vagner saiu
Thiago/Marechal Tito Por mim sem problemas
Daniele/Bandeirantes Boa Tarde a todos
Elaine/Luz e Vida boa tarde
Akira/EF Vamos ficar com a quarta-feira então?
Vagner/Vila Prel Perfeito!
Elaine/Luz e Vida e o horário?
Daniele/Bandeirantes como??
Dilza/Gleba do Pêss... vamos
Iara/Itajuíbe O que na quarta?
Antônio/Pétalas de ... ok
Daniele/Bandeirantes O que na Quarta?
Lucélia/Pró-Morar e vai ser fechado o acesso?
Thiago/Marechal Tito 15:00hs esta bom para todos?
Lucélia/Pró-Morar só paras os usuários que forem participar?
Akira/EF No último Kit Encontro e no Informativo de ontem foi falado de um chat com os usuários de todos
os Infocentros para levantar sugestões de enquetes.
Vagner/Vila Prel O chat com os usuários
Lucélia/Pró-Morar pra mim tudo bem;
Iara/Itajuíbe esta bom
Akira/EF A Lucélia (Piraporinha) e o Fábio (POF) serão os moderadores desse chat. Estamos agora
combinando o dia e o horário para que vocês possam divulgar entre os usuários.
Sueli/Betinho Akira, no momento estou atendendo os usuários, volto em minutos
Akira/EF Não é melhor um horário em que estejam os dois monitores?
Claudineia/9 de Julho então marca as 13:00
Rafael/São Judas acho que as 13:00 seria um bom horário
Vagner/Vila Prel aqui ficamos juntos o tempo todo,portanto qualquer horário esta bom
José Roberto/Vila A... Tb acho
Elaine/Luz e Vida aqui só não pode ser das 14:00 às 15:00 por causa das aulas
Fábio Monteiro Mato... às 12:30 aqui seria bom....
Thiago/Marechal Tito vamos marcar as 13:00s então?
Elaine/Luz e Vida acho que se começar 12:30 é melhor
Vagner/Vila Prel 13:30 seria ótimo
Daniele/Bandeirantes Pode ser
Dilza/Gleba do Pêss... as 13:00 porque nos começa
Elaine/Luz e Vida tem uma duração prevista para 30 minutos ou 1 hora?
Dilza/Gleba do Pêss... começamos a trabalhar as 13:00
Lucélia/Pró-Morar o Fábio disse que é melhor das 12:00
Lucélia/Pró-Morar ou 13:00hs
Fábio Monteiro Mato... seria legal analisar todos os info centros que funcionam por sobreposição....
José Roberto/Vila A... Ent
José Roberto/Vila A...

2
Fábio Monteiro Mato... o tem sobreposição 12:00 às 13:00....
Akira/EF Vamos fazer às 12h30 então? É o meio termo
Arlene/Jd. Colorado ok
Thiago/Marechal Tito Akira posso ser sincero?
José Roberto/Vila A... Então pessoal, o horário ficou definido?
Vagner/Vila Prel esse horário o pessoal ta almoçando
Dilza/Gleba do Pêss... eu entro as 13
Rafael/São Judas pra nós seria melhor as 13:00 por ter mais usuários, pois 12:00 é horário de almoço
Claudete/Cio da Terra ok
Vagner/Vila Prel aqui é parado nesse horário
Rafael/São Judas a maioria concorda com as 13:00 hs? ok?
Dilza/Gleba do Pêss... ok
Elaine/Luz e Vida por que não faz um dia á tarde e um dia de manhã então
Rafael/São Judas pq tem que estar os dois monitores juntos
Thiago/Marechal Tito eu acho o horário das 13:00s o melhor
Elaine/Luz e Vida então deixa esse horário 13:00 hs !!!!
Arlene/Jd. Colorado as 13:00 é melhor
Akira/EF A maioria então está achando o horário das 13h melhor?
Daniele/Bandeirantes ok
Elaine/Luz e Vida é isso
Elaine/Luz e Vida
Rafael/São Judas então fechado as 13:00
Vagner/Vila Prel 13:30
Arlene/Jd. Colorado ok
Maria de Fátima/No... Isso
Iara/Itajuíbe ok
Akira/EF Esse chat é só uma primeira experiência. Se der certo, vamos ver se aumentamos as sessões.
Elaine/Luz e Vida a duração vai ser de quanto tempo?
Thiago/Marechal Tito akira com o novo sistema de gerar senha está um pouco difícil de acompanhar a reunião
Vagner/Vila Prel Já foi definido?
Thiago/Marechal Tito Qual vai ser a duração do bate papo?
Akira/EF Vamos fazer o chat com quem quiser participar. O tempo ideal é 1 hora. Mas com os usuários só
podem ficar 30 minutos, vamos fazer um chat bem rotativo, com gente entrando e saindo o
tempo todo.
Lucélia/Pró-Morar e com acesso normal?
Vagner/Vila Prel pq não consigo uma resposta,acho que não estão não me percebendo
Akira/EF O acesso é normal, por isso é melhor no horário em que os dois monitores estão.
Thiago/Marechal Tito Akira mas você não acha que isso pode interferir no andamento do assunto?
Akira/EF Interferir como?
Vagner/Vila Prel Vai fugir do tema
Thiago/Marechal Tito Muitos vão pegar o meio da conversa
Elaine/Luz e Vida com certeza vai fugir do tema
Thiago/Marechal Tito não o inicio,
Vagner/Vila Prel fica meio confuso
Lucélia/Pró-Morar sem falar que pode virar um chat normal.
Fábio Monteiro Mato... Qualquer pessoa vai poder entrar no chat a qualquer momento ???
Akira/EF E aí que os monitores entram. A idéia é vocês divulgarem antes para que os interessados já
estejam a postos. Vamos trabalhar com a previsão de em 30 minutos já ter uma quantidade de
sugestões com quem estava lá desde o começo.
Akira/EF Eles não vão entrar no chat por acaso, pois vocês é que terão avisado e convidado as pessoas.
Akira/EF A proposta do chat vai ser colher idéias para enquetes. Não será preciso se aprofundar muito
nos temas e nem escolher qual é a melhor sugestão.
Lucélia/Pró-Morar o Fábio pode ficar aqui, no dia.
Thiago/Marechal Tito Legal,
Akira/EF Os usuários vão entrar no chat, fazer sugestões, conversar sobre o que gostariam de ver
perguntado. Os moderadores vão dando o ritmo e conduzindo as sugestões.
Dilza/Gleba do Pêss... muito bem já entendi
Vagner/Vila Prel Já foi definido a data?
Lucélia/Pró-Morar quarta-feira, 13:00hs
Arlene/Jd. Colorado ok já entendi
Vagner/Vila Prel A próxima?
Akira/EF Então para finalizar. Chat com usuários de todos os Infocentros dia 17/04/2004, às 13h, na sala
AcessaSP do link www.futuro.usp.br/chat
Akira/EF Ou melhor 14/04/2004
Lucélia/Pró-Morar certo.
Vagner/Vila Prel 17 é um sabado!
Arlene/Jd. Colorado certo
Rafael/São Judas ok
Vagner/Vila Prel Não ia ser na quarta?
Maria de Fátima/No... ok

