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JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO
15ª VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA
Rua T 29, 1403, Setor Bueno, GOIANIA - GO - CEP: 74215-901
RTOrd - 0010023-75.2016.5.18.0015
AUTOR: DANIEL AMANCIO CAVALCANTI, ADRIANO AVELAR MATOS, ALEX DE
OLIVEIRA DUTRA, ALEX ROSARIO MACHADO, ALINE RIBEIRO DAMASCENO, ALISSON
FELIPE DE SOUZA VILELA, ALISSON NAZZARI, ALLISON DURIGAN GANZERT,
ANDERSON PEREIRA DE ALMEIDA, ANDRE DE REZENDE BACHETTI, ANDRE PENIDO
DE CAMPOS MACHADO, ANDRE SIMON DE ALMEIDA BRANCO SILVA, ANDRE
VOSNIKA, ANDRE YUJI YONEDA COLETTI, ARNOLDO WILLYAN SCHUABB NETO,
ARTHUR CARVALHO LIMA, BRUNO ANTONIO SORRIJA, BRUNO BOTELHO DE SOUZA,
BRUNO PEREIRA LIMA, CARLOS HENRIQUE DA SILVEIRA ZANIN, CAROLINA
BITTENCOURT, CASSIA PEDERIVA DE OLIVEIRA, CEZAR ANTONIO COSTA SANTIAGO,
CLAUDIR JOSE NODARI, DIOGO LUIZ TEIXEIRA SANTIAGO, EDUARDO CADETE
MACHADO, EDUARDO HENRIQUE BRAGA DE PINHO, ELSON JUNIO CADETE PEDRA,
FABIO REIS NAIA, FELIPE BARROS DELPHINO, FELIPE CAVALCANTI SARAIVA,
FRANCIELE STAIL BORDIN, GABRIEL ALVES ROMERO, GABRIEL CASTELLANO
LOPES, GABRIEL COSTA RIBEIRO DE PAULA, GABRIEL DE OLIVEIRA BARBOSA,
GUILHERME BORTOLAZ GUEDES, GUILHERME CRUVINEL SILVA, GUILHERME
FERREIRA GOMES, GUSTAVO DOS SANTOS RIBEIRO, HENRIQUE NEIVA GUIMARAES,
IVAN SANTOS PORPIGLIO, JEREMY GUSTAVO RAUBER, JOAO CARLOS FERREIRA
MILAGRES, JOAO WENDEL PALHANO DE ALMEIDA, JOSE PEREIRA DO NASCIMENTO
NETO, ANTONIONI BARROS CAMPOS, JUAN DONIZETI DE CASTRO, JULIO CESAR
MACEDO DA NOBREGA, KAIO HEMERSON DUTRA, KELVIN CHEN, LAIO VITOR
PEIXOTO COUTINHO, LEONARDO ANDRE MALACARIO CAMPOS, LEONARDO PASSOS
BRANDAO, LUA ARAGAO NOGUEIRA SANTOS, LUCAS ALEXANDRE GONCALVES
RIBEIRO, LUCAS DANIEL DE MONT ALVERNE MONTEIRO, LUCAS FAGUNDES
MORATO, LUCAS GRIBEL DOS REIS, LUCAS RAPHAEL DOS SANTOS BARROSO, LUIZ
FERNANDO DE OLIVEIRA MELLO NUNES, LUIZ FRANCISCO NASCIMENTO JUNIOR,
LUIZ GUSTAVO GONZAGA SILVA, MAICON QUEIROZ HILARIO, MARCELO SEBADELHE
PORTELA CUNHA CLAUDINO, MARCIO JAIRO GONCALVES DA COSTA, MARCOS
DIEGO ALBUQUERQUE COSTA PAES, MARSOL BANDEIRA ANTUNES, MATHEUS
LISBOA DE MELO ANDRADE ALVES, MONICA STEPHANIE FREITAS PEREIRA, PAULO
HENRIQUE TERENZI SEIXAS, PAULO TALAL DERGHAM, PEDRO CAUE CARDOSO
ANDRADE, PEDRO JOSE VIEIRA DAMASCENA, PEDRO ROSSETO DE FARIA, PLACIDO
GONCALVES FERREIRA, RAFAEL FRAGA RABELLO, RAFAEL JAPIASSU LEITAO,
RAFAEL SILVA NINCK DE SOUZA, RAFAEL REUTER CARRERA SAUDE, RAFAEL SPIES
LOPES, RAFAEL TEIXEIRA CHAVES, RENAN DE FIGUEIREDO WANDERLEY, RENAN
FALCAO BARREIRA, ROBERTO DANTE DO NASCIMENTO GRIMELLO, RODRIGO
CALDEIRA BARRA, RODRIGO IUNES DE REZENDE, RODRIGO PEREIRA GONCALVES,
SAULO FRANCIS DE CARVALHO FERREIRA, SERGIO PAULO ROSSATTO PERISSE,
THIAGO MICHELL DE SOUZA DIAS, ULYSSES EUGENIO DUARTE DE FRANCA, VICTOR
LUIZ GRIPA, VINICIUS VALENCA BARBOSA, WAGNER MENDES DA COSTA JUNIOR,
FLAVIO XAVIER OLIVEIRA, IKARO TALLES FERNANDES DANTAS, GUILHERME
MARTINS DE ANDRADE, VICTOR NICOLAO CAPACIA
RÉU: PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS
Relatório
ADRIANO AVELAR MATOS, ALEX DE OLIVEIRA DUTRA, ALEX ROSARIO
MACHADO, ALINE RIBEIRO DAMASCENO, ALISSON FELIPE DE SOUZA VILELA,
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: MARCELO NOGUEIRA PEDRA
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Número do documento: 17090515400570600000021338667 Num. 33df1ec - Pág. 1
