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MARCO AURÉLIO UBIALI

SÉRGIO MOTTI TROMBELLI

MARKETING POLÍTICO
Com a Campanha no Bolso

FRANCA/SP • 2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Ubiali, Marco Aurélio


Marketing político, com a campanha no bolso / Marco Aurélio
Ubiali e Sérgio Motti Trombelli. – Franca (SP) : Ribeirão Gráfica
e Editora, 2012.
100 p.

ISBN 978–85–7681–

1. Campanha política 2. Estratégias eleitorais

CDD 324

© 2012 by MARCO AURÉLIO UBIALI e SÉRGIO MOTTI TROMBELLI


Todos os direitos reservados.

Ilustração e
Designer Gráfico: Halans Nicácio

Impressão: Ribeirão Gráfica e Editora


Rua Estevam Marcolino, 561
14405-333 – Franca-SP
rge@francanet.com.br
Tel.: (16) 3722-8237
DEDICATÓRIA

Dedicamos este livro a todos aqueles que acham que a


política saudável e honesta vale a pena, e por isso
continuam lutando para fazer deste país
a terra de nossos sonhos.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus,
a nossos familiares e a todos aqueles que,
de uma forma ou de outra,
contribuíram com suas ideias e seu fazer político
para que esta obra fosse escrita.

Agradecemos aos companheiros de caminhada nesta


estrada difícil que é a vida pública, ora incompreendida,
ora enaltecida, ora criticada, mas que, creiam, é a única
estrada que poderá nos levar à maioridade social e
democrática que tanto almejamos.

Por isso, é preciso caminhar.


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SUMÁRIO

Prefácio .................................................................................................................................................. 11
Advertência ..................................................................................................................................... 17
I – Relembrando coisas importantes ..................................................... 19
II – Para quando for falar em público ............................................... 39
III – Para quando tiver que enfrentar objeções
de eleitores ..................................................................................................................... 61
IV – Para quando der entrevistas ................................................................ 63
V – Algumas dicas de campanha para o dia-a-dia ....... 65
VI – Para quando for sair em passeata ........................................... 75
VII – Para quando as coisas parecem não estar
dando certo ................................................................................................................ 78
VIII – Para quando for tirar fotos ............................................................ 83
IX – Para quando for participar de um debate ................... 86
X – Você já é um vencedor ............................................................................... 95
Anotações .......................................................................................................................................... 97
Bibliografia ....................................................................................................................................... 99

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PREFÁCIO

Com este livro, Marketing Político, com a campanha


no bolso, Marco Aurélio Ubiali e Sérgio Motti
Trombelli completam a trilogia sobre marketing
político iniciada em 2007.
Só que esta última obra é absolutamente
inovadora. Depois de falar sobre a campanha para
os iniciantes e a fidelização para os candidatos à
reeleição, os autores trazem uma obra para o dia-a-
dia de todos aqueles que querem ser candidatos.
Trata-se de um livro que, de fato, cabe no bolso
para que o candidato o carregue e o consulte nos
momentos cruciais do embate político. Nestas linhas
estão soluções práticas para discursos, além de dicas
de campanha, check-list para realinhamento dos
rumos que o candidato está tomando na sua
trajetória, organizando melhor a sua campanha e
com isso ele possa ter maiores possibilidades de

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vitória.
Sem dúvida uma obra que não pode faltar aos
que pretendem ingressar na vida pública.
Contudo, nesta oportunidade em que estamos
prefaciando este trabalho, é de mister importância
que, sem sair do tema “política”, avancemos um
pouco mais. A Unimed, em especial a Federação
das Unimeds do Estado de São Paulo, Fesp, é
absolutamente pioneira nesta seara de difícil
percurso, qual seja, a política corporativa no
segmento do cooperativismo médico.
Com a criação do NAE, Núcleo de Assuntos
Estratégicos, em 2003, encarregado de buscar
representatividade política e institucional para o
sistema, a Fesp criou talvez o mais bem arquitetado
projeto de política institucional que temos notícia.
E eu me sinto particularmente honrado, e até com
uma ponta de vaidade – que faço questão de não
esconder – ao dizer que participei e participo desta
história que, sem dúvida, há de continuar sempre
somando pontos positivos para a vitória final da
empresa cooperativada.
O cooperativismo é sem dúvida, a meu ver, a

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via mais democrática e segura para o
desenvolvimento de nosso país. Contudo, sempre
nos faltou voz em Brasília para que pudéssemos
fazer valer nossas ideias, principalmente aquelas que
dizem respeito ao cooperativismo de trabalho
médico. O NAE aos poucos está conseguindo isso.
E mais, tem ser vido de modelo a inúmeras
Federações e Singulares que querem entrar nesta
corrente moderna que pode mudar para melhor os
rumos do cooperativismo em todo o país.
Com a criação do Comitê Político, a Unimed
do Brasil entrou de vez nesta luta e as ações, a nível
nacional, passaram a ter uma coordenação mais
intensa, principalmente no que tange ao
relacionamento das Unimeds com os deputados
unimedianos e com a Organização das Cooperativas
Brasileiras, a OCB. Deste relacionamento, e com a
ação decisiva da Fesp, está sendo iniciado um
trabalho intenso e sério em busca dos pleitos que
precisamos para fazer desabrochar o cooperativismo
brasileiro dentro de uma dinâmica mais moderna e
que de fato atenda às necessidades de todos aqueles
que exercitam o cooperativismo como forma de

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trabalho, criação e distribuição de riquezas.
Conquistar mais espaço nas Câmaras
Municipais, nas Assembleias Legislativas e na
Câmara Federal e Senado é o caminho mais eficiente
para divulgar os ideais cooperativistas, e mais: mudar
a legislação atual, antiga e anacrônica, além de
sensibilizar órgãos públicos para que tenham uma
visão mais atualizada do cooperativismo, seguindo
os modelos internacionais, principalmente dos
países onde as cooperativas têm mais apoio, e uma
legislação mais moderna, o que proporciona à
empresa cooperativada maior espaço de trabalho.
Por isso, é que atuamos de forma plena nas
disputas eleitorais: precisamos de voz, precisamos
estar na sala de parto onde nascem as leis para
implantar a filosofia cooperativista moderna que
todos esperam que o Brasil possua.
Este pensamento e esta ação se tornam mais
relevantes ainda quando consideramos que o ano
de 2012 será o Ano Internacional do
Cooperativismo, e a política será tema de debates
acalorados. Tenho certeza de que a nossa
experiência será de grande valia aos que entendem

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que, através da ocupação de espaços políticos,
podemos pular etapas e com isso fortalecer de
for ma significativa os caminhos que o
cooperativismo deve trilhar para que realmente ele
ganhe a sua tão sonhada emancipação e ocupe o
lugar que merece na vida econômica e social de
nossa pátria.
Assim, 2012 é a oportunidade que temos de
fazer as mudanças necessárias que o cooperativismo
brasileiro precisa. Mais ainda, nas eleições
municipais, devemos fazer esforços para ampliação
de nosso espaço político, divulgando a filosofia
cooperativista nas Frencoops, federal, estadual e
municipal, criando mecanismos que possam facilitar
o surgimento de mais e mais cooperativas, sempre
respeitando a qualidade dos cooperados, a ética e a
oportunidade de sucesso empresarial.
Por isso, ao entregar esta obra aos que
procuram galgar degraus na vida pública, fizemos
questão de discorrer sobre nossos ideais
cooperativistas, mas sobretudo desejamos sucesso
aos que querem militar nas casas de lei e no
executivo de todos os municípios do país.

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Valorizem o cooperativismo, aproveitem as
sugestões dadas pelos autores deste livro, e não se
esqueçam de carregá-lo no bolso. Talvez seja
justamente ele quem vá fazer a diferença entre a
vitória e a derrota para você no pleito que se
avizinha.

Humberto Jorge Isaac


Diretor-Presidente da Federação
das Unimeds do Estado de São Paulo

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ADVERTÊNCIA

Este material foi


feito para andar no
bolso do candidato, bem
do lado do coração, isto
é, deve ser lido com a
razão e vivenciado com
o coração. E mais, é um
livro pequeno, por isso
deve encorajar a leitura a todos.
Com ele, aqueles que disputam poderão lançar
mão de um auxílio em momentos difíceis da
campanha, quando um conselho, uma dica, um
discurso são requeridos com urgência e salvam (esta
é a palavra salvam) o candidato de viver um instante
embaraçoso e com isso se conquista o voto que
precisa.
É um livro para se levar no bolso quando se
está na rua, no ombro a ombro da disputa, naquele
momento em que tudo deve ser feito rapidamente e
não se pode errar.
17
Mais que isso, tem que ser feito na hora e
corretamente, porque erros são fatais e as disputas
políticas a cada dia estão mais profissionalizadas.
A campanha é dinâmica e apresenta fatos
novos todos os dias. Assim, decisões precisam ser
tomadas na hora e corretamente.
O livro traz dicas, alguns lembretes sobre
coisas que o candidato provavelmente já deve ter
feito, ou apenas para confirmar o que é preciso fazer
se não o fez, ou lembrando que é bom fazer, além de
trazer comportamentos de campanha, ações para
momentos em que os candidatos têm que enfrentar
adversários e imprevistos comuns em campanhas
políticas e, mais, o livro fala muito sobre a oratória.
É bom destacar que hoje com as restrições da lei
eleitoral, voto se ganha no “gogó”, isto é, quem
convence, vence.
Numa campanha, pela dinâmica e a
velocidade com que as coisas acontecem, é bom ter
nas mãos alguns caminhos que se possa seguir,
porque raramente se tem tempo para retomar uma
oportunidade perdida.
Não perca nenhuma delas!
Os autores
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I – RELEMBRANDO COISAS
IMPORTANTES

No começo deste livreto, queremos recuperar


alguns conceitos de Marketing Eleitoral, vistos nas
obras anteriores: Marketing Eleitoral, para quem tem
os pés no chão e Marketing Eleitoral, fidelize seu eleitor e
vença sempre.
Vamos retomar afir mações, reafirmar
caminhos, mas sempre de forma simplificada e de
memorização fácil para que o candidato não se
desvie do que traçou, e principalmente, para que
ele relembre o que já leu ou sabe, e assim erre menos,
afinal não existe campanha com 100% de acerto,
por isso quem errar menos tem chances de levar
vantagem.
Daqui para frente vamos nos referir a você
que está lendo esta obra sempre a segunda pessoa.
Assim, as colocações serão mais incisivas.
Vamos lá!

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1) Família
Acerte os
ponteiros em casa. Se a
sua família não entrar na
campanha é ruim, e lhe
enfraquece, mas se ela for
contra, desista, a sua vida
vai ser um inferno, mesmo
que você ganhe.
O ideal, na campanha política, é que todos
participem, começando com a família, os amigos
da família e os amigos dos amigos da família.
Uma boa ideia para envolver a família é criar
comitês. – no partido e na campanha. O comitê de
juventude, onde os filhos pedem pelos pais
candidatos, o comitê das mulheres quando o
candidato for do sexo masculino. Mulher falando
para mulher tem força de convencimento. Lembre-
se sempre disso: o primeiro passo é a família.

