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EXAME
DISCIPLINA: FILOSOFIA; MÓDULO 1
GRUPO I
1.
«A maravilha [ou admiração, ou espanto] foi, antes como agora, a causa pela qual os homens
começaram a filosofar.»
Aristóteles
Qual das seguintes afirmações concorda com a frase de Aristóteles? (indique a alternativa correcta)
2.
A Filosofia é … (indique a alternativa correcta)
3.
«O valor da Filosofia, em grande parte, deve ser buscado na sua mesma incerteza.»
B. Russell
Esta afirmação significa que … (indique a alternativa correcta)
a) a Filosofia, porque põe em causa a possibilidade do espírito humano atingir a verdade, é dogmática.
1
b) a formulação de questões é um dos aspectos centrais da Filosofia; a maior parte das vezes as
perguntas são até mais importantes do que as respectivas respostas.
c) a Filosofia não pode partir de dúvidas, pois desta forma não é possível construir conhecimento.
d) filosofar é ver tudo de forma clara e distinta, sem qualquer dúvida.
4.
«Filosofar significa estar a caminho.»
K. Jaspers
Qual das seguintes afirmações pode concordar com a frase de K. Jaspers?
a) A Filosofia sabe-se permanentemente aberta ao erro e tem portanto um racional propósito de emenda.
b) Todos os filósofos seguem o mesmo caminho, isto é, todos têm a mesma ideia ou definição de
Filosofia.
c) A Filosofia, ao longo da sua história, não se preocupou em tornar claros e delimitar rigorosamente os
pensamentos, deixando-os sempre turvos e vagos.
d) O ideal de objectividade concretiza-se na Filosofia como se concretiza nas ciências.
5.
«É a procura da verdade e não a sua posse que constitui a essência da Filosofia, muito embora
tenha sido frequentemente traída pelo dogmatismo (…).»
K. Jaspers
No texto de K. Jaspers … (indique a alternativa correcta)
6.
Dizer que a Filosofia não é a posse dogmática do saber significa … (indique a alternativa correcta)
7.
A Filosofia, como actividade crítica, consiste apenas em dizer mal dos outros.
Esta afirmação é … (indique a alternativa correcta)
8.
O filósofo ousa pensar por si mesmo, servindo-se da sua própria razão de modo livre.
Esta afirmação refere-se à … (indique a alternativa correcta)
a) radicalidade.
b) universalidade.
c) autonomia.
d) historicidade.
9.
«O que é o conhecimento?»
Esta pergunta constitui um exemplo de uma questão … (indique a alternativa correcta)
2
a) ontológica.
b) gnoseológica.
c) axiológica.
d) metafísica.
10.
Na base do nosso discurso e do nosso pensamento encontram-se três instrumentos lógicos, sem
os quais não seria possível um discurso organizado e devidamente estruturado.
Tais instrumentos são … (indique a alternativa correcta)
11.
«Instrumento mental que nos permite pensar as mais diversas realidades, sejam materiais ou
espirituais, fornecendo uma representação intelectual, abstracta e geral das características
comuns a um conjunto de seres.»
Esta definição convém a … (indique a alternativa correcta)
a) raciocínio
b) conceito
c) termo
d) juízo
12.
Qual das seguintes frases é uma proposição? (indique a alternativa correcta)
13.
A verdade e a falsidade ocorrem apenas ao nível dos juízos ou proposições.
Esta afirmação é … (indique a alternativa correcta)
14.
«Tudo quanto realizamos é parte da nossa conduta, mas nem tudo o que realizamos constitui uma
acção.»
J. Mosterín
Em conformidade com esta afirmação, é correcto dizermos que … (indique a alternativa correcta)
a) o ser humano, face àquilo que lhe acontece, não pode fazer nada.
b) podemos reservar o termo ‘acção’ para as coisas que realizamos conscientemente, dando-nos conta
de que as fazemos.
c) respirar e sonhar são acções humanas.
d) o que fazemos conscientemente e involuntariamente é uma acção humana.
15.
A acção humana é tudo o que um sujeito faz de modo consciente, voluntário ou involuntário e,
quando possível, intencional.
Esta afirmação é … (indique a alternativa correcta)
3
a) verdadeira, pois é unicamente a consciência que define a especificidade da acção humana.
b) falsa, porque na acção humana também pode haver lapsos de consciência.
c) verdadeira, obviamente.
d) falsa, porque a acção humana é tudo o que um sujeito faz de modo consciente, voluntário e intencional.
16.
O motivo é a razão invocada para tornar a acção intencional compreensível e racionalizável tanto
para o agente como para os outros.
Esta afirmação … (indique a alternativa correcta)
17.
Considerando os conceitos de deliberação e decisão, indique a alternativa correcta:
18.
Indique qual das alternativas relaciona adequadamente liberdade e responsabilidade.
a) Liberdade significa fazer tudo o que queremos ou nos apetece e, por isso, não implica a
responsabilidade.
b) O agente, sendo o autor das acções e tendo-as realizado de uma forma voluntária, consciente e
intencional, não pode, assim, ser responsabilizado pelos seus actos.
c) Responsabilizar o agente por uma acção, qualquer que ela seja, é pressupor que o agente é livre, isto
é, que ele tem o poder de escolher entre alternativas possíveis aquela que quer realizar, sem ser
constrangido ou coagido.
d) Dado que a liberdade é uma ilusão, o conceito de responsabilidade só pode ser considerado como algo
pouco definido.
19.
