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TRATAMENTO ACÚSTICO

Objetivos da curso – Sumário

1. Sua ferramenta mais valiosa, o seu ouvido...................................................3

2. Percepção VS verdadeiramente alto.............................................................4

3. Decibéis.........................................................................................................7

4. Princípios de Áudio........................................................................................8

5. Meters..........................................................................................................10

6. Teste de Audição.........................................................................................15

7. Treinamento auditivo....................................................................................15

8. O Ambiente de Monitoração.........................................................................19

9. Monitores de referência................................................................................21

10. Ferramentas de medição de acústica..........................................................25

11. Monitor VS. Headphone...............................................................................26

12. Propriedades do som...................................................................................32

13. Tratamento de som......................................................................................35

14. Exercícios....................................................................................................39

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INTRODUÇÃO

Muitos produtores desconhecem ou ignoram a importância de um bom ambiente de

monitoração durante o processo de produção, mixagem e masterização de uma música.

Alguns profissionais têm a sorte de conseguir bons resultados sem um ambiente

propício para a construção e tratamento de suas músicas mas, na maioria das vezes,

essas condições tendem a gerar sonoridades problemáticas, músicas sem

balanceamento, dentre uma séries de outros problemas que podem (e provavelmente

irão) prejudicar a qualidade de suas músicas.

A maioria dos especialistas concorda que seus monitores e a sala onde você faz seu

trabalho são tão ou mais importantes do que seu DAW, samples, plugins, etc., pois a

qualidade de suas faixas depende diretamente do som que você ouve neste ambiente.

É por isso que seu estúdio precisa ser cuidadosamente estudado e lapidado.

Neste curso, você vai ter a chance de aprender conceitos de áudio, posicionamento de

monitores e também soluções simples e baratas para melhorar sua monitoração e, com

isso, aumentar suas chances de trazer suas músicas para um nível profissional.

Existem três pontos fracos quando o assunto é mixagem e masterização, são eles:

 Nossos ouvidos

 Nossas caixas de som

 Acústica da sala

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1. Sua ferramenta mais valiosa, o seu ouvido

Cuide muito de sua audição seja no estúdio, em suas apresentações, quando você está

em casa assistindo TV ou em uma casa noturna assistindo a sua banda ou DJ preferido.

IMPORTANTE: A maioria das perdas auditivas são irreversíveis. Como você vai

conseguir fazer uma boa mixagem e masterização se você não conseguir ouvir?

Os humanos conseguem ouvir qualquer som entre 20Hz até 20 kHZ, em uma diferença

de volume de 0 dB até 130 dB, além desse ponto o som fica insuportável. Confira a

tabela de volume adequado em relação ao tempo de exposição. Qualquer período acima

disto nestas condições pode danificar a sua audição.

Quando você estiver produzindo, mixando ou masterizando, o volume ideal é em torno

de 83 dB.

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2. Percepção VS verdadeiramente alto
O som mais alto é percebido como melhor

Você já deve ter escutado a ideia que que se uma música for tocada alta ela tem a

tendência de soar melhor - isso é verdade em 1933 Fletcher e Munson realizaram um

teste para analisar a percepção do volume do som em relação a sua frequência. Eles

testaram com muitos voluntários se uma outra frequência soava mais alta ou mais baixa

em relação a frequência de 1kz.

O resultado foi esse (já revisado no ISO 226 há alguns anos atrás):

Se você acompanhar a tabela acima, fica fácil de perceber que para um som no extremo

grave e extremo agudo para soar com o mesmo volume de 1kz precisa ser tocado com

um volume bem mais alto.

Só acima de 100 dBs que essas diferenças ficam menores.

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Você pode e deve aprender algumas coisas com esses experimento:

 O som mais alto, soa melhor, pois as frequências baixas e altas vão ter mais

presença

 Você deve testar a sua mixagem com diferentes volumes para analisar como ela

se comporta nestas situações

 A frequência média como tem menos variação, acaba se transformando em uma

frequência chave para que a sua mixagem fiquei melhor em diferentes situações.

Como você viu no estudo acima o nosso ouvido é mais sensível nas frequências médias

do espectro e quanto mais alto nós ouvimos, menos conseguimos perceber as

diferenças entre todo espectro.

