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SUMÁRIO
ABERTURA .................................................................................................................................. 9
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 9
OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 9
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................................................... 11
PROFESSOR-AUTOR ................................................................................................................................................................. 11
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SUMÁRIO Falência e Recuperação Judicial
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Falência e Recuperação Judicial SUMÁRIO
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SUMÁRIO Falência e Recuperação Judicial
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Falência e Recuperação Judicial SUMÁRIO
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SUMÁRIO Falência e Recuperação Judicial
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Falência e Recuperação Judicial SUMÁRIO
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SUMÁRIO Falência e Recuperação Judicial
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Falência e Recuperação Judicial ABERTURA
ABERTURA
APRESENTAÇÃO
No curso Falência e recuperação judicial, teremos uma visão atual e multidisciplinar voltada à
atualização ou preparação do aluno para o mercado de trabalho, por meio do aprofundamento
dos conhecimentos sobre a nova Lei de Falências e Recuperação de Empresas.
A nova LFRE representou o início de uma nova era no Direito Empresarial – sobretudo, no que se
refere à crise das empresas.
Destacamos que a nova legislação produziu reflexos em outros ramos do Direito, como no Cível,
Tributário e mesmo no Trabalhista, uma vez que a recuperação ou falência de uma sociedade
empresária afeta credores de toda ordem e deles exige sacrifício. Desse modo, os profissionais
dessas outras ramificações também precisam conhecer, com maior profundidade, a disciplina
jurídica da insolvência empresarial.
Embora se possa definir o tempo que se dedica a este trabalho, ele foi planejado para ser concluído
em um prazo determinado. Verifique sempre, no calendário, o tempo disponível para dar conta
das atividades nele propostas.
OBJETIVO E CONTEÚDO
O curso Falência e recuperação judicial tem como objetivo identificar os obstáculos que os
advogados, promotores e juízes que atuam na matéria enfrentam comumente e mostrar os
caminhos que podem ser trilhados para as soluções mais adequadas.
Sob esse foco, o Falência e recuperação judicial foi estruturado em cinco módulos, nos quais
foi inserido o seguinte conteúdo...
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ABERTURA Falência e Recuperação Judicial
Neste módulo, introduziremos o novo ambiente criado pela Lei 11.101/05 para o
regime jurídico da insolvência empresarial. Faremos também uma análise da primeira
fase do processo falimentar, que se inicia com o requerimento de falência e termina
com a sentença de quebra.
Módulo 5 – Encerramento
Neste módulo, além da avaliação deste trabalho, haverá algumas divertidas opções
para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos anteriores:
caça-palavras, palavras cruzadas, forca e criptograma. Entre neles e bom trabalho!
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Falência e Recuperação Judicial ABERTURA
BIBLIOGRAFIA
CAMPINHO, Sérgio. Falência e recuperação de empresa. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.
A obra do professor Campinho se notabiliza por proporcionar uma visão panorâmica
do processo falimentar e de recuperação de empresas, sem se descuidar do
aprofundamento teórico nos pontos reputados mais importantes pelo autor.
COELHO, Fábio Ulhoa. Comentário à Nova Lei de Falências e Recuperação de Empresas. São Paulo:
Saraiva, 2008.
O professor Fábio Ulhoa Coelho é merecidamente aclamado como um dos maiores
juristas do Direito Empresarial em atuação. Sua obra dedicada ao tema consegue manter
a qualidade teórica sem se afastar da realidade processual, permitindo uma ampla
visão dos institutos, sobretudo em razão da cuidadosa divisão da lei em tópicos.
Comentário ao artigo 8º da Lei 11.101/05. IN: TOLEDO, Paulo F.C. Salles; ABRÃO, Carlos Henrique
(Coord.). Comentários à lei de recuperação de empresa e de falência. São Paulo: Saraiva, 2005.
Em nossa opinião, essa é a melhor lei comentada, pois os coordenadores, além de
profundos conhecedores do tema, convidaram alguns dos mais brilhantes falencistas
do País para o árduo trabalho de comentar a lei, artigo por artigo, o que permitiu um
maior aprofundamento na abordagem de todos os temas.
REQUIÃO, Rubens. Curso de direito falimentar. Volumes I e II. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
Trata-se de uma obra clássica de direito falimentar que transcende seu tempo em
razão da clareza de seus conceitos e da profundidade com que os temas são analisados.
Apesar de a obra ter como suporte o Decreto-Lei 7.661/45, muitos institutos não
sofreram grandes mudanças com a nova legislação.
PROFESSOR-AUTOR
Leonardo Araujo Marques é Mestre em Direito Empresarial e Tributário
pela Universidade Cândido Mendes. É professor da Fundação Getulio Vargas
nos cursos de MBA em Direito da Economia e da Empresa, MBA em Direito
Civil e Processo Civil, MBA em Poder Judiciário e MBA em Gestão
Empresarial. É conferencista da Escola da Magistratura do Estado do Rio de
Janeiro e professor da Escola da Associação do Ministério Público do Estado
do Espírito Santo. Também é professor de diversos cursos preparatórios
para concurso público em diferentes Estados da Federação. É ex-gerente de mercado do Unibanco
e Promotor de Justiça Titular da Promotoria de Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais da
comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, introduziremos o novo ambiente criado pela Lei 11.101/05 para o regime jurídico
da insolvência empresarial.
Faremos também uma análise da primeira fase do processo falimentar, que se inicia com o
requerimento de falência e termina com a sentença de quebra.
A recente crise financeira mundial, por exemplo, afetou a situação econômica de muitas empresas
e intensificou o número de processos de falência e de recuperação judicial – ainda chamados de
concordata nos Estados Unidos.
Em outras palavras, o melhor caminho para enfrentar a crise só poderá ser encontrado pelo
empresário que consiga implementar as melhores práticas econômicas sem esbarrar em proibições
jurídicas.
Os primeiros a sentirem os reflexos de uma crise são os diretores das empresas, os contadores, os
responsáveis pela produção e pela distribuição...
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Contudo, a decisão final será sempre do empresário, que precisará de uma boa noção
dos instrumentos jurídicos que a lei coloca a sua disposição para tentar superar as
dificuldades.
O empresário devedor, com o auxílio de seus técnicos, deverá demonstrar a viabilidade econômica
do plano de reestruturação de sua empresa para o Juiz da causa e, principalmente, para seus
credores.
Como a falência da sociedade empresária afeta seus sócios e seus administradores? Seus
bens pessoais correm algum risco?
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
1.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
De forma simultânea, tramitaram três projetos para modificar a legislação. Os projetos estavam
divididos da seguinte forma...
§ primeiro projeto – revogava o Decreto-Lei 7.661/1945 e instituía a nova Lei de Falências
e de Recuperação de Empresas;
§ segundo projeto – alterava alguns dispositivos do Código Tributário Nacional, a fim
de promover a correlata modificação;
§ terceiro projeto – criava um regime especial para o parcelamento dos débitos
tributários federais para as empresas em recuperação.
A multiplicidade justificava-se...
...pelo fato de o Decreto-Lei 7661/45 ter sido recepcionado pela CF/88 como lei ordinária,
enquanto o Código Tributário Nacional – no que tange a suas normas gerais sobre
Direito Tributário – havia sido recepcionado como lei complementar.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Obsolescência...
Passadas seis décadas de vigência do diploma falimentar, o antigo sistema se mostrava
obsoleto perante a nova realidade empresarial.
Contudo, não foi apenas o ostracismo que condenou o antigo sistema.Fatores estranhos
à dinâmica empresarial influíram significativamente na elaboração e na votação do
projeto.
Questões da macroeconomia...
Questões da macroeconomia – tão valorizadas em tempos de extrema
internacionalização dos capitais, em que a quase ausência de barreiras à movimentação
de capitais permite e incentiva as transações financeiras internacionais – influenciaram
muito no processo de elaboração do novo regime.
As organizações societárias são cada vez mais intrincadas. Empresas associam-se cada
vez mais por meio de operações que visam quase sempre à concentração empresarial
– com destaque para as fusões e aquisições.
Essas grandes corporações operam agora sem qualquer apego à propriedade de ativos
físicos e tangíveis, praticamente assumindo um papel de centros de decisões
mercadológicas, de desenvolvimento de produtos e de logística.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
A ideia era passar a adotar um modelo que garantisse, quando possível, a manutenção
de postos de trabalho, com a geração de tributos e o incremento da produção.
A produção seria potencializada pela redução dos juros bancários frente à nova
perspectiva de menores índices de inadimplência, dada a maior probabilidade de
recuperação do crédito.
2.4 TENDÊNCIAS
A forte ingerência externa foi clara ao longo de todo o processo de votação da nova lei.
Desde o início das discussões, a tendência foi prestigiar os maiores credores, que
quase sempre são instituições financeiras.
Entretanto, em regra, banqueiros não possuem qualquer afeição pelo setor produtivo
– ainda mais quando há um histórico de insucesso na empresa.
Podemos destacar também que a lei americana – referência para vários sistemas de falência –
inspirou alguns institutos da nova lei, notadamente, o sistema de recuperação extrajudicial.
Por outro lado, o texto do projeto inicial – Projeto de Lei 4.376/93 – muito se valeu das experiências
trazidas pela jurisprudência, a qual sugeriu mecanismos que tornariam os futuros processos mais
eficientes.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Outra questão que rendeu enfrentamentos dos parlamentares cingiu-se ao pagamento dos
Adiantamentos a Contratos de Câmbio – ACC –, medida imprescindível para garantir, no mercado,
o crédito para as exportações.
Ao mesmo tempo, ganhava força outra frente de ideias, que via na rápida solução
desses feitos a única maneira de aproveitar os ativos da massa falida – como bens
imóveis e móveis, incluindo o intangível.
Medidas foram pensadas a fim de garantir a continuidade da empresa, mesmo que em outras
mãos.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
Essa espera era porta para a desvalorização e até o sumiço dos ativos – muitas vezes,
para a frustração do pagamento dos credores.
Aquele instituto havia de ser banido, pois se revelara um instrumento inócuo de conservação da
empresa.
O passivo fiscal deveria ser submetido a uma direção ditada pela recuperação judicial, sob pena
de inutilizar qualquer tentativa de reorganização da empresa.
A situação é ainda mais sensível se for considerada a vedação constitucional à isenção heterônoma.
Esses débitos, por vezes, poderiam ser compostos, exclusivamente, por créditos
estranhos à União – como os créditos pertinentes aos Municípios, Estados e ao
Distrito Federal.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
2.7 ENFOQUE
O enfoque na elaboração da nova lei foi...
Com acerto, quem determina o futuro da empresa são os próprios credores. No mais
das vezes, caberá ao setor financeiro reanimar a empresa em crise ou determinar sua
queda definitiva.
2.8 PREMISSAS
É válido enumerar, desde logo, os princípios norteadores da reforma concursal, responsáveis pelo
delineamento de boa parte dos dispositivos da nova lei.
Foram doze as premissas eleitas e anunciadas pelo então Senador da República Ramez Tebet
como orientadoras do projeto de lei de 1993, na exposição de motivos apresentada na Comissão
de Assuntos Econômicos do Senado Federal – CAE. Eram elas...
§ preservação da empresa;
§ separação dos conceitos de empresa e de empresário;
§ recuperação das sociedades e dos empresários recuperáveis;
§ retirada do mercado de sociedades ou empresários não recuperáveis;
§ proteção aos trabalhadores;
§ redução do custo do crédito no Brasil;
§ celeridade e eficiência dos processos judiciais;
§ segurança jurídica;
§ participação ativa dos credores;
§ maximização do valor dos ativos do falido;
§ desburocratização da recuperação de microempresas e empresas de pequeno
porte;
§ rigor na punição de crimes relacionados à falência e à recuperação judicial.
Nem sempre é possível a total satisfação de cada um dos doze enunciados – principalmente,
quando há conflito entre dois ou mais deles.
2.9 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
Pode parecer, em uma primeira leitura, que tal circunstância revelaria a irregularidade daquelas
sociedades, mas a questão não é tão simples.
Não há como exigir que as sociedades empresárias registradas nos cartórios de RCPJ
migrem seus registros dos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas para as juntas
comerciais, não só pelo caos burocrático que isso acarretaria, mas pelo respeito ao ato
jurídico perfeito.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Essas sociedades, por força do Parágrafo Único do Artigo 966 do Código Civil, têm natureza simples.
Todavia, quando a estrutura empresarial acaba por absorver a atividade intelectual, e a atividade-
fim é desenvolvida em maior escala por profissionais contratados, e não pelos sócios...
...os contratos elegem o país do credor como o local para dirimir qualquer lide decorrente
desses contratos internacionais.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
...renunciasse à garantia...
