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Enumeramos alguns objetivos específicos que seriam atingidos,
simultaneamente, ao objetivo geral de propor um modelo para o desenvolvimento
de Marketing de Tecnologia
- Identificar as ações / atividades e meios correlacionados com marketing
que esse tipo de instituição desenvolve;
- Identificar a relação destas ações e meios com os principais resultados
obtidos em processos de transferência de tecnologia;
- Caracterizar a estrutura organizacional utilizada para o desenvolvimento
do Marketing em uma Instituição de Ensino Superior na Cooperação
Escola Empresa.
- Avaliar o entendimento dos servidores, correlacionados com a
Cooperação Escola Empresa, em uma Instituição de Ensino Superior,
quanto aos elementos básicos do Marketing (4 P’s), voltado à
tecnologia.
- Avaliar de que forma os elementos básicos de marketing (4 P’s) são
aplicáveis ao marketing de tecnologia em uma Instituição de Ensino
Superior.
Diante do exposto podemos considerar que a principal característica
desta pesquisa é descritiva.
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De maneira diversa, a pesquisa qualitativa não procura enumerar e /
ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise
dos dados, a parte de questões ou focos de interesses amplos, que vão se
definindo à medida que o estudo se desenvolve, envolve a obtenção de dados
descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do
pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos
segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em
estudo (GODOY, 1995b).
PATTON (1990) esclarece ainda que a abordagem qualitativa busca
entender as múltiplas inter-relações entre dimensões que emergem dos dados
sem fazer suposições anteriores ou especificar hipóteses sobre o relacionamento
linear ou correlativo entre variáveis operacionalizadas, estreitamente definidas.
Entretanto, uma vez que os métodos qualitativos e quantitativos
envolvem diferentes forças e fraquezas, eles são estratégias de pesquisa
alternativas, mas não mutuamente excludentes. É possível a coleta tanto de dados
qualitativos como quantitativos num mesmo estudo.
Na concepção de STRAUSS e CORBIN (1990) pesquisa qualitativa
refere-se a qualquer tipo de pesquisa cujos resultados não foram obtidos através
de procedimentos estatísticos ou outros meios de quantificação. Alguns dados
podem ser quantificados, mas a análise propriamente dita é qualitativa.
A escolha de uma pesquisa qualitativa para direcionar o estudo se
deve à relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, que segundo CHIZZOTTI
(1991) “o objeto não é um dado inerte e neutro, está possuído de significados e
relações que sujeitos concretos criam em suas ações”.
Os autores lembram ainda que em pesquisa qualitativa, entrevistas e
observações são as fontes mais comuns de dados, sendo que a validade e
confiabilidade desses dados dependem muito da habilidade metodológica,
sensibilidade e integridade do pesquisador.
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6.2. Pesquisa Bibliográfica
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A abordagem do estudo de caso vem sendo usada há muitos anos
em diferentes áreas do conhecimento. Segundo ANDRÉ (1995), na área de
administração o estudo de caso tem servido para estudar o funcionamento de uma
instituição e determinar focos de mudanças e intervenção. O estudo de caso
aparece a muitos anos nos livros de metodologias da pesquisa educacional, mas
dentro de uma concepção vasta e estrita, ou seja, o estudo descritivo de uma
unidade, seja uma escola, um professor, um aluno ou uma sala de aula.
Para YIN (1994), em geral, o método do estudo de caso é a
estratégia de pesquisa preferida quando as questões que estão sendo colocadas
são do tipo “como” e “por quê”, quando o investigador tem pouco controle sobre
eventos e quando o foco está sobre um fenômeno contemporâneo dentro de
algum contexto da vida real.
Em estudos de caso, cinco componentes de um projeto de pesquisa
são especialmente importantes (YIN, idem):
- questões de pesquisa, provavelmente do tipo “como e por quê”;
- suas proposições, ou seu propósito, no caso de estudos exploratórios;
- suas unidades de análise, cuja definição está relacionada à maneira
pela qual as questões iniciais de pesquisa foram definidas;
- a lógica de ligação dos dados às proposições; e
- os critérios para interpretação dos resultados.
O autor esclarece ainda que quando se adota o método do caso,
pode-se trabalhar com um único ou com múltiplos estudos de caso. Além disso, o
mesmo estudo pode envolver mais que uma unidade de análise (YIN, 1994).
Adotou-se o método de estudo de caso, tendo em vista a
necessidade de desenvolver um Modelo que pudesse atender às necessidades do
Marketing de tecnologia em instituição de ensino superior, pesquisa e
desenvolvimento no âmbito da Cooperação IES - Empresa.
