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UNIDADE CURRICULAR 3
UNIDADE CURRICULAR 3
Presidente
Bruno Breithaupt
Diretor Regional
Rudney Raulino
Conteudista
Anderson Giovani da Silva
Coordenação Técnica
Setor de Educação a Distância
1 PLANEJANDO A TRANSFORMAÇÃO........................................................................ 06
CONTEXTUALIZANDO........................................................................................ 06
1.1 INICIANDO O GERENCIAMENTO DE PROJETOS SOCIAIS..................... 07
1.2 CICLO DE VIDA DE UM PROJETO SOCIAL................................................ 10
1.3 ESTRUTURA ANALÍTICA DE PROJETOS SOCIAIS ................................... 11
1.4 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE UM PROJETO SOCIAL............ 17
1.4.1 Planejamento do processo de acompanhamento e avaliação... 18
1.4.2 Acompanhamento de dados físico-financeiros............................. 29
1.5 PARTES INTERESSADAS NO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO SOCIAL..... 33
1.5.1 Fase 1: Identificação das Partes Interessadas.............................. 35
1.5.2 Fase 2: Planejamento e gerenciamento das Partes Interessadas.... 38
1.5.3 Fases 3 e 4: O gerenciamento e controle do engajamento das
Partes Interessadas............................................................................. 39
1.6 A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NA IMPLEMENTAÇÃO DE
PROJETOS SOCIAIS...................................................................................... 41
1.6.1 Meios utilizados para comunicação do projeto social................. 43
CONSIDERAÇÕES........................................................................................................ 60
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 61
APRESENTAÇÃO DA
UNIDADE CURRICULAR 3
Seja bem-vindo ao estudo da Unidade Curricular “Implementar Projetos Sociais”, do Curso “Agente
de Projetos Sociais”. Nas unidades anteriores, você estudou como pesquisar demandas socio-
ambientais na comunidade, como planejar e elaborar projetos para lidar com essas demandas e
como captar recursos obtendo meios para colocá-los em prática.
Nesta Unidade Curricular, você estudará os elementos necessários para desenvolver a competência
de implementar projetos sociais, aprofundando-se nas questões relacionadas com a gestão de
projetos sociais. Para isso, continuaremos tomando como exemplo o projeto fictício “Sentindo
na pele: por uma infância saudável no bairro XYZ”, e você poderá tomá-lo por base durante os
estudos para estabelecer relações com a implementação de todas as etapas de um projeto social.
Por se tratar de trabalho em projetos sociais, é importante observar que utilizaremos como sinônimos
os termos “gestão” e “gerenciamento”, já que são muito comuns nessa área. O Agente de Projetos
Sociais é um profissional que atuará em projetos como membro da equipe. Ou seja, como alguém
responsável pela excelência na execução das tarefas que lhe forem atribuídas ou como gerente de
projetos, uma função mais complexa que implica no controle e na responsabilidade pelo bom anda-
mento do projeto como um todo, coordenando a equipe e articulando os participantes envolvidos.
Bons estudos!
UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
1 PLANEJANDO A TRANSFORMAÇÃO
CONTEXTUALIZANDO
Após pesquisar as demandas sociais, planejar e elaborar um projeto para trabalhar
com as demandas e mobilizar recursos para colocar o projeto em prática, o Agente de
Projetos Sociais deve estar preparado para fazer parte de uma equipe ou conduzi-la
de forma a implementar as atividades planejadas e efetivamente promover a solução
dos problemas socioambientais identificados.
Isso significa que o Agente de Projetos Sociais deve ser capaz de coordenar e
avaliar ações relacionadas com o projeto social e monitorar suas etapas. Precisa
também estar preparado para se relacionar
Partes Interessadas, ou stakeholders, são indiví-
com as Partes Interessadas no projeto,
duos ou grupos (formais e/ou informais, públicos
que provavelmente já estão envolvidas e/ou privados) que estão envolvidos no projeto
desde a pesquisa de demandas e plane- social ou possuem interesses relacionados com
o projeto. Estes podem ser afetados pela sua
jamento deste, como estudado nas
implementação.
unidades curriculares anteriores.
Você estudará nesta Unidade Curricular como elaborar uma Estrutura Analítica
de Projeto (EAP), que permitirá fazer uma melhor gestão de suas atividades. Você
também estudará como monitorar e avaliar cada uma das ações executadas para
que o projeto alcance seu objetivo social. Como exemplo, continuaremos tratando
do caso “Sentindo na pele: por uma infância saudável no bairro XYZ”, projeto fictício
que tem nos inspirado desde a Unidade Curricular 1. Ele tem por objetivo reduzir os
casos de doença de pele em crianças da comunidade e traz como sugestão ativi-
dades como o tratamento de águas contaminadas e o abastecimento dos postos
de saúde com medicamentos, dentre outras ações.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Saiba mais
O Project Management Institute (PMBOK) é um manual que traz um
conjunto de práticas para a gestão de projetos. É considerado pelos
profissionais da área como a base do conhecimento para a gestão de
projetos e será mencionado diversas vezes nesta Unidade Curricular.
