Sei sulla pagina 1di 3

Universidade Estadual do Ceará

Centro de Humanidade
Curso de Ciências Sociais
Disciplina de MTP 2 – Prof°. Rosangêla Bastos
Rafael Luan da Silva

Fichamento: GOFFMAN, Erving. As caracteristicas das instituições totais. In: Manicômios,


Prisões e Conventos.

Urna ínstituíção total pode ser definida como um local de residencia e trabalho onde um grande
número de indivíduos com situacáo semelhante, separados da sociedade maís ampla por
considerável período de tempo, Ievam urna vida fechada e formalmente administrada (pag. 11)

Os estabelecimentos sociais - instituicóes, no sentido diário do termo, - sao locais, tais como salas,
conjuntos de salas, edifícios ou fábricas ero que acorre atividade de determinado tipo. (pag. 15)

Quando resenhamos as diferentes ínstituicées de nossa sociedade ocidental, verificamos que


algumas sao muito mais "fechadas" do que outras, Seu "fechamento" ou seu caráter total é
simbolizado pela barreira a relacáo social com o mundo externo e por proibícóes a saída que
muitas vezes estáo inc1uídas no esquema físico - por exemplo, podas fechadas, paredes altas, arame
farpado, fossos, água, florestas ou pantanos. (pag. 16)

O controle de muitas necessidades humanas pela organízacáo burocrática de grupos completos de


pessoas - seja ou nao urna necessidade ou meio eficiente de organizacáo social nas circunstáncias -
é o fato básico das instituícóes totaís, Disso decorrem algumas conseqüéncías importantes. (pag. 18)

A instituição total é um híbrido social, parcialmente comunídade residencial, parcialmente


organizacáo formal; aí reside seu especial interesse sociológico. (pag. 22)

Neste sentido, as instituições totais realmente não procuram uma vitória cultural. Criam e mantém
um tipo especifico de tensão entre o mundo domestico e o mundo institucional, e usam essa tensão
persistente como uma força estratégica no conyrole de homens. (pag. 24)

A barreira que as instituições totais colocam entre o internado e o mundo externo assinala a primeira
mutilação do eu. (pag. 24)

Em muitas instituições totais, inicialmente se proibem as visitas vindas de fora e a saida do


estabelecimento, o que assegura uma ruptura inicial profunda com os papeis anteoriores e uma
avaliação da perda de papel.(pag. 24)

AIém da deformacáo pessoal que decorre do fato de a pessoa perder seu conjunto de identidade,
existe a desfiguracáo pessoal que decorre de multilações diretas e permanentes do corpo - por
exemplo, marcas ou perda de membros. (pag. 29)

Um exemplo mais difuso desse tipo de mortíficacáo ocorre quando é abrigado a executar urna
rotina diária de vida que considera estranha a ele - aceitar um papel com o qua! nao se identifica.
Nas prisóes, a negacáo de, oportunidades para relacóes heterossexuais pode provocar o medo de
perda da masculinidade'". Em estabelecimentcs militares, o trabalho obrigatório com minúcias
evidentemente inúteis pode fazer coro que os soldados sintaro que seu tcrnpo e estorco nao tém
valor. Nas instituições religiosas há disposicóes especiais para garantir quetodos os internados
realizem, por turnos, os aspectos mais "baixos" do papel de empregado. (pag. 31)

Talvez o tipo maís evidente de exposição contaminadora seja a de tipo diretamente físico - a sujeira
e a mancha no corpo ou em outros objetos intimamente identificados como o eu. (pag. 32)

A prímeira perturbação. a ser considerada aqui é o "circuito": urna agencia que cria urna resposta
defensiva do internado e que, depoís, aceita essa resposta como alvo para seu ataque seguinte. O
indivíduo descobre que sua resposta protetora diante de uro ataque ao eu falha na situacáo: nao
pode defender-se da forma usual ao estabelecer urna distancia entre a situacáo mortificante e o seu
eu. (pag 40)

Na sociedade civil, quando um indivíduo precisa aceitar circunstancias e ordens que ultrajem sua
concepção do eu, tem certa margem de expressão de reacáo para salvar as aparéncias - mau humor,
omissão dos sinais comuns de deferencia, palavróes resmungados, ou expressóes fugidias de
desprezo, ironia e sarcasmo. Portanto, a obediencia tende a estar associada a urna atitude manifesta
que nao está sujeita ao mesmo grau de pressão para obediência. (pag. 40)

