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Minicurso:
AS GRANDES EXTINÇÕES DO
PLANETA TERRA
Tutora do grupo PET-Biologia: Profa. Dra. Cibele Marli Cação Paiva Gouvêa
Alfenas-MG
2018
APRESENTAÇÃO
As extinções são eventos comuns que ocorrem ao longo do tempo, sendo que quando
causam uma grande perda da biodiversidade é denominada de extinção em massa. No registro
geológico, ocorreram cinco grandes extinções em massa, na Era Paleozoica (períodos
Ordoviciano, Devoniano e Permiano) e Era Mesozoica (períodos Triássico e fim do
Cretáceo). Existem diversas causas para tal acontecimento, como mudanças climáticas, queda
de asteroides, movimentos tectônicos, dentre muitos outros fatores. Atualmente, estamos
vivendo um período de grande influência humana onde cada vez mais se acelera esse evento
no tempo geológico, destruição de habitats, desmatamento, lixo, pesca e caça, introdução de
espécies exóticas. Esses fatores influenciam para uma mudança drástica no planeta Terra e na
grande perda da biodiversidade em curto período de tempo.
O objetivo deste minicurso é abordar as grandes extinções em massa, como era a vida
e como se tornou com a perda de muitas espécies. Além disso, iremos abordar a grande
extinção que está prestes a acontecer (ou já está) devido a fatores antrópicos, podendo ser a
maior extinção que o planeta Terra já viveu.
Para isto, contaremos com uma carga horária total de quatro horas, sendo duas
presenciais e duas à distância. Estamos disponibilizando para vocês o capítulo 10 do livro de
Paleontologia de Ismar de Souza Carvalho. A leitura deste capítulo proporcionará um suporte
importante para este minicurso. Além disso, logo após o capítulo, se encontra uma atividade
para a discussão que realizaremos como fechamento. Portanto, pedimos que reflitam sobre o
que foi colocado para que tenhamos uma discussão mais esclarecedora e rica em
conhecimento. Boa leitura!
A ideia de que uma espécie inteira de criaturas pudesse desaparecer para sempre não
era aceita pela maioria das pessoas até meados do século XVIII. Naquela época, o achado de
fósseis que não podiam ser atribuídos a nenhuma forma vivente era explicado como sendo
pertencente a organismos que viviam em lugares remotos da Terra, e que cedo ou tarde seriam
encontrados. Esta concepção tem muito a ver com o relato bíblico de uma criação de espécies
já “prontas” e simultâneas. Na visão criacionista da época, todas as espécies foram criadas por
Deus na aurora do mundo e permaneceriam até hoje como sempre foram: sem mudanças
(logo, não haveria evolução e nem extinção).
Entretanto, fosseis inexplicáveis continuavam se avolumando, enquanto os locais mais
recônditos da Terra iam sendo explorados e não revelavam a presença de nenhuma dessas
criaturas ainda vivas. Em 1798, finalmente, Georges Cuvier, com sua autoridade de
naturalista mundialmente conhecido, após definir que os elefantes da África e da Índia
pertenciam a espécies distintas, demonstrou que os mamutes fósseis da Europa e da Sibéria
eram diferentes de qualquer uma das espécies viventes d elefantes (Smith, 1993). Além disso,
seriam animais tão grandes que era impossível que pudessem ainda estar vivos em algum
lugar sem serem percebidos pelo olhar humano. Assim sendo, tinham de estar extintos.
Ironicamente, Cuvier não acreditava na evolução das espécies, mas ao demonstrar que as
extinções eram possíveis, abriu um importante caminho para o fortalecimento da teoria
evolucionista.
- Os imigrantes sempre mudam os hábitats das áreas para onde se deslocam, através da
introdução de seus próprios patógenos, para seu próprio benefício;
- A seleção prévia (e aquisição de imunidade) contra patógenos já existentes e a
introdução de novos patógenos são as principais “armas” que os imigrantes tem a
disposição para conquistar novas terras;
- Animais de grande porte e com longo ciclo de desenvolvimento ontogenético são mais
suscetíveis a serem extintos, devido a sua especialização e baixa diversidade genotípica.
Mas, mesmo com a confirmação de que houve uma extinção em massa no final do
Permiano, continua sendo verdade que a Pangea não se formou de um momento para outro.
Então, será que os dois fatores não estão diretamente relacionados? Qual/quais das causas
citadas foram realmente as responsáveis por esta extinção?