Essa proibição sempre foi seguida à risca pela jurisprudência dos Tribunais.
...a Fazenda Pública pode requerer a falência do contribuinte empresário com base em
créditos tributários, representados por certidões de dívida ativa, uma vez que possui lei
própria que regula a cobrança de seus créditos e não está sujeita ao concurso de credores?
Legitimidade ativa como privilégio da Fazenda Pública para requerimento de falência do devedor...
A tese vencedora encontra – em parte da doutrina e na própria legislação vigente –
grandes inimigos, como Waldo Fazzio Júnior, que defende uma ótica diametralmente
oposta àquela que veda o requerimento de falência pela Fazenda, o professor
Maximilianus, Fabio Konder Comparato e Amador Paes de Almeida.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
I...
Tendo em vista que todos os credores – inclusive, aqueles que preferem ao tributário,
desde o credor mais privilegiado até o desprovido de qualquer garantia – têm
legitimidade ativa para requerer a falência, foge ao senso de razoabilidade aceitar que
a Fazenda Pública, por possuir uma lei própria para executar seus créditos, seria a única
credora impedida de formular o pedido de falência desse mesmo devedor.
II...
No que se refere à causa de pedir, o processo de execução do crédito fazendário
realmente está vinculado aos termos da Lei 6.830/80. Contudo, a primeira fase do
processo falimentar tem natureza cognitiva, e o pedido formulado no requerimento
de quebra não se confunde com aquele do processo de cobrança – de natureza
executiva. São ações com pedidos diferentes – uma de declaração de insolvência e
outra de pagamento do crédito devido –, portanto, inconfundíveis entre si.
III...
As execuções fiscais não se suspendem por ocasião da decretação da falência, nem
existe mais a possibilidade de realização de hasta pública de bens da massa falida em
execuções individuais – nem mesmo naquelas em que o leilão já estava marcado
quando da decretação da quebra –, como também não mais existe a chamada sucessão
tributária quando da alienação dos bens da massa falida.
Diante disso, caso se entendesse pela aplicação do Artigo 187 do CTN e do Artigo 38 da
Lei de Execuções Fiscais, tratar-se-ia de verdadeiro privilégio ao credor fazendário, pois
a legitimidade de seu crédito não se submeteria à discussão em outro juízo que não o
especializado.
3.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
Nesse contexto, em regra, o critério é o local onde está concentrada a maior parte do ativo – se
não houver uma grande diferença.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Esse fato por si já autoriza o requerimento de sua quebra, no juízo do local do antigo
estabelecimento, conforme Artigo 94, Inciso III, Letra D da LFRE.
Com base no Artigo 6º, Parágrafo 8º da LFRE, a distribuição do pedido de falência ou de recuperação
judicial previne a competência, não sendo necessária a prova da citação, pois basta a distribuição
para prevenir a competência.
4.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
I...
O empresário individual, no Brasil, é o titular da firma individual e com ela se confunde.
A firma individual não possui personalidade jurídica própria, ou seja, distinta de seu
titular.
II...
É possível a decretação da falência do espólio deixado pelo empresário individual – o
que, no entanto, é fato raro.
III...
É possível a decretação da falência do empresário individual menor de 18 anos – algo
proibido no sistema anterior.
Também são consideradas empresárias as sociedades que explorem atividade intelectual, artística,
literária ou científica, quando a estrutura empresarial se sobrepuser à atividade.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Conjugando-a à nova, chegamos à conclusão de que tais sociedades não estão sujeitas
diretamente à falência.
Existe apenas um único caminho para que essas sociedades cheguem à falência – a
autorização do Banco Central do Brasil para que o liquidante extrajudicial por ele
nomeado requeira a autofalência da instituição financeira em crise, nas hipóteses
previstas nos Artigos 12, letra d e 21, letra b, da Lei 6.024/76.
5.3 INSOLVÊNCIA
A LFRE pouco alterou os critérios caracterizadores da insolvência.
A Lei definiu, em seu Artigo 94, três critérios distintos para presumir que o devedor encontra-se
insolvente.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
O requerente deve informar, claramente, em sua petição inicial, qual desses três critérios
é o fundamento de seu requerimento.
5.3.1 IMPONTUALIDADE
Seguindo uma tradição do direito pátrio...
Quase nada muda em relação ao sistema anterior, salvo no que concerne ao valor do
título ou dos títulos que municiam o requerimento.
Pelas novas regras, a dívida deve superar a marca dos quarenta salários
mínimos na data do requerimento de falência.
Para tanto, é preciso que todos os títulos estejam devidamente acompanhados dos
respectivos instrumentos de protesto.
O atual Artigo 94, Parágrafo 3o da LFRE determina que os títulos, em qualquer caso, devem estar
acompanhados dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar, nos termos da legislação
específica.
Seja qual for a corrente doutrinária e jurisprudencial adotada, ainda é majoritário o entendimento
de que...
...o requerente deve comprovar que o devedor foi intimado, pessoalmente, do protesto,
juntando o respectivo aviso de recebimento – AR –, salvo quando o devedor não for
encontrado em seu estabelecimento.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Até mesmo os títulos executivos judiciais, quando utilizados para o requerimento de falência pela
impontualidade, devem ser protestados para fim falimentar.
O Parágrafo 3º do Artigo 94 da LFRE é claro ao dispor que, em qualquer caso, os títulos devem estar
acompanhados dos respectivos instrumentos de protesto.
A partir das reformas do Código de Processo Civil, no que toca ao procedimento de execução
individual, esse dispositivo legal deve ser interpretado em conjunto com as novas regras do
processo civil.
Se o devedor for citado em execução e não depositar, pagar ou nomear bens à penhora,
mas apresentar embargos, não se pode permitir o requerimento de falência.
O credor não precisa estar com seu título vencido – e muito menos protestado – para
requerer a falência com base nesse fundamento.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
Liquidação precipitada...
A liquidação precipitada caracteriza-se pela venda de bens indispensáveis à continuação
da empresa – ativo não circulante –, especialmente, por valores muito abaixo dos
praticados no mercado. A lei vê a malícia do empresário que pretende apurar o ativo
sem pagar o passivo.
Negócio simulado...
Com o negócio simulado, o devedor tenta furtar a garantia comum dos credores. A
transferência simulada de bens proporciona aos credores e ao administrador judicial o
direito de buscar a ineficácia desses negócios.
A lei pretende coibir que o devedor transfira para terceiro seu estabelecimento
empresarial e, com isso, fique sem bens suficientes para pagar o passivo.
Em um exame inicial, temos que tal comportamento só deve realmente ser considerado
como ato de falência quando inviabilizar o acesso à justiça e à ação fiscalizadora dos
credores, isto é, quando a transferência efetivamente tiver como único ou principal
objetivo dificultar o acesso dos credores.
Falsa garantia...
O STF decidiu que a falência com base nesse inciso só pode ser deferida quando o
devedor procurar favorecer um credor em detrimento dos outros, e não quando se
trate de operação nova, que tenda a desafogar uma situação passageira de falta de
capital de giro.
Abandono do estabelecimento...
Tem por finalidade afastar a ação dos credores e só se caracteriza quando o titular não
deixar procuradores para representá-lo.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
5.3.4 AUTOFALÊNCIA
Existe ainda um tipo de falência – de difícil ocorrência – requerida pelo próprio devedor,
denominada insolvência confessada.
Antes havia um estímulo na própria Lei de Falência para que o devedor confessasse sua insolvência,
a concordata suspensiva.
Por que o devedor confessaria sua insolvência? Por que iria requerer sua própria
falência?
Segundo a doutrina...
...o sócio das sociedades por ações deve manifestar sua oposição apenas na assembleia
geral extraordinária, na forma do Artigo 122, Inciso IX, da LSA.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
Ademais, a petição inicial deve vir acompanhada de vários documentos. Com isso, surge outra
indagação...
Caso o pedido não esteja satisfatoriamente instruído, o que deve fazer o juiz?
Caso o devedor não emende a inicial ou junte os demais documentos exigidos na lei,
se estiverem presentes os pressupostos falimentares, o juiz deve decretar a falência
assim mesmo.
5.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
O rito processual está regulado nos Artigos 94 até 98 da LFRE, aplicando-se, supletivamente, às
normas do Código de Processo Civil.
O devedor será citado para se defender em dez dias, na forma do Artigo 98, caput, da
LFRE, mas a contagem do prazo é na forma preconizada no CPC – ou seja, após a
juntada do mandado positivo nos autos.
Caso a contestação não seja apresentada no prazo legal, aplicam-se todos os efeitos da
revelia – inclusive, aqueles previstos no Artigo 319 do CPC –, presumindo-se verdadeiros
os fatos narrados pelo requerente.
O Artigo 94 traz um rol exemplificativo das matérias que podem ser alegadas em
defesa quando o pedido é fundado na impontualidade.
No prazo para defesa, o devedor poderá formular pedido de recuperação judicial, com
fulcro no Artigo 95 da LFRE.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Todavia, em muitos casos, o juiz não tem como prolatar sentença apenas com a prova
documental.
Não há previsão legal de intervenção do Ministério Público nessa fase processual, mas,
na prática, sua atuação tem-se revelado de extrema importância, com fulcro no Artigo
82, Inciso III do CPC.
Pela clareza do texto legal, pode parecer que o prazo de dez dias é peremptório. No
entanto, não é esse o entendimento dos tribunais.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
A lei nova continua a se referir a tal decisão como sentença, conforme pode ser constatado no
Artigo 99 da LF.
É a partir desse ponto que se inicia o processo de execução concursal do devedor empresário. A
lei não mais se refere a tal sentença como declaratória – abrindo ainda mais espaço para a eterna
discussão sobre sua natureza jurídica.
Do ponto de vista processual penal, contudo, o Artigo 180 da LF é claro em considerar a decisão
como condição objetiva de punibilidade.
Apresentaremos, item por item, o que deve constar da decisão de quebra, seguindo a ordem
legal...
Inciso I...
A exigência do Inciso I evita transtornos sobre a identificação da sociedade falida e de
seus administradores, facilitando, inclusive, a apuração de responsabilidades.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Inciso II...
O termo legal da falência é de suma importância para o ajuizamento da ação revocatória
e pode ser fixado em até 90 dias antes do primeiro protesto por falta de pagamento. O
texto encerra qualquer discussão sobre o que se deve entender por primeiro protesto,
uma vez que devem ser desconsiderados todos aqueles já cancelados.
Inciso III...
O objetivo do Inciso III é facilitar a identificação dos credores – massa falida objetiva –,
abreviando o trabalho do administrador judicial.
Inciso IV...
O prazo para habilitação é de 15 dias e seu procedimento inicial é extrajudicial.
Inciso V...
O Inciso V está relacionado com a universalidade do juízo falimentar – que adiante será
analisada.
Inciso VI...
O Inciso VI trata da indisponibilidade dos bens do falido.
Inciso VII...
A decretação da prisão preventiva não pode ser de ofício e só será possível se
preenchidos os pressupostos exigidos no Artigo 312 do Código de Processo Penal.
Inciso VIII...
Relaciona-se à publicidade da decisão e à perda da capacidade profissional do devedor,
ou seja, a impossibilidade de ele exercer a empresa.
Inciso IX...
A nomeação do administrador judicial deve ser feita o quanto antes, haja vista a
importância e a urgência de suas atribuições.
Inciso X...
A providência prevista no Inciso X auxilia sobremaneira a arrecadação de bens imóveis
do falido.
Inciso XI...
A continuação da empresa – atividade – durante o processo falimentar era medida
excepcional, mas agora é a regra, a fim de que os bens intangíveis não sejam
desperdiçados – como clientela, freguesia e a força da marca e do nome empresarial.
Inciso XII...
A conveniência ou não da constituição do comitê de credores também será objeto de
estudo em capítulo próprio.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
Inciso XII...
A figura do Ministério Público também será amplamente analisada. No que toca às
fazendas públicas, a intimação faz com que elas apresentem, também por ofício,
eventuais créditos que tenham contra o falido.
Esses recursos, por força do Artigo 189 da LFRE, seguem os procedimentos previstos no
Código de Processo Civil – inclusive, no tocante aos prazos para interposição.
6.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
7.2 JUIZ
O juiz é a autoridade suprema do processo falimentar e exerce funções de dupla natureza...
§ funções jurisdicionais típicas;
§ funções administrativas.
Na nova lei, a função do juiz é atenuada em razão da maior intervenção dos credores durante o
processo falimentar – ou, pelo menos, essa era a intenção do legislador.
Inúmeras atribuições do magistrado passaram para as mãos dos credores, que decidirão,
em assembleia ou por meio de órgão representativo, o comitê de credores.