Em nosso exemplo de projeto, uma das atividades predefinidas, que era a de “abas-
tecer o posto de saúde com medicamentos”, poderá apresentar o seguinte processo.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Para que um projeto social seja bem-sucedido, você deverá atuar com sua equipe
de forma a:
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Isso significa que fazer bem as atividades e ter procedimentos adequados nos levam
ao aumento da eficiência, enquanto atingir os resultados esperados nos levam à
eficácia. É importante entender que procedimentos adequados nem sempre no
levam a ter eficácia e vice-versa.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Portanto:
Fase Descrição
É a fase que inclui elementos que você estudou em detalhes nas unidades
Início do Projeto Social curriculares anteriores que envolvem a pesquisa de dados, identificação
do público-alvo, suas necessidades e oportunidades.
Nessa fase, é feito o planejamento do projeto social em que são reunidas
as condições para executá-lo – incluindo a mobilização, que foi um dos
Organização e preparação elementos que você também estudou na Unidade Curricular anterior. É ainda
nessa fase que se desenvolve o projeto escrito, ou plano de ação, incluindo
o quadro de atividades que serão realizadas ao longo do cronograma.
Ela aborda a implementação do projeto, com o acompanhamento constante
Execução do trabalho do projeto por meio de ferramentas de monitoramento, incluindo o diálogo sobre os
processos e resultados com os atores envolvidos.
Essa fase envolve a conclusão do projeto, avaliação final e relatórios. Os
relatórios são documentos que registram todo o processo de planejamento
Encerramento do projeto
e implementação, trazendo o que foi aprendido no processo, de forma
compreensível para cada uma das Partes Interessadas.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
social
Tempo do projeto
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Essa separação do projeto em etapas é feita através da criação de uma EAP, orga-
nizada da seguinte forma:
A EAP ajuda a organizar e esclarecer quais são os objetivos do projeto e qual seu
foco de atuação. Isso permite que todos tenham expectativas mais alinhadas e
possam facilmente verificar se a implementação apresenta sucesso ou não. A EAP
assume em geral dois formatos chamados de gráfico e indentado.
Saiba mais
Indentar significa inserir um espaço entre a margem de uma
página e o início de um texto, como feito em parágrafos de texto.
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Projeto
Entrega nível 2
Figura 4 - Formato gráfico de parte do projeto “Sentindo na pele: por uma infância saudável no bairro XYZ”
Projeto
Pacotes de trabalho:
Cadastro voluntário por
Atividades e tarefas
habilidade e tarefa.
Materiais armazenados
O formato indentado é mais fácil de ser criado e editado quando utilizamos softwares
no computador, visto que esse formato não se organiza na forma de texto, e as
fases entregáveis e atividades que devem ser desempenhadas são identificadas pela
numeração e pelo distanciamento em relação à margem. É um formato parecido
com o usado nos índices de livros didáticos.
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1. Fase 1
1.1 Entregável A
1.2 Entregável B
1.2.1. Entregável B1
1.2.2 Entregável B2
1.2.3 Entregável B3
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Quadro 3 - Formato indentado de parte do projeto “Sentindo na pele: por uma infância saudável no
bairro XYZ”
1.1 Levantamento da situação das casas de famílias cujas crianças tiveram doença
de pele nos últimos 2 anos
2.1 Mapa de necessidades e potencial de abertura de vagas nas 3 ONGs que fazem
atendimento extraescolar no bairro
2.2 Três eventos para mobilizar doações para que as ONGs possam abrir 250 vagas
para crianças do bairro, com prioridade para as crianças que tiveram doença de pele
nos últimos 2 anos
Observe que ambos os formatos de EAP têm suas vantagens, ou porque é mais fácil
visualizar ou porque é mais prático na hora de inserir os dados do projeto em programas
de computador que permitirão acompanhar seu gerenciamento. A escolha do formato
da EAP que será utilizado é geralmente influenciada pela equipe do projeto, já que
seus integrantes possuem diferentes preferências em relação ao processamento de
dados. Alguns visualizam melhor graficamente, outros preferem listas.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Seguindo cinco passos, o Agente de Projetos Sociais, seja atuando como gerente
de projetos ou como membro de uma equipe que implementa projetos sociais,
poderá atuar na elaboração de uma EAP. Vamos conhecer os cinco passos para a
elaboração de uma EAP.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
A avaliação do projeto social é fundamental e deve ser feita em diálogo entre equipe
gestora do projeto, agentes financiadores e população beneficiária do projeto, que possui
melhor entendimento de suas próprias necessidades e se elas estão sendo atendidas.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Ainda assim, com o plano de trabalho em mente, devem ser seguidos três passos na
escolha das ferramentas que serão utilizadas. O primeiro passo consiste no plane-
jamento, o segundo passo consiste na coleta de dados e o terceiro passo consiste
na análise dos dados coletados. Vamos ao estudo do detalhamento desses passos.
1 – Quem avalia
2 – Os indicadores
3 – Como avaliar
4 – Quando avaliar
Ou seja, é nesta etapa que definimos que tipo de dados e informações devem ser
coletados para entender se realmente estamos no caminho certo. O importante, para
isso, é que o plano de avaliação seja bem estruturado e contenha informações sobre:
XX Quem avalia (integrantes da equipe, consultoria externa ou ambos).