2) Partido
Cuidado com o partido – sua organização
pode cometer erros. Não basta ele ser favorável ao
seu nome, é preciso que a papelada de seu registro

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de candidatura esteja certa. Tem gente que ficou
sem candidatura por conta de erros involuntários (e
até voluntários), inclusive muitos entraram numa
armação e ficaram de fora da disputa eleitoral.
Um dos erros mais comuns de candidatos é
ver seus companheiros de partido como inimigos
eleitorais. Eles são, no fundo, seus parceiros, pois é
com o voto de todos que se ganha, apenas procure
estar na ponta, mas não complique a candidatura
de ninguém porque sua vitória depende da soma
dos votos de todos.

3) Caixa de Campanha
Em uma campanha eleitoral se gasta dinheiro
até para perder. No começo, ninguém banca e o gasto
será todo seu. Aí é que está o caso. Com medo de
gastar, você segura o ritmo e justamente por não ter
ido longe, na hora dos investimentos ninguém
investe em você. O
custo / benefício das
ações deve ser o melhor
possível sempre, mas no
começo esta relação tem
que ser ainda melhor,

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afinal cada tostão investido tem que ter retorno certo
de voto amanhã. Um bom conselho é que, para fazer
sua campanha, inicie imediatamente uma poupança,
a qual não pode ser menor do que 10% dos seus
rendimentos. Lembre-se, se você não acreditar em
você mesmo, quem acreditará?

4) Cuidado com o poder


Geralmente quem entra na política pensando
apenas nas benesses do poder, acaba se dando mal.
O poder é fogo que queima até a alma para quem
não sabe agir dentro dele. É preciso haver uma
honestidade de propósitos, você precisa ter uma
bandeira capaz de conduzi-lo para as coisas corretas
que a política pode fazer pela população. Essa
bandeira tem que ser específica e motivar seus
eleitores
Não entre na política pelo portal glamoroso
da eleição, pensando nas ações “políticas” de fundo
de quintal, todas inomináveis e feitas às escondidas.
A sua campanha pode ser um jogo, mas seu mandato
não. O povo espera lideranças capazes de mudar as
coisas para melhor. E, cada dia mais, devido à
velocidade da comunicação, o povo percebe quando

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o candidato tem propostas sérias ou não. Lembre-
se de que quando você vence, deixa de ser um
cidadão comum e passa a ser um líder. Não
decepcione as pessoas que votaram em você, porque
a reconquista é 10 vezes mais difícil e trabalhosa
do que a conquista que você obteve.

5) Adeus aos magos


Cuidado: não acredite nos
mágicos de ocasião. Marketing
Político não é feito por gurus, é
feito por gente que entende de
marketing. Portanto, não se deixe
levar pelas promessas
mirabolantes de uns e outros.
Ninguém tira a eleição da cartola.
Procure se informar sobre quem você irá
contratar, e lembre-se sempre de que uma campanha
começa pelo planejamento, portanto, peça isso logo
de saída ao seu marqueteiro. Quem souber lhe fazer
um bom planejamento e discutir cada etapa com
você, pode merecer crédito.

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6) Pesquisa
Sem pesquisa ninguém consegue achar o
caminho do sucesso. Não há vento favorável para
quem não sabe aonde quer ir. Isto é, sem saber
qual o seu público alvo, os locais onde fazer
campanha, o discurso que deve usar e quais os
temas relevantes que a população quer discutir,
não dá para pôr a campanha na rua. A pesquisa,
somente ela, lhe dá esta orientação. Se não fez
nenhuma, faça. Se seu partido tem uma em mãos,
estude-a, mas jamais saia nas ruas sem saber o que
dizer ao povo em cada lugar ou segmento social
no qual está buscando votos. Lembre-se de que,
com a Internet, há inúmeras pesquisas disponíveis,
principalmente as que falam sobre anseios de nosso
povo. Aproveite!

7) Posicionamento
Você já sabe: posicionamento é o espaço que
um candidato ocupa na mente do eleitor. Você vai
lutar a campanha toda para se posicionar na mente
dos seus eleitores, por isso seja fiel às suas ideias,
ao seu perfil, à sua plataforma de campanha. Quem
pula de galho em galho, querendo todo o eleitorado,

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acaba ficando sem ninguém. Mais ainda, o
posicionamento não é privilégio seu. Muitos estarão
se apresentando como candidatos da educação, do
esporte, da ecologia, do seu bairro, enfim, você não
estará só, por isso cuide da campanha, ela é que irá
diferenciá-lo dos demais. E, esteja atento: bom
discurso, boas ideias, simpatia com o eleitorado,
presença constante junto ao seu público alvo são
fundamentais. Procure se fortalecer ao máximo onde
você já é forte e melhorar o que puder onde é fraco,
em suma, onde você está bom, fique ótimo; onde
está mal, fique bem. Consulte sempre sua equipe
de trabalho, ela deve ajudar você no posicionamento
que escolheu para enfrentar a eleição.

8) Perfil
Seu perfil praticamente,
já existe. É a somatória
daquilo que você foi ao longo
de sua história na comunidade,
mais o que a pesquisa disse
que você deveria ser. Algumas
histórias de vida podem até
ser fabricadas em parte, mas

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não dá para fazer um “outro” você. Por isso, veja
onde você pode se encaixar, isto é, quem pode
querer um candidato como você, e aí está seu
público alvo. Não se desvie dele nunca. Não se
esqueça: ressalte suas qualidades e esconda seus
defeitos se for possível e se não for, seja o primeiro
a falar de seus defeitos, pois poderá colocá-los
ao eleitorado de uma maneira mais suave. Se você
não fizer isso, seus adversários irão atacá-lo
através dos defeitos que você possui e tenta
esconder.

9) Plataforma
Ela é a bandeira de um candidato, não dá para
ficar sem ela. Todo eleitor deseja saber por que você
está se candidatando, suas ideias, seus projetos para
cada segmento social, cada localidade, e isto forma
a sua plataforma de campanha. Estude bem os
argumentos que irão pôr suas ideias em prática, veja
como vai defender suas bandeiras, principalmente
as sociais, porque seu discurso nasce daí. A
participação da sua equipe de campanha neste
momento é de fundamental importância. A
construção conjunta de sua platafor ma de

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campanha dará legitimação aos seus colaboradores,
melhorando assim seu corpo de assessores.

10) O candidato é um sedutor


Afinal, por que alguém vota num
determinado candidato? A resposta é a sedução. Seja
pelas ideias, seja pela aparência, seja por interesse,
mas o eleitor somente votará se ficar seduzido pelo
candidato. Entram nesse jogo o candidato-produto,
com a aparência, o discurso, a sua história pessoal,
etc, e o candidato-vendedor com suas ideias,
programas de governo, defesa de segmentos, grupos,
localidades, etc, e desta mistura, um pouco mais
aqui ou acolá, a fórmula está pronta para seduzir o
eleitorado. Apenas, cuidado, você é responsável por
tudo aquilo que seduz...

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11) Começando a campanha
Campanha se começa em casa, na família. O
passo seguinte é criar a sua equipe número 1. Quem
estiver com você nas primeiras horas, sentará à mesa
em caso de vitória, por isso, escolha certo sua equipe
nº 1, pois provavelmente ela lhe acompanhará
durante toda a sua vida política. Nada impede depois
em ampliá-la, melhorá-la, mas no começo a equipe
número 1 é um “petit” comitê, preferencialmente
composta por voluntários com ideais e bandeiras
semelhantes às suas que lhe ajudar a pensar, e agir
quando dos primeiros passos. Você precisa se reunir
com esta equipe semanalmente, de preferência longe
dos demais membros da campanha, e procure ouvir
seu time, discuta com eles soluções e estratégias,
possíveis falhas e quando as estratégias chegarem aos
demais membros envolvidos, veja se todos as
compreendem e são capazes de realizá-las. Lembre-
se: sua equipe número 1 tem que ser uma engrenagem
de facilitação da campanha.

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12) Agenda
Ela organiza tudo, sem ela seria o caos. Deve
ser feita por uma só pessoa e de sua inteira
confiança. Depois de feita a agenda, siga-a, as ações
de campanha estão nela. Quem tem agenda muito
cheia ou muito vazia vai mal. É preciso dosar suas
ações, mas jamais fique parado sem nada a fazer:
quem acorda pela manhã e pensa “hoje não tenho
nenhum compromisso”, com certeza está
começando a perder a eleição

13) Visibilidade, voz e eco


Dissemos que não existem magos, gurus, mas
este trinômio faz chover, é realmente um trinômio
mágico: Candidato precisa ser visto (quem não é
visto não é lembrado), precisa falar (quem não tem
nada a dizer não sabe por que quer ser candidato) e
precisa que falem dele, contem seus feitos em todos
os lugares da cidade (quem não tem seguidores está
sozinho, tem eco quem tem eleitores com ele). Quem
tiver isso organizado e atuando sem parar, tem mais
chances de sucesso. Candidato é “arroz de festa”
precisa estar onde o povo está para que o vejam.
Mais ainda, precisa aproveitar todas as

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oportunidades que lhe aparecem para falar ao povo
sobre suas ideias, o eleitor precisa ser convencido
de que você é o melhor. E por fim, é preciso que
aquilo que você fez ecoe na comunidade. Eco é feito
pelos cabos eleitorais, mas também pelas entrevistas,
pelos noticiários e pelos sites e redes sociais que
todo candidato tem que ter. Crie o seu site, ou o seu
blog, isto leva você além de si mesmo; em outras
palavras, jogue sua foto e suas ideias na mídia, na
web e o eco começará as ser feito. Nesta eleição, as
redes sociais poderão fazer a diferença, por isso
participe delas, contrate especialistas para saber o
que estão fazendo ou pensando, visite os sites de
outros candidatos, enfim, procure aprimorar este lado
“web” de sua campanha - falaremos sobre isso mais
à frente.

14) Cabo eleitoral


Com as restrições de campanha impostas pela
legislação eleitoral (fim das camisetas, brindes,
showmícios, etc) o cabo eleitoral ressuscitou e
passou a assumir novamente uma função
importante. Cabo eleitoral é aquela pessoa que gosta
e sabe fazer relacionamentos e deve ser contratado

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pela campanha. Depois da TV, hoje é o elemento
mais dispendioso da campanha, e está provado que
quanto mais cabos eleitorais você tiver (inclua aí os
voluntários) maiores serão suas chances de vitória.
O cabo eleitoral não é mais o dono dos votos como
antes (aliás, se um cabo eleitoral disser a você que
tem 300 votos, saia fora dele, quem tem isso é
candidato e não cabo eleitoral).
Atualmente, o cabo eleitoral é um “promoter”
do candidato. Sua função é abrir portas, apresentar
pessoas, fazer rádio-peão. Por isso precisa ter bom
relacionamento no pedaço onde atua e precisa ser
treinado, precisa ter material constante e precisa
estar atento a tudo para ser um grande informante
do que acontece na sua região de atuação. O cabo
eleitoral precisa ter tarefas explícitas, e se der, metas
diárias. A coordenação da campanha deve se reunir
diariamente com ele.

