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Correio dos Açores

Terça-feira, 16 de Junho de 2020 Director:
Di Américo
A éi N Natalino
li ViViveiros
i - Director-Adjunto:
Di Adj
www.correiodosacores.pt
Santos
S Narciso
N i Diário
iá i ffundado
d d em 1920 por Joséé Bruno Carreiro
C i e Francisco
i Luís
í Tavares Ano 100 n.º 32156 Preço: 0,90 Euros

Vulcão das Sete Cidades

é considerado o mais
perigoso dos Açores
Pedro Soares Estudo científico incluído no volume especial Arqueólogo Alexandre Monteiro
“Há enfermeiros da revista científica “Frontiers in Eath “Já mergulhei em todos
nos Açores a ganhar Science” é dedicado aos vulcões os mares e oceanos
menos pelo Estagiar L de ilhas oceânicas do mundo e nenhum
e a fazer o mesmo que bate o dos Açores” pág. s 4 e 5

os seus colegas...”
Governo responde aos pescadores
“É preciso uma reorganização imediata
que permita o descanso dos enfermeiros.
Havendo uma segunda vaga de casos em
Lota de Rabo de Peixe
pouco tempo, pese embora que nos Açores
tenhamos tido números muito inferiores ao
vai ficar encerrada por
esperado, os enfermeiros estão exaustos
e sem descanso...”, afirma o responsável
questões de segurança
pela Secção Regional da Ordem dos En- “A Lota de Rabo de Peixe deve per-
fermeiros dos Açores. pág. s 6 e 7 manecer, para já, encerrada por motivos
de segurança, na medida em que o espaço
destinado aos compradores não é amplo
o suficiente para que sejam cumpridas as
regras de distanciamento social,” diz a Lo-
taçor. pág. 9

O estudo, envolvendo várias univer- deve ser subestimado e a probabilidade de Nas Velas de São Jorge
sidades, refere que o potencial risco vul- futuras erupções explosivas não deve ser
cânico do vulcão das Sete Cidades “não ignorada”. pág. 2
PSP devete 4 traficantes
de anfetaminas e
Bolieiro defende uma Dependência nos Açores apreendeu laboratório e
144 doses de Crystal Meth
mudança qualitativa
nos Açores assente é maior nos mais jovens A PSP de São Jorge deteve quatro indi-
víduos por tráfico e fabrico de anfetaminas,
no valor de cada ilha
pág. 14
e menor entre os mais idosos pág. 3
apreendeu 144 doses e desmantelou um la-
boratório. pág. 7

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2 reportagem
Vulcão das Sete Cidades é dos mais perigosos dos Açores
Em cenário de explosão do vulcão
das Sete Cidades Ponta Delgada fica
coberta com um metro de detritos
É considerado um dos vulcões mais pe-
rigosos dos Açores, embora historicamente
não se registe nenhuma erupção em terra
desde o século XV, e por isso seja conside-
rado adormecido. O vulcão das Sete Cidades
foi o último vulcão mais activo nos últimos
5 mil anos, com pelo menos 17 erupções
explosivas traquíticas, algumas das quais
subplinianas, que ocorreram dentro da cal-
deira do cume, o que o torna o vulcão central
mais activo do arquipélago nesse intervalo
de tempo. É por isso que o seu potencial
para gerar erupções explosivas perigosas
não deve ser negligenciado já que em alguns
cenários e consoante o vento, os piroclastos
originários de uma erupção podem chegar a
Ponta Delgada que ficaria coberta com um
metro destes fragmentos.
O alerta consta de um artigo científico,
publicado em Maio de 2019 e agora inclu-
ído no volume especial da revista científica
“Frontiers in Eath Science” que é dedicado
a vulcões de ilhas oceânicas “Ocean Island
Volcanoes: Genesis, Evolution and Impact”
[Vulcões de ilhas oceânicas: origem, evo-
lução e impacto], que teve a coordenação
editorial do investigador Adriano Pimentel,
do Centro de Informação e Vigilância Sis-
movulcânica dos Açores (CIVISA) e do
Instituto de Investigação em Vulcanologia e
Avaliação de Riscos (IVAR) da Universida-
de dos Açores.
