Sei sulla pagina 1di 86

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

KALINE PONTES HOLANDA

ESTUDO BIBLIOMÉTRICO EM FINANÇAS: ANÁLISE DA PRODUÇÃO


CIENTÍFICA BRASILEIRA DE 2009 A 2018

MOSSORÓ
2019
KALINE PONTES HOLANDA

ESTUDO BIBLIOMÉTRICO EM FINANÇAS: ANÁLISE DA PRODUÇÃO


CIENTÍFICA BRASILEIRA DE 2009 A 2018

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como
requisito para obtenção do título de
Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Fábio Chaves Nobre -


UFERSA.

MOSSORÓ
2019
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira
responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis
que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°
9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva
ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a)
sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

H722e HOLANDA, KALINE PONTES .


ESTUDO BIBLIOMÉTRICO EM FINANÇAS: ANÁLISE DA
PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA DE 2009 A 2018 /
KALINE PONTES HOLANDA. - 2019.
85 f. : il.

Orientador: FÁBIO CHAVES NOBRE.


Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de Administração,
2019.

1. Finanças Tradicionais. 2. Finanças


Comportamentais. 3. Bibliometria. 4. EnANPAD. 5.
Revistas Qualis-Capes. I. NOBRE, FÁBIO CHAVES ,
orient. II. Título.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto
de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação
e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
DEDICATÓRIA

À Isaque, meu filho, que chegará em breve


para alegrar nossos corações.
AGRADECIMENTOS

À Deus, acima de tudo, pois Ele tem sido meu auxílio diário para administrar
todos os desafios da vida com muita fé, foco e força. Até aqui Ele tem me ajudado e
sem Ele nada seria possível.

Aos meus pais, Kelson e Jaiza, por não medirem esforços para me dar sempre
a melhor educação, seja através do exemplo ou mesmo por meio de recursos
financeiros. E aos meus irmãos, Klarice e Kelson Filho, agradeço pelo apoio, carinho
e admiração.

Ao meu esposo, Bruno, pela cumplicidade, amor, apoio e compreensão durante


essa jornada. E ao meu filho, Isaque, que ainda está no meu ventre, mas já é fonte de
grande motivação para realização dos meus sonhos.

Ao meu orientador, o professor Dr. Fábio Nobre e à professora Dra. Liana


Nobre, por toda paciência, disposição e empenho dedicados a mim para realização
deste trabalho. E também ao professor Dr. Valdemar Siqueira, pela honra da sua
participação na banca. Muito obrigada por fazerem parte deste momento especial da
minha vida.

À Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, universidade que


tanto me orgulho de fazer parte e à todos os outros professores que passaram por
mim nessa caminhada e que direta ou indiretamente influenciaram positivamente a
minha vida, em especial ao professor Dr. Genevile Carife Bergamo e à professora Dra.
Yákara Vasconcelos.

O sentimento é de muita gratidão, felicidade e realização por finalizar mais um


ciclo da minha vida. Muito obrigada a todos.
“Todos os nossos sonhos podem-se
realizar, se tivermos a coragem para
persegui-los”.

Walt Disney
RESUMO

A produção científica na área de finanças no Brasil é vasta, porém enfrenta alguns


problemas como o produtivismo acadêmico, o estrangeirismo e o paroquialismo.
Muitos trabalhos foram feitos na área até então, no entanto são poucos os que se
propõem a fazer uma análise do panorama geral e atual da área. Com base nessas
evidências, o presente trabalho tem como objetivo analisar a produção científica do
EnANPAD e das Revistas com Qualis Capes ≥ B1 da área de finanças no período de
2009 a 2018, bem como identificar quais são os temas mais abordados nas subáreas
de finanças tradicionais e finanças comportamentais, verificar quais são os autores
mais prolíficos e averiguar quais são as revistas que mais publicam artigos da área.
Para tanto, realizou-se um estudo bibliométrico com 899 artigos através de dois
softwares: o Mendeley e o VOSviewer. Verificou-se que o número de artigos
publicados na área varia de acordo com o banco de dados e com a subárea analisada,
que a distribuição da produção acadêmica é dividida em dois grupos: um com grande
número de autores que publicaram apenas um artigo e o outro com reduzido número
de autores que produzem uma grande quantidade de artigos, e que existe um núcleo
de periódicos pertencentes à área de contabilidade que mais publicou artigos sobre
finanças no período estudado. Foi observado ainda que na subárea de finanças
comportamentais, os assuntos sobre “alfabetização financeira” foram os mais
recorrentes, enquanto que os temas sobre o mercado de capitais e as empresas de
capital aberto foram os mais abordados nos artigos de finanças tradicionais,
representados pela palavra-chave “empresas brasileiras de capital aberto”. Concluiu-
se que as publicações estão voltadas para assuntos sobre as grandes corporações,
observando-se a necessidade de trabalhos que tratem de assuntos cotidianos das
pequenas e médias empresas que foram pouco abordadas nos artigos analisados.

Palavras-chave: Finanças; Finanças Tradicionais; Finanças Comportamentais;


Bibliometria; EnANPAD; Revistas Qualis-Capes.
ABSTRACT

Scientific production in the area of finance in Brazil is vast, but it faces some
problems such as academic productivism, foreignism and parochialism. Many works
have been done in the area until then, however few are those who propose to make a
general and current overview of the area. Based on this evidence, this paper aims to
analyze the scientific production of EnANPAD and the Revista com Qualis Capes ≥ B1
in the area of finance from 2009 to 2018, as well as to identify which are the most
approached subjects in the subareas of traditional finance and behavioral finance,
check which are the most prolific authors and find out which are the most published
articles in the area. For that, a bibliometric study was carried out with 899 articles
through two softwares: Mendeley and VOSviewer. It was verified that the number of
articles published in the area varies according to the database and the subarea
analyzed, that the distribution of academic production is divided into two groups: one
with a large number of authors who published only one article and the other another
with a small number of authors producing a large number of articles, and that there is
a core of periodicals belonging to the accounting area that most published articles on
finance studied on tha period. It was also observed that in the sub-area of behavioral
finance, the subjects on "financial literacy" were the most recurrent, while the themes
on the capital market and public companies were the most discussed in the traditional
finance articles, represented by the word "Brazilian publicly traded companies". It is
concluded that the publications are focused on issues about large corporations,
observing the need for papers that deal with everyday issues of small and medium-
sized companies that were little discussed in the articles analyzed.

Keywords: Finance; Traditional Finance; Behavioral Finance; Bibliometry; EnANPAD;


Qualis-Capes journals.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Subdivisão do mercado financeiro........................................………… 27


Figura 2 – Estrutura de capital de uma empresa.........……………………………. 31
Figura 3 – Etapas da pesquisa..........……........................………………………... 39
Figura 4 – Núcleo e zonas da produção científica dos periódicos....................... 69
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Distribuição de artigos por metodologia e por ano........….…...….…. 21


Gráfico 2 – Distribuição de artigos por banco de dados no decorrer dos anos.... 44
Gráfico 3 – Quantidade de artigos por banco de dados no decorrer dos anos
.........…..............................................……………….......................... 45
Gráfico 4 – Quantidade de artigos por subáreas................................................. 46
Gráfico 5 – Quantidade de periódicos por zona e por qualis-capes..........…….... 72
LISTA DE MAPAS

Mapa 1 – Elite de autores.......................................……........…..……………….. 47


Mapa 2 – Elite de autores do EnANPAD.............................................……….…. 48
Mapa 3 – Elite de autores das revistas qualis capes ≥ B1.......................…….... 51
Mapa 4 – Palavras-chave sobre finanças tradicionais do EnANPAD..............….55
Mapa 5 – Mapa de densidade de palavras-chave sobre finanças tradicionais do
EnANPAD.…....................................................................................... 58
Mapa 6 – Palavras-chave sobre finanças tradicionais das revistas.................… 59
Mapa 7 – Mapa de densidade de palavras-chave sobre finanças tradicionais das
revistas.....…....................................................................................... 61
Mapa 8 – Palavras-chave sobre finanças comportamentais do EnANPAD.........63
Mapa 9 – Mapa de densidade de palavras-chave sobre finanças
comportamentais do EnANPAD.…..................................................... 64
Mapa 10 – Palavras-chave sobre finanças comportamentais das revistas........... 66
Mapa 11 – Mapa de densidade de palavras-chave sobre finanças
comportamentais das revistas............................................................. 67
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Leis que regem os estudos bibliométricos...........................…...…… 34


Quadro 2 – Produtividade da elite de autores do EnANPAD..........…………....… 50
Quadro 3 – Produtividade da elite de autores das revistas...…......…………….... 53
Quadro 4 – Ranking geral da produtividade de autores...........................……….. 54
Quadro 5 – Principais clusters de palavras-chave sobre finanças tradicionais do
EnANPAD.......................................................................................... 56
Quadro 6 – Ranking de palavras-chave sobre finanças tradicionais EnANPAD... 58
Quadro 7 – Principais clusters de palavras-chave sobre finanças tradicionais das
revistas.............................................................................................. 60
Quadro 8 – Ranking de palavras-chave sobre finanças tradicionais das revistas. 61
Quadro 9 – Principais clusters de palavras-chave sobre finanças comportamentais
do EnANPAD..................................................................................... 63
Quadro 10 – Ranking de palavras-chave sobre finanças comportamentais do
EnANPAD.......................................................................................... 65
Quadro 11 – Principais clusters de palavras-chave sobre finanças comportamentais
das revistas....................................................................................... 66
Quadro 12 – Ranking de palavras-chave sobre finanças comportamentais das
revistas.............................................................................................. 68
Quadro 13 – Distribuição de periódicos por zonas...............……......……………... 70
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantidade de artigos por autores do EnANPAD............................… 48


Tabela 2 – Quantidade de artigos por autores das revistas ………........................51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANPAD Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração


CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CFA Conselho Federal de Administração
ENANPAD Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Administração
IES Intituição de Ensino Superior
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira
MEC Ministério da Educação
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
LISTA DE SÍMBOLOS

% Porcentagem
≥ Símbolo matemático que significa “maior igual"
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................18
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ................................................................18
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA..........................................................................19
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA .........................................................................20
1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................20
1.3.2 Objetivos Específicos ...........................................................................20
1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ...................................................................20
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA .....................................................................22
1.6 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS ...................................................................22
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................24
2.1 FINANÇAS TRADICIONAL............................................................................24
2.1.1 Fluxo de caixa e planejamento financeiro ..........................................25
2.1.2 Empresas, instituições e mercados financeiros ...............................26
2.1.3 Risco e retorno ......................................................................................28
2.1.4 Governança corporativa .......................................................................29
2.1.5 Estrutura de capital ...............................................................................30
2.2 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS ...............................................................31
2.3 BIBLIOMETRIA ..............................................................................................33
2.3.1 Lei de Bradford ......................................................................................34
2.3.2 Lei de Zipf...............................................................................................36
2.3.3 Lei de Lotka............................................................................................36
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................38
3.1 ESPECIFICAÇÃO DA PERGUNTA DA PESQUISA .....................................38
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA .................................................................38
3.3 COLETA DE DADOS .....................................................................................40
3.4 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................42
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .....................................................44
4.1 RESULTADOS GERAIS DA PESQUISA ......................................................44
4.1.1 Finanças Tradicionais vs. Finanças Comportamentais ....................45
4.2 AUTORES ......................................................................................................46
4.3 PALAVRAS-CHAVE ......................................................................................54
4.3.1 Finanças Tradicionais...........................................................................55
4.3.2 Finanças Comportamentais .................................................................62
4.4 PERIÓDICOS.................................................................................................69
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................75
APÊNDICE A – FLUXOGRAMA DA COLETA DE DADOS ......................................84
APÊNDICE B – FLUXOGRAMA DA ANÁLISE DOS DADOS ..................................85
18

1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo são discutidos o tema e a sua contextualização, bem como o


problema de pesquisa que motivou o mesmo, os objetivos gerais e específicos, a
justificativa e a delimitação da pesquisa, e por fim, a estrutura como está organizado.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

A produção científica representa todo o esforço acadêmico para retratar a


realidade empírica. Segundo Rudio (2012, p. 10) entende-se por “[...] realidade
empírica tudo o que existe e pode ser conhecido através da experiência, e essa se
revela por meio dos fatos[...]”. Dessa forma, por meio do conhecimento e
entendimento da produção do conhecimento científico é possível compreender os
acontecimentos e comportamentos de uma determinada sociedade.
No Brasil, atualmente, têm-se um crescimento expressivo na quantidade de
trabalhos científicos publicados. De acordo com a pesquisa “Reseach in Brazil”
realizada pelo Clarivate Analytics para Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES), o Brasil é o décimo terceiro maior produtor de trabalhos
científicos no mundo, ficando atrás de países como Estados Unidos, França e
Inglaterra. Entre 2011 e 2016 foram produzidos aproximadamente 250.680 trabalhos
científicos no país, sendo 80.291 ou 32% do total das publicações produzidas em co-
autoria internacional (CLARIVATE ANALYTICS, 2017). Acredita-se que isso se dá
pelo grande número de universidades, instituições e federações de ensino superior,
que segundo dados do Censo da Educação Superior de 2016 do Ministério da
Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP) representam um total de 2.047 instituições, com 34.366 cursos
ofertados e um total de 8.054.254 alunos matriculados entre os cursos de graduação
(bacharelado e licenciatura) e sequenciais de formação específica, seja presencial ou
à distância. Outro grande motivo que justifica esse status foi a criação da pós-
graduação stricto sensu, bem como a política de forte estímulo à produção científica
nesses programas.
O curso de administração está classificado como o segundo maior curso de
graduação em termos de procura, com aproximadamente 8,83% do total de matrículas
e ingresso em 2016 (INEP, 2018). De acordo com o CFA - Conselho Federal de
19

Administração (2010) são aproximadamente 1.805 cursos de administração ofertados


e milhares de alunos ativos no curso em todo país. E como o ensino e a pesquisa são
indissociáveis, observa-se também uma grande quantidade de trabalhos científicos
publicados nessa área.
Apesar da vasta quantidade de trabalhos, sabe-se que quantidade não significa
necessariamente qualidade. A academia brasileira em administração enfrenta três
grandes desafios: (1) o produtivismo acadêmico, impulsionado pelo desejo insaciável
de publicar artigos em periódicos e de apresentar papers em eventos acadêmicos; (2)
a internacionalização e o estrangeirismo da produção, que sofre grande preconceito
nos fóruns internacionais; (3) o recorrente paroquialismo da academia, onde há a
valorização excessiva da produção local e muitas vezes a valorização de círculos
intelectuais em detrimento de outros, causando grandes conflitos e julgamentos entre
os pesquisadores que divergem em seus paradigmas (BERTERO et al, 2013).
Conforme descrito por Chueke & Amatucci (2015, p. 1) “os estudos
bibliométricos podem colaborar na tarefa de sistematizar as pesquisas realizadas num
determinado campo de saber e endereçar problemas as serem investigados em
pesquisas futuras”. Portanto, compete às revisões e às pesquisas bibliométricas a
análise e descrição do comportamento da produção científica de uma determinada
área, com a finalidade de fazer um panorama do que se está sendo publicado e assim
evidenciar as lacunas existentes nesses trabalhos, contribuindo com isso para o
avanço do conhecimento na área.
Com base nisso, este estudo foi realizado com o intuito de analisar a produção
científica brasileira na área de administração e subárea de finanças na última década,
e desta forma tentar compreender o que estão publicando, quem está publicando e
em qual evento e/ou revistas estão publicando. E assim contribuir com muitos insights
para estudantes, pesquisadores e todos aqueles que almejam ingressar na carreira
científica.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Muitos alunos de graduação, pós-graduação e pesquisadores em geral


ingressam no estudo de Finanças devido a relevância desta matéria para o estudo e
entendimento das organizações. Conforme descreve Gitman (2010, p. 3) “o termo
finanças pode ser definido como a arte e a ciência de administrar o dinheiro”. O campo
20

de finanças é amplo e dinâmico, e envolve além das organizações as pessoas físicas


em suas discussões, pois todos eles lidam diretamente com o dinheiro, seja
ganhando, gastando ou investindo o mesmo (GITMAN, 2010).
Diante de tantas subáreas e temas importantes a serem explorados por esta
área, é comum o surgimento de dúvidas sobre qual assunto escolher na hora de se
começar uma pesquisa científica e sobre quais fonte de conhecimento e informações
utilizar para o aporte teórico do trabalho. Afinal, como “[...] desenvolver estudos que
possam contribuir com o avanço do conhecimento na área?” (BERTERO et al, 2013,
p. 185). Para tanto é necessário, além do compromisso com a ciência e um conjunto
de valores, o conhecimento do que já foi produzido, afim de saber quais são as
lacunas existentes e desse modo produzir trabalhos mais plausíveis e refinados
(BERTERO et al, 2013).
Dessa forma, a pergunta que esta pesquisa pretende responder é: Qual o
panorama da produção científica em finanças no Brasil no período de 2009 a
2018?

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a produção científica brasileira na área de finanças na última década


(2009-2018), fazendo um comparativo entre o que foi publicado no EnANPAD com o
que foi publicado nas revistas brasileiras com Qualis-Capes ≥ B1.

1.3.2 Objetivos Específicos

I. Identificar quais são os temas mais abordados nas subáreas de finanças


tradicionais e finanças comportamentais;
II. Verificar quais são os autores que mais produzem;
III. Averiguar quais são as revistas que mais publicam artigos da área.

