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Grupo Ensino

Currículo: Luz para o meu caminho.

Etapa: ANTIGO TESTAMENTO.

Tempo: 10 meses – 1 estudo introdutório, 39 estudos com exercícios e compartilhar.

Visão: Voltar a Palavra de Deus para conhecê-lo e ter caráter e relacionamentos transformados.

Objetivos: Após o curso os alunos terão facilidade para:


1. Relacionar fatos, personagens e livros do Antigo Testamento.
2. Identificar os modos de Deus agir na história.
3. Demonstrar o relacionamento de Deus com o seu povo, no período do Antigo Testamento e suas
implicações.
4. Descobrir o caráter dos servos de Deus, bem como, a verdadeira espiritualidade demonstrada na vida do
povo de Israel.

Metodologia
Exposição e análise de texto bíblico com reflexão, vivência e compartilhar, buscando mudança de
valores e de atitudes. O trabalho pedagógico demandará três aspectos: a busca individual através de exercícios
(Entrando em forma), oração e leitura bíblica diária; a realização conjunta por meio da exposição compartilhada
e do trabalho em pequenos grupos para reflexão e relacionamento.

Uma boa opção pedagógica, ficando na liberdade do facilitador usar ou não, é o COMPANHEIRO DE
CAMINHADA. O facilitador divide os alunos em duplas, sendo homens com homens e mulheres com mulheres,
para que ambos possam compartilhar em horários que não sejam os da Escola Bíblica (ou pessoalmente ou por
telefone ou e-mail), para oração, crescimento, tirar dúvidas, etc.

Tema: Caminhando sob a luz de Deus I

Texto:“Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e luz para os meus caminhos.”
Salmo 119.105

HISTÓRICOS
06. Lidando com o fracasso e a vitória
07. Sábios aos seus próprios olhos
08. O preço do resgate
09. Queremos um rei
10. Do curral para o palácio
11. O pedido de um sábio
LIDANDO COM O FRACASSO E A VITÓRIA
Josué 1.1-9
S Êxodo 37 e 38 & Levítico 17 e 18
T Êxodo 39 e 40 & Levítico 19 e 20
Q Números 01 e 02 & Levítico 21 e 22
Q Números 03 e 04 & Levítico 23 e 24
S Números 05 & Levítico 25 a 27
S Números 06 e 07 & Deuteronômio 01e02

O povo de Deus deve tomar o fracasso e a vitória como


oportunidade para aprender dEle.

1. Introdução aos livros históricos


Esta segunda seção da Bíblia, chamada “Livros Históricos”, trata da história de Israel na terra de
Canaã. São 12 livros que condensam quase mil anos de história, marcada ora por grandes triunfos, ora por
grandes tragédias e guerras. Devemos nos lembrar que, por trás da história do povo de Israel, está a história da
salvação, que apresenta o plano de Deus para salvar o homem. Estudando esses livros podemos perceber como
Deus se relaciona com o Seu povo ao longo da história, para realizar as Suas promessas.

2. Conteúdo
O livro de Josué estabelece uma ligação entre o período que Israel passou no deserto, como nômade, e
o período em Canaã, como nação. É, pois, um livro de transição.

1 6 13 ALGUNS SIGNIFICADOS
24 EM JOSUÉ

1. JOSUÉ – tipifica Cristo em seu trabalho de conduzir


o povo de Deus até que entre na “Terra Prometida” ou
Entrada no seu “Descanso”. Moisés
Conquista mudou o nome de Oséias
Ocupação
(salvação) para Josué (Deus é salvação). O nome Jesus
é a forma grega do nome Josué e o significado
3. Contexto permanece (Mt 1.21).
O povo está acampado na região de Abarim. Do
alto do monte Nebo, Moisés já tinha visto a Terra 2. JORDÃO – significou uma entrega total do povo a
Prometida e morrido. Josué é o novo líder que Deus, tendo como base a confiança de que Ele lhes
vai conduzir o povo em sua entrada na Terra daria vitória. Na morte de Cristo fomos unidos de tal
Prometida. Para isso, ele precisa atravessar o forma com Ele e separados para Ele que passamos a
Jordão e desapossar os moradores da terra. desfrutar da bênção da vitória Dele sobre a morte.
Assim, no início do Capítulo 1, Deus fala com
Josué e o encoraja para a realização da sua 3. CANAÃ – como “Terra Prometida” ou “Descanso”
missão: Canaã não tipifica o céu, mas sim a plenitude da bênção
de Cristo. A terra de Canaã era fértil, produtiva,
ensolarada; tudo com abundância. A vida cristã deve ser
marcada pela abundância de alegria e prazer que só
4. O cumprimento da promessa Cristo pode dar.

Deus havia feito a promessa a Abraão,


que creu sem reservas. Confirmou a promessa
tirando o povo do Egito e cumpriu-a fazendo-os tomar posse da terra. Esse cumprimento da promessa é marcado
por três fases:

4.1. ENTRADA NA TERRA (CAP.1-5)


Depois de ouvir o que Deus lhe disse, Josué se dispôs ao trabalho como novo líder do povo. Nessa
primeira fase do cumprimento da promessa de Deus para o Seu povo destacam-se três momentos:

 PREPARAÇÃO – Este primeiro momento é marcado por duas atitudes de Josué:

1ª) PREVENÇÃO  Josué deu ordem ao povo para que preparasse mantimento, porque em 3 dias eles iriam
cruzar o Jordão. Essa atitude de Josué demonstra que ele era um líder prevenido. A confiança em Deus não
anula as responsabilidades humanas. Josué sabe que Deus vai estar com ele; o próprio Deus prometeu isso (1.9).
Mas Josué cuida para que o povo vá preparado.

2ª) ESTRATÉGIA  Josué enviou dois homens para espiarem a cidade de Jericó, detalhadamente. Na guerra,
sempre é bom conhecer os pontos fortes e fracos do inimigo. Com essa atitude, Josué demonstra ser um líder
estrategista. Que confia em Deus, que sabe que Deus vai derrotar os inimigos de Israel, mas planeja toda a ação
militar. Deus pode mudar os planos de Josué e fazer tudo diferente, não importa. Deus quer líderes que sejam
responsáveis e sejam organizados. Que na batalha saibam o que fazer. Da parte de Josué, cabe enviar os espias;
da parte de Deus cabe conduzí-los até Raabe, uma mulher prostituta a quem Deus usou, para livrar Israel e
destruir Jericó.

 JORDÃO – Este segundo momento apresenta três etapas:

1ª) SANTIFICAÇÃO  Josué sabe que Deus vai se manifestar de forma maravilhosa, por isso, ele ordena ao
povo que se santifique para ver o milagre do Senhor. O autor de Hebreus diz que “sem santificação ninguém
verá o Senhor” (Hb 12.14). O desejo por milagre acompanha o ser humano e pode transformar-se num empecilho
para uma vida cristã saudável. Isso acontece quando não damos importância a Palavra de Deus e nos apegamos
somente no milagre. Para Josué a santificação antecede ao milagre. Sem santificação não dá para compreender o
milagre como manifestação de Deus e, muito menos, o que Ele quer falar por meio do milagre. “Santificai-vos,
porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós.” (3.5)).

2ª) MILAGRE  Atravessar o Jordão era um ato de coragem, mas, sobretudo de fé. Significava aceitar o
desafio de depender de Deus e lutar para destruir os inimigos. Significava não temer os habitantes de Canaã,
seus poderes e suas fortalezas. Passar o Jordão é milagre, porque é intervenção de Deus no momento de crise,
uma crise humanamente compreensível, levando em conta que, passar o Jordão compromete a vida de cada
pessoa; um compromisso sem volta. O milagre do Jordão foi mais do que parar as águas; foi maior do que
passar a pé enxuto. Cada passo na direção da outra margem significava aproximar-se de exércitos numerosos e
suas armas de guerra; significava aproximar-se de gigantes treinados para matar; significava aproximar-se de
muralhas quase inexpugnáveis. Essa experiência pode ser comparada a inteira entrega do ser a Cristo, uma
entrega sem volta, para obediência completa da Sua vontade.

3ª) TESTEMUNHO  O que Deus fez não podia ser esquecido. Para garantir esse fato, dois monumentos
foram erguidos: um no meio do Jordão, testificando que Deus fizera o povo atravessar o rio a pé enxuto (4.9); o
outro foi levantado em Gilgal (4.19-20), com 12 pedras tiradas do Jordão e levadas por 12 homens, cada um
representando uma das tribos de Israel, sendo que essa segunda coluna, ou monumento, testificava da fidelidade
de Deus, por ter Ele cumprido a Sua promessa de fazer o povo chegar a Canaã.

Para refletir
Por que o cristão precisa Como o cristão pode testemunhar
O cristão precisa de milagre hoje?
santificar-se? da fidelidade de Deus?
 RESTAURAÇÃO – A experiência do Jordão foi tão espetacular que a notícia se espalhou a tal ponto que
chegou ao conhecimento de todos os reis da terra de Canaã. Isso produziu desespero em todos eles (5.1).
Contudo, Israel não podia viver de experiências isoladas com Deus. O povo podia se perder em virtude da fama.
Para que isso não acontecesse, era necessário restaurar a identidade do povo que, de certa forma, foi
enfraquecida durante os 40 anos que passaram no deserto. Dois aspectos da identidade do povo são restaurados:
1º) A MARCA DA ALIANÇA  Deus tinha feito uma aliança com Abraão e a marca desse pacto era
a circuncisão. Todos os nascidos do sexo masculino levariam na própria carne a marca de pertencer ao povo de
Deus. Durante o tempo de peregrinação no deserto não houve nenhuma circuncisão, mas o Senhor Deus manda
Josué circuncidar os filhos de Israel (5.2). Entrando na Terra Prometida eles vão continuar sendo o povo da
aliança, marcados para pertencer a Deus.

2º) A MARCA DA LIBERTAÇÃO  A páscoa representava o símbolo da libertação que Deus


realizara na vida do Seu povo. A primeira foi realizada no Egito (Êx 12), na noite do êxodo. A segunda foi
realizada no Sinai, antes de começar a caminhada no deserto (Nm 9). Depois não há nenhum registro da
celebração da festa durante o tempo no deserto. Sendo assim, a narrativa do capítulo 5 de Josué relata a terceira
celebração da Páscoa, no momento em que eles estão em Gilgal. Portanto, entrando em Canaã. Essa celebração
da Páscoa restaura a marca da libertação, pois, entrando na Terra Prometida, eles não podem esquecer que Deus
os libertou da escravidão com o propósito de levá-los até ali.

4.2. CONQUISTA (CAP. 6-12)


Deus não mandou Israel para uma terra desabitada, afim de desbravá-la, porque seria muito difícil para um
povo, já cansado do deserto, habitar uma terra virgem. A terra de Canaã era habitada, cuidada e extremamente
produtiva. Israel teria que desapossar os moradores da terra que eram fortes e bem armados. As campanhas de
conquista se deram em três etapas:

Centro  As primeiras cidades a serem conquistadas situavam-se na parte central de Canaã, na altura da
travessia do Jordão. Primeiro caiu Jericó com suas muralhas que a tornava uma verdadeira fortaleza. Mas uma
ação sobrenatural de Deus pôs abaixo suas muralhas e só Raabe com os da sua casa foram salvos. Em seguida
foi Ai que, na primeira tentativa, envergonhou os israelitas que fugiram para escapar com vida. Gibeão, ou
Gibeom, não foi destruída por causa da esperteza de seu rei e de seu povo, mas foram escravizados por Israel.
Foi por causa dos gibeonitas que se travou uma batalha entre Israel e cinco reis, durante a qual aconteceu o dia
mais longo da história (10.12-14).