O volume de 83 dB SPL é recomendado para fazer mixagens e masterizações, neste

volume você vai ser capaz de fazer o julgamento correto de todas as frequências e

também permanecer por pelo menos 8 horas por dia sem machucar os seus ouvidos.

Exercícios:

Coloque uma música para tocar e comece a se acostumar a monitorar em 83 dB.

Como você vai saber que está no volume correto?

A melhor forma para medir o volume de uma fonte sonora é através de um decibelímetro,

você encontra vários modelos em preços em lojas especializadas, mas também existem

bons aplicativos para iOS e Android que fazem o serviço.

Você pode escutar em volumes mais baixos ou mais altos?

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Sim, é importante testar pelo menos uma vez a sua mixagem em volumes mais altos e

mais baixos, isso pode ajudar a analisar a compatibilidade nestes diferentes volumes (a

sua música com certeza vai ser reproduzida nestes diferentes volumes).

No geral, é importante manter em 83 dB por causa da percepção das diferentes

frequências.

83 dB é um volume muito alto pra você?

Encontre o seu volume ideal, que não seja mais alto do que 83 dB.

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3. Decibéis

Como você já deve ter percebido, o ouvido humano tem funções similares a um medidor

de pressão de som. Em equipamentos analógicos, a pressão sonora é convertida em

pressão elétrica (mais conhecida como voltagem).

Todos os medidores de volume de áudio mostram o nível de voltagem em dB.

 Um dB é, no geral, a menor diferença de volume que pode ser notada se você

ouvir com cuidado. Um dB representa a mudança em pressão (em Parcal ou Pa)

ou voltagem (em Volts ou V) em cerca de 12%.

 Três dB ainda é uma mudança pequena, mas perceptível de volume (metade

ou o dobro da energia em Watts ou W).

 Seis dB muda o volume no dobro ou na metade da pressão e quatro vezes em

energia. Geralmente falamos que um mudança de +6 dB é igual a dobrar o

volume, +12 dB é de 4 vezes mais alto e de 16 dB oito vezes mais alto e assim

por diante.

Exercício:

Coloque uma música para tocar e faça mudanças de 1, 3 e 6 dB.

Como você conseguiu fazer as mudanças de dB? Você conseguiu perceber a mudança

de 1 dB ou apenas de 3 ou 6?

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4. Princípios de áudio
Ao trabalhar com engenharia de áudio, você também vai precisar ser muito bom em

relações interpessoais, além de ter um vasto de conhecimento de áudio em geral.

Imagine o seu cliente comentando que Dither pode causar distorção e que os CDs

replicados estão com qualidade mais baixa que o da Master, você não pode ficar sem

resposta para ele.

Não vamos conseguir em um curso de 85 horas aula passar todos os princípios do

áudio, se você quiser ir realmente fundo, recomendados esse livro Principles of Digital

Audio (em inglês). De qualquer forma, para o desenvolvimento do curso, é necessário

que você esteja familiarizado com os seguintes termos:

 Sample Rate (fs)

 Bit Depth

 Oversampling

 Jitter

 DC Offset

 PCM

 Sigma-Delta e DSD

Pronto para responder uma prova sobre esses assuntos?

4.1 Áudio Digital:

Como você deve saber pelos seus estúdos de teórica de áudio, o Fs (significa Sample

Rate) define a frequência máxima de resposta. A frequência máxima corresponde à

metade do Fs. Materiais que vão ser mixados podem ter diferentes qualidades, mas no

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fim das contas você vai precisar converter todos eles para a média padrão, a qualidade

de CD, que é de 44.1 kHz (com uma frequência máxima audível que fica em 22.050 kHz

- que já ultrapassa a capacidade do ouvido humano.

4.2 Bit Depht

A diferença de dinâmica (dynamic range) é definida através da diferença, descrita em

dB, entre o som mais alto e o som mais baixo na gravação.

A profundidade de bits (bit depht) ou número de bits em PCM (Pulse Code Modulation),

descreve a diferença dinâmica do áudio. Para cada bit em áudio você consegue

aproximadamente 6 dB em alcance dinâmico.

Pulse Code Modulation com Bit Depth de 4

Na qualidade de CD o alcance da dinâmica é de 96 dB. 24 bits vai te dar 144 dB em

teoria 32 Bits vai dar 192 dB.

