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CENTRO SOCIOECONÔMICO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO
Jéssica Klitzke
MERCADO DE CÂNHAMO:
Um estudo acerca do potencial mercadológico alinhado ao desenvolvimento
sustentável para aplicações da fibra de cânhamo industrial.
Florianópolis
2019
Jéssica Klitzke
Florianópolis
2019
Jéssica Klitzke
Este Trabalho de Curso foi julgado adequado e aprovado na sua forma final
pela Coordenadoria Trabalho de Curso do Departamento de Ciências da
Administração da Universidade Federal de Santa Catarina.
________________________
Prof. Marcia Barros de Salles, Dr.
Coordenador de Trabalho de Curso
Avaliadores:
________________________
Prof, Dr. André Luis da Silva Leite, Dr.
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Profª Vanessa Martins Valcanover
Avaliadora
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof, Dr. Marcus Vinícius Andrade de Lima
Avaliador
Universidade Federal de Santa Catarina
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 33
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 36
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 57
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1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
Compreende-se que este trabalho acadêmico tem relevância teórica para área
da administração, no tange a análise de setores e especificamente para os estudos
acerca da sustentabilidade. Possibilita uma revisão de conceitos inerentes à prática
agrícola no Brasil e a produção científica do setor em específico, visto que a literatura
nacional acerca da temática é mínima, e inexistente nas ciências da administração.
Contribui de forma prática para as organizações e os gestores com a análise
do potencial de crescimento de um setor pouco estudado no Brasil, e o possível
desenvolvimento econômico desse nos anos seguintes. Tal contribuição
socioeconômica expande sua relevância principalmente como sendo uma forma de
retornar a sociedade e ao meio ambiente a reinserção dos usos da fibra de cânhamo
industrial, em aplicações ecologicamente corretas e economicamente viáveis, nas
indústrias têxtil e da construção civil - assim como em todas as outras indústrias que
não são foco de estudo desta monografia -, que vai diretamente ao encontro da
necessidade da criação de mercados consumidores atrelados ao desenvolvimento
sustentável, seja nacional ou internacionalmente.
A ideia de estudar o mercado de cânhamo surge essencialmente defronte a
essa necessidade de buscar alternativas as principais fontes de matéria prima não
renovável exploradas nos mais diversos produtos de uso e consumo utilizados
atualmente, sem a intenção de menosprezá-los, mas reconhecendo a necessidade de
evolução inovativa e criação de alternativas, aqui evidenciando o cânhamo industrial.
Finalmente, o trabalho contribuirá para uma compreensão pessoal mais
profunda acerca da competição nesse mercado, e servirá de instrumento inicial para
viabilizar a construção de uma carreira na área da Gestão Agroindustrial e futuramente
atuar ativamente na construção e consolidação do setor, idealizando a abertura de
uma empresa/indústria e aplicando o conhecimento adquirido durante a graduação
em Ciências da Administração.
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1.2 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
"[...] existe um consenso entre os autores de que, para o caso dos recursos
naturais renováveis, a taxa de substituição não pode exceder à capacidade
de reposição da própria natureza e, para o caso de recursos não-renováveis,
além de considerar a importância do desequilíbrio ecológico que produz sua
diminuição, é necessário acomodar o ritmo de sua utilização ao processo de
procura de substitutos. No mesmo sentido, as taxas de emissão de dejetos e
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esfera social no que diz respeito a utilização da Cannabis recreacional, visto que o
cânhamo aqui é discutido através de sua diferenciação da marijuana, sendo tratados
como culturas com propriedades particulares e utilidades distintas. Porém, será
abordada a importância do desenvolvimento do setor para a esfera social.
A abordagem de desenvolvimento sustentável será tratada não pela ótica do
consumo sustentável ou da redução dos níveis de consumo cotidianos, mas pela ótica
do desenvolvimento sustentável dos processos produtivos, partindo da compreensão
das pegadas hídrica e de carbono, discutindo assim a reestruturação dos padrões de
consumo pelo início da cadeia, o processo produtivo.