Não podemos esquecer o fato de que a Lei não prevê de modo expresso sua participação em
alguns momentos do processo principal e dos diversos incidentes.
Há quem defenda que o MP não deve atuar na primeira fase do processo falimentar...
Fábio Ulhoa Coelho defende que o Ministério Público não deveria atuar na primeira
fase do processo falimentar, pois não existiria ainda interesse público na demanda.
Esse entendimento vem sendo difundido no próprio seio da instituição, por meio de
um movimento alcunhado de racionalização da atuação do Ministério Público na área
cível.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
O interesse público está presente em todo processo de falência, desde a primeira fase,
uma vez que é de suma importância a constatação da presença ou ausência dos
requisitos para a decretação da falência de uma empresa.
Da mesma forma, qualquer que seja o processo em que a massa falida tome parte,
torna-se indispensável a atuação ministerial. O interesse da massa falida é indisponível,
o que exige a presença do promotor de justiça.
...defender, por sua ação disciplinar, o interesse público, refletido na tutela do crédito e
na preservação do mercado.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
O administrador judicial é a pessoa que vai administrar toda a massa falida, inclusive,
representá-la judicialmente – o que lhe exige grande esforço pessoal.
Em caso de administrador pessoa jurídica, será nomeada uma pessoa natural para
representá-la no processo. A nomeação deve recair, preferencialmente, sobre um
economista, advogado, contador ou administrador de empresas.
No atual sistema, a lei conferiu ainda mais poderes ao administrador judicial, embora ele agora
esteja sob a tripla fiscalização...
§ do comitê de credores;
§ do Ministério Público;
§ do próprio juiz.
7.4.1 REMUNERAÇÃO
A remuneração do administrador judicial deve ser fixada pelo juiz, que levará em conta a
complexidade do caso – embora haja um teto para tal retribuição.
O valor dos bens arrecadados na falência, normalmente, é muito baixo, quase inexistente.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
O pagamento deve obedecer a uma regra – 60% quando do atendimento dos créditos
extraconcursais e o restante após a aprovação de suas contas.
O administrador judicial que pedir para ser substituído sem relevante razão ou que for destituído,
em caso de culpa ou dolo, perde o direito à remuneração – assim como na hipótese de rejeição
de suas contas.
Contudo, a segunda parte do dispositivo permite que o juiz afaste o devedor da administração
dos negócios em determinadas situações.
Nessa hipótese, o juiz convocará assembleia geral para deliberar sobre a pessoa que irá
substituí-lo.
Atendidas as formalidades legais, entendemos que o Juiz não pode recusar a indicação dos
credores.
Embora raro, em alguns casos de falência, o Juiz autoriza a continuação provisória do negócio.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Essa medida tem por objetivo preservar o valor dos bens intangíveis do devedor, como a marca e
o nome empresarial – Artigo 99 da LFRE.
Pela redação legal, pode parecer que o negócio será gerido pelo administrador judicial. Contudo,
na prática, a realidade tem sido outra.
Essas funções são completamente distintas e inviabilizam essa cumulação. Desse modo, é
conveniente a nomeação de um gestor judicial para a função de continuar, provisoriamente, os
negócios do falido.
Por fim, não podemos esquecer que essa continuação é provisória, pois, na falência, todos os bens
do devedor serão vendidos.
Entretanto, a continuação dos negócios do falido facilitará a venda do ativo, por meio da alienação
de todo o estabelecimento empresarial, atingindo dois objetivos da nova legislação – a
maximização do ativo e a preservação da empresa.
Por meio da assembleia, os credores do falido reunir-se-ão para deliberar sobre vários assuntos
atinentes ao rumo do processo.
Direito de voto...
Nas assembleias, em regra, os credores exercerão seu direito de voto
proporcionalmente ao valor de seu crédito.
Apesar da divisão dos credores em três categorias distintas – por força do Artigo 42 da
LFRE –, considera-se aprovada a proposta que tiver o apoio de mais da metade dos
presentes, independentemente da divisão em classes.
Exceções à regra da aprovação da proposta apoiada por mais da metade dos presentes
ocorrem...
§ nas deliberações sobre aprovação do plano de recuperação judicial;
§ na constituição do comitê de credores;
§ na forma alternativa de alienação do ativo.
42
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
Convocação...
A assembleia de credores pode ser convocada pelo juiz de ofício, por solicitação de
algum interessado ou por credor ou credores que representem pelo menos 25% de
uma classe.
No caso de credores que representem 25% de uma classe, o juiz não poderá recusar o
pedido, mas as despesas correrão por conta do requerente, e não do devedor ou da
massa falida.
Condução...
As assembleias devem ser presididas pelo administrador judicial ou, quando houver
incompatibilidade, pelo maior credor presente à assembleia.
Caso um credor ainda não reconhecido deseje participar de uma assembleia, a única
alternativa é conseguir uma tutela antecipada nos autos de sua habilitação retardatária.
Os credores são divididos em três grupos e cada um deles indica um membro e dois suplentes. Os
grupos são organizados da seguinte forma...
§ um representante indicado pela classe dos credores trabalhistas e por acidente de
trabalho, com dois suplentes;
§ um representante indicado pela classe dos credores com direitos reais de garantia
e com privilégios especiais, com dois suplentes;
§ um representante indicado pela classe dos credores quirografários e com privilégios
gerais, com dois suplentes.
43
MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
A inércia de alguma classe em indicar seu representante não impede a criação e o funcionamento
do órgão. As decisões serão tomadas por maioria e registradas em livro próprio.
Os membros do comitê não receberão qualquer remuneração, mas serão reembolsados das
despesas que fizerem com autorização judicial em favor da massa falida.
A lei impõe ao falido uma série de obrigações, e sua atuação será vital para o
sucesso do processo falimentar.
Diversos dispositivos da LFRE – sobretudo, o Artigo 104 – impõem ao falido o direito e o dever de
auxiliar e fiscalizar os demais órgãos da falência durante o processo.
Para tal fiscalização, o falido deverá manifestar-se, inclusive, nas impugnações à relação
de credores e comparecer, pessoalmente, sempre que solicitado.
Falido...
O falido nada mais é do que o empresário individual ou a sociedade empresária cuja
falência foi decretada.
Massa falida...
A massa falida é um ente meramente formal, composto, de um lado, pelos credores
do falido – aspecto subjetivo – e, de outro, pelos bens arrecadados – aspecto objetivo.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
Algumas das obrigações impostas à sociedade falida, porém, devem ser cumpridas por aqueles
que exerciam sua administração antes da falência.
Essa restrição não impede que o juiz autorize a continuação dos negócios do falido com o
principal objetivo de preservar o valor dos bens intangíveis, de forma a...
...maximizar o ativo...
Um sócio de uma sociedade falida não está impedido de criar outra sociedade, até para
atuar no mesmo ramo da falida.
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MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Na vigência do Decreto-Lei 7.661/45, por força de seu Artigo 34, Inciso III, o falido só poderia se
ausentar com autorização judicial.
No entanto, a nova lei substituiu o verbo autorizar por comunicar, o que pode despertar
dúvida sobre como interpretar a nova lei.
Em caso de abuso ou de efetivo prejuízo ao bom andamento do processo, o juiz, dentro de seu
poder geral de cautela – com fulcro no Artigo 99, Inciso VII da LFRE –, pode até proibir a saída deles
do local da falência, desde que estejam presentes os requisitos próprios – fummus boni iures e o
periculum in mora.
46
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
Embora a nova lei não tenha repetido tal exigência, esse expediente mostra-se
conveniente, a fim de não violar o preceito constitucional que protege o sigilo das
correspondências – previsto no Artigo 5º, Inciso XII da CF/88.
7.14 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
8.1 EMPRESA
Gateway Indústria de Material Elétrico S/A, após 25 anos de sua criação, alcançou um lugar de
destaque no cenário nacional de fabricação de componentes elétricos.
A companhia passou a acumular grandes prejuízos nos últimos cinco anos, pois não
estava aparelhada tecnologicamente para competir com as multinacionais do setor.
8.1.1 PROBLEMA
Em razão da crise que se instalou, a Gateway deixou de honrar inúmeros compromissos, acumulando
uma dívida total de R$ 7 bilhões, divididos em...
§ passivo trabalhista = R$ 900 milhões;
§ passivo tributário = R$ 1,6 bilhão, dos quais R$ 1 bilhão com a União, R$ 400
milhões com o Estado de Pernambuco e o restante com a prefeitura de Porto
Alegre;
§ passivo = R$ 1,5 bilhão, representado por cédulas de crédito industrial pignoratícias,
em favor de cinco bancos;
§ dívidas quirografárias = R$ 3 bilhões.
47
MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
...todos os créditos com garantia real deveriam ser substituídos por debêntures com
garantia flutuante, com juros de 6% a.a., com prazo de resgate de 100 meses.
...os credores quirografários que fossem fornecedores teriam duas opções para receber...
§ 100% do crédito em um prazo de 60 meses, com correção pelo IGPM;
§ 70% do crédito em um prazo de 30 meses, corrigidos pelo mesmo índice.
...os demais credores quirografários receberiam em 120 meses, com correção pela TR.
O requerimento de falência foi formulado por dois de seus credores, em litisconsórcio ativo...
§ Credor Malvado Produtos Químicos Ltda., titular de um crédito representado por
uma duplicata mercantil, sem aceite, no valor de R$ 11.500,00;
§ Silver Company Mobile, titular de um crédito de R$ 10.000,00, representado por um
termo de confissão de dívida.
8.2 QUESTÕES
A respeito do requerimento de falência...
1. Quais argumentos poderiam ser manejados pelos advogados de Gateway para
evitar a decretação de sua falência? Para apresentação das defesas é necessário garantir
o juízo?
48
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
3. Sendo um dos credores uma sociedade domiciliada fora do Brasil, qual seria a
providência de ordem preliminar para que formulasse o pedido de falência?
10. Em relação às correspondências da sociedade, decretada sua falência, qual será seu
destino?
8.3 CONCLUSÃO
Vejamos as respostas às questões levantadas...
Quais argumentos poderiam ser manejados pelos advogados de ‘Gateway ‘ para evitar a decretação
de sua falência? Para apresentação das defesas é necessário garantir o juízo?...
49
MÓDULO 1 Falência e Recuperação Judicial
Sim, pois a lei admite, em situações excepcionais, o requerimento de recuperação judicial, que
depois deverá ser ratificado pela AGE. É possível apresentar o pedido de recuperação no prazo da
contestação com base no Artigo 95 da LFRE. Deferido o processamento do pedido, o requerimento
de falência fica suspenso por força do Artigo 6º, Caput da LFRE.
Sendo um dos credores uma sociedade domiciliada fora do Brasil, qual seria a providência de ordem
preliminar para que formulasse o pedido de falência?...
Há divergência sobre a legitimidade ativa dos credores com garantia real. A lei anterior proibia,
mas a atual não renovou tal proibição de forma expressa. A doutrina majoritária é contra o
requerimento, sob o argumento de falta de interesse de agir.
Não, pois somente na hipótese de o juiz não acolher os argumentos deduzidos na contestação é
que o autor do requerimento poderá levantar o depósito. Há uma impropriedade técnica no
Parágrafo Único do Artigo 98 da LFRE. Na verdade, o pedido de falência não será julgado procedente
em razão do depósito elisivo.
Com a falência, os administradores são automaticamente afastados, mas a empresa pode continuar
funcionando, desde que interessante para a massa falida, a fim de preservar os bens intangíveis.
50
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 1
Sim, pois são automaticamente afastados da direção da empresa e só podem ausentar-se do local
da falência após autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
Em relação às correspondências da sociedade, decretada sua falência, qual será seu destino?...
9.1 FILME
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, assista a
uma cena do seriado Justiça sem limites no CD que acompanha a apostila.
51
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, analisaremos, de maneira pormenorizada, os efeitos da sentença de falência.
A formação da massa falida sofreu significativas mudanças, com o fim de tornar mais célere o
processo. Seu estudo inicia-se na sentença de falência e termina com o processo de extinção das
obrigações da sociedade falida.
Constatada a prática de algum ato de alienação de bens após a sentença de falência do juiz – de
ofício ou por provocação –, será declarada a nulidade do ato, sem prejuízo das demais medidas
que poderão ser tomadas contra o devedor.
Quem representará a massa falida será o administrador judicial. Contudo, o falido poderá agir
como assistente processual em qualquer dessas ações.
53
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
No que toca aos curatelados, o falido não poderá mais administrar seus bens, uma vez que a lei
que regula o instituto da curatela exige idoneidade financeira para exercer o cargo de curador de
incapaz.
Caso algum dos bens seja objeto de garantia real, ele deve também ser avaliado
separadamente – Artigo 108, Parágrafo 5º, c/c 83, Inciso II da LFRE.