A escolha do estudo de caso como um método particular, foi
priorizada pelas diversas potencialidades atribuídas a este tipo método, como por
exemplo:
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A grande capacidade de levantar informações e proposições para serem
estudadas à luz de métodos mais rigorosos de experimentação.
A investigação do fenômeno dentro de seu contexto real;
A proximidade do pesquisador com os fenômenos estudados;
A possibilidade de aprofundamento das questões levantadas do próprio
problema e de obtenção de novas e úteis hipóteses.
Claro que o método também possui algumas limitações, entre elas
destaca-se:
A não permissão a generalizações das conclusões obtidas no estudo para
toda a população, tendo em vista que a sua atenção foi focalizada em
poucas unidades do universo e, portanto a visão que fornece quanto ao
processo ou situação se limita aos casos estudados.
Este estudo depende da cooperação boa vontade das pessoas que são
fontes de informação.
Os estudos de caso estão mais sujeitos a distorções causadas pela
possibilidade de indução dos resultados por parte da pesquisa, que pode
escolher casos que tenham os atributos específicos que ele deseja, como
no que se refere ao entrevistado, que pode alterar sua resposta do que
realmente é para o que ele desejaria que fosse.
6.3.1. O Pesquisador
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escolhidos para pesquisar. Tenta-se obter informação suficiente para caracterizar
e explicar tanto os aspectos singulares do caso em estudo, quanto os que têm em
comum com outros casos. A esse respeito CASTRO (1978) adverte que “no
estudo de caso, o interesse primeiro não é pelo caso em si mas pelo que ele
sugere a respeito do todo”.
A terceira característica desta abordagem refere-se à capacidade
integradora do pesquisador, reunindo, numa interpretação unificada, muitos e
diversos aspectos de informação.
O pesquisador é parte fundamental da pesquisa qualitativa, devendo
despojar-se de preconceitos e predisposição para assumir uma atitude alerta que
observa, sem adiantar explicações e em conduzir-se pelas aparências imediatas a
fim de alcançar uma compreensão global dos fenômenos, e está só. Supõe-se que
o conhecimento é uma obra coletiva e que todos os envolvidos na pesquisa
podem identificar-se criticamente seus problemas e suas necessidade, encontrar
alternativas e propor estratégias adequadas de ação CHIZZOTTI (1991).
Um fator que contribuiu para que a obtenção dos dados foi o fato da
pesquisadora ser professora, Gerente de Relações Empresariais e Comunitárias e
responsável pelo Marketing da Unidade de Ponta Grossa, da Instituição escolhida.
6.3.2. Os Pesquisados
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Neste estudo participaram da entrevista 23 pesquisados, o Diretor
Geral de Sistema, o Vice-Diretor do Sistema, Diretores de Unidades, Gerentes de
Relações Empresariais, Chefias de Departamento e Assessorias da Direção.
Todos membros que estavam envolvidas com o Marketing e as atividades de
Cooperação IES - Empresa.
Não houve quaisquer problemas para a obtenção de dados junto ao
entrevistados. Certamente o momento pelo qual passa esta Instituição de Ensino,
Pesquisa e Desenvolvimento, foi fator relevante para a escolha deste caso.
6.4. Os Dados
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Cláudio de Moura Castro, citado por CARVALHO (1997a) observa a
performance exemplar do CEFET-PR na interação com as Empresas, sendo essa
uma das suas mais preciosas vantagens: a Instituição teria condições de repassar
a sua experiência para Instituições congêneres.
A característica de inserção junto à comunidade estampada na Lei
que estabeleceu a sua criação, Lei n° 6545, de 30 de junho de 1978 e que dispõe
sobre a transformação de Escolas Técnicas Federais de Minas Gerais, do Paraná
e Celso Suckow da Fonseca em Centros Federais de Educação Tecnológica e dá
outras providências, já definia os CEFETs como autarquias de regime especial,
vinculadas ao Ministério de Educação, detentoras de autonomia administrativa,
patrimonial, financeira didática e disciplinar.
A mesma lei estabelecia para o CEFET-PR, entre os objetivos do
artigo 2°, a efetiva participação de toda a comunidade interna da instituição e a
utilização dos diversos mecanismos de relações empresariais e comunitárias
permitindo a integração das visões entre a instituição e o contexto onde está
inserido:
III - promover cursos de extensão, aperfeiçoamento e especialização, objetivando
a atualização profissional na área técnica industrial;
IV – realizar pesquisa na área técnica industrial, estimulando atividades criadoras
e estendendo seus benefícios à comunidade mediante cursos e serviços (Lei
6.545 de 30/06/78).
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à Produção de Projetos Industriais, orientação profissional ao aluno, colocação de
formandos, estágios, relacionamento com as empresas e cursos extraordinários.