15) Cercar a boiada


Candidato interiorano me disse certa vez que
era preciso “cercar a boiada”, caso contrário, ao sair
para buscar mais bois, os que estavam por ali sem
cerco poderiam fugir.

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Na sua simplicidade, o que ele queria dizer
era que é preciso re-visitar seus eleitores. Não basta
apenas uma visita, uma promessa, é preciso que o
eleitor saiba que você pensa nele, tem interesse nele
e por isso, não visite apenas, re-visite para não perder
o que você já conseguiu. Não é fácil conseguir tempo
e atenção de seu eleitor, mas a persistência, a
paciência e visitá-los algumas vezes e não uma vez
só é que pode garantir o voto.

16) Check list mínimo


Nem tudo corre solto e às mil maravilhas na
campanha. Às vezes surgem os desacertos e se
algumas medidas rápidas e certeiras não forem
tomadas, as coisas podem desandar e aí, para ajustar
tudo novamente é difícil.
Assim, constantemente, faça a checagem
desta lista de procedimentos para não afrouxar a
corda e deixar as coisas soltas na sua campanha:
a) A equipe número 1 está atuante, preciso
aumentá-la?
b) Minha equipe de rua está no tamanho
adequado, estão trabalhando bem?

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c) Tenho pessoas de vários locais e bairros
atuando como cabos eleitorais?
d) E mulheres, minha equipe tem pessoas
do sexo feminino, há um discurso para
elas?
e) Como está o caixa de campanha, vou
conseguir manter um bom ritmo de
campanha?
f) Tenho material suficiente para atender as
necessidades de propagação de meu
nome?
g) Minha propaganda ficou boa, as pessoas
têm gostado, dá para mudar ou não
preciso?
h) E o meu visual, tenho bandeiras, faixas
de rua, elas estão dando certo?
i) As reuniões em casas de família estão
produzindo efeito, o que está errado e
precisa ser corrigido?
j) Tenho veículos suficientes para a minha
locomoção e a locomoção da equipe?

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k) Meu comitê está organizado, o
comando está dando conta do que
precisa ser feito?
l) Minha agenda está bem coordenada,
tenho eventos diários e os tenho
cumprido?
m) Tenho re-visitado meus eleitores para
não perder o vínculo?
n) Minhas mensagens, jingle, estão prontos
e rondando o tempo todo?
o) Meus carros de som estão circulando nos
locais corretos diariamente? O som é de
boa qualidade?
p) Como estão os layouts dos novos
materiais a serem feitos: folder, jornais?
q) Tenho faixas de residências sendo
colocadas em muitas casas?
r) Meu discurso tem sido aceito com
interesse, o que preciso mudar?
s) Meu site / blog tem tido acessos? Tenho
um esquema fluente de e-mails para falar

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com as pessoas? Como estão os
comentários sobre minha campanha nas
redes sociais?
t) Como estão os adesivos de carro, tenho
carros em boa quantidade com eles?
u) Minha contabilidade, como está, tenho
seguido as normas para aprovação de
minhas contas de campanha?
v) Estou preparando um esforço de
campanha para os últimos 15 dias, com
re-visitas, passeatas e novas ações para
conquistar mais votos?
x) Estou preparando a boca de urna e
mapeando os colégios e cabos eleitorais?
y) Vou fazer carreata separada ou participar
da carreata do partido? Se for no partido,
o que posso fazer para destacar minha
presença (carros diferentes, jingle,
pessoas, etc)?
w) O que mais devo pensar para fazer o que
devo corretamente na campanha?

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z) Já marquei data para a reunião final de
campanha para motivar a equipe toda para
a boca de urna?
z’) Como a imprensa especializada está
vendo minha campanha? Como posso
melhorar isso?

17) Por fim, as redes sociais


Alguns especialistas dizem que as redes sociais
farão a diferença nestas eleições. Talvez não se
chegue a tanto, mas que elas serão importantes, isso
não há como negar.
Mas, cuidado, estes espaços são
profundamente pessoais e se o pessoal da rede se
sentir invadido, ou se o pessoal sentir que você está
usando a rede com segundas intenções, o tiro pode
sair pela culatra.
Por isso, é fundamental que você tenha
pessoal especializado para fazer o trabalho de
marketing nas redes sociais. E olha, vale a pena.
Não há custo de papel, nem de postagem, a
velocidade de informação é muito grande, além de
que você controla a fonte de informação e pode

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fazer as mudanças que quiser num piscar de olhos.
Por isso, tenha cuidados especiais ao usá-las.
Ninguém gosta de ver o seu espaço invadido sem
permissão, e mais que isso, ninguém gosta de se
sentir enganado.
Mas, se você souber usar esta mídia e cair nas
graças do pessoal que lá está, tenha a certeza de
que terá eleitores fieis, com grande capacidade de
mobilização e que ajudarão em muito a sua
campanha. Por isso, atenção, faça o melhor e contrate
pessoas capazes que saibam trabalhar com esta
mídia nova e de grande importância na comunicação
globalizada.
Por fim, comunicar-se com o eleitor é
fundamental
A campanha toda será uma procura incessante
de comunicação com o eleitorado.
Há técnicas de comunicação que auxiliam
quando você for falar com seus eleitores. Quem se
comunicar melhor, com propaganda certa para
mostrar a si mesmo como alternativa viável, será o
escolhido.
A tarefa não é fácil, mas é gratificante, afinal
a disputa política sai da disputa em si e entra no

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terreno do pessoal, é você que está no jogo, um ser
humano que pode ser aprovado ou reprovado pela
comunidade. Quem quer uma disputa mais terrível?
Seja como for, não desista nunca, porque voto
é patrimônio, quanto mais se consegue, mais
importância se tem nos meios políticos. Lembre-se,
eleição é fila, e a fila anda. Fique colado nela.

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II - PARA QUANDO FOR FALAR EM
PÚBLICO

As pessoas têm
receio de falar em público,
e é até justificável, mas
depois de um certo tempo,
isso tem que acabar
porque um político que
não fala, que não conduz,
que não embala os ouvintes, terá dificuldades para
vencer na vida pública.
Assim, relaxe, cuide do tom de voz, tenha em
mente quase que decorado o texto escolhido e fale
com naturalidade.
As pessoas querem ouvir você, querem saber
sobre suas ideias, então dê o recado com confiança.
Ninguém gosta de discursos imensos. É
preferível um texto curto e direto. Dá a sensação de
que poderia ser dito mais coisas, mas você optou
por ser direto, isto é bom, a oratória moderna é

39
dinâmica.
Ademais, existem questões que parecem
periféricas, mas não são, elas entram como
componentes na oratória. Vamos ver:
a) Aparência – todo mundo está olhando
para você e, antes mesmo de começar a
falar, o ouvinte faz uma imagem sua. Por
isso, cuidado ao se vestir. Nada de ser
espalhafatoso. O jeans é usado por ricos
e pobres e é um bom caminho. A cor
branca é sempre básica e todos aceitam
bem. Evite contrastes agressivos. Esteja
próximo da aparência do grupo que está
visitando para mostrar que você é “gente
do mesmo time”.
b) Movimentação em cena – ao falar, não
fique parado. Locomova-se devagar e olhe
para todos os lados da platéia. Nada de
ficar apertando as mãos no peito, pôr as
mãos na cintura, nos bolsos e nas costas,
ou desviar o olhar para um ponto fora do
local onde todos estão.
c) A mímica ajuda – fazer gestos corretos

40
complementa sua oratória. A cabeça pode
confirmar ou negar conforme seu texto.
Use os braços para reforçar as frases ou
ideias que está expondo Além disso, o
olhar contribui para fixar alguns pontos,
use isso. Evite o gesto chulo.
d) A voz – a impostação já era, seja você
mesmo. A entonação (aumentar o tom em
algumas palavras) ajuda no andamento do
discurso. Treine isso.
e) O silêncio diz muito, não se esqueça, às
vezes deve-se calar para sugerir. Saber usar
o silêncio é uma arte, fazer pausas que
significam coisas, que criam suspense, é
ajudar sua oratória ser sempre melhor.

Por fim, um lembrete: conforme o seu


interesse, crie o cenário da sua fala. Se for criticar,
crie um cenário negativo; se for elogiar, faça com
que a introdução seja positiva. A massa de ouvintes
segue o cenário que você criou no início. Depois de
criado o cenário, os argumentos sairão normalmente.

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Treine na frente do espelho para melhor ver
sua performance, é o que fazem os oradores, e não
só eles, os comunicadores de TV. Se puder, filme e
analise sua aparência e seu discurso junto de sua
equipe número 1 para corrigir os erros que está
cometendo. No livro, Marketing Político, fidelize seu
eleitor e vença sempre, há todo um capítulo sobre
oratória. Em caso de dúvida, consulte a obra.
O que falar? Se você estiver com dificuldades
em exercitar a oratória, observe atentamente um
bom orador e imite-o. Existe um tipo de texto curto,
geralmente laudatório que culmina sempre com uma
posição de quem está falando sobre o assunto. É
chamado de alocução.
Candidato quase sempre faz alocução e não
discursos, a não ser nos grandes comícios e apenas
o candidato majoritário. Vereadores falam pouco e
precisam ser diretos para serem entendidos e não
cansarem a platéia. O eleitor não aceita mais o blá-
blá-blá de antigamente e quer que o candidato vá
direto ao ponto, que diga o que pensa fazer pela
comunidade e pelas pessoas individualmente.
É difícil dizer isso, mas as alocuções são
geralmente superficiais, falam tudo sem se

42
prenderem a nada especificamente. Contudo, elas
atingem a consciência do ouvinte-eleitor e atendem
ao que se propõem as campanhas políticas, isto é,
tratar dos temas de for ma genérica, sem
detalhamento, mas com endereço certo a cada
público.
Decorar algumas alocuções ajudará qualquer
candidato a se sair bem de enrascadas quando for
instigado a falar. Não devem ser a tônica da oratória
do candidato, que deve buscar conteúdo mais
aprimorado, mas elas ajudam em momentos de
emergência durante a campanha.
As alocuções a seguir estão prontas, você
pode usá-las do jeito que estão, embora possa
ocorrer que outro candidato também leia a obra e
diga o mesmo. Por isso, seria interessante dar alguns
toques pessoais à sua fala para ser diferente.
Entenda estes exemplos como modelos,
aprimore-os se quiser, mas mantenha a unidade e
concisão. Falta um final que depende de você.
Terminar com “pensem nisto”, “farei isso se for
eleito”, “confiem em mim e faremos isso juntos”,
ou outro final de seu agrado é importante, embora
alguns textos, ao final, já sejam conclusivos.