O artigo científico intitulado “Biased
Volcanic Hazard Assessment Due to Incom-
plete Eruption Records on Ocean Islands: An
Example of Sete Cidades Volcano, Azores”
[Avaliação de risco vulcânico parcial devido
a registos incompletos de erupção nas ilhas
do oceano: um exemplo do vulcão das Sete
Cidades, Açores] é da responsabilidade de
Ulrich Kueppers, da Universidade de Mu-
nique na Alemanha, Adriano Pimentel, do
CIVISA e do IVAR, Ben Ellis, da Universi-
dade de Zurique, na Suíça, Francesca Forni,
da Universidade de Zurique, na Suíça, Julia
Neukampf, da Universidade de Zurique, na
Suíça, José Pacheco, do IVAR, Diego Peru-
gini, da Universidade de Perugia, em Itália,
e Gabriela Queiroz, do CIVISA.
De acordo com o artigo científico, com
base em mapas, os investigadores reconstru-
íram os parâmetros da fonte eruptiva de três
erupções intra-caldeira recentes no vulcão
das Sete Cidades e modelaram a dispersão
de piroclastos para avaliação de riscos asso-
ciados.
Os modelos mostram que há “uma alta
probabilidade” que erupções explosivas
afectem o terço ocidental da ilha de São
Miguel bem como a parte central da ilha.
Simulações de queda de piroclastos
Foi usado um modelo de queda de piro-
clastos para reconstruir a dispersão e a espes-
sura do depósito de queda de pedra-pomes na
Formação de Santa Bárbara. O modelo assu-
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
afectada e pode servir como área de retiro
em caso de evacuação da costa norte.
O terceiro cenário baseia-se numa erup-
ção hipotética futura, com os mesmos
parâmetros de origem eruptiva do cenário
dois, com condições de vento a soprar em
direcção a Ponta Delgada. Os parâmetros
da fonte eruptiva (volume de erupção 0,27
quilómetros e altura da coluna 17.000 me-
tros) sugerem que mais de 100 mil pessoas
vivem em áreas que podem ser afectadas por
até um metro de piroclastos em queda, in-
cluindo Ponta Delgada (com Fajã de Cima,
Fajã de Baixo e São Roque) e Lagoa. Esta
espessura de piroclastos é suficiente para
causar o colapso de quase todos os edifícios,
incluindo construções modernas reforçadas
com cimento. Neste cenário, aponta o es-
tudo, o aeroporto, o principal porto e infra-
estruturas críticas, como o hospital não es-
tarão operacionais, impedindo medidas de
O cenário mais gravoso do estudo, aponta que Ponta Delgada ficará coberta com um metro evacuação ou chegada de bens de primeiros
de piroclastos expelidos pelo vulcão das Sete Cidades socorros. Em constante direcção e intensida-
de do vento, a nuvem de cinzas alcançaria a
me que o transporte de partículas é controla-
Madeira e Canárias dentro de 1 ou 2 dias e
do pelo efeito do vento; devido à turbulência
afectariam o tráfego aéreo para essas ilhas,
atmosférica e pela velocidade de assenta-
no Norte da África e entre a Europa e Amé-
mento das partículas. Três cenários de queda
rica do Sul.
de piroclastos foram simulados para obter os
parâmetros da fonte eruptiva, as condições
Conclusões
do vento e produzir mapas de risco vulcâ-
nico. Todos os três cenários assumem uma
Desta forma o estudo refere que o po-
localização de ventilação única no centro da
tencial risco vulcânico do vulcão das Sete
caldeira das Sete Cidades actualmente.
Cidades “não deve ser subestimado e a pro-
babilidade de futuras erupções explosivas
Três cenários
não deve ser ignorada”. Este trabalho repre-
O primeiro cenário assume uma pequena
senta uma primeira tentativa de realizar uma
erupção subpliniana com ventos a soprar de
avaliação realista do impacto de uma grande
Oeste-Sudoeste, com 0,19 quilómetros de
erupção explosiva do vulcão das Sete Cida-
pedra-pomes a cair de uma coluna de 12 mil
des na ilha de São Miguel, podendo as in-
metros de altura e a cobrir a zona Nordeste,
formações obtidas no estudo ser adoptadas
entre João Bom e Capelas, com um depó-
como características da avaliação de risco
sito de até três metros de espessura. Neste
para outras ilhas oceânicas vulcânicas pro-
primeiro cenário, a maior parte do material
pensas a erupções explosivas.
expelido vai ser depositado no oceano e de-
Em jeito de conclusão, os investigadores
pendendo do vento, onda e correntes, gran-
metros de altura. Espera-se que os depósitos referem que os dois primeiros cenários mos-
des quantidades de pedras-pomes podem
se estendam mais a Oeste até aos Mosteiros traram a forte influência do vento na disper-
permanecer à tona por semanas a meses o
e cubram a maior parte das áreas ao longo são dos piroclastos. Sendo que os parâmetros
que afectará severamente - se não parar -
da costa norte de São Miguel (nomeadamen- restritos da fonte eruptiva foram usados para
operações marítimas ao longo da costa nor-
te Capelas, Rabo de Peixe, Ribeira Grande, prever um terceiro cenário, assumindo o
te de São Miguel e tornar portos de pesca
Porto Formoso e Maia) com 10 a 25 centí- vento soprando em direcção à capital da ilha.