1 - Quem avalia
Cabe ao Agente de Projetos Sociais definir, juntamente com sua equipe, quem
ficará encarregado de avaliar. O responsável poderá ser alguém da equipe ou até
mesmo uma consultoria externa contratada para tal.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
2 – Os indicadores
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Objetivo geral: reduzir em, no mínimo, 50% o número de casos de doenças de pele em crianças
moradoras do bairro XYZ.
Número de
casas visitadas
Levantamento da situação e entrevistas
Número de
das casas de famílias cujas realizadas.
Profissionais
crianças tiveram doença de
envolvidos. Número de
pele nos últimos dois anos.
crianças
identificadas.
Número e perfil de
pessoas presentes
Audiência pública com a Número
Ampliar na audiência.
companhia responsável total de
em 35% o Número e
pelo saneamento e com Engajamento dos residências
número de perfil dos
a prefeitura, obtendo presentes para que dispõem
residências representantes
seu compromisso formal com a causa. de água
do bairro da empresa e
de providenciar água tratada e
atendidas por da prefeitura. Lista de
tratada e tratamento sistema de
água tratada compromissos
de esgoto no bairro. esgoto ao
e sistema assumidos entre as
final das três
de esgoto. partes presentes.
atividades.
Número de
Mutirão para checagem pessoas
e reforma de instalações inscritas no Número de
hidráulicas em 350 mutirão. participantes
residências de crianças presentes.
Montante
acometidas com doenças de recursos Número de casas
de pele de forma recorrente mobilizados reformadas.
nos últimos dois anos. para custos
de reforma.
Tipo de
Mapeamento de necessidades necessidades
Número de
e potencial de abertura encontradas
respostas
de vagas nas três ONGs nas ONGs.
obtidas no
que fazem atendimento
levantamento Número de vagas
Abrir 250 extraescolar no bairro.
potenciais a abrir.
vagas a Número
mais em Número de de vagas
programas de participantes em abertas nas
atendimento Quantidade cada evento e ONGs locais
Realizar três eventos a fim
extraescolar e tipo de número total. para receber
de mobilizar doações para
oferecidos eventos crianças
que as ONGs possam abrir Montante
nas ONGs realizados. do bairro.
250 vagas para crianças do mobilizado em
do bairro.
bairro, com prioridade para as Envolvimento cada evento e
crianças que tiveram doença das ONGs número total.
de pele nos últimos dois anos. locais. Engajamento das
pessoas para com
a causa das ONGs.
3 - Quando avaliar
Tipos de
Indicadores
avaliação
Acompanha-se o trabalho constantemente e em períodos curtos para que haja tempo
para propor soluções aos problemas que vão surgindo.
Os indicadores usados para esse tipo de avaliação são aqueles que oferecem pistas sobre
como está o processo de implementação de um projeto social.
Por exemplo:
Avaliação
- Número de pessoas presentes em uma reunião.
contínua
- Satisfação das pessoas envolvidas em um evento/atividade.
- Número de organizações parceiras do projeto.
No exemplo do projeto “Sentindo na pele: por uma infância mais saudável no bairro XYZ”,
esse tipo de avaliação conta na coluna “indicadores de processo”, que estudamos no
quadro anterior.
A periodicidade desse tipo de avaliação depende das fases do projeto e ela tem relação
com o acompanhamento dos resultados entregáveis do projeto social.
Os indicadores utilizados são aqueles que ajudam a avaliar os resultados obtidos durante
a implementação do projeto.
Avaliação
Por exemplo:
de
- Número de crianças atendidas em um projeto de educação complementar à escola.
resultados
- Percentual de famílias atingidas por enchente que tiveram suas casas reconstruídas.
Em nosso projeto exemplo “Sentindo na pele: por uma infância mais saudável no bairro
XYZ”, os indicadores para esse tipo de avaliação são os da coluna “indicadores de resul-
tado”, os quais estudamos no quadro anterior.
Medem-se os efeitos dos resultados na comunidade após o término do projeto, conside-
rando os resultados de longo prazo. Você estudará esse tipo de avaliação de forma mais
detalhada na segunda parte desta Unidade Curricular.
Os indicadores desse tipo de avaliação são aqueles que buscam mostrar as transformações
Avaliação geradas a partir da implementação das atividades do projeto.
final Por exemplo: Percentual de crianças que, após atendidas em um projeto de educação
complementar, tiveram melhor desempenho na escola.
No projeto “Sentindo na pele: por uma infância mais saudável no bairro XYZ”, exemplo
neste curso, os indicadores a serem observados para avaliação final são aqueles da coluna
“indicadores de impacto”, conforme estudamos no quadro anterior.
4 - Como avaliar
A escolha da maneira pela qual fazer o acompanhamento e a avaliação deve ser feita
pela equipe do projeto, escolhendo os instrumentos ou ferramentas de avaliação
mais adequadas a cada projeto social de acordo com suas especificidades.