MACHADO, ALINE RIBEIRO DAMASCENO, ALISSON FELIPE DE SOUZA VILELA,
ALISSON NAZZARI, ALLISON DURIGAN GANZERT, ANDERSON PEREIRA DE ALMEIDA,
ANDRE DE REZENDE BACHETTI, ANDRE PENIDO DE CAMPOS MACHADO, ANDRE
SIMON DE ALMEIDA BRANCO SILVA, ANDRE VOSNIKA, ANDRE YUJI YONEDA
COLETTI, ANTONIONI BARROS CAMPOS, ARNOLDO WILLYAN SCHUABB NETO,
ARTHUR CARVALHO LIMA, BRUNO ANTONIO SORRIJA, BRUNO BOTELHO DE SOUZA,
BRUNO PEREIRA LIMA, CARLOS HENRIQUE DA SILVEIRA ZANIN, CAROLINA
BITTENCOURT, CASSIA PEDERIVA DE OLIVEIRA, CEZAR ANTONIO COSTA SANTIAGO,
CLAUDIR JOSE NODARI, DANIEL AMANCIO CAVALCANTI, DIOGO LUIZ TEIXEIRA
SANTIAGO, EDUARDO CADETE MACHADO, EDUARDO HENRIQUE BRAGA DE PINHO,
ELSON JUNIO CADETE PEDRA, FABIO REIS NAIA, FELIPE BARROS DELPHINO, FELIPE
CAVALCANTI SARAIVA, FLAVIO XAVIER OLIVEIRA, FRANCIELE STAIL BORDIN,
GABRIEL ALVES ROMERO, GABRIEL CASTELLANO LOPES, GABRIEL COSTA RIBEIRO
DE PAULA, GABRIEL DE OLIVEIRA BARBOSA, GUILHERME BORTOLAZ GUEDES,
GUILHERME CRUVINEL SILVA, GUILHERME FERREIRA GOMES, GUILHERME
MARTINS DE ANDRADE, GUSTAVO DOS SANTOS RIBEIRO, HENRIQUE NEIVA
GUIMARAES, IKARO TALLES FERNANDES DANTAS, IVAN SANTOS PORPIGLIO,
JEREMY GUSTAVO RAUBER, JOAO CARLOS FERREIRA MILAGRES, JOAO WENDEL
PALHANO DE ALMEIDA, JOSE PEREIRA DO NASCIMENTO NETO, JUAN DONIZETI DE
CASTRO, JULIO CESAR MACEDO DA NOBREGA, KAIO HEMERSON DUTRA, KELVIN
CHEN, LAIO VITOR PEIXOTO COUTINHO, LEONARDO ANDRE MALACARIO CAMPOS,
LEONARDO PASSOS BRANDAO, LUA ARAGAO NOGUEIRA SANTOS, LUCAS
ALEXANDRE GONCALVES RIBEIRO, LUCAS DANIEL DE MONT ALVERNE MONTEIRO,
LUCAS FAGUNDES MORATO, LUCAS GRIBEL DOS REIS, LUCAS RAPHAEL DOS SANTOS
BARROSO, LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA MELLO NUNES, LUIZ FRANCISCO
NASCIMENTO JUNIOR, LUIZ GUSTAVO GONZAGA SILVA, MAICON QUEIROZ HILARIO,
MARCELO SEBADELHE PORTELA CUNHA CLAUDINO, MARCIO JAIRO GONCALVES
DA COSTA, MARCOS DIEGO ALBUQUERQUE COSTA PAES, MARSOL BANDEIRA
ANTUNES, MATHEUS LISBOA DE MELO ANDRADE ALVES, MONICA STEPHANIE
FREITAS PEREIRA, PAULO HENRIQUE TERENZI SEIXAS, PAULO TALAL DERGHAM,
PEDRO CAUE CARDOSO ANDRADE, PEDRO JOSE VIEIRA DAMASCENA, PEDRO
ROSSETO DE FARIA, PLACIDO GONCALVES FERREIRA, RAFAEL FRAGA RABELLO,
RAFAEL JAPIASSU LEITAO, RAFAEL REUTER CARRERA SAUDE, RAFAEL SILVA
NINCK DE SOUZA, RAFAEL SPIES LOPES, RAFAEL TEIXEIRA CHAVES, RENAN DE
FIGUEIREDO WANDERLEY, RENAN FALCAO BARREIRA, ROBERTO DANTE DO
NASCIMENTO GRIMELLO, RODRIGO CALDEIRA BARRA, RODRIGO IUNES DE
REZENDE, RODRIGO PEREIRA GONCALVES, SAULO FRANCIS DE CARVALHO
FERREIRA, SERGIO PAULO ROSSATTO PERISSE, THIAGO MICHELL DE SOUZA DIAS,
ULYSSES EUGENIO DUARTE DE FRANCA, VICTOR LUIZ GRIPA, VICTOR NICOLAO
CAPACIA, VINICIUS VALENCA BARBOSA, WAGNER MENDES DA COSTA JUNIOR ajuízam
RT em face de PETRÓLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRAS, postulando a condenação da reclamada a
"contratar todos os Reclamantes para emprego público de Engenheiro de Equipamentos Júnior -
Mecânica do seu Quadro Funcional, observado os procedimentos previstos no Edital número nº 1 -
PETROBRAS/PSP-RH/2014.2 com todos os direitos e vantagens contados do ajuizamento desta ação,
sob pena de multa diária ... com a devida ratificação da antecipação de tutela que esperam seja
concedida, bem como as indenizações de danos morais e materiais, apuradas em liquidação de sentença,
com juros e correção monetária na forma da lei e honorários advocatícios, se já vigentes na Justiça do
Trabalho por ocasião da sentença."