1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA


21

Ainda são poucos os trabalhos bibliométricos na área de finanças,


principalmente trabalhos que descrevam a atualidade. Segundo Chueke & Amatucci
(2015), na área de administração é escassa a literatura especializada sobre
bibliometria. Nesta pesquisa, por exemplo, foram encontrados apenas 9 trabalhos
desse tipo. Camargos, Silva & Dias (2009) fizeram uma análise dos encontros da
ANPAD do período de 2000 a 2008. Vieira & Pereira (2009) fizeram uma análise na
subárea de finanças comportamentais do período de 2001-2007. Passados seis anos,
Prado et al (2015) apresentaram um estudo bibliométrico em múltiplas áreas do
conhecimento do período de 1968 a 2014 e Perlin & Santos (2015) fizeram a análise
da área de finanças do período de 2005 a 2014. Klein et al (2016) elaboraram um
trabalho bibliométrico sobre economia solidária do período de 2001 a 2013. No mesmo
ano, Cândido et al (2016) avaliaram os padrões de produtividade na literatura de
finanças do período de 2005 a 2014. Souza et al (2017) fizeram uma análise dos
artigos da Revista de Administração de Empresas (RAE) da Fundação Getúlio Vargas
(FGV) do período de 2006 a 2016. Bittencourt & Albuquerque (2018) apresentaram
uma revisão bibliométrica das publicações dos periódicos nacionais sobre o tema
estrutura de capital do período de 1980 a 2016 e Munchen (2018) apresentou uma
meta-análise e análise de rede sobre o tema alavancagem bancária do período de
1970 a 2018. Conforme ilustra o gráfico 1.

Gráfico 1 – Distribuição de artigos por metodologia e por ano


107
106
105
95
90

87
81

81

75
63

Bibliometria
Outras metodologias
2

2
1
0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Fonte: Dados da pesquisa

No que se refere à escolha do banco de dados, pode-se dizer que o Encontro


da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração - EnANPAD
22

é considerado por muitos pesquisadores o mais importante da área no país, pois é


promovido pela ANPAD que existe desde 1976 e é o principal órgão de interação entre
outros programas, grupos de pesquisa da área e a comunidade internacional (ANPAD,
2018).
As revistas são classificadas pela CAPES por um sistema de avaliação
denominado de Qualis-Periódicos e recebem os estratos de A1, A2, B1, B2, B3, B4,
B5 e C de acordo com a qualidade dos artigos (CAPES, 2018). Dessa forma, as
revistas escolhidas para este trabalho foram as com Qualis Capes ≥ B1, que são,
portanto, as que possuem os melhores estratos indicativos de qualidade.
Por fim, como já mencionado, a escolha pela área de finanças se deu pela sua
importância na vida das pessoas e das organizações e por ser uma área que desperta
muito interesse entre alunos e pesquisadores. Espera-se, portanto, empreender neste
trabalho uma pesquisa única e atual, de forma a contribuir para avanço do
conhecimento da área.

1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

O objeto de estudo deste trabalho é a produção científica brasileira em finanças


na última década (2009 a 2018), para tanto usou-se dois bancos de dados: os artigos
científicos publicados no EnANPAD e o artigos das revistas com Qualis Capes ≥ B1.

1.6 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS

O presente trabalho está dividido em cinco capítulos, conforme descreveremos


a seguir:

• Capítulo 1: parte introdutória do trabalho contendo seis subitens, são eles: 1.1
contextualização do tema; 1.2 problema de pesquisa; 1.3 objetivos da pesquisa
(geral e específicos); 1.4 justificativa da pesquisa; 1.5 delimitação do tema; e por
fim, 1.6 estrutura dos capítulos.

• Capítulo 2: aborda o desenvolvimento do referencial teórico do trabalho, onde


será dividido em três subitens, são eles: 2.1 finanças tradicionais; 2.2 finanças
comportamentais; e, 2.3 bibliometria.
23

• Capítulo 3: traz os procedimentos metodológicos utilizados para produção


desta pesquisa, essa parte está dividida em quatro subitens: 3.1 especificação da
pergunta da pesquisa; 3.2 delineamento da pesquisa; 3.3 coleta de dados; e, 3.4
análise dos dados.

• Capítulo 4: refere-se a parte em que serão apresentados, analisados e


discutidos os resultados do trabalho, para este capítulo foi divido em quatro partes:
4.1 resultados gerais da pesquisa; 4.2 autores; 4.3 palavras-chave; 4.4 periódicos.

• Capítulo 5: trata-se da parte final da pesquisa, onde são apresentadas as


considerações finais, sugestões para outras futuras pesquisas e as referências
bibliográficas do trabalho.
24

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo tem o propósito de apresentar o aporte teórico utilizado para o


estudo, assim como revelar e descrever os principais tópicos do tema da pesquisa.
Os critérios utilizados na escolha desses principais tópicos foram os próprios
resultados encontrados na pesquisa.

2.1 FINANÇAS TRADICIONAL

Finanças é “a arte e a ciência de administrar o dinheiro” (GITMAN, 2010, p.3).


Trata-se de uma área de conhecimento específico da administração e dos negócios,
mas que também pode estar relacionada com a administração financeira pessoal.
Contudo, para fins desta pesquisa os assuntos voltados para gestão de empresas e a
sua perspectiva financeira são especialmente enfatizados.

Na gestão de empresas, as competências financeiras são fundamentais para o


êxito e sustentabilidade do negócio. A gestão financeira das organizações compete
aos administradores financeiros que são responsáveis, entre outras funções, pelo
planejamento, desenvolvimento e implementação de estratégias para o crescimento
da empresa e a melhoria da sua posição competitiva (GITMAN, 2010). Atualmente, a
gestão financeira se ocupa não somente em administrar os recursos financeiros com
maior eficiência possível para que gere um resultado na forma de lucros ou dividendos
no curto prazo, mas também no planejamento de longo prazo para que se tenha um
crescimento sólido e um resultado positivo contínuo para todos os sócios e acionistas
da organização.

Para que o objetivo do lucro financeiro de curto e de longo prazo seja atingido
nas organizações, é necessário que o gestor financeiro tenha as competências
fundamentais e saiba executar com maestria todas as atividades que lhe compete.
Neste tópico são abordados assuntos elementares para o entendimento da dinâmica
da administração financeira e suas respectivas competências. São considerados
como abordagem tradicional em finanças todos os assuntos voltados para o princípio
da administração financeira, como fluxo de caixa e planejamento financeiro, formas
25

jurídicas de organização das empresas, instituições e mercados financeiros, risco e


retorno, governança corporativa e estrutura de capital.

2.1.1 Fluxo de caixa e planejamento financeiro

De acordo com Assaf (2017) os fluxos de caixa de uma empresa são os


recursos financeiros que transitam pelo caixa da mesma em determinado período de
tempo. Ao contrário das demonstrações financeiras contábeis, que reconhecem as
receitas no momento do fato gerador (a venda) e as despesas no momento em que
elas acontecem, os fluxos de caixa feitos pelo administrador financeiro consideram as
receitas e as despesas apenas quando acontecem as entradas e as saídas efetivas
de caixa. Essa abordagem é conhecida como regime de caixa, enquanto que aquela
como regime de competência (GITMAN, 2010).
Nos fluxos de caixas são utilizadas a abordagem de regime de caixa e algumas
contas que não exigem desembolso financeiro não são considerados no mesmo,
como a depreciação (ASSAF, 2017). A depreciação dos ativos é um lançamento
utilizado nas demonstrações contábeis para deduzir das receitas os custos do ativo
imobilizado, essa depreciação deve ser feita de acordo com o estabelecido pela
legislação tributária e sua importância está para fins fiscais. Portanto, os objetivos dos
relatórios financeiros, como as demonstrações de fluxo de caixa, divergem dos
objetivos dos relatórios contábeis e por isso utilizam a depreciação de modo diferente.
Segundo Gitman (2010) os fluxos de caixa de uma empresa podem ser
divididos em fluxos operacionais, fluxos de investimentos e fluxos de financiamento.
Os fluxos operacionais referem-se as entradas e saídas de caixa relacionados com a
atividade principal da empresa, ou seja, venda de bens ou serviços; os fluxos de
investimentos representam as entradas e saídas de recursos financeiros referente à
compra e venda de ativo imobilizado e investimentos em participações societárias; e
os fluxos de financiamento estão associados às transações financeiras de
financiamento da estrutura de capital da empresa, geralmente com capital de terceiros
que corresponde às dívidas ou direitos de curto prazo.

A administração de caixa visa, fundamentalmente, manter uma liquidez


imediata necessária para suportar os desembolsos das atividades de uma
empresa (ASSAF, 2017, p. 671).
26

Conforme descrito por Assaf (2017) é imprescindível que as empresas


mantenham um saldo de caixa positivo para atender as suas obrigações à medida dos
seus vencimentos independente do seu fluxo de recebimentos. De acordo com
Keynes, a precaução, a transação e a especulação são os três motivos que levam às
empresas a manter determinado nível de caixa. O motivo da transação diz respeito à
necessidade de manter reservas monetárias para efetuar seus desembolsos
operacionais e previstos; o segundo motivo é o da precaução, que está ligada a
incerteza dos recebimentos associadas a datas e valores, bem como a necessidade
de pagamentos eventuais e imprevistos; e por último, o motivo de especulação, onde
o saldo de caixa positivo permite o aproveitamento de oportunidades especulativas,
como por exemplo investimento em estoque devido à especulação de valorização
futura.
Os processos de planejamento financeiro são fundamentais para o bom
funcionamento das empresas e estão diretamente ligados às estratégias das mesmas.
Os planos financeiros podem ser de longo prazo, quando remetem a metas e ações
ao longo de até dez anos e de curto prazo, que são os planos de até dois anos, onde
é feito projeções de vendas, planejamento de produção e insumos, estimativa de
despesas operacionais e custos fixos. Dessa forma, através do planejamento
financeiro é possível estabelecer metas e planos de ações, além de fazer projeções e
até mesmo a elaboração de demonstrações de resultado pró-forma, que permite à
empresa e aos seus stakeholders uma análise geral perspectiva futura (GITMAN,
2010).

2.1.2 Empresas, instituições e mercados financeiros

As empresas podem estar organizadas juridicamente como firmas individuais,


sociedades limitadas ou sociedade por ações. As firmas individuais são aquelas onde
há apenas um dono, que geralmente executa toda a gestão do negócio, financia toda
ou a maior parte do capital da empresa e é quem toma todas as decisões. Esse sujeito
possui responsabilidade ilimitada, ou seja, todos os seus bens podem ser utilizados
para quitação de eventuais dívidas da firma; as sociedades limitadas são as que
possuem dois ou mais sócios, elas são constituídas a partir da formalização do
contrato social e os sócios também possuem responsabilidade ilimitada, ou seja, cada
um é legalmente responsável pelas dívidas da sociedade; e por último, tem-se as
27

sociedades por ações, onde os proprietários são os acionistas majoritários e


minoritários. Os acionistas majoritários são aqueles que são detentores das ações
preferenciais e os acionistas minoritários são aqueles que possuem as ações
ordinárias. As ações ordinárias são aquelas ações mais simples, onde os indivíduos
têm a propriedade e são remunerados por meio de distribuição de lucro ou através de
ganhos no momento da venda da ação. Enquanto que as ações preferenciais
representam um tipo especial de propriedade, onde os acionistas são remunerados
com dividendo periódico fixo, além das outras formas de ganho comum aos dois tipos
de acionistas (GITMAN, 2010).
As instituições financeiras são como uma espécie de intermediários entre os
agentes econômicos, elas capam recursos de indivíduos ou empresas e os remunera
por isso e logo em seguida utilizam esses mesmos recursos para empréstimos e
investimento às pessoas físicas e jurídicas que necessitam de capital, através da
cobrança de juros. As principais instituições financeiras são os bancos comerciais,
cooperativas de crédito, os fundos de investimento, os fundos de pensão e as
companhias de seguro (GITMAN, 2010).
De acordo com Assaf (2017) os mercados financeiros são subdivididos em
quatro segmentos financeiros:

Figura 1 – Subdivisão do mercado financeiro

Fonte: Assaf (2017, p. 45).

O mercado monetário existe a partir da necessidade de ofertantes e


demandantes de capital de curto prazo. Enquanto que pessoas físicas, empresas,
instituições financeiras ou mesmo órgãos governamentais dispõem de reservas
ociosas que desejam emprestar e ser remunerados, outras pessoas físicas, empresas
28

instituições financeiras e órgãos governamentais possuem a necessidade de


financiamento de curto prazo. A função do mercado monetário é promover a relação
e interação de ofertantes e demandantes de capital; o mercado de crédito tem o
objetivo de suprir a necessidade de recursos de curto e médio prazo, através da
concessão de crédito às pessoas físicas ou de empréstimos e financiamento às
empresas; o mercado cambial é onde ocorre as operações de compra e venda das
moedas estrangeiras e todos os envolvidos em transações internacionais fazem parte
deste mercado, como empresas importadoras ou exportadoras, instituições
financeiras e investidores (ASSAF, 2017).
A última subdivisão de mercado financeiro é mercado de capitais, que segundo
Gitman (2010, p. 20) “é aquele que permite transações entre ofertantes e
demandantes de fundos de longo prazo, como a emissão de títulos de empresas e
órgãos governamentais”. No mercado de capitais são negociadas as obrigações e as
ações ordinárias e preferenciais, e estas geralmente são negociadas através dos
mercados de corretagem que são as bolsas de valores nacionais ou regionais.

2.1.3 Risco e retorno

Os preços das ações são afetados diretamente por dois fatores, são eles: risco
e retorno. De acordo com Gitman (2010, p. 203) “risco é a chance de perda financeira”
e “retorno é o ganho ou prejuízo total que se tem com um investimento ao longo de
um determinado período de tempo”. Portanto, cada decisão do gestor financeiro
implicará em maiores ou menores chances de perda ou chances de ganho, e isso está
diretamente ligado à precificação das ações, sejam elas preferenciais ou ordinárias.
Os riscos também estão associados a outros fatores além do preço das ações
no mercado de capitais. Dessa forma, temos os riscos operacionais e financeiros nas
empresas, os riscos da taxa de juros, de liquidez e de mercado para os acionistas e
os riscos de evento, de câmbio, de poder aquisitivo e tributário, tanto para empresas
como para acionistas. De modo geral, o risco também pode ser definido como
incerteza, onde quanto maior a incerteza de resultado favorável ou grande
variabilidade nos possíveis retornos, maior o risco de perda financeira (GITMAN,
2010).
29

A variabilidade do retorno está intimamente ligada ao risco de um ativo,


portanto para entender bem a definição de um é preciso compreender também a
definição e o processo de medição do outro, assim retorno

Costuma ser medido como distribuições de caixa durante o período mais a


variação de valor, este, expresso como porcentagem do valor investido no
início do período” (GITMAN, 2010, p. 205).

Através da equação que determina a taxa de retorno no período t de tempo é


possível verificar a rentabilidade de um ativo. Esse retorno varia entre os diferentes
tipos de investimento, bem como ao longo do tempo. A importância da aferição das
taxas de retorno de um ativo ao longo do tempo, é o conhecimento do seu histórico e
diminuição das chances de eventuais perdas, ou seja, diminuição dos riscos. Portanto,
quanto maior o conhecimento do retorno de um ativo, menores são os riscos
assumidos, e quanto menor o conhecimento sobre o retorno, maiores são os riscos.
Risco e retornos são inversamente proporcionais.

2.1.4 Governança corporativa

A elite de executivos e gestores que dirigem e controlam uma sociedade por


ações é chamada de governança corporativa. Eles são contratados pelo conselho de
administração, que por sua vez, são eleitos pelos acionistas.

Serve para definir os direitos e deveres dos principais agentes da empresa,


como acionistas, conselhos de administração, diretores e gestores, e demais
interessados, além das regras e procedimentos de tomada de decisão
empresarial. Também costuma especificar a estrutura por meio da qual a
empresa estabelece objetivos, desenvolve planos para realiza-los e
estabelece procedimentos de monitoramento de desempenho (GITMAN,
2010, p. 14).

Esses gestores são monitorados diretamente pelo conselho de administração


e indiretamente pelos acionistas, pois o conselho representa os acionistas. Isso
acontece para que eles possam avaliar se eles estão gerindo a empresa de forma
coerente com suas metas, planos e políticas estabelecidas.
No mercado de capitais existem os investidores individuais e os investidores
institucionais. Os investidores individuais são aqueles investidores menores, que
compram uma quantidade menor de ações, enquanto que os investidores
30

institucionais são aqueles que negociam grande quantidade de ações e são


profissionais ou instituições remuneradas para administrar o capital de outros. Esses
investidores institucionais exercem grande influência na governança e no conselho de
uma empresa. Dessa forma, para evitar que diante dessa forte influência eles
cometam fraudes ou omissões, e para que haja maior transparência na divulgação de
informações da empresa e seus respectivos resultados, foram criadas leis para regular
esse mercado.

A lei Sarbanes-Oxley tem por objetivo eliminar os muitos problemas de


divulgação e conflitos de interesses que surgiram. Seus meios para atingir
esse objetivo são: estabelecimento de um conselho de monitoramento do
setor de contabilidade; regulamentos e controles mais rígidos para processo
de auditoria; penalidades maiores para executivos culpados de fraude
empresarial; maiores exigências de divulgação contábil e diretrizes éticas
aplicáveis aos diretores da empresa; diretrizes firmes quanto à estrutura e
composição dos conselhos de administração (GITMAN, 2010, p. 15).

