MAST E PLANETÁRIO: diferenças e semelhanças e a relação com a museologia
Laura Soares Maffei
Ao visitar os locais supracitados, percebemos inúmeros quesitos que nos levaram a refletir sobre a relação de ambos com a museologia propriamente dita. Ambos locais tem espaços cuja nomenclatura traz a palavra Museu, no MAST, isto está explícito na sigla, MUSEU DA ASTRONOMIA E CIÊNCIAS AFINS, e o Planetário, possui o MUSEU DO UNIVERSO, que possui três andares dos quais dois destinam-se a exposições temporárias e o térreo a uma permanente. Segundo Nora, a “aceleração da história” na qual vive a sociedade, a faz cada vez mais constituir locais de memória, já que a memória tradicional, passada de geração em geração pelas sociedades primitivas vai se esfacelando. Esta sensação de memória esfacelada nos faz buscar perpetuar aquilo que poderá nos remeter ao passado, seja ele recente ou remoto. Se avaliarmos, os locais em questão, ambos reservam em seus acervos espaços para exibição de objetos e histórias que no cotidiano perdem ao concorrer com a avalanche de informações que se despenca das telas luminosas que nos cercam. Há também, uma característica museológica comum entre ambos, que trata da socialização da informação, das curiosidades históricas e científicas acerca de tudo que nos envolve. Se nos primórdios os Gabinetes de Curiosidades eram privilégios de uma elite social e cultural, os museus vem com o legado de difundir esses conhecimentos entre uma camada mais grossa da sociedade. Ainda dentre as semelhanças, podemos descrever a observação do céu. Ambos locais dispõe de horários especificamente dedicados a esta prática. No entanto, o Museu do universo e o planetário, possuem uma característica didática mais evidente. A Nave Escola, os experimentos interativos, os ambientes A Terra em Movimento e Nós e o universo, os monitores touchscreen que fazem uma alusão ao tempo com o título Que horas são? e o Espaço Astronomia Ontem e hoje indiscutivelmente possuem uma natureza favorável ao ensino-aprendizagem muito forte. Até mesmo as exposições que não são permanentes, como a Expoluz e o Universo Deslumbrante tem em impressas um caráter bastante educativo. Outro fator que nos despertou atenção foi como o Museu se aproximou até da biblioteconomia, mantendo um local com mais de 2 mil livros de astronomia e ciências afins para consulta dos visitantes. A própria linha temática do acervo livreiro nos reporta de volta a uma semelhança com o MAST. Já no MAST, verificamos uma exposição alusiva ao Eclipse que comprovou a veracidade da teoria de Eisten que veio a Sobral especialmente para apreciá-lo. Todavia, o museu mostrava neste acervo peças, máquinas, que majoritariamente não possuíam uma possibilidade interativa, salvo o espaço reservado a tratar da astronomia e do cosmos. Vale ressaltar, que do ponto de vista da memória, ambos parecem ter essa preocupação em preservar os registros, as fontes, e os experimentos que permearam a evolução científica das áreas que abrangem.