3
Elaine/Luz e Vida blz
Iara/Itajuíbe ok
Lucélia/Pró-Morar Akira/EF Ou melhor 14/04/2004
Vagner/Vila Prel Certo!
Akira/EF A lição de casa é todos os monitores divulgarem esse evento entre os usuários.
Vagner/Vila Prel Preciso sair agora
Fábio Monteiro Mato... blz
Dilza/Gleba do Pêss... certo
Thiago/Marechal Tito ok
Akira/EF Bom pessoal. Agora podemos falar sobre a enquete da semana e as sugestões para a nova
pergunta
Lucélia/Pró-Morar que tal falarmos sobre a tecnologia do brasil que os EUA querem ver?
Akira/EF É uma idéia, pois é uma tema muito atual
Thiago/Marechal Tito Eu também acho
Lucélia/Pró-Morar podemos perguntar se eles acham que o brasil deve mostrar ou não, com vários porquês.
Fábio Monteiro Mato... legal..
Akira/EF O que mais pessoal?
Thiago/Marechal Tito Akira um momento.
Akira/EF E o pessoal que não fala nada? Antonio, Iara, Maria de Fátima, Raquel?
Antônio/Pétalas de ... falo sim
Thiago/Marechal Tito Eu estou um pouco correndo com o temporizador
Antônio/Pétalas de ... Este apontamento da Lucélia para tecnologia é muito bom.
Akira/EF Mas será que esse é um assunto que os usuários estão sabendo?
Antônio/Pétalas de ... Deveríamos sim falar sobre a nova roupagem da internet futura.
Lucélia/Pró-Morar Bem, acho que devemos tratar de assuntos atuais, e estimula-los a se informarem.
Lucélia/Pró-Morar se formos ver o que eles sabem, vamos perguntar, o que acharam da Cida ganhar o BBB
Fábio Monteiro Mato... ok...
Akira/EF :-)
Thiago/Marechal Tito Que tal falarmos sobre eleições?
Akira/EF Muito aberto, Thiago. Tem que ser mais específico
Akira/EF Cadê todo mundo??
Thiago/Marechal Tito Nossa
Fábio Monteiro Mato... eu tô aqui..:-)
Fábio Monteiro Mato... a proposta da Lucélia é muito boa
Akira/EF Cadê aquela enxurrada de sugestões e idéias? Peçam socorro aos usuários que estão aí agora.
Thiago/Marechal Tito O meu problema é que eu estou conhecendo os usuários agora, e muitos nem sabem o que é o
fala SP
Lucélia/Pró-Morar Os EUA tem direito de inspecionará o Brasil?
Antônio/Pétalas de ... Será que sobre serviços voluntários, uma visão geral dos usuários, já que muitas entidades
trabalham com isto? Hoje temos direitos deveres, sendo visto de uma outra forma!
Sueli/Betinho o meu pessoal aqui estão falando que um tema seria a violência no bairro
Thiago/Marechal Tito ai vai uma
Thiago/Marechal Tito Você já praticou algum tipo de serviço voluntário?
Fábio Monteiro Mato... aqui o pessoal está falando sobre capacitação profissional...
Sueli/Betinho Thiago a sua tb. é legal
Akira/EF Essa já teve Thiago: http://www.falasp.futuro.usp.br/arquivo/e032/e032res.php
Fábio Monteiro Mato... não existem vagas ou não existem pessoas capacitadas....
Fábio Monteiro Mato... ??
Thiago/Marechal Tito desculpas
Akira/EF O que podemos fazer é um complemento para essa que já foi feita
Maria de Fátima/No... Aqui eles gostariam de saber se o estatuto do idoso está sendo praticado ou só está no papel?
Thiago/Marechal Tito que tal perguntarmos se as pessoas concordam com estatuto do idoso?
Sueli/Betinho Akira, mais ou menos assim, Qual tipo de trabalho voluntário você desenvolveria ???
Thiago/Marechal Tito Achei legal Sueli
Sueli/Betinho ou em Que tipo de instituição/ONG você faria um trabalho voluntário?
Akira/EF Sobre o idoso já tivemos uma enquete, mas antes do Estatuto. "Como você acha que o idoso é
tratado na sua comunidade?", podemos pensar em uma pergunta que seja uma continuação
dela também.

Akira/EF E quais seriam as alternativas para essa pergunta do voluntariado?


Thiago/Marechal Tito Você montaria uma Ong?
Sueli/Betinho Akira, Que tipo de instituição você faria um trabalho voluntário: ( ) Crianças e adolescentes ( )
Portadores de deficiência ( )Idosos
Sueli/Betinho Mais ou menos isso
Thiago/Marechal Tito Eu acho legal
Akira/EF É bem legal, Sueli
José Roberto/Vila A... Aprovado
Akira/EF Entre esses três temas (vistoria nas instalações nucleares do Brasil, Estatuto do Idoso e trabalho
voluntário), qual seria a que interessaria mais os usuários?
Thiago/Marechal Tito Trabalho voluntário.

4
Sueli/Betinho Ou Qual tipo de trabalho voluntário você desenvolveria ( ) Cultural ( )esportivo ( ) atividades
lúdicas
Lucélia/Pró-Morar sueli, o que vem a ser "lúdicas"?
Thiago/Marechal Tito Eu tenho uma bem próxima.
Thiago/Marechal Tito Você já participou de algum projeto social?
Sueli/Betinho atividades como.... matemática em jogos
Lucélia/Pró-Morar ok
Sueli/Betinho todas e quaisquer matéria/disciplina em jogos direcionados
Thiago/Marechal Tito e ai o que acham?
José Roberto/Vila A... Atividades de recreação e lazer
Lucélia/Pró-Morar que se fôssemos por essa teríamos que por uma lista grande, thiago. Mas é boa.
Thiago/Marechal Tito poderíamos colocar poucas sugestões, porém de grande significado
Lucélia/Pró-Morar Que tal vc gostaria de implantar algum projeto na Entidade onde participa?
Lucélia/Pró-Morar entre as sugestões: a) Sim, mas não sei como.
Lucélia/Pró-Morar então divulgamos a Rede de projetos.
Thiago/Marechal Tito é bem legal já que a rede de projetos está voltando
Akira/EF Ótima idéia. Ficará melhor quando a Rede de Projetos recomeçar.
Lucélia/Pró-Morar ok. Então põe no banco de dados. rss
Akira/EF Pessoal, nossa reunião já durou bastante. Fechamos com esses três temas então?
Antônio/Pétalas de ... ok
Sueli/Betinho eu gostei, concordo
Lucélia/Pró-Morar Então porque não usamos a do thiago, vemos se tem gente que já participou, depois colocamos
essa e pegamos quem quer participar
Akira/EF A idéia é boa.
Thiago/Marechal Tito eu também acho
Lucélia/Pró-Morar então, finalizamos por hoje?
Lucélia/Pró-Morar Thiago vc já está com o novo sistema?
Thiago/Marechal Tito já
Akira/EF Finalizamos. Não se esqueçam então, na próxima quarta chat com os usuários
Lucélia/Pró-Morar ok
Thiago/Marechal Tito pra falar a verdade tá meio difícil de prestar a atenção na reunião por causa disso
José Roberto/Vila A... Sinto estou saindo do papo, pois a cada mensagem enviada, fico com meu sistema de geração
off-line de senhas prejudicado. Boa tarde
Thiago/Marechal Tito Akira como ficou então?
Akira/EF Vou levar todos os temas levantados aqui para discutir.
Thiago/Marechal Tito Akira posso mudar de assunto?
Akira/EF Primeiro encerramos o assunto da reunião então?
Thiago/Marechal Tito ok
Akira/EF Obrigado pela participação, pessoal.
Sueli/Betinho Ok.. boa tarde
Thiago/Marechal Tito Ok boa tarde
Antônio/Pétalas de ... ok
...

ETAPA 2

Chat preparatório 12/04/04


Akira é da equipe da Escola do Futuro e Lucélia e Fábio monitores de Infocentros.
Fonte: Relatório Mensal de Abril de 2004

11:49:05 [Akira] Vamos aguardar o Fábio


12:02:48 [lucelya] acabei de falar com ele
12:03:31 Fabio entra na sala
12:03:46 [Fabio] pronto
12:06:04 [lucelya] akira!!!
12:08:05 [Akira] Bom dia
12:08:39 [Fabio] Bom dia !!
12:11:11 [Akira] Vocês leram aquele link que mandei para vocês?
12:11:37 [lucelya] comecei mas era muito grande
12:12:03 [Fabio] sim...no dia em que vc mandou, agora já fugiu um pouco...rs
12:14:05 [Akira] Bom, tudo bem. O bate-papo hoje é só para acertarmos algumas coisas para quarta-feira.
12:14:27 [Akira] A primeira coisa é definirmos quem vai fazer o que.
12:14:54 [Akira] Quem quer fazer a moderação e quem quer ficar no apoio?