(como Rabo de Peixe) não operacionais. As
metros de piroclastos. Como a área direc- Nesse pior, mas plausível cenário, a cidade
cinzas vulcânicas fechariam o aeroporto de
tamente afectada é substancialmente maior de Ponta Delgada (incluindo o principal por-
Ponta Delgada, bem como causariam o fe-
e compreende aproximadamente metade da to, hospital e aeroporto) e as comunidades
cho parcial do espaço aéreo sobre os Açores,
ilha de São Miguel, o movimento humano vizinhas seriam afectadas por até um metro
afectando o tráfego entre ilhas. A nuvem de
será afectado cortando a estrada principal ao de piroclastos.
cinzas pode chegar à Europa. Neste cenário,
longo da costa Norte. O depósito de pedra- Os investigadores referem que embora o
a parte central e oriental de São Miguel não
pomes pode provavelmente ter um impacto vulcão das Sete Cidades não tenha entrado
é afectada pela queda de piroclastos e prova-
severo nas duas centrais geotérmicas locali- em erupção nos tempos históricos, o seu po-
velmente pode servir como área de retiro em
zadas na encosta norte do vulcão do Fogo. tencial para gerar erupções explosivas peri-
caso de evacuação.
Afectaria as operações marítimas, as cinzas gosas não deve ser negligenciado. Cenários
O cenário dois é responsável por uma
vulcânicas interromperiam o aeroporto de piores, como o considerado no cenário três,
maior erupção subpliniana com ventos so-
Ponta Delgada, bem como causariam o en- precisam de ser incluídos em abordagens ho-
prando de Sudoeste a menor altitude e de
cerramento parcial do espaço aéreo sobre os lísticas da avaliação de risco vulcânico em
Oeste-Noroeste a altitude mais alta. Expe-
Açores, afectando o tráfego das ilhas. Nes- ilhas vulcânicas activas.
lindo aproximadamente 42% mais piroclas-
te cenário, a parte sul de São Miguel não é Carla Dias
tos, com uma coluna de erupção a 17.000

Açores com elevada
dependência jovem
e a mais baixa
dependência
dos idosos
Os Açores continuavam a ter em 2019 o mais baixo índice de envelhecimento
Os Açores (22) eram a terceira região portuguesa com maior ín-
dice de dependência jovem em 2019, só ultrapassada pelo Algarve
(23,7) e pela Área Metropolitana de Lisboa (25,6). As regiões com
menor índice de dependência jovem eram Madeira (18,8); Norte e
Centro do país (19); e Alentejo (20).
Em termos gerais, os Açores (43,5) eram em 2019 a segunda re-
gião portuguesa com menor dependência total, atrás da Madeira (43)
e muito abaixo da média nacional (55,6), segundo os dados do insti-
tuto Nacional de Estatística.
Os Açores (21,4%) são, em contrapartida, a região portuguesa
com menor índice de dependência de idosos quando a média nacional
é de 34,5.
É também nos Açores que o índice de envelhecimento é mor
(97,2) quando a média nacional é de 193,2 e na Madeira o índice de
envelhecimento é de 129,5.
A Região (106,2) é também a que tinha em 2019 o índice de re-
novação da população em idade activa quando a média nacional é de
77,5 e na Madeira é de 89,9.
O índice de fecundidade das mulheres dos Açores (1,24) foi o
segundo mais baixo do país em 2019, sendo o da Madeira (1,15) o
menor índice de fecundidade de Portugal.
O índice médio de fecundidade das mulheres portuguesas é de
1,42. A região portuguesa com maior índice de fecundidade é o
Algarve (1,76), seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (1,74),
e o Alentejo (1,43).
As outras regiões portuguesas com índices de fecundidade próxi-
mos dos Açores são a zona Centro (1,27); e a zona Norte (1,25).
