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de Edificações
P2 V1 P3 P4
P1
L1 L2 L3
P6 V2 P7 P8
P5
L4 L5 L6
P9 P10 V3 P11
L7 L8
6m
P13 V4
P12 P14
L9 L10 L11
V8
V9
2ª Edição
2011
Lançamento das Estruturas de Edificações - prof. Henrique Longo pág. 1
Resumo: A finalidade é definir algumas diretrizes para o lançamento das lajes, vigas e pilares das
estruturas de edificações.
A concepção estrutural mais adequada deve atender a segurança, economia (custo e durabilidade) e
ao aspecto arquitetônico (estética e funcionalidade). Um lançamento bem feito irá facilitar os
cálculos, simplificar a execução e reduzir os custos da construção. Por outro lado, um lançamento
mal feito poderá comprometer a construção, trazer grandes dificuldades no cálculo estrutural e
até mesmo prejuízos financeiros.
• lajes - elementos planos horizontais que suportam as cargas verticais que atuam diretamente
no pavimento do edifício.
• vigas - elementos lineares horizontais, que servem de apoio para as lajes, recebem as cargas
das paredes de alvenaria que atuam diretamente sobre ela e se apoiam nos pilares.
• fundações – recebem as cargas dos pilares e as transmitem para o solo. Elas podem ser rasas
(sapatas ou blocos) ou profundas (bloco sobre estacas ou tubulões)
3 Plantas de Fôrmas
A estrutura de uma edificação fica representada pelos desenhos de execução de fôrmas com plantas
e cortes de todos os elementos estruturais. De acordo com a NBR-7191 (1982), estes desenhos
devem ser feitos na escala 1:50 ou, quando não houver prejuízo da clareza do desenho, na escala
1:100. De um modo geral, além dos cortes longitudinais e transversais, as plantas de um edifício são
assim distribuídas:
• Planta do Subsolo
• Planta do Teto do Subsolo
• Planta do Teto do Pavimento Térreo
• Planta do Teto do Pavimento de Uso Comum
• Planta dos Pavimentos Tipo
• Planta do Teto da Cobertura
COBERTURA
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
TÉRREO
SUBSOLO
Nas plantas de fôrmas também são especificados o tipo de concreto a ser utilizado em toda a
construção. De acordo com a NBR-6118(2003), as classes do concreto com armadura passiva
(concreto armado) vão desde a classe C20 até a classe C50. No caso de concreto protendido, as
classes vão desde C25 até a C50.
A escolha da classe de concreto deve ser feita em função da classe de agressividade ambiental,
conforme mostrado na tabela 1 para o concreto armado (CA) e para o concreto protendido (CP).
Por exemplo, para a classe II (agressividade moderada), deve usado pelo menos o C25 para o
concreto armado e C30 para o concreto protendido. Já para a classe IV (agressividade muito forte),
é preciso utilizar no mínimo o concreto C40, tanto para o concreto armado como para o concreto
protendido.
As cotas das plantas de fôrmas devem ser determinadas a partir das plantas de arquitetura,
acrescentando-se os revestimentos das paredes para se obter as cotas entre as vigas (fig.2):
l = la + r
viga
la parede
l
V5b
V7b
L1 L3
V6b
L2
P5 V2a P6 P8
V2b P7 V2c
V4a
V7a
V6a
V5a
L4 L5 L6
P10 P12
P9 P11
V3a V3b V3c
P1 P2 P3 P4
P5 P6 P7 P8
A figura 5 mostra um piso com lajes nervuradas apoiadas em vigas, sendo que no contorno foram
projetadas faixas maciças.
V1a V1b
V4b
V5b
V6b
V2a V2b
V4a
V5a
V6a
V3a V3b
P1 P2 P3
7m
P4 P5 P6
7m
P7 P8 P9
10m 10m
Lançamento das Estruturas de Edificações - prof. Henrique Longo pág. 6
6 Lançamento da estrutura
Na prática, o lançamento inicial da estrutura de cada pavimento pode ser feito em papel transparente
colocado sobre a planta de arquitetura. Ao utilizar um programa gráfico de computador, o
lançamento definitivo é desenhado na própria tela do computador. Neste caso, as diversas plantas
de fôrmas são desenhadas sobre as plantas de arquitetura. Desta maneira, o engenheiro poderá ter
uma visão melhor do posicionamento das vigas e das interferências dos pilares em todos os níveis
da edificação. É conveniente começar o lançamento pelo pavimento tipo, depois pelos pavimentos
inferiores e os superiores.