Norte  Josué atacou as cidades de Jerusalém, Hebrom, Laquis, Debir e Libna. Ao ouvirem as conquistas
de Josué, muitos outros reis já se entregavam sem luta, em face do desânimo e medo que lhes sobrevinham (cap.
10).

Sul  É grande o número de cidades que Josué conquistou ao sul de Canaã.

Nada havia mudado em relação a palavra dos espias enviados por Moisés. As cidades eram fortes e seus
habitantes eram valentes e dispostos a morrer. Somente com a ajuda do Senhor foi possível vencer (11.23).

4.3. OCUPAÇÃO (CAP. 13-24)

Uma vez derrotados e mortos os moradores da terra, era necessário ocupar todas as cidades de Canaã.
Então, Josué repartiu a terra por herança aos filhos de Israel para que eles as habitassem e trabalhassem nela. O
capítulo 13 apresenta a herança de Rúben, Gade e meia tribo de Manassés em Gileade. O estabelecimento de
Caleb em Hebrom, está no capítulo 14. Os capítulos 15 a 17 referem-se às áreas entregues a Judá, Efraim e à
outra meia tribo de Manassés. O lugar do tabernáculo (Silo), bem como, a terra das sete tribos restantes está nos
capítulos 18 e 19. O mapa dá uma idéia de como era a terra antes da chegada de Israel e seu estado após a
divisão das terras:
Extraído da obra “Quero entender a Bíblia”, Frances Blankenbaker, editado por CPAD.

5. As lições da vitória e do fracasso


Capítulo 6 Josué Base Espias Causa Resultado

Conhece a vontade A experiência do Tem tudo para desistir,


JERICÓ Santificação Vitória
de Deus Jordão mas confiam em Deus

Capítulo 7 Josué Base Espias Causa Resultado


Não consulta ao A experiência de Pecado escondido
AI Auto-confiança Derrota
Senhor Jericó (Acã)

Corrigir para vencer

JOSUÉ  Não ore mais, trabalhe (7.10-13)


 Localize o pecado (7.21-23)
 Elimine o pecado (7.24-26)
 Lute com inteligência (8.3-25)
 Renovação da aliança (8.30-35)
- Edificar um altar
- Escrever uma cópia da Lei
- Ler as palavras do livro da Lei

6. Conclusão
O final do livro de Josué é marcado por sua despedida que reafirma seu compromisso com Deus, que
envolve fidelidade absoluta. “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (24.15).

7. Compartilhar
1) O que oferece mais possibilidade de ensino: a vitória ou o fracasso?
2) De que maneira você foi abençoado com o estudo de Josué?
Entrando em forma
ESTUDO 06 – Lidando com o fracasso e a vitória
Livro: Josué
Nº de Capítulos: 24
Escritor: Anônimo (provavelmente Josué)
Época: Provavelmente entre 1400 a.C. e 1200 a.C.
1. Qual a primeira ordem de Deus a Josué?

2. O que Deus mandou Josué fazer a respeito do livro da Lei? (1.8)

3. O que Josué precisava ser, para fazer o povo tomar posse da terra? (1.6)

4. Quais tribos receberam as terras da Transjordânia?

5. O que o povo devia fazer antes de atravessar o Jordão? (3.5)

6. O que fez Josué para circuncidar o povo em Gibeate-Haralote? (5.2-3)

7. Em que ocasião cessou o maná? (5.12)

8. Que disse o príncipe do exército do Senhor a Josué? (5.15)

9. Por que Israel foi derrotado em Ai?


10. Que fez Josué depois de ter derrotado a cidade de Ai?

11. Como os gibeonitas foram poupados por Josué? (9.1-27))

SÁBIOS AOS SEUS PRÓPRIOS OLHOS


Juízes 21.25

S Números 08 e 09 & Deuteronômio 03e04

Leitura Semanal
T Números 10 e 11 & Deuteronômio 05e06
Q Números 12 a 14 & Deuteronômio 07e08
Q Números 15 & Deuteronômio 09-11
S Números 16 e 17 & Deuteronômio 12e13
S Números 18 e 19 & Deuteronômio 14e15

O povo de Deus se destaca por ter a instrução da Lei do Senhor.

1. Conteúdo
A história de Israel em Canaã continua no livro dos Juízes. São 21 capítulos abrangendo um período de
aproximadamente 400 anos. Os juízes foram levantados por Deus para libertar Israel da dominação dos seus
inimigos e para governar o povo por algum tempo. Outros livros fazem parte desse período: Rute e Samuel. O
conteúdo de Juízes pode ser descrito da seguinte maneira:

1 3 17 21

Situação Salvadores Casos

2. Contexto
O período dos juízes, que julgaram a Israel, começa após a morte de Josué, quando as tribos já haviam
tomado posse de suas respectivas terras. Todavia, Canaã não foi completamente conquistada por Israel, que
deixou de ver concretizado por completo, o cumprimento da promessa de Deus registrada em Josué 1.2-4, que
diz: “Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou
aos filhos de Israel. Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés.
Desde o deserto e o Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao mar Grande para
o poente do sol será o vosso limite.”

Essa promessa foi específica para o povo de Israel e tinha a ver com a conquista da terra. Deus
prometeu toda a terra de Canaã, mas tinha uma condição: os israelitas tinham que por os pés em cada lugar,
dentro dos limites estabelecidos por Deus, e desapossar os habitantes das cidades. Era uma questão de conquista
por meio de guerra.

Mas Israel não cumpriu a sua parte no acordo e permitiu que ficassem na terra os mesopotâmios, os
midianitas, os amonitas, os moabitas, os filisteus e os cananitas. Todos esses povos se tornaram em dor e
tragédia para Israel, pois, esses povos subjugaram e oprimiram os filhos de Israel em várias ocasiões.

3. Situação (cap. 1-2)


Por não obedecer a Deus, Israel não expulsou os inimigos para tomar posse da terra (1.19, 21, 27, 30-31, 33-
34). Por essa causa o povo passou a viver num círculo vicioso.

Israel passou a viver numa verdadeira roda-viva, em que um


período de paz era sucedido por uma frieza espiritual e idolatria.
Então Deus levantava um povo para oprimir e dominar Israel. Quando
eles entendiam a disciplina do Senhor, então, choravam e se
arrependiam do mal que estavam fazendo contra o Senhor. Deus,
então, levantava juízes que os libertasse; em seguida tinham um novo
período de paz e logo se reiniciava o círculo novamente.

6. Salvadores (cap. 3-16)


A expressão que marca cada um dos momentos enfrentados pelos
juízes demonstra que Israel abandonou o Senhor: “Os filhos de Israel fizeram o que era mau perante o Senhor”
(3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1). Essa era a razão da opressão. Observe o quadro seguinte:

TEMPO DE TEMPO REFERÊNCIA


JUIZ TRIBO CARACTERÍSTICA INIMIGO
OPRESSÃO DE PAZ BÍBLICA
Otniel Judá Parente de Caleb Mesopotâmia 8 anos 40 anos Jz 3.9-11
Eúde Benjamim Canhoto Moabitas 18 anos 80 anos Jz 3.12-30

Lutou com aguilhada de bois


Sangar Naftali (instrumento com uma lança de Filisteus ? ? Jz 3.31
ferro na ponta)

Única mulher a exercer a função de


Débora Efraim Cananeus 20 anos 40 anos Jz 4.4-5.31
juíz – abelha
Recusou-se a lutar sem a presença
Baraque Naftali Cananeus 20 anos 40 anos Jz 4.4-5.31
de Débora

Gideão Manassés Medroso, mas tornou-se destruidor Midianitas 7 anos 40 anos Jz 6.11-8.35

Tola Issacar - - - 23 anos Jz 10.1-2

Jair Gileade Tinha 30 filhos e 30 cidades - - 22 anos Jz 10.3-5

Jefté Gileade Precipitado Amonitas 18 anos 6 anos Jz 11.1-12.7

Ibsã - Teve 30 filhos e 30 filhas - - 7 anos Jz 12.8-10

Elom Zebulom Sepultado em Aijalom - - 10 anos Jz 12.11-12

Abdom Efraim Teve 40 filhos e 30 netos - - 8 anos Jz 12.13-15

Sansão Dã Nazireu – solzinho Filisteus 40 anos 20 anos Jz 13.2-16.31

Morreu de forma drástica por


Eli Levi - - 40 anos I Sm 1-4
causa da Arca do Senhor

Último juíz; ungiu Saul e Davi


Samuel Levi Filisteus ? ? I Sm 1-25
como reis de Israel

Veja no mapa seguinte a localização dos inimigos na terra de Canaã e os juízes usados por Deus para
livrar Israel:
Extraído da obra “Conheça sua Bíblia –Vol. 2”, Júlio A. Ferreira, editado por Luz Para o Caminho.

5. Casos (cap. 17-21)


Os últimos capítulos de Juízes relatam acontecimentos que testificam a dura realidade do povo de Deus
vivendo sem a direção de um líder nacional que cuidasse tanto da vida espiritual, quanto moral e política.

5.1. O CASO DE MICA


Mica é um israelita da tribo de Efraim. Sua mãe, ao recuperar uma soma de mil e cem ciclos de prata,
mandou fazer uma imagem de escultura e uma de fundição. Para a mãe de Mica, fazer os ídolos era dedicar o
dinheiro ao Senhor (17.1-3).

Esse Mica transformou sua casa em uma casa de adoração aos deuses; fez, ainda, uma estola sacerdotal
e consagrou seu filho como sacerdote (17.5). Tudo o que era condenado por Deus estava sendo praticado em
Israel. Se não bastasse já a afronta da idolatria, Mica ainda contrata um levita, por salário, como se fosse um
profissional da religião (17.10). Mica tem sua casa roubada por um grupo da tribo de Dã que levou a imagem, os
ídolos, a estola sacerdotal e o levita, nomeando-o sacerdote para oficiar ao povo.

Fica claro, nesse relato, que o povo de Deus, em pouco tempo da morte de Moisés e de Josué, quando
obedecer a Deus (seus mandamentos) era a exigência fundamental da vida, trocou a prática da vida espiritual
por costumes religiosos, tornando-se semelhante aos cananitas. Esse fato deve nos levar a duas questões:

5.2. O CASO DA LOUCURA DOS BENJAMITAS


O relato dos capítulos 19, 20 e 21 retrata a que ponto chegou o povo de Deus na sua degradação
(corrupção) espiritual, moral e social.

