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CÂNCER, DIETA E EXERCÍCIO

Davi Hipólito Gomes


Isabela Oliveira Morais
João Victor Vieira
Leandro Arruda Nunes
Paula Amanda S. Borges

Introdução

A definição de câncer é dada como uma enfermidade multicausal crônica,


caracterizada pela proliferação descontrolada das células, resultado de alterações do
código genético. Levando em consideração o fato de que há um século essa doença
era menos frequente e as pessoas morriam principalmente por meio de doenças
infectocontagiosas, hoje pode-se dizer que essa realidade mudou e o câncer é a
primeira causa de mortalidade no mundo. Dessa forma sua prevenção tem tomado
uma dimensão bastante significativa no campo da ciência. As causas do
desenvolvimento das variadas formas mais comuns de câncer apresentam-se como
produtos de uma equação entre fatores exógenos (presentes no meio ambiente) e
endógenos (como hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas).
Entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas. As
mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os hábitos e o estilo de
vida podem aumentar o risco de diferentes tipos de câncer. Nesse sentido, segundo
dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), cerca de um terço dos
casos de câncer poderiam ser evitados, pois grande parte das causas para o
aparecimento da doença seria provocada por fatores ambientais, para tanto, seria
necessário que as pessoas se informassem sobre tais fatores e se orientassem para
uma mudança de estilo.
Pesquisas epidemiológicas demostram uma estreita relação do
desenvolvimento do câncer, com o modo de vida, inatividade física e aspectos
relacionados à nutrição. Dessa forma, como medida preventiva, a literatura disponível
preconiza a atividade física e uma dieta que englobe a alta ingestão de alimentos ricos
em antioxidantes, tais como frutas e hortaliças em geral. Desse modo, o objetivo
central deste trabalho concentra-se em relacionar e expor, através de pesquisa
bibliográfica, a relação entre câncer, dieta e exercício.
Características epidemiológicas do câncer

A distribuição da incidência e mortalidade do câncer é fundamental para


compreender a epidemiologia da doença, desde a sua etiologia até os fatores
prognósticos relacionados a cada tipo de tumor maligno. Esse conhecimento é
fundamental para nortear as medidas de controle da doença, uma vez que permite
avaliar as possibilidades de prevenção e cura, bem como sua efetividade, e a
resolutividade do sistema de saúde. O Ministério da Saúde utiliza os dados de
incidência e mortalidade para o cálculo das estimativas de incidência e mortalidade de
câncer para os próximos anos, o que permite um planejamento das estratégias de
combate considerando seu impacto na população.
Observa-se que o tipo de câncer que apresenta maior taxa de incidência é o de
pele-não melanoma. Este tumor embora tenha uma baixa letalidade, pode levar a
ulcerações e deformidades físicas graves, se não diagnosticado precocemente, mas,
se tratado em tempo oportuno, apresenta elevados índices de cura. Uma vez que os
fatores de risco são conhecidos, torna-se necessária a implementação de programas
de prevenção e detecção precoce do câncer de pele. Logo após o câncer de pele não
melanoma, podemos observar que as maiores incidências de câncer estimadas para
mulheres são: mama, colo uterino, cólon e reto pulmão e estômago. Estes tumores
estão relacionados a alguns fatores de riscos identificáveis, como por exemplo,
tabagismo, doenças sexualmente transmissíveis, dieta rica em gordura e pobre em
fibras etc.
Para os homens, os tipos de câncer com maior incidência seriam de acordo
com as estimativas do Ministério da Saúde: próstata, pulmão, estômago, cólon e reto,
cavidade oral e esôfago. A ocorrência destes tumores também está relacionada a
alguns fatores de riscos identificáveis, como, tabagismo, etilismo, dieta rica em
gordura em pobre em fibras etc. Para se determinar o impacto do câncer na
população, também é necessário conhecer as taxas de mortalidade pela doença. De
acordo com o Ministério da Saúde (2005), no ano de 2003 foram registrados 132.980
óbitos por câncer no Brasil, sendo que 71.800 ocorreram no sexo masculino e 61180
no sexo feminino. Os tumores com maiores taxas de mortalidade foram: mama,
esôfago, pulmão cólon e reto, para mulheres; pulmão, próstata, estômago, esôfago,
cólon e reto, para homens.