Juntas de dilatação
É sempre recomendável que a maior dimensão da estrutura em planta fique no máximo igual a 30m
para atenuar os efeitos da retração e da variação de temperatura. Quando isto não for possível, deve-
se projetar uma junta de dilatação, dividindo a estrutura em uma ou mais partes, conforme figura 6.
É importante observar que é preciso projetar vigas e pilares nos dois lados da junta, pois cada trecho
da estrutura é calculado independente um do outro.
JUNTA DE
DILATAÇÃO
Os pilares geralmente são retangulares e devem ser colocados de modo que sirvam de apoio para as
vigas. Eles devem ser posicionados de modo que formem um sistema estrutural de vigas
estaticamente equilibrado. A distribuição dos pilares deve ser a mais uniforme possível para que
não haja alguns pilares muito carregados e outros menos. A distância entre os pilares não deve ser
nem muito grande, pois os pilares e as vigas estariam muito carregadas, e nem muito pequena para
evitar que a estrutura fique com excesso de pilares. Nos edifícios residenciais usuais, podemos ter:
Não há posições fixas para os pilares. No entanto, eles geralmente são embutidos nas paredes de
alvenaria e são posicionados em lugares estratégicos, tais como:
(b)
(a)
A orientação dos pilares deve atender não apenas os aspectos estruturais e arquitetônicos, mas
também devem ser definidas para evitar problemas de instabilidade global da edificação. Os pilares
e as paredes estruturais devem estar bem posicionados, bem distribuídos e devem ser rígidos para
que as deformações da estrutura sejam pequenas e para garantir a estabilidade da obra sob a ação do
vento. Os pilares e paredes estruturais formam a estrutura de contraventamento e devem estar em
locais que atendam aos projetos de instalações e de arquitetura. Quando os pilares e as paredes
estruturais não forem suficientemente rígidos, a ação do vento poderá provocar consideráveis
esforços de segunda ordem. Para reduzir estes esforços, é preciso aumentar a rigidez ou a
quantidade dos elementos de contraventamento, tomando-se sempre o cuidado para não interferir
nos aspectos arquitetônicos. Algumas sugestões podem ser adotadas:
Na planta de fôrmas da figura 8, por exemplo, foram projetadas paredes estruturais em torno dos
elevadores para enrijecer mais a estrutura. Se houvesse necessidade, poderiam também ser
colocadas paredes em torno da escada nesta estrutura.
P1 P2 P3 P4
L1 L2 L3
P6 P7 P8
P5
L4 L5 L6
L7 L8 V11
6m
P13
P12 P14
No lançamento dos pilares é preciso verificar as suas interferências em todos os pisos, desde a
cobertura até o nível mais baixo da edificação. Nas figuras 9 e 10 são mostrados pilares que
interferem no projeto arquitetônico, Quando não for possível usar o mesmo pilar até no nível de sua
base, pode-se usar as vigas do teto do pavimento térreo para fazer a transição. A solução de vigas de
transição não é muito aconselhável tendo em vista que estas vigas devem ser muito rígidas para
suportar as cargas dos pilares que são normalmente muito elevadas.
As vigas geralmente são projetadas de modo que fiquem embutidas nas paredes de alvenaria e
devem estar preferencialmente apoiadas sobre os pilares. Em determinados casos, é preciso projetar
uma viga apoiada sobre outra tendo em vista que nem sempre é possível colocar pilares em todos os
cruzamentos das vigas por questões arquitetônicas. Em edifícios residenciais usuais, os vãos das
vigas podem ser os seguintes:
Em alguns casos excepcionais impostos pela arquitetura, deve-se adotar vigas invertidas, ou seja,
vigas que ficam no lado de cima das lajes.
De um maneira geral, o posicionamento das lajes fica definido com o lançamento das vigas, pois as
lajes ficam apoiadas nas vigas em seu contorno. Algumas podem ter um bordo livre e outras, como
as lajes das varandas, podem estar em balanço. Nos edifícios residenciais usuais, podemos ter:
As lajes das varandas também podem ter um pequeno rebaixo de 3 a 5cm para evitar que a água
entre no interior do apartamento. Para reduzir um pouco esse desnível na laje, pode-se usar uma
espessura de revestimento da varanda menor do que a da laje vizinha.
A caixa d’água elevada e a casa de máquinas dos elevadores, localizadas em um piso acima do
último pavimento, devem estar bem posicionadas de modo que, de preferência, fiquem apoiadas nos
pilares existentes ou, em casos excepcionais, em vigas de cobertura. A caixa d’água enterrada não
deve estar ligada com a estrutura do edifício e deve estar convenientemente localizada para não
interferir nas fundações.
Referências Bibliográficas
NORMA NBR-6118,“Projeto de Estruturas de Concreto– Procedimentos”, ABNT, mar. 2003.