"... a imediata contratação de todos eles, exceto os informados no item 8.1, observada a
ordem de classificação no Cadastro de Reserva, de acordo com a Tabela Orientadora
de Ordem Convocatória Expedida pela Petrobras (Anexo 06), com todos os direitos e
vantagens contados do ajuizamento desta ação, sob pena de multa diária fixada por
descumprimento da decisão, no valor fixado por V. Exa., levando em consideração o
poderio econômico da Reclamada."
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: MARCELO NOGUEIRA PEDRA
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Em caráter sucessivo, ainda na órbita da tutela provisória, requerem os reclamante que
"... a recondução aos seus antigos cargos, lotações e regimes de trabalho dos
empregados da Reclamada que participam dessa ação: Aline Ribeiro Damasceno
(técnica de dutos sênior), Daniel Amâncio Cavalcanti (técnico de inspeção de
equipamentos e instalações pleno) e Wagner Mendes da Costa Júnior (técnico de
operação pleno), caso sejam reprovados em qualquer fase do concurso, inclusive no
curso de formação. ...".
Fundamentação
PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA MATERIAL
O conteúdo da decisão de cunho monocrático proferida pelo Ministro Barroso, do STF, que se
encontra por cópia nos autos, não altera o entendimento acima, valendo lembrar que a referida decisão
contrasta com a orientação jurisprudencial amplamente majoritária em relação ao tema, tratando-se - para
lembrar de expressão popularizada pelo mesmo julgador - de autêntico "ponto fora da curva".
A ação foi ajuizada dentro do período de validade do concurso e a liminar concedendo a tutela
provisória postulada ocorreu também dentro do mesmo período, de modo que os argumentos da
reclamada, no particular, não se sustentam.
Ademais, a tese de que o simples fato de ser ajuizada a ação após expirado o prazo de
validade do concurso conduziria à perda do seu objeto conflita com a jurisprudência do STF acerca do
tema, segundo a qual a entidade estatal poderá efetuar o preenchimento dos cargos até o último dia de
vigência do concurso, passando a fluir daí o prazo prescricional para o ajuizamento de ação por eventual
interessado.
Rejeita-se.
MÉRITO
"... Em obediência ao comando emergente do art. 37, II, da Constituição Federal, e nos
termos do Edital nº 1 - PETROBRAS/PSPRH/ 2014.2, de 11 de setembro de 2014
(Anexo 01 - Edital nº 1 - PETROBRAS/PSP-RH/2014.2), a Reclamada promoveu
Concurso Público de âmbito nacional, por ela intitulado de Processo Seletivo Público,
para preenchimento dos cargos (empregos públicos) de Engenheiro de Equipamentos
Júnior - Mecânica da Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras - e formação de Cadastro de
Reserva, com validade até o dia 20 de janeiro de 2016 (Anexo 07 - Edital no 8 -
Prorrogação de Validade). Os Reclamantes foram aprovados no certame e, atualmente,
compõem seu Cadastro de Reserva, conforme listagem de classificados publicada no
Diário Oficial da União do dia 20 de janeiro de 2015, páginas 128 a 146 (Anexo 08 -
Publicação do Resultado - DOU 20/01/15). Constou do Edital, em seu Anexo I - Quadro
de Cargos, Polos de Trabalho, Vagas e Cadastro Esperado (Anexo 01 - Edital no 1 - p.