O caso é de um certo levita e sua concubina que chegaram a uma das cidades pertencentes à tribo de
Benjamim, chamada Gibeá. Estavam eles na praça, quando foram convidados a pernoitar na casa de um homem
da tribo de Efraim, mas que morava em Gibeá. Enquanto comiam e bebiam, foram os homens da cidade,
cercaram a casa e ordenaram ao efraimita que entregasse o homem que estava com ele. Aqueles homens,
moradores da cidade de Gibeá, são descritos como filhos de Belial. Essa designação é dada aos homossexuais. A
intenção deles era abusar sexualmente do levita. O dono da casa os convenceu a desistirem da idéia de levarem
o levita. Todavia, tomaram a sua concubina e a levaram abusando dela toda a noite, e a deixaram morta, a porta
da casa. O levita, desolado, cortou a sua concubina, morta, em doze partes e mandou cada parte para uma tribo
de Israel.

Esse fato causou grande revolta entre o povo, que resolveu vingar-se dos benjamitas. Depois de duas
tentativas fracassadas, a tribo de Benjamim foi quase que totalmente destruída. O lamento do povo diante do
Senhor foi: “Ah! Senhor, Deus de Israel, por que sucedeu isto em Israel, que, hoje, lhe falte uma tribo?”

Esses casos revelam que, quando o povo de Deus se viu sem uma liderança forte, o caos se instalou;
tanto por parte da opressão das nações ao redor, como da parte dos próprios filhos de Israel, que passavam a
decidir todas as coisas por si mesmos.

6. Sábios aos seus próprios olhos


“Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto.” (Jz 17.6; 21.25). Essa
expressão fecha o livro de Juízes e é o retrato do que foi esse período, marcado por crises profundas e
conseqüências trágicas para o povo.

Alguns fatos determinam que nesse período dos Juízes, o povo se achou sábio aos seus próprios olhos:

6.1. ABANDONARAM A LEI DE DEUS


Deus deu a Lei para que, por meio dela, o povo fosse instruído, disciplinado e orientado em todos os
seus relacionamentos. Da obediência a Lei de Deus, resultava o fortalecimento de Israel, como povo. Foi assim
nos dias de Moisés e nos dias de Josué.

Não há uma só referência em Juízes que mencione a leitura da Lei do Senhor ou o seu ensino ao povo, nem
mesmo pelos juízes. Talvez, por causa disso, também não se menciona a circuncisão nem a celebração da
Páscoa. O resultado disso é que “cada um fazia o que era mais reto”.

6.2. ANULARAM OS CONSELHEIROS


No livro de Juízes não encontramos sacrifícios, sacerdotes e celebração. Onde estão os levitas? Onde
estão os sacerdotes? Que falta faz a Israel a centralidade da vida voltada para o referencial de Deus, no meio
deles. As tribos ficaram muito distantes do Tabernáculo e dos sacerdotes; daí a causa da proliferação da
idolatria. As pessoas decidiram construir na sua casa um altar e faziam ídolos (foi o caso de Mica). Desprezar os
conselheiros era desprezar a bênção do Senhor (Pv 11.14; 15.22; 24.6).

6.3. TOMARAM DECISÕES PRECIPITADAS


O fato mais destacado é o que acontece com Jefté, um dos juízes, que após uma vitória, faz um voto de
oferecer em holocausto o primeiro que lhe saísse ao encontro. Para sua tristeza quem lhe saiu ao encontro foi
sua filha única. Para cumprir seu voto, Jefté teve que sacrificar sua própria filha. Se Jefté tivesse se lembrado
que o Senhor proibira o sacrifício humano, não teria sofrido com a morte de sua filha.

6.4. FIZERAM ESCOLHAS PELO OLHAR


Ser agradável aos olhos nem sempre é a melhor maneira de fazer escolhas. Sansão é o juíz que mais se
deixa levar pelo olhar. Seus desejos carnais são ativados e ele acabou amargando fracassos e derrotas por não ter
outros critérios de julgamento (Jz 14.1-2; 16.1,4).

7. Conclusão
O livro de Juízes tem muito a nos ensinar, por que revela as fraquezas dos fortes e a ignorância dos
sábios. Deus permanece amando o Seu povo e oferecendo oportunidade de arrependimento e mudança.

Como cristãos, precisamos ficar atentos para não pensarmos que a bênção já chegou e, que agora cada
um pode viver como sábio aos seus próprios olhos, decidindo, sem consultar ao Senhor.

Nós temos um Salvador, Cristo Jesus. Ele nos livrou da opressão do inimigo e nos dá paz. Nossa vida
continua na inteira dependência e obediência a Ele.

8. Compartilhar
1) O que você destacaria do livro de Juízes?
2) Como o estudo de Juízes pode ajudá-lo na vida cristã?

Entrando em forma
ESTUDO 07 – Sábio aos seus próprios olhos
Livro: Juízes
Nº de Capítulos: 21
Escritor: Anônimo (provavelmente Samuel)
Época: Provavelmente entre 1200 a.C. e 1100 a.C.
Que resposta Deus deu quando perguntaram, quem primeiro subiria para lutar contra os cananeus?
Qual foi a primeira atitude dos filhos de Israel depois da morte de Josué?
Por que Judá não expulsou os moradores do vale?
O que aconteceu aos cananeus, quando Israel se tornou mais forte?
Por que Deus repreendeu o povo em Boquim? (2.1-4)
Por que os filhos da geração que entrou em Canaã abandonaram o Senhor e passaram a servir aos baalins?
O que acontecia quando o Senhor levantava um juiz? (2.18)
O que acontecia quando morria o juiz?
Por que razão, Deus não expulsou as nações que Josué deixou quando morreu?

O PREÇO DO RESGATE
Rute 4.9,10
Números 20 e 21 & Deuteronômio 16e17
T Números 22 a 24 & Deuteronômio 18e19
Q Números 25 e 26 & Deuteronômio 20e21

Q Números 27 e 28 & Deuteronômio 22e23

S Números 29 e 30 & Deuteronômio 24ª26

S Números 31 e 32 & Deuteronômio 27e28

Somente um resgatador podia pagar a dívida.

A história narrada nos quatro capítulos do livro de Rute, nos chama a atenção para a ação de Deus na
vida de pessoas, cujas vidas são profundamente marcadas por crises e tragédias. Cada capítulo pode ser descrito
por uma palavra:
1 2 3 4 5

Decisão Serviço Resgate Recompensa

2. Contexto
O livro inicia com as seguintes palavras: “Nos dias em julgavam os juízes…” (1.1). É, pois, no período
conturbado dos juízes que se passa a narrativa de Rute. Dentro da decadência espiritual, moral e política do
tempo dos juízes, onde as guerras, a fome e as crises políticas internas e externas tornam penosa a vida de Israel,
Rute surge como um bálsamo que refrigera a alma, tal a maneira como Deus intervém na vida de duas mulheres,
mudando a história e fazendo ressurgir a esperança da promessa do grande libertador, o resgatador do seu povo.

3. Decisão
A história começa na cidade de Belém da Judéia, quando uma família formada por 4 pessoas, a saber: o
pai Elimeleque (meu Deus é Rei), a mãe Noemi (minha alegria) e os filhos Malom (enfermo) e Quiliom (aflito),
em virtude de uma grande fome, resolve deixar sua terra e ir para a terra dos moabitas.

Uma vez instalados em Moabe, morre Elimeleque e os filhos casam-se com mulheres moabitas, das
quais uma se chamava Orfa (gazela) e a outra Rute (amizade). Não muito tempo depois, morrem também os
filhos. Noemi se viu completamente desamparada sem o marido, sem os filhos e vivendo numa terra estranha.

Noemi resolve voltar para sua terra e para o seu povo. Ela, todavia, não considera justo que suas noras
permaneçam com ela, por isso, manda-as voltar para seus parentes. Orfa aceita voltar e com um beijo despede-
se de Noemi; Rute, porém, decide continuar com a sogra, para servir-lhe de amparo, companhia e consolo. As
palavras de Rute demonstram as implicações da sua decisão: “Não me instes para que te deixe e me obrigue a
não seguir-te; porque aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o
meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o
Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (1.16-17).
Com sua decisão, Rute poderia estar jogando fora a possibilidade de recomeçar sua vida. Voltando para
a casa de seus pais, ela continuaria sua vida, podendo casar e ter filhos. Ela, porém, vai com a sogra, uma
mulher de idade, viúva e pobre (1.21).

Na compreensão de Noemi, tudo o que aconteceu com ela não é obra do acaso, mas resultado da ação de Deus
(1.20).

4. Serviço
O capítulo 2 relata que Rute se submete a fazer o trabalho dos escravos a fim de garantir a sua própria
sobrevivência e a da sogra. Ela se dispõe a ir aos campos para juntar o que era deixado pelos colhedores. A
providência de Deus a leva aos campos de Boaz (ligeireza), um parente de Elimeleque, que demonstrou ter
ficado impressionado com a atitude de Rute em seguir Noemi. “Respondeu Boaz e lhe disse: Bem me contaram
tudo quanto fizeste a tua sogra, depois da morte de teu marido, e como deixaste a teu pai, e a tua mãe, e a terra
onde nasceste e vieste para um povo que dantes não conhecias” (2.11). Mesmo sendo estrangeira, Boaz trata a
moabita com favor, deixando-a ficar entre os seus servos e dando-lhe proteção.
Mais uma vez, Noemi compreende que a mão de Deus está no controle dos acontecimentos (2.20).

5. Resgate
A palavra Go´El significa resgatador. Era o compromisso exercido pelo parente mais próximo de uma
mulher que tivesse perdido seu marido. O resgatador tinha os seguintes deveres:

 Dar apoio, proteção e sustento;


 Devolver os bens a família, mesmo que tivesse de pagar por eles;
 Se a viúva não tivesse filhos, o resgatador deveria casar-se com ela e ter um filho para herdar os bens
do marido morto;
 Se os bens da viúva fossem colocados a venda, o resgatador deveria comprá-los, em um acontecimento
público;
 O resgatador devia vingar a morte do marido, caso tivesse sido assassinado;
 Caso, os parentes do homem morto tivessem sido vendidos como escravos, o resgatador deveria
comprá-los e libertá-los;
 Uma vez que o parente mais próximo recusasse exercer a função do resgatador, além de perder o
direito da herança, ainda podia sofrer a indignação dos habitantes do lugar;
 No caso de recusa, o outro parente mais próximo ficava com o direito de assumir a função do
resgatador. Então, em ato público, o que houvesse recusado tirava as sandálias e as passava para o parente que ia
assumir.

Se por um lado, Rute se esforça para fazer a sogra contente, esta, por sua vez, deseja ardentemente ver a
nora feliz. Para isso, era necessário encontrar um marido para Rute (3.1). Noemi aconselha Rute a se aprontar e ir
ao encontro de Boaz e preparar um encontro com ele. Rute obedece todo o conselho da sogra. Boaz, embora
desejoso para ser o legítimo resgatador de Noemi, não pode fazê-lo por haver um parente mais próximo do que
ele, que tem o direito. Contudo, ele promete à Rute, que se houver recusa por parte do parente mais próximo, ele
pagará o resgate. Noemi sabe que Boaz está atraído sentimentalmente por Rute (3.18).

6. Recompensa
No dia seguinte, diante de dez testemunhas, Boaz ouviu a recusa do parente mais próximo de Noemi e
como era o costume tirou o calçado dos pés e os deu a Boaz, confirmando que a partir dali ele seria o resgatador.
Boaz, então, pagou o preço estipulado pela propriedade de Noemi como herança deixada por Elimeleque, Malon
e Quiliom, e tomou Rute como esposa.