Sindicato diz que aumenta
fosso entre ricos
e pobres nos Açores
Vitor Silva, do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Alimentação,
Comércio e Escritórios, Hotelaria e Turismo (SITACEHT) dos Açores realçou
ontem num encontro com jornalistas que estão a “crescer as desigualdades
entre ricos e pobres”, nos Açores.
O sindicalista apontou como um dos factores a “precariedade generaliza-
da” no emprego e a diferença salarial, já que, em média, os trabalhadores por
conta de outrem no arquipélago têm um salário líquido de 801 euros, menos
110 euros do que a média nacional, e 19% dos trabalhadores recebem menos
de 600 euros por mês.
“Apesar de o salário mínimo aumentar, não há este mesmo reflexo nas res-
tantes categorias profissionais, nem na restante tabela salarial, o que faz com
que haja uma perda de rendimentos por todos os outros trabalhadores e que
cada vez mais o salário mínimo regional vá absorvendo todas as categorias
profissionais”, ao contrário do que sucede no resto do país, salientou.
“Corremos o risco de daqui a dois ou três anos, se nada for feito para al-
terar esta situação, no setor privado só haver salário mínimo regional e isto é
gravíssimo”, sublinhou.
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
Por: João Bosco Mota Amaral
Os Açores na Europa
há 35 anos
Passaram por estes dias 35 anos sobre a solene
cerimónia de assinatura do Tratado de Adesão de Portugal
às Comunidades Europeias. No cenário, carregado de His-
tória, do claustro do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa,
dava-se por terminada uma longa e difícil negociação, que
se arrastou por quase uma década, e iniciava-se um novo
capítulo da vida do nosso País, após meio milénio de deri-
va imperial, dispersa por vários outros continentes.
O sonho da Europa Unida já tinha sido antes aflorado
entre nós, mas era tido como subversivo pelos teóricos do
Estado Novo, impregnados de preconceitos colonialistas,
dos quais resultava a peregrina ideia segundo a qual “Por-
tugal não é um país europeu e tende cada vez mais a sê-lo
cada vez menos”. Alguns chegavam mesmo a defender a
transferência da capital para Luanda, esquecidos da natu-
ral evolução desencadeada pela ida da Corte para o Brasil,
escapando às Invasões Francesas...
A Revolução do 25 de Abril, também nestes do-
mínios, marcou uma ruptura com o passado recente. A
descolonização vinha acompanhada com a democratiza-
ção, traduzida esta na instauração das liberdades públicas e
dos direitos dos cidadãos; e ficava assim aberta a porta para
o ingresso de Portugal no concerto europeu das nações de-
mocráticas, empenhadas na tarefa magna da integração,
com vista à consolidação da paz e do progresso económi-
co, social e cultural.
A entrada de Portugal no Conselho da Europa, a mais
antiga das instituições criadas logo após o fim da II Guer-
ra Mundial, como membro de pleno direito, fortemente
comprometido no respeito da democracia, dos direitos hu-
manos e do Estado de Direito, foi acompanhada, logo em
1976, pelo pedido formal de abertura de negociações para
a adesão ao Mercado Comum e demais organizações com
o mesmo conexas.
Por essa altura, davam os primeiros passos as novas
entidades de governo próprio dos Açores, em aplicação da
Constituição da República. A integração europeia aparecia-
nos como uma mudança de rumo, uma verdadeira “Revo-
lução Copernicana”, tão constante tinha sido, ao longo de
séculos, a fixação do Povo Açoriano no Novo Mundo, para
onde emigraram sucessivas gerações de conterrâneos nos-
sos, formando comunidades perfeitamente identificadas
com as peculiaridades culturais das nossas Ilhas.
Além disso, algumas ilhas ligadas a países europeus,
concretamente o Reino Unido e a Dinamarca, tinham fica-
do de fora da CEE e era patente o desconforto pelo menos
de uma delas, a Gronelândia, com a sua integração, da qual
aliás se desvinculou anos depois. Foi por isso preciso es-
tudar o assunto em profundidade, antes de decidir sobre
ele. A importância do sector agrícola açoriano e a atenção
então dedicada na Europa aos problemas correspondentes,
determinaram a decisão positiva da nossa Região Autóno-
ma. Uma decisão diferente teria certamente suscitado de-
licados problemas políticos e até constitucionais, para os
quais haveria de se ter encontrado solução.
Participámos desde o primeiro momento nas comple-
xas e fatigosas negociações em Bruxelas, determinados
a defender os nossos interesses próprios, por sinal nisso
sempre secundados pelos sucessivos titulares do Governo
da República. O nosso ponto de vista era que precisáva-
mos de soluções particulares para os problemas insulares,
regional/análise 3
que atendessem ao nosso afastamento geográfico e à nossa
pequena dimensão.