Outro problema comumente relatado no mercado de capitais é o problema de


agency, onde há conflitos entre os interesses pessoais dos administradores e dos
proprietários. Enquanto que os acionistas esperam a maximização de seus lucros, os
administradores se preocupam a manutenção de seus empregos e da sua riqueza
pessoal, evitando com isso assumir grandes riscos. Para evitar ou minimizar os efeitos
desse impasse, os investidores utilizam a força de mercado, onde exercem forte
pressão para que esses administradores atendam às suas demandas. Por outro lado,
também incorrem em custos de agency, que são os custos de monitoramento da
administração e assim evitar práticas desonestas, para isso eles oferecem incentivos
financeiros para aumento do preço das ações (GITMAN, 2010).

2.1.5 Estrutura de capital

O capital total das organizações é constituído pelo capital próprio e pelo capital
de terceiros. Entende-se por capital próprio todos os recursos provenientes do
patrimônio líquido: ações preferenciais, capital de acionistas ordinários e/ou lucros
retidos. Já o capital de terceiros são as dívidas de longo prazo.

Figura 2 – Estrutura de capital de uma empresa


31

Fonte: Gitman (2010, p. 482).

As tomadas de decisão a respeito da estrutura de capital de uma organização


estão intimamente ligadas ao custo de capital. Como sugere Gitman (2010, p.482),
decisões equivocadas de estrutura de capital podem resultar em um custo de capital
elevado, reduzindo, assim, o VPL dos projetos e fazendo com que um número maior
deles seja inaceitável. Em contrapartida, decisões eficazes quanto à estrutura de
capital podem reduzir o custo de capital, resultando em VPL’s maiores e mais projetos
aceitáveis, e, com isso, aumentar o valor de uma empresa.
O custo de capital de terceiros é menor do que o custo de capital próprio, isso
porque o risco assumido é menor do que aquele assumido pelos sócios ou acionistas.
Os credores possuem maior prioridade de pagamentos e maior segurança jurídica,
portanto correm menores riscos e exigem retornos relativamente menores. Apesar
disso, grande parte das empresas possuem um alto grau de endividamento devido ao
grande envolvimento com bancos no financiamento das mesmas e do pouco
conhecimento e desenvolvimento a respeito do mercado de capitais.
A estrutura de capital ótima varia de organização para organização, de acordo
com as características operacionais de cada uma. Um nível elevado de capital de
terceiros pode ser bastante arriscado para uma e para outra não. Não existe uma
fórmula exata para se calcular a quantidade ideal de cada tipo de capital, como
descrito por Modigliani e Miller (1958), admitindo-se mercados perfeitos, a estrutura
de capital escolhida por uma empresa não afeta o seu valor.

2.2 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS


32

O mercado de capitais está cada vez mais complexo, e entende-lo através da


abordagem tradicional em finanças está cada vez mais difícil. Isso porque hoje há uma
grande variedade de títulos e opções de investimento para os indivíduos que buscam
aplicar suas poupanças, bem como uma grande quantidade de fontes de
financiamento para as empresas que necessitam de recursos para investir. Esses dois
aspectos somados ao fato de que a informação está mais acessível a todos através
da internet, torna o mercado financeiro, de modo geral, altamente complexo.
De acordo com Lobão (2012, p. 8), a abordagem tradicional em finanças
considera um cenário onde os investidores “são seres hiper-racionais que decidem de
forma ótima como se conhecessem toda a informação relevante e não tivessem
qualquer dificuldade em interpretá-la corretamente”. Nessa abordagem, não são
considerados os fatos cotidianos da realidade dos indivíduos, como o pagamento de
impostos e taxas e a burocracia administrativa do mercado financeiro. E muito menos
os fatores imponderáveis, ligados às emoções e aos comportamentos dos indivíduos.
Ou seja, há uma idealização e simplificação da realidade.
O campo de estudos das finanças comportamentais surgiu da necessidade de
preencher essa lacuna entre a teoria que existia até então e a realidade como de fato
ela é. Dessa forma, surgiram alguns autores empenhados em estudar como os
investidores decidem na prática, analisando os padrões de comportamento deles para
posteriormente desenvolver modelos com base nesses comportamentos.

As finanças comportamentais são uma corrente de estudo em finanças que


flexibiliza o pressuposto da racionalidade completa aproveitando o
conhecimento acerca da forma como os indivíduos se comportam (LOBÃO,
2012, p. 10).

Diferentemente das finanças tradicionais que pressupõem racionalidade


completa, onde esses indivíduos nunca erram e tomam sempre as melhoras decisões
financeiras, esse modelo parte do pressuposto de que as decisões dos indivíduos são
afetadas por fatores psicológicos e por isso eles possuem capacidade limitada de
memória, de cálculo e de atenção, ou seja, racionalidade limitada. Assim, para fugir
do caráter normativo das finanças tradicionais, o campo das finanças
comportamentais utiliza conceitos de outras ciências como a Psicologia para entender
e descrever o comportamento dos indivíduos (LOBÃO, 2012).
33

As finanças comportamentais recorrem a conceitos e métodos da Psicologia


para identificar os enviesamentos cognitivos e emocionais que explicam o
afastamento do comportamento observado dos agentes face aos princípios
da racionalidade completa (LOBÃO, 2012, p. 10).

De acordo com Lobão (2012, p. 165), “as emoções podem ser entendidas como
o estado mental que resulta da relação entre o indivíduo e o ambiente que o rodeia”.
Através das emoções os indivíduos formam as suas opiniões e fazem as suas
escolhas de forma intuitiva. Os enviesamentos cognitivos estão diretamente ligados
aos processos mentais que levam os indivíduos a pensar e a agir de maneira ilógica
ou irracional. Aversão ao arrependimento, dissonância cognitiva, ancoragem e
enviesamento de ajustamento, enviesamento da contabilidade mental, excesso de
confiança, representatividade, conservadorismo, excesso de otimismo, enviesamento
da auto atribuição, ilusão de controle, status quo, entre outros, são exemplos de vieses
cognitivos.
Embora esse campo de estudos seja relativamente recente, muitos autores
influentes do século XVIII já tratavam desses assuntos em seus livros e teorias, como
Adam Smith (1723-1790) e Jeremy Bentham (1748-1832). Para Smith, os indivíduos
são seres imperfeitos e suas decisões são orientadas por sentimentos. Bentham
considerava os fatores emocionais dos indivíduos nos seus cálculos econômicos, se
não o fizesse para ele estaria incompleto. Todavia, esse tipo de pensamento perdeu
espaço no século XIX para os autores neoclássicos e só no século XX, com o autor
Irving Fisher através de seus livros intitulados de “A ilusão monetária” e “A teoria dos
juros”, que os efeitos da psicologia humana voltaram a ser considerados nos estudos
dos processos de tomada de decisões financeiras (LOBÃO, 2012).
Dessa forma, a importância do estudo do comportamento dos indivíduos se dá
pela forte influência que eles exercem sobre os mercados financeiros. As
consequências das escolhas (boas ou ruins) influenciará diretamente os preços e
consequentemente a eficiência dos mercados. Entender sobre o indivíduo e os vieses
cognitivos que guiam as suas decisões, significa compreender um pouco do cenário
de elevada incerteza dos mercados financeiros.

2.3 BIBLIOMETRIA
34

A pesquisa bibliométrica é uma metodologia que utiliza estatística e matemática


para medir índices, analisar e avaliar as produções científicas. Para Araújo (2006, p.
12) a bibliometria é uma “técnica quantitativa e estatística de medição de índices de
produção e disseminação do conhecimento científico”. Portanto, o ponto central da
pesquisa bibliométrica é a utilização de métodos quantitativos para avaliar de forma
objetiva a produção científica de uma determinada área de conhecimento.
Esse tipo de estudo começou a ser feito em livros para avaliar aspectos como
a quantidade de edições, a quantidade de palavras, os dados estatísticos, e logo
depois passou a ser utilizado também em artigos de periódicos e outros tipos de
produções científicas. Muitos pesquisadores, como Hulme (1923) e Lotka (1926) já
tratavam em seus trabalhos científicos da importância de estudos bibliométricos para
construção do conhecimento científico, mas somente na década de 1960 que
Pritchard (1969) propôs o termo bibliometria (CHUEKE & AMATUCCI, 2015).
A bibliometria desenvolveu-se há pouco menos de um século, a partir da
elaboração de leis empíricas sobre o comportamento da literatura científica, tais como
a lei de Lotka (1926), que trata do método de medição da produtividade de cientistas;
a lei de Bradford (1934) que trata da dispersão do conhecimento científico; e a lei de
Zipf (1949) que trata do modelo de distribuição e frequência de palavras num texto
científico (ARAÚJO, 2006).

Quadro 1 – Leis que regem os estudos bibliométricos


Leis Medida Critério Objetivo principal

Identificar os periódicos mais


Grau de Reputação do
Bradford relevantes e que dão maior vazão a um tema
atração do periódico periódico
em específico

Frequência Lista ordenada Estimar os temas mais recorrentes


Zipf
de palavras-chave de temas relacionados a um campo de conhecimento

Produtividade Tamanho- Levantar o impacto da produção de


Lotka
autor frequência um autor numa área de conhecimento

Fonte: Adaptado de Chueke & Amatucci (2015).

2.3.1 Lei de Bradford


35

A lei de Bradford ou a lei da dispersão, como também é conhecida, surgiu


através de estudos de Hill Bradford, em 1934, sobre a distribuição dos artigos de um
conjunto de periódicos de geofísica. Com isso ele percebeu que existe sempre um
núcleo menor de periódicos que publicam mais sobre o tema, e outros núcleos
subsequentes com maior quantidade de periódicos que publicam menos artigos sobre
o tema. Ou seja, em cada zona após o núcleo aumenta o número de periódicos e
diminui a sua produtividade (ARAÚJO, 2006).
De acordo com Parisotto et al (2014, p. 5) “a lei de Bradford possibilita estimar
o grau de relevância de periódicos que atuam em áreas do conhecimento específicas”.
Assim, os periódicos com maior número de artigos publicados sobre determinado
tema formam um núcleo de referência para a área estudada.
Na lei de Bradford, tem-se que o total de periódicos de uma determinada área
formam três zonas, cada qual com um terço do total dos artigos relevantes. A primeira
zona é formada por um pequeno número de periódicos altamente produtivos; a
segunda zona é composta por uma quantidade maior de periódicos, porém esses são
menos produtivos; e a terceira zona é formada por uma quantidade ainda maior de
periódicos, com uma quantidade ainda menor de artigos publicados (PARISOTTO et
al, 2014).
A avaliação do grau de relevância deve seguir os critérios estabelecidos pela
lei de Bradford, nesse contexto o número de revistas em cada grupo deve ser
proporcional a 1: n: n² e os periódicos

[...] devem ser listados com o número de artigos de cada um, em ordem
decrescente com soma parcial. O total de artigos deve ser somado e dividido
por três; o grupo que tiver mais artigos, até o total de 1/3 dos artigos, é o
“core” daquele assunto. (ARAÚJO, 2006, p. 15).

Conforme aponta Araújo (2006) muitos outros pesquisadores foram


reformulando e aperfeiçoando esta lei ao longo do tempo. Vickery, por exemplo,
propôs em 1948 que o número de zonas não precisaria ser exatamente três. No Brasil,
destaca-se o trabalho de Pinheiro, em 1982, que trata da produtividade relativa,
segundo ele o núcleo de periódicos não é necessariamente formado pelos periódicos
mais devotados ao tema, mas por periódicos que eventualmente publicaram mais em
um determinado período de tempo.
36

2.3.2 Lei de Zipf

A segunda lei clássica da bibliometria trata da contagem de palavras em largas


amostras, ela foi formulada em 1949, por Zipf, que ao analisar uma obra do autor
James Joyce encontrou uma relação entre a seleção e o uso das palavras, assim ele
concluiu que um pequeno número de palavras é usado com maior frequência
(ARAÚJO, 2006).
Dessa forma ele propôs que

[...] se listarmos as palavras que ocorrem num texto em ordem decrescente


de frequência, a posição de uma palavra na lista multiplicada por sua
frequência é igual a uma constante. A equação para esse relacionamento é:
r x f = k, onde r é a posição da palavra, f é a sua frequência e k é a constante
(ARAÚJO, 2006, p. 17).

Assim ele formulou o princípio do menor esforço, onde uma mesma palavra é
utilizada várias vezes e essas palavras mais usadas indicarão o assunto do texto. A
lei parte do pressuposto de que o autor não varia muito no uso de diferentes palavras,
se assim fosse ela não serviria (ARAÚJO, 2006).
De acordo com Araújo (2006) a lei de Zipf também foi bastante reformulada.
Autores como Kendall e Brookes, relacionaram-na com a lei de Bradford e criaram
distribuições que indicam que um grande número de fontes contribui com quantidade
x de itens de um determinado campo. Outros autores se destacam no
aperfeiçoamento desta lei, são eles: Booth, Donohue e Mandelbrot.

2.3.3 Lei de Lotka

A lei da produtividade dos cientistas ou a lei de Lotka, foi formulada em 1926 a


partir da análise da quantidade de autores do Chemical Abstracts. Com isso Lotka
percebeu que uma pequena parcela de autores produz uma quantidade significativa
de trabalhos científicos. E um grande número de autores com poucos trabalhos,
produzem juntos a mesma quantidade que essa pequena parcela de autores prolíficos
produzem (ARAÚJO, 2006).

A partir daí formulou a lei dos quadrados inversos: yx = 6/p²xª, onde yx é a


frequência de autores publicando número x de trabalhos e a é um valor
constante para cada campo científico (2 para físicos e 1,89 para químicos,
por exemplo) (ARAÚJO, 2006, p. 13).
37

Todavia, muitos estudiosos criticavam a lei dos quadrados inversos de Lotka e


apontavam problemas nela. Surgiram então inúmeros trabalhos aperfeiçoando essa
lei, dentre eles destaca-se o de Price.

Price concluiu que 1/3 da literatura é produzida por menos de 1/10 dos
autores mais produtivos, levando a uma média de 3,5 documentos por autor
e 60% dos autores produzindo um único documento. Logo depois foi
formulada a lei do elitismo de Price: o número de membros da elite
corresponde à raiz quadrada do número total de autores, e a metade do total
da produção é considerado o critério para saber se a elite é produtiva ou não
(ARAÚJO, 2006, p. 14).

De modo geral, as leis da bibliometria “colaboraram na tarefa de sistematizar


as pesquisas realizadas num determinado campo de saber e endereçaram problemas
a serem investigados em pesquisa futuras” (CHUEKE & AMATUCCI, 2015, p. 1). Para
utilização desta metodologia é necessário que os pesquisadores observem as leis
descritas acima e utilizem amostras apropriadas seja para avaliação do grau de
relevância dos periódicos, ou para análise de produtividade dos autores ou para
contagem de palavras utilizadas nos trabalhos científicos.
38

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo, são apresentados os procedimentos metodológicos utilizados


para o alcance dos objetivos estabelecidos nesta pesquisa.

3.1 ESPECIFICAÇÃO DA PERGUNTA DA PESQUISA

Este trabalho foi elaborado com o intuito de responder à seguinte pergunta de


pesquisa: Qual o panorama da produção científica em finanças no Brasil no
período de 2009 a 2018?

3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Através do delineamento da pesquisa é possível definir o melhor tipo de


pesquisa a ser realizado e também a melhor abordagem. Refere-se ao planejamento
da mesma, que compreende desde a elaboração do projeto de pesquisa até a análise
dos dados e a redação do relatório final com os resultados da pesquisa (SEVERINO,
2007).
Esta é uma pesquisa descritiva, conforme descreve Gil (2008, p. 28) “as
pesquisas desse tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno”. No caso deste estudo, o principal objetivo é a
descrição das características da produção científica brasileira em finanças.
A metodologia utilizada foi a bibliometria. Esse é um método que utiliza
estatística e matemática para medir índices, estudar e avaliar as produções científicas
(ARAÚJO, 2006). Para o alcance dos objetivos propostos neste trabalho, foram
utilizadas as três leis clássicas da bibliometria: a lei de Bradford, a lei de Zipf e a lei
de Lotka. A lei de Bradford foi usada para averiguar quais são as revistas que mais
publicam artigos da área de finanças, a lei de Lotka foi utilizada para verificar quais
são os autores que mais produzem e a lei de Zipf foi aplicada para identificar quais
são os temas abordados na subárea de finanças tradicionais e na subárea finanças
comportamentais.
As coletas dos artigos nos seus respectivos bancos de dados foram feitas em
2018 e esses documentos baixados foram do período compreendido entre 2009 a
2018, dessa forma esta é uma pesquisa em corte longitudinal.
39

Apesar da bibliometria utilizar muitas vezes métodos quantitativos para avaliar


de forma objetiva a produção científica, neste trabalho utilizou-se a abordagem
qualitativa. Isso porque, para a análise dos dados, foram utilizadas apenas as
técnicas de análise de conteúdo, contagem de palavras, contagem de artigos e
técnicas de análise de clusters. Os cálculos matemáticos e estatísticos foram feitos
pelo software VOSViewer. Lima (2008) explica que a pesquisa qualitativa é aquela
que envolve interpretação e compreensão, pautados na observação, reflexão e
descrição do objeto de estudo.
Para melhor entendimento deste trabalho, a figura 3 irá ilustrar o passo a passo
dos procedimentos metodológicos utilizados. A primeira etapa compreende a
elaboração do projeto de pesquisa, onde foi definida a metodologia a ser utilizada na
pesquisa; a segunda etapa refere-se à coleta de dados, quando foram selecionadas
as revistas e coletado todos os artigos, bem como extraído desses artigos todas as
informações pertinentes; a terceira etapa, que foi a análise dos dados, onde foram
feitos os primeiros testes na geração dos mapas, tabelas e gráficos, análise de
conteúdo e revisões sistemáticas afim de corrigir eventuais erros; a quarta etapa
compreende o momento em que os dados estavam prontos para serem descritos e
interpretados, como produto dessa etapa tem-se mapas, clusters, tabelas, gráficos,
figuras e toda a redação do relatório final da pesquisa.