O Agente de Projetos Sociais deve observar quais os indicadores que foram suge-
ridos na fase de planejamento do projeto e então elaborar os instrumentos de
avaliação mais adequados para coleta das informações que serão expressas por
esses indicadores. Além disso, é importante atenção no cronograma de implemen-
tação do projeto social para perceber os melhores momentos de aplicação desses
instrumentos, tanto para que seja feita em momentos convenientes para a equipe e
os participantes do projeto quanto para que sejam colhidas informações relevantes.
Exemplo
Por exemplo, o momento mais adequado para fazer entrevistas
com objetivo de obter um indicador como “satisfação dos
participantes do projeto” é mais ao final do período de
implementação, quando as pessoas já foram expostas a
atividades propostas pelo projeto. Se a opção fosse por
entrevistá-las no início da implementação, não teríamos
informações relevantes sobre esse indicador, já que os
participantes estariam respondendo à entrevista com base em
suas expectativas em relação a um projeto recém-iniciado.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Quantitativo Instrumentos
Número de ONGs envolvidas. Listas de presença; termos de parceria.
Número de crianças atendidas. Listas de frequência de atividades.
Montante de recursos aplicados. Cronograma físico-financeiro.
Qualitativo Instrumentos
A percepção de beneficiários. Pesquisa de satisfação; entrevista.
Opinião de participante parceiro do
Entrevista.
projeto, como um médico da família.
Satisfação das crianças atendidas. Pesquisa de satisfação; depoimentos.
Nesta etapa, coletam-se os dados para saber se a execução do projeto está aconte-
cendo conforme o planejado, para isso, utilizam-se os instrumentos ou ferramentas
de acompanhamento e avaliação mais adequados a cada indicador como:
XX Cronograma físico-financeiro.
XX Listas de presença.
XX Questionários.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Exemplo
Por exemplo, aplicar um instrumento como uma pesquisa de
satisfação, a respeito do projeto como um todo, imediatamente
após entregar um benefício a um participante, como a entrega de
um medicamento esperado por ele ou depois da reforma de sua
casa, faz com que existam grandes chances de que o resultado
da pesquisa seja influenciado pela animação momentânea da
pessoa que a responde.
Essa situação acaba por oferecer um resultado para esse indicador que pode
não expressar uma informação tão confiável. Para evitar esse tipo de problema e
trazer confiabilidade para o processo de acompanhamento e avaliação, pode-se
estabelecer o padrão de aplicar esse tipo de pesquisa sempre no intervalo entre
as atividades do projeto, e a equipe responsável poderia ser orientada a fazer as
perguntas levando a pessoa que está respondendo a considerar o projeto como
um todo, para além de atividades específicas associadas a ela.
De posse dos dados coletados, o Agente de Projetos Sociais deverá fazer a tabu-
lação e tratamento da informação. O estudo sobre tabulação e tratamento da infor-
mação você pode retomar na Unidade Curricular 1 deste curso. No caso de dados
qualitativos, como as entrevistas, as respostas de todas as pessoas pesquisadas
são organizadas em categorias, criadas de acordo com o que se quer acompanhar/
avaliar. O Quadro 8 apresenta um exemplo de entrevista.
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Quadro 8 - Entrevista semiestruturada para avaliar a satisfação das famílias beneficiadas pelo projeto
“Sentindo na pele: por uma infância saudável no bairro XYZ”
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
O Agente de Projetos Sociais deve ter flexibilidade para reconhecer quando atividades
precisam ser revistas e novas alianças estabelecidas, expressando seu compromisso
pela solução das demandas socioambientais em primeiro lugar.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Coleta de dados:
Nas entrevistas realizadas para uma pesquisa de satisfação, obteve-se a informação de que
30% das pessoas ficaram pouco satisfeitas com o resultado do mutirão, afirmando que muitos
voluntários não sabiam realizar bem as tarefas de reforma para a qual foram chamados.
As visitas de observação demonstraram que cerca de 40% das casas visitadas não tiveram um bom
acabamento das reformas de instalação hidráulica.
Análise:
De posse dos dados, a equipe comparou os resultados com as expectativas sobre a atividade do
mutirão que havia sido planejada, confirmando que a insatisfação das pessoas era justificada.
Foram estudados os relatórios e outros registros do mutirão, revisando a forma como foram
distribuídas as tarefas aos voluntários e profissionais envolvidos.
Foi identificado que, de fato, os voluntários ficaram responsáveis pelo acabamento, mas não
receberam orientação técnica necessária, especialmente sobre a pintura e recolocação de
pisos cerâmicos.
A equipe considerou que o mutirão teve sucesso em termos de oferecer aos imóveis a reforma dos
sistemas hidráulicos que contribuem para o saneamento básico do bairro e que a insatisfação se
deu em relação à questão estética, que não foi observada com atenção durante o planejamento.
- Fazer um levantamento com as famílias participantes para saber quais desejam refazer
acabamentos nas reformas realizadas no mutirão.
- Oferecer às famílias e voluntários uma oficina com dicas simples e práticas para fazer acaba-
mentos (especificamente nos casos observados).
- Usar material que sobrou do mutirão anterior para um novo mutirão de um dia ou dois em
que os acabamentos serão refeitos, acompanhados por pedreiros profissionais voluntários.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
que deve estar pronto para mudanças nas atividades propostas e no planejamento
original da iniciativa quando a avaliação sugerir a necessidade de medidas corretivas.
