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Planejamento urbano (ISSN: 2183–7635)

2020, Volume 5, Edição 3, Páginas 55–66
DOI: 10.17645 / up.v5i3.2941

Artigo

Entre hospitalidade e falta de hospitalidade: o enfrentamento de Janus

"Infra-estrutura de chegada"
Maxime Felder *, Joan Stavo-Debauge, Luca Pattaroni, Marie Trossat e Guillaume Drevon

Laboratório de Sociologia Urbana, EPFL - Instituto Federal Suíço de Tecnologia Lausanne, 1015 Lausanne, Suíça;
E-mails: maxime.felder@epfl.ch (MF), joan.stavo-debauge@epfl.ch (JS-D.), Luca.pattaroni@epfl.ch (LP),
marie.trossat@epfl.ch (MT), guillaume.drevon@epfl.ch (GD)

* Autor correspondente

Enviado: 21 de fevereiro de 2020 | Aceito: 2 de julho de 2020 | Publicado: 28 de julho de 2020

Resumo
Embora a 'infraestrutura de chegada' seja central para a experiência dos migrantes que chegam a uma nova cidade, é suficiente formar um 'hospital
meio piedoso '? Nosso artigo compara as experiências dos recém-chegados com a 'infraestrutura de chegada' em duas cidades europeias: Bruxelas
e Genebra. Com base em pesquisas etnográficas com 49 migrantes que chegaram alguns meses antes, mostramos que a chegada
infraestrutura é enfrentada por Janus. Por um lado, recebe os recém-chegados e contribui para tornar a cidade hospitaleira. No
por outro lado, rejeita, engana e desaponta, forçando-os a permanecerem móveis - a voltar para casa, ir mais longe,
ou apenas se deslocar pela cidade - para satisfazer suas necessidades e compor o que chamaremos de ' ambiente hospitaleiro '. O ar-
a falta de hospitalidade da infraestrutura rival é quádrupla: primeiro ligada às suas limitações e deficiências, depois às tentativas ou testes
os recém-chegados precisam superar para se beneficiar da infraestrutura, em terceiro lugar, para as formas de fechamento necessárias
proteger aqueles que acabaram de chegar e, em quarto lugar, aqueles que organizam e gerenciam a infraestrutura, com divergências
concepções de hospitalidade. Usando a noção de meio e incorporando infraestrutura à questão mais ampla de
hospitalidade, abrimos uma exploração empírica de seu papel ambíguo nas trajetórias incertas dos recém-chegados.

Palavras-chave
cidades; hospitalidade; a infraestrutura; migração; meio

Questão
Este artigo faz parte do artigo “Espaços de chegada urbana: coexistência social em tempos de mudança de mobilidade e diversidade local” '
editado por Yvonne Franz (Universidade de Viena, Áustria) e Heike Hanhörster (ILS - Instituto de Pesquisa Regional e
Desenvolvimento Urbano, Alemanha).

© 2020 pelos autores; Cogitatio (Lisboa, Portugal). Este artigo está licenciado sob uma atribuição Creative Commons
4.0 Licença Internacional (CC BY).

1. Introdução tempos equiparados a recursos. Reconhecemos que o

A noção de 'infraestrutura de chegada' tem crescentemente
foi usada nos últimos cinco anos para descrever os lugares,
serviços, instituições, tecnologias e práticas com
quais migrantes são confrontados em seu processo de chegada
em uma nova cidade. A noção de infra-estrutura permitiu
ars para ver além do 'bairro de chegada' e para
localize o processo de chegada em um contexto muito mais amplo
(Meeus, Arnaut e van Heur, 2019). Embora os estudiosos
a falta dessa infraestrutura é problemática para os migrantes,
mas também alertamos contra a idéia de que ela é automatizada
é hospitaleiro para os recém-chegados. Argumentamos que, devido
devido à sua ambiguidade, a infraestrutura de chegada é enfrentada por Janus. Em
por um lado, recebe os recém-chegados e contribui
para tornar a cidade hospitaleira. Por outro lado, re-
os engana e os desaponta, forçando-os a voltar
celular principal - para voltar para casa, ir mais longe ou apenas
movimentar-se pela cidade - para satisfazer suas necessidades

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