Até mesmo os bens penhorados ou o produto de sua alienação, após a falência, devem ser
arrecadados – Artigo 108, parágrafo 3º, da LFRE.
O juízo de falência deve comunicar aos demais juízos a necessidade de transferência dos recursos
para a conta da massa falida.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
O auto de arrecadação é composto do inventário e do laudo de avaliação. Ele deve ser assinado
pelo administrador judicial e por quem mais presenciou o ato – como o promotor de justiça ou o
falido.
...dos imóveis – cuja arrecadação deve ser averbada no Registro Geral de Imóveis.
Se o casamento foi celebrado com separação de bens, aqueles bens que o cônjuge possuía antes
do casamento, evidentemente, não podem ser arrecadados.
Se o regime adotado for o de comunhão de bens, total ou parcial, duas indagações se mostram
pertinentes...
Se alguma das respostas for afirmativa, todos os bens do casal serão atingidos e, por conseguinte,
a meação do cônjuge.
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MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Em certos casos, o juiz pode autorizar até mesmo a venda de alguns bens diretamente para os
credores, observada a ordem de classificação.
Essa regra também se aplica quando o falido receber dinheiro em nome de terceiro,
como nos contratos de depósito, de mandato e de comissão.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
Restituição excepcional...
O Parágrafo Único do Artigo 85 da LFRE – a exemplo do Párágrafo 2º do Artigo 76 do
Decreto-Lei 7661/45 – permite que os bens vendidos ao falido a crédito e entregues nos
15 dias anteriores ao requerimento de falência, se ainda não alienados, sejam restituídos
ao vendedor.
Prima facie, parece tranquila a aplicação da restituição excepcional, mas vários problemas
surgem com um exame mais aprofundado – como é possível examinar a partir da
Súmula 495 e da Súmula 193 do STF.
Em todas essas hipóteses, o bem não pertence ao devedor, que só detém a posse
direta.
Se o credor já havia ajuizado algum procedimento no foro comum para reaver o bem
antes da decretação da falência, o processo deve seguir seu trâmite normal e – salvo
em relação a um cuidado especial – o administrador judicial e o Ministério Público
devem ser intimados.
Quando o credor ainda não propôs qualquer medida judicial antes da falência, deve
ajuizar o pedido de restituição no juízo falimentar.
...na hipótese de o bem ter desaparecido ou ter sido consumido pela massa
falida...
57
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Desse modo, o único requisito para devolução do bem de terceiro é que este tenha
sido arrecadado.
O pagamento aludido no Artigo 151 da LFRE é o dos créditos salariais dos três últimos
meses anteriores à falência, limitado o pagamento a cinco salários mínimos por
trabalhador.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
Logo em seguida, ocorre a intimação dos credores pela imprensa oficial e, antes de decidir, o
Ministério Público é ouvido.
Se qualquer das partes se manifestar contra o pedido, essa manifestação valerá como contestação.
Se não houver necessidade de provas de ofício, os autos serão conclusos para sentença. Se
procedente, será expedido alvará de liberação, consoante Artigo 88 da LFRE.
Não pode haver nenhum tipo de acordo extrajudicial, uma vez que não cabe devolução amigável
pelo administrador judicial.
A redação do artigo similar no sistema anterior era muito mais adequada – conforme podemos
notar do Artigo 77, Parágrafo 7º do Decreto-Lei 7661/45.
A regra era clara, e essa deve ser a exegese do novo dispositivo legal – o
vencido paga o ônus da sucumbência, e nem sempre o vencido é a massa falida.
Uma vez negado o pedido de restituição, se o juiz reconhecer que o requerente é credor, mandará
– de ofício – incluí-lo no quadro geral, com base no Artigo 89 da LFRE.
A lei permite que, antes do trânsito em julgado da sentença, o bem seja entregue ao reivindicante,
desde que prestada caução – Artigo 90, Parágrafo Único da , que deve ser combinado com o Artigo
273 do CPC.
Pelo sistema anterior, sequer previa-se tal entrega cautelar em sede de pedido de restituição.
59
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
A coisa não poderá ser alienada pela massa – Artigo 91 da LFRE, que é uma repetição do
Artigo 78 do Decreto-Lei 7661/45.
Esse valor pode ser fixado na própria decisão que manda entregar o bem.
Em redação muito mais apropriada, a nova lei, em seu Artigo 93, não afasta a possibilidade do
manejo dos embargos de terceiros, quando não for cabível o pedido de restituição, ou seja, em caso
de mera turbação.
Quando não houver saldo suficiente para o pagamento de todos, será feito um rateio entre eles
– Parágrafo Único do Artigo 91 da LFRE.
1.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
Se optar pelo prosseguimento do contrato, a decisão deve ser endossada pelo comitê.
Portanto, para rescisão, basta a vontade do administrador, mas o prosseguimento exige ainda
manifestação positiva do comitê.
60
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
Essa interpelação deve ser feita no prazo máximo de 90 dias, a contar da investidura do administrador
judicial, para que este diga em 10 dias se cumprirá ou não o contrato.
Em caso de resposta negativa ou silêncio do administrador judicial, nasce para o terceiro contraente
o direito de propor, no juízo falimentar, ação de cunho indenizatório contra a massa.
Nada impede que, após os prazos determinados, o administrador judicial – endossado pelo comitê
– e o terceiro contraente entrem em um acordo para dar continuidade ao contrato – se ainda for
de interesse da massa. Isso, no entanto, dependeria também da anuência do terceiro.
Não havendo qualquer manifestação nesse sentido, o credor deverá habilitar-se no processo.
As cláusulas penais dos contratos unilaterais resolvidos pela falência não serão atendidas,
conforme Artigo 83, Parágrafo 3º da LFRE.
Em qualquer caso que for autorizado o cumprimento do contrato, os créditos dele decorrente
serão considerados extraconcursais.
Tanto o MP como o juiz da falência não interferem no mérito dessa decisão, embora possam
invalidá-la em caso de comprovada má-fé ou de erro manifestamente grosseiro do administrador.
Os prejuízos daí oriundos ser-lhe-ão imputados.
61
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Não havendo comitê de credores, caberá ao juiz autorizar ou não o cumprimento de qualquer
contrato, a requerimento do administrador.
Dessa forma, descontado o valor pago e com o acréscimo das despesas judiciais e
extrajudiciais, o vendedor poderá restituir à massa o saldo verificado, salvo se existir
outra forma de liquidação prevista no contrato.
Um exemplo...
§ valor do negócio – $ 100.000,00;
§ valor pago – $ 40.000,00;
§ valor da vistoria – $80.000,00;
§ saldo a restituir – $ 20.000,00
Patrimônio de afetação...
Em suma, a nova lei não rege o patrimônio de afetação, cuja regulamentação está
reservada para a Lei 10.934/01.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
O patrimônio de afetação não se confunde com os demais bens do falido até seu
termo ou cumprimento de seu objetivo.
Eventual saldo credor será revertido em favor da massa, enquanto eventual saldo
devedor deverá ser habilitado na respectiva classe.
Locação...
A falência do locador não importa em alteração do contrato.
Mandato...
Houve uma mudança significativa.
Agora cessa pela falência o mandato conferido pelo falido antes da quebra quando
ligado aos negócios da empresa – salvo se o mandato for para representação judicial,
que só cessará mediante notificação do administrador judicial.
Conta corrente...
Encerram-se as contas correntes por ocasião da falência.
Mesmo as ordens de pagamento emitidas antes da falência não podem ser aceitas se
apresentadas após a decretação da quebra.
2.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
...todas as ações que venham a ser propostas em face da massa falida o sejam no
próprio juízo onde corre o processo falimentar.
Dessa forma – ressalvadas as exceções –, qualquer ação que venha a ser intentada
contra a massa falida há de ser atraída para o juízo falimentar.
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MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Caso a sociedade falida tenha, mesmo antes da falência, praticado algum ato ilícito que
resultou em prejuízo para terceiros, se a ação for proposta depois da sentença de
quebra, o juízo competente é o da falência.
3.2 EXCEÇÕES
É importante estabelecer os limites das exceções da indivisibilidade do juízo falimentar.
Analisaremos cada uma dessas exceções, sempre dando enfoque ao ponto de vista da
jurisprudência.
Inicialmente, vamos verificar as causas que jamais são atraídas para o juízo da falência, mesmo
que sejam ajuizadas após a decretação.
...o crédito deve ser habilitado no processo falimentar, para que se respeite o princípio
par conditio creditorum.
Caso a intervenção seja apenas como amicus curi, não se desloca a competência para a Justiça
Federal.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
A questão do caminho trilhado pela Fazenda Pública não é tão simples. Duas situações distintas
podem ocorrer...
A comunicação deve ser feita, a fim de que seja reservada a quantia necessária para o
pagamento de seu crédito, observada a ordem de preferência prevista na Lei de
Falências e no próprio Código Tributário Nacional.
Eventual ação de despejo a ser ajuizada pela massa falida não estará abrangida pela
indivisibilidade da falência.
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MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Todas as ações e execuções contra o falido devem ser suspensas por força da sentença
de quebra, permitindo que todos os credores se habilitem na falência.
A suspensão das ações e execuções também possui sua exceção – as ações propostas
antes da falência que demandem quantia ilíquida. Como não há possibilidade de o
autor habilitar-se na falência, sua ação não pode ser suspensa.
Tornado líquido o crédito, este deve ser incluído no quadro geral de credores. Permite-
se que o juiz competente, para apreciar a demanda, determine uma reserva na falência
da quantia estimada ao autor antes do trânsito em julgado.
3.3 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
Os negócios realizados pelo falido antes de sua quebra devem sofrer profunda investigação.
A expressão ação revocatória vem do latim revocare, que significa trazer de volta.
66
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
4.2 INEFICÁCIA
Antes prevista no Artigo 52 do Decreto-Lei 7661/45 e hoje regulada no Artigo 129 da, a ineficácia é
de natureza objetiva.
Não é preciso fazer prova da má-fé do falido ou do terceiro com quem ele
contratou, nem mesmo do prejuízo para a massa falida. Basta o enquadramento do
negócio no rol previsto nos incisos do Artigo 129.
A ineficácia objetiva só pode ser reconhecida em relação aos negócios enquadrados nos exatos
limites previstos nos incisos do Artigo 129 da LFRE – cujo rol é taxativo e demanda interpretação
restritiva.
Ação revocatória pode ser usada para se reconhecer a ineficácia objetiva, especialmente,
quando não for possível reconhecer pelos elementos contidos nos autos a prática do
ato previsto no rol mencionado – ação declaratória de ineficácia relativa.
Os três primeiros incisos do Artigo 129 têm como parâmetro o chamado termo legal.
O termo legal pode retrotrair em até 90 dias antes do primeiro protesto por
falta de pagamento contra o falido.
A conduta tipificada no Inciso VI tem sua regulamentação prevista nos Artigos 1.144 e
1.145 do Código Civil.
A hipótese do Inciso VII tem como referência o ato de registro após a própria sentença
de falência.
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MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Os efeitos do ato são atingidos, ou seja, o negócio não terá nenhuma eficácia contra a
massa falida.
O autor precisa provar a má-fé do falido e do terceiro contratante, além do prejuízo aos
credores.
A ação não está adstrita a nenhum rol, pois qualquer negócio poderá ser objeto da ação – desde
que sejam provados o conluio e o prejuízo da massa falida.
Independentemente da data do ato, ele pode ser alcançado pela ação revocatória.
No entanto, quanto mais antigo o ato, mais difícil será a prova da fraude e do prejuízo para os
credores.
O ato permanece íntegro, válido, uma vez que a ação revocatória atua no plano da eficácia, e não
nos planos da existência ou da validade.
Essa ação tem por objetivo recompor o acervo patrimonial da massa falida, normalmente,
dilapidado pelo falido durante o processo de insolvência.
68
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
4.4.1 COMPETÊNCIA
A ação revocatória é de competência do juízo indivisível da falência e processada pelo rito
ordinário.
Não podemos confundir a ação revocatória com a ação pauliana do direito comum.
Ação revocatória...
Seus efeitos beneficiam todos os credores.
A expressão pode, Artigo 133 da LFRE, na maioria das vezes, tem de ser interpretada como deve.
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MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
O juiz tomará essa medida se forem preenchidos os requisitos previstos nos Artigos
822/825 do Código de Processo Civil.
O Artigo 138 da prevê que até mesmo o ato praticado em cumprimento de decisão
judicial pode ser declarado ineficaz, o que pode causar uma perplexidade inicial em
face da força da coisa julgada.