5
12:16:01 [Fabio] Como fica Lu...acho que vc ficaria bem na moderação....é mais séria e direta....
12:16:10 [Akira] Os dois vão ter mais ou menos a mesma carga de trabalho, não se preocupem.
12:16:24 [Fabio] sim..com certeza
12:17:12 [Akira] Lucélia, o que você acha?
12:17:14 [Fabio] Lu..?
12:17:17 [lucelya] eu acho o Fábio mas calmo.
12:17:46 [Fabio] sim..sou mais calmo
12:18:23 [lucelya] mas tanto faz quem vai moderar e quem vai ficar de apoio.
12:19:06 [Fabio] a única diferença...quem vai moderar vai digitar e jogar as idéias...é isso...?
12:19:50 [lucelya] e nós iremos ficar com a fonte azul que nem vc?
12:20:22 [Fabio] rsrrs
12:20:41 [Akira] Então Fábio, você é o moderador? Eu vou ver como faz para ficar azul.
12:21:39 [Fabio] Tudo bem.....sem problema.....
12:23:10 [lucelya] Então, qdo interrompemos? Qdo deixamos falarem?
12:23:23 [lucelya] Vc vai estar nos auxiliando?
12:23:50 [Akira] Vai funcionar mais ou menos assim: o Fábio é quem faz as falas introdutórias, dá o ritmo do
chat. Quando houver muita coisa acontecendo, o Fábio pede socorro para a Lucélia pelo MSN e
pede para responder determinada pergunta.
12:24:19 [lucelya] ok
12:24:28 [Fabio] e como está no texto que o Akira mandou...tem que jogar o tema no bate papo e deixar um tempo
para virem as idéias...
12:24:36 [Fabio] entendi....
12:25:04 [Akira] O maior problema nem é interromper. É preciso saber estimular que falem, dêem sugestões.
Sempre fazendo perguntas provocativas.
12:25:17 [Fabio] ok
12:25:32 [Akira] Eu participarei como usuário comum para não interferir.
12:26:05 [Fabio] certo....a Lu estará na sala comigo...?
12:26:06 [Akira] Uma coisa importante que precisamos ter é um roteiro. Com as principais falas que precisam
ser ditas.
12:26:19 [Akira] Sim, os dois estarão na sala.
12:26:33 [lucelya] e na troca de turma? Finalizamos o chat e começamos de novo?
12:28:45 [Akira] É aí que entra a Lucélia. O chat continua, e a Lucélia vai explicando o que acontece para
quem for chegando.
12:29:26 [lucelya] então teremos uma fala de apresentação e a coloco outra vez.
12:29:26 [Fabio] ahhhh entendido
12:30:30 [lucelya] seria interessante fazermos um levantamento do que já foi discutido nesse instante (na troca de
turma).
12:31:11 [Fabio] com certeza....colher os dados....
12:31:26 [Akira] Boa idéia, Lucélia. Você vai resumindo o chat, e aí quem já está também retoma.
12:31:52 [lucelya] Assim não repetimos as idéias.
12:32:07 [lucelya] Quem for participar terá que se cadastrar, certo?
12:32:34 [Akira] Não necessariamente. Pode só escrever um nick e entrar.
12:32:58 [lucelya] ótimo, assim sobra mas tempo para participarem.
12:33:41 [lucelya] E essa "apresentação" bolamos agora?
12:33:51 [Akira] Voltando ao roteiro, o precisa ser falado é rápido também.
12:34:19 [Akira] Vamos discutir agora e depois vou esquematizar em Word e mandar pra vocês.
12:34:43 [Akira] Primeiro vocês precisam se apresentar. O Fábio se apresenta e apresenta a Lucélia também.
12:34:49 [lucelya] Poderíamos bolar tb um cartaz de divulgação e enviar para todos os monitores.
12:35:44 [Fabio] o cartaz não vai dar tempo...creio que cada monitor está fazendo a sua divulgação né verdade..?
12:36:03 [Akira] Como a sala tem número limitado de participantes, se cada Infocentro trouxer só um
participante, já está bom.
12:36:25 [Fabio] ótimo
12:36:59 [Akira] Segundo: falar do objetivo do chat. Como a idéia do Fala SP é permitir a expressão e
participação da população, nada mais coerente do que falar com o público para tirar sugestões.
12:37:56 [Akira] Mas é preciso tomar cuidado e explicar que o chat é para colher sugestões. Não é no chat
que se decide qual será a enquete da semana.
12:39:13 [lucelya] estimulamos só a enquete ou as alternativas tb?
12:39:40 [Akira] As idéias tiradas do chat acabam muitas vezes inspirando outras perguntas. A enquete desta
semana é um exemplo, a reunião do chat acabou despertando para um tema que não tinha sido
pensada ainda.
12:40:20 [Akira] Quanto às alternativas, é bom perguntar quando vocês virem que a pergunta proposta não
permite formular alternativas.

6
12:40:24 [lucelya] verdade.
12:41:11 [Akira] Ou quando a proposta for muito genérica. Porque o importante do chat é também despertar
essa reflexão, esse raciocínio.
12:42:39 [lucelya] podemos citar tb a importância da votação.
12:42:47 [lucelya] no final.
12:43:14 [Akira] Outra coisa legal de se fazer, é chamar os usuários para opinarem sobre as sugestões feitas.
Não são vocês que julgam as sugestões, mas os próprios participantes.
12:43:25 [Akira] Sim lógico, Lucélia.
12:44:13 [Akira] Fábio, vc está muito quieto...
12:44:21 [lucelya] e terão outros chats?
12:44:34 [lucelya] Ele deve estar com fome. rss
12:45:12 [Akira] (isso de chamar um determinado usuário às vezes é para agitar o chat quando necessário
também)
12:45:19 [Fabio] to só observando ...mas to aqui...rs
12:45:54 [Fabio] quando pintar duvidas eu grito...rs
12:46:00 [Akira] Outros chats vão depender de como este primeiro funcionar. Se vocês gostarem, os usuários
adotarem a idéia, etc.
12:46:43 [lucelya] Os usuários estão acostumados com bate-papo, se qdo entrarem, ficarem com "oi, vc tc de onde?,
qtos anos tem?". podemos cortar?
12:46:46 [Fabio] legal
12:48:14 [Akira] Sim, a estratégia é ignorar essas falas. O Fábio vai sempre puxando para as sugestões e a
Lucélia vai reforçando qual o objetivo do chat.
12:48:15 [Fabio] ótima pergunta
12:49:29 [Fabio] então cortar...dar tipo uma advertência não é legal....a idéia é ignorar mesmo...?
12:49:45 [lucelya] é uma pena que não dá para mandar mensagens só pra um usuário.
12:49:54 [Akira] Outra coisa, tem dois moderadores porque se o Fábio perde a conexão, a Lucélia assume.
12:50:25 [Akira] É só ignorar porque aí a coisa não se prolonga.
12:50:45 [Fabio] ok
12:50:47 [Akira]>[lucelya] Acho que só agora você está vendo.
12:51:11 [Akira] Fábio, vc viu o que acabei de escrever para a Lucélia.
12:51:13 [Akira] ?
12:52:02 [Fabio] vi sim Akira....sobre a conexão...
12:52:06 [lucelya] Fabio?
12:52:22 [lucelya] Não a frase: "Acho que só agora você está vendo."
12:54:08 [Fabio] o que vi aqui foi sobre a conexão e que a Lucélia vai sempre enfatizar o objetivo do chat.....é isso
ou tem mais...?
12:54:36 [lucelya] ótimo, então dá pra enviar só pra uma pessoa.
12:54:43 [Akira] Era isso que eu queria saber. Para falar em reservado é só clicar em cima do nome que
aparece na tela do chat.
12:55:09 [Akira] Tem que clicar na tela do chat e não na lista de pessoas que aparece à direita da tela.

12:55:10 [lucelya] Fabio> Testando 123. rss


12:55:26 [Fabio] aparece o nome da pessoa...mas não vai reservadamente....certo..?
12:55:38 [Fabio] lucelya> rsrs
12:56:19 [Akira] Eu estou vendo, Lucélia
12:56:35 [lucelya] Qual deles? O primeiro ou o segundo?
12:57:23 [Akira] Ou então escrevam o seguinte comando: /TO lucelya
12:57:29 [Fabio] eu entendi....clicando em qualquer nome da tela do chat vc manda reservadamente na lista ao lado
apenas seria diretamente a pessoa...mas não reservadamente....
12:57:33 [Akira] Vi o Testando 123
12:57:51 [Akira] Isso mesmo Fábio.
12:57:54 [lucelya] mandei outro depois
12:58:20 [Fabio] ou digitando código....
12:58:24 [lucelya] certo, agora, voltando no que iremos falar...
12:58:28 [Akira] É só digitar o /TO mais o nick
12:58:37 [Fabio] isso
12:59:36 [lucelya]>[Akira] /TO Fabio com mais de um.
13:00:39 [Akira] Depois da apresentação, pode-se perguntar o que eles conhecem do Fala e o que acharam da
enquete atual.

7
13:01:12 [Akira]>[lucelya] /TO Fabio Acho que só dá para fazer reservado com um de cada vez, Lucélia.
13:01:39 [Fabio] certo....caso alguns não conheçam vamos explicar o que é o FalaSP..
13:01:41 [lucelya] reparei.rss
13:02:07 [Fabio] reparou o que..?rs
13:02:33 [lucelya] Tentei mandar para op akira e pra vc
13:02:41 [Akira] Isso Fábio, embora a gente espere que os monitores dos outros Infocentros já tenham
explicado.
13:03:10 [Fabio] certo...depois partimos para o objetivo do chat...?
13:03:17 [lucelya] Mas não estamos livres de engraçadinhos.
13:03:51 [Fabio] claro que não...como o Akira disse...vamos ignorar e deixar falando....
13:04:14 [Fabio] o difícil será se 80% da sala for assim...rs