Numa instituição total, no entamo, os menores segmentos da atividade de urna pessoa podem estar
sujeitos a regulamentos e julgamentos da equipe diretora; a vida do internado é constantemente
penetrada pela interação de sanção vinda de cima, sobre tudo durante o período inicial de estada,
antes de o internado aceitar os regulamentes sem pensar no assunto. Cada específicagáo tira do
indivíduo urna oportunidade para equilibrar suas necessidades e seus objetivos de maneira
pessoalmente eficiente, e coloca suas acóes a mercê de sanções. Violenta-se a autonomia do ato.
(pag. 42)

[...] uma das formas mais eficientes para perturbar a "economía" de a~ao de urna pessoa é a
obrigação de pedir permissáo ou instrumentos para atividades secundárias que a pessoa pode
executar sozinha no mundo externo, - por exemplo, fumar, barbear-se, ir ao banheiro, telefonar,
gastar dinheiro, colocar cartas no correio. Essa obrigacáo nao apenas coloca o indivíduo no papel
submisso, "nao-natural" para uro adulto, mas também permite que suas acóes sofram interferencias
da equipe diretora. (pag. 44)

Considerando-se a autoridade escalonada e os regulamentos difusos novos e ngorosamcntc


impostos, podemos esperar que os' internados: sobretudo os novos, vivam com angústia crônica
quanto a desobediencia as regras e suas conseqüéncias - maus-tratos físicos ou morte num campo
de concentracáo, "degradação" numa escola para oficiais, remoção para uma sala pior num hospital
para doentes mentais[...].(pag. 45)

E, deve-se acentuar, os privilégios na instituição total não são iguais a prerrogativas, favores ou
valores, mas apenas a ausencia de privacoes que comumente a pessoa não espera sofrer. As noções
castigos e prívilégios não são retiradas do padrão da vida civil. (pag. 52)

Nas instituícóes totais há também uro sistema que poderia ser denominado ajustamentos
secundários isto é práticas que nao desafiam diretamente a equipe dirigente: mas que permitem que
os internados consigam satisfacóes proibidas ou obtenham, por meios proibidos, as satísíacóes
permitidas. (pag. 54)

A baixa posição dos internados, quando comparada a que tinham no mundo externo, e estabelecida
inicialmente através do processo de despojarnento, cría uro meio de fracasso pessoal em que a
desgraca pessoal se faz sentir constantemente. (pag. 63)
Por mais duras que sejam as condicóes de vida nas ínstituícóes totais, apenas as suas dificuldades
nao podem explicar esse sentimento de tempo perdido; precisamos considerar as perdas de con tatos
sociais provocadas pela admissáo numa instituicáo total e (usualmente) pela impossibilidade de aí
adquirir coisas que possam ser transferidas para a vida externa por exemplo, dinheiro, formação de
ligações conjugais, certidáo de estudos realizados. (pag. 65)

Toda instituicáo total pode ser vista como uma espécie de mar morto, em que aparecem pequenas
ilhas de atividades vivas e atraentes. Essa atividade pode ajudar o indívíduo a suportar a tensáo
psicológica usualmente criada pelos ataques ao eu. (pag. 66)

Apesar disso, parece que logo depois da liberação o ex-internado esquece grande parte do que era a
vida na Instituicáo e novamente comeca a aceitar como indiscutíveis os privilégios em torno dos
quais se organizava a vida na instituicáo. O sentimento de injustica, amargura e alienacáo,
geralmente criado pela experiencia do internado e que comumente assinala um estádio de sua
carreira moral, parece enfraquecer-se depois da saída. (pag. 68)

Quando o ind.ivíduo adquiriu um baixo status proativo a tornar-se um internado, tem urna recepcáo
fria no mundo mais amplo - e tende a sentir isso no momento, difícil até para aqueles que nao tém
um estigma em que precisa candidatar-se a um emprego ou a um lugar para viver. (pag. 69)

Referencia Bibliografica:

GOFFMAN, Erving. As caracteristicas das instituições totais. In: Manicômios, Prisões e


Conventos. Tradução de Dante Moreira. Leite. 7ª edição. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001. p.
13-68.

Potrebbero piacerti anche