23), a oferta 23 (vinte e três) vagas imediatas para o emprego público de Engenheiro de
Equipamentos Júnior - Mecânica, sendo 16 para ampla concorrência, 5 para pessoas
pretas ou pardas e 2 para pessoa com deficiência, e as vagas surgidas no prazo de
validade do certame, observada a ordem de classificação dos candidatos aprovados e
remanescente no Cadastro de Reserva, consistente em 10 (dez) vezes o número de vagas
consignadas no Edital, 230 (duzentos e trinta) candidatos, sendo 160 para ampla
concorrência, 50 para pessoa preta ou parda e 20 para pessoa com deficiência. Até a
data de ajuizamento desta exordial, havia se iniciado o preenchimento das 23 vagas
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: MARCELO NOGUEIRA PEDRA
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imediatas e outros 9 candidatos foram convocados em caráter de suplência. Porém, a
Reclamada não cumpriu o edital no sentido de preencher as vagas surgidas no prazo de
vigência do certame, atualmente 131 (cento e trinta e uma) vagas de Engenheiro de
Equipamentos - Mecânica e ainda tantas outras preenchidas pela via da terceirização
ilegal... "
"Os contratos destacados nos itens antecedentes, não são os únicos contratos de
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terceirização de mão de obra mantidos pela Reclamada durante a vigência do prazo de
validade do concurso. A Petrobras, inclusive algumas subsidiárias, já foi condenada em
ações ajuizadas pelo Ministério Público do Trabalho e censurada nos relatórios das
auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que confirmam a
terceirização ilegal de mão de obra. Como exemplo, é juntado o Relatório da auditoria
concluída pelo TCU em 2007, mas que ainda produz efeitos (Anexo 21 - Relatório de
Auditoria TCU). Imperioso gizar nesse Relatório a eficiência da Reclamada em
esconder e sonegar as informações sobre os contratos de terceirização de mão de obra,
pois nem os briosos analistas do operoso Tribunal de Contas da União conseguiram
precisar a quantidade de empregados terceirizados contratados pela Petrobras. Quanto
ao particular, interessante destacar que a própria Reclamada confessa a prática de
terceirizações ilegais em sua atividade fim, quando se nega a fornecer contratos
requisitados pelo sistema SIC (Anexo 09 - Respostas SIC Petrobras), usando justamente
essa justificativa para tanto. Todavia, mesmo com todas as dificuldades de acesso à
informação, foi possível identificar mais 247 (duzentas e quarenta e sete) vagas de
Engenheiros de Equipamentos - Mecânica ocupadas por mão de obra terceirizada ... ".
... No dia 28/04/15, durante a recente CPI da PETROBRAS, seu presidente, Senhor
Aldemir Bendine, reconheceu a existência de 300 mil (trezentos mil) terceirizados,
afirma, ainda, que o quadro de terceirizados é 3,5 vezes maior e admite a terceirização
em atividade fim, conforme vídeo que será entregue após distribuição da inicial (Anexo
22 - Vídeo CPI Petrobras). Portanto, se formalmente o Quadro de Pessoal da
Reclamada registrava este mês (em janeiro/2016) 2.720 (dois mil setecentos e vinte)
Engenheiros de Equipamentos - Mecânica (Anexo 09 - Respostas SIC Petrobras),
importando na utilização da mão de obra de outros 9.520 (nove mil quinhentos e vinte)
engenheiros de Equipamentos- Mecânica terceirizados, quantidade mais que suficiente
para abrigar todos os aprovados e remanescentes do Cadastro de Reserva do Edital nº
1 - PETROBRAS/PSP-RH/2014.2 (Anexo 01 - Edital nº 1).
Portanto, sem contar outras surgidas entre 30/11/2015 e a data de protocolo desta
ação, é fato incontestável a existência de 131 (cento e trinta e uma) vagas de
Engenheiro de Equipamentos - Mecânica surgidas desde a publicação do edital. Sendo
certo que o prazo de validade do concurso termina em 20/01/2016, conforme Anexo 07
- Edital n. 8 - Prorrogação prazo de validade. ..."
As cópias de acórdãos do TCU, juntadas com a inicial, comprovam que a empresa tem
perfeita ciência das irregularidades que vem praticando, sendo que em mais de uma ocasião sofreu
condenações em razão de tais práticas, nada obstante, permanece firme e determinada na reiteração das
mesmos ilícitos.
A argumentação da empresa vê-se igualmente derruída pelas informações fornecidas por ela
mesma acerca dos desligamentos de exercentes do cargo postulados pelos reclamantes e do grande
volume de contratos de terceirização envolvendo funções relacionadas com o mesmo cargo.
A fim de espancar qualquer dúvida acerca do quadro fático em que se encontra situada a
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pretensão, o juízo - conquanto suficientemente convencido da existência do direito postulado, tanto que
deferiu-o por meio de tutela provisória - acolheu o requerimento dos reclamantes de realização de
levantamento pericial com a finalidade de aclarar, sem sombra de dúvidas, a existência das vagas de
trabalho alegadas na inicial, bem assim a necessidade de seu preenchimento, tendo em conta as exigências
ordinárias de funcionamento da reclamada.