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Orçamento
por Tempo (meses e semanas)
Produtos/Atividades atividade
Total do orçamento para o objetivo (separado por mês) 320.425,00 13.781,25 306.643,75
*Considerando que a atividade acontece parte no mês 1 e parte no mês 2, seus custos foram divididos por dois e somados
aos demais valores necessários para as outras atividades do mês.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Quando esses indivíduos e grupos interessados não são envolvidos nos processos,
os resultados tornam-se menos previsíveis e até mesmo indesejados. Assim, todo
projeto bem-planejado e executado precisa de grande dedicação à gestão das
Partes Interessadas.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Ainda de acordo com o PMBOK (2013), esse talvez seja o processo mais crítico
do gerenciamento do projeto social, pois descobrir as Partes Interessadas e escu-
tá-las de forma efetiva no início trará um maior comprometimento, maior clareza
de requisitos e objetivos e, consequentemente, menos mudanças no decorrer
do projeto. O Agente de Projetos Sociais, na função de gerente de projetos, deve
conectar as Partes Interessadas maximizando as influências positivas e minimi-
zando as resistências, o que implicará em uma maior probabilidade de aceitação
das entregas. Assim, é preciso ter cautela, para que não ocorra o erro de descobrir
Partes Interessadas importantes do projeto após o planejamento, ocasionando várias
mudanças que poderão ser solicitadas e correr o risco de que haja uma grande
resistência em relação ao desenho original do projeto social.
É extremamente importante que você, como Agente de Projetos Sociais, saiba gerenciar
de forma correta as Partes Interessadas. O processo para um bom gerenciamento
das Partes Interessadas inclui quatro fases, apresentadas na Figura 5 a seguir.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Agora que você já conhece as quatro fases que envolvem o gerenciamento das
Partes Interessadas, detalharemos o que envolve cada uma delas.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Pessoas que se beneficiarão diretamente dos produtos e/ou serviços do projeto. No caso
Usuários
dos projetos sociais, os usuários estão em geral na comunidade alvo das ações.
Interessados
que fazem
São as pessoas ou grupos de pessoas que têm um interesse em como as coisas são
parte do
gerenciadas no projeto. Podem ser os dirigentes responsáveis pela instituição que está
processo de
executando o projeto, parceiros envolvidos na implementação, doadores, lideranças locais
tomada de
envolvidas no planejamento e gestão das ações.
decisão sobre
o projeto
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Veja algumas perguntas que devem ser respondidas na análise de cada parte
interessada:
Existem algumas ferramentas para conduzir a análise das Partes Interessadas. Uma
delas é a Matriz de análise dos interessados, que ajuda a identificar maneiras
de envolver os interessados adequadamente para que participem de todas as
etapas do seu projeto. Essa ferramenta propõe categorias que auxiliam o Agente
de Projetos Sociais a compreender a relação da potencial parte interessada com
o problema a ser resolvido.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
É essencial para o Agente de Projetos Sociais ter informações sobre as Partes Inte-
ressadas de forma que possa priorizar as atividades e compreender as melhores
oportunidades para envolvê-las, bem como identificar em que aspecto elas podem
oferecer riscos ao bom andamento do projeto. Esses elementos são fundamentais
para fazer o gerenciamento de Partes Interessadas, que veremos a seguir.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Esse planejamento deve ser revisitado a cada fase do projeto ou sempre que haja
a identificação de uma nova parte interessada durante implementação do projeto.
Lembre-se de que os níveis de interesse mudam ao longo do projeto e, por isso,
precisam ser revisados.
A habilidade de identificar quando tomar providências como essa (já que alterações
nas atividades de um projeto social têm consequências em termos de orçamento e
cronograma) é construída ao longo da experiência com gerenciamento de projetos.
Uma dica que ajuda a tomar esse tipo de decisão é refletir com a equipe em que
medida vale a pena a alteração ou cancelamento de uma atividade para manter um
bom relacionamento com as Partes Interessadas. Essa reflexão deve estar focada
nos objetivos finais do projeto social, ou seja, se a parte interessada eventualmente
descontente oferecer grande risco ao alcance dos objetivos do projeto, pode-se
considerar fazer alterações mais significativas no quadro de atividades. Portanto, o
Agente de Projetos Sociais deve adotar uma postura flexível em relação ao plane-
jamento, com atenção e foco sempre nos objetivos finais do projeto.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
O nome dessa matriz refere-se às letras iniciais das quatro principais funções:
A equipe do projeto social pode elaborar essa matriz de forma a classificar o nível de
envolvimento das Partes Interessadas e o que esperar de suas funções no projeto.
Para isso, é preciso separar as atividades/tarefas que foram planejadas para o projeto
social que envolve a participação de Partes Interessadas e relacionar qual e como
participam da execução da tarefa. O Quadro 16 apresenta um exemplo de matriz RECI
inspirado no projeto “Sentindo na pele: por uma infância saudável no bairro XYZ”.