Deus decidiu dar a essa história um final mais do que feliz. Noemi já não precisava mais ser chamada
de Mara (amargura), por quanto o Senhor lhe devolveu a alegria (Noemi) (1.20). Não só teve suas propriedades
resgatadas, como pôde ver a nora construir um novo lar.
Rute, que despertara amor no coração de Boaz, além de voltar a ter dignidade como mulher, não mais
desamparada, ainda deu à luz a um filho a quem deram o nome de Obede (aquele que serve). Este veio a ser pai
de Jessé, pai de Davi. Ainda está na sua genealogia o Messias, Jesus.

7. Conclusão
O livro de Rute não é só o relato da intervenção de Deus no momento histórico da vida de Noemi e Rute.
Ele também aponta para a intervenção de Deus na história da humanidade, que tem a seguinte representação:

Noemi e Rute  representam a raça humana atingida pela tragédia do pecado que gera a morte e causa dor,
amargura, sofrimento e toda sorte de miséria.

Boaz  representa Jesus que, com sua morte na cruz, diante de testemunhas, físicas e espirituais, pagou o
preço do resgate para tirar da vergonha e da dor o seu povo. Ele é o nosso Go´El (Resgatador).

8. Compartilhar
1) Para que Deus nos resgatou?
2) De que maneira, saber que Jesus nos resgatou, muda nossa vida?

Entrando em forma
ESTUDO 08 – O preço do resgate
Livro: Rute
Nº de Capítulos: 04
Escritor: Anônimo (provavelmente Samuel)
Época: Provavelmente entre 1100 a.C. e 1010 a.C.
1. Por que a família de Noemi se mudou de Belém de Judá para a terra de Moabe?

2. Por que Noemi decidiu voltar para a sua terra?

3. O que disse Noemi as suas noras quando estavam de caminho para Judá?

4. Que atitudes tiveram as noras de Noemi?


5. Qual a reação da cidade de Belém quando soube da história de Noemi e sua nora?

6. Por que Noemi pediu que lhe chamassem de Mara?

7. De que maneira se costumava fazer resgate em Israel?

QUEREMOS UM REI
I Samuel 8.4-7
S Números 33 e 34 & Deuteronômio 29e30

Leitura Semanal
T Números 35 e 36 & Deuteronômio 31e32
Q Deuteronômio 33e34 & Josué 01 e 02
Q Josué 03 a 05
S Josué 06 a 08
S Josué 09 a 12

Submeter-se ao domínio de Deus é um grande desafio para os Seus filhos.

1. Conteúdo
No cânon hebraico, os dois livros de Samuel CANÔN – palavra latina que significa “linha de
formam um único livro, mas, para facilitar nossa medir; regra; modelo”. Originou-se do termo grego
compreensão, os estudaremos separadamente, tal kanon (regra ou vara).
qual consta da versão portuguesa. O nome Samuel
significa “pedido a Deus”, como resultado da Os cânones do Antigo e Novo Testamento estabelecem
oração de sua mãe Ana. O nome Samuel dado ao os livros que compõem cada Testamento,
livro refere-se ao profeta que, provavelmente, considerando a sua inspiração divina, bem como a
escreveu boa parte do primeiro livro, o qual tem a autenticidade e a autoridade de cada um.
seguinte divisão:
1 9 16 31

Samuel Saul Davi


2. Contexto
DOIS TIPOS DE PROFETAS NA BÍBLIA:
Samuel é o último dos juízes e o
primeiro profeta literato, que escreveu sua PROFETA NÃO LITERATO – aqueles que são mencionados
história e profecia. O período dos juízes juntamente com suas profecias, mas ele mesmo não escreveu
estava findando e iniciando o período dos um livro. Ex.: Elias, Eliseu, Nata, Aías, Hulda etc.
reis. Samuel é a transição entre os dois
períodos. O período que se encerrava foi PROFETA LITERATO – aqueles que escreveram um livro.
marcado por uma vida espiritual deficiente, o Ex.: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel etc.
que gerou uma decadência moral e política de
proporções e implicações devastadoras para o
povo. O período, que tem início com Samuel,
apresenta, na pessoa do próprio profeta, um
modelo espiritual forte que chama Israel para
o arrependimento e mudança. Alem dessa
transição, também há uma mudança de governo em Israel. Até o tempo dos juízes, o povo de Deus teve um governo
teocrático, ou seja, Deus mesmo governava sobre o Seu povo. A partir de Samuel, instala-se a monarquia, o governo
humano de um só.

Tudo o que antecede a essas mudanças e, bem como, todas as implicações por causa delas, começam a ser
descritas em I Samuel.

3. Samuel (cap. 1 a 8)
A história de Samuel, narrada nos oito primeiros capítulos de I Samuel apresenta 3 fases:

3.1. NASCIMENTO (CAP. 1)


Deus intervém de forma milagrosa na vida de Ana, uma mulher atormentada pela impossibilidade de ter
filhos. Seu marido Elcana a ama e lhe dá muitos presentes, mas é Penina, a outra mulher de Elcana, que dá a luz
filhos. Ana vai adorar, como de costume, em Silo, e resolve sair do comum, da rotina, do ritualismo e do formalismo
religioso e passa a orar fervorosamente. Sua experiência com Deus é tão intensa e real, que chama a atenção do
sacerdote Eli, que a confunde com uma mulher embriagada.

O Senhor Deus não se deixa impressionar pelo formalismo religioso. Ele quebra o protocolo e ouve o
pedido e voto daquela mulher amargurada. A atitude de Ana pode ter ferido a liturgia do templo, mas alcançou o
coração de Deus e o Seu favor.

Ana teve o seu filho tão esperado, mas não esqueceu a sua promessa e levou o menino
e o entregou a Eli, para que servisse ao Senhor para sempre.

3.2. CHAMADO (CAP. 3)


A situação espiritual de Israel era de extrema dificuldade, a começar pela própria família sacerdotal. Os
filhos de Eli, Hofni e Finéias, agiram perversamente diante do Senhor. “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de
Belial e não se importavam com o Senhor” (2.12).

Porque os filhos de Eli não se importavam com o Senhor, cometiam toda sorte de pecados, procedendo
corruptamente com o povo do Senhor. Deus, porém, sabia dos crimes dos dois e prometeu disciplinar toda a casa de
Eli (2.27-36).

O capítulo 3 começa dizendo: “Naqueles dias, a palavra do Senhor era mui rara; as visões não eram
freqüentes” (3.1). Esta palavra demonstra a rejeição de Deus aos líderes espirituais do Seu povo. Deus se cala.
É nesse momento de crise que Deus chama o jovem Samuel. Mas, apesar de morar no templo, de ser
cuidado pelo sacerdote, de conviver com o sagrado, “Samuel ainda não conhecia o Senhor, e ainda não lhe tinha
sido manifestada a palavra do Senhor” (3.7). Quando pela quarta vez, o Senhor chamou Samuel, então, este
respondeu dizendo: “Fala, porque o teu servo ouve” (3.10).

A primeira atitude que alguém que deseja servir a Deus deve ter é a de se importar com Ele, dando ouvido a
Sua voz. A primeira profecia dada por Deus a Samuel, é contra a casa de Eli. É uma palavra de juízo contra o
sacerdote e seus filhos. “Porque já lhe disse que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem
conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele os não repreendeu” (3.13). Pior do que ter pais incrédulos é
ter pais que, mesmo conhecendo a Deus, não tem coragem de disciplinar os filhos. Essa atitude os coloca debaixo do
juízo do Senhor.

Os israelitas saem a guerra contra os filisteus e são vencidos. Os filhos de Eli levam a Arca
da Aliança para o lugar da batalha e ali são mortos e a arca levada pelos inimigos. Quando Eli
toma conhecimento desses acontecimentos, cai da cadeira em que estava sentado e, quebrando
o pescoço, morre.

3.3. REJEIÇÃO DA PARTE DO POVO (CAP. 8)


Após terem vencidos os filisteus e reconduzido a Arca da Aliança para o seu devido lugar, houve paz em
Israel todos os dias em que Samuel exerceu a função de juíz. Porém, quando Samuel envelheceu, dois fatos
aconteceram:

1º) Joel e Abias não imitam o pai  os filhos de Samuel, que foram constituídos juízes, “não andaram
pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e aceitaram subornos, e perverteram o direito” (8.3).

2º) Os anciãos pedem um rei  vendo que Samuel já estava velho e que seus filhos não se importavam com o
Senhor, os anciãos se ajuntaram e foram a Samuel e lhe pediram um rei. O desejo dos anciãos gera três perigos:
a) Ter um rei, implicava ser igual as outras nações – Deus havia constituído Israel, como um povo
diferente dos demais, porque seria o Seu povo, mas Israel estava abrindo mão dessa diferença para ser como
as outras nações.
b) Mudança de domínio – Até ali Deus dominava, governando o povo com amor, justiça, misericórdia,
bondade e disciplina. Israel, entretanto, está rejeitando o governo de Deus (8.7) e se submetendo ao domínio
humano. Deus ainda adverte a respeito do que vai acontecer quando eles tiverem um rei (8.10-19). Mas o
povo não atentou para o que o Senhor falou.
c) Viver na dependência do homem – Desde Abraão até aquele momento era Deus que dava vitória a
Israel. O povo aprendeu a depender dEle e confiava no Seu socorro. Eles, todavia, passarão a depender de
um homem que decida sobre suas vidas: “O nosso rei poderá governar-nos, sair adiante de nós e fazer
nossas guerras” (8.20).

4. Saul (cap. 9 a 15)


Esse é o período em que se estabelece a monarquia em Israel, tendo um jovem chamado Saul, filho de Quis,
da tribo de Benjamim, como o primeiro rei (9.1). A história de Saul, conforme relatada no livro de I Samuel, pode ser
dividida em 3 fases:

4.1. ESCOLHA E CONFIRMAÇÃO (CAP. 9-11)


Estando a procura das jumentas do pai, Saul e seu moço resolveram entrar na cidade de Zufe para consultar
o homem de Deus a respeito das jumentas. Ao entrarem na cidade, eis que Samuel sai ao encontro de Saul e o
Senhor confirma a Samuel, que aquele era o homem de quem Ele lhe falara, no dia anterior, para que o ungisse
príncipe sobre o Seu povo (9.15-17). Depois de ungí-lo, Samuel disse a Saul que fosse a Gibeá-Eloim, onde se
encontraria com um grupo de profetas, e o Espírito do Senhor se apossaria dele, e que o próprio Saul profetizaria no
meio deles, e seria mudado em outro homem. Depois disso, ele deveria ir para Gilgal (10.1-8). Ao despedir-se de
Samuel, Deus mudou o coração de Saul (10.9).
Tendo se ajuntado todo o povo em Mispa, Samuel apresentou a Saul, como sendo o escolhido de Deus para
reinar sobre o povo. Em meio a gritos, o povo se alegrou diante do Senhor. O povo parece ter ficado contente com a
escolha de Saul, pois ele sobressaia de todo o povo por ser o mais alto de todos (10.17-27). Após promover uma vitória
sobre os amonitas, Saul é proclamado rei em Gilgal (11.1-15).