Entretanto, essa previsão não fere – em nenhum momento – a coisa julgada. Tanto a
causa de pedir próxima como a causa de pedir remota serão completamente distintas
da ação em cuja decisão judicial baseou-se o ato.
4.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
5.2 PROCEDIMENTOS
Os procedimentos de habilitação, divergências, impugnações e ação revisional são manifestados
em três editais...
§ primeiro edital – elaborado pelo devedor;
§ segundo edital – elaborado pelo administrador;
§ terceiro edital – elaborado pelo quadro geral de credores.
Na recuperação...
...um dos requisitos da petição inicial é que o devedor apresente a relação completa
de seus credores, indicando valor, espécie e origem da dívida, e os endereços dos
credores.
Na falência...
...o rol requisitado deve ser apresentado pelo devedor em, no máximo, cinco dias
depois de cientificado da sentença de falência.
O prazo vale se a sentença não estiver nos autos – o que só deve ocorrer nos pedidos
de autofalência –, pois a relação é um dos documentos que devem acompanhar a
petição inicial.
5.2.1.1 PUBLICAÇÃO
De posse do rol de credores elaborado pelo devedor, caberá ao administrador judicial publicá-lo,
imediatamente, na imprensa oficial.
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MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
A publicação é o ponto de partida para que os credores apresentem – em, no máximo, quinze
dias...
...as habilitações de créditos que não constarem do rol apresentado pelo devedor...
O administrador terá o prazo total de 60 dias, contados da publicação do primeiro edital, para
concluir a tarefa de verificação dos créditos.
Não está prevista a intimação pessoal do representante ministerial para análise dos
autos de declaração de créditos.
72
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
Cada impugnação será autuada em apartado. Os titulares dos créditos impugnados serão intimados
para contestarem no prazo de 5 dias.
A lei prevê que o administrador poderá juntar documentos e até mesmo um laudo pericial sobre
o objeto da impugnação.
Contudo, a lei não exige que, nesses casos, as partes tomem sequer ciência do que foi juntado a
posteriori pelo administrador.
Toda vez que alguma das partes juntar aos autos qualquer documento, as demais
devem ser intimadas para tomar conhecimento – e, se assim entenderem, fazer alguma
ponderação.
O quadro deve ser publicado em, no máximo, 5 dias, a contar da última decisão judicial acerca das
impugnações, mesmo que dela ainda caiba recurso – pois o agravo, em regra, não tem efeito
suspensivo.
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MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
A ação revisional será processada e julgada no próprio juízo falimentar – Lei 11.101/05, Artigo 19.
Não fosse assim, os credores e o próprio comitê também deveriam ser excluídos do
polo ativo.
Enquanto não for decidida, definitivamente, a impugnação, o juiz determinará a reserva do valor
necessário ao pagamento do crédito e não impedirá o pagamento da parte incontroversa.
Entendendo que as informações nos autos são suficientes – que a causa está madura –, o juiz
poderá julgar antecipadamente o mérito.
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
O recurso de agravo de instrumento cabe, igualmente, em relação à decisão do juiz que determinar,
de ofício, a exclusão ou retificação de créditos.
A solução dada pelo legislador poderia ser questionada, uma vez que a impugnação
tem natureza de ação autônoma.
Parece-nos válida, no entanto, a opção pelo agravo de instrumento, já que sua tramitação mais
célere é mais adequada ao rito falimentar.
Os titulares dos créditos não terão o direito de voto nas assembleias enquanto não for
homologado o quadro geral de credores, contendo o referido crédito – salvo os
trabalhistas ou se já julgada a habilitação na época da realização da assembleia.
Os titulares dos créditos retardatários terão de arcar com o pagamento das custas
judiciais e não terão direito aos rateios já distribuídos, nem aos acessórios compreendidos
entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação – embora possam requerer
a reserva correspondente ao valor de seus créditos.
75
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
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Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
5.2.4.2 IMPUGNAÇÃO
Vejamos o esquema da impugnação das habilitações retardatárias...
5.3 JUROS
No que concerne aos juros, nada mudou em relação ao sistema anterior.
Dessa forma, quando das habilitações dos créditos, o valor principal só pode ser acrescido
de juros e correção até a data da falência.
No primeiro rateio, não serão pagos os juros, salvo em relação às debêntures e aos créditos com
garantia real – desde que nas forças da garantia.
Após o pagamento de todas as classes de credores, havendo saldo positivo, terá início o pagamento
dos juros da data da decretação da falência até a data do pagamento do primeiro rateio –
observadas, mais uma vez, as preferenciais legais.
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MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Encerrado o processo falimentar, sem prejuízo do prazo especial previsto para a extinção das
obrigações do falido, voltam a correr os prazos prescricionais comuns.
Caso um devedor do falido também seja seu credor, sobrevindo a falência – e, portanto, ocorrendo
o vencimento antecipado do crédito –, opera-se a compensação.
Não poderão ser compensados os créditos transferidos após a decretação da falência, nem aqueles
transferidos durante o estado de insolvência.
...antes do pagamento dos credores listados no Artigo 83 da LFRE – ou seja, dos credores
do falido –, muitas outras obrigações devem ser honradas no decorrer do processo
falimentar.
Antes dos credores tributários, com garantia real e até mesmo trabalhista, devem ser satisfeitas,
na seguinte ordem, as seguintes obrigações...
§ restituições in natura – Artigo 85 da LFRE;
§ três últimos salários em atraso, limitado o pagamento a 5 salários mínimos por
empregado – Artigo 151 da LFRE;
§ restituições em dinheiro – Artigo 86 da LFRE;
§ despesas extraconcursais – Artigo 84 da LFRE, com atenção para o Artigo 150 da
mesma lei.
78
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
O credor só receberá como crédito com garantia real até o limite de R$ 300.000,00,
enquanto a diferença – no exemplo, R$ 100.000,00 – será considerada crédito
quirografário.
Créditos tributários...
O tratamento dos créditos tributários sofreu profunda modificação por meio da Lei
Complementar 118/05, que alterou vários dispositivos do Código Tributário Nacional.
Os credores tributários não precisam habilitar seus créditos; eles apenas os informam
ao juízo falimentar por meio de ofício – embora a doutrina ressalte a propriedade de se
fazer constar do QGC o valor destinado ao pagamento desses credores.
Créditos quirografários...
Créditos quirografários são aqueles que não detêm nenhum tipo de privilégio – assim
como os saldos dos créditos trabalhistas que ultrapassaram o limite de 150 salários
mínimos e os saldos dos créditos com garantia real que ultrapassaram o limite do valor
do bem gravado.
Créditos subordinados...
A lei e os contratos podem estipular que o crédito tenha natureza subordinada.
São subordinados, por exemplo, os créditos das debêntures subordinadas – Artigo 58,
Parágrafo 4º da Lei 6.404/76 – e os créditos dos sócios e dos administradores, quando
não forem considerados empregados.
79
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Se os sócios tiverem direito a crédito por dividendos, esses créditos serão considerados
subordinados. Também será subordinado o crédito do sócio que tiver feito um
empréstimo à sociedade, independentemente do que estiver no contrato.
Portanto, a lei não está referindo-se aos haveres devidos aos sócios em caso de liquidação
– que sequer têm como ser habilitados.
Uma empresa de ônibus é condenada a pagar uma vultosa indenização por danos
morais e materiais a uma vítima de acidente ocorrido em um de seus carros, além de
uma pensão equivalente a R$ 2.500,00 por mês, até que a vítima, de 25 anos de idade,
complete 70 anos.
Além de não pagar a indenização por danos morais e materiais, a empresa condenada
também não honrou com o pensionamento e, muito menos, constituiu o capital
garantidor.
Parece-nos pacífico que as indenizações pelos danos morais e materiais são créditos
quirografários.
Não temos a intenção de trazer uma solução definitiva, mas apenas de despertar a atenção para
esse grande dilema que temos enfrentado no dia a dia dos processos de falência.
Sob nossa ótica, só são devidas as pensões até a data da decretação da falência – as quais, por
equiparação, merecem o privilégio do crédito trabalhista.
5.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
80
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
A regra comporta algumas exceções, a fim de não permitir que essa blindagem seja
utilizada para fins ilícitos.
Dessa forma, haverá sucessão quando ficar provado que o arrematante é...
§ sócio da sociedade falida ou de sociedade controlada pelo falido;
§ parente até o 4º grau do falido ou do sócio da sociedade falida;
§ agente do falido ou de sócio da sociedade falida, chamado de laranja.
81
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
...se o arrematante for uma pessoa jurídica controlada pelo falido ou, realisticamente,
pela sociedade falida, a sociedade falida responderá, integralmente, pelo passivo.
O conceito de controlador não se restringe à concepção de sócio com mais de 50% do capital
votante. Tomando como base o Artigo 116 da Lei de Sociedades por Ações...
Deve ocorrer sucessão quando a arrematante for sociedade controlada por sócio da
sociedade falida?
É bastante plausível que determinada pessoa seja sócia da sociedade falida e, ao mesmo tempo,
de outra sociedade que atue no mesmo ramo.
Seria justo impedir que os credores da sociedade falida cobrassem seus direitos
da sociedade arrematante?
82
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
Por outro lado, se verificado que o sócio em comum não é um simples sócio, mas o controlador
de ambas as sociedades, atende melhor ao espírito da lei enquadrar essa hipótese dentro das
exceções previstas no Parágrafo 1º do Artigo 141 da LFRE.
Desse modo, seria permitido que os credores da sociedade falida buscassem seus
direitos acionando a sociedade arrematante.
6.3.2 PARENTES
No que se refere ao disposto no Inciso II do Artigo 141, Parágrafo 1º da LFRE...
...o texto reflete a preocupação do legislador em impedir que parentes sejam utilizados
como instrumento para ludibriar proibições legais impostas a determinadas pessoas.
Se a arrematante for uma sociedade cujos sócios sejam parentes até o 4º grau
de sócio da sociedade falida, há sucessão?
Defendemos que só haverá sucessão quando esse parente até o 4º grau for sócio controlador da
sociedade arrematante.
Do contrário, não é visualizada nenhuma burla à lei ou aos princípios idealizados pelo legislador
quando estruturou a questão da sucessão tributária na LFRE.
Nesse sentido, os termos usados pelo legislador são absolutamente apropriados, deixando para o
juiz, diante do caso concreto, a análise dos fatores que indiquem ou não a presença da fraude.
83
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Leilão...
Modalidade utilizada em quase 100% dos processos falimentares.
Cartas propostas...
Embora não seja novidade, dificilmente é adotada.
São publicados editais contendo a descrição dos bens e o valor da avaliação. Nessa
oportunidade, os interessados apresentam propostas por meio de cartas fechadas e
entregues no cartório, mediante recibo.
Pregão...
Constitui uma novidade. Consiste na aglutinação das duas outras modalidades em
uma só.
É uma modalidade híbrida, que se divide em duas fases. Na primeira fase, são recebidas
e abertas as propostas. A segunda fase é o leilão, no qual os habilitados poderão
disputar o bem por meio de lances orais.
As regras são...
...o Ministério Público deve ser intimado pessoalmente, sob pena de nulidade...
84
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
...os lances e as propostas são irretratáveis, incorrendo os faltosos nas obrigações previstas
no Artigo 695 do Código de Processo Civil...
...a alienação poderá ser impugnada em 48 horas da arrematação por qualquer credor,
pelo devedor ou pelo Ministério Público...
...o produto da alienação deve ser depositado em nome da massa falida, em uma conta
remunerada...
...o juiz pode determinar a adoção de uma forma alternativa para realização do ativo.
Tal opção também pode ser feita pelos credores, desde que aprovada por 2/3 dos
credores reunidos em assembleia especial.
6.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
...os créditos com juros até a data da decretação da falência – a correção monetária
incidirá até a data do efetivo pagamento.
...os juros contados da data da falência até o dia do pagamento. Quem – por dolo ou
fraude – receber crédito indevido deverá devolver em dobro o que recebeu. Os valores
referentes às reservas, se elas não forem confirmadas, darão ensejo a rateios
suplementares.
Se, após o pagamento do principal e dos juros, ainda sobrarem recursos – algo raro –,
eles serão devolvidos ao falido, que – de pronto – poderá retornar a suas atividades,
uma vez que ocorrerá o que a doutrina chama de levantamento da falência.
85
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Apesar de não haver previsão legal, o administrador judicial deverá ser ouvido em caso de
impugnação, em respeito ao princípio da ampla defesa. O administrador poderá, inclusive, requerer
a produção de provas.
A sentença que não aprovar as contas fixará a indenização devida pelo administrador. Nessa
hipótese, o processo falimentar não poderá ser encerrado – pelo menos, enquanto não executada
essa sentença. Um novo administrador deverá ser nomeado, na forma dos Artigos 154 a 156 da
LFRE.