Registre-se que a reclamada, sem nenhum fundamento consistente, não apenas manifestou-se
contra a realização da prova pericial como, ao longo de todo o itinerário de sua produção, utilizou-se de
expedientes os mais variados, sonegando informações e criando incidentes artificiosos no intuito de erigir
obstáculos ao esclarecimento da verdade. Ressalte-se, no que concerne à busca de informações pelo
perito, que todos os esforços foram envidados, inclusive com a realização de sucessivas reuniões, até
mesmo nas dependências da reclamada na cidade do Rio de Janeiro, tendo sido apresentadas solicitações
e intimações e conferidas várias prorrogações de prazos para a apresentação da documentação solicitada.
A despeito dos esforços em contrário por parte da reclamada, o empenho do perito do juízo
permitiu a conclusão da prova técnica, que elucidou apropriadamente os fatos dotados de relevância para
deslinde da controvérsia, conforme se verifica do corpo do laudo pericial.
Respondendo aos quesitos seguintes do reclamante, que abordam a eventual pertinência entre
os serviços contratados pela reclamada junto a terceiros, conforme relação de contratos apontada na
inicial, e as atribuições do cargo de engenheiro de equipamentos - mecânica, segundo previsão constante
do plano de classificação e avaliação de cargos da reclamada, o perito confirma a aventada pertinência em
praticamente todos os contratos (resposta aos quesitos 6 a 15).
"16. Quantos e quais os contratos a Empresa Petróleo Brasileiro S.A. celebrou com
empresas terceiras para prestação de serviços pertinentes às atribuições de Engenheiro
de Equipamentos - Mecânica, conforme descrição do cargo em seu Plano de
Classificação e Avaliação de Cargos, durante o período de vigência do concurso Edital
n° 1 PETROBRAS/PSPRH/2014.2?
Não foi possível ao perito responder aos quesitos de número 19 a 22 dos reclamantes, diante
da sonegação de informações por parte da reclamada, como se verifica dos esclarecimentos constantes do
laudo.
As demais respostas aos quesitos da reclamada não exercem maior influência no deslinde do
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: MARCELO NOGUEIRA PEDRA
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As demais respostas aos quesitos da reclamada não exercem maior influência no deslinde do
conflito.
"A reclamada afirma por meio de base de dados enviada em Excel, que seu quadro de
Engenheiro de Equipamentos - Mecânica em dezembro de 2014 é de 2.967 (dois mil
novecentos e sessenta e sete) empregados apesar de não ter enviado documentação
oficial (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED) que permitisse
aferir tais dados. Observou-se 39 (trinta e nove) contratações de Engenheiro de
Equipamentos Júnior - Mecânica no período de 11/09/2012 a 11/09/2014.A reclamada
afirma o desligamento de 131 (cento e trinta e um) Engenheiros de Equipamentos -
Mecânica no período compreendido entre 12/09/2014 a 29/12/2015. Não se pode
afirmar sem a verificação da base de dados Oficial (CAGED) que as 472 (quatrocentos
e setenta e duas) posições desocupadas estariam disponíveis no período de vigência do
edital (11/09/2014 a 20/01/2016) e também por que a data da resposta é posterior
(26/02/2016). Foram contratados junto às empresas terceirizadas o quantitativo de 375
(trezentos e setenta e cinco) profissionais Engenheiros Mecânicos e Engenheiros
Mecânicos Industriais no período de vigência do Edital (11/09/2014 a 20/01/2015),
sendo identificados 94 (noventa e quatro) profissionais nos contratos elencados pelos
reclamantes na inicial e 281 (duzentos e oitenta e um) profissionais aferidos na base de
dados em Excel ofertada pela reclamada. Foram realizados 138 (cento e trinta e oito)
contratos de prestação de serviços junto a empresas terceirizadas com a contratação de
Engenheiros Mecânicos e Engenheiros Mecânicos Industriais no período de vigência do
Edital (11/09/2014 a 20/01/2015), sendo identificados 128 (cento e vinte e oito)
contratos aferidos na base de dados em Excel ofertada pela reclamada e 10 (dez)
contratos elencados pelos reclamantes na inicial. O Programa Mobiliza 2013.1 que visa
"atender demandas de pessoal para os anos de 2013 e 2014" ofereceu para a carreira
Engenheiro de Equipamentos - Mecânica 201 (duzentas e uma) opções de vagas para
mobilidade interna. Foram atendidas apenas 74 (setenta e quatro) vagas para
mobilidade interna, gerando 127 (cento e vinte e sete) vagas não atendidas. Com isso,
afirma-se que a potencial demanda extraoficial - já que a reclamada não apresentou
CAGED, PLAFORT e SISPAT - representa um quantitativo de 633 (seiscentos e trinta e
três) profissionais Engenheiros Mecânicos para realização de atividades inerentes ao
cargo de Engenheiro de Equipamentos - Mecânica no período de vigência do Edital
(11/09/2014 a 20/01/2015). Tal quantitativo resulta dos 131 (cento e trinta e um)
desligamentos informados pela reclamada, adicionados aos 375 (trezentos e setenta e
cinco) Engenheiros Mecânicos terceirizados e às 127 (cento e vinte e sete) vagas não
atendidas pelo Programa de Mobilidade Interna - Mobiliza 2013.1. ..."