A nutrição como fator anticarcinogênico


Diversos estudos evidenciam que a alimentação desempenha uma ação
fundamental nos estágios iniciais, de promoção e propagação do câncer, destacando-
se entre outros fatores de risco. Entre as mortes atribuídas à doença em decorrência
de fatores ambientais, a dieta contribui com cerca de 35%, seguida pelo tabaco (30%)
e outros, como condições e tipo de trabalho, álcool, poluição e aditivos alimentares, os
quais contribuem com menos do que 5%. Acredita-se que uma nutrição adequada
preveniria cerca de três a quatro milhões de novos casos de cânceres a cada ano.
As frutas e as hortaliças assumem posição de destaque nos estudos que
envolvem a prevenção do câncer. Van Duyn & Pivonka destacaram as evidências
epidemiológicas de que o consumo de frutas e hortaliças tem um efeito protetor contra
diversas formas de câncer. Ao fazer uma projeção na estimativa de prevenção, supõe-
se que o aumento no consumo de frutas e hortaliças pode promover uma redução na
incidência global de câncer, que varia de 7% (estimativa conservadora) a 31%
(estimativa otimista). Tendo por base os resultados das pesquisas avaliadas, os
comitês foram unânimes em recomendar o aumento na ingestão de frutas e hortaliças,
visando a prevenção do desenvolvimento do câncer, uma vez verificadas as
evidências do efeito protetor do consumo de hortaliças e frutas sobre diversos tipos de
câncer.
Há algumas décadas tem sido enfatizado o efeito protetor da fibra alimentar
contra o câncer de cólon e reto. Este conceito foi sugerido por Burkitt em 1971, que
relacionou a elevada ingestão de fibras com a baixa incidência desse tipo de câncer
entre a população do leste da África. A World Cancer Research Fund, após
desenvolver metanálise, envolvendo 129 estudos e analisar outros 13 de caso-
controle, considerou convincente a associação das fibras alimentares com a redução
do risco de câncer de cólon e reto.
Inúmeros fitoquímicos, como isoflavonas (genisteína, daidzeína), lignanas
(matairesinol, secoisolariciresinol), terpenos e carotenóides entre outros, presentes em
diversos alimentos, são identificados como tendo papel preventivo contra várias
formas de câncer. Os fitoquímicos podem interferir direta ou indiretamente na
prevenção do câncer, uma vez que participam em diversas etapas do metabolismo;
por exemplo, atuando como antioxidantes ou na redução da proliferação de células
cancerígenas. A soja, bem como seus derivados, são apontados como tendo um efeito
protetor em relação às várias formas de câncer, tanto naqueles hormônio-
relacionados, quanto em outros tipos de neoplasias.
No que diz respeito à suplementação, as células T demandam energia massiva
para combater o câncer; no entanto, os reguladores metabólicos que controlam a
imunidade antitumoral das células T apenas começaram a ser revelados. Ao estudar
o uso de nutrientes das células imunes infiltradas em tumores em camundongos, um
estudo, de Di BIASI, et al, detectou um nítido aumento da expressão de um gene CrT
(Slc6a8), que codifica um transportador de superfície que controla a captação de
creatina pela célula. Utilizando camundongos não reagentes para CrT, mostrou-se
que a deficiência de captação de creatina prejudicava gravemente o efeito imunitário
de células T antitumorais. A suplementação de creatina a camundongos suprimiu
significativamente o crescimento de tumores em vários tipos de tumores de
camundongos. A combinação da suplementação de creatina com o tratamento com
PD-1 / PD-L1 mostrou supressão sinérgica do tumor com eficácia. Demonstrou-se
ainda que a creatina atua como uma "bateria molecular", conservando a bioenergia
para alimentar as atividades das células T. Portanto, tais resultados identificaram a
creatina como um importante regulador metabólico que controla a imunidade
antitumoral das células T, sublinhando o potencial da suplementação de creatina para
melhorar as imunoterapias de câncer baseadas em células T.