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Separamos as alocuções mais necessárias para cada
tipo de público a respeito do qual o candidato vai
precisar se referir em suas falas e reuniões.
Vale a pena reforçar: os textos a seguir não
devem engessar você, mas servem para “quebrar o
galho” em momentos em que não se sabe o que dizer.
São falas curtas para usos emergenciais. Por isso, o
livro foi feito para andar no bolso do candidato...

Para os jovens
Houve um tempo em que ser jovem era ficar na fila dos mais
velhos à espera de uma oportunidade. Este tempo acabou.
Hoje o jovem é dinâmico, competente, e, por seus próprios
méritos, abre as portas do futuro e transforma o amanhã em agora.
Ser jovem hoje é exatamente isso: antecipar, por esta razão é que o
mundo moderno é da juventude e graças a ela é que o progresso
começou a caminhar, não a 20, mas a 100km por hora..
Entendo que devemos cada vez mais ampliar os canais de
acessos e incentivar o jovem a ser o comandante de seu destino na
busca do sucesso. Por isso, quero democratizar as oportunidades,
dando aos jovens condições de crescimento para que eles possam
transformar a sociedade, tornado-a cada vez mais humana,
progressista e justa.

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Para os idosos
Não há maior injustiça do que se
esquecer de quem fez o progresso que temos hoje.
A terceira idade tem o mérito de ter trazido
até aqui tudo aquilo que foi construído dentro
da sociedade.
E mais: a experiência adquirida ao
longo dos anos não pode ser esquecida em nome
da renovação, porque a sabedoria vem com a
idade. Aqueles que sabem disso valorizam os
idosos, cuja tarefa social já foi cumprida e hoje merecem o descanso,
merecem as preferências, e sobretudo merecem ser ouvidos. Sou daqueles
que acreditam que a fórmula correta do progresso é a força da
juventude somada à experiência dos mais velhos. Assim, valorizar a
terceira idade com projetos sociais e de lazer, criar mecanismos para
facilitar a vida dos mais velhos com salários justos e espaços sociais
específicos de modo que eles possam interagir com a juventude é a
fórmula mais eficiente do progresso humano, saudável e justo.

Sobre a mulher
Não há desenvolvimento social e econômico sem a mulher.
Diferentemente de antes, a mulher hoje conquistou seu espaço e em
inúmeras tarefas superou o homem. Dotada de sensibilidade e capacidade
de realização, a mulher é a incansável trabalhadora que administra o
lar, educa os filhos e hoje começa a sair para o trabalho, ou quando
não, trabalha em casa para aumentar o orçamento familiar.

45
O resultado disso é que a vida melhorou depois que a mulher
se tornou mais atuante. Hoje ela avança e começa a participar mais
intensamente da vida pública. Sua capacidade tem ajudado na escolha
de melhores representantes para as câmaras municipais e prefeituras,
por isso sua voz deve ser sempre ouvida.
É imperativo que cada dia mais sejam criadas opções de
trabalho para as mulheres, dotando-as de conhecimento para a vida
profissional, através de cursos de capacitação, porque com a
participação feminina, a sociedade pode avançar ainda mais na direção
do progresso.

Sobre o esporte (jovens nas ruas)


O esporte é o meio mais
seguro para tirar a juventude
do caminho das drogas, porque
o esporte cria novos centros de
interesses para o jovem,
dotando-o de força de vontade
para crescer, vencer, bater recordes, enfim, o esporte se torna a vida
do esportista, substituindo as drogas.
Mais do que isso, hoje o esporte é a chave para o sucesso e a
conquista de uma vida melhor, abrindo reais perspectivas de futuro.
Assim, cabe ao poder público criar mecanismos de descoberta de
atletas em cada comunidade. Cabe ao poder público elaborar parcerias
sadias com a iniciativa privada para apoiar atletas, dando-lhes
condições de treino e competição.
O poder público pode e deve entusiasmar os jovens para a

46
prática desportiva, não se importando com a faixa etária ou condição
social, porque o esporte é a mais democrática das opções de
desenvolvimento individual, pois prestigia a habilidade e o esforço de
cada um, igualando-os nas pistas e nos campos.
Incentivar o esporte, envolver o jovem, é meta prioritária de
qualquer administração municipal. Vamos fazer isso juntos.

Sobre a educação
Ao contrário da indústria cultural importada, que manipula
e condiciona as mentes dos jovens, a educação amplia os horizontes e
mostra o mundo como ele é. Mais que isso: o educador não só abre as
portas do discernimento como ajuda a decidir para a escolha correta
entre o certo e o errado.
Por isso, não há como separar a educação do desenvolvimento
e do futuro das pessoas. Somente com o saber é que o jovem estará
preparado para o amanhã, pois todos afirmam sabiamente que a
moeda do século XXI é o conhecimento e cabe à escola dar isso aos
seus alunos. Assim sendo, a função do professor assume uma nobreza
e importância sem par. São eles que alfabetizam, que abrem as
mentes, que estabelecem rumos saudáveis para o adequado
comportamento social.
Com a vida difícil de hoje, as famílias delegaram aos professores
muito do que os pais faziam antes. Por isso, o mestre deve ser visto
não com carinho, geralmente piegas, mas sobretudo como um agente
transformador da sociedade, que merece pagamento justo, dignidade,
condições de trabalho para transformar o mundo para melhor. Sem
ele, não há futuro.

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Contra a violência
Para tudo há
limites. A violência chegou
a índices que não podemos
mais tolerar. No fundo, nós
estamos presos e limitados, enquanto os bandidos nos aprisionam em
nossos próprios lares através do medo.
Se as autoridades não buscarem alternativas seguras para
dar ao cidadão a tranqüilidade que ele precisa, nossa sociedade pode
caminhar para o caos. A polícia e o judiciário precisam de mais
energia para fazer cumprir as penas contra os que infringem as leis,
e ambos, polícia e judiciário precisam ser incorruptíveis para poder
fazer prevalecer a justiça, a paz e a ordem. Assim, todos nós devemos
cobrar dos governantes ações efetivas de proteção à família, ao
trabalhador, de forma que possamos sair às ruas em segurança
para trazer para o nosso lar o sustento que precisamos. A segurança
é um direito que todos temos, resta apenas ao governo cumprir a sua
parte, para que possamos desempenhar a parte que nos cabe de
forma a construir um melhor futuro através do trabalho digno e
produtivo que conduz ao progresso.

Sobre o emprego
Nossa comunidade é competente – homens, mulheres, jovens
e idosos – o que precisam é de apenas uma oportunidade para
mostrar que podem crescer e isso vem com o trabalho. Não se
trata apenas de ganhar o pão de cada dia, mas ganhar dignidade

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para viver. Sem trabalho, o ser humano se vê à míngua, desesperado
e envergonhado perante à sociedade e à própria família. Por esta
razão, é que a tarefa fundamental do poder público é abrir postos
de trabalho, trazer indústrias, amparar o comércio e para aqueles
que não acham colocação, facilitar ações que lhes permitam conseguir
sustento para o seu lar. Isto se faz com cooperativas de mão de
obra, se faz com facilidades para o comércio autônomo, se faz com
cursos simples para funções importantes e complexas como eletricistas
instaladores, digitadores de computação, culinária para as mulheres,
cursos de cabeleireira, manicure entre outros. Quando o poder
público vira as costas para as necessidades de abertura de empregos
para seus munícipes, está abrindo a porta para a malandragem,
o crime, o negócio fácil tão nocivo aos cidadãos, principalmente os
jovens. Emprego, oportunidades de trabalho, eis a fórmula para
uma cidade mais humana, feliz, onde as pessoas, com dignidade,
podem viver melhor.

Sobre o lazer
Nem só de pão vive o homem. Além da palavra do
senhor, há a necessidade do lazer. Quem trabalha ou busca
emprego a semana toda; quem sofre as agruras da vida de hoje
em dia que não está fácil, haja vista o custo da mesa, o custo do
remédio, do transporte; para quem sua a camisa pelos seus
familiares, tem que existir algo mais do que a TV nos finais de
semana. O poder público pode e deve facilitar o lazer aos
moradores da sua cidade. As festas populares e religiosas, os
shows em espaços públicos, a criação de mais praças com parquinho

49
para as crianças, os passeios pela natureza são, sim senhor, de
obrigação do governo municipal e estadual. Mais que isso, a
paixão do brasileiro é o futebol. Valorizar os campeonatos
amadores da cidade, melhorando os campos para que as famílias
possam ir, esposas e filhos, e enxergar o morador da cidade
como mais do que um votante apenas, é ver nosso povo como
gente e não como máquina, como número de IPTU. Todos
merecem o lazer e o poder público não pode se furtar a isso.

Sobre voluntariado
O governo não pode fazer tudo, e às vezes nem competência
possui para isso. A sociedade, então, cansada de ver as coisas por
serem feitas, colocou a mão na massa. Hoje, ser voluntário e atuar
na comunidade não é apenas importante para a sociedade, é uma
questão de realização pessoal. Dar de si para os necessitados, ajudar
os que precisam mais do que você, é atender ao apelo divino de
propagar a felicidade nesta vida. Mais ainda: é mostrar a todos
aqueles que não se importam com o próximo que existe a fraternidade
e ela veio para ficar desta vez. Estender a mão às vezes é mais do
que curar uma ferida e todos aqueles que fazem isso em prol dos
miseráveis e desvalidos, melhoram a comunidade onde vivem e,
principalmente, tornam viva entre nós a palavra do criador. Ser
voluntário é ampliar o senso de irmandade que todos temos dentro
de nós. Basta olhar para trás para se ver que há os que precisam de
nossa mão amiga, de nossa palavra de consolo de nosso amparo. Aos
que fazem isso, o meu obrigado e parabéns pela sua coragem e
desprendimento.
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Sobre os deficientes
A vida está difícil para nós? Todos
concordamos que sim. Se nós que somos
perfeitos, sentimos o peso da vida, imagine
aqueles que possuem uma deficiência. Para
eles, o fardo é maior, é custoso, é suado, mas
mesmo assim, eles não desistem e provam
com sua dignidade e esforço que o que
precisam é apenas uma oportunidade de
mostrar que são capazes, igualmente a nós.
Por isso, abrir vagas para deficientes nas empresas como manda a
lei, é importantíssimo e cabe ao poder público fiscalizar se isto está
sendo feito. Melhorar as vias de acesso para que os deficientes possam
transitar com segurança, é obrigação do poder público e precisamos
cobrar para que isso também aconteça. Ter transporte coletivo apto
a acolher os que têm deficiência física é mais do que uma lei, é
humanitário. Criar uma legislação que possibilite aos cegos, aos surdos,
aos cadeirantes terem acesso a tudo o que a vida pode lhes dar é
missão dos homens públicos e aqueles que não o fizerem, não apenas
estão sendo maus políticos, estão sendo maus cidadãos, egoístas e
sobretudo insensíveis a quem precisa de apenas uma oportunidade
para mostrar que é igual a todos nós.