Conforme abordam Nascimento et al. (2014) para produção de um bem, é
sabido que utilizam-se os recursos: água, solo e energia. Independente da origem do
bem, seja animal, vegetal ou industrializado, os processos produtivos consomem
alguma matéria prima retirada da natureza.
A pegada ecológica, hídrica e de carbono surgem como um método de medição
de ocupação de espaço físico (em hectares), água doce (em metros cúbicos/ano) e
emissão de CO2 (kg ou ton), respectivamente, com a intenção de ser um indicador e
alertar acerca dos impactos ambientais causados na utilização de bens de consumo
cotidianos.
que são acumulados ao longo do ciclo de vida de um produto, e inclui qualquer forma
de gasto energético (por fonte não renovável). O cálculo toma por base as emissões
primárias, sendo toda queima energética direta de combustível fóssil, incluído o
consumo de energia elétrica de uso doméstico e de transporte, somado as emissões
secundárias, que representam toda queima indireta de CO2 ao longo do ciclo de vida
do produto, desde a manufatura até o descarte, e é expressa em kg ou ton.
Ambos cálculos originam-se da pegada ecológica, que mede "os recursos
materiais e energéticos que uma determinada população humana necessita para
produzir os recursos que consome e para absorver seus resíduos com as tecnologias
disponíveis, em um determinado intervalo de tempo" (SILVA et al., 2013) e é expressa
em hectares.
Rosa (2018) levanta dados informando que essa primeira tentativa foi
fracassada, a história não era conclusiva a respeito, porém acreditava-se ser
decorrente da qualidade das sementes, que chegavam na América do Sul já inférteis.
Acreditava-se também que poderia ter ocorrido uma má adaptação dos agricultores
açorianos em relação a essa nova cultura nunca antes explorada. Em uma pesquisa
recente (2019) a respeito do estudo do solo brasileiro em relação a adaptabilidade a
cultura da Cannabis concluiu-se que o estado de Santa Catarina na verdade é um dos
menos aptos ao cultivo, será abordado mais a respeito nos resultados do trabalho
(item 4).
Porém, na região nordeste do país, principalmente no Pernambuco, onde há
forte adaptabilidade ao cultivo, há relatos históricos de sucesso na produção que
perduraram em torno de 40 anos e totalizaram em torno de 7 feitorias de produção de
linho-cânhamo como a Real Feitoria do Linho, a Companhia Fábrica de Tecidos
Cânhamo e Juta, a Companhia Fábrica Yolanda S. A. e Firma J. Knight & Perini, para
citar algumas. Em meados do século XIX o comércio açucareiro passava por uma
estagnação, obrigando os produtores a diferenciarem os plantios da época.
Fonte: elaborado pela autora com base nos autores da fundamentação teórica.
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
"considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto
é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito que não pode ser traduzida em números. A interpretação dos
fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de
pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o
pesquisador é o instrumento-chave. Tal pesquisa é descritiva. Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e
seu significado são os focos principais de abordagem". (PRODANOV;
FREITAS,2013).
Entrada de Novos
Concorrentes
Inovações substitutas em
potencial
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 12 - Hempcrete.
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Em tradução livre "A natureza orgânica do cânhamo, sua resiliência, abundante, quantidade de
biomassa, crescimento rápido, carbono negatividade, simplicidade de cultivo e outras qualidades
elevam-no a todos os critérios de sustentabilidade em um material ecológico".
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do Globo Rural de novembro apresenta esse estudo aos produtores nacionais e estiva
que o mercado brasileiro pode atingir R$ 4,7 bilhões de reais se regulamentado.
"no Brasil, várias oportunidades já identificadas no setor industrial podem ser
exploradas com novos modelos de negócios, design, recuperação dos
materiais, além da economia informal existente. Entre elas pode-se citar o
potencial: do setor eletroeletrônico, com a recuperação dos materiais e novos
serviços; de construção civil, com a redução da quantidade de resíduos
gerados; têxtil, com novos materiais e cadeias circulares de valor; e plástico,
com grandes oportunidades de redução e recuperação, além de novos
materiais". (ELLEN MACARTHUR FOUNDATION, 2017 apud CNI, 2018).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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