O juiz encerrará o processo por meio de sentença de cunho declaratório, que desafia o recurso de
apelação e pode ter as seguintes causas...
§ esgotamento do valor obtido com a venda do ativo;
§ pagamento integral dos credores.
86
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
...os credores não ficam impedidos de buscar a satisfação dos seus créditos na hipótese de
o devedor adquirir um novo patrimônio, bastando que o acionem através da execução
individual e não mais a concursal, conforme determina os Artigos 33 e 133, do Decreto-Lei
7661/45.
...se as obrigações do falido não estivessem extintas – Artigo 135 do Decreto-Lei 7661/45...
...se fosse feita a pedido de credor que tivesse se habilitado no processo falimentar ou
do próprio devedor...
7.5 REABILITAÇÃO
A reabilitação tem funcionado como forma declaratória da extinção das responsabilidades civis e
criminais, dando-lhe feição híbrida.
No entanto, a reabilitação não deixa de possuir efeitos constitutivos quando permite que o
devedor volte a exercer atividade empresarial.
87
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
Caso não haja pagamento integral das dívidas, o pedido deve processar-se em autos apartados,
depois de encerrada a falência – Artigo 159 da LFRE.
...rateio de mais de 50% dos créditos habilitados, depois de realizado todo o ativo...
A observância ao Artigo 191 do CTN também tem sido a orientação dos Tribunais
Estaduais.
Para tanto, deve ser comprovado que o crédito fiscal está garantido por qualquer
meio – por exemplo, por uma penhora de imóvel ou uma fiança bancária.
7.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
88
§
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
8.1 EMPRESA
A Vision Indústria de Material Eletrônico S/A, após 25 anos de sua criação,
alcançou um lugar de destaque no cenário nacional de fabricação de
componentes eletrônicos.
Após uma grave crise, a empresa teve sua falência decretada em 12 de maio de 2008.
Na falência em questão, não foi arrecadada qualquer quantia em espécie, mas apenas bens
móveis e imóveis.
INSS...
§ pedido de restituição das contribuições previdenciárias devidas pela falida –
contribuição patronal – e daquelas que foram descontadas dos salários dos
empregados, no valor total de R$ 4.700.000,00.
Fazenda Nacional...
§ pedido de restituição do imposto de renda descontado dos salários dos empregados
e não repassados ao Fisco, no valor de R$ 2.500.000,00.
Banco do Brasil...
§ pedido de restituição de adiantamento de contrato de câmbio, no valor de R$
1.100.000,00.
...o pagamento dos salários em atraso, referentes aos quatro últimos meses de
funcionamento da Vision.
89
MÓDULO 2 Falência e Recuperação Judicial
8.2 QUESTÕES
Considerando que o administrador judicial não tem recursos disponíveis em caixa para o
pagamento de todas essas obrigações...
Qual ordem deve ser seguida pelo administrador judicial para o cumprimento das
obrigações?
8.3 CONCLUSÃO
Ordem de pagamento...
A ordem a ser seguida é a seguinte...
§ pedidos de restituição baseados no Artigo 85 da LFRE;
§ verbas salariais em atraso, relativas aos três últimos meses, limitado o
pagamento a cinco salários-mínimos por empregado, com base no Artigo 86
Parágrafo Único, c/c 151, da LFRE;
§ pedidos de restituição baseados nos incisos do Artigo 86 da LFRE;
§ despesas extraconcursais, obedecida a ordem prevista no Artigo 84 da LFRE,
ressalvadas as despesas urgentes e vitais para a massa falida, conforme
Artigo 150 da LFRE;
§ créditos concursais, obedecida a ordem prevista no Artigo 83 da LFRE.
Pedidos de restituição...
Os pedidos de restituição do sindicato e da Fazenda Nacional devem ser julgados
procedentes. A falida não é a devedora dessas obrigações, apenas responsável pela
transferência dos recursos descontados dos salários dos empregados.
90
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 2
8.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
9.1 FILME
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, assista a
uma cena do filme Uma história do Brooklin no CD que acompanha a apostila.
91
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
APRESENTAÇÃO
A principal inovação da Lei nº 11.101/05 é, sem dúvida, o instituto da recuperação de empresas, que
guarda certa semelhança com a antiga concordata preventiva.
Contudo, essa novidade trouxe uma complicação, qual seja, a falta de material doutrinário que
analise o tema com profundidade. Neste módulo, iremos nos basear na experiência vivenciada
no processo de recuperação judicial da Varig para essa análise.
Em razão de sua função social, a empresa deve ser preservada sempre que possível.
93
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
...a recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores.
Dessa forma, a intenção da recuperação judicial é promover a preservação da empresa, sua função
social e o estímulo à atividade econômica.
Por outro lado, a petição inicial deverá estar acompanhada de uma série de documentos,
consoante determinação do Artigo 51 da LFRE.
94
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
O Parágrafo Único do Artigo 48 da nova Lei de Falências estende essa legitimidade ativa para o
pedido de recuperação judicial...
1.4.1.2 REQUISITOS
Não basta que a sociedade empresária exerça atividade econômica exposta ao risco de falência.
Ela também terá de atender a mais quatro requisitos...
§ a sociedade não pode estar falida;
§ a sociedade deve estar explorando atividade econômica há mais de 2 anos;
§ a sociedade não pode ter-se submetido à recuperação judicial nos últimos 5 anos
– no caso de sociedade microempresária ou empresária de pequeno porte, 8 anos;
§ o sócio controlador ou o administrador não poderá ter sido condenado pela prática
de crime falimentar – salvo se já reabilitado.
1.4.1.3 DOCUMENTOS
Com relação aos documentos necessários à instrução da petição inicial de recuperação judicial,
há exigências que não são recebidas com simpatia por parte da doutrina...
Para Paulo Penalva Santos, o legislador presume uma fraude, colocando em risco os
bens particulares dos controladores e administradores.
95
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
Infelizmente, o legislador está com razão ao adotar certas cautelas contra as fraudes.
Não surpreende uma grande empresa em crise não apresentar ativos compatíveis
com a atividade que explora, enquanto seus sócios – principais causadores do insucesso
– apresentam um patrimônio bastante considerável, que – ao contrário do esperado –
só cresceu durante o estado de insolvência da empresa.
Neste texto, não há presunção alguma de fraude por parte do legislador. A relação de bens,
entretanto, facilitará o ressarcimento dos danos causados aos credores, caso se comprove,
efetivamente, a prática de algum ato fraudulento.
96
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
1.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
2.1 APRESENTAÇÃO
Com o despacho de processamento do pedido de recuperação judicial, o devedor terá 60 dias
para apresentar o plano de recuperação judicial.
97
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
Conforme salienta Fábio Ulhoa Coelho, o plano de recuperação é a peça mais importante
do processo de recuperação judicial.
2.2 ORGANIZAÇÃO
O plano de recuperação poderá atingir todos os credores do devedor, inclusive as dívidas não
vencidas.
O meio de recuperação a ser adotado deverá constar do plano e poderá ser ou não um dos
previstos no Artigo 50 da LFRE.
O Artigo 50 da LFRE, em seus incisos, traz um rol meramente exemplificativo. Portanto, é admitido
qualquer meio lícito para a recuperação.
98
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
Como exemplo de revisão das condições de pagamento, ele cita a substituição de garantias.
Se um credor abrir mão de sua garantia ou a substituir por outra, o devedor terá esses bens
liberados de ônus em seu patrimônio.
Para o professor Paulo Penalva Santos, a maior parte dos pedidos de recuperação judicial é
baseada no pedido de dilação do prazo ou revisão das condições de pagamento.
Os demais meios vislumbrados pelo legislador retratam situações que não são,
necessariamente, obtidas por recuperação judicial, como o aumento de capital.
...a adoção das operações societárias previstas no Inciso II do Artigo 50 da LFRE , por si só,
não são suficientes para propiciar a recuperação do devedor em crise, sendo necessário
contextualizá-las num plano econômico que mostre como sua efetivação poderá acarretar
as condições para o reerguimento da atividade.
99
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
Por meio da equalização dos encargos financeiros, prevista no Inciso XII do Artigo 50 da LFRE,
bancos e empresas de fomento mercantil padronizam os encargos financeiros de seus créditos,
ajustando-os ao menor dos praticados no mercado.
Administração compartilhada...
Com a administração compartilhada, ocorre uma divisão de responsabilidades entre o
devedor e seus credores, ou parte deles, nas decisões administrativas de interesse da
empresa em crise.
100
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
Adjudicação de bens...
Segundo o professor Fábio Ulhoa Coelho, a possibilidade de se adjudicar bens nada
mais é que um desdobramento da dação em pagamento.
2.5 RESTRIÇÕES
De acordo com o Artigo 49, caput da nova Lei de Falências, em regra, a recuperação judicial irá
atingir todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos.
...se os créditos estão limitados ao mesmo teto adotado como critério de preferência
na falência – ou seja, valores até 150 salários mínimos.
Pela interpretação literal da lei, para a supressão ou substituição da garantia real, basta a aprovação
do plano de recuperação.
A concordância expressa do credor só é exigida caso o plano preveja a alienação do bem gravado.
101
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
Apesar de esse dispositivo estar no capítulo relativo à falência, cabe refletirmos sobre a possibilidade
de sua aplicação à recuperação judicial.
Se a opção for pela não aplicação do Artigo 122 da LFRE às recuperações, torna-se impossível, na
prática, a compensação de créditos na recuperação judicial.
Nesse caso, teria de ser adotado o regime da compensação previsto no Código Civil.
Esse regime indica que a compensação só é possível quando não prejudicar terceiros.
Dessa forma, em uma leitura a contrario sensu do Artigo 49, caput, da LFRE, concluímos que...
...os créditos cujos fatos geradores ocorrerem após o pedido de recuperação não
sofrerão seus efeitos.
Se assim não fosse, restaria inviabilizada a recuperação, já que o devedor não conseguiria
mais acesso a nenhum crédito comercial ou bancário.
O professor Fábio Ulhoa Coelho considera o dia da distribuição do pedido como marco a ser
levado em conta para determinar se um crédito se sujeita ou não à recuperação.
102
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
...os bancos credores por adiantamento a contrato de câmbio para exportação, ACC –
Parágrafo 4º do Artigo 49 da LFRE.
Dessa forma, embora não seja a solução mais adequada, resta às sociedades em recuperação a
adoção do regime de parcelamento geral, previsto no Parágrafo 4º do Artigo 155-A do CTN.
2.9 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
Não tendo sido apresentada qualquer objeção, caberá ao juiz verificar se foram
preenchidos todos os requisitos legais.
Contudo, parece pouco factível pensar que algum plano de recuperação será aprovado com a
aquiescência de todos os credores – em especial, no caso de empresas que possuam um universo
maior de relações jurídicas.
103
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
Rejeição do plano...
A rejeição do plano pela assembleia geral de credores implicará a falência do devedor.
A falência do devedor está prevista no Artigo 56, Parágrafo 4º da LFRE, salvo nos casos
excepcionais previstos no Parágrafo 1º do Artigo 58 da LFRE.
Em casos excepcionais, o juiz poderá conceder a recuperação, ainda que essa não
tenha sido aprovada na assembleia geral de credores.
Aprovação do plano...
Com relação à aprovação total do plano ou de alterações, deverão ser observadas as
regras de votação.
Alteração do plano...
Caso sejam apresentadas sugestões de alteração do plano ou mesmo planos alternativos,
as alterações deverão submeter-se à aprovação do devedor.
As alterações não poderão implicar a diminuição dos direitos relativos aos credores
ausentes, conforme dispõe o Parágrafo 3º do Artigo 56 da LFRE.
Nos termos do Artigo 41 da LFRE, a assembleia geral será composta pelas classes de credores
titulares dos seguintes créditos...
§ derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;
§ com garantia real;
§ quirografários, com privilégio especial ou geral e subordinados.
Essa convocação será feita mediante a publicação de edital no órgão oficial e em jornais de
grande circulação nas localidades da sede e filiais, de acordo com os requisitos do Artigo 36 da
LFRE.
104
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
Como regra geral, o voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, sendo aprovada a
proposta que obtiver a votos favoráveis que represente a mais da metade do valor total dos créditos
presentes à assembleia geral, conforme Artigo 42 da LFRE.
O credor cujo direito não for atingido pelo plano de recuperação, muito embora possa participar
da assembleia, não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quorum de
deliberação, conforme dito no Artigo 45, Parágrafo 3º da Lei 11.101/2005.
105
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
3.3.1 REQUISITOS
São os requisitos para a aprovação do plano pelo juiz no sistema Craw Down...