Exercício:

Use os arquivos fornecidos e o módulo de maximizer do Izotope para descobrir o Bit

Depth dos arquivos.

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5. Meters
Existem diferentes meters, eles podem e devem ser usados para auxiliar suas tomadas

de decisão.

5.1 VU Meters

VU meters são excelentes ferramentas para determinar o volume de elementos mais

lentos na gravação.

Quando esse tipo de controle foi inventado a diferença de dinâmica de elementos era

muito menor. Atualmente, eles acabam não servindo para julgar como estão se

comportando os transients.

Esse tipo de medidor também não diz nada sobre a frequência, se eu tocar uma nota

grave ou aguda no mesmo volume o VU vai responder da mesma forma.

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5.2. Peak Meters

Peak Meters são excelentes ferramentas para determinar o volume de elementos

rápidos que passam na gravação e também são bons para monitorar se um sinal está

clipando ou quanto espaço você tem para começar a "bater no vermelho".

De qualquer forma eles não apresentam nenhum detalhe em relação às frequências, ou

traz a mesma fraqueza do VU meter.

Os Peak meters, podem variar um pouco em relação às funções oferecidas, nós

recomendamos 2 plug-ins:

Izotope Ozone 5 http://www.izotope.com/products/audio/ozone/

Sonalksis FreeG: http://www.sonalksis.com/freeg.htmHowever t

Ambos têm as seguintes funções:

Peak Hold: cria uma linha que fica estável, com o volume máximo atingido

Peak Level: marca em números quantos dB a gravação está atingindo

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Clip Indicator: indica quando a gravação está passando de 0 dB

Você também pode mudar o tempo de resposta do meter para ele responder melhor ao

som que você quer analisar.

5.3. RMS Meters

Ambos meters citados acima, tem também um RMS meter que pode trabalhar em

conjunto com o Peak Meter. O RMS Meter mede a média entre o som mais baixo e o

som mais alto. Essa medida é o loundness da música e diz muio a respeito de sua

dinâmica e peso.

Exercício:

1) Mude os parâmetros do Izotope Ozone 5 para ele trabalhar como RMS Meters

2) Estude a relação de diferentes músicas quando você usa ao mesmo tempo um Peak

Meter e um RMS Meter

Dica Importante: o exercício 2 quando bem aplicado pode se transformar em uma

espécie de prova real para ter certeza que todas as suas decisões de mixagem e

masterização foram boas.

Em alguns casos, meters poderão mostrar ambas medidas de Peak e RMS. Para saber

qual é qual, basta pensar um pouco. Se os peak meters mostram o sinal mais alto do

som enquanto os RMS meters mostram uma média entre o som mais alto e mais baixo,

é de se deduzir que a medida mais baixa sempre será a de RMS, pois é uma média. O

valor de RMS só será igual ao valor de peak se o som a ser analizado for um sinal

constante de áudio sem dinâmica alguma.

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5.4. Spectrum Analyzers

O analisador de espectro mostra o volume nas diferentes frequências do espectro, essa

é uma ferramenta que ajuda na hora de equalizar elementos em separado ou toda sua

mixagem.

Exercício:

Analise diferentes músicas no analizador de espectro do Ozone, mude também o tempo

de resposta da ferramenta.

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5.5. X-Y e Correlation Meter

Qualquer sinal que estiver presente em ambos os canais (direito e esquerdo) vai ser

percebido em mono, se algum som tocar com atraso em uma caixa em relação a outros

ou com um pan muito forte, vai ser considerado em estéreo.

O “lissajous” x-y display permite analisar se uma música ou instrumento está em mono

(fixo no 1) ou fora de fase e com pan na direção do -1.

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6. Teste de audição

Como anda sua audição?

Qual foi a última vez que você fez uma audiometria?

Você pode fazer um teste grátis de audição on-line:

http://www.digital-recordings.com/hearing-test/www-ht-pro/ht_help_p.html

Essa é uma ferramenta bem interessante para você testar não só a sua audição

mas também as suas caixas e headphones:

http://www.phys.unsw.edu.au/jw/hearing.html

Esse é um outro teste mais simples, mas que é bom para medir a sua percepção

de audição em relação a ruídos:

http://www.hear-the-world.com/en/recognize-hearing-loss/online-hearing-test.html

7. Treinamento Auditivo:
Qualquer engenheiro que queira fazer uma boa masterização deve ter, além de um claro

objetivo em mente, dedicação, sensibilidade e senso crítico, um ouvido extremamente

apurado.