Sobre ecologia (poluição)


A vida está em harmonia. O sol nasce, a noite vem, a chuva cai,
o vento sopra, as flores encantam enquanto as frutas têm o seu tempo, os

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cereais também, na seqüência natural da vida Enfim, tudo aquilo que
depende da natureza, ela cumpre, e o faz bem. Mas e o que depende de
nós? Cuidamos dos rios, da terra, do ar, das matas ciliares? Se não
mantivermos a harmonia, o planeta um dia irá acabar por falta daquilo
que ele nos deu e que nós destruímos. Por isso, a ecologia é importante,
por isso poluir, mais do que uma violação da lei, é construir um futuro
pior para todos nós, nossos filhos e netos. Quando falamos que a
humanidade irá pagar, falamos que nossos filhos, nossos netos assumirão
a dívida que estamos fazendo. Quando destruímos a natureza, estamos
destruindo as oportunidades de vida futura para nossa família. Por isso,
seja ecologicamente correto – reutilize, reduza, recicle. Não polua, preserve
a natureza, plante uma árvore, não estrague as águas porque a harmonia
da vida depende de que estas ações sejam feitas agora, porque o amanhã
de todos nós será o resultado das boas os más ações que praticamos hoje.

Sobre desenvolvimento econômico


Nenhum cidadão
melhora de vida se a cidade onde
ele reside, trabalha, não se
desenvolver economicamente. As
pessoas pedem emprego, mas
como eles virão se não houver
desenvolvimento? Querem
moradia própria, mas como pagar o CDHU, ou a Caixa, se não
houver um bom emprego? Desenvolvimento econômico se faz com criação
de oportunidades de ganho para todos os cidadãos. O poder público
precisa cumprir a sua parte, facilitando o comércio e a indústria locais,

52
além de ir buscar empresas de fora e facilitar para que elas gerem
trabalho digno e riqueza. Na guerra fiscal, é preciso oferecer vantagens
para atrair mais investidores, enfim, a tarefa é exclusivamente do poder
público e não dos cidadãos. Quem dorme em berço esplêndido, perde as
oportunidades de sucesso que a vida oferece. Desenvolvimento econômico,
empreendedorismo, palavras mágicas, capazes de tornar a cidade mais
próspera e a sua gente mais rica e feliz. Vamos acordar o poder municipal
e fazê-lo trabalhar pelo progresso de todos nós.

Sobre responsabilidade social


Nenhuma empresa moderna pode se furtar da responsabilidade
social que possui frente à comunidade onde vive. O poder público está
praticamente falido, perdido entre a folha de pagamento dos funcionários
municipais e as obrigações de investimento interpostas pela legislação.
Com isso, pouco se tem feito para a melhoria da vida dos cidadãos.
Neste caudal de dificuldades, os mais necessitados ficam à mercê da
sorte por serem os mais vulneráveis. Se a empresa, fonte geradora de
recursos, não assumir o papel social que lhe cabe, a miséria só tenderá
a aumentar. Por isso, as empresas modernas são socialmente responsáveis,
porque chamam para si a melhoria da qualidade de vida de seus
funcionários, da mesma forma que atuam no meio, com vigor, inteligência
e muita humanidade para minorar a dor daqueles que precisam de
amparo e, por infortúnio do destino, vivem da caridade alheia. A
empresa moderna é parceira do poder público com um único objetivo,
melhorar a vida da comunidade e dos cidadãos. E não há tamanho
para assumir esta responsabilidade, qualquer empresa pode fazê-lo,
basta a prefeitura incentivar estas ações, buscar o diálogo e ajudar a
executar projetos capazes de melhorar a qualidade de vida da população.

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Sobre saúde
Sem saúde nenhum ser
humano pode se capacitar para a
conquista de um futuro melhor. Os que
podem, pagam planos de saúde, os que
não podem, precisam do serviço público
– o nosso SUS.
Nesta hora, quando o cidadão está doente e que mais precisa
de atenção e carinho, os postos de atendimento não podem ser insensíveis
a isso e lhes fechar as portas. Os atendentes precisam ser mais humanos,
os médicos precisam chegar na hora e cuidar com carinho daqueles que
estão fragilizados pela doença. É neste momento que a mão do
administrador público tem que se fazer sentir. Humanizar os postos
de saúde, dar remédios gratuitamente de verdade, sem falta constante
dos mais caros no estoque, e oferecer tratamento digno e carinhoso aos
doentes é o que devemos exigir dos governantes. É o dinheiro público
quem paga as contas e este mesmo público precisa receber o que procura.
Saúde é um direito constitucional, por isso é preciso fazer valer este
direito, dando ao cidadão o atendimento e a cura que precisa, para
que, ele estando sadio, possa enfrentar o dia-a-dia, e com forças, trabalhar
para seu bem e de sua família. Chega de falar em crise na saúde, chega
de ver pessoas morrendo nas filas de atendimento, chega de esperas
longas para internações e exames. O administrador público, a prefeitura,
precisam assumir esta responsabilidade que é dela, precisa ser mais
criativa e atender a nossa gente. Qualquer outra coisa que fale palavras
suaves para pedir paciência que a solução virá, é mentira, porque a
doença não espera. Por isso, é tempo de agir e cuidar da saúde de nossa
gente.

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Sobre corrupção
Não dá mais! Chegamos ao limite da paciência: ou acabamos
com a corrupção, ou a corrupção acaba com a gente. O corrupto é um
ladrão altamente nocivo porque ele não rouba somente o dinheiro,
rouba a saúde, o emprego, a educação, a segurança pública, a casa
própria, enfim, ele rouba a vida das pessoas. Aquilo pelo qual pagamos
ao governo para que este nos devolva com benefícios é a razão de ser
do estado. Por isso, é preciso mobilização para que os corruptos sejam
julgados rapidamente, para que as leis sejam mais rígidas e que eles
paguem pelo mal que nos fazem. A sociedade tem um dever com os
cidadãos que é não permitir que uns poucos pilantras fiquem com
aquilo que é de todos nós. Por isso, escolham certo seus representantes,
coloquem no poder pessoas que têm história de vida confiável. Fazer
isso hoje é cuidar de um melhor amanhã para todos nós.

Sobre habitação
O sonho do brasileiro é a
casa própria. Não se trata apenas
de um bem, ela é o porto seguro,
seu castelo, onde a família se
abriga e se protege das dificuldades
da vida. Ter onde morar é saber
que temos um porto seguro que nos
ampara ao final de um dia de
trabalho. Mais que isso: um chefe de família precisa ter o orgulho de
ter construído seu lar, sua casa. A casa própria é o marco de vitória
de todos aqueles que lutaram pelo pão de cada dia. Por isso, é que os
55
programas habitacionais precisam sair do papel e mais, oferecermos
oportunidade a todos para que tenham o seu próprio lar. O programa
Minha Casa, Minha Vida tem procurado proporcionar a casa
própria, ou um apartamento, a um número imenso de famílias. Mas
para isso, o governo federal precisa do apoio do poder público municipal,
através da doação do terreno para a construção dos imóveis, além da
infraestrutura e o planejamento urbano. Somente assim teremos condições
de oferecer ao povo moradias com prestações que o povo pode pagar. É
tempo de criarmos mecanismos capazes de possibilitar casas mais baratas
com prestações que cabem no bolso dos que mais precisam. A casa
própria é um direito do cidadão que trabalha; ter moradia é ter
orgulho de sua função social, é a prova de que se venceu na vida.

Nossa cidade, nosso orgulho


Eu tenho um orgulho imenso desta terra. Minha cidade, com
todos os problemas que ela possui, ainda é muito melhor do que tantas e
tantas outras cidades que existem por aí. E este orgulho que eu trago no
peito se deve, sobretudo, à gente amiga que nela vive e com o suor do
trabalho diário luta pelo pão de cada dia. Esta terra tem riquezas históricas,
belezas naturais, mas aqui é que vive esta gente companheira, os amigos do
dia-a-dia, os familiares que formam um buquê de amizades que só nos dá
orgulho. Por isso, eu penso que poderíamos crescer ainda mais, caminhar
para um melhor futuro, abrir portas para o desenvolvimento, sustentável,
minorar a dor dos que sofrem com uma saúde mais eficiente e, principalmente,
distribuir o bem comum, democratizando as oportunidades de sucesso a
todos. Somos bons no que fazemos, somos trabalhadores, somos irmãos
numa causa comum: fazer desta cidade a cidade de nossos sonhos. Neste

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momento de eleição devemos pensar principalmente nisso. Precisamos acertar
na escolha para que os próximos quatro anos não sejam perdidos. É tempo
de aprimorar a reflexão para separar o joio do trigo; é tempo de analisar
as opções que temos frente a nossos olhos; é tempo de avaliarmos o futuro
que queremos. Tenho a certeza interior de que iremos acertar porque somos
pessoas do bem e buscamos o mesmo destino feliz e próspero capaz de dar a
nossa gente a felicidade que ela almeja, e aí sim, mais orgulhosos ainda de
nossa cidade, poderemos gritar a plenos pulmões que temos orgulho em ser
daqui.

Novas ideias: oficinas comunitárias


Quantas pessoas dominam uma profissão, mas não podem exercê-
la porque não possuem o que chamamos de meio de produção? Em outras
palavras: costureiras que não têm máquinas industriais de costuras,
cozinheiras que não tem equipamento para produzir em grande escala,
soldadores que não têm ferramentas, enfim, sabem fazer, mas não fazem
porque não podem se equipar por falta de recursos. Estes empreendedores
precisam ser ajudados, assim, seria interessante que o poder público criasse
as oficinas comunitárias. Espaços abertos a todos os profissionais para que
eles tivessem como fazer serviços e assim irem se tornando autônomos. Os
espaços seriam agendados previamente de forma a atender o máximo
possível de interessados. Os insumos seriam de responsabilidade do profissional.
Uma doceira deveria trazer de casa todos os ingredientes para a feitura do
bolo de casamento, a prefeitura cederia o espaço, o gás, o fogão, a luz. Com
este procedimento, democratizaríamos os meios de produção e com isso mais
e mais profissionais poderiam ganhar o sustento de suas famílias e aos
poucos se tornando auto-suficientes. Isto é democratizar oportunidades, e
assim tornar nossa gente mais produtiva e feliz.
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Novas ideias; comboio da economia
Todo produtor gostaria de vender diretamente ao consumidor
e é fácil entender o porquê. É que vendendo direto, elimina-se o
intermediário e com isso o produtor ganha mais e o consumidor paga
menos. Em outras palavras, todos que merecem ganhar, ganham.
Para os que acham que isto é um sonho oferecemos a ideia do comboio
da economia. Caminhões com gêneros alimentícios de primeira
necessidade com preços reduzidos e contratados por um setor
especialmente criado nas prefeituras que organizariam uma vista semana
em bairros da cidade, oferecendo diretamente os produtos aos moradores.
A economia disto seria inigualável. Mais ainda, obrigaria os demais
comerciantes abaixar preços de modo a se tornarem mais competitivos.
Por outro lado, o comboio não precisaria ser de venda apenas. Poderiam
ser criados comboios de prestação de serviços; sapateiros, costureiras,
eletricistas, encanadores, enfim, profissionais que pudessem prestar serviços
especiais aos moradores e com isso terem o sustendo de suas famílias
além de oferecer comodidade aos moradores que, muitas vezes, não
sabem a quem recorrer em emergências caseiras. É uma ideia que
precisa ser aprimorada, mas vale a perna se pensar.

