Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Capítulo 7.1 - APLICAÇÃO DE RELÉS DE SOBRECORRENTE
7.1 Introdução
O relé é definido como sendo um dispositivo sensor que comanda a abertura do
disjuntor quando surgem, no sistema elétrico protegido, condições anormais de
funcionamento.
O modo geral de atuação de um relé pode ser sintetizado em quatro etapas:
• O relé encontra-se permanentemente recebendo informações da situação elétrica do
sistema protegido sob a forma de corrente, tensão, frequência ou uma combinação
dessas grandezas (potência, impedância, ângulo de fase, etc.);
• A atuação do relé é caracterizada pelo envio de um sinal que resultará em uma ação
de sinalização (alarme), bloqueio ou abertura de um disjuntor (ou nas três ao mesmo
tempo).
• A abertura ou disparo do disjuntor, comandada pelo relé, irá isolar a parte defeituosa
do sistema.
Conforme o próprio nome sugere, têm como grandeza de atuação a corrente elétrica
do sistema. Isto ocorrerá quando esta atingir um valor igual ou superior ao ajuste
previamente estabelecido (corrente mínima de atuação).
No caso de serem usados para proteção de circuitos primários (classe 15kV, por
exemplo), são ligados de forma indireta através de transformadores de corrente.
a) De tempo definido
Uma vez ajustados o tempo de atuação (ta) e a corrente mínima de atuação (IMIN,AT), o
relé irá atuar neste tempo para qualquer valor de corrente igual ou maior do que o
mínimo ajustado (Fig.7.1).
Fig. 7.1 – Curva característica de tempo definido
b) De tempo dependente
O tempo de atuação do relé é inversamente proporcional ao valor da corrente. Isto é,
o relé irá atuar em tempos decrescentes para valores de corrente igual ou maior do
que a corrente mínima de atuação ( corrente de partida ou starting current) (Fig.7.2).
Fig. 7.2 – Curva característica de tempo dependente
Comumente os catálogos dos fabricantes fornecem dez curvas por grupo, conforme
exemplo mostrado na Fig.6. 4 . Nesta figura, estão dadas curvas NI de um determinado
relé, cuja a equação é:
Fig.7. 4 – Curvas características normalmente inversa (NI)
Por norma, essas curvas são traçadas para valores do múltiplo (m) variando,
geralmente, de 1,5 a 20, em um sistema de eixos ortogonais com escala log x log.
7.2.2 Unidades instantânea (50) e temporizada (51)
Atualmente, com o emprego de relés digitais, os quatro relés do esquema da Fig. 7.5
são substituídos por um único que realiza as funções 50 e 51 de fase e terra. Além
disso, desempenham outras funções tais como: medição de corrente, registros de
dados, de perturbações, etc. São conhecidos como relés de multi-funções.
• A corrente nominal primária do TC deve ser maior do que a razão entre o curto-
circuito máximo (no ponto da instalação) e o fator de sobrecorrente do TC (FS).
Geralmente, FS=20 .
A corrente nominal primária do TC deve ser maior do que a máxima corrente de carga a
ser considerada:
X X
7.4 Critérios para ajustes de corrente mínima de atuação
I) Unidade 51 de fase
Onde, a% é a taxa anual prevista para o crescimento e n o número de anos para o qual
o estudo está sendo planejado.
c) A corrente mínima de atuação deverá ser ajustada num valor menor do que a
corrente de curto-circuito bifásico dentro da sua zona de proteção, incluindo sempre
que possível os trechos a serem adicionados quando em condição de manobras
consideradas usuais.
II) Unidade 51 de neutro
As unidades instantâneas dos relés de fase e neutro não deverão ser sensíveis aos
curtos-circuitos localizados após o primeiro equipamento de proteção instalado a
jusante.
As curvas de tempo das unidades de fase e neutro deverão ser escolhidas de modo a
atender a seletividade com os equipamentos de proteção a jusante e a montante, e
também com a curva de recozimento dos condutores. Considere-se, por exemplo, o
trecho de sistema de distribuição dado na Fig. 7.8. Para haver seletividade entre os
equipamentos de proteção empregados, as suas curvas de tempo deverão obedecer
aos coordenogramas dados nas Figuras 7.9 (coordenação de fase) e 7.10
(coordenação de neutro).
Fig.7.8 – Trecho de um sistema de distribuição primário
Fig. 7.9 – Coordenograma de FASE: relé x relé e relé x elo-fusível
Fig. 7.10 – Coordenograma de NEUTRO: relé x relé e relé x elo-fusível
7.6 Seletividade relé x relé
Para se obter seletividade entre esses dois conjuntos de relés, as curvas de tempo dos
relés principais (fase e neutro) deverão estar abaixo das curvas dos relés de
retaguarda (fase e neutro), respectivamente, no mínimo 0,4 s , no ponto mais crítico,
em todo o trecho protegido pelos relés principais, para as correntes de curtos-
circuitos de fase e terra.