Figura 3 – Etapas da pesquisa

Elaboração • Definição da metodologia;


do projeto
de pesquisa

Coleta de • Seleção de revistas e artigos;


dados • Coleta de informações dos artigos.

Análise dos • Análise de conteúdo;


dados • Revisão e modelagem dos dados.

• Mapas;
• Clusters;
Resultados • Tabelas;
• Gráficos;
• Relatório final .

Fonte: A autora (2019)


40

Este capítulo se deterá as etapas de coleta de dados e análise dos dados, as


demais serão abordadas em outros capítulos.

3.3 COLETA DE DADOS

Como já mencionado, neste trabalho foram selecionados os artigos do principal


evento e dos principais periódicos nacionais de Administração, publicados entre 2009
e 2018. Para tanto utilizou-se dois bancos de dados: o EnANPAD e as revistas com
Qualis Capes ≥ B1.
A etapa que compreende a coleta de dados desta pesquisa pode ser dividida
em dois momentos distintos, o primeiro refere-se à seleção das revistas e dos artigos
de acordo com a delimitação da pesquisa, bem como à coleta dos artigos
propriamente dita; o segundo momento refere-se ao tratamento dos dados, que
compreende a coleta de campos de informações importantes para a construção de
indicadores bibliométricos. Conforme relata Hayashi (2013), a coleta de dados,
quando bem executada, diminui a inconsistência na transposição de dados para os
diversos softwares e ferramentas de análise bibliométricas, assim como diminui o
tempo na modelagem de dados.
Dessa forma, para início da coleta foi necessário o acesso à plataforma
Sucupira da CAPES, bem como acesso à plataforma da ANPAD. No site da ANPAD
foi acessada a página do EnANPAD, onde estavam organizados todos os artigos de
acordo com o ano e área, foram então baixados todos os arquivos em PDF dos 514
artigos da área de finanças do período de 2009 a 2018. Na página da plataforma
Sucupira foi baixado o arquivo em Excel que lista todas as revistas com classificação
mais atual do Qualis Capes da área de avaliação “Administração pública e de
empresas, ciências contábeis e outros”. Em seguida, foram selecionadas apenas as
revistas com Qualis Capes ≥ B1, escritas em português e que possuem o escopo
relacionado à Finanças, contemplando as áreas de administração, ciências contábeis
e economia. De um total de 3.562 revistas, 40 atendiam a esses critérios. Nessas
revistas foram coletados mais 385 artigos, totalizando 899 artigos baixados para esta
pesquisa.
Nesta seleção de revistas não foram encontradas revistas brasileiras com
Qualis Capes A1. Os periódicos com Qualis Capes A2 selecionados foram: Brazilian
41

Business Review (BBR); Cadernos EBAPE.BR (FGV); Contabilidade Vista & Revista;
Revista de Administração Contemporânea (RAC); Revista de Administração de
Empresas (RAE); Revista de Administração Pública (RAP); Revista de Administração
da USP (RAUSP); Revista Brasileira de Gestão de Negócios; Revista Contabilidade &
Finanças; Revista de Economia Política; Revista Universo Contábil.
Os periódicos com Qualis Capes B1 selecionados foram: Administração:
Ensino e Pesquisa; Administração Pública e Gestão Social; BASE – Revista de
Administração e Contabilidade da UNISINOS; Cadernos de Pesquisa em
Administração (USP); Contabilidade, Gestão e Governança; Contextus – Revista
Contemporânea de Economia e Gestão; Economia Aplicada; Economia e Sociedade;
Enfoque; Estudos Econômicos; Nova Economia (UFMG); Revista de Administração e
Inovação (RAI); Revista de Administração Mackenzie (RAM); Revista de
Administração da UFSM; Revista Eletrônica de Administração (READ); Revista
Eletrônica de Ciência Administrativa (RECADM); Revista de Empreendedorismo e
Gestão de Pequenas Empresas (REGEPE); Revista ANGRAD; Revista Brasileira de
Economia; Revista Brasileira de Finanças; Revista Brasileira de Gestão e
Desenvolvimento Regional; Revista de Ciências da Administração; Revista de
Economia Contemporânea; Revista de Economia e Sociologia Rural; Revista de
Educação e Pesquisa em Contabilidade; Revista de Negócios; Revista Encontros
Científicos: Tourism and Management Studies; Revista Brasileira e Portuguesa de
Gestão; UNB Contábil.
Após essa seleção, foram acessados os sites de cada revista para pesquisa e
download de todos os artigos publicados no período de 2009 a 2018 que tratavam de
finanças. Logo em seguida, todos os arquivos PDF de artigos baixados tanto do
EnANPAD quanto das revistas foram exportados para o Mendeley, que é um software
de gerenciamento de arquivos e dados.
No Mendeley, foi realizada a segunda etapa da coleta de dados: o tratamento
dos dados e então foram coletados todos os campos de informações importantes. Nos
artigos do EnANPAD os campos foram: (1) título; (2) autores; (3) ano do evento; (4)
quantidade de páginas; (5) resumo; (6) palavras-chave. Nos artigos das revistas, os
campos coletados foram: (1) título; (2) autores; (3) revista; (4) ano; (5) volume; (6)
número; (7) quantidade de páginas; (8) resumo; e (9) palavras-chave.
42

Assim encerrou-se a coleta de dados propriamente dita e foram gerados os


primeiros arquivos em formato .RIS para serem exportados e lidos pelo software de
análise bibliométrica, o VOSviewer.

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

Para análise dos dados, foram utilizados dois softwares 1: o Mendeley e o


VOSviewer. O Mendeley, como já mencionado, é um software de gerenciamento de
arquivos e dados e o VOSviewer é um software de análise bibliométrica, onde é
possível, por exemplo, a geração de mapas de relação entre autores e mapas de
ocorrências de palavras-chave.
Nesta etapa da análise dos dados, primeiramente foram importados todos os
arquivos .RIS gerados no Mendeley para o VOSviewer, e assim foram gerados os
primeiros mapas. Após a geração dos mapas de ocorrências de palavras-chave
percebeu-se a necessidade de revisão e modelagem dos dados coletados na primeira
etapa. Foi necessário então voltar ao Mendeley e fazer as correções necessárias dos
dados. Dessa forma, as informações como título, resumo e palavras-chaves foram
remodeladas através de correções feitas na pontuação, acentuação gráfica, análise
de sinônimos e padronização de termos com o mesmo significado, evitando novas
inconsistências e erros que comprometesse a pesquisa. Após isso foram gerados
novos arquivos .RIS no Mendeley e exportados novamente para o VOSviewer, onde
foram gerados os mapas definitivos.
No total, foram gerados três mapas sobre as redes de autores e oito mapas
sobre a ocorrência de palavras-chave. Para gerar cada um deles foi necessário
estabelecer o número mínimo de repetições de cada termo. No mapa 1 utilizou-se o
número mínimo de 5 repetições, e desta forma foram selecionados 61 autores; no
mapa 2 também foi utilizado 5 repetições, mas o mapa apresentou apenas 32 autores;
e no mapa 3 utilizou-se 4 repetições e este apresentou 24 autores.
Nas palavras-chave, foram gerados dois tipos de mapas, um de visualização
de clusters e outro de visualização de densidade. Os mapas 1 e 2 referem-se ao mapa
de visualização de cluster e ao mapa de visualização de densidade dos artigos sobre
finanças tradicionais do EnANPAD, para gera-los foi utilizado o critério de no mínimo

1
O Mendeley e o VOSViewer são softwares gratuitos
43

9 repetições e estes apresentaram 21 termos; Os mapas 3 e 4 referem-se aos mapas


de cluster e de densidade dos artigos sobre finanças tradicionais das revistas e estes
foram gerados com no mínimo 8 repetições e apresentaram 22 termos; Os mapas 5 e
6 são referentes aos artigos sobre finanças comportamentais do EnANPAD e os
mapas 7 e 8 são dos artigos de finanças comportamentais das revistas, nesses quatro
últimos mapas foram utilizados o número 1 como mínimo de repetições das palavras-
chave e estes apresentaram 162 termos nos mapas 5 e 6, e 131 termos nos mapas 7
e 8. Para definir esses números mínimos de repetições em cada mapa gerado, foram
levados em consideração além da relevância das informações contidas nos mapas, a
boa visualização e entendimento dos mesmos, bem como de seus clusters.
Para análise e interpretação dos mapas do VOSviewer utilizou-se os conceitos
discutidos no referencial teórico desta pesquisa e as técnicas de análise de clusters.
No Mendeley foi possível além da geração dos artigos .RIS para leitura e análise do
VOSviewer, a análise de conteúdo para geração de resultados sobre outros dados
importantes, como: quantidade total de artigos, quantidade de artigos do EnANPAD e
das revistas, quantidade de artigos sobre finanças tradicional e finanças
comportamental, tipos de artigos escritos por autores, ano de publicação de artigos
por autores, quantidades de artigos publicados por revistas, entre outras. Com essas
informações foram criados alguns gráficos, mapas, figuras e tabelas para auxiliar na
discussão dos resultados.
Para maior e melhor entendimento desta metodologia, no apêndice A e B deste
trabalho é possível verificar dois fluxogramas que resumem o passo a passo dos
processos de coleta e análise dos dados utilizados neste trabalho.
44

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

De acordo com os objetivos gerais e específicos já mencionados na introdução


deste trabalho, nesta parte são descritos os resultados gerais da pesquisa, bem como
os resultados sobre os autores que mais publicam, as palavras-chave com maior
número de ocorrência e os periódicos que mais se destacam.

4.1 RESULTADOS GERAIS DA PESQUISA

Conforme a metodologia desta pesquisa, os artigos analisados eram do período


de 2009 a 2018 e de dois bancos de dados distintos, a saber: o EnANPAD e as
Revistas com Qualis Capes ≥ B1. Dessa forma, foram analisados um total 899 artigos,
sendo 514 coletados no EnANPAD e 385 nas Revistas.

Gráfico 2 – Distribuição de artigos por banco de dados no decorrer dos anos


80
72
72
70 66
66
62
62
60 57
54
49 50
50
50 47
47
45 45
45
41 42 41
41
40
40
38
38 37
37
40 35
35

30 26 27
25
25

20

10

0
2009 2010 2011 2012 2013
2013 2014
2014 2015
2015 2016
2016 2017
2017 2018
2018

Revistas
Revistas EnANPAD
EnANPAD

Fonte: Dados da pesquisa

Conforme observa-se no gráfico 2, os artigos do EnANPAD são distribuídos


com maior frequência no decorrer dos anos, isso acontece porque o evento tem uma
subárea específica de finanças, onde anualmente são publicados assuntos
relacionados ao tema. Em 2013 tem-se um ano completamente atípico, onde apenas
25 artigos foram publicados e 60% deles foram escritos na língua estrangeira,
45

acredita-se que isso aconteceu devido ao processo de internacionalização do evento


iniciado naquele ano.
As revistas analisadas possuem o escopo relacionado à Finanças,
contemplando além da área de administração, as áreas de contábeis e economia.
Sugere-se que devido a esse fato tem-se uma maior variação na distribuição dos
artigos no decorrer dos anos.
Com exceção dos anos de 2012, 2013 e 2015, os artigos do EnANPAD sobre
Finanças superam em quantidade os artigos das revistas em todos os outros anos.

4.1.1 Finanças Tradicionais vs. Finanças Comportamentais

De um total de 899 artigos estudados, apenas 61 deles tratam de assuntos


relacionados com a subárea de finanças comportamentais e os outros 838 abordam
temas relacionados a subárea de finanças tradicionais.

Gráfico 3 – Quantidade de artigos de finanças tradicionais vs. finanças comportamentais por ano

120

102 100
99
100 92
83 85
80 73 74
70
60
60

40

20
10 8 9
7 7 5 5 5
2 3
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Finanças Tradicionais Finanças Comportamentais

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 3 apresenta a distribuição de artigos por subáreas no decorrer dos


anos. Observa-se que a quantidade de artigos que tratam de finanças tradicionais é
bastante superior aos artigos sobre finanças comportamentais em todos os anos
estudados. Esse fenômeno acontece tanto nas revistas quanto no EnANPAD.
46

Gráfico 4 – Quantidade de artigos por subárea

Fonte: Dados de pesquisa

Conforme pode-se ver no gráfico 4, dos 514 artigos do EnANPAD, 480 são de
finanças tradicionais e 34 de finanças comportamentais e dos 385 artigos das revistas,
358 são de finanças tradicionais e 27 de finanças comportamentais. Ou seja, apenas
7% dos artigos publicados tanto nas revistas quanto no EnANPAD abordam assuntos
da subárea finanças comportamentais.

4.2 AUTORES

De acordo com Lotka (1926), a grande quantidade de artigos de uma


determinada área é produzida por uma pequena quantidade de autores, enquanto que
uma grande quantidade de autores produz apenas um único documento. Dessa forma
ele estabeleceu a sua lei dos quadrados inversos, que diz que “o número de autores
y, cada um deles com x trabalhos é inversamente proporcional a x, que é a
produtividade de cada autor individual” (SOBRINO; CALDES; GUERRERO, 2008,
p.21).
Para análise da produtividade dos autores, utilizou-se também como referência
o aprimoramento da lei de Lotka, que foi a lei do elitismo de Price (1965) onde ele
propunha que “o número de membros da elite, corresponde à raiz quadrada do
número total de autores, e a metade do total da produção é considerado o critério para
saber se a elite é produtiva ou não” (ARAUJO, 2006, p. 14).
47

Nesta pesquisa foram estudados 899 artigos e esses artigos foram escritos por
1.571 autores distintos. O mapa 1 demonstra a produtividade desses autores e suas
relações uns com os outros. Para fins didáticos foram selecionados autores com no
mínimo 5 trabalhos publicados, de modo que gerou um resultado de 61 autores e 4
clusters.

Mapa 1 – Elite de autores

Fonte: Dados da pesquisa

Esses 61 autores foram responsáveis por 539 artigos publicados. Ou seja, 3,8%
dos autores, com no mínimo 5 trabalhos publicados, foram responsáveis por
aproximadamente 59,95% do total dos trabalhos analisados. Enquanto que os outros
1.510 autores ou 96,2% do total de autores, que publicaram 1, 2, 3 ou 4 artigos, foram
juntos responsáveis por apenas 40,05% do total de artigos.
A raiz quadrada de 1.571 é aproximadamente 39,6, ou seja, a elite de autores
da nossa pesquisa é 165% maior que a raiz quadrada do número do total de autores.
Essa elite, segundo a lei de Price (1965), é considerada produtiva por produzir mais
do que a metade do total dos artigos analisados.
48

Para aprofundamento desta pesquisa, a seguir serão analisados os artigos do


EnANPAD e os artigos das revistas separadamente para verificar se o fenômeno
descrito acima se repete nas subáreas.

Mapa 2 – Elite de autores do EnANPAD

Fonte: Dados de pesquisa

Os 514 artigos do EnANPAD foram escritos por 872 autores. O mapa 2 mostra
a elite de 32 autores que publicaram no mínimo 5 trabalhos durante o período
analisado. Esses 32 autores publicaram juntos 251 artigos, ou seja, 48,83% do total
de artigos.

Tabela 1 – Quantidade de artigos por autores no EnANPAD

X Y %

1 658 75,46%

2 124 14,22%

3 39 4,47%

4 19 2,18%

5 5 0,57%
49

6 8 0,93%

7 7 0,81%

8 1 0,11%

9 3 0,34%

10 2 0,23%

11 1 0,11%

12 2 0,23%

13 * *

14 * *

15 2 0,23%

16 * *

17 * *

18 * *

19 * *

20 1 0,11%

Total 872 100%

Fonte: Dados de pesquisa

A tabela 1 descreve a quantidade de artigos por autores, onde “x” corresponde


ao número de trabalhos publicados, “y” o número de autores com x trabalhos
publicados e “%” a porcentagem de autores com x trabalhos publicados. Dessa forma,
tem-se que 96,33% dos autores são responsáveis por 51,17% dos trabalhos
publicados, enquanto que a elite representada por 3,67% dos autores publicou
48,83% de todos os artigos do evento no período.
O número de membros da elite corresponde à 141% da raiz quadrada do
número total de autores, e essa elite produziu 48,83%, ou seja, um pouco menos do
que 50% dos trabalhos publicados.
No quadro 2 destaca todos os 32 autores da elite, bem como o total de artigos
publicados por cada um deles e a distribuição desses artigos no decorrer dos anos
pesquisados. Nela, temos Luiz Eduardo Teixeira Brandão, Herbert Kimura e Wesley
Mendes-da-Silva como os três primeiros autores do ranking de produtividade, com 20,
50

15 e 15 artigos publicados, respectivamente. Brandão e Mendes-da-Silva também são


os autores com maior regularidade da tabela, pois deixaram de publicar em apenas
um ano.