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Planejamento do Sistema para Ensino Médio e para os Cursos Superiores de
Tecnologia, Eventos comemorativos (dia da Indústria, Aniversários da Unidade,
Dia do Estudante, Recepção aos Calouros, Dia do Professor, Dia do Servidor
Público, Cerimônias de Formatura e Semanas dos Cursos de Tecnologia. O maior
evento técnico realizado pela IES é a EXPOTEC - Exposição de Trabalhos
Técnicos, que é realizada anualmente, envolvendo trabalhos de cunho técnico
científico, alunos, professores, e visitantes em geral, conforme dados retirados do
Relatório Anual do CEFET-PR (2000).
Existe dentro da Instituição um Grupo responsável por atividades
comunitárias e sociais, o Grupo CIMCO – Cefet Integrado na Multiplicação de
Conhecimentos que durante o ano de 2000, atingiu em atividades de cunho social
aproximadamente 28 mil pessoas.
Segundo o Relatório Anual do CEFET-PR (2000) o Núcleo de
Pesquisas do CEFET-PR (Nupes), desenvolveu no ano 35 projetos de pesquisa
em parcerias com empresas. entre eles podem ser citados: Siemens (19 projetos),
Bematech (2 projetos, Nupes (5 projetos), Kvaerner Oilfield Products Brasil (4
projetos), Solectron (1 projeto), Perkons (1 projeto), FHM (1 projeto), e UFRG,
PUC Polo de Software (1 projeto).
De acordo com o Relatório Anual do CEFET-PR (2000), a IES
disponibilizou ao mercado de trabalho 3102 estagiários dos cursos técnicos e de
tecnólogo. Arrecadou com projetos de extensão: cursos, palestras, treinamento
projetos de pesquisa, convênios e prestação de serviços aproximadamente 9
milhões, envolvendo um grande número de docentes e discentes.
Assim o CEFET, além do seu reconhecimento enquanto Instituição
de referência em qualidade de ensino e pesquisa, tem por dever, e atualmente
tradição, uma aproximação intensa com a comunidade empresarial, bem como um
plano de marketing proposto para a Instituição e, portanto, pode-se através deste
caso realizar o estudo de um modelo para o Marketing de Tecnologia.
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6.4.2. Os instrumentos de coleta de dados
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De que maneira as ações e meios que a instituição se utiliza contribuem
nos resultados dos processos de transferência de tecnologia? O marketing
pode auxiliar neste processo?
3. Com o objetivo de caracterizar a estrutura organizacional utilizada para o
desenvolvimento do Marketing em uma Instituição de Ensino Superior na
Cooperação Escola Empresa, foi perguntado aos entrevistados:
Qual a estrutura da sua instituição que está voltada a desenvolver algum
tipo de ação ou meio voltado ao Marketing Institucional? E para o
Marketing de Tecnologia?
4. Para avaliar o entendimento dos servidores, correlacionados com a
Cooperação IES - Empresa, em uma Instituição de Ensino Superior, quanto
aos elementos básicos do Marketing (4 P’s), voltado à tecnologia, foi
perguntado aos entrevistados:
Qual o seu entendimento em termos de marketing de tecnologia quanto a:
PREÇO / PRODUTO / PRAÇA / PROPAGANDA?
De que maneira é realizado o marketing interno de tecnologia, voltado aos
professores, servidores e alunos?
5. Com o objetivo de caracterizar as estratégias de Marketing para os produtos
de tecnologia em uma Instituição de Ensino Superior, foi perguntado aos
entrevistados:
Quais as estratégias de marketing utilizadas na sua Instituição?
(Argumentos usados para abordar as empresas; Portfólio, Vantagens;
Pesquisa de mercado; Estratégias de mercado; Informações
sistematizadas
Como ocorre o contato inicial empresa- escola?
Como é iniciado, mantido e garantido o relacionamento da empresa do
ponto de vista do Marketing?
Na pesquisa qualitativa todos os fenômenos são igualmente
importantes e preciosos: a constância das manifestações e sua ocasionalidade, a
freqüência e a interrupção, a fala e o silêncio.
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É necessário encontrar o significado manifesto e o que permaneceu
oculto. Por isso a escolha do método de entrevista. CHIZZOTTI (1991).