4.2. REJEIÇÃO (CAP. 13-15)


Deus já tinha avisado ao povo a respeito do que poderia acontecer ao rei deles. Mas o povo não lhe deu ouvido.
Assim, mesmo tendo sido escolhido por Deus, Saul era homem e como tal, suas atitudes desagradaram ao Senhor,
que o rejeitou. Observando a história, podemos destacar o que aconteceu com Saul:

Corrompido pelo poder  Samuel havia dito a Saul que esperasse por ele durante sete dias, até que ele
chegasse a Gilgal para sacrificar holocausto e apresentar ofertas pacíficas (10.8). Porém, pressionado pelas
circunstâncias de terem os filisteus obtido vantagem na guerra contra Israel, e como Samuel, pensou que como rei,
tinha poder para fazer qualquer coisa, então, mandou trazer o holocausto e as ofertas e ele mesmo ofereceu o
holocausto (13.8-9). Saul deixou-se dominar por seu próprio poder e fez o que não deveria fazer. Sendo assim, Deus o
rejeitou (13.13-14).

Traído por sua desobediência  Deus havia decidido destruir os amalequitas, seu rei, todo o seu povo e a tudo
o que lhes pertencia. Deus ordenou a Saul que executasse o seu julgamento. Saul, entretanto, movido por
insubmissão e desobediência poupou a vida de Agague, rei dos amalequitas, e separou o melhor do rebanho. Quando
Saul foi confrontado por Samuel, a respeito da sua atitude, ele ainda teve coragem de dizer que havia prendido a
Agague e que o povo havia separado o melhor do despojo para oferecer ao Senhor (15.1-22). A palavra do profeta a
Saul foi a seguinte: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto a que se obedeça
a sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de
carneiros” (15.22). A palavra de Samuel demonstra que o Senhor Deus não se deixa impressionar por rituais, seja
qual for, mesmo os sacrifícios, uma vez desprovidos de obediência, para Ele não tem valor. Samuel ainda
acrescentou: “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do
lar. Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei” (15.23).

4.3. DESESPERO (CAP. 16-31)


Até o fim da sua vida Saul vai conviver com seu próprio fracasso. Alguns aspectos da vida do rei determinam que
o fato de ter sido rejeitado pelo Senhor e o conhecimento de que Ele já tinha um novo rei para Israel, levou Saul ao
desespero:

Atormentado  O Senhor retirou dele o Seu Espírito e pôs nele um espírito maligno que o atormentava. Saul já
não tinha paz (16.14-23).

Persegue para matar  Saul passa a perseguir Davi afim de matá-lo. Sua frustração consigo mesmo, o leva a
perder toda a direção da vida. Ele ainda é o rei, mas age como se nunca tivesse sido (18.6-16).

Busca resposta entre os mortos  Estando Samuel morto, desesperado por respostas de Deus, Saul procura
uma necromante. Seu desejo era pedir conselhos a Samuel. Saul sabia que Deus havia proibido essa prática (Lv 20.27;
Dt 18.9-13). O próprio Saul havia mandado matar todos os necromantes. Seu desespero, todavia, o cegou.

Pratica suicídio  Durante uma batalha contra os filisteus, em que estes prevaleciam, temendo ser morto por
aqueles estrangeiros, Saul se lança sobre a sua própria espada. Esse foi seu último ato de desespero (31.1-6).

5. Davi (cap. 16 a 31)


A história de Davi narrada em I Samuel pode ser dividida em duas partes:

5.1. ESCOLHIDO E UNGIDO


Deus já havia escolhido Davi para ser o sucessor de Saul (15.28), porém, no capítulo 16, o profeta Samuel é
enviado a Belém de Judá, a casa de Jessé, para ungir um de seus filhos como futuro rei de Israel.

Uma vez na casa de Jessé a escolha de Samuel contraria a escolha de Deus. Pois ao ver Eliabe, ficou
impressionado com sua aparência. Deus, então, lhe diz: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura,
porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”
(16.7).

Fazendo passar todos os filhos de Jessé, sem que o Senhor tivesse mostrado qual seria, Samuel lhe
perguntou se ainda havia algum filho. Faltava o mais moço, que estava no campo apascentando as ovelhas, pois era
pastor. Era ele ruivo, de belos olhos e boa aparência. Então, diante de toda a família, foi ele ungido para ser o rei de
Israel (16.8-13).

O fato de ter sido Davi ungido, o futuro rei de Israel, parece não ter mudado muito a sua vida, até que ele foi
chamado a tocar sua harpa para aliviar a perturbação de Saul. Desse contato com o rei, Davi passa a se tornar
conhecido e revela seu caráter como homem de Deus.

Ao derrotar o gigante Golias, Davi sai daquele vínculo com a casa de Saul, de ser apenas o tocador de
harpa. Ele passa a ser conhecido do exército, como o herói e bravo guerreiro, que derrotou o maior adversário de
Israel.

A fama de Davi ultrapassou os limites dos campos de batalha e chegou aos ouvidos do povo e a boca das
mulheres, pois cantavam com júbilo: “Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares” (18.7).

Davi torna-se o melhor amigo de Jônatas, filho de Saul, casa-se com Mical, filha de Saul, e é colocado
como um dos comandantes do exército, sendo amado por todos (18.16).

Esses fatos tornam o coração de Saul ainda mais amargo e ele passa a intentar contra a vida de Davi.

5.2. PERSEGUIDO E FUGITIVO


A partir do capítulo 19 e até à morte de Saul no capítulo 31, Davi passa a ser perseguido pelo rei, que trava
grande luta no seu interior entre a admiração que tem por Davi e a necessidade que tem de matá-lo para proteger seu
trono e deixá-lo para seus filhos. Saul, todavia, encontra resistência a sua intenção dentro da sua própria casa. É o
caso em que Mical e Jônatas livram Davi da morte.

Davi torna-se, então, fugitivo, sem nunca ter feito nada contra o rei. Pelo contrário, sempre foi leal e fiel,
mesmo quando teve oportunidade de matá-lo, por causa do seu temor a Deus, ele não ousou levantar a mão contra
Saul (24.1-22).

6. Conclusão
As lições do primeiro livro de Samuel tem implicações sérias para o povo de Deus, podemos classificá-las em
duas partes:
 O povo que rejeita a Deus e o Seu governo para ser igual as outras nações, troca o domínio de Deus
pelo domínio do homem.
 A relação dos líderes (levantados por Deus para abençoar o povo) com o próprio Deus, e a situação de
vitória e de fracasso experimentados por Eli, Samuel, Saul e Davi.

O amor de Deus por Seu povo não mudou e Ele continua levantando líderes com o propósito de abençoá-los.
Esses líderes são homens sujeitos a desobedecerem a Deus e fracassarem.

7. Compartilhar
1) O que mais lhe chamou a atenção no estudo de I Samuel?
2) De que maneira, como povo de Deus, podemos hoje rejeitar o Seu domínio sobre nós?
Entrando em forma
ESTUDO 09 – Queremos um rei
Livro: I Samuel
Nº de Capítulos: 31
Escritor: Anônimo (provavelmente Samuel, Natã e Gade)
Época: Provavelmente entre 1050 a.C. e 950 a.C.
1. Por que o sacerdote Eli confundiu Ana com uma mulher embriagada? (1.12-16)

2. O que fez Ana após ter desmamado seu filho Samuel? (1.22-28)

3. Por que os filhos de Eli foram chamados “filhos de Belial”?

4. O que Samuel devia responder caso fosse chamado pela terceira vez? (3.2-10)

5. Por que Deus julgaria a casa de Eli? (3.11-14)

6. Que prova tinha Samuel de que o Senhor era com ele? (3.18-21)

7. Qual foi a causa da morte de Eli? (4.12-22)


8. A que conclusão chegou a respeito da Arca do Senhor? (5.6-8)

DO CURRAL PARA O PALÁCIO


II Samuel 7.8,9
S Josué 13 e 14

Leitura Semanal
Josué 15 a 17

Q Josué 18 a 20

Q Josué 21 a 23

S Josué 24 & Juízes 01 e 02


S Juízes 03 a 05

Deus engrandece Seus filhos para que vivam como servos.

1. Conteúdo
Segundo Samuel é a continuação de Primeiro Samuel e, por tanto, continua narrando a história do início da
monarquia de Israel. Quanto a autoria, é preferível dizer que permanece no anonimato, ainda que os nomes de Gade
e Natã sejam citados como prováveis escritores. O conteúdo básico desse livro é Davi, e sua história apresenta
quatro fases. Para guardar mais facilmente os assuntos, podemos apresentá-los da seguinte
maneira:
DAVI

1 5 11 19 24

Poder Conquistas Fracasso Caráter


2. Contexto
Estava estabelecida a monarquia em Israel; a teocracia já era algo do passado. Mas a primeira experiência,
tendo Saul como rei, não foi das melhores. Saul não foi um bom rei e a vida espiritual do povo estava muito abalada
com os exemplos do próprio rei.

A narrativa de II Samuel começa exatamente quando a notícia da morte de Saul chega ao conhecimento de
Davi, trazida por um certo amalequita, que se apresenta como tendo participado da morte do rei. A indignação de
Davi é tão grande que ele manda matar o mensageiro, demonstrando seu desagrado pela morte do rei, que ele
considera ungido do Senhor (1.14).
Por todo o livro de II Samuel, Davi será o personagem em destaque. Sua vida será expressa como uma
declaração, que Deus engrandece Seus filhos para que vivam como servos. Davi é exemplo desse homem, que
mesmo sendo rei, conservou seu coração de servo. Por isso, Deus se agradou dele.

3. Poder (cap. 1 a 5.5)


A transferência da coroa para Davi aconteceu como Deus havia dito a Saul, por meio de Samuel: “O
Senhor rasgou, hoje, de ti o reino de Israel e o deu ao teu próximo que é melhor do que tu” (I Sm 15.28). Davi não se
rebelou, não armou cilada, nem ao menos se alegrou com a morte de Saul e de Jônatas; pelo contrário, ele fez um
lamento (1.19-27) demonstrando que não havia no seu coração nenhum sentimento de vingança, nem de amargura.
Deus engrandece a Davi. Esse fato é marcado por dois momentos:

3.1. REI DE JUDÁ (2.1-7)


Davi voltou para Hebrom com suas mulheres, Ainoã e Abigail, e com seus guerreiros. Então os homens de
Judá lhe ungiram rei. Por 7 anos Davi reinou só sobre Judá, que era sua terra natal, e compreendia duas tribos: a
própria tribo de Judá e Benjamim.

Durante esse tempo, Abner, capitão do exército de Saul (2.8), fez de Isbosete, filho de Saul, rei sobre Israel,
ou seja, sobre as dez tribos restantes. E não podia haver paz entre Israel e Judá, pois Deus havia dito que
exterminaria a casa de Saul. “Durou muito tempo a guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; Davi se ia
fortalecendo, porém os da casa de Saul se iam enfraquecendo” (3.1). Foi assim até a morte de Abner, resultado de
uma traição de Joabe, que ficou indignado por ter Davi feito aliança com ele e, em seguida, a morte de Isbosete,
executado por Baaná e Recabe. Estava encerrado, por completo, o reinado de Saul e de sua casa (4.1-12).