13:05:11 [Akira] Só se o engraçadinho for muito inconveniente, vale uma chamada educada no reservado,
mas sem dar muita corda para não dispersar muito.
13:05:36 [Fabio] certo
13:06:17 [lucelya] Então será: "Bem vindos ao chat do Fala SP, estamos realizando hoje um chat pioneiro para
coletarmos idéias para as enquetes do Fala SP. O Objetivo da enquete é...."
13:07:50 [Akira] É um bom começo
13:08:04 [Fabio] o objetivo é esse mesmo...colher idéias....
13:08:14 [Fabio] achei legal o começo
13:09:14 [Akira] Tem outros objetivos lógico: ouvir a opinião dos usuários, provocar esse debate sobre as
enquetes
13:10:40 [lucelya] Esperamos com esse chat aproximarmos cada vez mais vc usuário do universo blá blá...
Contamos com a participação de todos vcs, evitando distorções do tema, etc.
13:12:11 [Fabio] isso....temos que chamar atenção deles...
13:12:22 [Akira] Creio que num primeiro momento não é preciso cercear o que eles estão falando. Se
distorcerem o tema, é só ignorar. Se alguém fizer uma sugestão nada a ver, também não fiquem
discutindo muito. Tudo que vier tem alguma utilidade.
13:13:04 [Akira] Vale mais a pena ficar puxando o aprofundamento de boas sugestões.
13:13:23 [Akira] Por que assim o chat ganha qualidade e produtividade.
13:14:01 [lucelya] Os outros monitores tb irão participar?
13:15:28 [Akira] Se eles quiserem, sim. Mas como o número de pessoas na sala é limitado, vale mais a pena
os usuários mesmo. Eu vou ficar no Sametime falando para os monitores chamarem os usuários.
13:15:51 [lucelya] E qto a sala? Qual será?
13:17:42 [Akira] Será a Acessa SP mesmo
13:18:26 [Fabio] desculpem gente é que to sozinho pra atender o pessoal...c ocorrer como hoje da Sala Acessa SP
estiver sendo usada...corremos pra cá..?
13:19:22 [Akira] Se tiver gente, eles participam também, não tem problema.
13:19:53 [Akira] Bom pessoal. A partir do que falamos aqui, vou fazer o pequeno roteiro para vocês se
basearem e logo em seguida mando para vocês.
13:21:18 [Akira] Como vocês estão se sentido? Tranqüilos, nervosos?
13:21:20 [Fabio] ok....o chat será as 13:00 certo..?
13:21:42 [Akira] Isso
13:22:30 [Fabio] um pouco nervosos....é uma coisa nova...mas creio que sairá tudo ok...
13:24:02 [Akira] Como já foi dito, é uma competência nova que vocês estão adquirindo. Só estão ganhando
com isso.
13:24:28 [Fabio] ótimo...
13:24:50 [Akira] Vocês têm alguma dúvida?
13:26:20 [Fabio] da minha parte nenhuma
13:27:02 [Akira] Lucélia?
13:28:05 [lucelya] nossa, minha tela parou e só atualizou agora.
13:28:49 [lucelya] Eu, nenhuma.
13:29:20 [Akira] hehe. Por isso é importante ter dois moderadores. Percebemos isso nos chats feitos sobre a
Ponline.
13:29:50 [Akira] Ok. Acho que podemos encerrar porque aqui então.
13:30:03 [lucelya] Sim.
13:30:20 [Fabio] é complicado mesmo....exemplo aqui....não consigo copiar e salvar a conversa que tivemos....
...mas blz...por mim podemos encerrar...
13:31:19 [Akira] No final do chat da quarta-feira então a Lucélia salva e faz uma lista das principais sugestões
levantadas.
13:31:41 [lucelya] ok

8
13:32:02 [Fabio] blz....então....tenham um ótimo dia pessoal...fui..
13:32:18 [Akira] Obrigado e até mais!
13:32:35 [lucelya] Boa tarde pra vcs.

ETAPA 3

Roteiro para chat do Fala SP


Fonte: Relatório Mensal de Abril de 2004

Apresentação:

Fábio - Boa tarde. Meu nome é Fábio, sou monitor do Infocentro POF (Posto de
Orientação Familiar) e serei o moderador deste chat junto com a Lucélia...
(complemento a escolher).

Lucélia Boa tarde, sou monitora do Infocentro Piraporinha e... (complemento a


escolher)

Fábio Vocês gostariam de se apresentar dizendo de onde estão falando e


qual a idade? (dar 10 minutos para as apresentações)

Objetivos
Fábio Este chat é para que vocês possam sugerir temas de enquetes para o
Fala SP. Como vocês devem saber o Fala SP é um site integrante do Programa
Acessa SP e é um canal de expressão da população. Toda semana tem uma
nova pergunta sobre um aspecto da sociedade. É uma forma do governo e
vocês usuários saberem o que a população está pensando.

Fábio A idéia deste chat é pegar de vocês o maior número possível de idéias
de perguntas que possam se transformar em enquetes. Vocês podem ter uma
noção do que já foi tema de enquete visitando o link
http://www.falasp.futuro.usp.br/arquivo.php

Fábio O que vocês acharam das enquetes anteriores? (10 minutos de


discussão)

Fábio E se vocês fossem o governo, o que gostariam de perguntar à


população? Seria sobre saúde, educação, ecologia, emprego, Internet? Podem
soltar a imaginação.

A partir daí depende muito do ritmo e da participação dos usuários. O moderador


vai sempre dando ritmo, pedindo para a pessoa explicar mais a idéia quando for
necessário ou então puxando as pessoas para que elas não se calem. Sempre
que surgir uma idéia interessante é bom perguntar o que todos acham e como
poderiam complementar.

9
Sempre que possível, puxem o tema para a dimensão do bairro. Se surgir
alguma idéia de enquete sobre meio ambiente, por exemplo, tentem trazer a
discussão para o aspecto do bairro e não deixar muito aberto, como o país ou o
mundo. Isso ajuda a pensar em alternativas mais a ver com a realidade dos
usuários.

Se a sugestão for muito genérica, peçam para serem mais específicos,


formulando a pergunta ou as alternativas de resposta.

Outra dica: ao responder perguntas, façam como se estivessem falando com


todos e não só com quem respondeu. Senão o pessoal pode se dispersar em
conversas paralelas.

Na medida que novas pessoas entrarem, a Lucélia fala rapidamente do objetivo


do chat e faz um resumo das sugestões levantadas até o momento. Serão por
essas falas da Lucélia que depois vamos fazer uma lista geral de sugestões.

Quando o tempo começar a se esgotar (aproximadamente 1 hora) já podem ir


finalizando. A Lucélia faz um apanhado das sugestões. O Fábio faz uma
avaliação do chat (o que foi bom e o que poderia ser melhor) e agradece pela
participação de todos.

Boa sorte e bom chat!!

ETAPA 4

Chat Fala SP com usuários dos Infocentros - Moderadores: Lucélia e Fábio em: 13/04/04
Fonte: Relatório Mensal de Abril de 2004

(14:16:21) LUCELIA / MODERADORA : Entra na sala...


(14:16:33) LUCELIA / MODERADORA : OI PESSOAL.
(14:17:33) Beto : Entra na sala...
(14:18:01) itajuibe : Entra na sala...
(14:18:19) braganp : oi
(14:19:01) LUCELIA / MODERADORA : VAMOS ESPERAR MAIS UM TEMPINHO, PARA OS OUTROS ENTRAREM;
(14:19:14) itajuibe : olá galera, bele
(14:19:15) LUCELIA / MODERADORA : ENQUANTO ISSO, QUE TAL CADA UM DIZER DE ONDE É?
(14:19:23) Elvira : Entra na sala...
(14:19:30) Elvira : Entra na sala...
(14:20:04) braganp : Braga jd. Nova Progresso, mas vou embora e vai ficar a Fátima
(14:20:24) Beto fala para Akira: o que acha do programa acessa sp
(14:20:38) Fabio : BOA TARDE PESSOAL. MEU NOME É FABIO E SEREI MODERADOR DESSE BATEPAPO JUNTO
A LUCELIA
(14:20:45) Elvira pergunta para Todos: tudo bem galera
(14:21:01) LUCELIA / MODERADORA : EU SOU DO INFOCENTRO PIRAPORINHA E O FABIO DO INFOCENTRO
POF.
(14:21:20) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz : Tudo Bem!!!!!!!!
(14:21:22) Alaenne Colorado : sou do jd colorado
(14:21:39) Fabio : Saiu da sala...
(14:21:43) LUCELIA / MODERADORA : TIVEMOS ALGUNS CONTRATEMPOS, MAS AGORA PODEMOS
PROSSEGUIR COM NOSSO CHAT.
(14:22:01) Fabio / Moderador : Entra na sala...