Quadro 16 – Exemplo de matriz RECI
Tipo de parti-
Responsável Encarregado Consultado Informado
cipação
Quem precisa
Quem é Quem precisa
Quem está ser informado
Listar abaixo as encarregado ser solicitado
fazendo essa conforme mudanças
tarefas do projeto pela prestação ativamente para
tarefa acontecer? e acontecimentos
de contas? dar informações?
do projeto?
Fazer um mapa
de necessidades
das 3 ONGs do Doador e famílias
bairro XYZ para que Um consultor Agente de ONGs que atuam de crianças que
possam ampliar o contratado. Projetos Sociais. no bairro XYZ. apresentaram doenças de
número de vagas pele nos últimos 2 anos.
para atendimento
extraescolar.
- Servidor público Equipe de servidores
responsável do Posto de Saúde
Avaliar os estoques pelo Posto. e setor de compras
Servidor Público do
de medicamentos Agente de de medicamentos
Posto, voluntário
no posto de saúde Projetos Sociais. na prefeitura.
do projeto. - Secretaria
do bairro XYZ.
de Saúde do
Município.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Uma comunicação efetiva na etapa inicial do projeto social oferece maiores chances
de obter, da comunidade, maiores informações e opiniões que permitem adequar
o projeto.
Importante
Como vimos anteriormente, é importante que haja flexibilidade
para promover adequações, mantendo o foco nos objetivos do
projeto com cuidado em respeitar e rever acordos feitos com
fornecedores, financiadores, beneficiários e parceiros.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Ainda, é importante comunicar no final do projeto social o que foi aprendido com
a experiência, com as metodologias que foram utilizadas e seu potencial de serem
reaplicadas em outras iniciativas semelhantes. Quais os desafios encontrados e
quais as oportunidades para novas ações na comunidade para melhorar a qualidade
de vida das pessoas.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Portanto, para que informações sobre o projeto social sejam disseminadas de forma
efetiva interna e externamente, é preciso que se faça uma escolha adequada dos
meios que serão utilizados.
Em exemplos anteriores, foram dadas algumas pistas sobre quais os meios mais
adequados de acordo com o público para o qual se quer comunicar. Portanto, a
seguir, estudaremos esses meios de maneira mais detalhada para que, no momento
de comunicar, você escolha as opções mais apropriadas de acordo com o seu público.
Meio de
Público Função para o projeto
comunicação
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
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Até aqui você pôde estudar os aspectos do gerenciamento de projetos, para que
possa implementar um projeto social de maneira adequada. Foi possível verificar
os aspectos do ciclo de vida do projeto, desenhar sua EAP, compreender como
identificar e se comunicar com as Partes Interessadas, com o objetivo de diminuir
resistências e proporcionar maiores chances de o projeto prosperar.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
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CONTEXTUALIZANDO
Alguns aspectos comportamentais são fundamentais para o sucesso de um projeto
social como, por exemplo, liderança e administração de conflitos. Esses aspectos são
comuns durante a implementação de um projeto social e tornam-se ainda mais impor-
tantes quando do encerramento do projeto, no momento da elaboração de relatórios
com a descrição e análise do que foi realizado, resultados obtidos e lições aprendidas.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Importante
Isso significa dizer que existirão momentos no projeto social em
que pessoas que não são necessariamente gerentes do projeto
assumirão a posição de liderança em virtude de sua competência.
Esses são momentos que precisam ser reconhecidos pelo gerente do projeto para que
se evitem conflitos, e eles podem ser usados como forma de aumentar a autoestima
da equipe.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Formas Descrição
Embora seja comum observar esses papéis em equipes de projeto, sua composição
dependerá de fatores como localização, objetivos do projeto e contexto da comu-
nidade em que o projeto deve ocorrer. A existência de um gerente de projeto que
responde formalmente pelo posto e do relacionamento dele com a equipe também
irá variar dependendo de fatores como autoridade e competências dentro da equipe.
XX O gerente de um projeto social tem que fazer das diferenças culturais e di-
versidade de pontos de vista fatores que enriquecem a discussão no grupo.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Esse líder conta com certa autoridade e poder firmado de forma contratual para
influenciar os outros membros da equipe. A pessoa escolhida geralmente é aquela
que pode dar maior assistência e orientação à equipe, ajudando seus membros a
encontrar as melhores formas de implementar as atividades planejadas no projeto
social. Entretanto, ao longo do processo de planejamento e implementação, surgem
lideranças informais, que embora não tenham sido escolhidas oficialmente para
representar a equipe, naturalmente influenciam outras pessoas em função dos
relacionamentos existentes entre elas.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
É justamente nesse sentido que o conceito de Chiavenato (2008), que diz que a lide-
rança é uma influência interpessoal exercida em uma dada situação através do uso
da comunicação para a consecução de um ou mais objetivos específicos, auxilia-nos
a perceber as relações de influência entre os membros de uma equipe de projetos.
Esse conceito reforça a importância da comunicação interna (na equipe) como
forma de expressão do protagonismo dos membros da equipe e de sua liderança.