Sobre algumas datas


a) Casamento
A vida adquire sentido quando o ser humano constitui uma
família. Célula maior da sociedade, a família é o berço da
educação, o porto seguro do viajante, a proteção do desamparado,
enfim, é no seio familiar que a vida começa a fazer sentido. Casar,
portanto, é assumir um compromisso mútuo, embasado pelo amor, na
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busca da felicidade. Por isso, hoje quando um casal, perante Deus e
perante os homens assume sua condição de esposo e esposa, nós só
podemos nos alegrar, e pedir a Deus que derrame suas bênçãos, proteja
e encaminhe esta família nova que surge entre nós. Daqui para frente,
tudo será comum, a mesa, o quarto, as tristezas, as alegrias, enfim a
vida será projetada a dois e com isso os planos virão e muita felicidade
poderá cobrir este lar. Que a vida possa lhes sorrir, e que os frutos
deste matrimônio não tardem a chegar, porque os filhos são o coroamento
de todo casal que cria uma nova família, esta é uma missão divina, e
para isso pedimos que Deus os acompanhe.

b) Semana da Pátria
Se hoje, neste sete de setembro, comemoramos o grito do
Ipiranga dado por D. Pedro, mais ainda devemos comemorar a
trajetória de vida feita pelo nosso povo daquela data até aqui porque
a independência somos nós. Nenhum país se faz independente com um
grito num tempo qualquer do passado, ao contrário, é a vontade do
trabalho, a produção, as alegrias e as tristezas de um povo que fazem
sua independência. Por isso, neste sete de
setembro, temos que fazer um voto de união e
fidelidade aos destinos de nossa pátria. Só com
o trabalho digno para todos, o fim da miséria,
saúde e qualidade de vida, educação e abertura
de oportunidades de sucesso, casa própria,
segurança e perspectiva de futuro, só assim é
que um povo será independente de verdade. Isto
requer suor de nossa parte, esforço dos

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governantes, sensibilidade para tratar do dinheiro público e assim,
com justiça, distribuir o bem comum. Um Brasil independente ainda
está por vir, por isso estejamos preparados, vamos cumprindo a nossa
parte, vamos juntos nesta caminhada de desenvolvimento rumo a um
amanhã melhor, mais justo e verdadeiramente independente.

c) Formaturas em geral
Finda o ano escolar e com ele mais uma etapa de vossas vidas.
O diploma que ora recebem é o marco final de um longo caminho
percorrido. Mas é mais que isso: é a chave para o futuro que se
descortina frente a vossos olhos. Com esta chave, as portas do sucesso
irão se abrir a todos aqueles que, com dedicação, ética, enfrentarem
sem medo o amanhã. A vida e o futuro lhes pertencem e agora, mais
aptos e preparados, vencerão. Formandos, nossa cidade, nosso estado,
nosso país, esperam por vocês. Nossa sociedade quer vê-los triunfar.
Precisamos de profissionais capazes, profissionais honrados e honestos
que possam com o seu saber tornar melhor a vida das pessoas, que com
sua capacidade possam fazer render mais a terra, produzir mais a
indústria, comercializar com mais eficiência os produtos, profissionais
que possam prestar seus serviços de maneira honesta e eficiente. Ide
pois, desempenhar sua funções, com respeito e capacidade para fazer
desta terra um lugar mais digno e desta gente um povo mais feliz.

* Importante: não se esqueça de que as alocuções


acima podem ficar assim, terminar do jeito que estão,
mas seria interessante que você ampliasse a fala conforme
as necessidades da sua campanha.
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III - PARA QUANDO TIVER QUE
ENFRENTAR OBJEÇÕES DE ELEITORES

Já vimos, voto se ganha com sedução e


convencimento. Toda vez que você estiver frente a
frente com o eleitor e ele fizer objeções ao voto, é
porque ele está desafiando você, ele quer ser
convencido, ser seduzido. Nesta hora, adote os
procedimentos:
a) Admita que ele tem razão logo de saída
b) Encare a objeção dada por ele como se
fosse uma pergunta e responda
c) Transforme a objeção dada num desafio
a ser vencido pelo bom político
d) Crie dúvidas para a objeção dada fazendo
perguntas sobre o mesmo assunto ao
eleitor
e) Concorde em parte com o eleitor e dê as
suas ideias sobre o fato.

61
f) Tenha uma atitude otimista para o futuro
e se mostre capaz de fazer a mudança para
melhor.

É fundamental que você se lembre sempre


de que não está disputando com o eleitor, está
querendo que ele se junte a você. Ele não é o seu
adversário, por isso, enfrentamentos não levam a
nada. Brigar com o eleitor é caminho certo para
perder o voto dele, às vezes de toda a família e dos
amigos.

62
IV - PARA QUANDO DER ENTREVISTAS

Nas entrevistas
estão as chances de
exposição na mídia.
Elas são importantes
demais para fazê-las
de qualquer jeito,
portanto, prepare-se
bem. O repórter quer
sempre uma história,
um fato, uma
explicação, uma polêmica. Ele vive da notícia. Por
isso, a novidade é sempre importante e o jornal, o
rádio, a TV que conseguir dar ao público esta
novidade em primeira mão,tem vantagens sobre as
demais mídias.
Numa entrevista qualquer, é importante:
a) Não mentir, não exagerar, não pressionar
o repórter

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b) Achar um gancho para ser notícia
c) Ter dados e fotos à mão para comprovar
sua fala
d) Despertar confiabilidade
e) Procurar ser simpático, sem ser puxa-saco.

Normalmente um jornalista pauta as edições,


é preciso descobrir quem é. Neste sentido sua
assessoria de imprensa deve ser bem relacionada
com todas as mídias disponíveis para conseguir
pautar você.
Por outro lado, se você conseguir a amizade
do jornalista, terá quase que sempre espaço
disponível, por isso, trate-o bem e com
profissionalismo; dê a ele a notícia que ele deseja
saber.

64
V - ALGUMAS DICAS DE CAMPANHA
PARA O DIA-A-DIA

Elas estão no livro Marketing Político, para quem


tem os pés no chão, mas foram ampliadas e é sempre
bom tê-las à mão para leitura constante. Ademais,
aqui explicamos com mais detalhes alguns conselhos
que vão lhe ajudar bastante. Tenha cuidado com:

a) Encartar-se com a própria voz


Há momentos que falamos tanto a nós
mesmos sobre nós mesmos que acabamos nos
achando os melhores. Além disso, quando nos dizem
que estamos bem, ou quando sai um índice de
pesquisa muito bom, ficamos encantados conosco
e fazemos a espiral para dentro, e aí só nos interessa
aquilo que dizemos ou queremos ouvir. Isto é ruim
demais, espanta os amigos, torna a equipe
preguiçosa, o ritmo do trabalho diminui e o
candidato se isola, achando que é o máximo.

65
b) Não ligar demais para os boatos ou a
ciumeira
Boato e ciumeira são coisas que existem em
demasia nos comitês e entre as pessoas da campanha.
Eles merecem atenção, mas se o candidato se envolver
nisso, está perdido. Tente evitá-los e, se acontecer,
procure esclarecer o boato e deixar claro à equipe que
todos são peças fundamentais para a vitória e que uma
equipe só terá sucesso quando trabalhar e sonhar em
harmonia.

c) Entrar na do “já ganhei” ou “já perdi”


A campanha não acaba antes da contagem dos
votos. Achar que já venceu e descansar antes do
tempo, ou achar que já perdeu e desistir
antecipadamente é a pior coisa que um candidato
pode fazer. A luta deve seguir até o final. Lute.
Lembre-se de que uma eventual derrota hoje pode
ser o alicerce da vitória amanhã, desde que você
acredite.

d) Confundir popularidade com intenção


de votos
Não é a mesma coisa, nem sempre o popular
é eleito, afinal o povo quer uma pessoa capaz e não

66
apenas conhecida, por isso não fique imaginando
que, porque você é famoso, os votos serão seus.

e) Inimigo de verdade nunca esquece e


nunca perdoa
Ulisses Guimarães disse certa vez que na
política devemos ciscar para dentro. Nada mais certo.
Por isso, as portas sempre estão abertas aos acordos
políticos. Contudo, sem discordar do velho mestre,
devemos dizer que em apenas um caso não dá para
fazer isso. É ciscar para dentro inimigos de verdade
porque estes não esquecem e não perdoam. Por isso,
cuidado, abra as portas, mas fique na soleira para
ver de fato quem pode entrar.

f) Candidato nunca deve sair sozinho para


fazer campanha
Candidato tem que ter comitiva porque ela
revela força. Quem anda sozinho tem pouca gente
a seu lado. Mas não é só isso. Sair sozinho é perigoso.
Já ocorreram casos onde se “armou” uma confusão
com o candidato sozinho, fotografaram e jogaram
no jornal. O resultado foi desastroso. Mas não basta
sair com amigos, é preciso, no mínimo, um assessor
de campanha sempre junto o tempo todo.

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g) Apesar de precisar de um pequeno
grupo para decisões, cuidado para não criar o
“clube do bolinha”
Sua equipe número 1 não precisa ser grande,
mas não fique confinado. Se os demais membros do
grupo não se sentirem enturmados, o candidato
poderá perder a eficiência do pessoal. Todos
precisam ter a sensação de que fazem parte do
“grande time”, ninguém quer ficar no banco...

h) Pesquise em outras eleições


Fonte de boas informações, as pesquisas
antigas mostram tendências dos outros candidatos,
o que é sempre bom. Pesquise as eleições passadas,
você irá descobrir características de adversários e
aliados que serão muito úteis na sua campanha.

i) Ache alguém para dizer NÃO


Geralmente não é o candidato quem deve dizer
não aos pedidos que são feitos. Isso cabe à assessoria.
O candidato deve ser honesto e transparente, não
deve enganar o eleitor e nem levar “de barriga” os
pedidos para lá na frente negar. O que pode ser feito,
DEVE ser feito, mas o candidato não pode dizer
não. Para ele, só as benesses, isto é, o sim...