3.2. REI DE ISRAEL


O plano de Deus para Davi era maior do que fazê-lo rei de Judá. Então, após a morte de Isbosete, Davi
foi ungido rei sobre todo o Israel. As 12 tribos passariam a ser governadas por um só homem, fato que não
representa uma casualidade, nem tão pouco, uma simples mudança política. O povo mesmo reconhece a
intenção de Deus na aclamação de Davi como rei: “… também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo
de Israel e serás chefe sobre Israel” (5.2).

O tempo em que Davi reinou em todo o Israel foi de 33 anos, durante os quais o povo de Deus se fortaleceu
espiritual, política e economicamente. De modo geral, Davi foi um bom rei, agindo com sabedoria e justiça. Todas as
nações a sua volta reconheceram o reinado de Davi, a exemplo de Tiro, cujo rei Hirão, mandou mensageiros a Davi e
de presente lhe deu uma casa construída em madeira de Cedro (5.11).

Davi conseguiu manter unidos o Norte e o Sul da nação durante todo o período do seu reinado. Algo que
contribuiu para isso foi que ele estabeleceu em Jerusalém, uma cidade tomada dos jebuseus e situada na futura divisa
entre Israel e Judá, a capital do país. Jerusalém serviu como elo para manter a unidade das tribos.

4. Conquistas (cap. 5.6 a 10 )


II Samuel trata das conquistas de Davi como rei, e isso acontece a partir dos seus 30 anos de idade. Sendo
assim, Davi está no auge do seu vigor e de todas as suas potencialidades. Ele é sábio, destemido, hábil na guerra,
líder eficiente e eficaz e, acima de tudo, crente. É possível destacar dois aspectos em suas conquistas:

4.1. CONQUISTAS PESSOAIS

 Levar a Arca do Senhor para Jerusalém (6.1-19)  A arca não era apenas um dos utensílios do
Tabernáculo; ela era o símbolo da Presença de Deus no meio do povo, como era o próprio Tabernáculo (6.2). Por
esta razão, Davi fez questão de tomá-la dos filisteus e levá-la para a cidade na qual estava o seu trono. A atitude
de Davi demonstra o quanto ele se importava com o Senhor, pois, Sua presença era o que ele mais anelava.
 A bênção do Senhor para o seu reino e para a sua casa para sempre (7.16)  O Senhor Deus faz
uma aliança com Davi de abençoar o seu reino e estender essa bênção aos seus descendentes. Davi, por sua vida
e seu caráter, alcança o favor de Deus. Ele mesmo reconhece que tudo na sua vida é resultado da bondade do
Senhor (7.18-29).

4.2. CONQUISTAS MILITARES


 Contra os jebuseus
Davi venceu os jebuseus e tomou a fortaleza deles que era Jerusalém (5.6-10).
 Contra os filisteus
Davi os venceu em três batalhas, tornando-se mais temido e enfraquecendo os inimigos de Israel (5.17-25; 8.1).
 Contra os moabitas
Davi os derrotou e os fez escravos e ainda recebia deles impostos (8.2).
 Contra Zobá
Davi derrotou Hadadezer e lhe tomou mil e
setecentos cavaleiros e vinte mil homens de pé
(8.3-4).
 Contra os siros
O conflito se deu porque os siros foram
socorrer Hadadezer. Davi os derrotou, matando
vinte e dois mil homens. Os siros tornaram-se
escravos e pagaram impostos a Davi (8.5-6).
 Contra Edom
Davi os fez escravos e cobrava deles impostos
(8.14).
 Contra uma coligação dos amonitas
e siros
Davi derrotou-os e matou os homens de
setecentos carros e quarenta mil homens a
cavalo (10.1-19).
As conquistas de Davi estão ligadas a dois
fatos:

1º) Davi consultava ao Senhor se devia ir a


guerra e se Ele entregaria os inimigos em suas
mãos (5.19,23).
2º) Davi usava contra os seus inimigos a
estratégia de Deus. A confiança do rei em Deus
era sua maior arma (5.23-25).

As conquistas de Davi eram atribuídas ao


Senhor, e Davi lhe chama Senhor dos Exércitos
(5.10; 6.18; 7.26-27; 8.6).

5. Fracasso (cap. 11 a 18)


Extraído da obra “Mapas, Gráficos, Cronologias e Ilustrações”, editado por
Todas as mudanças ocorridas na vida de Editora Cultura Cristã (1999).
Davi são admiráveis, mas elas não mudaram sua condição de ser humano caído. A Bíblia jamais confunde os
homens com Deus, nem mesmo os transforma em anjos ou semideuses. Eles são apresentados como homens e, por
isso, suas fraquezas são expostas. Assim, podemos nos lembrar que somos responsáveis por nossas decisões e
atitudes.

5.1. MORAL
O povo havia pedido um rei que lutasse as suas guerras (I Sm 8.20). Israel estava em guerra, mas o rei estava em
casa (11.1). Os soldados estavam nos campos de batalha a lutar, mas Davi estava descansando. E foi assim, em casa e
descansando, que Davi olhou da sacada do palácio e viu Bate-Seba, a mulher de um dos seus soldados que estava na
guerra. Davi usa sua autoridade de rei e manda buscar a mulher, porque não pôde resistir a sua beleza. Davi tem uma
aventura amorosa e a mulher volta para a sua casa. Davi não podia imaginar que uma simples aventura pudesse ter
conseqüências tão desastrosas.

 Gravidez não planejada, indesejada e resultado de desobediência  Davi conhecia duas


afirmações de Deus: “Não adulterarás” (Êx 20.14) e, falando sobre os deveres do rei, “tampouco para si
multiplicará mulheres…” (Dt 17.17). Mesmo assim, Davi desejou e possuiu uma mulher casada. Ainda que Bate-
Seba não tivesse engravidado, a relação amorosa entre os dois era pecado (11.1-5).
 Usar a mentira para tentar consertar o erro  Quando Davi percebeu que poderia ser descoberto
como adúltero, mandou trazer Urias, o marido traído, que estava lutando pelo rei. Davi já tinha um plano pronto
para por em andamento: era só mandar Urias para a sua casa e, certamente, ele e sua esposa teriam as relações
sexuais normais do casamento. Davi só não podia imaginar o grau de lealdade de Urias a Israel, ao seu
comandante e aos seus companheiros que ficaram na batalha. Resultado: Urias não foi para casa e o rei
continuou em crise (11.6-13).
 Ser responsável pela morte de um inocente  O próximo plano de Davi não podia falhar. Ele manda
de volta Urias ao campo de batalha com uma mensagem para Joabe, comandante do exército: “Ponde Urias na
frente da maior força da peleja; e deixai-o sozinho, para que seja ferido e morra” (11.15). Desta vez, tudo sai
conforme os planos de Davi. Urias é morto e o rei parece ter ficado livre de qualquer problema (11.14-25).
 Repreensão de Deus  Davi pensou que tinha sido bastante inteligente para pecar sem ser descoberto,
mas alguém viu: “… Porém isto que Davi fizera foi mal aos olhos do Senhor” (11.27b). Deus mandou o profeta
Natã a Davi com uma palavra muito dura (12.1-14).
 Disciplina  Deus anuncia o que vai fazer a Davi e a sua casa: a casa de Davi estaria em constante
conflito, resultando em morte (12.10); as mulheres de Davi cometeriam adultério a vista de todo o povo para sua
vergonha (12.11-12); a morte do filho de Davi com Bate-Seba (12.14). Davi teve liberdade para decidir pecar contra
o Senhor, mas não teve liberdade para escolher as conseqüências.

5.2. FAMILIAR
Davi se torna o responsável direto pelos dramas vivido em sua família. A começar pelo fato de ter tido muitas
mulheres e muitos filhos. Sua tarefa de governar Israel parece ter impedido Davi de suas obrigações com os filhos. É
o caso de ter ele dado mais atenção ao reino do que a sua própria casa. Disso resultaram alguns problemas:

o Incesto e assassinato  Amnom, um dos filhos de Davi, apaixonou-se por sua irmã, Tamar, e usando
de astúcia, levou-a para sua casa e ali abusou sexualmente dela e depois a desprezou. Davi, tomando
conhecimento do caso, não fez absolutamente nada; nem ao menos repreendeu Amnom. Então Absalão, outro
filho de Davi, cheio de indignação contra o pai omisso, resolveu vingar-se por sua irmã e matou Amnom (13.1-
36).
o Rebelião e morte  Absalão se levanta como oposição ao reinado de Davi, com o fim de tornar-se o
rei de Israel. Para isso, ele não hesita em perseguir, difamar e envergonhar o próprio pai. Absalão conseguiu a
admiração e a adesão de grande parte do povo e declarou guerra a Davi e ao seu exército. Porém, Absalão tem
um fim trágico quando, ao fugir dos homens de Davi, passa debaixo de uma amoreira e é preso pela cabeça. Só
restou a Davi lamentar e chorar a morte de seu filho (15-18).

O fracasso dos filhos de Deus está ligado ao fato de eles não se importarem com o Senhor.

6. Caráter (cap. 19 a 24)


A vida de Davi é marcada pela força do seu caráter. É possível perceber no relato de II Samuel alguns
traços do caráter desse homem.

6.1. CORAÇÃO HUMILDE


Ele é capaz de reconhecer seus pecados, arrepender-se e chorar amargamente por eles, sabendo que eles são
contra o Senhor Deus (12.13). O salmo 51 fala desse momento na vida de Davi.

6.2. CORAÇÃO BONDOSO


Ele age com bondade em muitas situações: na morte de Saul e Jônatas (cap. 1); na morte de Abner (3.22-30);
na morte de Isbosete (cap. 4); no cuidado com Mefibosete (cap. 9); na morte de Absalão (cap. 18).

6.3. CORAÇÃO DE ADORADOR


A relação de Davi com o Senhor era desde o tempo em que ele era pastor e cuidava dos rebanhos de seu pai.
Ele sempre exalta o nome de Deus, não se importando se isso quebra o cerimonialismo, nem o fato de ser ele o rei. É
assim, diante da própria esposa, Mical (6.20-23). Davi reconhece que sua força, poder e riqueza eram do Senhor (7.18-
29). Seu coração de adorador canta em ações de graça (caps. 22 e 23). Seu coração de adorador é capaz de pagar o preço
para sacrificar ao Senhor (24.18-25).

7. Conclusão
O relato da história de Davi em II Samuel nos chama a atenção para o que Deus pode fazer na vida daqueles
que se dispõem a viver como servos.

8. Compartilhar
1) De que maneira a história de Davi, relatada em II Samuel, mexeu com você?
2) Que tipo de semelhança pode haver entre Davi e você?

Entrando em forma
ESTUDO 10 – Do curral para o palácio
Livro: II Samuel
Nº de Capítulos: 24
Escritor: Anônimo (provavelmente Natã e Gade)
Época: Provavelmente entre 1050 a.C. e 950 a.C.
1. O que fez Davi depois de saber da morte de Saul? (1.11-16)

2. Que disse Davi aos homens que sepultaram a Saul? (2.5)

3. Que pedido fez Davi a Abner, antes de fazer aliança com ele? (3.14)

4. Por que Joabe matou Abner?

5. Por que Davi crescia em poder? (5.10)

6. Por que Davi teve medo de levar a Arca do Senhor para perto dele? (6.1-11)

7. Por que Mical desprezou a Davi? (6.12-19)

8. Que fez Davi a Mefibosete, filho de Jônatas? (9.7-13)


O PEDIDO DE UM SÁBIO
I Reis 3.3-15

S Juízes 06 a 08

T Juízes 09 e 10 & Rute 01 e 02

Leitura Semanal
Q Juízes 11 e 12 & Rute 03 e 04

Q Juízes 13 a 16

S Juízes 17 e 18 & I Samuel 01 e 02

S Juízes 19 a 21 & I Samuel 03 e 04

A verdadeira sabedoria só pode ser encontrada em Deus.