O exame do teor do laudo, a análise das diligências empreendidas pelo perito e de seus
resultados, bem assim a constatação da omissão da reclamada em trazer aos autos todos os documentos e
informações solicitados pelo experto atrai a incidência, em desfavor da reclamada, do disposto no art. 400
do CPC.
Mas, ainda que fique afastada tal incidência, os achados do perito, amparados na
documentação e informações constantes dos autos, não deixam dúvidas acerca da existência de grande
número de vagas para o cargo de engenheiro de equipamentos - mecânica no âmbito da reclamada, com
uma demanda potencial de 633 profissionais no período de vigência do edital do concurso.
Conclui-se que a tese brandida pelos reclamantes restou sobejamente comprovada ao longo da
instrução, seja ao demonstrar a existência de grande número de vagas para o cargo de engenheiro de
equipamentos - mecânica na órbita da reclamada, em número compatível com a pretensão trazida na
inicial, seja ao revelar a terceirização sistemática pela empresa de atividade afetas ao referido cargo, em
afronta à legislação trabalhista em vigor e à jurisprudência sumulada do TST (Súmula 331).
A aprovação do candidato dentro do cadastro de reservas, ainda que fora do número de vagas
inicialmente previstas no edital do concurso público, confere-lhe o direito subjetivo à nomeação para o
respectivo cargo, se, durante o prazo de validade do concurso, houver o surgimento de novas vagas, seja
em razão da criação de novos cargos mediante lei, seja em virtude de vacância decorrente de
exoneração, demissão, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável ou falecimento". ( RECURSO
EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 38.443 - AC, STJ, Rel. Ministro Mauro Campbel Marques).
A aprovação dos reclamantes dentro do cadastro de reservas, ainda que fora do número de
vagas inicialmente previstas no edital do concurso, conferia-lhes, inicialmente, mera expectativa de
direito à contratação. Ocorre que, como visto anteriormente, além da existência de vagas supervenientes
em número muito superior àquelas existentes quando da publicação do edital de concurso, os reclamantes
lograram demonstrar a existência de contratos celebrados entre a reclamada e outras empresas,
envolvendo a utilização de trabalhadores terceirizados em larga escala, inclusive para o exercício de
atividades afetas ao cargo que pretendem ocupar.
A reclamada pode realizar quantos concursos públicos queira, todavia não com o objetivo de
dar uma satisfação aparente à sociedade em relação à terceirização maciça de suas atividades finalísticas,
devidamente censuradas pelos órgãos estatais de controle, como já visto acima. Com efeito, é inaceitável
que a empresa se utilize dos concursos públicos para criar falsas expectativas em seus participantes,
oferecendo um número exíguo de vagas efetivas, no caso pouco mais de duas dezenas, ao mesmo tempo
em que contrata pela via da terceirização centenas de trabalhadores para o exercício de cargo correlato.
É disto que efetivamente tratam os presentes autos e é esta a conduta ilícita que a prova
produzida revela, por parte da reclamada, a qual não pode contar com o beneplácito do Judiciário,
configurando no mínimo abuso de direito(art.186 do CC).
A natureza das relações jurídicas alvo da presente ação revela, sob o prisma processual,
tratar-se no caso de dissídio enquadrado na categoria de litisconsórcio facultativo unitário, visto que a
situação jurídica titularizada pelos aprovados no concurso impõe a concessão de solução uniforme para o
litígio, independentemente de integrarem a presente relação processual.
Nesse sentido a mais abalizada doutrina, como se constata dos excertos abaixo, extraídos de
artigo da lavra da saudosa professora Ada Grinover:
"Vem do direito comum à regra de que a coisa julgada não pode prejudicar os
terceiros: res inter alios iudicata aliis non praeiudicare (01). Mas, em função de
exigências práticas, na mesma época, firmou-se o entendimento que levou a estender a
coisa julgada a alguma categoria de terceiros, admitindo-se que a sentença
pronunciada entre os interessados principais também obrigasse os que tinham interesse
secundário....
... Litisconsórcio facultativo unitário: a coisa julgada erga omnes. Trata-se, na verdade,
de casos de litisconsórcio facultativo unitário em que, pela indivisibilidade do objeto da
demanda e pela identidade de situações jurídicas dos legitimados, a sentença é
necessariamente uniforme para todos os litisconsortes, mas em que, sendo o
litisconsórcio facultativo, qualquer titular do direito de ação pode propor
autonomamente sua demanda. É a situação de um ato único e indivisível exposto à
impugnação de uma pluralidade de sujeitos.
Ainda no ordenamento brasileiro, a Lei da Ação Civil Pública, de 1985, que tutela
interesses ou direitos difusos ou coletivos, de natureza indivisível, com legitimação
concorrente e autônoma conferida ao Ministério Público e a diversos entes, escolheu a
coisa julgada erga omnes, seguindo exatamente o modelo da ação popular. E o caminho
completou-se com o Código de Defesa do Consumidor, aplicável à tutela processual de
qualquer interesse ou direito difuso ou coletivo, que prevê, para estes e em face das
mesmas circunstâncias (indivisibilidade do objeto e pluralidade de legitimados à ação),
a coisa julgada erga omnes.