10
(14:22:13) Elvira pergunta para Todos: tem alguém do infocentro luz e vida
(14:22:25) Fabio / Moderador : BOA TARDE. MEU NOME É FÁBIO, SOU MONITOR DO INFOCENTRO POF (POSTO
DE ORIENTAÇÃO FAMILIAR) E SEREI O MODERADOR DESTE CHAT JUNTO COM A LUCÉLIA ESPERO A
COLABORAÇÃO DE TODOS PARA QUE ESSE CHAT SEJA BEM PRODUTIVO.
(14:22:41) LUCELIA / MODERADORA : MAS SÓ O BRAGA SE APRESENTA?
(14:22:44) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: qual é o nome do infocentro que vc esta
(14:22:59) LUCELIA / MODERADORA : MEU INFOCENTRO É O PIRAPORINHA, E O DE VOCÊS?
(14:23:31) Fabio / Moderador fala para LUCELIA / MODERAD: teste
(14:23:31) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: o meu é LUZ E VIDA
(14:23:37) Elvira grita com Todos: ninguém quer falar comigo
(14:24:17) LUCELIA / MODERADORA fala para Elvira: EUVIRA, DE ONDE VOCÊ É?
(14:25:05) Beto fala para Alaenne Colorado: DE QUE INFOCENTRO VOCÊ É
(14:25:22) Fabio / Moderador : BOA TARDE. MEU NOME É FÁBIO, SOU MONITOR DO INFOCENTRO POF (POSTO
DE ORIENTAÇÃO FAMILIAR) E SEREI O MODERADOR DESTE CHAT JUNTO COM A LUCÉLIA ESPERO A
COLABORAÇÃO DE TODOS PARA QUE ESSE CHAT SEJA BEM PRODUTIVO.
(14:25:28) Elvira fala para LUCELIA / MODERAD: Estou no infocentro da vila Yolanda 2
(14:25:42) Nany : Entra na sala...
(14:26:03) Alaenne Colorado : infocentro do jd colorado
(14:26:25) Akira : Boa tarde a todos. Peço desculpas pelo problema na outra sala de chat.
(14:26:34) Elvira fala para LUCELIA / MODERAD: E você fala da onde estou esperando resposta
(14:26:36) Beto fala para Alaenne Colorado: qual o nome dele?
(14:26:49) Fabio / Moderador : PARA FACILITAR O ENTENDIMENTO DE TODOS, NOS MODERADORES VAMOS
ESCREVER EM MAIUSCULO PARA DIFERENCIAR DOS DEMAIS, PEÇO A TODOS QUE RESPEITEM ESSA REGRA
E DIGITEM EM MINUSCULO
(14:27:34) Alaenne Colorado fala para Beto: Associação Mulheres do Jardim Colorado
(14:27:46) LUCELIA / MODERADORA : TODOS VOCÊS CONHECEM O FALA SÃO PAULO?
(14:28:11) Beto fala para Alaenne Colorado: o que acha do programa acessa SÂO PAULO
(14:28:51) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: eu conheço
(14:28:52) LUCELIA / MODERADORA : O FALA SÃO PAULO ESTÁ INTEGRADO AO SITE DO ACESSA SÃO PAULO,
A TELA INICAL DOS MICROS DO INFOCENTRO
(14:29:16) Elvira fala para LUCELIA / MODERAD: conheço pouco
(14:29:18) Elvira fala para LUCELIA / MODERAD: conheço pouco
(14:29:18) Alaenne Colorado fala para Beto: Eu acho que é uma boa iniciativa para quem não pode ter acesso na
internet ter
(14:29:22) LUCELIA / MODERADORA : É UM POP UP QUE APARECE. E NELE SEMPRE TEM UMA ENQUETE
SEMANAL.
(14:29:27) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz : Sim!!!!!
(14:29:35) LUCELIA / MODERADORA : Este chat é para que vocês possam sugerir temas de enquetes para o Fala SP.
Como vocês devem saber o Fala SP é um site integrante do Programa Acessa SP e é um canal de expressão da
população. Toda semana tem uma nova pergunta sobre um aspecto da sociedade. É uma forma do governo e vocês
usuários saberem o que a população está pensando.
(14:29:51) Beto fala para Alaenne Colorado: como você conheceu o programa
(14:30:21) Alaenne Colorado fala para Beto: Pela associação
(14:30:46) LUCELIA / MODERADORA : A idéia deste chat é pegar de vocês o maior número possível de idéias de
perguntas que possam se transformar em enquetes. Vocês podem ter uma noção do que já foi tema de enquete
visitando o link
(14:31:21) Beto fala para Alaenne Colorado: você é alguma coisa do seu infocentro
(14:31:28) LUCELIA / MODERADORA : WWW.FALASP.FUTURO.USP.BR/ARQUIVOS.PHP
(14:32:16) Alaenne Colorado fala para Beto: usuária
(14:32:30) Elvira fala para LUCELIA / MODERAD: poderia ter enquete sobre dicas de emprego
(14:32:38) Beto fala para Alaenne Colorado: como assim?
(14:32:48) LUCELIA / MODERADORA : OS QUE DISSERAM QUE JÁ CONHECEM, O QUE ACHARAM DAS
ENQUETES ANTERIORES?
(14:33:04) Alaenne Colorado grita com Beto: conheci o programa pois fazia curso na entidade
(14:33:19) Alaenne Colorado fala para Beto: vc é o q?
(14:33:38) Fabio / Moderador : GENTE TA MUITO DISPERÇO, MAIS ATENÇÃO POR FAVOR, VOCÊS COSTUMAM
VOTAR NAS ENQUETES SEMANAIS DO FALA SP ? AQUI É UM ESPAÇO PARA VOCÊS MADAREM SUGESTÕES
PARA POSSAMOS BOLAR OUTRAS ENQUETES.
(14:34:28) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz : sim!!!!
(14:34:30) Alaenne Colorado fala para Beto: sim toda semana
(14:34:50) Beto fala para Alaenne Colorado: eu sou voluntário
(14:35:05) Fabio / Moderador : LEGAL AGORA SE VOCÊS FOSSEM O GOVERNO, O QUE GOSTARIAM DE
PERGUNTAR À POPULAÇÃO? SERIA SOBRE SAÚDE, EDUCAÇÃO, ECOLOGIA, EMPREGO, INTERNET? PODEM
SOLTAR A IMAGINAÇÃO.
(14:35:11) Beto fala para Alaenne Colorado: toda a semana por que
(14:35:31) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: sim toda semana
(14:35:40) Elvira fala para LUCELIA / MODERAD: bom as enquetes poderia dar informações sobre curso para os jovens.
(14:36:12) Alaenne Colorado fala para Beto: não era com vc?
(14:36:32) Alaenne Colorado fala para Beto: q info vc é?

11
(14:37:28) Fabio / Moderador : COMO ASSIM ELVIRA, ENQUETES SOBRE CRIAÇÃO DE CURSOS GRATUITOS
PARA A COMUNIDADE..?
(14:37:42) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: não sou eu e sim o garoto estou respondendo pq sou
educada
(14:37:43) Beto fala para Alaenne Colorado: que tal que as enquete dessa semana fosse sobre o sexo os adolescentes
não estão usando camisinha na hora .Tem incentivar os adolescente
(14:38:20) Beto fala para Alaenne Colorado: LUZ E VIDA e vc
(14:38:33) Elvira fala para Fabio / Moderador: dando informações de cursos gratuitos
(14:38:46) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: estou participando
(14:39:05) LUCELIA / MODERADORA : INFORMAÇÕES? cOMO POR EXEMPLO, ONDE TEM CURSOS?
(14:39:17) Fabio / Moderador : JÁ TIVEMOS UMA ENQUETE PARECIDA BETO, SOBRE SEXO NA ADOLESCENCIA,
COMO PODERIAMOS MUDAR A CARA DESSA ENQUETE E CRIAR OUTRA EM CIMA..?
(14:39:35) Alaenne Colorado fala para Fabio / Moderador: gostaria do assunto emprego
(14:39:48) Alaenne Colorado fala para Fabio / Moderador: gostaria alias
(14:40:07) Fabio / Moderador : TIVEMOS JA SOBRE A PREVENÇÃO DE DST E AIDS
(14:40:11) LUCELIA / MODERADORA : EMPREGO, POR EXEMPLO?
(14:40:47) LUCELIA / MODERADORA fala para Alaenne Colorado: O QUE GOSTARIA QUE FOSSE PERGUNTADO
SOBRE EMPREGO?
(14:40:53) Elvira fala para LUCELIA / MODERAD: estou esperando resposta de um pergunta que fiz
(14:40:57) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: principalmente aqui pois tem vários usuários e um assunto
forte seria o 1º emprego
(14:41:42) Beto fala para Fabio / Moderador: também gostaria que fosse emprego ,mas os adolescentes têm que saber
agilizar as coisas na hora H
(14:42:19) Beto fala para Fabio / Moderador: o que vc acha
(14:43:00) Elvira concorda com LUCELIA / MODERAD: dicas para o 1° emprego concordo com Alaenn
(14:43:10) Beto fala para Alaenne Colorado: 12 anos e vc
(14:43:31) Fabio / Moderador : OI ELVIRA, FORMULE A PERGUNTA COM MAIS OBJETIVIDADE, FICA MUITO VAGO
QUANDO VOCÊ FALA EM CURSO, COMO PODERÍAMOS MONTAR UMA ENQUETE SOBRE CURSOS ?
(14:43:47) jujuba : Entra na sala...
(14:43:52) LUCELIA / MODERADORA fala para Beto: DICAS? SERIA BOM CONCORDO, MAS TEMOS QUE
TRANSFORMAR EM ENQUETE
(14:44:35) LUCELIA / MODERADORA : COMO PODEMOS TRANSFORMAR ESSE ASSUNTO EM ENQUETE: "DICAS
PARA PRIMEIRO EMPREGO"?
(14:44:37) Alaenne Colorado fala para Fabio / Moderador: Quais cursos são importantes para arrumar o 1º
emprego.....poderia ser esta a pergunta?
(14:45:23) LUCELIA / MODERADORA fala para Alaenne Colorado: E QUAIS SERIAM AS OPÇÕES?
(14:46:13) Fabio / Moderador fala para Alaenne Colorado: ÓTIMO ALAENNE, O CAMINHO É ESSE, NA SUA OPINIÃO,
QUAIS OS CURSOS VC ACHA QUE SÃO NECESSÁRIOS...?
(14:46:31) Alaenne Colorado fala para Fabio / Moderador: Informática.........Competência para o trab. q envolve entrevista
formular currículo e como se comportar
(14:46:37) jujuba : oi galera,beleza?
(14:46:39) Alaenne Colorado fala para Fabio / Moderador: são algumas opções
(14:47:04) Alaenne Colorado fala para jujuba: blz
(14:47:09) Alaenne Colorado fala para jujuba: q info és?
(14:47:12) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: poderia ser (qual é o primeiro curso para arrumar um emprego)?
(14:47:14) LUCELIA / MODERADORA fala para Alaenne Colorado: SÃO BOAS, ALGUÉM MAIS TEM ALGUMA
OPÇÃO?
(14:47:34) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: o que acha!!!?
(14:47:51) jujuba : é do Luz e Vida e vc?
(14:48:06) Alaenne Colorado fala para Alaenne Colorado: Jd. COlorado
(14:48:16) Elvira fala para Fabio / Moderador: enquete sobre bom comportamento pois tem uns animais em alguns
infocentros
(14:48:48) LUCELIA / MODERADORA fala para Elvira: BOM COMPORTAMENTO? HUM, INTERESSANTE...
(14:48:50) Alaenne Colorado fala para Elvira: se vc trab. com a comunidade então animal e sim pessoas mal educadas
(14:49:06) Beto fala para Alaenne Colorado: qual é a sua idéia??
(14:49:17) LUCELIA / MODERADORA fala para Elvira: E QUAL SERIA A ENQUETE?
(14:49:23) Alaenne Colorado fala para Beto: 25 anos
(14:49:56) Elvira fala para braganp: quem é você
(14:50:16) Fabio / Moderador fala para Alaenne Colorado: COMPORTAMENTO DOS USUÁRIOS NO INFOCENTRO OU
DE UMA FORMA GERAL QUE COMO PIXAÇÕES NO BAIRRO, LIXO NAS RUAS..?
(14:50:26) LUCELIA / MODERADORA reservadamente fala com Todos: PESSOAL, NÃO VAMOS DISPERSAR POR
FAVOR
(14:50:37) Alaenne Colorado fala para Beto: cursos de orientação para o 1º emprego
(14:51:06) jujuba : o que você faz Alaenne Colorado?
(14:51:31) Beto fala para Alaenne Colorado: um EXEMPLO: curso de informática
(14:52:18) Alaenne Colorado fala para jujuba: sou usuária
(14:52:19) Elvira grita com braganp: você fala da onde me responda
(14:52:49) Beto : gente, vou ao banheiro e já volto CERTO
(14:52:49) Beto : gente, vou ao banheiro e já volto CERTO