Tratámos por isso de movimentar as outras ilhas
europeias, certamente enfrentando dificuldades similares.
Com o apoio da Conferencia Permanente dos Poderes Lo-
cais e Regionais, organismo especializado do Conselho da
Europa, foi promovido, logo a partir de 1977, um processo
que viria a originar a realização da I Conferencia das Ilhas
Europeias, em 1981, nas Canárias, e da II Conferencia
das Ilhas Europeias, em 1984, nos Açores. Foi sendo de-
senhada por essa via uma nova solidariedade inter-insular
europeia, bem como uma doutrina sobre o desenvolvimen-
to, político, económico, social e cultural dos Povos Insu-
lares, fundamentada no princípio do respeito dos direitos
humanos respectivos. A Comissão das Ilhas, instituída em
1979, por iniciativa açoriana, na Conferencia das Regiões
Periféricas Marítimas da Europa, teve nestas tarefas um
papel instrumental.
A doutrina em causa foi fazendo o seu caminho dentro
dos países envolvidos e no seio das Instituições Europeias.
Teve imediata aplicação na Declaração sobre os proble-
mas específicos dos Arquipélagos Portugueses dos Açores
e da Madeira, anexa ao Tratado cujo aniversário agora se
comemora. Daí saltaria, já abrangendo as outras ilhas lon-
gínquas, designadas de ultraperiféricas, para um anexo ao
Tratado de Maastricht, incluindo então um compromisso
formal para a implantação nas ilhas em causa de níveis de
bem-estar e de qualidade de vida equivalentes aos valo-
res médios do conjunto dos países membros. No Tratado
de Amesterdão e no malogrado Tratado Constitucional
constava já de um artigo do próprio tratado, o que veio a
repetir-se no Tratado de Lisboa, passando assim a dispor
do particular valor cogente do Direito Primário da União
Europeia.
Com a sua participação no processo de integração
europeia, Portugal adquiriu visibilidade e poder, que muito
têm favorecido a projecção mundial dos seus interesses.
Além disso, a solidariedade europeia permitiu acelerar a
modernização do País e tem ajudado a resolver os proble-
mas que vão surgindo, como se espera que venha a acon-
tecer em relação às consequências da pandemia ainda em
curso. E o mesmo se pode dizer dos Açores, beneficiando
do estatuto europeu de região ultraperiférica, com modu-
lação de políticas comunitárias e avantajados auxílios fi-
nanceiros.
Nada disso nos faz perder a noção da importância das
nossas ligações transatlânticas, que são de resto um va-
lor em caixa nas relações com o todo nacional e a União
Europeia. Um primeiro e significativo sinal ficou dado
logo a 1 de Janeiro de 1986, data da entrada de Portugal
nas Comunidades Europeias: no Palácio da Conceição, ao
tempo sede da Presidência do Governo da Região Autó-
noma dos Açores, foi içada a bandeira da Europa; mas na
varanda principal também figuravam as bandeiras dos Es-
tados Unidos da América e do Canadá, onde vivem mais
açorianos do que no próprio arquipélago.
(Por convicção pessoal, o Autor
não respeita o assim chamado
Acordo Ortográfico.)
4 entrevista Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020

“Combater as fakenews de que

nos Açores está a Atlântida
ou uma civilização fenícia”
Diogo Teixeira Dias, técnico superior de Arqueologia e História na Câmara de Vila
Franca, está a promover a “Conversa de Arqueólogos” da Fundação Sousa de Oliveira
Promovidas pela Fundação Sousa de Oliveira desde Maio, e dinamizadas pelo arqueólogo Diogo Teixeira
Dias, da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, as “Conversas de Arqueólogos” realizaram ontem a
sua XII Edição, dedicada à Preservação Digital do Património e terão sexta-feira a arqueóloga Jacinta Bu-
galhão a explicar o terramoto de Lisboa de 1755.