1. Conteúdo
O primeiro livro dos Reis, cujo escritor é desconhecido, narra o ponto mais alto (apogeu) da monarquia de
Israel como reino unido, e o ponto mais baixo (decadência) como reino dividido. Os profetas surgem como “boca de
Deus” para denunciar a maldade, a injustiça e a idolatria, chamar ao arrependimento e anunciar o juízo do Deus
eterno. Os reis são colocados em posição de destaque para que suas obras sejam vistas por todos. Uma boa divisão
do livro pode apresentar os seguintes assuntos:

1 3 12 22

Davi Salomão Divisão

2. Contexto
O reinado de Davi chegava ao fim. Israel era uma nação forte, poderosa e com uma situação econômica
privilegiada diante das outras nações. A transição política de Davi para o próximo rei poderia ter acontecido de
forma mais tranqüila, mas Davi tinha muitos filhos e, pelo menos dois deles, Absalão e Adonias, por serem herdeiros
legítimos do trono, passaram a disputá-lo. Davi, entretanto, havia prometido a coroa a um terceiro. Apesar das
disputas, Davi morre e o reino passa mesmo para Salomão, o preferido de Davi. Nas mãos de Salomão, o reino, que
já era forte, chega ao esplendor, sendo admirado e temido por todas as nações a sua volta (4.20-21). Internamente, o
povo gozava de prosperidade e paz (4.25). De outros reinos, iam comitivas a Jerusalém a fim de contemplar a glória
de Salomão (5.1-12; 10.1-13).

A partir do capítulo 12, tem início um período de crises e decadência. O ponto de partida é a divisão do
reino após a morte de Salomão. Os reis foram os responsáveis por desencadear o processo de afundamento espiritual,
moral, político, social e econômico de Israel. Deus levantou profetas para chamar tanto o líder como o povo ao
arrependimento, mas foi inútil. A rebeldia havia se instalado no coração dos reis, especialmente os do Norte (Israel)
e não deram ouvidos a voz do Senhor.

Quando o livro de I Reis termina, há paz entre Israel e Judá em virtude da aliança feita entre Josafá e Acabe,
mas é uma paz aparente, sem a menor possibilidade de se restabelecer a unidade do reino.

3. Davi (cap. 1 e 2)
I Reis reserva os dois primeiros capítulos para tratar dos últimos dias da vida de Davi, rei de Israel.

3.1. VELHICE
Dois fatos, relevantes para a história de Israel, marcaram a idade avançada de Davi:

A tentativa de Adonias de reinar em lugar de Davi – Adonias era filho de Davi com Hagite, uma de suas
muitas mulheres. Ele reuniu alguns carros, cavaleiros e cinqüenta homens e se proclamou rei. Tudo isso acontece
debaixo do conhecimento de Davi que, mais uma vez, se omite de repreender sua família. Foi durante uma festa
patrocinada por Adonias (1.5-10) que este ficou sabendo que um outro seu irmão havia sido constituído rei de Israel.
Cada um se foi para sua casa (1.41-49). Mas, quando o novo rei havia favorecido a Adonias, deixando-o ir livre, então
Adonias faz um pedido ao novo rei, por meio de Bate-Seba, para que este desse Abisague, a sunamita, a jovem que
serviu de companhia a Davi em seus últimos dias de vida. Salomão, indignado com o pedido do irmão, ordenou a
Benaia que o matasse. Assim, cessaram-se as lutas pelo trono na família de Davi.

Salomão ungido rei de Israel – Quando Bate-Seba tomou conhecimento, por meio de Natã, da atitude de
Adonias se proclamando rei de Israel, foi a Davi e lembrou-lhe que havia jurado fazer Salomão seu herdeiro. Tendo
o rei ouvido a confirmação do profeta Natã a respeito do fato, ordenou que Zadoque - o sacerdote, Natã - o profeta, e
Benaia levassem Salomão a Giom e ali o ungissem rei. Era Davi bem avançado em dias quando tudo isso aconteceu
(1.32-40).

3.2. MORTE
Antes de morrer, Davi teve uma conversa com Salomão, fazendo-o entender qual era a vontade de Deus
para a sua vida e a permanência do seu reinado. “Guarda os preceitos do Senhor, teu Deus, para andares nos seus
caminhos, para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus testemunhos, como está escrito na
Lei de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres e por onde quer que fores; para que o Senhor confirme a
palavra que falou de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem o seu caminho, para andarem perante a minha face
fielmente, de todo o seu coração e de toda a sua alma, nunca te faltará sucessor ao trono de Israel” (2.3-4). Apesar
de tudo, Davi temia que seus filhos, especialmente Salomão, se desviassem do Senhor, deixando de andar nos Seus
caminhos. Davi ainda fez saber a Salomão, a maldade de Joabe, filho de Zeruia, que matou a Abner e a Amasa,
comandantes do exército de Israel, e de Simei, que o amaldiçoou quando ia a Maanaim. Na verdade, Davi estava
pedindo a Salomão que se vingasse desses homens (2.5-9). Disse-lhe ainda, para usar de bondade com os filhos de
Barzilai, porque o ajudou quando fugia de Absalão (2.7).

Morreu Davi com a idade de 70 anos. Sua morte não pode ser vista como um momento de angústia e
desespero. Foi muito mais de solenidade, como se aquela fosse, talvez, a maior de todas as vitórias. Sua vida e sua
morte foi a de alguém que amou, temeu e serviu a Deus de todo o seu coração.

4. Salomão (cap. 3 a 11)


A história de Salomão pode ser vista de três aspectos:
4.1. PODER
Salomão é filho de Bate-Seba, a mulher que Davi tomou de Urias e, mesmo não sendo o herdeiro de direito,
seu pai o escolheu para sucedê-lo no trono. Enquanto Adonias dava uma festa para se apresentar como rei, Salomão
era ungido rei por ordem de Davi. O reinado de Salomão, antes de qualquer conclusão a que se possa chegar, foi
uma decisão de Deus, levando-se em conta que o Senhor Deus levanta e abate a quem Ele quer. O reino recebido por
Salomão é o mais poderoso da época e gozava de paz e prosperidade como nenhum outro. O poder de Salomão tanto
era reconhecido internamente, como por todos os povos a sua volta. Riqueza, sabedoria e fama caracterizaram o
reinado de Salomão.

4.2. CONQUISTAS
As conquistas de Salomão tomaram proporções admiráveis:

 Sábio  O Senhor apareceu a Salomão em sonho e lhe autorizou a pedir dele o que quisesse: “Disse-
lhe Deus: Pede-me o que queres que eu te dê” (3.5). Essa era a grande oportunidade de um homem que quisesse
ser o mais poderoso de todos os homens, ou o mais forte, ou o mais rico, ou até mesmo, imortal. Salomão,
todavia, só pediu sabedoria: “Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que
prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo?” (3.9). Esse pedido
agradou a Deus, que lhe deu sabedoria inigualável: “Deu também Deus a Salomão sabedoria, grandíssimo
entendimento e larga inteligência como a areia que está na praia do mar. Era a sabedoria de Salomão maior
do que a de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. Era mais sábio do que todos os
homens…” (4.29-31).

 Construtor  Salomão foi um notável construtor; edificou casas, palácios, jardins, todos combinando
segurança e arte (7.1-14). Porém, a construção mais esplêndida erguida por Salomão foi o templo (veja esboço
abaixo). Na verdade, Davi foi o idealizador da obra, pois julgou ser estranho que ele, o rei, um homem mortal
como os demais, morasse em palácios, enquanto a Arca de Deus estava em uma tenda – Tabernáculo (II Sm 7.1-2).
Deus não permitiu que Davi construísse o templo (7.5,12-13), mas concedeu isso a Salomão (6.1-13). Tanto o
prédio quanto os utensílios do templo, Salomão fez conforme Davi havia proposto no coração (6.1-13; 7.15-50; 8.1-
21). Uma vez concluído o templo, Salomão reuniu todo o povo para consagrá-lo ao Senhor. Nessa solenidade,
Salomão declara seu conhecimento de Deus: “Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos
céus nem embaixo na terra, como tu que guardas a aliança e a misericórdia a teus servos que de todo coração
andam diante de ti… Mas, de fato, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até os céus dos céus não te
podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei” (8.23,27). A festa de inauguração durou 7 dias; ao oitavo
dia, todos se foram, cada um a sua própria tenda, “alegres e de coração contente por causa de todo o bem que o
Senhor fizera a Davi, seu servo, e a Israel, seu povo” (8.66).

 Estrategista político  Salomão fez aliança


Figura extraídacom algumas nações que foram úteis a Israel. Chegou a
da Internet
casar-se com a filha de Faraó, rei do Egito (3.1-2). Fez acordo com Hirão, rei de Tiro, e este lhe forneceu toda a
madeira de cedro e cipreste e as pedras para a construção do templo.

 Empreendedor  Salomão administrou muito bem as empresas e o comércio de Israel com outras
nações, tendo a seu dispor uma frota de navios em Eziom-Geber com a qual dominava a rota comercial do sul
(9.26; 10.22).
 Pesquisador e compositor  Escreveu obras científicas nas áreas de botânica e zoologia (4.33).
Compôs três mil provérbios, e mil e cinco cânticos; também escreveu três livros que compõem a Bíblia:
Provérbios, Eclesiastes e Cantares.

4.3. FRACASSO
A história de Salomão, narrada em I Reis, não menciona apenas o seu poder e as suas conquistas; ali está
também, demonstrado o seu fracasso. O fracasso de Salomão é espiritual, e está ligado ao fato de ter ele inclinado
seu coração aos ídolos e deixado ao Senhor. Esse fato acontece na velhice de Salomão, com toda a sabedoria que lhe
foi dada por Deus e com toda experiência adquirida ao longo de sua vida até àquele momento. Como isso foi
possível? Salomão foi gradativamente se afastando do Senhor, deixando de obedecer a tudo quanto lhe foi dito. Isso
aconteceu sem que Salomão pudesse se dar conta:

“Não multiplicará para si cavalos” (Dt 17.16) – Salomão não só multiplicou cavalos como fez disso uma de suas
atividades favoritas (10.28-29).

“Não multiplicará para si prata e ouro” (Dt 17.18) – A riqueza de Salomão ia além do que se podia imaginar.
Nenhum rei jamais conseguiu juntar tantos tesouros e ao mesmo tempo desenvolver tanta prosperidade para o povo.
A rainha de Sabá vai visitá-lo e ao se deparar com toda a sua riqueza fica até sem fôlego (10.1-27).

“Não multiplicará para si mulheres” (Dt 17.18) – Salomão não fez acepção de mulheres: “Ora, além da filha de
Faraó, amou Salomão muitas mulheres estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias” (11.1).
Salomão chegou a possuir setecentas mulheres princesas e trezentas concubinas (11.3).