...o plano ter sido aprovado pelos credores que representem a maioria do valor dos
créditos presentes na assembleia...
...haver aprovação de mais de 1/3 dos credores da classe onde o quórum não foi
atingido...
3.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
...preenchidos todos os requisitos legais do plano, que não tenha sofrido qualquer
objeção.
...o plano tiver sido aprovado pela assembleia geral de credores, na forma do Artigo 45
da LFRE.
Quais seriam os requisitos que o juiz deve observar para homologar o plano?
O juiz poderá adentrar no mérito?
106
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
O juiz não pode entrar no mérito do plano, apenas observar se foram preenchidos os requisitos
formais, bem como se o plano viola questões de ordem pública.
Desse modo, o documento de viabilidade econômica que necessariamente deve ser apresentado
pelo requerente da recuperação se destina aos credores, para que estes deliberem pela aprovação
ou não do plano.
Uma vez preenchidos os requisitos da lei, o juiz não possui a faculdade de conceder ou não a
recuperação, mas está vinculado a concedê-la.
Há maior grau de discricionariedade apenas no sistema do craw down, uma vez que o juiz deve
verificar se houve qualquer concessão de privilégio que possa implicar tratamento diferenciado
entre os credores da classe que tenha rejeitado o plano – Parágrafo 2º do Artigo 58 da LFRE.
Permanecem intactos os direitos dos credores contra os demais coobrigados, fiadores e avalistas.
Caso o plano não seja cumprido nos dois primeiros anos e a recuperação
acabe convertida em falência, o crédito volta a seu status a quo.
4.5 RECURSOS
Com a concessão da recuperação judicial, encerra-se a fase de deliberação e se inicia a fase de
execução.
107
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
...se concedida a recuperação e cumprido o plano, não haverá sentença – desse modo,
o agravo retido nunca seria apreciado.
...no caso de ser decretada a falência, se a questão fosse deixada para ser decidida
como preliminar no julgamento da apelação contra a sentença de encerramento da
falência, não mais seria possível desconstituir a execução concursal.
Nesse recurso de agravo, não será discutida nenhuma questão atinente ao mérito do
plano, mas apenas as relativas ao desatendimento das normas legais sobre convocação
e instalação da assembleia ou quórum de deliberação.
4.5.1 APELAÇÃO
Caberá apelação quando a sentença não homologar o plano, mas também não decretar a falência.
Microempresário...
Microempresário é aquele que aufere, por ano, receita bruta de até R$ 240.000,00 –
duzentos e quarenta mil reais.
108
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
O objeto do plano especial de recuperação é restrito, uma vez que suas condições
estão enumeradas nos Incisos II, III e IV do Artigo 71 da LFRE.
4.6.2 PROCEDIMENTO
Depois de ter recebido o plano de recuperação especial, o juízo determinará sua publicação no
Diário Oficial.
Os credores terão o prazo de trinta dias para impugnar o plano de recuperação especial.
O juiz só poderá decretar a falência se mais da metade dos credores sujeitos ao plano apresentarem
impugnação, conforme determina o Parágrafo Único do Artigo 72 da LFRE.
É possível que mais da metade dos credores entenda que o devedor não tem condição
alguma de permanecer no mercado.
109
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
4.6.3 HOMOLOGAÇÃO
A prescrição, as ações e as execuções dos créditos abrangidos são suspensas depois de homologado
o plano especial.
As normas gerais estabelecidas para as empresas de médio e grande porte são aplicadas à
recuperação judicial dos microempresários e empresários de pequeno porte.
Todo crédito decorrente do fornecimento de bens ou serviços durante a recuperação será considerado
extraconcursal.
O crédito quirografário decorrente de obrigação anterior à recuperação será elevado à classe dos
créditos com privilégio geral, na proporção dos bens ou serviços fornecidos durante o período de
recuperação – Artigo 67, Parágrafo Único da LFRE.
4.7 NOVAÇÃO
Diferentemente do que ocorria na época da concordata preventiva, a homologação do plano de
recuperação judicial provoca novação em relação aos créditos sujeitos ao plano, mesmo que eles
não estejam listados no quadro geral de credores – Artigo 59 da LFRE.
Se o plano homologado judicialmente for rescindido ainda durante a fase judicial – ou seja,
naqueles dois anos posteriores à homologação...
110
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
4.8 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
5.1 EMPRESA
No entanto, após a abertura do mercado nacional, com a queda de inúmeras barreiras protecionistas,
a competição ficou muito acirrada.
A companhia passou a acumular grandes prejuízos nos últimos cinco anos, pois não estava
aparelhada, tecnologicamente, para competir com as multinacionais do setor.
5.1.1 PROBLEMA
Em razão da crise que se instalou, Hardware Informática S/A deixou de honrar inúmeros
compromissos, acumulando uma dívida total de R$ 7,3 bilhões...
§ passivo trabalhista = R$ 900 milhões;
§ passivo tributário = R$ 1,6 bilhão, dos quais R$ 1 bilhão com a União, R$ 400
milhões com o Estado de Pernambuco e o restante com a prefeitura de Porto
Alegre;
§ passivo = R$ 1,5 bilhão, representado por cédulas de crédito industrial pignoratícias,
em favor de cinco bancos;
§ crédito hipotecário com o Banco Valor Empresarial S/A = 300 milhões;
§ dívidas quirografárias = R$ 3 bilhões, dos quais 50% estavam em moeda estrangeira.
111
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
...todos os créditos com garantia real deveriam ser substituídos por debêntures com
garantia flutuante, com juros de 6% a.a., com prazo de resgate de 100 meses.
...os credores quirografários que fossem fornecedores teriam duas opções para receber...
§ 100% do crédito em um prazo de 60 meses, com correção pelo IGPM;
§ 70% do crédito em um prazo de 30 meses, corrigidos pelo mesmo índice.
...os demais credores quirografários receberiam em 120 meses, com correção pela TR.
...a hipoteca deveria ser levantada, e o bem imóvel ser alienado para capitalizar a
empresa. O credor deveria receber em 50 parcelas reajustáveis pela SELIC, garantido
pelos recebíveis das operações com cartão de crédito.
5.2 QUESTÕES
Sobre o plano de recuperação judicial...
1. Como se dá a aprovação do plano de recuperação judicial? É possível a homologação
de um plano de recuperação judicial rejeitado por alguma classe de credores? Qual é
o grau de discricionariedade conferido ao juiz para homologar o plano de recuperação
judicial? E na hipótese do plano especial destinado aos microempresários?
2. É possível a homologação do plano de recuperação judicial nos moldes do relatório
apresentado pela empresa de consultoria, sobretudo em face da previsão de pagamento
dos credores trabalhistas em 36 meses e do tratamento favorecido, conferido aos
credores quirografários fornecedores da companhia?
3. Quais são os argumentos pró e contra a homologação do plano de recuperação
judicial das companhias que não apresentarem a certidão de regularidade fiscal?
4. O credor com garantia hipotecária poderia impedir a homologação do plano, mesmo
se ele fosse aprovado por todos os demais credores, inclusive trabalhistas?
5. Os titulares de crédito em moeda estrangeira estão obrigados a concordar com a
desvinculação prevista no plano?
112
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 3
5.3 CONCLUSÃO
Após a apresentação e publicação do plano, se não houver nenhuma impugnação – Artigo 55 –, o
juiz poderá homologá-lo. Da mesma forma, se houver impugnação, mas os credores aprovarem
o plano em assembleia, o juiz poderá homologá-lo.
A votação em assembleia deve obedecer as regras previstas no Artigo 45 da LFRE. Caso alguma
das classes referidas no Artigo 41 rejeite o plano, ele poderá ainda ser aprovado, se observados os
requisitos do Parágrafo 1º do Artigo 58 da LFRE – sistema do Craw Down.
Sobre a discricionariedade do juiz há muita divergência. O Caput do Artigo 58 prevê que o juiz
concederá a recuperação. Já o Parágrafo 1º desse mesmo artigo, que trata do Craw Down, está
escrito que o juiz poderá conceder. Cremos que, praticamente, não há espaço para análise judicial.
Se os credores aprovarem o plano e não houver nenhuma ilegalidade, o juiz deverá homologar o
plano, não podendo analisar o mérito da solução encontrada pelo devedor e seus credores.
A lei prevê, em seu Artigo 54, que o plano não pode prever o pagamento dos credores trabalhistas
em prazo superior a 1 ano. Contudo, há o precedente do Caso Varig, em que o plano foi aprovado
pelos credores e homologado pelo Juízo da 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado
do Rio de Janeiro. Em relação ao tratamento favorecido aos credores quirografários que possuem
a qualidade de fornecedores, não existe qualquer ilegalidade. É perfeitamente possível o
tratamento diferenciado a determinados credores, mesmo que não extensivo a todos daquela
classe. Isso só não seria possível se o plano fosse aprovado pelo sistema do Craw Down – ainda
assim, na classe em que houve a rejeição.
Para aqueles que defendem a inexigibilidade da certidão, o maior argumento, sem dúvida, refere-
se à falta da lei específica tratando do parcelamento das dívidas tributárias para as sociedades
empresárias em regime de recuperação judicial. A norma transitória que remete tais empresas à
lei geral do parcelamento é insuficiente.
Ademais, por não participar do plano de recuperação, o crédito tributário precisa de uma proteção
legal compatível com as nobres funções do Estado.
113
MÓDULO 3 Falência e Recuperação Judicial
Um dos poucos obstáculos colocados ao empresário para montar seu plano é a impossibilidade
de supressão ou alteração de garantia real sem a anuência expressa do credor titular, conforme
Artigo 50, Parágrafo 1º da LFRE. Portanto, há necessidade de autorização expressa daquele credor
hipotecário.
5.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
6.1 FILME
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, assista a
uma cena do filme Enron – os mais espertos da sala no CD que acompanha a apostila.
UNIDADE 7 – ATIVIDADES
7.1 AUTOAVALIAÇÃO
Acesse, no ambiente on-line, a autoavaliação deste módulo.
114
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 4
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, preocupamo-nos em analisar as variantes da fase de execução do plano de
recuperação aprovado pelos credores e homologado pelo juízo, bem como o instituto da
recuperação extrajudicial – agora sem qualquer semelhança com o velho regime.
Talvez devido a essa diferença, poucos escritórios de advocatícia têm-se aventurado em assessorar
seus clientes em um processo de recuperação extrajudicial. A lei contém inúmeras lacunas e a
jurisprudência é escassa. Desse modo, precisamos superar esses obstáculos para dar efetividade
ao instituto da recuperação.
UNIDADE 1 – PRAZOS
Dessa forma, seu prazo de vigência é muito variado, podendo durar seis, dez, doze
anos...
No entanto, a lei estabelece que, nos dois primeiros anos, o cumprimento do plano estará sujeito
à fiscalização...
§ pelo juiz;
§ pelo Ministério Público;
§ pelo comitê de credores;
§ pelo administrador judicial...
Sendo descumprida qualquer obrigação que se vencer na fase judicial da recuperação, restará ao
credor uma única opção – requerer a convolação da recuperação em falência.
Antes dos dois anos, as medidas previstas no plano ainda não terão produzido os
efeitos necessários a propiciar o reerguimento da sociedade em recuperação, de modo
a viabilizar a execução específica das obrigações.
115
MÓDULO 4 Falência e Recuperação Judicial
A incapacidade de honrar com as obrigações assumidas levará o juiz a decretar, de ofício ou por
provocação nos autos da recuperação, a falência da sociedade empresária.
Após os dois anos iniciais, sendo cumprido o plano, encerra-se o processo de recuperação por
sentença e inicia-se a fase extrajudicial de cumprimento do plano.
Nessa fase, qualquer credor poderá pedir a execução específica de obrigação descumprida pelo
devedor ou requerer sua falência.
É possível termos uma situação em que as obrigações previstas para vencerem em dois anos não
sejam cumpridas dentro desse período por motivo alheio à vontade da sociedade em recuperação.
Por isso, levantou-se a questão...
Será possível prorrogar o prazo de recuperação por mais de dois anos ou deve ser decretada
a falência?
116
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 4
Após a aprovação do plano de recuperação, todos os créditos serão satisfeitos de acordo com as
condições previstas no plano, inclusive o trabalhista.
Todos os credores devem habilitar seu crédito e tê-lo satisfeito segundo o plano de
recuperação.
Desse modo, uma ação por responsabilidade civil contra a sociedade em recuperação
não deve ser ajuizada no juízo onde se processa a recuperação, mas sim no juízo
competente, segundo as normas comuns.
O juiz poderá afastar o devedor e os administradores, se ficar constatado que sua manutenção é
prejudicial à recuperação da sociedade – conforme hipóteses previstas no Artigo 64 da LFRE.