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j) Escolha bem o motorista de campanha
Além de precisar
ser bom de volante, ele
tem que ser de absoluta
confiança do candidato, e
mais, não pode ser
dispensado no meio da
campanha.
Motorista ouve tudo, sabe de tudo e se “der
com a língua nos dentes”, pode complicar, afinal
muito da campanha se decide no carro.

k) Cuide da saúde
Tome um polivitamínico, evite excessos
gastronômicos e de álcool, e não fique doente. Sair
da campanha por doença, nem que seja por alguns
dias, pode ser irrecuperável. Isto sem contar os
boatos que podem advir de qualquer resfriado...

l) Candidato não pode andar sem


chicletes e desodorante
Nem é preciso dizer por quê...

69
m) Cuidado com o “porra-louca”
Ele cria confusão, principalmente se “ama” o
candidato. Ele pode dar um soco em alguém e dizer
que o candidato é quem mandou, ou perder o
controle numa discussão simples em que o nome
do seu candidato foi dito de maneira desrespeitosa,
e, de uma hora para outra, os jornais estampam que
um cabo eleitoral do candidato é violento, e isso é
duro de tirar de cena.

n) Cuidado com o “puxa-saco”


Ele se importa com o saco, isto é, quer embalar
o saco do candidato na vitória, ou consolar o dito
na derrota. Quase nunca se importa com o processo
de campanha, ele se importa mesmo é com o saco,
quer agradar o candidato e não fazer fluir a
campanha.

o) Candidato não pode fazer vítimas


Tudo o que o candidato não deve fazer é
machucar as pessoas, física, moral ou
espiritualmente. Candidato perdoa, candidato é
magnânimo, gentil, desprendido. Se na campanha,
ele machucar alguém “imagine quando chegar lá”...

70
p) Observe a regra do Duda Mendonça
O Duda, em seu livro, deixa claro que ele
sempre pensa assim: numa campanha, 30% é do meu
candidato; 30% está com o adversário mais forte; e
40% é preciso buscar fora. Só que, a primeira ação
é com seus 30% (motivar, instrumentalizar, etc)
caso contrário, ao buscar os 40% perde-se os 30%
que já se tem. Em outras palavras: é preciso cuidar
da boiada.

q) Re-visitar é mister
Não basta uma visita para se ter certeza do
voto, é preciso re-visitar, ou pelo menos o cabo
eleitoral ir na casa das pessoas mais importantes,
mostrando que o candidato não se esqueceu dele.
Eleitor – como consumidor – quer atenção, e mais
ainda, é volúvel, qualquer coisinha e lá se foi aquilo
que se conquistou. Mesmo se o candidato não puder
ir, o cabo eleitoral da região deve re-visitar os
eleitores “em nome do candidato”, isto confere
importância a quem é visitado.

71
r) Binômios equivocados na campanha
Muita opulência / muita pobreza; muita
razão/ muita emoção; muito homem / muita
mulher; autoridade / autoritarismo. Não se esqueça,
nem 8 nem 80.

s) Candidato não briga


Ofender os outros, entrar em disputadas,
mesmo vencendo sempre se perde um pouco. Deixe
os assessores, o vice, fazer isso. Numa campanha,
só o lado pacífico, bondoso, generoso do candidato
deve estar à mostra.

t) Candidato não é estrela


A estrela é o eleitor, porque quando o candidato
quer as plumas e paetês, todos os holofotes, a
massagem do ego, a coisa vai mal. Isto é coisa de
artista, não de candidato. Candidato é simples,
humilde, amigo.

u) Despertar credibilidade, ser humilde,


ser competente, ou pelo menos parecer tudo
isso
O povo quer pessoas humanas no poder, mas
que sejam capazes de realizar os sonhos da massa.

72
Ter credibilidade, passar isso ao povo, da mesma
forma a competência, a humildade é ter um perfil
altamente aceitável.

v) Nunca se deve faltar a um compromisso


Quem marca com o candidato espera a
presença dele. Não adianta mandar o cabo eleitoral,
não é a mesma coisa. E tem mais: atrasos não são
vistos com bons olhos, parecem mais desrespeito
do que excesso de campanha.

x) Não faça promessas vazias


É preferível dizer que é difícil realizar um
favor do que mentir e ficar protelando. Isto sem
contar que as promessas vazias, mirabolantes para
que o eleitor se empolgue com você não cabem mais
nas campanhas modernas. O eleitor brasileiro é
esperto demais para cair nestas mazelas.

y) Cuidado com os impulsos


Não se guie pelo impulso, consulte a
assessoria. Por isso, anote seus impulsos e passe pelo
crivo do seu pessoal mais direto.

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w) Não seja mal-humorado
O povo já está cheio de gente baixo astral,
imagine se o candidato for desse tipo também, por
isso o otimismo em dias melhores, no futuro, é a
melhor postura. Além disso, seja paciencioso, o
eleitor quer ser ouvido, quer que suas ideias cheguem
até o candidato, quer que o candidato goste de sua
sugestão. Não se irrite e ouça o eleitorado.

z) Nunca subestime a força alheia


É assim que os pequenos crescem, quando se
esquecem deles. Todo candidato adversário é um
vitorioso em potencial, por isso não se iluda, já
aconteceu em muitas eleições últimos chegarem em
primeiro. Aliás, está até na Bíblia.
Por fim, não se deve colocar isto como dica,
mas vale lembrar que durante o processo eleitoral,
o candidato deve evitar ser o grande amante. Muitos
acabaram sofrendo chantagem e outros gostaram
tanto que se esqueceram da campanha. Aliás, na
campanha as coisas nesta seara são mais fáceis, tem
muita mulher (e homem) à solta e é preciso ter a
cabeça no lugar, tanto os candidatos como as
candidatas.

74
VI - PARA QUANDO FOR SAIR
EM PASSEATA

Toda vez que for sair,


para passeatas, varrições de
bairro, fazer corpo a corpo,
bater de porta em porta
verifique a “checagem de
providências”.
a) O local é necessário
ser visitado?
b) Já estive aqui antes?
c) Quem são as pessoas que estarão à minha
espera lá?
d) Tenho minha equipe junto para fazer a
aproximação com o povo?
e) Existe material meu disponível para
distribuição?

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f) Quais são as maiores dificuldades do
bairro que eu preciso saber?
g) Quais são minhas plataformas de
campanha para a população daquele lugar?
h) Quem são os meus concorrentes diretos
no local?
i) Com que roupa devo ir?

Se o evento for maior do que uma simples


varrição, além de estar preparado, é preciso aparato
e técnica, por isso observe:
a) O evento é só meu ou de todo o partido?
b) As bandeiras e faixas de mão estão
disponíveis e em quantidade?
c) Há som de rua com potência compatível?
d) Há som de palco para os candidatos
usarem da palavra? O palco é coberto?
e) Existe contratado um gerador de energia
(para mega-eventos)?

76
f) Tenho bastante pessoal de rua para
animação em frente ao palco?
g) Minha equipe de segurança está
completa?
h) Já estudei os temas que são de relevância
para o povo do local e preparei meu
discurso?

77
VII - PARA QUANDO AS COISAS
PARECEM NÃO ESTAR DANDO CERTO

Quando tudo parece que está caindo no chão,


volte ao princípio. Para isso, basta responder
conscientemente o questionário estratégico que
apresentamos como sugestão na primeira obra
Marketing Político, para quem tem os pés no chão, e ver
onde que está o erro de campanha. O questionário
vai ajudar a corrigir sua rota de campanha.
Lembra-se das perguntas?

QUESTIONÁRIO ESTRATÉGICO DE CAMPANHA

Tema: Análises Preliminares


1) Por que quero me candidatar a esse cargo?
2) Quantos votos preciso para me eleger?
3) Quantos votos tenho?
4) Quantos votos me faltam?
5) Onde posso obter os votos que me faltam?
6) Quem são meus concorrentes mais fortes?
78
Tema: Elaboração de Estratégias de Marketing
7) O que devo fazer para obter os votos que me
faltam?
8) Com quem devo fazer alianças?
9) Qual a minha plataforma de campanha?
10) Que imagem devo passar aos eleitores?
11) Que tipo de discurso político devo desenvolver?

Tema: Estruturação Operacional da Campanha


12) Qual o melhor esquema de trabalho?
13) Quanto custará a campanha?
14) De quanto disponho?
15) Quem pode me auxiliar com o que falta?
16) Quais as pessoas que podem trabalhar na
campanha?
17) Que funções podem exercer essas pessoas?

79
Tema: Avaliação Prévia do Candidato e da Equipe
18) Qual o tempo que vou dedicar à campanha?
19) Quais as qualidades que possuo e que serão boas
na campanha?
20) Quais os meus maiores defeitos?
21) Como corrigi-los?
22) Quem pode me auxiliar na correção dos meus
defeitos?
23) As qualidades das pessoas da equipe estão sendo
bem direcionadas?

Tema: Início da Campanha


24) As ações do Comando estão sendo realizadas
dentro da programação?
25) As ações dos Comitês estão sendo realizadas
dentro da programação?
26) As ações de Campo estão sendo realizadas
dentro da programação?

80
Tema: Desenvolvimento da Campanha
27) Todos os recursos e elementos necessários para
desenvolver a campanha foram obtidos?
28) Todas as ações previstas no cronograma estão
sendo desenvolvidas?

Tema: Avaliação Permanente do Candidato e da


Equipe
29) Estou consolidando minha posição na Base
Eleitoral Primária?
30) Consegui penetrar em Bases Secundárias?
31) Minha popularidade é maior do que no início
da campanha?
32) Minha imagem tem melhorado?
33) As qualidades das pessoas da equipe estão sendo
bem direcionadas?
34) Quais os principais problemas e como corrigi-los?
35) Como administrar os conflitos e potencializá-
los positivamente?
36) Os objetivos estão sendo atingidos, ou estou
tendo problemas para chegar ao número de
votos necessários?

81
Responda para si mesmo as questões e você
descobrirá onde as falhas estão acontecendo.
Mas é fundamental que a sua equipe número
1 ajude na análise das respostas. As pessoas
costumam ser “bondosas” demais consigo mesmas
e deixam passar defeitos que podem estar
prejudicando sua ação na campanha.
Ou então, acabam sendo “severas” demais e
distorcem a verdade dos fatos.
Lembre-se: o questionário é um elemento
balizador de correção de rumos e tem que produzir
um resultado prático, isto é, promover novas ações
para otimizar os resultados a serem alcançados.

82
VIII - PARA QUANDO FOR TIRAR FOTOS

Nas fotos de
estúdio, busque a sua
melhor aparência e tome
cuidado com:

a) Barba feita
b) Cabelo penteado
c) Sorria moderadamente (gargalhar não é
fotogênico)
d) Leve várias camisas de cores diferentes
e) Tire fotos com grava e sem ela
f) Busque sempre um fundo que contraste
com a camisa
g) Nunca fique de frente como foto de
documento público.