Revendo minha posição anterior (09), radicada numa postura intransigente de total
indiferença à coisa julgada por todos e quaisquer terceiro, acompanho hoje a posição
sempre lúcida de Barbosa Moreira, que demonstra que a extensão a terceiros, virtuais
litisconsortes unitários, da coisa julgada que verse sobre bem de natureza indivisível
torna impossível a formulação de regras jurídicas concretas diversas em relação
àqueles que, se participassem do juízo, obteriam sentenças uniformes (ressalvada,
naturalmente, a hipótese de ações diversas, intentadas com base em outra causa
pretendi).
...É certo inexistir, no ordenamento brasileiro, lei que autorize o sócio a pleitear, em
nome próprio, direito alheio. No entanto, o escolho do art. 6º do CPC já foi superado
pela doutrina que, antes da entrada em vigor da Lei da Ação Civil Pública, entendeu
que, nas obrigações indivisíveis, haveria de se dar uma interpretação mais elástica ao
dispositivo, para vislumbrar a legitimação à ação coletiva do membro do grupo, em
razão de ser o interesse, ao mesmo tempo, próprio e alheio: ninguém duvida, foi
acrescentado, da legitimidade de qualquer credor para, sozinho, reclamar em juízo a
prestação (12).
Com maior razão, portanto, uma operação simples de hermenêutica seria suficiente
para entender ser o sócio que pretende a anulação da assembléia substituto processual
dos demais, que se encontram na mesma situação jurídica. E, na mesma causa, os
sócios interessados na validade da assembléia são substituídos pela parte contrária.
A argumentação da pranteada mestra revela-se irretorquível e apanha, com propriedade, o caso dos autos,
vez que todos os aprovados no concurso, inseridos no cadastro de reserva ocupam posição jurídica
idêntica à dos reclamantes, de modo que a solução jurídica conferida pela sentença a estes deve
estender-se a todos eles.
Determina-se ainda que, em relação aos reclamantes listados no item 8.1 da petição inicia,
além de outros que venham a colocar-se em situação semelhante, uma vez procedida sua convocação e
ultimadas as providências de admissão, permaneçam seus contratos de trabalho suspensos, até decisão
final deste processo.
Declara-se assegurada "... a recondução aos seus antigos cargos, lotações e regimes de
trabalho dos empregados da Reclamada que participam dessa ação: Aline Ribeiro Damasceno (técnica
de dutos sênior), Daniel Amâncio Cavalcanti (técnico de inspeção de equipamentos e instalações pleno)
e Wagner Mendes da Costa Júnior (técnico de operação pleno), caso sejam reprovados em qualquer
fase do concurso, inclusive no curso de formação ...", conforme postulado.
Pelo descumprimento da decisão liminar a reclamada já está sendo sancionada com valores
que corresponderão, como se verá adiante, ao dobro da remuneração prevista para os contemplados pela
medida, o que equivale e eventualmente sobrepõe-se, materialmente, ao prejuízo porventura sofrido.
A prova dos autos revela que os reclamantes viram-se logrados pela reclamada em suas
legítimas expectativas profissionais e pessoais, visto que, após submeterem-se ao certame público
realizado pela empresa, com todos os sacrifícios pessoais e dispêndios econômicos aí envolvidos, tendo
obtido colocação que lhes asseguraria a contratação nos estritos termos do edital, levando-se em conta a
existência de vagas suficientes para o cargo de engenheiro de equipamentos - mecânica, foram
simplesmente preteridos em seu direito de admissão, sem justificativa juridicamente aceitável.
As circunstâncias retratadas nos autos revelam, por parte da reclamada, uma atitude
prepotente e recalcitrante, violadora do direito subjetivo dos reclamantes àquilo que lhes é assegurado
pelo edital de concurso e pela ordem jurídica em vigor, assim como de sua esfera moral, diante da
frustração injustificada de suas legítimas expectativas pessoais e profissionais.
TUTELA PROVISÓRIA
Confirmadas as premissas que ensejaram o deferimento liminar da tutela provisória, resta esta
igualmente confirmada.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Na esteira da jurisprudência sumulada do TST, posto que não preenchidos os requisitos legais,
indeferem-se os honorários advocatícios.
1.2. Na audiência de 17 de junho de 2016 (ID 0026809), esse douto juízo determinou a
realização de perícia par definir o número das vagas de Engenheiro de Equipamentos -
Mecânica surgidas durante o prazo de validade do concurso regido pelo Edital no 1 -
PETROBRAS/PSPRH/2014.2, de 11 de setembro de 2014, decorrentes de falecimentos,
pedidos demissões, dispensas e aposentadorias, bem como o número de engenheiros de
petróleo terceirizados utilizados pela Petrobras nas atividades-fim da Empresa durante
o prazo de validade do concurso, fixando o prazo até 30 dias para as partes
apresentarem quesitos e 90 dias para a conclusão da perícia, contados da intimação do
perito, o que aconteceu em 21 de junho de 2016, ID f5dc6ed. A Petrobras discordou da
realização da perícia porque, em sua opinião, a prova técnica não seria necessária
para o deslinde da e demanda, provocaria mais gastos e não surtirá o efeito desejado,
pois os documentos presentes nos autos seriam suficientes para o deslinde da causa. A
audiência de instrução foi adiada sine die para esperar a conclusão da perícia.