A liderança surge como um dos meios para a equipe atingir seus objetivos e, dessa
forma, satisfazer as necessidades da comunidade. Assim, a liderança é um processo
contínuo de escolha que permite à equipe do projeto caminhar em direção a sua meta,
apesar de todas as dificuldades internas ou externas. Ao ajudar o grupo a lidar com
escolhas, a liderança passa a ser uma questão de tomada de decisões da equipe.
Para que o projeto atinja resultados satisfatórios, você, como gestor responsável
pela implementação de um projeto social, deve saber lidar com aspectos relativos
à motivação, à comunicação, ao trabalho em equipe e à dinâmica do grupo.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
motivações divergentes, como na dimensão coletiva, quando ocorre entre uma pessoa
e outra ou entre uma pessoa e um grupo. Esse segundo é o chamado conflito social
e é esse o tipo de conflito que abordaremos na sequência.
Sabendo que o conflito pode trazer resultados positivos e negativos para o projeto
como um todo, o Agente de Projetos Sociais, como gestor do projeto, deverá
administrar o conflito de forma a maximizar os efeitos construtivos e diminuir os
efeitos destrutivos.
A literatura sobre o tema traz três tipos de abordagens e cinco técnicas gerais para
administrar e mediar conflitos. O Quadro 20 apresenta três tipos de abordagens
para mediar e administrar conflitos.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Busca modificar as percepções que as pessoas têm das diferenças, de recursos limitados
e de interdependência. Procura minimizar as diferenças entre os grupos por meio da
Abordagem
identificação de objetivos compartilhados por toda a equipe. Como exemplo, o líder pode
estrutural
lembrar a equipe que todos estão trabalhando para solucionar os problemas da comunidade
e que a união é necessária para lidar com as ameaças externas.
Busca modificar o processo como forma de reduzir conflitos, ou seja, intervém no momento
que o conflito ocorre. O líder pode desativar o conflito reagindo cooperativamente, enco-
rajando comportamentos menos conflitantes ou desarmando-os. Por exemplo, o líder
pode iniciar com a frase “Obrigado por colaborar e se preocupar com os resultados do
projeto. Todos nós entendemos seu ponto de vista...”. Outra forma de modificar o processo
Abordagem
é motivando o confronto entre as partes envolvidas quando o ponto de desativação já
de processo
passou. Ou seja, já não é possível desativar o conflito. Dessa forma, o líder pode reunir
as partes face a face e motivar a exteriorização das emoções para identificar as áreas de
conflito e buscar soluções que sejam satisfatórias para todos. Por fim, a terceira maneira
de mudar o processo é através da colaboração. As partes trabalham juntas para solucionar
problemas, identificar soluções capazes de integrar os objetivos de ambas as partes.
Busca administrar os conflitos tanto com aspectos estruturais como processuais através
Abordagem da influência no processo por meios estruturais, como a adoção de regras para resolução
mista de conflitos. Determinando-se anteriormente os procedimentos para trabalhar o conflito,
este pode ser contido e controlado, conduzindo as partes para a solução do problema.
O gestor recua da situação de conflito atual, adiando a questão até estar mais bem-preparado,
Evitar
ou que a questão seja resolvida por outros.
O gestor enfatiza áreas de acordo, suavizando as diferenças e abrindo mão da sua posição
Acomodar
em favor das necessidades das outras pessoas.
O gestor encontra soluções que tragam algum tipo de satisfação para todas as partes
Comprometer
para alcançar uma solução temporária ou parcial para o conflito.
O gestor força um ponto de vista oferecendo apenas soluções ganha-perde, geralmente
Direcionar
aplicadas através de uma posição de poder para resolver uma emergência.
O gestor incorpora diferentes pontos de vista e diálogo aberto que geralmente conduz ao
Colaborar
comprometimento e resolução do problema.
Essas abordagens e técnicas são úteis para levar a equipe do projeto a redirecionar
o foco de suas energias para o projeto social, apesar de discordâncias e eventuais
insatisfações, e podem ser aplicadas após um estudo da situação que está ocor-
rendo. Quando na posição de gerente de projetos, o Agente de Projetos Sociais
precisa estar atento para reconhecer os conflitos e adotar uma atitude que reco-
nheça os efeitos negativos e positivos desse tipo de situação, fazendo do conflito
uma oportunidade para ampliar os laços de confiança e o desejo de colaboração
entre as pessoas envolvidas no projeto social.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
2) Organização e Preparação;
4) Encerramento do projeto.
Importante
O encerramento do projeto é o processo de finalização das
atividades para o seu fechamento formal.
Para além dos benefícios obtidos a partir do alcance dos objetivos estipulados no
planejamento do projeto e das relações de confiança fortalecidas ao longo de sua
implementação, há um importante ganho de aprendizagem sobre a comunidade e/
ou a causa e sobre o que funcionou e o que não funcionou para inspirar melhorias
em futuras iniciativas.
Para encerrar o projeto, é importante assegurar que todas as entregas foram aceitas,
que o trabalho está completo e que os objetivos foram alcançados. Recomenda-se
que todas as Partes Interessadas se envolvam na etapa de encerramento do projeto,
avaliando as diversas dimensões de sustentabilidade relacionadas com os objetivos
pretendidos no planejamento.