Na semana passada, a sessão de sexta-feira foi Se reparar, falámos de “Arte Rupestre” de “Epigra-
dedicada a “Os Naufrágios nos Açores”, para a qual fia” de “Megalitismo”, entre outros temas, que não
foi convidado o arqueólogo náutico e subaquático se cruzam com a História dos Açores. Foi proposi-
Alexandre Monteiro, que trabalhou na área da Ar- tado. Agora as pessoas que comparem os discursos
queologia Subaquática dos Açores mais de dez e, depois, acreditem no que bem entenderem. A
anos, nomeadamente na Ilha Terceira. O ‘Correio democracia fez-se para isso.
dos Açores’ assistiu ao evento em Live Stream, no
Facebook da Fundação Sousa de Oliveira, e falou Até quando irão durar as “Conversas”?
posteriormente com os dois arqueólogos sobre o Junho. No mês de junho terminaremos as ses-
programa. Diogo Teixeira Dias é arqueólogo da sões. Mas todas elas ficam automaticamente grava-
Câmara Municipal de Vila Franca do Campo e foi das, pelo que ficarão disponíveis para o público até
convidado a criar um evento em streaming pela a Fundação entender.
Fundação, que substituísse os habituais “Clubes de
História”, dadas as condicionantes impostas pela Tem colaborado com frequência com a Fun-
pandemia Covid-19 e que, no seu entender, “não dação. Neste e noutros trabalhos, pelo que nos
deviam ser obstáculo à continuidade do trabalho referiu. Sendo o seu vínculo à Câmara de Vila
pela Cultura, e muito menos um entrave à inova- Franca do Campo, como se processa essa cola-
ção”. Nessa medida, e tendo sido desafiado para o boração?
efeito, propôs as “Conversas de Arqueólogos”. É verdade. Colaboro com a Fundação Sousa de
Oliveira, graciosamente e com muito gosto, des-
Correio dos Açores - Por que razão esta ini- de pelo menos 2017, quando era militar em Ponta
ciativa? Delgada. Umas vezes é por protocolo com a Câma-
Diogo Teixeira Dias - Esta iniciativa teve dois ra, outras é no meu tempo livre.
propósitos essenciais, assumidos já nalgumas ses- Há uma ligação estreita entre a Vila e a Funda-
Carlos Melo Bento, Presidente da Fundação, e Diogo Teixeira Dias
sões: divulgar o trabalho dos arqueólogos do país ção, pelas razões que todos conhecemos. Sousa de
junto do público em geral, com uma linguagem Oliveira foi o primeiro arqueólogo a escavar nos
acessível e combater as fakenews que insistem em ciona a ciência arqueológica. E isso é, em primeiro açorianos acerca da sua História. Açores, e fê-lo em Vila Franca do Campo. De res-
andar a afirmar que nos Açores está a Atlântida ou lugar, culpa nossa (arqueólogos). Só em segundo Daí promover uma visão alargada da Arqueo- to, já fiz o inventário sumário da coleção arqueoló-
uma civilização fenícia. E muitas pessoas acredi- lugar é que é culpa de quem, com razões que des- logia em Portugal, do que ela é e do que ela não é, gica da FSO, em 2019.
tam nisso porque não sabem realmente como fun- conheço, usa o seu tempo para tentar enganar os mas para as pessoas e não só para os arqueólogos. C.A.

Arqueólogo submarino Alexandre Monteiro

“Está ainda por fazer a história da batalha
naval ocorrida ao largo de Vila Franca”
Alexandre Monteiro é arqueólogo náutico
e subaquático. Não deixa de se envolver em
polémicas, desde que sejam em prol da Ar-
queologia e contra os caçadores de tesouros. É
membro da Academia de Marinha e dos Insti-
tuto de Arqueologia e Paleociências e Institu-
to de História Contemporânea. Recentemente
trabalhou no mar de Omã, a convite do Sultão
e no Emirato de Sharjah, a convite do Emir,
em busca de naufrágios portugueses. Falou no
dia 12 de junho de “Os Naufrágios nos Aço-
res”, tendo identificado a riqueza arqueológica
do mar da Região, no qual inclusive trabalhou,
durante mais de dez anos.
Alexandre Monteiro já mergulhou em todos os mares e oceanos do mundo, “à excepção dos polares” Correio dos Açores - O Alexandre é um
reconhecido especialista na área da Arque-
ologia Subaquática. Há muito trabalho por
fazer nos Açores nessa área, tendo em conta
o potencial?