O procedimento de entrevista permite algumas vantagens:
Obtenção de respostas que materialmente seriam impossíveis, inclusive
aqueles dados que não se encontram em fontes documentais
(MARCONI & LAKATOS, 1996), ou seja, o conhecimento tácito dos
respondentes;
Economia de tempo e de custo por se adequar a uma quantidade
relativamente grande de situações;
Possibilidade de explicações de difícil descrição o que poderia exigir
instruções minuciosas e específicas caso não houvesse a presença do
investigador (CERVO & BERVIAN, 1996);
Possibilidade de discussão promovida pelo contato pessoal, tendo em
vista a possibilidade do investigador repetir ou esclarecer as perguntas,
garantindo a compreensão das mesmas; (MARCONI & LAKATOS,
1996)
Oportunidade de avaliar atitudes, condutas e posturas do entrevistado;
Estimulação do processo de cooperação, tendo em vista a
predisposição do investigador que é observada pelo respondente.
Redução da frieza contida no questionário auto-preenchível e que, via
de regra apresenta baixo retorno e perguntas sem resposta.
Embora a entrevista seja uma técnica amplamente aceita, existem
também críticas a seu emprego. NOGUEIRA (1969) lembra que um dos motivos
de dúvida quanto a validade técnica científica de dados obtidos através de
entrevista, resulta da possibilidade dos entrevistados serem influenciados em suas
respostas, consciente ou inconscientemente, pelo entrevistador. Outra fonte de
erro é a dificuldade do entrevistado em se fazer compreender claramente pelo
entrevistado.
Pode-se entender por entrevista semi estruturada, em geral, aquela
que parte de certos questionamentos básicos apoiados em teorias e hipóteses,
que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de
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interrogativas, fruto de novas hipóteses. A entrevista semi - estruturada elas são
resultados não só da teoria que alimenta a ação do investigador, mas também
toda a informação que ele já recolheu sobre o fenômeno social que interessa, não
sendo menos importantes seus contatos, inclusive, realizados na escolha das
pessoas que serão entrevistadas. TRIVINOS (1987)
A entrevista semi-estruturada segundo TRIVINOS (idem) é um dos
principais meios que tem o investigador para realizar a coleta de dados, por ela
valorizar a presença do investigador, oferecer todas as perspectivas possíveis
para que o informante alcance a liberdade e espontaneidade necessárias,
enriquecendo a investigação. A entrevista semi-estruturada foi um dos meios
adotados nesta pesquisa.
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- Por tipicidade: quando se utiliza um subgrupo que seja típico em
relação à população como um todo;
- Por quotas: utilizada em levantamentos de mercado (prévias
eleitorais e sondagem de opinião pública).
Segundo GIL (1994), quando um pesquisador seleciona uma
pequena parte de uma população, espera que ela seja representativa dessa
população que pretende estudar, para tanto necessita de procedimentos definidos
pela Teoria da Amostragem.
CERVO & BERVIAN (1996) consideram que “devem ser buscados
entrevistados de acordo com a sua familiaridade ou autoridade em relação a um
determinado assunto”. Tendo em vista a população deste estudo ser composta de
docentes e administrativos que participam das atividades de cooperação com
empresas, foi definido o procedimento da amostragem não probabilística
intencional.
O Universo e população definidos por GIL (1994), como o conjunto
definido de elementos que possuem determinadas características. Neste estudo a
amostra foi constituída por pessoas que estavam envolvidas com o Marketing e as
atividades de Cooperação IES - Empresa. Duas pessoas da amostra foram
selecionadas para o pré-teste e, portanto, não fazem parte da tabulação final,
segundo orientação contida em MARCONI & LAKATOS (1996). Após o pré teste
foram incluídas 2 questões: a 1° diferenciando tempo de casa dos servidores, do
tempo que atua na função; e a 2° relatando se houve experiência anterior com
marketing.
Dos 25 entrevistados mais duas não foram computadas no
levantamento geral, por diferentes causas, a saber:
Diretor da Unidade de Campo Mourão: por problemas técnicos na gravação da
fita, não foi possível transcrevê-la, portanto a entrevista foi abandonada.
Chefe de Gabinete da Unidade de Curitiba, não respondeu verbalmente e
pediu para fazê-lo por escrito, portanto seus dados foram desconsiderados.
O real número da amostra corresponde a 23 entrevistados,
identificados de E1, E2, E3 até E25. (E9 e E21 foram os pré-testes).
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6.4.3. Aplicação da entrevista semi-estruturada
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6.5. Modelo de Marketing de Tecnologia
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o seu Marketing de Tecnologia. O modelo não encerra por si todas as variáveis e
relações possíveis, mas apresenta os principais blocos e inter-relações que
facilitam o entendimento do processo. Pode servir ainda, como referencial inicial
para novos estudos, pois a avaliação de modelo não avalia toda a realidade da
Instituição.
Os mecanismos escolhidos para obtenção dos dados mostraram-se
perfeitamente adequados, tendo sido tomadas todas as precauções para
minimizar as deficiências de tais métodos. Assim sendo, o trabalho de campo e
respectivos resultados serão apresentados no próximo capítulo.
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