Para os deterministas a liberdade é uma ilusão, porque … (indique a alternativa correcta)
a) por mais que queiramos, estamos irremediavelmente sujeitos ao que nos acontece.
b) nós parecemos omnipotentes, mas só na medida das nossas possibilidades.
c) a nossa liberdade está limitada por um conjunto vasto de situações que a condicionam e, ao mesmo
tempo, a tornam possível.
d) não somos omnipotentes, mas podemos fazer tudo o que quisermos.
20.
A afirmação da liberdade e da responsabilidade é a conclusão quer do determinismo radical quer
do indeterminismo.
Esta afirmação é … (indique a alternativa correcta)
GRUPO II
4
Indique se as afirmações seguintes são verdadeiras (V) ou falsas (F).
1.
“Concreto” designa aquilo que existe de facto, opondo-se ao que é apenas pensado.
2.
A verdade é sempre verdade aqui e agora, em relação a alguma coisa: é uma posição e, por isso, não
pode absolutizar-se.
3.
Nenhum filósofo é influenciado pela sua cultura, pelos modos de pensar, sentir e agir da sua época
histórica; é este facto que define a especificidade da Filosofia.
4.
O livre-arbítrio corresponde a uma vontade livre e responsável de um agente racional.
5.
O raciocínio é o encadeamento de dois ou mais juízos, estruturados de tal forma que deles se pode
extrair uma conclusão.
6.
O homem é o grande mistério do próprio homem, já que todos os mistérios decorrem, afinal, das suas
inquietações.
7.
Uma verdadeira acção não é necessariamente intencional, pois também pode ser inconsciente.
8.
O indeterminismo defende o incompatibilismo entre a liberdade e o determinismo.
9.
O determinismo defende que tudo o que acontece tem uma causa, introduzindo as noções de acaso e de
aleatório.
10.
Respirar e transpirar são exemplos de algo que fazemos consciente e involuntariamente.
11.
A intenção responde à pergunta quê?, que fazes? Serve, pois, para identificar, para nomear, para denotar
a acção.
12.
Deliberar implica decidir o que fazer em determinada situação.
13.
Ao contrário do determinismo, a perspectiva indeterminista não recusa a liberdade nem desresponsabiliza
o agente.
14.
Muitas vezes decidimos sem antes deliberarmos; portanto, o processo de deliberação ocorre sempre
depois do processo da decisão.
15.
Todos os comportamentos conscientes podem ser considerados acções humanas.
16.
A intenção é de alguém, o motivo é o que leva alguém a fazer algo.
17.
“Abstracto” opõe-se ao que é apenas pensado, portanto, ao universal.
18.
A decisão corresponde à opção consciente e livre por uma das alternativas possíveis. Implica a aceitação
de todos os resultados que dela possam decorrer.
19.
5
A atitude filosófica nem sempre implica autonomia.
20.
A Filosofia não se satisfaz com o imediato.
21.
O saber filosófico é um saber reflexivo, interrogativo, crítico, universal, radical, aberto e autónomo.
22.
A Filosofia institui um pensamento dogmático.
23.
O conhecimento filosófico é crítico e fechado.
24.
O questionar filosófico não admite outras perspectivas face à mesma situação.
25.
Filosofar significa chegar à verdade.
GRUPO III
1.
«Reservar a Filosofia aos que se dizem filósofos seria tão ridículo como proibir de cozinhar os que
não são cozinheiros profissionais.»
A. Jacquard
Esclareça em que medida se pode aceitar a afirmação de A. Jacquard.
2.
«Em relação ao Homem a tendência geral é acreditarmos na liberdade, a qual é vulgarmente
entendida como o oposto do determinismo.»
A Cor das Ideias, pág. 94.
Distinga os conceitos: determinismo e liberdade.
…/…
6
A inadequação das resposta às questões formuladas no Grupo III implica uma pontuação de 0
(zero) pontos.
GRUPO I
1. c)
2. d)
3. b)
4. a)
5. d)
6. c)
7. d)
8. c)
9. b)
10. d)
11. b)
12. c)
13. d)
14. b)
15. d)
16. b)
17. c)
18. c)
19. a)
20. d)
GRUPO II
1. V
2. V
3. F
4. V
5. V
6. V
7. F
8. F
9. F
10. V
11. V
12. F
13. F
14. F
15. F
16. V
17. F
18. V
19. F
20. V
21. V
22. F
23. F
24. F
7
25. F
GRUPO III
1.
2.
O determinismo significa o princípio segundo o qual tudo o que acontece depende rigorosamente dos seus
antecedentes e das suas causas, de modo que o resultado é previsível. Poderia admitir-se este princípio se aplicado a
determinadas áreas da realidade física. De facto, se largarmos uma pedra do alto de um prédio é facilmente previsível
o seu comportamento: ela cairá em virtude das leis da gravidade. Mas o determinismo não de pode aplicar a todas as
áreas da realidade e, muito particularmente, ao homem.
Como se diz no texto, “em relação ao Homem, a tendência geral é acreditarmos na liberdade”; o
comportamento humano não é previsível da mesma forma que o é o da pedra que cai do alto do prédio. Apesar dos
factores que condicionam o seu agir (condicionantes da acção), o ser humano dispõe de uma margem em que tem
necessidade de decidir e responsabilizar-se pelas suas decisões e actos. Escolhemos/optamos sempre entre várias
possibilidades; por muito limitadas que sejam as circunstâncias, nunca temos um só caminho a seguir, mas sempre
vários. De facto, como diz F. Savater, “não somos livres de escolher o que nos acontece (…), mas somos livres de
responder desta ou daquela maneira ao que nos acontece”.