12
(14:53:08) Fabio / Moderador : MUITO BOA ESSA SOBRE A PREPARAÇÃO PARA O PRIMEIRO EMPREGO, MAS
VOCÊS ACHAM QUE SÓ COM UM CURSO DE PREPARAÇÃO FICA FÁCIL CONSEGUIR EMPREGO..? O QUE MAIS
É NECESSÁRIO ?
(14:54:09) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz : Sim!
(14:54:21) Elvira fala para Fabio / Moderador: Experiência
(14:54:48) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: o q é exigido..não cola pois depende da empresa e o q vc
procura.
(14:55:27) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz : experiência de trabalho!!!
(14:55:28) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: podemos fazer uma assim, qual emprego vc gostaria de
ser o 1º e colocar algumas opções
(14:55:30) LUCELIA / MODERADORA fala para Alaenne Colorado: OS CURSOS TB.
(14:55:37) Elvira fala para SombraGuilherme/I: e onde fica esse infocentro.
(14:56:02) LUCELIA / MODERADORA fala para Alaenne Colorado: TERIAMOS QUE COLOCAR MUITAS OPÇÕES.
(14:56:30) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz fala para SombraGuilherme/I: Aqui no Jd. São Francisco Guarapiranga!!!
(14:56:35) jujuba : Não ,acho muito pouco ,e também são poucas as oportunidades , principalmente para quem não tem
possibilidades, não acha Fabio?
(14:56:44) Alaenne Colorado fala para Fabio / Moderador: mas esse assunto de pixações não teria muitas opções pra
respostas
(14:56:46) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz fala para Elvira: Aqui no Jd. São Francisco Guarapiranga!!!
(14:57:41) Elvira fala para SombraGuilherme/I: você e monitor
(14:57:57) Beto : já voltei gente
(14:58:00) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz fala para Elvira: Não, sou voluntário!!!!!
(14:58:00) LUCELIA / MODERADORA : SÓ A ALAENNE PARTICIPA?
(14:58:11) LUCELIA / MODERADORA : ONDE ESTÃO OS OUTROS?
(14:58:36) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: eu estou aqui
(14:58:52) LUCELIA / MODERADORA : BEM, ATÉ AGORA TEMOS: TEMA EMPREGO , PREVENÇÃO SEXUAL E
COMPORTAMENTO.
(14:58:57) Fabio / Moderador fala para Alaenne Colorado: TERIAMOS SIM....O QUE VC FAZ PARA CUIDAR DO
AMBIENTE EM QUE VIVE, SE OS MORADORES COLABORAM PARA A LIMPEZA DAS RUAS...
(14:59:13) anônimo : Entra na sala...
(14:59:38) LUCELIA / MODERADORA : PARA O TEMA EMPREGO TEMOS AS SEGUINTES Quais cursos são
importantes para arrumar o 1º emprego?
(14:59:43) jujuba : Se identifique anônimo!
(15:00:10) Elvira fala para SombraGuilherme/I: O que você está achando do bate papo
(15:00:22) LUCELIA / MODERADORA : E "qual emprego vc gostaria de ser o 1º ?"
(15:00:41) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz fala para Elvira: Interessante!!!!
(15:00:53) Elvira fala para anônimo: Quem é você
(15:00:54) LUCELIA / MODERADORA : Quais curso são importantes para arrumar o 1º emprego?
(15:01:27) LUCELIA / MODERADORA : O QUE VOCÊS ACHAM DAS OPÇÕES?
(15:01:36) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz fala para LUCELIA / MODERAD: básico em informática!!!
(15:01:44) Alaenne Colorado fala para Fabio / Moderador: atendimento, ajudante geral, metalúrgico, recepcionista,
operador de telemarketing e vendedor
(15:02:02) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: gostaria que tivesse também maIs esportes
(15:02:17) Elvira fala para anônimo: Quem és tu
(15:02:52) jujuba : Ei o anônimo sumiu!
(15:02:56) LUCELIA / MODERADORA fala para Beto: O QUE GOSTARIA QUE FOSSE EXPLORADO EM ESPORTES?
(15:03:14) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: como assim?
(15:03:59) LUCELIA / MODERADORA fala para Alaenne Colorado: ESTAS SERIAM AS OPÇÕES PARA O PRIMEIRO
EMPREGO? ALGUÉM TEM MAIS ALGUMA?
(15:04:17) LUCELIA / MODERADORA fala para Beto: QUANDO VOCÊ DIZ "ESPORTE".
(15:04:25) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: capoeira é muito bom para as crianças de nosso país você não acha?
(15:04:29) LUCELIA / MODERADORA fala para Beto: COMO PODERIA SER A ENQUETE?
(15:04:39) Elvira fala para braganp: quem é você
(15:05:06) LUCELIA / MODERADORA fala para Beto: SIM. TIVEMOS UMA ENQUETE SOBRE ESPORTES Há
POUCAS SEMANAS.
(15:05:12) Fabio / Moderador fala para Beto: ESPORTE NA ATUALIDADE, OLIMPIADAS, ETC...OU INVESTIMENTO
DE ESPORTES NO SEU BAIRRO...?
(15:05:18) LUCELIA / MODERADORA fala para Beto: PERGUNTAMOS SE AS PESSOAS PRATICAVAM ESPORTES
(15:05:35) neia9julho : Entra na sala...
(15:06:04) Alaenne Colorado fala para neia9julho: até q enfim conseguiu
(15:06:04) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: poderia ser, o que você acha da CAPOEIRA
(15:06:44) braganp fala para Elvira: Eu sou o Braga do Cri- Jd Nova Progresso
(15:06:47) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: um assunto muito bom é sobre as DROGAS
(15:07:10) braganp : Saiu da sala...
(15:07:15) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: o que acha!!!??
(15:07:16) LUCELIA / MODERADORA fala para Beto: PREVENÇÃO OU USO?
(15:07:36) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: até q horas vai esse chat
(15:07:51) jujuba : Ah fui galera!
(15:07:53) Fátima/NProg : Entra na sala...
(15:07:54) neia9julho fala para Alaenne Colorado: oi quase não consigo entrar hoje esta toda hora caindo ..