Algumas pessoas nascem com a facilidade de criar conexões entre o ouvido e o cérebro

com maior facilidade mas, a grande maioria, precisa de muito treinamento para adquirir

ouvidos de ouro.

Se você quer chegar lá ou descobrir se é uma dessas pessoas auditivamente super

dotadas, é muito importante que se proponha a treinar seu ouvido.

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Uma excelente alternativa é o programa de treinamento auditivo desenvolvido por Dave

Moulton chamado Golden Ears Audio Training. Você pode encontrar informações de

compra deste pacote na internet.

Podemos lhe dar uma certeza, se você realizar todo o treinamento com seriedade,

sentirá como se tivesse retirado tampões de seus ouvidos. Existem diversas opções de

livros e cursos relacionados ao tema, no site:

http://trainer.thetamusic.com/en/content/music-training-games você tem alguns jogos

simples que podem te ajudar nesta caminhada.

O treinamento auditivo é, na verdade, um treinamento mental, isso por que a apreciação

do som é uma habilidade adquirida, você deve aprender a ouvir bem. A imagem estéreo,

por exemplo, é uma ilusão que as pessoas ainda não compreendem muito bem. Basta

ver que, quando Edison inventou o fonógrafo, as pessoas se reuniam ao redor daquele

aparelho e costumavam achar o som distinguível de uma banda tocando naquele

ambiente.

É somente quando surgem novos avanços na tecnologia que as pessoas se dão conta

dos defeitos da tecnologia anterior. Você já deve ter experimentado essa sensação

visualmente, quando achava que os gráficos de seu vídeo game antigo eram “quase

reais” e, a cada novo lançamento, se dá conta de como eles eram deficientes.

Assim que você começar a desenvolver seu ouvido, começará a perceber as sutilezas

da reprodução sonora. Você também poderá começar a desenvolver preferências

pessoais por determinados tipos de som e isso deve variar ao longo dos anos mas, no

final das contas, o que mais importa é que você saiba discernir suas preferências

pessoais do que é adequado para o propósito de cada música. As vezes a ênfase

exagerada em determinada faixa de frequências é inadequada para um estilo musical

enquanto é o que se procura para outro. Entender o que é um som bem balanceado,

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saber identificar qualquer área fraca ou exagero no espectro é fundamental para um

bom trabalho de masterização.

Um engenheiro de masterização precisa desenvolver as mesmas habilidades auditivas

de um engenheiro de mixagem, porém o profissional de masterização especializa-se em

técnicas de melhoria de mixagens prontas, enquanto que o profissional de mixagem

especializa-se em interpretar, tratar e nivelar elementos individuais de uma composição.

Hoje em dia, há uma forte tendência que nos leva a trabalhar com stem mastering, uma

técnica que mistura um pouco de ambas as áreas já que, com esta técnica, o engenheiro

de master tem controle independente de diferentes grupos ou instrumentos. De qualquer

maneira, as duas áreas são muitos distintas e, para se especializar profundamente em

cada uma delas, é necessário muito empenho, treino e dedicação.

O treinamento auditivo pode ser exercitado de diversas formas e, basicamente, em

qualquer lugar, o tempo todo. Chamamos o processo de prestar atenção a todos os

sons ao seu redor, o tempo todo, de treinamento auditivo passivo. Ao prestar atenção

nos sons ao seu redor, você começa a criar conexões neurais que melhoram, e muito,

a interpretação que seu cérebro tem de todos os detalhes do som. Pratique ser mais

consciente dos sons ao seu redor ao passo que identifica suas características, esse

processo vai ajudá-lo no caminho de desenvolvimento de suas habilidades auditivas.