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Alguns candidatos dão pouca importância à
foto de campanha, isto é um erro., Procure um
estúdio sério e, se der, uma produtora, eles têm mais
experiência e serão os seus melhores conselheiros.
Por outro lado, as fotos na rua são instantâneos
do candidato com o público, por isso a pose não é
requerida. Além do mais, o fundo deve ter
significado, isto é, tem que estar alinhado com a
cena.
a) Pessoas em volta sempre ajudam a foto
ser mais densa.
b) Apesar da demagogia, crianças no colo,
estar junto de idosos, estudantes, ou em
campo de futebol sempre dão boas
imagens.
c) Esteja sempre em atividade, andando,
falando, isto dá dinamismo na foto.
d) Tire fotos em locais que a maioria da
população conhece – marcos públicos,
catedral, edifícios históricos, enfim,
mostre que o fundo é da cidade.

84
Importante: a equipe nunca deve sair sem
máquina fotográfica. As oportunidades aparecem
quando menos se espera e um instantâneo, às vezes,
vale mais que mil palavras.

85
IX - PARA QUANDO FOR PARTICIPAR
DE UM DEBATE

Geralmente,
debates acontecem
nas cidades com
grande número de
eleitores. Cidades
pequenas não
adotam esta prática, mas sempre é possível acontecer.
Nesta hora, leve em consideração algumas
dicas que são fundamentais:
1) Ganha o debate não aquele que é o
melhor em ideias, mas aquele em quem o
povo acreditou mais. Isto é, o debate não
é uma disputa, é um show.
2) Assim sendo, é importante a roupa
alinhada, a gravata combinando,
aparência, enfim, fique o mais elegante
possível.

86
3) Depois, a forma de falar. Se o candidato
demonstrar segurança no que diz, se tiver
números para provar seus argumentos e
buscar a emoção, é melhor. Não adianta
falar que a habitação será desenvolvida
na cidade, é preciso dizer que “todo cidadão
tem direito a um lar, um teto, um cantinho seu
porque assim a família estará protegida”. Isto
emociona mais e a emoção vale muito
4) O que o candidato vai fazer no seu
governo deve ter sempre o povo como
beneficiário maior. Falar em orçamento
da prefeitura, ajustar os cofres públicos é
besteira, porque isto não interessa ao
contribuinte que paga os impostos e quer
o retorno de seu dinheiro. Por isso, é
preciso falar que o adversário gastou mal,
comparar gastos, coisas do tipo: “com o
que se gastou naquela meia-ponte que tem
artesanato dava para construir uma escola, ou
não sei quantas casas populares”, é melhor
do que apenas falar das cifras.

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5) Todo debate tem regras. Estude-as.
Geralmente na primeira pergunta cada um
fala de si e o que pretende. Neste
momento, é preciso ter segurança e
apelar para os valores que a
comunidade defende. No legislativo, é
importante chamar pelo bairrismo da
cidade, do bairro ter seu representante,
fixar que a região precisa ser bem
representada para proporcionar mais
empregos, segurança e assistência social.
É importante dizer que o debate deve
ficar restrito aos projetos de governo,
deixando de lado as ofensas pessoais.
6) Depois os jornalistas perguntam. As
respostas devem ser sempre objetivas e
colocando o povo em primeiro lugar. Não
se esqueça de ver com sua equipe, ou em
pesquisas, quais são os problemas da
cidade, ou região, e discuta possíveis
respostas. Se conseguir frases de efeito
nessa hora, possivelmente elas serão
notícias.

88
7) A seguir, um faz pergunta para o outro.
NUNCA PERGUNTE a seu adversário
mais direto o que ele vai fazer pela
educação, saúde ou qualquer coisa que
seja, porque aí você está dando palanque
para ele. Estas questões devem ser feitas
aos candidatos menos perigosos, porque
na réplica você pode dar as ideias que tem
sobre o tema perguntado.
8) Para inimigos diretos, as questões devem
sempre ser aquelas que possam mostrar
o desconhecimento ou fragilidade do
adversário. Por exemplo, se o candidato
for apoiado pelo prefeito e existe uma
guarda municipal na cidade que faz
muitas multas, pergunte a ele quanto estas
multas estão rendendo e o que é feito com
o dinheiro arrecadado. Se for muita grana,
é ruim porque tirou do povo, se for pouca
grana, para que, então, multar. E na
réplica, dizer que é contra isso porque o
desenvolvimento da cidade não deve ser
feito com o sacrifício da população, etc.
Se o candidato disser que vai acabar com
89
isso, você na réplica deve perguntar se ele,
então, acha que o prefeito, que o apóia,
está errado.
9) Se o adversário não for candidato do
prefeito, ou se for o próprio prefeito em
reeleição, perguntar sempre o que ele já
fez pela cidade, ou o que falta. O que ele
fez é sempre pouco e se não ele não fez
por que votar nele? Ou se falta, por que
não foi feito, então.
10) Outra coisa importante: se um candidato
adversário está falando mal do outro, é
interessante fazer com que eles discutam
no debate. Por exemplo, perguntar o que
existe de verdade na afirmação do
candidato A na entrevista que ele deu
sobre o candidato B. Neste caso, quem
pergunta nem réplica faz, deixa os dois
“quebrarem o pau” e fique fora.
11) O debate deve ser sempre bem
preparado. O candidato deve levar e
colocar à sua frente os dados que possui
sobre o que pretende fazer pela

90
comunidade. Quando o adversário estiver
fazendo a pergunta para você, ao perceber
o tema, abaixe os olhos para ler dados,
etc, já que as atenções estão em quem
faz as perguntas. Seja sempre natural ao
responder e pareça ser o senhor da
situação já que você está preparado, para
isso Um debate sem preparação é
suicídio.
12) Responda sempre aquilo que gostaria
que lhe tivessem perguntado e não
propriamente o que perguntaram.
Responda o que gosta de responder, ligue
os assuntos para fazer isso ser possível.
Se sua bandeira é segurança, falar sempre
de que vale a casa própria, escola, centro
de saúde, etc, se o munícipe perde a vida
por falta de polícia nas ruas, etc.
13) Finalizando: se puder fazer algum
acordo antes do debate com outro
candidato, cujo inimigo é comum, melhor.
Neste caso, combine como embaraçar seu
oponente mais sério. Aliás, as perguntas

91
embaraçosas, as acusações devem ser
feitas por outra pessoa e não você. Na
hora H, deixe a briga para eles.

Em tempo: ao
“enfrentar” uma
platéia, em discursos
ou debates, é
fundamental
observar que ela é
sempre diferente, e
poderá ser favorável
ou hostil ao orador.
Assim, apresentamos os tipos mais comuns
de plateias e o comportamento adequado que o
orador deve ter em cada um dos tipos de público.
• Tipo e plateia: amamos você
(amigável, cordata)
Seu comportamento: caloroso, aberto,
sorridente, generoso
Características da sua fala: Humor,
exemplos pessoais, liberdade

92
• Tipo de plateia: somos imparciais
(analítica, objetiva, imparcial)
Seu comportamento: controlado,
austero, confiante, gestos comedidos
Características da sua fala: fatos reais,
estatísticas, sem humor e piadinhas

• Tipo de plateia: não estou nem aí


(presente sem vontade, indiferente)
Seu comportamento: dinâmico, diverti-
do, gesticulador, empático, muita movi-
mentação
Características da sua fala: humor,
charges, envolvimento, citações famosas,
fatos do momento

• Tipo de plateia: você não é bem-vindo


(hostil, ataca, discorda, cria
antagonismo).
Seu comportamento: quadradão,
cronológico, palestrante padrão preso ao
tema
Características da sua fala:
objetividade, opiniões de autoridades,
sem brincadeiras, austero
93
Preste sempre atenção ao seu público e não
fuja dos conselhos acima. Quando um candidato
não consegue encontrar empatia com a plateia,
geralmente, situações desagradáveis acontecem,
principalmente a gozação.
Há casos de discussões violentas e até brigas
que vão parar nas páginas dos jornais ou nos
noticiários de TV e isto acaba denegrindo a imagem
do candidato. Muitas vezes, uma mancha como esta,
acaba acompanhando a campanha toda e vira motivo
de piada. Cuidado.

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X - VOCÊ JÁ É UM VENCEDOR

Numa eleição, você pode


ganhar bem, pode ganhar mal e
pode perder bem, só não pode
perder mal, por quê? Simples de
entender, aqueles que
participam de eleições acabam
sendo donos dos votos que
conseguiram, isto é, se você fez
500, 1000 votos, você passa a
ser uma pessoa de 500 ou 1000 votos e isto vai
contar sempre nas futuras eleições. É como se fosse
um patrimônio seu que ninguém pode tirar.
Isto notabiliza você dentro do meio, confere
respeito, principalmente se sua personalidade não
se deixar levar pelas fanfarronices da politicagem.
Desta forma, quando vierem novas eleições, seu
nome será sempre lembrado e seu valor político
depende do volume de votos que conseguiu fazer.
Ademais, hoje os políticos se tornaram

95
profissionais, isto é, estão trocando as suas
profissões (ou parte delas) pelo mandato
profissionalizado. Por isso, você precisa cuidar da
política com muito carinho. Não é uma questão de
representatividade popular apenas, é um projeto de
vida, uma vez que aqueles que entram geralmente
não saem por vontade própria, só quando perdem a
eleição seguinte. E mais, mesmo após perderem, se
preparam para voltar porque ser político é bom,
confere poder, abre portas, dá a chance de realizar
coisas para o povo e isto é gratificante.
Por isso, mantenha uma postura inatacável,
faça muitos votos porque, mesmo se não der para
ser desta vez, você estará na fila e será sempre um
vencedor.

96
ANOTAÇÕES
Nem tudo está aqui, por isso, anote o que você
percebeu nas suas andanças de campanha e vá
fazendo sua própria maneira de encarar situações
dentro do processo eleitoral.

97
98
BIBLIOGRAFIA

O presente livreto é uma complementação de


obras anteriores, assim a bibliografia está toda
embasada em dois livros já consagrados e esgotados,
publicados em 2007 e 2009, a saber:

• Trombelli, Sérgio Motti, Marketing Político,


para quem tem os pés no chão, Tórculo
Editorial

• Trombelli, Sérgio Motti e Ubiali, Marco


Aurélio, Marketing Político, fidelize seu eleitor
e vença sempre, Tórculo Editorial

• Além destas obras, a temática deste


livreto está nas palestras para candidatos
ou partidos, feitas pelos autores.

Para mais informações seguem os e-mails:


sergiotrombelli@uol.com.br
drubiali@yahoo.com.br

99
impresso por:

R. Estevam Marcolino, 561 – Vl. Santos Dumont


14405-333 – Franca, SP – Pabx (16) 3722-8237
rge@francanet.com.br

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