Observando a figura 2, torna-se evidente a complexidade da tarefa de avaliar a
influência individual de cada um dos fatores envolvidos ou uma eventual combinação de
alguns deles. Desse modo, é impossível definir com certeza qual foi a composição de fatores
que levou ao ponto crítico que desencadeou a extinção em massa do final do Permiano.
Mesmo que fosse possível, esta informação valeria apenas para este caso específico, porque
em cada uma das outras grandes extinções os cenários foram diferentes.
Entretanto, como a extinção do final do Permiano envolve a participação de quase
todos os “vilões” conhecidos e é uma das mais bem estudadas, vamos avaliar, a seguir, com
base principalmente nos trabalhos de Jablonski (1986) e Erwin (1993), o potencial de cada um
dos processos listados na figura 2 como causadores de extinções.
Redução de nutrientes
Os produtores primários, representados basicamente pelo fitoplâncton marinho,
formam a base da cadeia alimentar, e qualquer variação significativa na sua quantidade pode
causar sérios problemas ao ecossistema inteiro. Os principais nutrientes consumidos por eles
são os minerais trazidos para os oceanos, provenientes da erosão das rochas continentais.
Existem hipóteses que mencionam a contribuição para o cenário na redução da taxa
destes nutrientes, como a redução de atividade orogênica (baixos relevos = menos erosão =
menos nutrientes), a retenção de matéria orgânica dentro dos continentes (grandes turfeiras =
camadas de carvão) e a acumulação destes nutrientes no fundo dos oceanos pela falta de
correntes de ressurgência.
O ponto fundamental, porém, é que não há como negar que uma redução drástica nos
produtores primários pode levar a uma reação em cadeia, com efeitos catastróficos, e que isto
parece ter ocorrido várias vezes ao longo da história do planeta. Uma das causas potenciais
mais prováveis, neste sentido, correspondera a episódios de anoxia dos oceanos.
Figura 4. Rota das principais correntes oceânicas que circulam ao redor da Terra.
Vulcanismo
O primeiro efeito potencial do vulcanismo sobre os organismos é a criação de uma
nuvem de poeira que irá bloquear a passagem do Sol. Num primeiro momento, isto causaria
um rápido resfriamento da atmosfera e afetaria a fotossíntese dos vegetais, podendo causar
uma extinção destes e, por “efeito dominó”, dos animais que deles se alimentam. Num
segundo momento, o acúmulo de CO2 na atmosfera aumentaria o efeito estufa. Além disso,
teríamos a ocorrência de chuvas ácidas, devido à presença de enxofre, que envenenariam tanto
o ar quanto a água dos oceanos e corpos de água doce. Mais acima, a camada de ozônio seria
reduzida, pela reação do oxigênio com os gases jogados na atmosfera, diminuindo a proteção
que fornece contra os nocivos raios ultravioleta. O excesso de radiação poderia ser fatal para
muitos seres vivos e causar mutações deletérias em outros tantos.
Entretanto, o efeito de uma erupção vulcânica depende do volume e da composição
das lavas e também do tipo de erupção. Para gerar poeira na estratosfera, é necessário
erupções explosivas, o que dificilmente acontece. Justamente no final do Permiano, registra-
se um dos maiores derrames basálticos da história. Para explicar tal acontecimento, propõe-se
que o fenômeno gerador desses derrames teria sido o impacto de um grande corpo
extraterrestre contra a Terra, “rasgando” a crosta e gerando, desse modo, tanto lavas
explosivas quanto efusivas. No final de Triássico e Cretáceo também houve registros de
erupções explosivas causando alterações no clima e mudando a composição química dos
ecossistemas.
Paleogeografia
As margens continentais das diversas placas possuem diferentes províncias faunísticas,
cujos limites são controlados por fatores climáticos e pela distância entre as mesmas. Quanto
maior a separação entre estas, maior o grau de endemismo e, consequentemente, de
variabilidade de fauna e flora. Ao contrário, a aproximação das placas levaria a uma
competição entre biotas originalmente isoladas umas das outras e a uma queda na diversidade.
Além disso, a formação de grandes continentes interferiria na circulação atmosférica e levaria
a um aumento na sazonalidade ao longo das plataformas continentais, gerando uma
instabilidade na produção de nutrientes, a qual afetara a as cadeias tróficas, com efeitos em
larga escala.