Alexandre Monteiro - Há trabalho por fa-
zer nos Açores para décadas, e para várias ge-
rações de arqueólogos. Bastaria encontrar um
naufrágio de uma caravela, ou de uma nau por-
tuguesa, para termos a capacidade de desenvol-
ver um trabalho único, a nível mundial, sobre
a carreira das Índias e os Descobrimentos. Na
verdade, tendo os Açores no seu registo arque-
ológico praticamente todos os navios, de todas
as nações marítimas pós-medievais, de todas
as grandes linhas de comércio transoceânico,
a dificuldade maior é a de sabermos onde in-

“Já mergulhei em todos os mares e oceanos
do mundo e nenhum bate o dos Açores”
vestir tempo e recursos materiais e humanos,
de modo a ganhar conhecimento histórico-ar-
queológico.
Posso referir, por exemplo, que está ainda
por fazer a história da batalha naval ocorrida
ao largo de Vila Franca do Campo – quando
atualizei a Base de Dados sobre Naufrágios
dos Açores o ano passado, descobri vasta do-
cumentação de arquivo que ainda não foi con-
venientemente tratada – ou que ainda está por
contar, para o grande público, as razias que
os corsários magrebinos faziam nas ilhas ou
as incursões corsárias de holandeses, ingleses
e franceses nestas paragens. Para quando um
grande congresso nos Açores sobre o valor do
seu património cultural subaquático e as estó-
rias da História, mundial, nacional e local, que
só ele pode contar?
Os Açores receberam recentemente dois
galardões por via do seu Património Cultu-
ral Subaquático. Que boas práticas destaca-
ria aqui na Região?
Destaco a confiança que as entidades cultu-
rais políticas têm depositado nos seus técnicos,
de arqueologia, de museologia, de conserva-
ção até, para que estes possam desempenhar o
seu papel sem constrangimentos. Destacaria a
visão estratégica do José Luís Neto, em con-
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
gregar vontades e em envolver todas as vozes
e todos os aportes de absolutamente todos os
interessados por este património, desde o mer-
gulhador amador ao cientista social, passando
pelos amantes do mar e os turistas. E, finalmen-
te, destacaria os açorianos, que vão beber as
suas raízes históricas familiares ao mar. Afinal,
praticamente todos os que aqui estão descen-
dem de homens e mulheres que um dia atraves-
saram o Atlântico, a bordo de cascas de noz,
quantas vezes com o credo na boca perante as
fortes possibilidades de terminarem a viagem,
não nas ilhas, mas como escravos em Argel ou
como náufragos mortos no fundo do mar.
Em termos de visão e estratégia, o que
recomendaria para a abordagem à Arque-
ologia Subaquática nos Açores, no futuro
próximo e a longo prazo?
O que eu gostaria de ver pessoalmente seria
que os Açores mantivessem o seu rumo nesta
área. Na minha opinião, a Região tem nesta al-
tura das melhores práticas, a nível mundial, no
âmbito da gestão de naufrágios históricos – os
prémios e galardões que tem recebido assim o
atestam e confirmam, se dúvidas ainda houves-
se.
Há assim, que continuar a qualificar e a va-
lorizar as condições de conhecimento do Pa-
entrevista 5
trimónio Cultural Subaquático, de o salvaguar-
dar o PCS enquanto recurso finito, frágil e não
renovável, de o usar para promover o binómio
Património/Educação, continuar a estimular o
envolvimento e a participação dos cidadãos na
sua localização e salvaguarda, a incentivar as
ações de valorização, quer no âmbito de gran-
des campanhas oceanográficas, quer na reali-
zação de pequenos projetos de investigação
académica, prosseguir a gestão da informação
histórico-arqueológica sobre naufrágios, capi-
talizando os meios já existentes e os dados já
recolhidos, e finalmente, continuar a elaborar
itinerários turístico-culturais subaquáticos e
promover a sua divulgação.
Agora, o que seria literalmente ouro sobre
azul, seria a Região localizar e escavar um nau-
frágio de elevado valor científico e mediático e
estudá-lo de acordo com as premissas da Con-
venção da UNESCO para a Proteção do Patri-
mónio Cultural Subaquático.
Para quando um mergulho (novamente)
no Mar dos Açores?
Por mim, era já hoje. Amanhã. O mês todo.
À exceção dos polares, já mergulhei em todos
os mares e oceanos do mundo – nenhum bate
o dos Açores. Para o arqueólogo, é essencial “promover
C.A. o binómio Património/Educação”.
6 entrevista
Pedro Soares, presidente da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros
“É preciso uma reorganização imediata
que permita o descanso dos enfermeiros”
Correio dos Açores - Nos tempos mais
recentes, falar de enfermagem é falar muito
no combate à Pandemia de Covid-19. Que
avalização faz do papel dos enfermeiros
açorianos neste combate?