Preste atenção nos padrões de reverberação de todas as salas que você entra, a rede

de difusão da sala deixa o som de sua mais grave, médio ou agudo? O tempo de reverb

da sala é longo ou curto? Existe pré delay? Você consegue perceber se o soundsystem

de seu club preferido é mono ou estéreo? Comece praticando, se perguntando sobre

todos os aspectos do som em cada ambiente que você entrar, como o som muda

quando você está falando ao se aproximar de uma parede, etc. Se você quer mesmo

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se transformar em um bom engenheiro de masterização, é importante começar a dar os

primeiros passos em direção ao treinamento auditivo ativo.

Esse processo se dá quando você resolve colocar as mãos na massa, girar alguns

botões e realizar uma série de exercícios para desenvolver a habilidade de conectar a

técnica e as ferramentas com o som que você tem em sua cabeça. Uma dica aqui é

sempre ter um objetivo em sua mente “qual é o som que eu quero para essa música?”.

Ter um objetivo em mente e conseguir imaginar o som que você procura vai fazer com

que você mantenha o foco no trabalho e não desanime.

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8. O Ambiente de monitoração:
Qualquer solução para seu ambiente de monitoração depende de vontade, um pouco

de investimento e compromisso. Tente ficar longe de monitores que colorem o som ou

deixam aqueles graves “gordos” como nenhum outro. Esse tipo de monitor é inútil para

masterização e mixagem pois eles não possuem uma resposta de frequências

balanceada, ou seja, possuem todas as características que você aprendeu que deve

evitar.

Investir em bons monitores e em tratamento acústico é algo que se paga no longo prazo.

Você está apto a trabalhar sem ter que fazer suposições, economizando tempo e

criando resultados consistente. Fazer isso sozinho pode ser uma atividade envolvente

e divertida ao mesmo tempo que é desafiadora. Entretanto, durante o processo, você

começará a se familiarizar com seu ambiente de monitoração antes mesmo de começar

a trabalhar nele.

O coração do estúdio de masterização e mixagem é justamente o ambiente de

monitoração e, por isso, qualidade é essencial.

A acústica da sala tem um grande impacto no som que sai dos monitores, de fato, a

interação das caixas com a sala e tudo que está lá dentro. Ter um ambiente

acusticamente correto terá grande impacto na qualidade de seu trabalho, mais do que

a mudança de um software ou equipamento para outro.

Tendo isso em mente, lembre-se que mais vale investir no tratamento acústico de sua

sala antes de comprar novos brinquedos para o estúdio.

Acabando com alguns mitos acerca dos monitores:

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 Mito 1: Você deve mixar e masterizar com monitores simples para que soe bem

no mundo real.

Alguns problemas de mix e master podem ser facilmente identificados como

provenientes de problemas de monitoração. Falta de graves, por exemplo, que vêm de

monitores com excesso dessas frequências.

 Mito 2: Adicionar agudos ajuda uma música para reprodução em sistemas

caseiros

Se a faixa de frequência dos médios está problemática ou deficitária, não existe ganho

nós agudos que possa resolver isso. Além disso, a transmissão em rádio sai prejudicada

já que os limiters utilizados nesse sistema irão sofrer para cortar esses excessos.

 Mito 3: Altas taxas de compressão são necessárias para previnir sobrecarga em

sistemas pequenos.

Esse é outro mito que deve ser entendido para ser evitado. A maioria dos mini systems

já comprime o som internamente. Além disso, você não pode fazer uma master

pensando apenas em um determinado sistema de som, você deve pensar em todos.

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9. Monitores de referência:
Como você já deve saber, a resposta de frequências que o seu ouvido capta depende

do volume de audição. Quanto maior for a frequência, mais fácil fica de perceber a

direção do som. Por isso, posicionar corretamente os monitores facilita a audição dos

detalhes e da imagem estéreo (localização dos elementos espacialmente).

Veja se você já viveu essa estória: Você trabalha em uma mixagem e masterização

no seu estúdio e fica completamente satisfeito com a sua engenharia. Você está tão

satisfeito que coloca no Soundcloud e começa a divulgar no Facebook.

A sua excitação começa a diminuir quando você queima um CD e começa a escutar em

outros sistemas de som, o seu mix & master está estranho, muito grave, pouco médio,

falta definição nas frequências altas, tudo que soava bem no seu estúdio agora soa fraco

e pequeno - muitas vezes esses sistemas de som podem ser piores que seus monitores

mas, mesmo assim, a música continua soando mal.