1.4. Em 03/08/2016, a Petrobras foi notificada pelo ilustre Perito (ID 4845b08) para
trazer aos autos os documentos relacionados no seu Ofício nº 001/2016 - TAN (ID
ecafb1b) e simplesmente não atendeu à solicitação do Perito e nem apresentou
qualquer justificativa para sua recalcitrância.
1.6. Em 22/08/2016, o ilustre Perito se queixa que a Petrobras ignora seus pedidos de
disponibilização de documentos essenciais para a perícia (ff8ded3) e esse douto Juízo
determina que a Reclamada lhe forneça todos os documentos e informações
relacionados no Ofício nº 001/2016 - TAN (1dc27ba) em 07 dias úteis. A Petrobras não
cumpriu esse prazo. Em 12/09/2016, a Petrobras apresentando desculpas mais
esfarrapadas do mundo, pede a prorrogação por mais 30 dias para fornecer os
documentos solicitados pelo Perito, ID f4ec0f3.
1.9. Nos termos do douto Despacho de 14/12/2016, a Reclamada foi intimada para
disponibilizar os documentos faltantes no prazo 15 dias e, ainda, em decorrência do
requerido pelo perito às folhas id. c1da260, para no prazo cinco dias, prestar
esclarecimentos acerca da necessidade dos quesitos n. 07 e 08 (id. 191e1f2 - pág. 2).
Como já era esperado, em razão de sua conduta procrastinatória e de obstrução à
Perícia, a Petrobras ignorou os prazos assinalados pelo Juízo.
1.10. Em 26 de janeiro de 2017, o ilustre Perito se queixa ao Juízo que não consegue
terminar a perícia no prazo antes assinalado de 90 dias, porque a Petrobras não lhe
forneceu os documentos necessários, requer mais uma vez a intimação da Petrobras
para disponibilizar os documentos faltantes, sob os rigores da lei, e pede mais 90 dias
para a conclusão dos trabalhos, ID f916233. Em 15/02/2017, atendendo ao
requerimento do perito, mais uma vez esse juízo em ato de tolerância e muita paciência
com as omissões da Petrobras, determinou fosse intimada novamente a Reclamada para
que, no prazo improrrogável de cinco dias, apresentar nos autos os documentos
requeridos pelo perito por meio da manifestação de id. 7a6e78d, sob pena de se
presumirem verdadeiros os fatos que por meio deles se pretende provar (artigo 400, e
inciso caput I), bem como de indeferimento dos quesitos 07 e 08. Determinou também
que, com a juntada dos documentos, ou transcorrido o prazo sem manifestação da
reclamada, fosse intimado o Perito para que dê continuidade à elaboração do laudo
pericial, ID 68693ce. Mais uma vez a Petrobras não cumpriu o prazo improrrogável e
ainda, em 24/02/2017, teve a audácia de pedir nova prorrogação por 10 dias, sem
qualquer justificativa aceitável ID a3baa44. Em 02 de Março de 2017, contrariando o
próprio Despacho que fixou o prazo improrrogável de 05 dias para o fornecimento da
documentação faltante, esse douto Juízo deferiu a Petrobras novo prazo de para suprir
sua omissão.
A perícia que deveria ser concluída em 21/09/2016, apesar dos esforços do ilustre
Perito, até hoje não está concluída, quase 09 meses depois de iniciada e, para piorar a
situação, foi teve o prazo de conclusão estendida por mais 90 dias, a pedido do Perito
vitimado pela recalcitrância Reclamada, que não tem nenhum interesse por sua
conclusão. Com esses 90 dias, a perícia será concluída em 01 ano. Verdadeiro absurdo.
A Reclamada solenemente insiste em não cumprir os requerimentos do perito e não
sofreu nenhuma penalidade por isso. Foram dadas à Reclamada diversas
oportunidades para conclusão da perícia, dilação de prazos para apresentação de
documentos e ainda assim não cumpriu. ..."
Condena-se a reclamada, de ofício, a pagar aos reclamantes multa por litigância de má-fé,
fixada em 9,9% sobre o valor atribuído à causa.
JUSTIÇA GRATUITA
Deferem-se aos reclamantes André Penido de Campos Machado, Gabriel Castellano Lopes e
Júlio César Macêdo da Nóbrega os benefícios da justiça gratuita, na forma da lei.
Dispositivo
Isto posto, declaram-se parcialmente procedentes os pedidos, nos termos da fundamentação,
que se integra a este dispositivo para todos os fins de direito.