Quadro 2 – Produtividade da elite de autores do EnANPAD

Autores 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Total
Brandão, Luiz Eduardo Teixeira 1 2 2 2 3 3 2 3 2 20
Kimura, Herbert 2 3 1 2 2 2 3 15
Mendes-da-Silva, Wesley 1 2 1 2 1 3 2 1 2 15
Klotzle, Marcelo Cabus 1 2 1 2 1 2 3 12
Kayo, Eduardo Kazuo 1 1 2 3 1 1 1 2 12
Vieira, Kelmara Mendes 3 1 2 2 3 11
Pinto, Antonio Carlos Figueiredo 2 1 2 1 2 2 10
Rochman, Ricardo Ratner 3 2 2 1 1 1 10
Gomes, Leonardo Lima 1 2 1 1 1 1 2 9
Camargos, Marcos Antonio de 2 2 1 1 1 2 9
Pinto, Carlos de Lamare Bastian 1 1 1 1 2 1 1 1 9
Albuquerque, Pedro Henrique Melo 1 3 1 3 8
Gartner, Ivan Ricardo 1 2 2 2 7
Nakamura, Wilson Toshiro 1 1 1 1 1 1 1 7
Minardi, Andrea Maria Accioly 1 1 1 1 2 1 7
Lima, Fabiano Guasti 2 2 1 1 1 7
Crisóstomo, Vicente Lima 1 1 1 1 1 1 1 7
Póvoa, Angela Cristiane Santos 1 1 1 2 2 7
Ceretta, Paulo Sérgio 3 2 1 1 7
Sheng, Hsia Hua 1 1 2 1 1 6
Sanvicente, Antonio Zoratto 2 1 1 1 1 6
Martelanc, Roy 1 1 1 1 1 1 6
Amaral, Hudson Fernandes 1 1 1 1 1 1 6
Silva, Vinicius Augusto Brunassi 1 2 1 2 6
Saito, Richard 1 1 1 2 1 6
Perera, Luiz Carlos Jacob 1 1 2 1 1 6
Ozorio, Luiz de Magalhães 1 1 1 2 1 6
Sonza, Igor Bernardi 1 1 3 5
Montini, Alessandra de Ávila 2 2 1 5
Ferreira, Bruno Pérez 2 1 2 5
Basso, Leonardo Fernando Cruz 1 1 1 1 1 5
Potrich, Ani Caroline Grigion 2 2 1 5

Fonte: Dados de pesquisa

No que se refere à subárea de finanças comportamentais, foi observado


através da análise de conteúdo que a autora Kelmara Mendes Vieira se destaca por
51

publicar 5 artigos sobre o tema, seguida de Ani Caroline Grigion Potrich e Marcelo
Cabus Klotzle, ambos com 3 artigos cada. Antônio Carlos Figueiredo Pinto, também
membro da elite, escreveu 2 artigos sobre a mesma subárea. Assim, a elite de autores
do EnANPAD contribuiu com 13 de um total de 34 artigos sobre finanças
comportamentais.

Mapa 3 –Elite de autores das Revistas Qualis Capes ≥ B1

Fonte: Dados de pesquisa

Os 385 artigos das Revistas com Qualis Capes ≥ B1 foram escritos por 865
autores. O mapa 3 mostra a elite de 24 autores que publicaram no mínimo 4 trabalhos
durante o período analisado. Esses 24 autores publicaram juntos 109 artigos, ou seja,
28,31% do total de artigos.

Tabela 2 – Quantidade de artigos por autores nas Revistas Qualis Capes ≥ B1

X Y %

1 733 84,74%

2 82 9,48%

3 26 3,01%

4 14 1,62%

5 5 0,58%
52

6 3 0,35%

7 1 0,11%

8 1 0,11%

Total 865 100%

Fonte: Dados de pesquisa

Do mesmo modo que a tabela 1, a tabela 2 descreve a quantidade de artigos


por autores, onde “x” corresponde ao número de trabalhos publicados, “y” o número
de autores com x trabalhos publicados e “%” a porcentagem de autores com x
trabalhos publicados. Dessa forma, tem-se que 97,23% dos autores são responsáveis
por 71,69% dos trabalhos publicados, enquanto que a elite representada por 2,77%
dos autores publicou 28,31% de todos os artigos do evento no período.
De acordo com a lei do elitismo de Price, a elite de autores das Revistas não
seria considerada produtiva, pois juntos foram responsáveis por menos de 50% do
total de artigos publicados. E o número de membros da elite (24 autores) é menor que
29, a raiz quadrada do número total de autores (865 autores).
No quadro 3 destaca todos os 24 autores da elite, bem como o total de artigos
publicados por cada um deles e a distribuição desses artigos no decorrer dos anos
pesquisados. Nela, temos Hudson Fernandes Amaral, Marcelo Álvaro da Silva
Macedo e Wilson Toshiro Nakamura como os três primeiros autores do ranking de
produtividade, com 8, 7 e 6 artigos publicados, respectivamente.
Os autores Hudson Fernandes Amaral, Wilson Toshiro Nakamura, Paulo Sérgio
Ceretta, Wesley Mendes-da-Silva, Kelmara Mendes Vieira, Marcelo Cabus Klotzle,
Roy Martelanc e Eduardo Kazuo Kayo fazem parte da elite de autores tanto do
EnANPAD quanto das Revistas.
No que se refere à subárea de finanças comportamentais, novamente a autora
Kelmara Mendes Vieira se destaca por publicar 3 artigos sobre o tema, juntamente de
Wesley Mendes-da-Silva que também publicou três trabalhos. Todos os outros
autores publicaram apenas um artigo sobre o assunto. Assim, a elite das Revistas
contribuiu com 6 de um total de 27 artigos sobre finanças comportamentais.
A quantidade de artigos e de autores da elite das Revistas é bem menor que
os do EnANPAD. Devido, principalmente, à pouca produtividade geral não há
regularidade na publicação anual desses autores. No que se refere ao gênero, o
53

número de mulheres é inferior ao de homens tanto no EnANPAD quantos nas revistas,


apenas 5 e 4 mulheres, respectivamente.

Quadro 3 – Produtividade da elite de autores das Qualis Capes ≥ B1


Autores 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Total
Amaral, Hudson Fernandes 1 1 1 4 1 8
Macedo, Marcelo Álvaro da Silva 1 3 2 1 7
Nakamura, Wilson Toshiro 2 1 1 1 1 6
Santos, José Odálio dos 1 1 2 1 1 6
Ceretta, Paulo Sérgio 1 1 1 2 1 6
Ferreira, Marco Aurélio Marques 2 1 1 1 5
Peixoto, Fernanda Maciel 1 1 2 1 5
Paulo, Edilson 2 1 1 1 5
Famá, Rubens 1 1 1 2 5
Medeiros, Otávio Ribeiro de 2 1 2 5
Silva, Tarcísio Pedro da 1 1 1 1 4
Mendes-da-Silva, Wesley 1 1 1 1 4
Carvalho, Francisval de Melo 4 4
Barbosa, Francisco Vidal 1 1 1 1 4
Ambrozini, Marcelo Augusto 1 1 1 1 4
Vieira, Kelmara Mendes 1 1 2 4
Perobelli, Fernanda Finotti Cordeiro 1 1 2 4
Montezano, Roberto Marcos Silva 1 1 1 1 4
Lemes, Sirlei 1 2 1 4
Klotzle, Marcelo Cabus 1 1 1 1 4
Securato, José Roberto 1 1 1 1 4
Martelanc, Roy 1 1 1 1 4
Malaquias, Rodrigo Fernandes 1 1 2 4
Kayo, Eduardo Kazuo 1 2 1 4

Fonte: Dados de pesquisa

Embora a lei descrita por Lotka em 1926 não se aplique fidedignamente nos
mínimos detalhes matemáticos e estatísticos, a essência dela, que é uma grande
quantidade de artigos são publicados por um grupo seleto de autores e um grande
número de autores publicam apenas um trabalho no período analisado, é coerente
com os resultados deste estudo. Assim temos que no EnANPAD e nas Revistas,
75,46% e 84,74%, respectivamente, dos autores publicaram apenas um artigo. Temos
também que o grupo seleto de autores, que neste trabalho chamamos de elite de
autores, foram responsáveis por 48,83% no EnANPAD e 28,31% nas Revistas de
todos os artigos publicados.
54

De modo geral, no quadro 4 temos o ranking geral dos dez autores mais
produtivos do período de 2009 a 2018. O critério utilizado para esse resultado foi a
quantidade de artigos publicados, independente do evento ou do ano.

Quadro 4 – Ranking geral da produtividade de autores

EnANPAD Revistas Total


Autores

1º 20
Brandão, Luiz Eduardo Teixeira 20 *

2º 19
Mendes-da-Silva, Wesley 15 4

3º 16
Kayo, Eduardo Kazuo 12 4

4º 16
Klotzle, Marcelo Cabus 12 4

5º 15
Kimura, Hebert 15 *

6º 15
Vieira, Kelmara Mendes 11 4

7º 14
Amaral, Hudson Fernandes 6 8

8º 13
Nakamura, Wilson Toshiro 7 6

9º 13
Pinto, Antônio Carlos Figueiredo 10 3
10
Martelanc, Roy 6 4
10
Canargos, Marcos Antônio de 9 1
10º 10
Rochman, Ricardo Ratner 10 *
10
Gomes, Leonardo Lima 9 1

Fonte: Dados de pesquisa

Portanto, esses são os autores que mais publicaram na área de Finanças nos
últimos dez anos, considerando o EnANPAD e as Revistas com Qualis Capes ≥ B1.
O autor Luiz Eduardo Teixeira Brandão é o mais produtivo. Os autores Roy Martelanc,
Marcos Antônio de Camargos, Ricardo Ratner Rochman e Leonardo Lima Gomes
publicaram a mesma quantidade de artigos, por isso estão todos no décimo lugar do
ranking.
Os autores Kelmara Mendes Vieira, Wesley Mendes-da-Silva, Marcelo Cabus
Klotzle, Ani Caroline Grigion Potrich e Antônio Carlos Figueiredo Pinto são os mais
produtivos na subárea de finanças comportamentais, pois eles produziram 8, 4, 4, 4 e
3 artigos, respectivamente.

4.3 PALAVRAS-CHAVE
55

De acordo com a lei de Zipf, as palavras-chave mais usadas em um trabalho


científico indicam o assunto do mesmo (ARAÚJO, 2006). Portanto, as palavras
encontradas e descritas neste trabalho evidenciam os temais mais abordados em
todos os 899 artigos analisados.
Para atender aos objetivos específicos deste trabalho e para melhor
compreensão dos resultados, as palavras-chave foram analisadas por subáreas. No
primeiro subtópico foram descritas as palavras com maior número de ocorrências nos
artigos da subárea de Finanças Tradicionais, tanto do EnANPAD quanto das Revistas
com Qualis Capes ≥ B1. Da mesma forma, o segundo subtópico descreve as palavras
mais usadas nos artigos da subárea de Finanças Comportamentais e por último é feito
uma análise comparativa entre os dois bancos de dados explorados.

4.3.1 Finanças Tradicionais

De um total de 899 artigos analisados, 838 eram da subárea de Finanças


Tradicionais, sendo 480 do EnANPAD e 358 das Revistas com Qualis Capes ≥ B1.
Foram gerados dois mapas de clusters, um referente aos artigos do EnANPAD e outro
das revistas. As principais palavras dos artigos do EnANPAD sobre finanças
tradicionais estavam agrupadas em 5 clusters.

Mapa 4 – Palavras-chave sobre finanças tradicionais do EnANPAD

Fonte: Dados de pesquisa


56

No mapa 4 é possível verificar os cinco clusters: cluster um (cor vermelha),


cluster 2 (cor verde), cluster 3 (cor azul), cluster 4 (cor amarela) e cluster 5 (cor roxa).
Eles representam os agrupamentos de palavras que se relacionam com frequência
nos artigos. No quadro 5 a seguir tem-se a descrição de todas as palavras que se
relacionam nos artigos sobre finanças tradicionais do EnANPAD.

Quadro 5 – Principais clusters de palavras-chave sobre finanças tradicionais do EnANPAD

Agrupamento de palavras-chave

Cluster 1 Concessão de crédito; Desempenho; Fusões e Aquisições;


Instituições Financeiras; Mercado Financeiro Brasileiro; Risco & Retorno;
Risco de Crédito; Setor Bancário Brasileiro.

Cluster 2 BM&FBOVESPA; Empresas Brasileiras de Capital Aberto; Estrutura


de Capital; Governança Corporativa.

Cluster 3 IPOs; Mercado de Capitais Brasileiro; Retornos Anormais.

Cluster 4 Decisões de Investimento; Mercado Acionário Brasileiro

Cluster 5 Mercado de Capitais; Retorno Acionário.

Fonte: Dados de pesquisa

No cluster 1 tem-se trabalhos que tratam sobre o setor bancário brasileiro,


concessão de crédito, risco de crédito, instituições financeiras, mercado financeiro
brasileiro, fusões e aquisições, risco & retorno e desempenho. Alguns deles tratam da
concessão de crédito pelo setor bancário e o risco de crédito associado a esse
processo, como o trabalho de Vieira, Kimura e Barboza (2017) que trata da concessão
de crédito imobiliário do programa “Minha casa, minha vida” e faz uma previsão de
inadimplência utilizando métodos de credit scoring e técnicas computacionais com
algoritmos de machine learning. Outros lidam com assuntos como fusão e aquisições
dos grandes bancos brasileiros e seus respectivos desempenhos, como o de Klotzle
et al (2010) que traz uma investigação a respeito dos retornos anormais associados
aos anúncios de fusões e aquisições dessas instituições.
No cluster 2 observa-se trabalhos que relacionam os assuntos: empresas
brasileiras de capital aberto, estrutura de capital, BM&FBOVESPA e governança
corporativa. Como análises do nível de governança corporativa das empresas listadas
na BM&FBOVESPA, estudos do comportamento do nível de endividamento de
empresas brasileiras de capital aberto e também estudos que tratam dos conflitos de
57

agência que surgem pela a separação entre controle e propriedade das empresas,
como é o caso de trabalhos apresentados por Tavares, Penedo e Pereira (2017),
Bortoluzzo e Jardim (2017) e Granzotto e Sonza (2018), respectivamente.
No cluster 3 tem-se o agrupamento de assuntos como: IPOs, mercado de
capitais brasileiros e retornos anormais. Nesse cluster, a grande maioria dos trabalhos
tratam especificamente da relação entre as ofertas públicas iniciais das ações e os
retornos anormais da mesma no mercado de capitais brasileiro. Como o trabalho de
Rodarte e Camargos (2009) que identifica e avalia se a abertura de capital – initial
public offering (IPO) de empresas brasileiras apresentou underpricing e proporcionou
retornos positivos no curto, médio e longo prazo.
No cluster 4, as decisões de investimento e o mercado acionário brasileiro são
as palavras-chave de evidência. Como o gerenciamento de ativos e passivos de
investidores individuais (Rocha, Baidya e Dalbem, 2013), a análise da política de
investimentos de empresas brasileiras em bens de capital pós-crise de 2008 (Goes e
Filhos, 2016) e a tomada de decisão de investimento em ativos da bolsa de valores
de São Paulo baseado em técnicas de support vector machine (Paiva et al, 2017).
E por último, o cluster 5 apresenta outras duas palavras-chave que se
relacionam: mercado de capitais e retorno acionário. Entre os artigos que tratam desse
assunto, temos uns que tratam do mercado brasileiro de capitais e outros do mercado
mundial de capitais. Kruel et al (2010) trata dos retornos associados ao efeito dia da
semana e sazonalidade intraday no mercado brasileiro, enquanto que Russo, Basso
e Kimura (2014) falam do retorno para os acionistas da companhia adquirente em
transações de M&A, que são um conjunto de operações empresariais e alternativas
de investimento, no mercado norte-americano.
O mapa 5 demonstra a densidade das palavras-chave com maior número de
ocorrência no EnANPAD durante o período analisado. As palavras que estão mais
“avermelhadas” são aquelas com maior número de ocorrências, como é o caso de
governança corporativa, empresas brasileiras de capital aberto, BM&FBOVESPA,
estrutura de capital e mercado de capitais brasileiro. Aquelas que estão mais
“alaranjadas” possui um número significativo de ocorrências, porém elas são menos
recorrentes que as que estão em vermelho. É o caso das palavras risco, retorno,
fusões e aquisições, setor bancário brasileiro, risco de crédito, concessão de crédito,
instituições financeiras, mercado financeiro brasileiro, mercado de capitais, mercado
acionário brasileiro, ipo’s, decisão de investimento e desempenho.
58

Mapa 5 – Mapa de densidade das palavras-chave sobre finanças tradicionais do EnANPAD

Fonte: Dados de pesquisa

No quadro 6 temos o ranking das palavras-chave do EnANPAD com maior


número de ocorrência. Portanto, a palavra que apresentou maior ocorrência foi
“empresas brasileiras de capital aberto” e tendo em vista que as palavras “mercados
de capitais brasileiros”, “BM&FBOVESPA”, “risco e retorno”, “estrutura de capital”,
governança corporativa” e “desempenho” se relacionam intimamente, então tem-se
que a maioria dos assuntos tratados no EnANPAD estão associados a esse
agrupamento de palavras.

Quadro 6 – Ranking de palavras-chave sobre finanças tradicional do EnANPAD

Palavras-chave

1º Empresas Brasileiras de Capital Aberto

2º Mercado de Capitais Brasileiro

3º BM&FBOVESPA

4º Estrutura de Capital

5º Governança Corporativa

6º Risco & Retorno

7º Setor Bancário Brasileiro


59

8º Risco de Crédito

9º Mercado Financeiro Brasileiro

10º Desempenho

Fonte: Dados de pesquisa

No que se refere aos 358 artigos das Revistas com Qualis Capes ≥ B1 sobre
finanças tradicionais, foi gerado um mapa de cluster e as principais palavras desses
artigos também estavam agrupadas em 5 clusters. No mapa 6 é possível verificar
esses cinco clusters: cluster um (cor vermelha), cluster 2 (cor verde), cluster 3 (cor
azul), cluster 4 (cor amarela) e cluster 5 (cor roxa), bem como as palavras-chaves
relacionadas a cada um deles.