13
(15:07:58) Elvira : enquete sobre o mundo da moda
(15:08:01) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: temos q estabelecer só um assunto senão fica muito
disperso o assunto
(15:08:17) Alaenne Colorado fala para neia9julho: pq não segura
(15:08:28) Nany : dfd
(15:08:43) LUCELIA / MODERADORA : NA REALIDADE ESTE CHAT É PARA COLETARMOS IDÉIAS, PORTANTO
GOSTARIA QUE SUGERISSEM PERGUNTAS E AS OPÇÕES.
(15:09:27) LUCELIA / MODERADORA : FORMULEM AS PERGUNTAS. ELAS DEVEM SER VOLTADAS PARA O
BAIRRO DE VOCÊS.
(15:09:51) LUCELIA / MODERADORA : ASSIM, TEREMOS UM RESULTADO NAS ENQUETES MAIS PRÓXIMO DA
REALIDADE DO BAIRRO.
(15:10:04) jujuba fala para Elvira: Anda logo com isso!
(15:10:17) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: como assim?
(15:11:20) LUCELIA / MODERADORA : POR EXEMPLO, BETO, QDO DIZ "DROGAS", QUAL PERGUNTA VC
GOSTARIA QUE FOSSE COLOCADA SOBRE ESSE ASSUNTO E QUAIS SERIAM AS OPÇÕES.
(15:11:23) jujuba : Saiu da sala...
(15:11:29) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz : Lucélia um assunto interessante sobre o tema "grafite", o que as pessoas
acham do grafite se é uma arte ou um vandalismo
(15:11:30) Nany : Saiu da sala...
(15:11:48) Elvira fala para itajuibe: quem é você
(15:12:01) Fabio / Moderador fala para SombraGuilherme/I: PERFEITO GUILHERME
(15:12:14) LUCELIA / MODERADORA : ÓTIMO SOMBRA!
(15:12:38) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: também acho
(15:13:04) LUCELIA / MODERADORA : PESSOAL, VAMOS COMBINAR O SEGUINTE, QDO ALGUÉM DER UMA
IDÉIA, VCS DIZEM SE GOSTARAM E TRABALHAMOS NELA.
(15:13:21) LUCELIA / MODERADORA : DEPOIS, QDO JÁ TIVERMOS OPÇÕES, ALGUÉM SUGERE OUTRA.
(15:13:32) LUCELIA / MODERADORA : SE NÃO FICA BAGUNÇADO, COMBINADO??
(15:13:57) Fabio / Moderador : PESSOAL, UM ÓTIMO EXEMPLO DO SOMBRAGUILHERME, ELE JOGOU O
ASSUNTO E JÁ VEIO COM AS ALTERNATIVAS....
(15:14:30) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: ótimo
(15:14:34) LUCELIA / MODERADORA : EXATAMENTE, BEM AS QUE JÁ PASSARAM, DEPOIS RETOMAMOS.
(15:14:49) Elvira : Estou saindo da sala
(15:14:51) LUCELIA / MODERADORA : ENTÃO, VAMOS TRABALHAR NA DO GUILHERME AGORA?
(15:14:53) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: por que
(15:15:02) LUCELIA / MODERADORA : QUAIS VCS ACHAM QUE SERIAM AS OPÇÕES?
(15:15:07) Elvira : Saiu da sala...
(15:16:48) Beto fala para LUCELIA / MODERAD: bom eu acho que deveria ser sobre o sexo CERTO
(15:16:55) LUCELIA / MODERADORA : GUILHERME, QUAL SERIA SUA SUGESTÃO?
(15:17:32) LUCELIA / MODERADORA : o que as pessoas acham do grafite se é uma arte ou um vandalismo?
(15:18:23) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: é uma arte mas se não sabe usar vira vandalismo
(15:18:24) LUCELIA / MODERADORA : A ALAENNE DIZ QUE é uma arte mas se não sabe usar vira vandalismo
(15:18:35) LUCELIA / MODERADORA : ALGUÉM TEM MAIS ALGUMA OPÇÃO?
(15:18:48) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz fala para LUCELIA / MODERAD: sim!!!!
(15:19:06) LUCELIA / MODERADORA : GUILHERME QUAL SUA OPNIÃO?
(15:19:23) LUCELIA / MODERADORA : PESSOAL, VAMOS LÁ!!!
(15:19:42) LUCELIA / MODERADORA : NINGUÉM TEM MAIS NEHUMA?
(15:20:15) LUCELIA / MODERADORA : RESPONDAM PELO MENOS "SIM" OU "NÃO".
(15:20:48) LUCELIA / MODERADORA : ENTÃO FECHEMOS A DO GUILHERME.
(15:20:50) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz fala para LUCELIA / MODERAD: Grafite usado com consciência é arte!!!
(15:20:54) LUCELIA / MODERADORA : VAMOS PARA A DO BETO
(15:20:59) LUCELIA / MODERADORA : SOBRE SEXO
(15:21:17) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: estou saindo pois isso esta demorando muito e não estou
vendo nenhum resultado
(15:21:33) LUCELIA / MODERADORA : BEM, ELE NÃO ESTÁ MAIS, ALGUÉM TEM SUGESTÃO?
(15:22:21) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: finalizando o que nem tem opções
(15:22:34) LUCELIA / MODERADORA : ENTÃO PARTAMOS PARA OUTRA
(15:22:48) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: outra o q?
(15:22:49) LUCELIA / MODERADORA : A DO PRIMEIRO EMPREGO, JÁ TEMOS OPÇÕES.
(15:22:55) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: ha
(15:23:06) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: tenho outra
(15:23:10) LUCELIA / MODERADORA : QUAL?
(15:23:54) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: o que acha sobre o projeto existente p mudar a frase da
bandeira do Brasil
(15:24:33) LUCELIA / MODERADORA : EXISTE ISSO? NÃO SABIA.
(15:24:44) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: no lugar de ordem e progresso querem colocar amor
ordem e progresso
(15:24:49) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: o que vc acha?
(15:24:57) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: opções
(15:25:11) LUCELIA / MODERADORA : QUE MUITOS USUÁRIOS NÃO SABEM DISSO.
(15:25:46) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: concordo amor tem que ser expresso ate na bandeira

14
(15:25:50) LUCELIA / MODERADORA : QUE TAL, USANDO O QUE VC DISSE NA INTRODUÇÃO PERGUNTAR, O
QUE GOSTARIAM QUE ESTIVESSE ESCRITO?
(15:26:28) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: discordo o legislativo deveria preocupar-se com outras
questões mais importantes
(15:26:45) LUCELIA / MODERADORA : ISSO, REALMENTE.
(15:27:12) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: será que consegue se expressar melhor?
(15:27:12) LUCELIA / MODERADORA : BEM, PARECE QUE OS OUTROS NÃO ESTÃO NEM COM A JANELA
ABERTA, ENTÃO NEM VOU PERGUNTAR A OPINIÃO.
(15:27:27) LUCELIA / MODERADORA : BEM, ALAENNE, OBRIGADA PELA SUA PARTICIPAÇÃO.
(15:27:35) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: de nada
(15:27:43) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: mas qual será a enquete?
(15:27:55) LUCELIA / MODERADORA : E MESMO QUE VC PENSE QUE NÃO DEU RESULTADO, O CHAT ERA SÓ
PARA COLETARMOS IDÉIAS
(15:28:29) LUCELIA / MODERADORA : E VER A OPINIÃO DOS USUÁRIOS, E, COM TODO OS PROBLEMAS QUE
TIVEMOS NO INICIO, PODEMOS DIZER QUE FOI PRODUTIVO.
(15:28:53) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: nossa que horror falta de organização e falta de respeito
com as pessoas que perderam seu tempo em vão
(15:29:15) LUCELIA / MODERADORA : BEM, HÁ UMA EQUIPE NA ESCOLA DO FUTURO, RESPONSÁVEL PELA
ESCOLHA.
(15:29:41) LUCELIA / MODERADORA : TODA SEMANA, FAZEMOS ESTE MESMO CHAT, SÓ QUE COM OS
MONITORES, SE VC QUISER PARTICIPAR, ESTÁ CONVIDADÍSSIMA.
(15:30:12) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: melhor seria se eles participassem e resolvem algo para
que os usuários que participaram já tivessem a resposta
(15:30:18) LUCELIA / MODERADORA : AQUI, NOSSO PAPEL ERA SÓ VER O QUE VCS GOSTARIAM DE
ENCONTRAR NAS ENQUETES, E SURGIRAM VÁRIOS TEMAS.
(15:30:21) Fabio / Moderador fala para Alaenne Colorado: VOCÊS NÃO PERDERAM TEMPO, TUDO O QUE FOI
COMENTADO AQUI, VAI SER ANALISADO E COM CERTEZA VAI VIRAR ENQUETE DO FALA SP
(15:30:55) LUCELIA / MODERADORA : E SE NÃO FOR NESTA SEMANA, SERÁ NA OUTRA, OU NA OUTRA
(15:31:05) LUCELIA / MODERADORA : TUDO ISSO IRÁ PARA O BANCO DE DADOS.
(15:31:06) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: bom saber da próxima não participo e passarei e mail
para o Srº Akira informando a falta de criatividade dos moderadores
(15:31:25) LUCELIA / MODERADORA : PORQUE NÃO FALA COM ELE AGORA MESMO
(15:31:31) LUCELIA / MODERADORA : ELE ESTEVE NA SALA O TEMPO TODO
(15:31:32) Alaenne Colorado fala para LUCELIA / MODERAD: falarei
(15:32:08) Fabio / Moderador fala para Alaenne Colorado: FIQUE TRANQUILA...SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE
E PRECISAMOS DELA, NÃO FOI PERDA DE TEMPO, TIVEMOS CONTRATEMPO COM A SALA DE BATE PAPO,
MAS SE RESOLVEU E COLHEMOS AS OPINIÕES DE VOCÊS
(15:33:09) LUCELIA / MODERADORA : BEM, FINALIZANDO, BOA TARDE A TODOS.
(15:33:22) LUCELIA / MODERADORA : E OBRIGADA PELA PARTICIPAÇÃO.
(15:33:24) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz : Boa Tarde a Todos!!!!!
(15:33:32) SombraGuilherme/Inf.Criança Feliz : De nada!
(15:40:10) Fabio / Moderador : Saiu da sala...
(15:49:15) LUCELIA / MODERADORA : Saiu da sala...