No que se refere ao acionista controlador, ele será afastado nas mesmas hipóteses
previstas para os administradores, mas mediante a suspensão de seu direito de voto na
assembleia geral de credores.
117
MÓDULO 4 Falência e Recuperação Judicial
Para introduzir as alterações, porém, deve ser seguido o mesmo procedimento adotado
para a aprovação do plano.
A única diferença é que, na hipótese de a assembleia não aprovar a modificação, não se decretará
a falência e o plano anterior continuará a ser executado.
1.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
118
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 4
Caso constate qualquer fato que considere irregular, no exercício de sua atividade
fiscal, o comitê deverá encaminhar um requerimento ao juiz solicitando a adoção das
medidas que considerar pertinentes.
Esse requerimento será encaminhado ao juiz mediante aprovação pela maioria dos
membros do comitê.
Administração da sociedade...
Caberá ao comitê, caso afastada a administração da sociedade em recuperação, cuidar
das alienações de bens do ativo permanente e dos endividamentos necessários à
continuação da atividade empresarial até a aprovação do plano. Nessa hipótese, as
medidas administrativas adotadas estão sujeitas à autorização do juiz.
119
MÓDULO 4 Falência e Recuperação Judicial
2.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
120
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 4
Se for descumprida uma obrigação legal pelo devedor, caberá a convolação da recuperação
judicial em falência.
Essa é a única restrição que a sociedade sofrerá em sua personalidade jurídica, uma vez
que, concedida a recuperação, a sociedade continuará a ser um sujeito de direito, apto
a contrair obrigações e titularizar crédito.
Se a primeira tentativa for infrutífera, pode-se então buscar a realização do ativo com
a venda de pequenos blocos, desde que, isoladamente, formem filiais ou centros
produtivos.
Mais uma vez não efetivada a alienação, os bens deverão ser divididos em lotes e,
somente em último caso, pode-se recorrer à venda dos bens isoladamente.
121
MÓDULO 4 Falência e Recuperação Judicial
Caso o plano de recuperação preveja a venda judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas
do devedor, o procedimento previsto para a realização ordinária do ativo de falidos deverá ser
adotado na forma estipulada no Artigo 142 da LFRE.
O plano de recuperação estará limitado a prever qual bem será alienado e poderá estipular um
valor mínimo para venda, mas não será admitida previsão no sentido de permitir a alienação
direta a terceiro.
O Parágrafo Único do Artigo 60 da LFRE prevê que não haverá a sucessão do arrematante
nas obrigações do devedor e que o bem objeto de alienação estará livre de qualquer
ônus.
3.1.3.1RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE
Anteriormente, era ínfima a parcela de empresários que demonstrava interesse em adquirir
estabelecimentos de empresas falidas ou em concordatas.
Uma vez afugentados os interessados, a empresa, por mais viável que fosse, estaria
fadada ao encerramento definitivo em caso de falência, com séria violação ao princípio
da utilidade dos meios de produção no interesse da sociedade, gerando mais
desemprego e instabilidade no mercado.
Seja por força do contrato de trespasse, seja por força de outros métodos de
concentração de mercado – como fusões e incorporações –, além da sucessão nos
contratos de trabalho em curso quando ultimada a transferência, a sociedade adquirente
responde por todos os débitos trabalhistas outrora de responsabilidade da sociedade
empresária sucedida.
122
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 4
Em relação ao passivo tributário, a solução não era diferente. O Artigo 133 do CTN
estabelecia que a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir o
estabelecimento empresarial responde pelos tributos relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, na forma prevista nos incisos do dispositivo legal.
Essa aquisição ficaria ainda mais arriscada quando da entrada em vigor do Código Civil
de 2002.
Pelo Código Civil de 2002, a sucessão do adquirente não mais se restringiria ao passivo
tributário e trabalhista.
A partir de então, seria estendida por todo o passivo contabilizado, tanto nas obrigações
vencidas como vincendas, consoante dispõe o Artigo 1.146 do Código Civil.
Por mais viável que fosse a perpetuação do negócio, com a consequente preservação
dos postos de trabalho e da atividade empresarial, nenhuma sociedade empresária se
interessava em adquirir o estabelecimento daquela empresa, em virtude do montante
das dívidas com que teria de arcar – especialmente, tributárias e trabalhistas.
Uma das grandes vedetes da reforma do regime jurídico da insolvência empresarial é a ausência
de responsabilidade do adquirente sobre o passivo das empresas absorvidas nos processos de
falência e de recuperação judicial.
123
MÓDULO 4 Falência e Recuperação Judicial
Há ainda outros benefícios que a venda da empresa como um todo – ou, pelo menos,
dividida em unidades produtivas – representaria, como a maximização do ativo e a
celeridade processual.
Pelo menos aqui o legislador teve o cuidado de zelar pela coerência do sistema e providenciou
a respectiva mudança no Artigo 133 do CTN, por intermédio da Lei Complementar 118, também
de 9 de fevereiro de 2005.
Essa previsão está expressa no Parágrafo Único do Artigo 60 da LFRE e na nova redação do Artigo
133 do CTN.
O legislador, mais uma vez, demonstrou sua preocupação em tutelar o credor com garantia real,
preservando seu privilégio com objetivo de assegurar a estabilidade jurídica dos contratos de
concessão de crédito.
Por consequência, não havendo anuência expressa do titular da garantia real para
supressão ou substituição de sua garantia, é perfeitamente aplicável o direito de sequela.
124
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 4
Para o juízo trabalhista, não existiria outro caminho senão o de se reconhecer a plena eficácia dos
Artigos 10 e 448 da CLT, bem como da Súmula 331 do TST.
Como justificativa, entende-se que a CLT é lei especial e que o Artigo 60 da LFRE e seu
Parágrafo Único em nenhum momento fazem referência expressa à não sucessão do
passivo trabalhista ou à sucessão dos contratos de trabalho.
Para o juízo empresarial, não há que se falar em sucessão trabalhista, uma vez que a omissão do
Artigo 60 da LFRE não teria sido eloquente.
Tal regra, contudo, pode ser excepcionada, porque, sob nossa ótica, o plano de
recuperação pode estipular um tratamento especial à questão.
Caso o plano de recuperação seja aprovado, deve ser rigorosamente respeitado, mesmo
porque passa necessariamente pelo crivo dos credores trabalhistas, reunidos em
assembleia e com o sistema de voto por cabeça.
125
MÓDULO 4 Falência e Recuperação Judicial
Essa regra não se aplicaria nas hipóteses previstas nos incisos do Parágrafo 1º do Artigo
141 da LFRE.
Embora a previsão esteja no capítulo relativo à falência, entendemos que são aplicáveis também
à recuperação.
3.2 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
4.1 ACORDO
Na recuperação extrajudicial, o devedor em crise econômico-financeira reúne-se com algum
credor, ou alguns de seus credores, ou com todos eles, e celebra acordo, que será homologado
em juízo.
Esse acordo até poderia ser discutido e aprovado em uma única reunião, com todos os
credores envolvidos.
126
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 4
O Artigo 167 da LFRE indica que será possível qualquer espécie de acordo entre credor e devedor,
ao prever que o disposto no capítulo atinente à recuperação extrajudicial não implicará a
impossibilidade de realização de outras modalidades de acordos privados entre o devedor e seus
credores.
Dessa forma, além do acordo celebrado e homologado nos termos da Lei 11.101/05, o
devedor poderá celebrar acordos paralelos com alguns credores.
4.2 REQUISITOS
O Artigo 161 da LFRE remete o intérprete para o Artigo 48, indicando requisitos que devem ser
preenchidos pelo devedor que pretende propor e negociar com credores plano de recuperação
extrajudicial.
...for falido...
...tiver obtido recuperação pelo plano especial há menos de 8 anos, sendo micro ou
pequeno empresário...
...os requisitos subjetivos exigidos pelo Artigo 161 somente serão necessários para a
homologação do plano em juízo.
127
MÓDULO 4 Falência e Recuperação Judicial
Os dois primeiros requisitos objetivos têm previsão no Parágrafo 2º do Artigo 161 da LFRE...
§ o plano não poderá prever o pagamento antecipado de dívidas;
§ o plano não poderá contemplar tratamento desfavorável aos credores que não
estejam sujeitos ao plano.
Outro requisito objetivo diz respeito aos credores com garantia real. Conforme dispõe o Artigo
163, Parágrafo 4º da LFRE, o plano de recuperação somente poderá prever a alienação de bem
objeto de garantia real, a supressão de garantia ou sua substituição, se houver aquiescência
expressa do credor garantido.
O último requisito trata das hipóteses em que o plano abrange créditos em moeda estrangeira. O
Artigo 163, Parágrafo 5º da LFRE prevê que o credor de crédito em moeda estrangeira deve
aprovar plano que afaste a variação cambial.
Poderão ser atingidos pelo plano os credores com garantia real, com privilégio especial e geral,
quirografários e subordinados.
A razão de o credor tributário estar excluído do regime de recuperação é que tal categoria de
crédito é disciplinada por normas de direito público.
Portanto, somente poderá ser concedida remissão mediante lei, conforme bem salienta
o professor Fábio Ulhoa.
128
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 4
De acordo com o Artigo 86, Inciso II da LFRE, também não se sujeitará aos efeitos da
recuperação extrajudicial a instituição financeira credora por adiantamento ao
exportador.
129
MÓDULO 4 Falência e Recuperação Judicial
A lei permite ainda que os credores sejam divididos em grupos de credores de mesma
natureza e sujeitos a semelhantes condições de pagamento.
Registros contábeis...
Devem constar os registros contábeis das respectivas operações, a fim de que o juiz
possa verificar se o quórum foi atingido.
O procedimento em si é idêntico, isto é, esteja ou não o plano se estendendo aos credores não
aderentes. Dessa forma, recebida a petição inicial, será publicado um edital no Diário Oficial e em
jornal de grande circulação, convocando os credores para impugnarem o pedido no prazo de 30
dias.
No mesmo prazo, o devedor deverá comprovar que enviou carta registrada para seus credores
sujeitos ao plano, notificando-os da ação, das condições do plano e do prazo para impugnação.
...prática de qualquer dos atos previstos no Inciso III do Artigo 94 ou do Artigo 130 da lei,
ou descumprimento de requisito previsto na lei...
Apesar da limitação legal, temos visto várias impugnações com fundamentos diversos dos previstos
no citado dispositivo legal, mas que se mostraram pertinentes.
130
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 4
4.6.1 INJUSTIÇAS
Apresentada impugnação – que deverá ser processada nos autos principais –, o devedor terá o
prazo de 5 dias para se manifestar.
Caso o pedido seja indeferido, não há impedimento para nova apresentação do pedido,
desde que afastado o motivo que levou a sua denegação.
O professor Fábio Ulhoa Coelho defende que não se pode fazer uma interpretação a contrario
sensu do Artigo 161, Parágrafo 5º da LFRE, de modo a sustentar que até a distribuição da
homologação do plano qualquer credor pode desistir, unilateralmente, de sua adesão.
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MÓDULO 4 Falência e Recuperação Judicial
É possível, contudo, que o plano disponha de forma diversa, estabelecendo a produção de efeitos
imediatos em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários.
Nessa hipótese, os credores poderão exigir seus créditos nas condições originais,
deduzindo-se os valores já pagos.
Essa exigência dos créditos ocorrerá caso o juízo a que for submetido o plano para
homologação o rejeite.
Se o plano envolver a venda de unidades produtivas ou de filiais, o juiz que homologar o pedido
determinará imediatamente a venda judicial, observado o Artigo 142 da LFRE.
4.8 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
5.1 FILME
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse uma
cena do filme As loucuras de Dick e Jane no CD que acompanha a apostila.
132
Falência e Recuperação Judicial MÓDULO 5
MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO
APRESENTAÇÃO
Na unidade 1 deste módulo, você encontrará algumas divertidas opções para testar seus
conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido em toda a disciplina. São elas...
§ caça-palavras;
§ palavras cruzadas;
§ forca;
§ criptograma.
A estrutura desses jogos é bem conhecida por todos.Você poderá escolher o jogo de sua preferência
ou jogar todos eles... a opção é sua! Em cada um deles você encontrará perguntas – acompanhadas
de gabaritos e comentários – por meio das quais você poderá se autoavaliar.
Já na unidade 2, é hora de falarmos sério!!!! Sabemos que o novo – e a disciplina que você
terminou de cursar enquadra-se em uma modalidade de ensino muito nova para todos nós,
brasileiros – tem de estar sujeito à crítica... a sugestões... a redefinições. Por estarmos cientes
desse processo, contamos com cada um de vocês para nos ajudar a avaliar nosso trabalho.
Então? Preparado?
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