Imagine agora que você tem a oportunidade de levar sua produção para ouvir em um

estúdio de alta fidelidade e pior de tudo, suas deficiências ainda estão lá, só que agora

ainda mais exageradas.

Para ter certeza que você está mixando em um bom ambiente é necessário calibrar os

seus monitores e melhorar a interação dos monitores com a sala.

9.1. Calibrar os seus monitores:

Antes de começar a pensar no tratamento da sala, nós vamos precisar ter certeza que

os seus monitores estão devidamente posicionados e calibrados.

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Uma forma interessante de entender como a sua sala responde ao som é fazer um

experimento com apenas um monitor.

1. Livre espaço na sala

2. Posicione um ouvinte sentado no centro da sala

3. O ouvinte deve segurar uma corda ou cabo

4. Na outra ponta deve estar alguém segurando um dos monitores

5. O ajudante com a caixa deve girar em torno do ouvinte

6. O ouvinte deve tentar identificar em qual posição a imagem do som fica mais

limpa e clara

É nesta posição que os monitores devem ser colocados.

Para ter certeza, que os seus monitores estão calibrados, faça dois testes simples, você

pode usar um decibelímetro - mas se você passou no teste de audição, vai conseguir

resolver apenas com os seus ouvidos.

Os testes são:

1. Conexão correta de L/R

2. Diferença de volume entre as caixas

Primeiro de tudo, tenha certeza que os monitores estão posicionados corretamente,

mínimo 30 centímetros, com o ideal entre 60 cm / 120 cm de distância das paredes da

direita, esquerda e do fundo, com os monitores virados para você formando um triângulo

equilátero.

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Agora instale o plug-in da Brinworx bx_solo:

http://www.brainworx-music.de/index.php?nav=13&um=0⟨=en no seu computador.

Coloque o plug-in na saída de master do seu DAW preferido. Ele funções usadas

diariamente por um engenheiro de áudio como mono, side, solo lado esquerdo, solo

lado direito e inversão de áudio da esquerda para direito (vamos explicar mais detalhes

sobre ele nas próximas aulas).

Se você usa monitores ativos, não esqueça de desligar qualquer equalização ou

diferença de volume entre as caixas para esse exercício.

Teste 1 - Conexão correta de L/R:

Toque os dois arquivos do teste de polaridade.

Na versão com a polaridade invertida o centro da imagem (Phanton Image) deve sumir,

se o contrário acontecer, inverta a polaridade do seu cabo ou troque ele.

Teste 2 - Teste de Left / Right:

Toque o arquivo Left-Right check.wav, o som deve sair pelo lado esquerdo e depois

mudar para o lado direito, ele continua alternando o sinal de um lado para o outro.

Se o resultado não for esse, provavelmente os cabos das caixas estão invertidos. Se

isso aconteceu inverta os cabos.

Aproveite esse arquivo para fazer uma comparação A / B do volume de cada um das

caixas, faça algum ajuste se necessário.

Uau, com estes ajustes completamos a calibração inicial dos nossos monitores.

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9.2. O monitor ideal?

O monitor ideal para fazer engenharia de áudio ainda não chegou às lojas. Cada modelo

e marca, por melhor que seja, sempre terá algum problema ou deficiência que muitas

vezes é exagerado por um tratamento acústico ruim. Os melhores engenheiros

conhecem o seu sistema e aprendem a trabalhar com as suas deficiências.

Não existe o monitor ideal mas, de qualquer forma, você merece alguns bons conselhos:

Monitor barato e de qualidade: Yamaha HS-80, o par custa U$600,00 nos EUA e no

Brasil chega a R$3.000,00.

Monitor com qualidade: ADAM A8X, suas produções nunca mais vão ser as mesmas

com esse monitor, curso nos EUA R$1.000,00 por caixa.

Monitores dutados: cuide ao comprar monitores que tenham dutos, esses furos

geralmente permitem que monitores pequenos reproduzam as frequências baixas com

mais volume, mas geralmente acabam distorcendo o som.

Graves: os monitores de 6.5' e menores não conseguem criar frequências abaixo de

60hz por isso o ideal são monitores de 8' para acima (ou os monitores menores com a

adição de um sub-woofer)

Investimento: O coração de um estúdio de mixagem & masterização é seu sistema de

monitoração por isso, se possível, não economize neste item, ele vai facilitar que você

atinja melhores resultados.