Mapa 6 – Palavras-chave sobre finanças tradicionais nas revistas

Fonte: Dados de pesquisa

No quadro 7 a seguir tem-se a descrição de todas as palavras que se


relacionam em cada cluster.
60

Quadro 7 – Principais clusters de palavras-chave de finanças tradicional das revistas

Agrupamento de palavras-chave
Cluster 1 Desempenho Financeiro; Empresas Brasileiras de Capital Fechado;
Estrutura de Capital; Gestão Financeira; Finanças Públicas; Política
Monetária.

Cluster 2 Ibovespa; Informação Contábil; Mercado de Capitais Brasileiro;


Retorno das Ações; Volatilidade.

Cluster 3 Desempenho; Governança Corporativa; Risco & Retorno.

Cluster 4 BM&FBOVESPA; Empresas Brasileiras de Capital Aberto; Política de


Dividendos.

Cluster 5 Instituições Financeiras; Setor Bancário Brasileiro; MPEs.

Fonte: Dados de pesquisa

No cluster 1, os trabalhos que tratam da estrutura de capital de empresas de


capital fechado (Silva e Francisco, 2016; Gambirage et al, 2018), da gestão financeira
pública (Gerigk, Clemente e Taffarel, 2011; Fernandes e Wilson, 2013; Maciel, 2013;
Tavares et al, 2014) e outros tantos sobre desempenho financeiro das empresas
(Azeredo, Souza e Machado, 2009; Teixeira e Amaro, 2013; Souza et al, 2016; Bomfim
e Callado, 2016) e também das finanças públicas (Santos e Alves, 2011; Azevedo e
Aquino, 2016).
No cluster 2, os trabalhos tratam da relação da informação contábil e o retorno,
bem como a volatilidade das ações (Malaquias e Lemes, 2015; Ferreira, Lemes e
Fortes, 2015; Martins e Paulo, 2016). No cluster 3 tem-se o desempenho das ações
de acordo com o risco e o retorno associados a cada uma delas (Santos e Montezano,
2011; Klotzle et al, 2012; Machado e Faff, 2018), assim como o desempenho a partir
dos diferentes níveis de governança corporativa (Caixe e Krauter, 2013; Bachmann et
al, 2014; Oliveira, Peixoto e Paiva, 2015). No cluster 4 observa-se trabalhos voltados
para análise da política de dividendos das empresas brasileiras de capital aberto
listadas na BM&FBOVESPA (Martins e Famá, 2012; Melo e Fonseca, 2015; Forti,
Peixoto e Alves, 2015; Paganotto, Oliveira e Antunes, 2017). E por último, no cluster
5 tem-se artigos que tratam das instituições financeiras, mas especificamente do setor
bancário brasileiro, apresentando temáticas como spread bancário, indicadores
61

industriais e outros fatores macroeconômicos (Bergmann et al, 2018), bem como


sobre a gestão financeira das micro e pequenas empresas, algumas vezes associadas
a sua relação com essas instituições financeiras (Lima et al, 2010; Macedo et al, 2011;
Lemos e Soares, 2012; Carvalho e Schiozer, 2015; Ribeiro et al, 2016).

Mapa 7 – Mapa de densidade das palavras-chave sobre finanças tradicionais das revistas

Fonte: Dados de pesquisa

O mapa 7 acima apresenta o mapa de densidade das palavras-chave que mais


aparecem nos artigos sobre finanças tradicionais das revistas com Qualis Capes ≥ B1,
onde quanto mais vermelho o cluster é, mais recorrente é este assunto nos artigos. O
quadro 8 a seguir apresenta o ranking das palavras-chave com maior número de
ocorrência.

Quadro 8 – Ranking de palavras-chave de finanças tradicionais das Revistas com Qualis Capes ≥ B1

Palavras-chave

1º Empresas Brasileiras de Capital Aberto

2º BM&FBOVESPA

3º Estrutura de Capital

4º Finanças Públicas
62

5º Mercado de Capitais Brasileiro

6º Empresas Brasileiras de Capital Fechado

7º Governança Corporativa

8º Risco & Retorno

9º Setor Bancário Brasileiro

10º MPEs

Fonte: Dados de pesquisa

Dessa forma, tem-se que a palavra que mais aparece nos artigos de finanças
tradicionais das revistas é a mesma do EnANPAD: “Empresas Brasileiras de Capital
Aberto”. Percebe-se que nas revistas, assim como no EnANPAD a maioria dos artigos
tratam diretamente do mercado de capitais e assuntos relacionados a ele, como risco
e retorno, governança corporativa e estrutura de capital. Outro assunto recorrente em
ambos bancos de dados é o mercado financeiro e as instituições financeiras. Todavia,
nas revistas encontrou-se três assuntos pouco abordados no EnANPAD, são eles:
finanças públicas, empresas brasileiras de capital fechado e MPE’s. Sobre finanças
públicas, encontra-se assuntos como gestão financeira do dinheiro público,
planejamento orçamentário e políticas públicas (Maciel, 2013). E sobre as MPE’s, tem-
se assuntos como gestão do capital de giro (Macedo et al, 2011), gestão de fluxo de
caixa (Dutra et al, 2010) e fontes de financiamento (Anjos et al, 2012).

4.3.2 Finanças Comportamentais

Dos 899 artigos analisados, apenas 61 eram da subárea de Finanças


Comportamentais, onde 34 desses estavam no EnANPAD e 27 nas Revistas com
Qualis Capes ≥ B1. Do mesmo modo que a subárea de finanças tradicionais, foram
gerados dois mapas de clusters: um referente aos artigos do EnANPAD e o outro
referente aos artigos das revistas.
No mapa 8 abaixo tem-se as palavras-chave sobre finanças comportamentais
do EnANPAD, onde o mesmo apresentou onze clusters: cluster um (cor vermelha);
cluster dois (cor verde); cluster três (cor azul escuro); cluster quatro (cor verde oliva);
cluster cinco (cor roxo); cluster seis (cor azul claro); cluster sete (cor laranja); cluster
63

oito (cor marrom); cluster nove (cor roxo claro); cluster dez (cor rosa); e cluster onze
(cor verde claro).

Mapa 8 – Palavras-chave sobre finanças comportamentais do EnANPAD

Fonte: Dados de pesquisa

Para melhor didática, descreveu-se aqui apenas os clusters que contém as


principais palavras-chaves dos artigos, ou seja, aqueles com agrupamento de
palavras que possuem maior número de ocorrência nos artigos, conforme apresenta
o quadro 9.

Quadro 9 – Principais clusters de palavras-chave sobre finanças comportamental do EnANPAD

Agrupamento de palavras-chave

Cluster 1 Cartão de Crédito; Compras Compulsivas; Finanças Pessoais;


Materialismo; Propensão ao Endividamento.

Cluster 3 Aversão ao Risco; Otimismo; Pessimismo.

Cluster 5 Comportamento do Investidor; Efeito Disposição; Finanças


Comportamentais; Mercado de Capitais Brasileiro.

Cluster 9 Alfabetização Financeira; Comportamento Financeiro; Fatores


Comportamentais.

Fonte: Dados de pesquisa


64

No cluster 1 observou-se trabalhos que relacionam as compras compulsivas ao


uso do cartão de crédito e consequentemente ao endividamento dos indivíduos
(Kunkel, Vieira e Potrich, 2014) e também trabalhos que tratam de finanças pessoais
de acordo com o gênero (Vieira et al, 2010) e finanças pessoais de estudantes
universitários (Nakamura, Silva e Moraes, 2011). No cluster 3 tem-se trabalhos
voltados para análise do comportamento dos investidores e suas decisões de
investimento, onde esses são avessos aos riscos e buscam maximizar seu bem-estar
de maneira racional (Dorow et al, 2009). No cluster 5 também apresenta trabalhos
voltados para análise do comportamento do investidor, porém mais voltados para os
investidores institucionais, como os fundos de investimento em ações nacionais e
internacionais (Klotzle et al, 2009; Lucchesi et al, 2010). No cluster 9 os trabalhos
tratam de assuntos relacionados com os indivíduos e o seu nível de alfabetização
financeira, como por exemplo estudos que tentam desenvolver indicadores de
alfabetização financeira (Potrich, Vieira e Kirch, 2014), trabalhos que analisam os
efeitos da alfabetização financeira sobre o comportamento dos indivíduos (Potrich e
Vieira, 2016), a relação entre alfabetização financeira, controle das finanças e bem-
estar financeiro (Vieira et al, 2016) e a relação entre endividamento e níveis de
alfabetização financeira (Kunkel, Vieira e Potrich, 2014).

Mapa 9 – Mapa de densidade das palavras-chave sobre finanças comportamentais do EnANPAD

Fonte: Dados de pesquisa


65

O mapa 9 apresenta o mapa de densidade das palavras-chave que mais


aparecem nos artigos sobre finanças comportamentais no EnANPAD. E o quadro 10
a seguir apresenta o ranking das palavras-chave com maior número de ocorrência
relacionadas em ordem decrescente.

Quadro 10 – Ranking de palavras-chave sobre finanças comportamentais do EnANPAD

Palavras-chave

1º Alfabetização Financeira

2º Finanças Pessoais

3º Efeito Disposição

4º Mercado de Capitais Brasileiro

5º Comportamento Financeiro

6º Comportamento do Investidor

7º Cartão de Crédito

8º Decisões de Investimento

9º Aversão ao Risco

10º Materialismo

Fonte: Dados de pesquisa

Portanto, a palavra-chave “alfabetização financeira” é a que mais aparece nos


artigos sobre finanças comportamentais do EnANPAD, seguida de “finanças
pessoais”, “efeito disposição”, “mercado brasileiro de capitais”, “comportamento
financeiro”, “comportamento do investidor”, “cartão de crédito”, “decisões de
investimento”, “aversão ao risco” e “materialismo”, todas elas com número
decrescente de ocorrências.
O mapa 10 refere-se ao mapa das palavras-chave das Revistas com Qualis
Capes ≥ B1, que apresenta treze clusters: cluster um (cor vermelha); cluste dois (cor
verde escuro); cluster três (cor azul); cluster quatro (cor verde oliva); cluster cinco (cor
roxo claro); cluster seis (cor azul claro); cluster sete (cor laranja); cluster oito (cor
marrom); cluster nove (cor roxo); cluster dez (cor rosa); cluster onze (cor verde);
cluster doze (cor azul celeste); e cluster treze (cor cinza).
66

Mapa 10 – Palavras-chave sobre finanças comportamentais das Revistas com Qualis Capes ≥ B1

Fonte: Dados de pesquisa

Do mesmo modo que a análise das palavras-chave do EnANPAD e para melhor


didática, descreveu-se aqui apenas os clusters com agrupamento de palavras que
possuem maior número de ocorrência nos artigos, conforme apresenta o quadro 11.

Quadro 11 – Principais clusters de palavras-chave sobre finanças comportamentais das Revistas

Agrupamento de palavras-chave

Cluster 2 Desempenho; Mercado Acionário Brasileiro; Comportamento


Racional.

Cluster 3 Comportamento Financeiro; Finanças Pessoais; Políticas Públicas;


Propensão ao Risco.

Cluster 6 Excesso de Confiança; Tomada de Decisão; Vieses Cognitivos.

Cluster 8 Comportamento Decisório; Heurísticas de Julgamento; Racioalidade


Limitada.

Cluster 10 Finanças Comportamentais; Influência do Gênero.

Cluster 11 Alfabetização Financeira; Conservadorismo; Decisões Financeiras;


Teoria do Prospecto; Tomada de Decisões.

Fonte: Dados de pesquisa


67

O cluster 2 apresenta artigos que tratam do comportamento racional e o


desempenho no mercado acionário brasileiro (Neto e Medeiros, 2011; Gomes, Mól e
Souto, 2015). No cluster 3 observa-se trabalhos que tratam do comportamento dos
indivíduos, bem como sobre suas finanças (Ermel et al, 2017; Britto et al, 2018), além
de trabalhos que analisam como políticas públicas, a exemplo do caso do programa
bolsa família, afeta o comportamento financeiro dos beneficiários (Vieira e Campara,
2016). Os artigos contidos no cluster 6 tratam do excesso de confiança nas tomadas
de decisões financeiras (Mendes-da-Silva e Yu, 2009) e na tomada de decisões
gerenciais, bem como da influência dos vieses cognitivos nas mesmas (Feitosa, Silva
e Silva, 2014). No cluster 8 observa-se trabalhos que demonstram os vieses
comportamentais dos indivíduos no processo decisório (Macedo e Fontes, 2009;
Faveri e Knupp, 2018). No cluster 9, os artigos abordam a influência do gênero no
nível de aversão à perda (Melo e Silva, 2010), no nível de aversão à incerteza na
tomada de decisão financeira (Medeiros et al, 2017) e no nível de alfabetização
financeira (Macedo et al, 2016). E por último, o cluster 11 traz trabalhos que
relacionam o nível de alfabetização financeira dos indivíduos com suas decisões
financeiras, como por exemplo, o perfil conservador de investimento dos mesmos
(Nascimento et al, 2016) e como o déficit de alfabetização induz ao uso de
empréstimos em mercados informais (Santos, Mendes-da-Silva e Gonzalez, 2018).

Mapa 11 – Mapa de densidade de palavras-chave sobre finanças comportamental das revistas

Fonte: Dados de pesquisa


68

O mapa 11 acima apresenta o mapa de densidade das palavras-chave que


mais aparecem nos artigos sobre finanças comportamentais das revistas com Qualis
Capes ≥ B1. Do mesmo modo que os mapas anteriores, quanto mais vermelho é o
cluster, mais recorrente é este assunto nos artigos.
O quadro 12 a seguir apresenta o ranking das palavras-chave das revistas com
maior número de ocorrência, as dez palavras mais recorrentes relacionadas em ordem
decrescente.

Quadro 12 – Ranking de palavras-chave sobre finanças comportamentais das revistas

Palavras-chave

1º Alfabetização Financeira

2º Propensão ao Risco

3º Decisões Financeiras

4º Tomada de Decisão

5º Conservadorismo

6º Desempenho

7º Excesso de Confiança

8º Influência do Gênero

9º Heurísticas de Julgamento

10º Vieses Cognitivos

Fonte: Dados de pesquisa

Assim como no ranking do EnANPAD, a palavra-chave “Alfabetização


Financeira” é a que mais se repete nos artigos das revistas. Embora os termos
utilizados nos artigos dos dois bancos de dados não sejam exatamente os mesmos,
percebe-se uma aproximação dos assuntos estudados. No EnANPAD, por exemplo,
tem-se “finanças pessoais” e nas revistas, a “influência do gênero” e “decisões
financeiras” que, como vimos, estão relacionados com as finanças dos indivíduos.
Outro exemplo é que no ranking do EnANPAD tem as palavras-chave “mercado de
capitais brasileiro”, “comportamento do investidor” e “decisões de investimento”,
enquanto que as revistas trazem os termos “propensão ao risco”, “tomada de decisão”,
“desempenho”, “excesso de confiança” e “vieses cognitivos”.
69

4.4 PERIÓDICOS

No que se refere aos periódicos, serão analisados neste subtópico apenas os


artigos publicados nas revistas com Qualis Capes ≥ B1. Isso porque os demais artigos
estudados foram publicados nos eventos anuais do EnANPAD e nele há uma área
específica sobre o assunto estudado, ou seja, há pouca variação na quantidade de
artigos publicados.
Para compor a amostra dessa pesquisa foram selecionadas revistas Qualis
Capes ≥ B1, escritas em português e que possuem o escopo relacionado à Finanças,
contemplando as áreas de administração, ciências contábeis e economia. De um total
de 3.562 revistas, 40 atendiam a esses critérios. Utilizou-se a lei de Bradford (1934)
para verificar o grau de relevância dessas revistas.
A lei de Bradford propõe a existência de um núcleo com menor número de
periódicos, porém com maior quantidade de artigos publicados. Enquanto que as
demais zonas apresentam uma quantidade crescente de periódicos e uma quantidade
decrescente do número de artigos publicados sobre o tema (ARAÚJO, 2015). Na
figura 4 a seguir temos o núcleo de periódicos da produção científica em finanças das
revistas estudadas, esse núcleo é composto por 5 periódicos que juntos foram
responsáveis por 135 artigos publicados sobre o tema.

Figura 4 – Núcleo e zonas da produção científica dos periódicos

Zona 3
25 revistas
92 artigos

Zona 2
10 revistas
158 artigos

Zona 1
(Núcleo)
5 revistas
135 artigos

Fonte: Dados da pesquisa


70

De acordo com a lei de dispersão de Bradford os periódicos devem ser divididos


em três zonas crescentes de produtividade, cada uma com 1/3 da produção científica.
E a distribuição dos periódicos devem estar de acordo com a proporção 1: n: n².
Dividiu-se então os periódicos de acordo com os critérios estabelecidos por Bradford
e chegou-se ao resultado de a zona 1 ou o núcleo com 5 periódicos e 135 artigos; a
zona 2 com 8 periódicos e 133 artigos; e a zona 3 com 27 periódicos e 114 artigos.
Observou-se então que o núcleo e a zona 2 ficaram muito parecidos na quantidade
de revistas e de artigos publicados e que a distribuição de periódicos não se
enquadrava na proporção 1: n: n², pois nas zonas 1, 2 e 3, tinha a quantidade de 5, 8
e 27 periódicos, respectivamente.
Escolheu-se então dividir os periódicos por quantidade de artigos publicados
em cada revista, a saber aquelas que publicaram de 0 a 10 artigos (zona 3), de 11 a
20 artigos (zona 2) e acima de 20 artigos (zona 1 ou núcleo). Dessa forma encontrou-
se um núcleo formado por 5 revistas e 135 artigos, a zona 2 comporta por 10 revistas
e 158 artigos e a zona 3 por 25 revistas e 92 artigos, conforme ilustra a figura 4 e
descreve o quadro 13.

