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Teste de ATC – 2º período 20/3/2020

Patrícia Manso

1. Em “Sacrificial Dance” a métrica é claramente irregular, com mudanças de compasso


frequentes (2/16, 3/16, 2/8, 5/16) utilizadas para a repetição irregular de motivos
rítmicos. “The Augurs of Spring” por outro lado, embora mantenha a repetição
irregular de motivos, fá-lo através de métrica regular, mantendo sempre o compasso
2/4 e utilizando acentuações em tempos diferentes.

2. O primeiro excerto, que pertence à introdução, começa com uma melodia simples e
repetitiva, baseada em música folclórica, com algum diálogo entre fagote e clarinete.
A textura é praticamente monofónica, com algumas intervenções de outros
instrumentos com função principalmente harmónica. O ritmo é bastante livre, mas já
se nota algo dos motivos irregulares que surgirão mais para a frente na obra.

O segundo excerto, “The Augurs of Spring”, introduz uma textura mais densa em que
o fator principal é o ritmo. Este dá direção à música, mais do que a harmonia, que se
apresenta principalmente em terceiras. Embora o ritmo nas cordas seja
essencialmente o mesmo, com 4 colcheias por compasso em staccato, há um
elemento de surpresa nas acentuações, reforçadas pelas trompas, criando um padrão
de motivos que trazem alguma ambiguidade à sensação do compasso. Este padrão vai
sendo repetido ao longo do excerto, muitas vezes incompleto, intercalado com
secções contrastantes de textura mais reduzida. Quando este padrão se deixa de
ouvir, sobressai um ostinato do corne inglês, quase semelhante ao “tic tac” do relógio.
Entretanto, os sopros vão interpelando este ciclo com intervenções espontâneas e
fragmentos de melodias. Eventualmente ouve-se uma melodia folclórica, passada de
um instrumento para o outro. A textura vai ficando cada vez mais densa até ser
abruptamente interrompida.

No terceiro excerto, “Sacrificial Dance”, a textura rítmica faz-se sentir novamente,


com padrões repetitivos de motivos rítmicos, sentindo-se muito a métrica irregular
que era apenas sugestionada no excerto anterior. A harmonia é densa, novamente
com as terceiras sobrepostas e não tem um papel principal na direção da música,
como tem o ritmo. Os motivos apresentados no início do excerto vão sendo repetidos,
por vezes ligeiramente alterados, com mais ou menos instrumentos. A irregularidade
e imprevisibilidade do ritmo traz uma sensação de precariedade e urgência à música,
muito apropriada ao tema.
3. Na 2ª peça para piano, começamos com duas notas, sol e si, repetidas num padrão
bem definido. Ao analisar este padrão mais atentamente, entre os compassos 1 e 3,
verifica-se que se apresenta uma simetria na duração das notas e pausas, com o eixo
sensivelmente a meio do compasso 2. Até aqui tudo sugere SolM, até ao que parecia
ser a sensível, fá#, ser seguida de um ré# que destrói esta noção de tonalidade. Esta é
a primeira sugestão de pantonalismo na peça, a tentativa de evitar que uma
tonalidade prevaleça e contrariar resoluções. Segue-se uma sequência melódica que
sai completamente fora da ideia de SolM. Esta sequência de notas, feita por terceiras,
o intervalo mais presente na peça, tem também uma simetria (3M, 3m, 4A, 3m, 3M),
com eixo na 4A, o intervalo que divide a oitava perfeitamente a meio. O compasso 5
começa logo com um exemplo claro de pantonalismo: um acorde do mais tonal que
existe, 7ªDom, que sugere Dób, sobreposto com dó e mib, que sugerem Dóm. Estes
coexistem sem nenhum se afirmar e são seguidos imediatamente de outro exemplo
de pantonalismo: a terceira fá# lá#, meio tons que resolveriam para sol e si, são
tocadas na oitava de baixo e “resolvem” por deslocamento para a oitava superior,
quebrando a sensação de resolução. Seguimos para o compasso 6 com uma sequência
de 3as paralelas que terminam em dois acordes perfeitos menores (consonâncias
simples) sobrepostos: si e si#, voltando a um padrão rítmico semelhante ao inicial,
também com simetria presente, e terminando a peça com um acorde composto de 5
3as, também ele simétrico: 3M, 3M, 3m, 3M, 3M.

Já na 6ª peça para piano, dedicada a Mahler aquando do seu falecimento, o intervalo


em questão já não é a 3ª mas sim a 4ª, também uma característica do pantonalismo
(acordes por 4ªs). Tem a característica de o âmbito de dinâmicas ir de p até pppp. Está
dividida em 3 partes, a primeira até ao compasso 6 inclusive, a segunda nos compassos
7 e 8, e uma espécie de reexposição da primeira secção no compasso 9. Inicia-se com
notas sustentadas num jogo de ressonâncias, num acorde em registo agudo, com uma
4ª entre as duas notas superiores, seguido de um segundo acorde, em registo mais
grave, composto de duas 4ªs. Estes dois acordes serão o elemento unificador da peça
e são repetidos várias vezes. O primeiro poderia ser um acorde de fá# menor mas é
destabilizado pela 4ª com si. Já o segundo, não sugere qualquer tonalidade e quebra
qualquer sensação tonal que o primeiro poderia ter criado. No compasso 3 surge um
curto elemento melódico, em meios tons. Voltam a surgir os dois acordes nos
compassos 5 e 6, mas seguidos de dois novos acordes que representam novamente
um exemplo de pantonalismo: uma harmonia com apogiatura de meio tom mas sem
resolução, com um acorde que poderia sugerir um V com 7, com apogiaturas dó, fá e
lá# (sib) para si, mi e si, respetivamente, mas que em vez disso termina em fá#. A
segunda secção começa com o motivo melódico mais longo da peça, não aludindo a
nenhuma tonalidade em particular, sugerindo apenas ré maior por breves momentos.
Segue-se um acorde de 7 notas, com um motivo melódico sobreposto. Termina a peça
no último compasso com a reexposição dos dois acordes principais e um movimento
descendente em registo grave.

4. Como já mencionado, na 2ª peça, Schoenberg utiliza dois padrões rítmicos simétricos,


que criam coerência na peça. Não só no ritmo, este tipo de estrutura simétrica aparece
também em motivos melódicos e acordes. Não existindo estrutura tonal, que no
tonalismo era utilizada para criar momentos de tensão e repouso e direção clara na
música, o pantonalismo de Schoenberg usava estruturas deste tipo para gerar
movimento e repouso, que não era fornecido harmonicamente ou melodicamente, e
uma estrutura mais definida às peças que de outra forma se tornariam talvez
demasiado ambíguas e instáveis.

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