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10. Ferramentas de medição acústica:

Uma boa forma de analisar a qualidade do seu tratamento acústico e dos seus

monitores é através de softwares de medição de acústica.

Essas são algumas boas opções:

Mac: http://supermegaultragroovy.com/products/FuzzMeasure/

Windows: http://www.etfacoustic.com/RPlusDSite/index.html

Mac e Windows de graça: http://www.audionet.de/main/service/

Para usá-los é necessário ter um microfone especial.

10.1. A sala ideal

O ideal é ter uma sala que não tenha ressonância, não tenha superfícies paralelas

(de parede a parede, teto ao chão), não tenha fortes early reflections (primeiras

reflexões de som) e também com uma quantidade saudável de reverb para não

deixa-la nem muito seca e nem muito molhada.

Simplificando, você deve fazer a parte da frente do seu estúdio com muitas

superfícies de absorção para reduzir as early reflections e melhorar a imagem do

estéreo, enquanto a parte de trás deve ser bem difusora para adicionar uma

saudável reverberação ao som.

Ok, não existe uma sala ideal, será que eu não posso então usar headphones?

Room Mode Calculator:

http://www.hunecke.de/en/calculators/room-eigenmodes.html

(Site que mostra aonde as frequências estão mais aglomeradas em vários cantos

da sala).

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11. Monitores vs. Headphones

Como você já deve ter percebido, não existe sala perfeita por aí. Essa constatação

deve fazer com que você se pergunte: “por que não usar headphones”?

Saiba que os Headphones possuem lugar em nosso trabalho e são ótimos para:

 Conferência final do nível de qualidade do trabalho

 Avaliar a resposta de frequências baixas se seus monitores não as alcançam

 Trabalhar em um ambiente barulhento

 Identificação e remoção de clicks, pops e noises.

 Ouvir pontos de edição com maior facilidade.

No dia a dia, os headphones apresentam algumas desvantagem em relação aos

monitores, são elas:

 O trabalho com pan e a imagem do som é muito mais difícil

 Não existem phantom image, ou seja, com os monitores parte do som que

sai da caixa da direita é ouvida por sua orelha esquerda e vice-versa.

Essa interação e interpretação auditiva que capta as diferenças de tempo entre os

sons provenientes das duas caixas nos dá uma percepção mais realística do som.

Nosso cérebro utiliza uma combinação de intensidade, o shadow effect evita que

sons agudos cheguem ao outro ouvido (devido a absorção realizada pelo formato

de nossas cabeças), e a interpretação de diferenças de tempo nos permite

“visualizar” e localizar o ponto de origem do som.

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 A maioria dos headphones colore o som e não tem um alcance de todo

espectro de frequências. Quando há esse alcance, dificilmente ele será

totalmente balanceado.

 Monitoração através de headphones costuma ser mais cansativa em longas

sessões.

Você poderá argumentar que hoje em dia muita gente ouve música nos headphones

ao invés de caixas acústicas. A resposta é que se a música se comporta bem em

um bom par de monitores, ela se comportará muito bem em qualquer sistema de

som enquanto que é muito mais difícil fazer com que algo que soe muito bem nos

headphones soe bem em outros sistemas.

Lembre-se, se sua sala possui uma acústica muito ruim, um par de headphones

pode ser uma solução rápida.

Exercício de comparação entre headphone e monitores

Toque as músicas dos exemplos nos monitores e nos headphones, você deve ser

capaz de perceber uma diferença bem grande na profundidade da mix no geral e de

elementos em separado.

Teste de Flutter Echoes

Levando em consideração que você não contratou um engenheiro acústico e nem

tem uma ferramenta de medição de acústica, existem alguns testes que você pode

fazer para melhorar a sua sala.

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11.1. Flutter Echoes

É um tipo de reverberação que produz um echo rápido, geralmente nas frequências

médias e altas. Bata palma no seu estúdio. Você ouviu esse tipo de repetição? Não,

sorte sua.