Quadro 13 – Distribuição de periódicos por zonas

Zona 1 Zona 2 Zona 3

Acima de 20 artigos 11 a 20 artigos 0 a 10 artigos

5 Revistas 10 Revistas 25 Revistas


- Revista Contabilidade & - Revista de Ciências da - RAP. Revista de
Finanças – 47; Administração – 20. Administração Pública – 10;

- Revista de Educação e - Contextus – Revista - Administração Pública e


Pesquisa em Contabilidade – 24; Contemporânea de Economia e Gestão – Gestão Social – 10;
18;
- Estudos Econômicos – 22; - RAE. Revista de
- Revista Contemporânea de Administração de Empresas – 9;
- Contabilidade Vista & Contabilidade – 18;
Revista – 21; - Enfoque – 9;
- Revista Brasileira de Gestão
- Revista Universo Contábil – e Desenvolvimento Regional – 18; - BASE. Revista de Adm. e
21; Contabilidade da UNISINOS – 8;
- Caderno de Pesquisas em
Administração (USP) – 16; - RAC. Revista de
Administração Contemporânea – 7;
- Nova Economia (UFMG) –
15; - Administração: Ensino e
Pesquisa – 7;
- REA – Revista de
Administração da UFMS – 14; - Revista de Negócios – 4;

- Revista Brasileira de - BBR – Brazilian Business


Finanças – 14; Review – 3;

- READ. Revista Eletrônica de - REGEPE – Revista de


Administração – 13; Empreendedorismo e Gestão de
Pequenas Empresas – 3;
71

- RAI. Revista de - UNB Contábil – 3;


Administração e Inovação – 12.
- RECADM: Revista Eletrônica
de Ciência Administrativa – 2;

- Revista Brasileira de Gestão


de Negócios – 2;

- Revista de Economia Política


– 2;

- Contabilidade, Gestão e
Governança – 2;

- RAM. Revista de
Administração Mackenzie – 2;

- Revista Brasileira de
Economia – 2;

- Revista de Economia
Contemporânea – 2;

- Revista Portuguesa e
Brasileira de Gestão – 2;

- RAUSP. Revista de
Administração – 1;

- Revista Encontros
Científicos – 1;

- Revista de Economia e
Sociologia Rural – 1;

- Economia Aplicada – 0;

- Economia e Sociedade
(UNICAMP) – 0;

- Revista ANGRAD – 0.

Total de 135 artigos Total de 158 artigos Total de 92 artigos

Fonte: Dados da pesquisa

Dessa forma, foi encontrada a proporção de 1: 2: 5², porém as zonas e os seus


respectivos artigos não obedeceram a distribuição crescente de produtividade da zona
3 ao núcleo, pois a zona 3 apresentou 92 artigos, a zona 2 teve 158 artigos e a zona
1 ou núcleo apresentou apenas 135 artigos, ou seja, menos artigos que a zona 2.
Apesar disso, é possível confirmar a existência de um núcleo de periódicos com maior
grau de relevância na área, isso porque esse pequeno agrupamento de revistas
publicaram uma quantidade relativamente alta de artigos sobre finanças no período
de 2009 a 2018.
Esse núcleo é formado pelas revistas Contabilidade & Finanças, Revista de
Educação e Pesquisa em Contabilidade, Estudos Econômicos, Contabilidade Vista &
Revista e Revista Universo Contábil. A revista Contabilidade & Finanças possui a
maior quantidade de artigos publicados, e, portanto, maior grau de relevância.
72

É interessante a observação de que as revistas que compõem o núcleo dos


periódicos são compostas por revistas das áreas de ciências contábeis e economia.
Dentre as revistas da área de administração, tem-se a revista Ciência da
Administração alocada na zona 2, com 20 artigos publicados no período.
Outra informação pertinente é a quantidade de periódicos por zonas de acordo
com seu Qualis Capes. Conforme pode-se observar no gráfico 5, 60% dos periódicos
da zona 1 possuem Qualis Capes A2 e os outros 40% são B1; na zona 2 apenas
12,5% são A2, enquanto que 87,5% são B1; na zona 3, aproximadamente 26% dos
periódicos possuem Qualis Capes A2 e 74% possuem o estrato de B1. Ou seja, o
núcleo também possui a maior porcentagem de artigos com maior qualidade de
acordo com a classificação Qualis-Periódicos da Capes.

Gráfico 5 – Quantidade de periódicos por zona e por qualis-capes

Fonte: Dados da pesquisa

Assim, é possível verificar a existência do núcleo de periódicos com maior grau


de relevância dentre as revistas com Qualis Capes ≥ B1, pesquisadas no período de
2009 a 2018. Esse núcleo é formado essencialmente por revistas da área de
contabilidade e economia. A revista com maior número de publicações no período é a
Revista Contabilidade & Finanças com 47 artigos publicados sobre finanças, e a
revista da área de administração com maior número de publicações no período é a
Revista Ciência da Administração com 20 artigos.
73

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta parte do trabalho serão apresentados os principais resultados desta


pesquisa. O estudo teve como objetivo geral analisar a produção científica brasileira
de finanças na última década (2009-2018) e como objetivos específicos: identificar
quais são os temas mais abordados nas subáreas de finanças tradicionais e de
finanças comportamentais; verificar quais são os autores que mais produzem; e,
averiguar quais são as revistas que mais publicam artigos da área.
Para tanto, foram coletados 899 artigos de dois bancos de dados, o EnANPAD
e as Revistas com Qualis Capes ≥ B1. Observou-se que a quantidade de artigos do
EnANPAD é maior do que a quantidade de artigos das revistas, e quando comparadas
as subáreas de finanças tradicionais com finanças comportamentais, percebeu-se que
a quantidade de artigos sobre finanças comportamentais é bem inferior que a
quantidade de artigos sobre finanças tradicionais.
Com a finalidade de alcançar os objetivos propostos por esta pesquisa, utilizou-
se a metodologia de análise bibliométrica e todos os resultados foram interpretados a
luz das leis clássicas da bilbiometria, a saber: a lei da dispersão dos periódicos de
Bradford, a lei da contagem de palavras de Zipf e a lei dos quadrados inversos de
Lotka, que trata da produtividade dos autores.
No que se refere aos autores, observou-se que um grande número de autores
publicou apenas um artigo durante o período analisado. Enquanto que um seleto
grupo de autores produziu um grande volume de artigos, como descrito por Mendes-
da-Silva et al (2013) a “rede de pesquisadores de finanças no Brasil é um mundo
pequeno feito por poucos”. O autor Hudson Amaral foi aquele que mais publicou sobre
finanças tradicionais nas revistas, já Luiz Eduardo Brandão foi quem mais produziu
sobre finanças tradicionais no EnANPAD e a autora Kelmara Vieira Mendes foi quem
mais produziu sobre finanças comportamentais em ambos os bancos de dados.
Todavia, em termos gerais o autor Luiz Eduardo Brandão foi o autor mais prolífico
encontrado na pesquisa.
Os 899 artigos analisados abordam os mais diversos temas, encontrou-se
artigos que tratam desde assuntos como as finanças públicas do Império Português
(Gonçalves, Lira e Marques, 2013), da luta entre o parlamento e o Rei James I para
controle das finanças da coroa inglesa no século XVII (Arthmar, 2015) e da época da
implementação do plano real no Brasil (Freitas e Paula, 2010) até assuntos mais
74

atuais, como a era do desenvolvimentismo do governo Lula (Fonseca, Cunha e


Bichara, 2013) e os efeitos do impeachment presidencial de 2016 (Batista, Maia e
Romero, 2018). Porém, a maioria dos artigos concentram-se em alguns poucos
assuntos com grande número de ocorrência. Na subárea de finanças
comportamentais, encontrou-se a palavra-chave “alfabetização financeira” com maior
número de repetição, ou seja, ela é, portanto, o assunto mais presente nesses artigos.
A palavra-chave que mais aparece nos artigos é “empresas brasileira de capital
aberto”, o que significa que a maior parte dos estudos se referem ao mercado de
capitais e as empresas de capital aberto.
Constatou-se que existe um “núcleo” de periódicos com maior grau de
relevância para área de finanças, dentre as revistas com Qualis Capes ≥ B1. Esses
periódicos são aqueles que mais publicaram artigos sobre a área de finanças durante
o período estudado. Foram eles: Revista Contabilidade & Finanças, Revista de
Educação e Pesquisa em Contabilidade, Estudos Econômicos, Contabilidade Vista &
Revista e Revista Universo Contábil. Observou-se esse “núcleo” de periódicos não é
formado por revistas da área de administração. Considerando-se apenas a área de
administração, a Revista Ciência da Administração foi a que mais publicou artigos de
finanças durante o período de 2009 a 2018.
Esta pesquisa teve êxito no alcance dos objetivos propostos no início. Dessa
forma e com base nos resultados encontrados, sugere-se que os estudantes e
pesquisadores da área de finanças possam empreender trabalhos futuros que
explorem dois aspectos: a subárea de finanças comportamentais e os assuntos
voltados para as micro e pequenas empresas (MPE’s).
Sabe-se que a escolha pelas grandes empresas se dá especialmente pelo fácil
acesso às informações econômicas, financeiras e contábeis das mesmas, porém
ainda existe uma grande carência de estudos que abordem temas voltados para as
micro e pequenas empresas (MPE’s). Essas merecem a atenção dos pesquisadores
por serem, hoje, em grande número no Brasil e pela grande capacidade que elas têm
de mover a economia, seja através da geração de emprego e renda ou pelo papel que
desempenham como criadoras de riqueza para a nação.
A sugestão dos trabalhos que tratem da subárea de finanças comportamentais
se dá pela pouca quantidade de trabalhos encontrados sobre ela nesta pesquisa, e
por ser uma área relativamente nova e ainda possuir muitas lacunas e temas a serem
explorados e desenvolvidos.
75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, J. N. et al. A economia solidária no centro das discussões: um trabalho


bibliométrico de estudos brasileiros. Cadernos EBAPE.BR, v. 14, n. 2, p. 243-257,
2016.

ANJOS, L. C. M. D. et al. Uso da contabilidade para obtenção de financiamento pelas


micro e pequenas empresas: um estudo a partir da percepção dos gestores. Revista
Universo Contábil, v. 8, n. 1, p. 86-104, 2012.

ARAÚJO, C. A. Bibliometria: evolução histórica e questões atuais. Em Questão, Porto


Alegre, v. 12, p. 11-32, 2006.

ARTHMAR, R. David Hume e as finanças de James I. Revista de Economia Política,


v. 35, n. 3, p. 661-679, 2015.

AZEREDO, A. J.; SOUZA, M. A. D.; MACHADO, D. G. Desempenho econômico-


financeiro de indústria calçadista brasileiras: uma análise do período de 2000 a 2006.
RCO - Revista de Contabilidade e Organizações, v. 3, n. 6, p. 117-142, 2009.

AZEVEDO, R. R. D.; AQUINO, A. C. B. D. O planejamento em municípios de pequeno


porte em São Paulo. RCO - Revista de Contabilidade e Organizações, v. 26, p. 63-
76, 2016.

BACHMANN, R. K. B. et al. Reflexos do desempenho financeiro nas boas notícias:


análise linguística em companhias brasileiras transparentes. Revista
Contemporânea de Contabilidade, v. 11, n. 22, p. 49-72, 2014.

BATISTA, A. R. A.; MAIA, U.; ROMERO, A. Mercado acionário sob impeachment


presidencial brasileiro de 2016: um teste na forma semiforte da hipótese do mercado
eficiente. Revista Contabilidade & Finanças, v. 29, p. 405-417, 2018.

BATISTA, A. R. D. A.; MAIA, U.; ROMERO, A. Mercado acionário sob impeachment


presidencial brasileiro de 2016: um teste na forma semiforte da hipótese do mercado
eficiente. Revista Contabilidade & Finanças - USP, v. 29, n. 78, p. 405-417, 2018.

BERGMANN, D. R. et al. Fatores macroeconômicos, indicadores industriais e o


spread bancário no Brasil. Revista de Ciência da Administração, v. 20, n. 51, p. 26-
41, 2018.

BERTERO, C. O. et al. Os desafios da produção do conhecimento em administração


no Brasil. Cad. EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 11, 2013.

BITTENCOURT, W. R.; ALBUQUERQUE, P. H. M. D. Estrutura de capital: uma


revisão bibliográfica das publicações dos periódicos nacionais. Revista
Contemporânea de Contabilidade, v. 15, n. 34, p. 94-114, 2018.
76

BOMFIM, E. T. D.; CALLADO, A. L. C. Análise do desempenho econômico-financeiro


de empresas brasileiras que realizaram operações de fusões e de aquisições. Revista
de Ciência da Administração, v. 18, n. 45, p. 79-95, 2016.

BORTOLUZZO, M. M.; JARDIM, J. R. D. P. S. Decisões de estrutura de capital: a


influência do dólar no nível de endividamento de empresas brasileiras. EnANPAD,
São Paulo, 2017. 1-17.

BRITTO, B. D. S. M. et al. Comportamento do consumidor: comparação entre valor


relatado e valor gasto com cartão de crédito. Revista Contabilidade, Gestão e
Governo, v. 21, n. 3, p. 402-419, 2018.

CAIXE, D. F.; KRAUTER, E. A influência da estrutura de propriedade e controle sobre


o valor de mercado corporativo no Brasil. Revista de Contabilidade & Finanças -
USP, v. 24, n. 62, p. 142-153, 2013.

CAMARGOS, M. A. D.; SILVA, W. A. C.; DIAS, A. T. Análise da produção científica


em finanças entre 2000-2008: um estudo bibliometrico dos encontros da ANPAD.
EnANPAD, São Paulo, 2009. 1-16.

CÂNDIDO, R. B. et al. Padrões de produtividade em pesquisa na literatura de finanças:


um estudo bibliometrico nos principais periódicos científicos nacionais no período de
2005 a 2014. EnANPAD, Costa do Sauípe, 2016. 1-22.

CARVALHO, C. J. D.; SCHIOZER, R. F. Determinantes da oferta e da demanda de


créditos comerciais por micro, pequenas e médias empresas. Revista Contabilidade
& Finanças - USP, v. 26, n. 68, p. 208-222, 2015.

CHUEKE, G. V.; AMATUCCI, M. O que é bibliometria? uma introdução ao fórum.


Internext, São Paulo, v. 10, p. 1-5, 2015.

CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO - CFA. Administração: história da


profissão. CFA. Disponivel em: <http://www.cfa.org.br/administracao-administracao-
historia-da-profissao/>. Acesso em: 20 fevereiro 2019.

CROSS, D.; THOMSON, S.; SINCLAIR, A. Research in Brazil: a report for CAPES
by Clarivate Analytics. Clarivate Analytics. [S.l.]. 2017.

FAVERI, D. B. D.; KNUPP, P. D. S. Finanças comportamentais: relação entre traços


de personalidade e vieses comportamentais. BASE - Revista de Administração e
Contabilidade da Unisinos, v. 15, n. 1, p. 18-30, 2018.

FEITOSA, A. B.; SILVA, P. R.; SILVA, D. R. A influência de vieses cognitivos e


motivacionais na tomada de decisão gerencial: evidências em uma empresa de
construção civil brasileira. RN - Revista de Negócios, v. 19, n. 3, p. 3-22, 2014.

FELIPE, I. J. D. S. et al. Efeito de crise econômica sobre escolhas de ativos para


investimentos pessoais. RAC, v. 21, p. 84-109, 2017.
77

FERNANDES, A. S. A.; WILSON, R. H. Mudança institucional e gestão metropolitana


no Brasil: o municipalismo autárquico e as finanças municipais metropolitanas. RAP -
Revista de Administração Pública, v. 47, n. 3, p. 777-800, 2013.

FERREIRA, C. D. C. et al. Gestão de capital de giro: contribuição para as micro e


pequenas empresas no Brasil. RAP - Revista de Administração Pública, v. 45, n. 3,
p. 863-884, 2011.

FERREIRA, L. V.; LEMES, S.; FORTI, C. A. B. Qualidade informativa do lucro líquido


e do lucro abrangente. Enfoque Reflexão Contábil, v. 34, n. 3, p. 1-20, 2015.

FONSECA, P. C. D.; CUNHA, A. M.; BICHARA, J. D. S. O Brasil na Era Lula: retorno


ao desenvolvimentismo? Nova Economia, v. 23, n. 2, p. 403-428, 2013.

FORTI, C. A. B.; PEIXOTO, F. M.; ALVES, D. L. E. Fatores determinantes do


pagamento de dividendos no Brasil. Revista Brasileira de Finanças, v. 26, n. 68, p.
167-180, 2015.

FREITAS, A. P. G. D.; PAULA, L. F. R. D. Concentração regional do crédito e


consolidação bancária no Brasil: uma análise pós-real. Revista Economia, v. 11, n.
1, p. 97-123, 2010.