ETAPA 5
Pós-chat como os moderadores
Akira é da equipe da Escola do Futuro e Lucélia e Fábio monitores de Infocentros.
Fonte: Relatório Mensal de Abril de 2004

Fábio diz:
Po Akira, foi mal a coisa...como a Alaene disse faltou um pouco de organização mesmo, quando o servidor
travou na Escola do Futuro era pra ter remarcado e não pra insistir e fazer uma coisa mal feita....
Akira diz:
Também estou inconformado do servidor não ter agüentado o movimento. Mas, dentro das possibilidades, acho que
você e o Fábio fizeram o melhor.
Fábio diz:
o Fábio sou eu...rs...colhemos ao todo 4 assuntos.....preparação para o 1º trabalho / grafite / comportamento
no bairro / mudança na bandeira....
Lucélia foi adicionado à conversa.
Akira diz:
Fábio, Lucélia, vocês sobreviveram?
Lucélia diz:
sim, foi legal, apesar dos problemas do inicio
Lucélia diz:
mas no final quase xinguei a menina
Akira diz:
Percebi...

15
Fábio diz:
eu to meio decepcionado....
Akira diz:
Vamos fazer a avaliação então? Por que está decepcionado, Fábio?
Lucélia diz:
achei que os monitores poderiam ter participado para dar incentivo
Lucélia diz:
alguns entraram e não falaram nada.
Fábio diz:
pq eu sou do principio que c for pra fazer umas atividade desse tipo, tem que ser uma coisa satisfatória e
não senti firmeza nesse as pessoas não se envolveram
Fábio diz:
acho que tinha que ter parado a partir do momento que servidor deu problema...
Fábio diz:
ficou corrido demais pra fazer a transferência do pessoal e quem estava realmente interessado (e eu tenho
certeza que tinha gente interessado) perdeu o interesse quando o servidor parou.....
Lucélia diz:
Akira, abrindo um parênteses, o Fábio perguntou se vc pode trazer dois cartuchos para lexmark e folhas amanha,
para o promorar.
Lucélia diz:
ou, terminou o horário deles.
Lucélia diz:
perdemos uma hora com o problema.
Akira diz:
Voltei.
Akira diz:
Realmente o servidor do chat estragou tudo e foi uma grande decepção. Mas com as poucas pessoas no chat acho
que foi proveitoso dentro do possível.
Akira diz:
Nesse sentido talvez tenha sido até melhor começar com poucas pessoas para vocês ganharem experiência antes
de moderarem grandes grupos.
Lucélia diz:
se for analisar que tinham 7 pessoas. e algumas que não falam nada.
Fábio diz:
foi legal sim Akira, apesar que eu não consegui participar direito....mas foi legal...como a Lucélia disse...7
pessoal 2 falando....
Lucélia diz:
foi produtivos porque vimos o qto o servidor suporta.
Lucélia diz:
acho que se fizermos outra com uma melhor filtragem dos participantes pelos monitores...
Lucélia diz:
e escolhermos uma sala de fácil e bom acesso a todos, teremos melhores resultados.
Akira diz:
Com certeza um chat que não caia é fundamental... mas fiquei impressionado com a quantidade de gente no
começo. Não esperava tantas pessoas na sala.
Lucélia diz:
nem eu.
Fábio diz:
eu estava empolgado....quando vi o pessoal...rs....mas depois....

Fábio diz:
agora qual o procedimento....? o que faremos com os dados colhidos...?
Akira diz:
Eventos como esse têm potencial, deu para perceber pelo começo.
Lucélia diz:
só que teremos que ter cuidado qdo convida-los novamente, para não ficarem com a impressão de que não vai
acontecer o mesmo.
Akira diz:
Sim, claro.
Akira diz:
Penso em fazer uma reunião via Sametime na semana que vem para falar disso e esperar um tempo até o próximo
chat. Pelo menos até trocar o servidor do chat.
Akira diz:
Vamos ao resumo então? Quais foram às sugestões?
Lucélia diz:
um minuto
Fábio diz:
.preparação para o 1º trabalho / grafite / comportamento no bairro / mudança na bandeira....
Fábio diz:
sexualidade ficou muito vago..

16
Lucélia diz:
sim.
Lucélia diz:
pelo que percebi, eles queriam dicas e não pergunta.
Akira diz:
Deu essa impressão quando falaram de primeiro emprego
Lucélia diz:
sim, dicas para o 1º emprego e cursos gratuitos.
Lucélia diz:
bem as perguntas foram:
Lucélia diz:
Quais cursos são importantes para arrumar o 1º emprego?
Lucélia diz:
COMPORTAMENTO DOS USUÁRIOS NO INFOCENTRO OU DE UMA FORMA GERAL QUE COMO PIXAÇÕES
NO BAIRRO, LIXO NAS RUAS..
Lucélia diz:
qual emprego vc gostaria de ser o 1º ?
Fábio diz:
essa ficou muito feia..rs
Akira diz:
Essa é curiosa, mas difícil
Lucélia diz:
: atendimento, ajudante geral, metalúrgico, recepcionista, operador de telemarketing e vendedor
Lucélia diz:
tb achei. rss
Lucélia diz:
o que as pessoas acham do grafite se é uma arte ou um vandalismo
Lucélia diz:
a)é uma arte mas se não sabe usar vira vandalismo.
Lucélia diz:
acho que de proveito é só.
Lucélia diz:
ah, e o da bandeira.
Fábio diz:
po crer....é verdade esse lance da bandeira..?rs
Lucélia diz:
nunca ouvi falar.
Akira diz:
Era uma idéia do Darcy Ribeiro, que foi senador pelo Rio de Janeiro, mas ele faleceu há alguns anos.
Lucélia diz:
acho que deveria ser: corrupção e miséria. rsss
Fábio diz:
rsrs
Lucélia diz:
Tem um cara que quer murar a favela da rocinha. 3m
Lucélia diz:
isso daria alguma enquete?
Fábio diz:
pode crer

Fábio diz:
é o Vice do Rio
Akira diz:
Teve gente que falou do esporte, não teve?
Lucélia diz:
sim, mas deixou vago
Lucélia diz:
só citou esporte, mas não disse nada, falou sobre capoeira, crianças.
Fábio diz:
sim, o Beto...mas acabou por aí....esporte, capoeira
Fábio diz:
perguntei c seria o esporte na atualidade ou investimento do esporte no seu bairro...ele ficou quieto
Akira diz:
Tudo bem. Vamos reler todo o chat e ver qual sugestão pode virar enquete. Na semana que vem conversamos com
todos os monitores para explicar o que aconteceu.
Akira diz:
Só uma coisa, faltou explicar mais que o chat era para fazer um banco de sugestões. Teve gente achando que ia ser
decidido na hora qual será a nova enquete.
Lucélia diz:
essa eu acho que era monitora

17
Lucélia diz:
ou voluntária
Fábio diz:
verdade....faltou deixar bem claro o objetivo
Lucélia diz:
mas faltou mesmo.
Lucélia diz:
foi a confusão de mudar para outra sala, perdemos um pouco a linha de raciocínio.
Fábio diz:
verdade
Akira diz:
Concordo.
Akira diz:
Uma coisa legal também é ter dois moderadores, com o problema do Fábio, a Lucélia tirou de letra.
Lucélia diz:
e qual sua avaliação sobre nosso desempenho?
Lucélia diz:
tirando o meu problema aqui. rsss
Fábio diz:
e o meu...rs
Akira diz:
Vocês estão de parabéns, foram muito bem, os dois!
Fábio diz:
Brigadão....te garanto que c tivéssemos lá no chat da Escola do Futuro...sem nenhuma problema, teríamos
sucesso
Lucélia diz:
gostaria de participar no próximo.
Fábio diz:
eu tb
Akira diz:
Fico feliz que vocês tenham gostado.
Fábio diz:
sim...foi uma experiência nova....que deu um certo frio na barriga antes de começar mas depois sem
problemas.
Akira diz:
Obrigado pela colaboração de vocês.
Lucélia diz:
disponha.
Lucélia diz:
bem, tenho algumas coisas para arrumar aqui.
Lucélia diz:
akira, vc leu sobre os cartuchos e a folha?
Akira diz:
Li sim. Amanhã eu levo.
Lucélia diz:
certo, obrigada.
Lucélia diz:
tchau pra vcs.
Akira diz:
Boa tarde, Lucélia e Fábio. Abraços
Fábio diz:
Boa tarde..té mais !! tchau

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