Foram, especialmente, as muitas mulheres de Salomão que desviaram seu coração do Senhor, e este passou a
fazer o que era mau perante os olhos de Deus. Assim, ele, além de seguir a Astarote, deusa dos sidônios, e a Milcom,
abominação dos amonitas, ainda construiu um santuário a Camos, abominação de Moabe, e a Moloque, abominação
dos filhos de Amon. O mesmo Salomão que edificou o templo do Senhor, Deus de Israel, também construiu
santuários aos ídolos (11.1-8). Isso porque Salomão queria agradar a todas as suas mulheres e acabou desagradando a
Deus.

Duas conseqüências sobrevêm a Salomão:

1. Deus se ira contra Salomão  A justiça de Deus não lhe permite ficar indiferente ao pecado, mesmo quando
esse pecado é praticado pelo rei: “Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão, pois desviara o seu coração
do Senhor, Deus de Israel, que duas vezes lhe aparecera” (11.9). Por isso, Deus promete tirar o reino de Salomão
e dá-lo ao seu servo (11.11).
2. Deus levanta inimigos contra Salomão  Até àquele momento, havia paz no reinado de Salomão, mas o
Senhor levanta Hadade, rei de Edom, contra Salomão. E levantou a Rezom, que fez guerra contra Israel,
atormentando a vida de Salomão (11.14-25).

Salomão reinou durante 40 anos sobre Israel, morreu e foi sepultado com seus pais. Ele pediu sabedoria a Deus,
mas deixou seu coração ser seduzido e trocou a verdadeira sabedoria, que é temer a Deus, pela sensualidade de
suas mulheres e a servidão de seus deuses.

5. Reino dividido (cap. 12 a 22)


Depois da morte de Salomão, Roboão, seu filho, deveria reinar em seu lugar. Mas, para que se cumprisse o
que Deus havia dito a Salomão, que partiria o seu reino e o daria a seu servo, e por ter Roboão desprezado o
conselho dos anciãos e atendido ao conselho dos jovens, Jeroboão apartou-se de Roboão e após ele seguiram as 10
tribos do Norte, ficando Benjamim e Judá, as 2 tribos do Sul, com o filho de Salomão (12.1-20). Estava, assim,
encerrado o período de ouro de Israel como uma só nação.

5.1. O REINO DO NORTE (ISRAEL)

 Jeroboão  Fixou-se primeiramente em Siquém, de onde


passou a reinar sobre as 10 tribos do Norte, que se chamou Israel. O reino do Norte rompeu com a
casa de Davi, por isso, tornou-se
idólatra e todos os reis foram
maus.
Para manter a separação com Judá, Jeroboão instituiu uma religião idólatra, tendo como divindades dois
bezerros de ouro, um posto em Betel e o outro em Dã. Esse culto idólatra passou a ser a marca religiosa de
Israel e de tal maneira ficou arraigado que só foi abandonado com a queda do reino, por volta de 722 a.C.
(12.25-33).

 Nadabe  Filho de Jeroboão, fez o que era mau perante o Senhor e foi morto por Baasa. Continuou na
idolatria de seu pai (15.25-32).

 Baasa  Fez pecar Israel, andando nos mesmos caminhos de Jeroboão. Não deu ouvidos à palavra do
Senhor por meio do profeta Jeú. Reinou 24 anos (15.33-16.7).

 Elá  Filho de Baasa, foi morto por um de seus servos quando se embriagava na casa de seu mordomo
(16.8-14). Reinou 2 anos.

 Zinri  Matou Elá e todos os descendentes de Baasa, assentou-se no trono e reinou durante sete dias.
Andou nos caminhos de Jeroboão, fazendo o que era mau perante o Senhor. Suicidou-se, entrando no
castelo e pondo fogo nele (16.9-20).

 Onri  Reinou durante 12 anos. Edificou a cidade de Samaria sobre o monte que comprara de Semer. Foi
pior do que os que reinaram antes dele, fazendo pecar Israel e irritando ao Senhor (16.21-28).

 Acabe  Filho de Onri, casou com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios. Serviu a Baal e o adorou. Em
seus dias, o profeta Elias derrotou os profetas de Baal. Fez aliança com Josafá de Judá. Uma flecha perdida
matou Acabe quando este lutava contra os siros (16.29-22.40). Fêz o que era mau diante do Senhor.

 Acazias  Filho de Acabe. Fêz o que era mau perante os olhos do Senhor, pois serviu e adorou a Baal.
Reinou 2 anos sobre Israel e morreu em cumprimento à palavra de Elias.

Todos os reis de Israel cuja história está narrada em I Reis foram idólatras, como Jeroboão. A frase mais
repetida sobre eles é que “fizeram o que era mau perante o Senhor”. A monarquia de Israel foi repleta de
assassinatos e conspirações pelo poder.

5.2. O REINO DO SUL (JUDÁ)


O reino do Sul, formado por Bejamim e Judá, manteve a capital em Jerusalém e alguns de seus reis não
seguiram pelo caminho de Davi, seu pai. Os que são descritos em I Reis são quatro:
 Roboão  Filho de Salomão, causou a divisão do reino quando atendeu o conselho dos jovens e desprezou
o conselho dos anciãos. Reinou dezessete anos em Jerusalém. Nos dias de Roboão, Judá viveu na idolatria,
fazendo o que era mau diante do Senhor. Em seus dias, Sisaque, rei do Egito, saqueou Jerusalém, levando
todos os tesouros da Casa do Senhor e da casa do rei.

 Abias  Filho de Roboão, repetiu todos os pecados de seu pai e não andou nos caminhos de Davi.

 Asa  Filho de Abias; ao contrário de seu pai, fêz Asa o que era reto diante do Senhor; fêz aliança com
Ben-Hadade, rei da Síria, e reinou em paz durante 41 anos.

 Josafá  Filho de Asa, reinou 25 anos em Jerusalém e fêz o que era reto diante do Senhor. Teve problema
ao fazer aliança com Acabe.

Observe no quadro a seguir a relação dos reis de Judá e Israel e os profetas que se levantaram em seus dias
(relacionados no livro de I Reis):

REINO UNIDO
Saul Samuel
Davi Samuel, Gade e Natã
Salomão Aías

REINO DO SUL (JUDÁ) REINO DO NORTE (ISRAEL)


Roboão Semaías Jeroboão Aias
Abias Azarias Nadabe Aias
Asa Azarias, Hanani Baasa Jeú
Josafá Micaías e Jaaziel Elá Jeú
Zinri Jeú
Onri Jeú
Acabe Elias
Acazias Elias

6. Profeta
Uma figura começa a ter destaque nesse período do reino divido. O profeta assume o lugar de líder
espiritual da nação ou “boca de Deus”, alguém que é movido pelo Espírito de Deus para anunciar a Sua Palavra,
fosse ela agradável ou não aos ouvidos do rei ou do povo.

No livro de I Reis, um dos profetas que se destaca, por seu ministério, é Elias. Ele profetiza nos dias de Acabe,
rei de Israel. O ministério de Elias chama a atenção por três aspectos:

1. Ele experimenta o limite entre o natural e o sobrenatural – O tempo de fome e seca predito por Elias,
chega e atinge Israel. O profeta se esconde junto ao ribeiro de Querite; ali, ele pode ser saciado, de forma
natural, pelas águas do ribeiro, e pode ser alimentado de forma sobrenatural, por meio de corvos que lhe
levavam pão e carne duas vezes por dia. Viver essa experiência para Elias deve ter sido, no mínimo,
emocionante, pois enquanto beber depende dele, comer depende de uma ação de Deus (17.1-7). Elias deve ter
aprendido que há momentos nos quais Deus diz: “mexa-se”; enquanto há outros que Ele diz: “fique quieto e
receba”.

2. Ele se apresenta como “boca de Deus” – Elias se vê nessa situação algumas vezes, tendo que ser alguém
que fala e acontece. Em Sarepta, Elias, em obediência a Deus, vai à casa de uma certa viúva, mãe de um
filho e que está vivendo um tempo de crise por causa da seca e da fome. Tudo o que mãe e filho tinham era
um punhado de farinha e um pouco de azeite na botija. Elias manda a mulher fazer um pão para ele e
declara que a farinha não vai acabar e nem o azeite, até o dia em que o Senhor fizesse chover. A mulher
obedece a Elias e se cumpre a palavra: “Então, a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és
homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (17.24). Tudo o que aquela viúva e seu
filho precisavam era de alguém que fosse a “boca de Deus” para abençoar.

3. Ele não teme desafiar os poderosos quando isso glorifica a Deus – Acabe e o povo viviam na idolatria,
servindo e adorando a Baal. Quando houve uma oportunidade para confrontar os 450 profetas de Baal e
envergonhá-los diante do povo, Elias não foge; pelo contrário, ele aceita o desafio. O Monte Carmelo foi o
lugar onde aconteceu uma manifestação poderosa de Deus, porque o homem de Deus não temeu desafiar os
poderosos e os seus poderes (18.20-40).

A figura do profeta era sempre a de alguém de destaque, porque a sua função era chamar o povo de Deus
para o arrependimento e mudança.

7. Conclusão
O livro de I Reis apresenta duas realidades do povo de Deus. A primeira mostra toda glória dos dias em
que Salomão reinou com sabedoria e temor ao Senhor. Mas, como Salomão inclinou seu coração para agradar
mais as muitas mulheres que teve do que ao Senhor, Deus, depois dele, rasgou o reino em dois. A segunda
realidade do povo de Deus é a de tornar-se um reino dividido e em constantes conflitos entre si. Mais dramático
ainda é descobrir que uma das partes do reino tornou-se idólatra, abandonando o Senhor e vivendo como as
outras nações pagãs. Deus ainda levanta os profetas, mas o coração do povo estava muito longe dele para
perceber que Ele os chamava para perdoá-los e desenvolver novamente um relacionamento de amor, como foi
nos dias anteriores. A grande lição de I Reis é que mesmo o sábio pode desprezar o conhecimento de Deus e
enveredar pela loucura da idolatria. Essa é a maior contradição da vida de Salomão.

8. Compartilhar
1) Que cuidados o líder espiritual deve ter para exercer bem sua liderança?
2) O que mais despertou em você interesse por este estudo?

Entrando em forma
ESTUDO 11 – O pedido de um sábio
Livro: I Reis
Nº de Capítulos: 22
Escritor: Anônimo (provavelmente Jeremias)
Época: Provavelmente entre 587 a.C. e 538 a.C.
1. Por que foi procurada uma jovem para Davi?

2. Por que Natã e Bate-Seba tiveram que interceder junto ao rei por Salomão?

3. Por que Adonias se agarrou as portas do altar?

4. Por que Salomão mandou matar a Adonias?

5. Por que Salomão expulsou o sacerdote Abiatar?

6. De que maneira Salomão se tornou parente do Faraó do Egito?

7. Que pedido fez Salomão ao Senhor quando este lhe apareceu em segredo? (3.3-9)

8. O que Deus prometeu dar a Salomão sem que ele lhe tivesse pedido? (3.13-14)

9. Qual a primeira causa julgada por Salomão?

10. O que Salomão ofereceu ao Senhor na solenidade de consagração do templo?

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