GERIGK, W.; CLEMENTE, A.; TAFFAREL, M. O impacto da lei de responsabilidade


fiscal sobre a gestão financeira municipal: um estudo com os municípios do Paraná.
Revista Eletrônica de Ciência Administrativa (RECADM), v. 10, n. 1, p. 64-83,
2011.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª. ed. São Paulo: Atlas S.A. ,
2008.

GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2010.

GOES, T. H. M.; FILHO, C. A. P. M. Política de investimentos de empresas brasileiras


em bens de capital pós-crise de 2008. EnANPAD, Costa do Sauípe, 2016. 1-18.

GOMES, A. C. C.; MÓL, A. L. R.; SOUTO, M. C. D. B. Análise da sobre-reação e sub-


reação nos ativos de primeira e segunda linha do mercado acionário brasileiro.
Revista Universo Contábil, v. 11, n. 3, p. 85-109, 2015.

GONÇALVES, M.; LIRA, M.; MARQUES, M. D. C. D. C. Finanças públicas e


contabilidade por partidas dobradas: uma visita guiada pela literatura sobre as três
figuras cimeiras do erário régio português, 1761. Revista Universo Contábil, v. 9, n.
2, p. 142-173, 2013.

GRANZOTTO, A.; SONZA, I. B. Compensar ou monitorar os executivos? EnANPAD


, Curitiba, 2018. 1-16.
78

HAYASHI, C. R. M.; SILVA, M. R.; HAYASHI, M. C. P. I. Análise bibliométrica e


cientométrica: desafios para especialistas que atuam no campo. R. Ci. Inf. e Doc.,
Ribeirão Preto, v. 2, n. 1, p. 110-129, 2013.

HERLING, L. H. D. et al. Finanças corporativas: sua organização e base


epistemiológica. Revista de Ciências da Administração, v. 16, p. 179-193, 2014.

HERLING, L. H. D. et al. Produção científica em finanças: mapeamento das


publicações em periódicos qualis A no Brasil. Revista Ciência da Administração, v.
17, p. 51-64, 2015.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA. Resumo técnico: Censo da Educação Superior 2016. Brasília. 2018.

IQUIAPAZA, R. A.; AMARAL, H. F.; BRESSAN, A. A. Evolução da pesquisa em


finanças: epistemologia, paradigma e críticas. O&S, Salvador, v. 16, p. 351-370,
Abril/Junho 2009.

JUNIOR, C. M. et al. Análise da viabilidade de utilizar as leis da bibliometria em


diferentes bases de pesquisa. EnANPAD, Rio de Janeiro, 13 a 17 Setembro 2014. 1-
16.

JÚNIOR, C. M. et al. Análise de viabilidade de utilizar as leis da bibliometria em


diferentes bases de pesquisa. EnANPAD, Rio de Janeiro, 13 a 17 Setembro 2014.

KRUEL, M. et al. Efeito dia da semana e sazonalidade intraday no mercado brasileiro.


EnANPAD, Rio de Janeiro, 2010. 1-17.

KUNKEL, F. I. R.; VIEIRA, K. M.; POTRICH, A. C. G. Causas e consequências da


dívida no cartão de crédito: uma análise multifatores. EnANPAD, Rio de Janeiro,
2014. 1-16.

LEAL, R. P. C.; ALMEIDA, V. D. S. E.; BORTOLON, P. M. Artigos científicos brasileiros


em finanças entre 2000-2011. COPPEAD, Rio de Janeiro, 2012.

LEMOS, L. F. B.; SOARES, R. O. Previsão de insolvência em micro e pequenas


empresas utilizando indicadores contábeis. Revista de Empreendedorismo e
Gestão de Pequenas Empresas, v. 1, n. 3, p. 104-134, 2012.

LIMA, M. C. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. 2. ed. São Paulo:


Saraiva, 2008.

LIMA, M. V. A. D. et al. Avaliação de micro e pequenas empresas utilizando a


metodologia multicrédito e o método do fluxo de caixa descontado. Revista de
Ciência da Administração, v. 12, n. 26, p. 48-71, 2010.

LIMA, R. C. M. D. Bibliometria: análise quantitativa da literatura como instrumento de


administração em sistema de informação. Ci. Inf., Brasília, v. 15, p. 127-133, jul./dez.
1986.
79

LOBÃO, J. Finanças Comportamentais: Quando a Economia encontra a Psicologia.


Coimbra: Conjuntura Actual Editosa, S.A., 2012.

LUCCHESI, E. P. et al. Proposta de um índice para medir o efeito disposição: uma


aplicação com gestores de fundos de investimento em ações no Brasil. EnANPAD,
2010, Rio de Janeiro. 1-17.

MACEDO, M. A. D. S.; FONTES, P. V. D. S. Análise do comportamento decisório de


analistas contábil-financeiros: um estudo com base na teoria da racionalidade limitada.
Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 1, n. 11, p. 159-186, 2009.

MACHADO, M. A. V.; FAFF, R. W. Crescimento de ativos e retorno de ações:


evidências no mercado brasileiro. Revista Contabilidade & Finanças - USP, v. 29,
n. 78, p. 418-434, 2018.

MACIEL, P. J. Finanças públicas no Brasil: uma abordagem orientada para políticas


públicas. RAP - Revista de Administração Pública, v. 47, n. 5, p. 1213-1242, 2013.

MACIEL, P. J. Finanças públicas no Brasil: uma abordagem orientada para políticas


públicas. RAP - Revista de Administração Pública, v. 47, n. 5, p. 1213-1242, 2013.

MALAQUIAS, R. F.; LEMES, S. Evidenciação e volatilidade: testes com equações


estruturais. BASE- Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, v. 12,
n. 2, p. 96-109, 2015.

MARTINS, A. I.; FAMÁ, R. O que revelam os estudos realizados no Brasil sobre


política de dividendos? RAE, v. 52, n. 1, p. 24-39, 2012.

MARTINS, O. S.; PAULO, E. Efeitos crise e divulgação sobre a assimetria de


informação no mercado acionário brasileiro. Revista Contabilidade Vista e Revista,
v. 27, n. 2, p. 113-133, 2016.

MEDEIROS, J. T. et al. Tomada de decisão financeira sob condições de incerteza:


estudo com alunos de graduação de contabilidade e administração de empresas. RCO
- Revista de Contabilidade e Organizações, v. 30, p. 36-45, 2017.

MEDEIROS, K. R. D. et al. Bases de dados orçamentários e qualidade da informação:


uma avaliação do Finanças do Brasil (Finbra) e do Sistema de Informações sobre
orçamentos públicos em saúde (Siops). RAP - Revista de Administração Pública,
v. 48, n. 5, p. 1113-1133, 2014.

MELO, C. L. L. D.; SILVA, C. A. T. Finanças comportamentais: um estudo da influência


da faixa etária, gênero e ocupação na aversão à perda. RCO - Revista de
Contabilidade e Organizações, v. 4, n. 8, p. 3-23, 2010.

MELO, F. J. D.; FONSECA, M. W. D. Política de dividendos no Brasil: uma análise na


reação do mercado a anúncios de distribuição de proventos. Revista
Contemporânea de Contabilidade, v. 12, n. 27, p. 137-164, 2015.
80

MENDES-DA-SILVA, W.; YU, A. S. O. Análise empírica do senso de controle:


buscando entender o excesso de confiança. RAC, v. 13, n. 2, p. 247-271, 2009.

MENDONÇA, F. P. D. et al. A relação entre risco idiossincrático e retorno no mercado


acionário brasileiro. Revista de Contabilidade & Finanças - USP, v. 23, n. 60, p. 246-
257, 2012.

MUNCHEN, D. D. R. Meta-análise e análise de rede sobre alavancagem bancária.


EnANPAD, Curitiba, 2018. 1-17.

NAKAMURA, W. T.; SILVA, W. M. D.; MORAES, D. C. D. Determinantes de


comportamento de risco no uso de cartões de crédito por estudantes universitários.
EnANPAD, Rio de Janeiro, 2010. 1-17.

NETO, A. A.; LIMA, F. G. Curso de Administração Financeira. 3. ed. São Paulo:


Atlas, 2017.

NETO, J. D. P.; MEDEIROS, O. R. D. Comportamento racional e desempenho da


análise gráfica no mercado acionário brasileiro. Revista de Administração da UFMS,
v. 4, n. 1, p. 144-169, 2011.

NUNES, P. et al. O impacto do efeito reflexo sobre investidores experientes e


inexperientes em decisões de investimentos sob risco. EnANPAD, São Paulo, 2009.
1-16.

OLIVEIRA, N. A. D.; PEIXOTO, F. M.; PAIVA, J. F. M. D. A relação entre conselho de


administração, desempenho, valor e risco no mercado brasileiro de ações. REPEC -
Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, v. 9, n. 1, p. 25-44, 2015.

PAGANOTTO, J. F.; OLIVEIRA, J. C. D.; ANTUNES, G. A. Gerenciamento do


resultado primário brasileiro: análise dos dividendos pagos por BNDES e CEF ao
tesouro nacional. Revista Universo Contábil, v. 13, n. 2, p. 65-88, 2017.

PAIVA, F. D. et al. Tomada de decisões de investimento em ativos da bolsa de valores


de São Paulo baseada na técnica support vector machine. EnANPAD, São Paulo,
2017. 1-16.

PERLIN, M. S.; SANTOS, A. P. Os pesquisadores, as publicações e os periódicos da


área de finanças no Brasil: uma análise com base em currículos da plataforma Lattes.
Revista Brasileira de Finanças, v. 13, n. 2, p. 162-1199, 2015.

POTRICH, A. C. G.; VIEIRA, K. M. Impactos da alfabetização financeira: análise dos


efeitos sobre fatores comportamentais. EnANPAD, Costa do Sauípe, 2016. 1-22.

POTRICH, A. C. G.; VIEIRA, K. M.; KIRCH, G. Determinantes da alfabetização


financeira: proposição de um modelo e análise da influência das variáveis
socieconômicas e demográficas. EnANPAD, Rio de Janeiro, 2014. 1-16.
81

PRADO, J. W. D. et al. Análise multivariada de dados em pesquisas sobre risco de


crédito e falência: um estudo bibliométrico em múltiplas áreas do conhecimento (1968-
2014). EnANPAD, Belo Horizonte, 2015. 1-17.

ROCHA, G. R.; BAIDYA, T. K.; DALBEM, M. C. Gerenciamento de ativos e passivos


de investidores individuais. EnANPAD, Rio de Janeiro, 2013. 1-4.

RODARTE, J. R.; CAMARGOS, M. A. D. Underpricing e desempenho acionário em


IPOs de empresas brasileiras em anos recentes. EnANPAD, São Paulo , 2009. 1-16.

RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 43. ed. São Paulo:


Vozes, 2012.

RUSSO, C. M.; BASSO, L. F. C.; KIMURA, H. O retorno para o acionista da companhia


adquirente em transações de M&A: uma análise à luz do meio de pagamento.
EnANPAD, Rio de Janeiro, 2014. 1-16.

SANTOS, A. D. O. et al. Determinantes da estrutura de capital de pequenas empresas


da região metropolitana de Belo Horizonte. Revista Unvierso Contábil, v. 12, n. 2, p.
80-95, 2016.

SANTOS, D. B.; MENDES-DA-SILVA, W.; GONZALEZ, L. Deficit de alfabetização


financeira induz ao uso de empréstimos em mercados informais. RAE, v. 58, n. 1, p.
44-59, 2018.

SANTOS, L. D. R.; MONTEZANO, R. M. D. S. Ações de valor e de crescimento no


Brasil: riscos e retornos de carteiras uni e bidimensionais em diferentes estados da
economia. Revista Contabilidade & Finanças - USP, v. 22, n. 56, p. 189-202, 2011.

SANTOS, S. R. T. D.; ALVES, T. W. O impacto da Lei de Responsabilidade Fiscal no


desempenho financeiro e na execução orçamentária dos municípios no Rio Grande
do Sul de 1997 a 2004. RAP - Revista de Administração Pública, v. 45, n. 1, p. 181-
208, 2011.

SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007.

SILVA, A. P. B. D.; FRANCISCO, J. R. D. S. Análise dos fatores determinantes da


estrutura de capital das empresas do setor de construção civil: uma abordagem
durante e após a crisa imobiliária. Enfoque Reflexão Contábil, v. 35, n. 1, p. 17-34,
2016.

SILVA, J. C. D. et al. A influência das conexões políticas no custo de capital e no


desempenho das empresas listadas na B3. BBR - Brazilian Business Review, v. 15,
n. 4, p. 317-330, 2018.

SIMÕES, M. D. et al. Do mergers and acquisitions signal value? evidence from


Argentina, Brazil and Chile. EnANPAD, Rio de Janeiro, 2010. 1-13.
82

SOBRINO, M. I. M.; CALDES, A. I. P.; GUERRERO, A. P. Lei de Lotka aplicada à


produção científica da área de ciência da informação. BJIS, v. 2, p. 16-32, 2008.

SOUZA, G. H. C. et al. Desempenho financeiro e divulgação de informações sobre


recursos humanos: uma análise das empresas do IBrX - 100. REPEC - Revista de
Educação e Pesquisa em Contabilidade, v. 10, n. 1, p. 90-105, 2016.

SOUZA, J. G. D. M.; GARTNER, I. R. Impacto das fusões e aquisições bancárias no


Brasil: um estudo da percepção do investidor no período de 2006 a 2012. EnANPAD,
Belo Horizonte, 2015. 1-22.

SOUZA, M. T. S. D. et al. As leis da bibliometria em diferentes bases de dados


científicos. Revista Ciências da Administração, v. 18, n. 44, p. 111-123, abril 2016.

SOUZA, R. M. F. et al. Análise bibliométrica dos artigos científicos em finanças


publicados na revista de administração de empresas (RAE) da FGV/SP, no período
de 2006 a 2016. Administração: Ensino e Pesquisa, v. 18, n. 3, p. 489-517, 2017.

TAVARES, V. B.; PENEDO, A. S. T.; PEREIRA, V. S. Análise dos níveis de


governança corporativa da BM&FBovespa por meio de redes neurais artificiais.
EnANPAD, São Paulo, 2017. 1-19.

TEIXEIRA, N. M. D.; AMARO, A. G. C. Avaliação do desempenho financeiro e da


criação de valor - um estudo de caso. Revista Universo Contábil, v. 9, n. 4, p. 157-
178, 2013.

TIZZIANI, E. et al. O efeito disposição na indústria brasileira de fundos de investimento


em ações. EnANPAD, 2009, São Paulo. 1-15.

TRINDADE, L. D. L. et al. Como as mulheres abrem suas carteiras? uma análise dos
determinantes da propensão ao endividamento. EnANPAD, Rio de Janeiro, 2010. 1-
17.

WOOD, T.; CHUEKE, G. V. Ranking de produção científica em administração de


empresas no Brasil. RAM, São Paulo, v. 9, p. 13-31, 2008.

VIEIRA, J. R. D. C.; KIMURA, H.; BARBOZA, F. L. D. M. Previsão de inadimplência


no programa minha casa, minha vida utilizando técnicas de machine learning.
EnANPAD, São Paulo, 2017. 1-17.

VIEIRA, K. M.; CAMPARA, J. P. Beneficiários do programa bolsa família: relações


com as finanças e impacto na satisfação global da vida. Nova Economia, v. 26, n. 3,
p. 981-1006, 2016.

VIEIRA, T. R. C.; PEREIRA, A. N. Finanças Comportamentais no Brasil: um estudo


bibliométrico (2001-2007). Revista de Gestão USP, São Paulo, v. 16, p. 45-59,
outubro/dezembro 2009.
83

VIEIRA, T. R. C.; PEREIRA, A. N. Finanças comportamentais no Brasil: um estudo


bibliométrico (2001-2007). Revista de Gestão USP, São Paulo, v. 16, p. 45-59, 2009.
84

APÊNDICE A – FLUXOGRAMA DA COLETA DE DADOS

Coleta de dados

EnANPAD Revistas

Site da CAPES

Download de Planilha

Seleção de Revistas

1- Escritas em Português;

2- Escopo em Finanças;

3- Qualis Capes ≥ B1.

Site do ANPAD Site das Revistas

Download de Artigos Download de Artigos

Mendeley

Gerenciamento de
arquivos

Coleta de informações dos artigos

EnANPAD Revistas
EnANPAD

(1) Título (1) Título


(2) Autores (2) Autores
(3) Ano do evento (3) Revista
(4) Quant. de páginas (4) Ano
(5) Resumo (5) Volume
(6) Palavras-chave (6) Número
(7) Quant. de páginas
(8) Resumo
(9) Palavras-chave
85

APÊNDICE B – FLUXOGRAMA DA ANÁLISE DOS DADOS

Análise dos dados

Mendeley
Exportar arquivos no formato. RIS

Correções

VOSViewer
Importar arquivos no formato. RIS

Geração de mapas

Mapas de Autores Mapas de Palavras-chave


Mapa 1 8 mapas gerados
5 repetições
61 autores

EnANPAD Revistas Finanças Finanças


Mapa 2 Mapa 3 Tradicionais Comportamentais
5 repetições 4 repetições
4 mapas gerados 4 mapas gerados
32 autores 24 autores

EnANPAD Revistas EnANPAD Revistas


Mapa 1 e 2 Mapa 3 e 4 Mapa 5 e 6 Mapa 7 e 8
9 repetições 8 repetições 1 repetição 1 repetição
21 termos 22 termos 162 termos 131 termos

Análise de conteúdo e
de clusters

Potrebbero piacerti anche