X X
Resolução:
K=(1+0,1)5 = 1,61
a) Concessionária
• I N, P ≥ 1,61 x 245 ⇒ I N, P ≥ 394 A
• I N, P ≥ 7960 / 20 ⇒ I N, P ≥ 398 A
O TC com corrente nominal primária de 400 A, satisfaz as duas condições : 400 / 5 ou
80:1
b) Consumidor
Para dimensionar a RTC do consumidor, é necessário calcular a corrente de carga. Para
isso, será usado a carga nominal do transformador: I C ,CONS. = 2000 / (13,8 x 1,732) = 84 A
Aplicando um fator de crescimento de 1,61 (k=1,61) e os mesmos critérios anteriores, (
I N, P ≥ 1,61 x 84 ⇒ I N, P ≥ 135,24 A e I N, P ≥ 2200/20 ⇒ I N, P ≥ 110 A )obtêm-se: 150/5 ou
30:1
3) Dimensionamento do elo (valores dados )
a) Elo-fusível
I N , ELO ≥ 1,61 x 22 ⇒ I N, ELO ≥ 35,4 A e I N , ELO ≤ 1/4 x 303 ⇒ I N, ELO ≤ 75,75 A
Elo-fusível escolhido : 40K
4) Ajustes das correntes de atuação dos relés da concessionária
a) Unidades 51 de fases
b) Unidades 50 de fases
c) Unidade 51 de neutro
• (0,1 x 1,61 x 245) / 80 ≤ I MIN, AT ≤ 220 / 80 ⇒ 0,49 ≤ I MIN, AT ≤ 2,75 ⇒ I MIN, AT = 0,5 A
Corrente de partida que a unidade deverá ser ajustada : 0,5 A
d) Unidade 50 de neutro
• I AT , INST ≥ (0,1 x 8 x 245) / 80 ⇒ I A , INST ≥ 2,5 A
• I AT , INST ≥ 1,4 x 600 / 80 ⇒ I A , INST ≥ 10,5 A
Para satisfazer aos critérios, ajusta-se a unidade 50 de neutro para 11 A
Como geralmente as curvas de tempo dos relés são fornecidas em função de múltiplo (m),
então deve-se calcular os múltiplos para essas correntes.
a.1) Para o m1 = 4,0 , escolhe-se, dentro do grupo de curvas mais conveniente (a NI, por
exemplo) , a curva que satisfaz a primeira condição : t RELÉ ≥ 0,23 s (Fig 7.13);
a.2) Para o m2 = 7,3 , escolhe-se, dentro da mesma família do caso anterior, a curva que
satisfaça a segunda condição : t RELÉ ≥ 0,21 s (Fig. 7.13) .
De acordo com a Fig. 7.13, escolhe-se, inicialmente, a curva 0,2 (TMS = 0,2 ), para as
unidades de fases, pois satisfaz ao critério de seletividade relé x elo.
Fig. 7.13 – Curvas NI de unidades 51 de fase e neutro da concessionária
b) Curvas da unidade 51 de neutro
Os múltiplos são :
• m3 = 303 / (80 x 0,5) = 7,6
• m4 = 600 / (80 x 0,5) = 15
Levando-se em conta as mesmas considerações que foram feitas na determinação da
curva da 51 de fase, e observando-se a Fig. 7.13 , escolhe-se, a princípio, a curva 0,9
( TMS =0,9 ) para a 51 de neutro.
A corrente de atuação das unidades de fases deverá ser igual ou maior do que a
corrente de carga máxima do consumidor multiplicada pelo fator de crescimento. A
corrente de carga máxima será tomada igual a corrente nominal do transformador
(I C ,CONS. = 84 A). Será usado o fator de crescimento de carga k=1,61 .
b) Unidade 51 de neutro
Para se fazer este estudo, será empregado o critério de seletividade relé x relé. Para isso,
será considerado que os relés de fases e neutro do consumidor têm as curvas MI
apresentadas na Fig. 7.15.
Pelo critério de seletividade relé x relé, deve-se escolher uma curva tal que:
t RELE , CONCES. ≥ t RELÉ , CONS. + 0,4 s , então :
Ou seja, para se garantir seletividade entre as unidades de fases dos relés da concessionária
e do consumidor, as respectivas curvas devem estar afastadas, no mínimo, 0,4s , no ponto
mais crítico. Isto só será possível se a 51 de fase da concessionária estiver ajustada na curva
0,5 (DT= 0,5) ou superior, e a 51 de fase do consumidor estiver na curva 1/2 (DT=1/2).
A seguir, as Figuras 7.17 e 7.18 mostram os coordenogramas elo x relé e relé x relé. É
importante observar que os gráficos estão em escala aproximada.
0,3
0,2
12,7 14,7
0,9
0,8
0,30
0,25
4,9 5,5
Fig. 7.16 – Curvas NI de unidades 51 de fase e neutro da concessionária
Fig. 7.17 – Coordenograma relé da concessionária x elo
Fig. 7.18 – Coordenograma relé do consumidor x relé da concessionária
Resumo do estudo :
• Elo-fusível : 40K ;
• Chave-fusível : INOM. = 100 A ; Cap. de interrup. = 5kA ; VNOM. = 14,5kV ; Classe =15kV;
NBI=95kV ;
• Relação dos TCs da concessionária: 400 / 5 A (80:1) ;
• Ajustes dos relés da concessionária:
• Corrente de partida das 51 de fases: 5 A ;
• Curva das 51 de fases : DT = 0,5
• Corrente de atuação das 50 de fases : 68 A;
• Corrente de partida da 51 de neutro : 0,5 A;
• Curva da 51 de neutro : DT = 0,9;
• Corrente de atuação da 50 de neutro : 11 A;
• Relação dos TCs do consumidor: 150 / 5 A (30:1) ;
• Ajustes dos relés do consumidor:
• Corrente de partida das 51 de fases: 5 A ;
• Curva das 51 de fases : DT = 1/2
• Corrente de partida da 51 de neutro : 0,5 A;
• Curva da 51 de neutro : DT = 3;
DEFASAMENTO ANGULAR NAS
LIGAÇÕES DOS
TRANSFORMADORES
RESOLUÇÃO DE PARTE DA LISTA DE EXERCÍCIOS
RELATIVO À DEFASAMENTO ANGULAR DE
TRANSFORMADORES
N’
Yy0
Dd0
N
γ β α
Dz0
N’
γ β α
Zz0
N
Yd1