Caso você tenha esse problema o som está fazendo esse tipo caminho na sua sala:

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Para resolver esse tipo de problema você pode usar:

1 - Difusores em paredes paralelas (se for entre paredes)

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2 - Broadband absorbers (se for entre o chão e o teto):

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Teste - Sweep de Frequência:

Escute o arquivo 20-500-20Hz sweep-file 60sec.wav no seu DAW, você deve ouvir

um sine wave subindo e descendo constantemente em volume e frequência, se você

ouvir algum aumento ou diminuição de volume em algum ponto, pode ser que você

esteja com problema de ressonância na sala.

Para você ter certeza que o problema é da sala e não dos seus monitores, escute a

gravação de diferentes pontos da sala. Se o problema persistir, é realmente um

problema de ressonância na sala (room resonances).

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12. Propriedades do som:

O som se move de forma esférica a partir de sua fonte de som, em nosso caso, a

partir das caixas de som. O seu volume diminui pela metade quando você dobra a

distância.

Exemplo: Se duas pessoas estiverem a 5m e 10m respectivamente da fonte de som

a segunda vai ouvir o som 6 dB a menos ou na metade do volume.

Um fato muito importante é que que quanto mais alta a frequência mais direcional é

o som

12.1. Som interagindo com obstáculos

O som, bem como a luz, tem 4 formas de interagir com obstáculos como mobília,

paredes, teto, chão, etc.

Reflexão: o som pode rebatar em objetos de uma forma similar a que uma bola bate

e volta em uma parede.

Diffusion/Dispersion: em toda reflexão acontece algum tipo de difusão e

dispersão.

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Absorção: Uma porção da onda de som que não reflete é absorvida pelo objeto,

imagine uma bola batendo em uma parede mole, essa parede absorve a força da

bola em cada batida.

Difração: uma parte do som passa o objeto e muda a sua direção

Transmissão: Uma porção do som passa direto pelo objeto.

É importante saber que as formas de interação com os objetos devem variar muito

em relação a frequência.

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13. Tratamento de som

A primeira coisa que você precisa fazer é reduzir qualquer fonte de ruído interno da

sala como: ventilador do cooler do computador, ar-condicionado, refrigerador e etc.

Como você já aprendeu o som reflete em superfícies sólidas. Por isso, colocar o seu

monitor em um stand ou pedestal evita que você sofra com essas reflexões.

Quando o som direto é combinado com o som refletido, ele pode causar comb

filtering, esse tipo de problema pode acontecer em diversas frequências em relação

ao tempo.

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Colocar tecido, tapetes e cortinas nas paredes e tetos pode ajudar a reduzir esse

problema.

13.1. Otimização da posição do ouvinte

Uma boa forma de avaliar o local ideal para colocar o material absorsivo é sentar no

sweet spot e pedir ajuda para alguém colocar um espelho sobre o twetter das caixas.

O lugar que você ver no espelho deverá ser tratado.

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Uma sala nunca vai ter as medidas perfeitas, mas a situação ideial é essa:

As caixas devem ficar apontadas para o sweet spot e em cima de um suporte, caso

não seja possível use algum material para tentar tirá-las da mesa.

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13.2. Ressonância da sala

O maior problema vai ser sempre controlar as frequências abaixo de 400 Hz, acima dessa

frequência é só usar um pouco de material com absorção e difusão que estará tudo

resolvido. Poucas medidas podem ser feitas para minimizar as sobras de frequências

baixas e a melhor delas, mas menos prática, é não ter superfícies paralelas, como paredes

e teto / chão.

O que mais pode ser feito para diminuir a ressonância da sala?

A resposta é: Bass trap.

Bass traps são projetados para amortecer a energia de sons de baixa freqüência,

com isso reduzindo ressonâncias nos quartos. Eles são comumente usados em

estúdios de gravação, salas de masterização, home theaters e outras salas

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construídas para fornecer um ambiente de audição crítica. Como todos os

dispositivos de absorção acústica, eles funcionam transformando energia sonora em

calor através do atrito.

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14. Exercícios:

1) Descubra os Room Modes da sala utilizando essa ferramenta:

http://www.mcsquared.com/modecalc.htm compare esse resultado com a sua

percepção usando o 20-500-20Hz sweep-file 60sec.wav

2) Pesquise um tutorial na internet e desenvolva o seu próprio bass-trap

3) Liste todas as modificações e melhorias que você está planejando no seu estúdio.

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