Exercício Físico e Câncer

Pacientes com câncer desenvolvem quadro de catabolismo intenso, resultando


em eventos de fadiga, caquexia, entre outras complicações pertinentes a doença. Na
atualidade, pesquisador vem investigando os efeitos do exercício físico para a
melhoria da qualidade de vida dos pacientes oncológicos, dentre os quais exercício
físico e ou atividade física. O sedentarismo é responsável por alguns tipos de
cânceres, mesmo em pessoas com peso corporal adequado. Estima-se, segundo
pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, que o estilo de vida sedentário esteja
associado à pelo menos 5% das mortes por câncer.
Estudos mostram que a atividade física regular tem papel protetor em alguns
tipos de câncer, principalmente o de cólon e aqueles relacionados aos hormônios
femininos tais como o de mama e de endométrio. Estima-se que cerca de 5% de todas
as mortes por câncer no mundo estão associadas à inatividade física e que indivíduos
que desempenham ocupações profissionais mais ativas têm menor chance de
desenvolver câncer. OO sistema imunológico é composto por variados tipos de
células, cada qual com diferentes funções e distribuições no corpo e dividido em dois
grupos, a imunidade inata e a imunidade adquirida. As células que pertencem à
imunidade inata são os granulócitos, os monócitos/macrófagos, as células dendríticas
e as células natural killer (NK). Já os linfócitos T e B fazem parte da imunidade
adquirida.
O exercício físico promove o aumento significativo no número das células
natural killer (NK) circulante é células que possuem papel importante na imunidade
inata e tanto a quantidade quanto a sua atividade no sangue, sofrem uma grande
flutuação durante e após o exercício físico. O treinamento pode induzir uma
redistribuição das células NK, que pode ser observadas logo após o término do
exercício, podendo refletir em um processo de recuperação e adaptação em reposta
ao estresse fisiológico. A atividade física regular e orientada está associada a um risco
diminuído para cânceres de fígado, cólon, pâncreas, mama e estômago. Durante
determinados períodos da vida, como a adolescência, a atividade física pode oferecer
proteção adicional contra o câncer de mama.
Além do mais, a inatividade física pode contribuir para a obesidade. Diversos
estudos clínicos bem conduzidos foram realizados nos últimos anos e os resultados
demonstram complexa relação entre obesidade, hiperinsulinemia e níveis plasmáticos
dos fatores de crescimento relacionados ao eixo da insulina. Os prováveis
mecanismos que relacionam a obesidade ao risco de câncer, envolvem a resistência à
insulina e a hiperinsulinemia crônica, produção aumentada de fator de crescimento
semelhante à insulina (insulin-like growth factor 1, IGF-1) e biodisponibilidade
aumentada de hormônios esteroides. Os hábitos alimentares também estão
relacionados ao estímulo excessivo à síntese de IGF-125. Dessa forma, de acordo
com a OMS, o excesso de peso é a segunda causa evitável de câncer, perdendo
apenas para o tabagismo, este último não abordado nesse estudo. O excesso de peso
em homens e mulheres resulta no aumento de 1,52 e 1,62%, respectivamente, no
risco relativo de morte por câncer. Entretanto, caso a obesidade fosse prevenida, se
evitariam aproximadamente 10% dos casos de morte por câncer em fumantes e 14 a
20% dos casos de morte por câncer em não fumantes.
Uma vasta gama de estudos demonstram que o exercício aeróbico moderado a
vigoroso está associado a menor risco de pelo menos sete tipos de câncer.  No
entanto, a ligação entre atividades de fortalecimento muscular e a etiologia do câncer
não é bem esclarecida. Um recente estudo, de MAZZILLI, et al, analisou a associação
do levantamento de peso com a incidência de 10 tipos de cânceres comuns. Foi
utilizada regressão multivariável de Cox para estimar taxas de risco (FC) e intervalos
de confiança de 95% (IC) para associação de levantamento de peso com incidência de
10 tipos de câncer no Estudo Nacional de Dieta e Saúde da Associação Americana de
Saúde das pessoas Aposentadas. O levantamento de peso foi modelado de forma
contínua e categorizada.  As relações dose-resposta foram avaliadas usando modelos
de spline cúbico restrito. Foi observado se as associações variavam entre subgrupos
definidos por sexo, idade e índice de massa corporal usando o teste de Wald para
homogeneidade. Em seguida, foram examinadas categorias conjuntas de EFMV e
levantamento de peso em relação ao risco de câncer para associações significativas.
Após o ajuste para todas as covariáveis, incluindo MVPA, observou-se um risco
estatisticamente menor de câncer de cólon (P trend = 0,003) em indivíduos que
levantaram peso; A FC e o IC 95% associados ao levantamento de peso baixo e alto,
em comparação com os que não levantavam peso, foram 0,75 (IC95%, 0,66-0,87) e
0,78 (IC95%, 0,61-0,98), respectivamente.  A relação entre câncer de cólon e
levantamento de peso diferia entre homens e mulheres (qualquer levantamento de
peso vs. sem levantamento de peso: HR men = 0,91; IC 95%, 0,84-0,98; FC
mulheres = 1,00; IC 95%, 0,93-1,08; P interação = 0,008). Menor risco de câncer de
rim entre levantadores de peso foi observado, mas tornou-se não significativo após o
ajuste para a EFMV (P trend = 0,06), resultando em uma FC de 0,94 (IC 95%, 0,78 -
1,12) para baixo peso levantamento e 0,80 (IC 95%, 0,59 – 1,11) para levantamento
de peso alto. Concluiu-se dessa forma, que os participantes envolvidos no
levantamento de peso tiveram um risco significativamente menor de câncer de cólon e
uma tendência a um risco menor de câncer de rim do que os participantes que não
fizeram levantamento de peso.

Considerações Finais

Conclui-se, portanto, que o desenvolvimento do câncer está principalmente


relacionado a fatores endógenos ao individuo, agentes externos que de certa forma
acabam influenciando características e modificando negativamente a fisiologia interna
do organismo. Dessa forma, a relação entre Exercícios Físicos e Dieta como recursos
anticarcinogênicos e até mesmo auxiliares durante e após o tratamento da doença é
realmente estreita. Os diversos estudos disponíveis na Literatura e até a (OPAS)
apontam que cerca de um terço dos casos de câncer poderiam ser evitados devido a
sua origem estar principalmente ligada a fatores ambientais, dado a isso, seria
necessário prioritariamente uma conscientização da necessidade da adoção de
hábitos saudáveis.

Referências

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