No caso da extinção do permo-triássico, que representaria, através da formação da
Pangea, justamente o exemplo extremo desta hipótese, as opiniões se dividem. Inicialmente,
discute-se o tempo envolvido na aproximação e choque entre as várias placas, que iniciou no
final do Carbonífero e prolongou-se até o Triássico, o que faria com que o padrão das
extinções fosse gradual e não concentrado num único episódio.
CONCLUSÃO
Em função de tudo que foi apresentado, fica evidente que o estudo das extinções
constitui-se num dos mais complexos e fascinantes campos da ciência, pois engloba desde
aspectos intrinsecamente biológicos, referentes aos processos evolutivos dos organismos,
passa pela interação destes organismos com os processos geológicos, busca os sinais desta
interação no registro geológico e paleontológico e chega até a questão da interação da Terra
com o sistema solas e o Universo.
Entretanto, todos estes fatores, em seus diferentes níveis de atuação, individualmente
ou em conjunto não estão intrinsecamente apenas ligados apenas a questão da erradicação de
alguns ou vários organismos, mas sim ao processo de evolução da vida em nosso planeta, pois
as extinções fazem parte desse processo. Tudo o que existe hoje é o resultado deste
permanente balanço entre o surgimento e o desaparecimento de espécies, seja de modo
contínuo ou descontínuo.
ATIVIDADE PARA DISCUSSÃO
A SEXTA EXTINÇÃO
O mundo está passando por uma "aniquilação biológica" de suas espécies animais,
num fenômeno que já pode ser considerado uma sexta extinção em massa e que é mais grave
do que parece. Segundo o estudo publicado na revista científica Proceedings of the National
Academy of Sciences (PNAS), há uma tendência de investidas cada vez maiores contra a
biodiversidade do planeta, resultando numa perspectiva "sombria sobre o futuro da vida,
inclusive humana". O motivo, diz o estudo: "problemas ambientais globais causados pelo
homem". Nas últimas décadas, a perda de habitat, a superexploração de recursos, os
organismos invasivos, a poluição, o uso de toxinas e, mais recentemente, as mudanças
climáticas, bem como as interações entre esses fatores, levaram ao declínio catastrófico nos
números e nos tamanhos das populações de espécies de vertebrados tanto comuns como raros.
Pesquisadores observaram que as populações de vertebrados sofreram grandes perdas,
inclusive entre as espécies que despertam pouca preocupação. Cerca de um terço (8.851) das
espécies analisadas – o que representa quase metade das espécies de vertebrados conhecidas –
apresentou declínio populacional e diminuição em termos de distribuição geográfica, mesmo
aquelas que atualmente não são consideradas como sob risco de extinção. Já entre os 177
mamíferos estudados, todos perderam 30% ou mais em distribuição geográfica, com mais de
40% registrando um declínio populacional severo, com encolhimento superior a 80%, como
guepardos, orangotangos, leões, girafas, etc.
Desmatamento, queima de combustíveis fósseis, uso de agrotóxicos, caça e pesca
intensiva, urbanização, introdução de espécies exóticas, dentre muitos outros fatores estão
causando a extinção de muitos animais, como a ararinha-azul, que, em notícias recentes, foi
considerada extinta da natureza. Algumas espécies de tartarugas-marinhas, onça-pintada,
lobo-guará, arara-vermelha e muitos outros animais que vivem na fauna brasileira correm
riscos por fatores citados acima. Os biomas brasileiros também correm sérios riscos de serem
eliminados em questão de poucos anos, como a Floresta Amazônica e o Cerrado, dois dos
maiores biomas, devido à desmatamentos e o aquecimento global. Se providências não forem
tomadas por nós seres humanos, enfrentaremos a maior extinção da história da Terra.
Diante do que foi lido, percebemos que as extinções ocorreram de maneira natural e
gradual ao longo do tempo. Você acredita que nós seres humanos, somos responsáveis
pelas catástrofes atuais? De que maneira? E como podemos frear esse processo?
Como foi dito no texto acima, diversas espécies estão correndo risco de se
extinguirem. Qual a importância de investir em projetos de preservação que
contemplem apenas uma ou duas espécies? Se elas deixarem de existir que falta
fariam?
Recentemente, foi feita uma proposta pelo Japão à Comissão Baleeira Internacional,
para a liberação da caça comercial de baleias, que já estava proibida em todo o mundo
há 32 anos. O que você pensa sobre isso, considerando que a caça poderia ser um
importante fator econômico de alguns países com a produção de óleos e produtos
derivados?