Avaliação final é uma técnica gerencial que serve para conhecer como o projeto foi
executado e para tomar decisões com base nesse conhecimento. Significa realizar
um julgamento objetivo de um projeto encerrado. Para tal, é preciso coletar, analisar
e interpretar dados e informações relevantes ao projeto em questão.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Importante
Em síntese, a avaliação final procura demonstrar se e como os
recursos utilizados e as relações construídas ao longo do processo
de implementação do projeto social favoreceram ou não o alcance
dos objetivos planejados e se as Partes Interessadas estão
satisfeitas com o processo ocorrido e com os resultados obtidos.
Mesmo sendo a última etapa do projeto, a avaliação final não ocorre de forma
isolada, mas integrada com as outras fases do projeto.
Importante
Portanto, a avaliação está presente em todas as fases do projeto,
do planejamento ao seu encerramento.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
Assim, a avaliação final, completa e irrestrita deve ser realizada para que depois seja
comunicada em formatos diversos e atendendo aos interesses também diversos
dos envolvidos.
Por exemplo, no projeto fictício “Sentindo na pele: por uma infância saudável
no bairro XYZ”, a avaliação final deverá permitir à equipe do projeto compre-
ender exatamente a efetividade das atividades, o montante e uso adequado
dos recursos ao longo do tempo, a qualidade do envolvimento das famílias
e lideranças na comunidade, a forma como os conflitos foram geridos, se
os resultados referentes aos objetivos foram alcançados, se e como as
expectativas das Partes Interessadas (comunidade, governo local, das
empresas, pessoas, fundações, financiadoras, entre outros) foram atendidas
e quais serão os próximos passos.
Esse conjunto de informações que serão coletadas ao longo do projeto por meio de
instrumentos de avaliação (questionários, entrevistas, cronograma, fluxo de caixa,
mapa de indicadores, dentre outros) deverá ser interpretado pela equipe e Partes
Interessadas e compilado em forma de relatório geral com o objetivo de organizar
o aprendizado acumulado no projeto. O relatório geral será fonte para a produção
de relatórios menores, mais resumidos, que servirão para a prestação de contas
com foco nas expectativas do público para o qual o relatório sintético se destina.
Com essas informações, selecionam-se aquelas mais úteis a cada parte interessada
para que seja feita uma comunicação eficiente e construtiva. É importante ter em
mente que todas as Partes Interessadas devem participar da elaboração e ter acesso
ao relatório geral do projeto.
É importante que tenhamos claro que na sociedade existe uma tendência a resistir
a mudanças, porém as mudanças e a transformação é o que se pretende em
qualquer intervenção numa comunidade ou em relação a uma causa definida em
um projeto social.
Importante
Raramente o Agente de Projetos Sociais obterá consenso e
raramente a implementação de projetos será plena de soluções de
compromisso. Ou seja, medidas que podem não parecer as melhores
do ponto de vista técnico são as possíveis do ponto de vista de gerar
uma transformação significativa em longo prazo e que beneficie as
populações mais vulneráveis, promovendo maior equidade.
Assim, é preciso ter claro o papel de mediar, acomodar, adequar um projeto social,
de modo que se possa beneficiar de fato as populações em risco e a construção de
uma sociedade em que todos tenham a oportunidade de buscar e alcançar melhor
qualidade de vida e felicidade.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
CONSIDERAÇÕES
UNIDADE CURRICULAR 1
Chegamos ao final do Curso Agente de Projetos Sociais, uma jornada que o levou
primeiramente a estudar como se aproximar das comunidades, conhecer demandas
sociais e ambientais, identificar lideranças, ouvir e aprender com as pessoas, reco-
nhecendo seus talentos e sonhos, bem como sua capacidade de ser parte funda-
mental da solução das questões que impactam a sua qualidade de vida.
A partir desse olhar respeitoso para com as comunidades, você estudou como trazer
aspectos técnicos que ajudam a elaborar ações concretas para intervir no sentido
de lidar com as questões trazidas pela comunidade. Contando com informações de
qualidade, você aprendeu como elaborar projetos, envolvendo a participação das
pessoas, projetos com objetivos claros, atividades relevantes e com estratégias de
avaliação que permitem monitorar o quanto que a iniciativa contribui para alcançar
os objetivos delineados. Também teve a oportunidade de conhecer mais sobre a
cultura de doação no Brasil, como se financiam as organizações da sociedade civil
(normalmente o tipo de organização em que o Agente de Projetos Sociais oferece
seus serviços) e como fazer a captação de recursos para financiar projetos.
Por fim, o Curso Agente de Projetos Sociais lhe permitiu estudar sobre a imple-
mentação de projetos sociais, trazendo a questão do gerenciamento de projetos
e os vários elementos envolvidos como o gerenciamento de Partes Interessadas,
avaliação, comunicação, resolução de conflitos.
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UNIDADE CURRICULAR 3: IMPLEMENTAR PROJETOS SOCIAIS
REFERÊNCIAS
UNIDADE CURRICULAR 3
ARMANI, Domingos. Como elaborar projetos? Guia prático para elaboração e gestão
de projetos sociais. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2009, 96 p. (Coleção Amencar).
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