Pedro Soares - Esta pandemia de Covid-
19 que assola o mundo inteiro permitiu colo-
car a descoberto toda a entrega dos enfermei-
ros açorianos. Podemos, no imediato, retirar
algumas conclusões destes tempos por que
passamos. A nível da enfermagem fica bem
patente a importância desta profissão no siste-
ma de saúde, assim como as reais dificuldades
porque passam os enfermeiros.
Os enfermeiros açorianos exerceram as
suas funções, dia após dia, por vezes sem os
equipamentos de protecção adequados que
não chegavam em quantidade e qualidade
e sem serem testados colocando em risco a
própria família, turno após turno, chegando
inclusive a mais de 12 turnos seguidos de 12
horas. Estiveram sempre presentes ao lado da
população açoriana, a cada minuto, mostran-
do todo o seu profissionalismo, entrega total,
com coragem e muito sacrifício pessoal. Te-
nho a certeza que fomos um exemplo inesque-
cível, fomos a única linha que separa a nossa
comunidade desta pandemia.
É verdade que as palmas que ouvimos fo-
ram muito importantes, estamos gratos, mas o
que na realidade precisamos mesmo é que en-
tendam todos que não há muito tempo, - quan-
do fizemos as nossas manifestações, as nossas
greves -, foram por um melhor Sistema de
Saúde para todos, assim como, por melhores
e justas condições laborais. Eu recordo que os
enfermeiros ainda não foram reposicionados
corretamente na sua carreira, ao contrário da
maioria de outras profissões. Lutávamos na
altura por nós e por toda a nossa comunida-
de, e hoje, com esta luta que travamos, ficou
bem patente o quão frágil é o nosso sistema
de saúde.
“Alguém mentiu ao dr. Vasco Cordeiro...”
e muito em breve iremos publicar, na íntegra,
as conclusões deste estudo. Com este trabalho
será possível preparar o terreno, precavendo
as situações negativas que aconteceram, as-
sim como promover a eficácia e eficiência no
cuidado às populações por parte dos enfer-
meiros.
No seu entender é preciso avançar para
a contratação de mais enfermeiros na Re-
gião? E os que estão no Serviço Regional
de Saúde dos Açores são devidamente com-
pensados?
Iniciámos este mandato a 1 de Janeiro de
2020, e desde essa altura que temos vindo a
defender que é urgente estudar, no terreno, as
reais dotações seguras existentes nas nossas
instituições de saúde, ou seja, o número de
enfermeiros que está legislado haver em cada
serviço e a realidade que existe nos serviços.
Temos a perfeita noção que há falta de
enfermeiros nos Açores, assim como a ne-
cessidade, em alguns casos, de reorganização
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
Pedro Soares: “As palmas que ouvimos foram muito importantes, mas...”
As equipas de enfermeiros estiveram
a trabalhar em turnos de 12 horas duran-
te aquilo que se pode designar de pico da
Pandemia. Estes enfermeiros são devida-
mente compensados pela sobrecarga de
trabalho?
Recentemente, um dos resultados prelimi-
nares de um estudo que está a ser desenvol-
vido por investigadores do Centro de Inves-
tigação em Tecnologias e Serviços de Saúde
com o objectivo de avaliar o impacto do novo
coronavírus na saúde mental dos enfermeiros
portugueses, é o de que houve um aumento
de cerca de 40% nos níveis de ansiedade dos
institucional.
Para que se perceba, posso dar o exemplo
de serviços de internamento com 30 utentes
ou mais e apenas 2 enfermeiros de serviço ou,
então, de Lares, hoje pomposamente chama-
dos de Estruturas Residenciais para Idosos,
onde existe 1 enfermeiro para 72 utentes.
Acho que é perfeitamente perceptível que
estamos a falar de situações que não podem
acontecer, ainda por cima numa Região que
possui duas escolas de enfermagem a formar
enfermeiros em qualidade e quantidade.
Não temos ainda números concretos sobre
o número de enfermeiros que falta visto que
estávamos a iniciar o levantamento quando
despoletaram todos os últimos acontecimen-
tos. Mas contámos retomar o levantamento
no imediato.
Sobre a questão da recompensa, a única
coisa que os enfermeiros querem, neste mo-
mento, é ver regularizado a sua questão do
reposicionamento correcto e com recupera-
ção integral, à semelhança do que já foi feito
enfermeiros.
Tendo em conta que não houve os devidos
reposicionamentos na carreira de enferma-
gem, não há um correcto reconhecimento do
valor dos enfermeiros especialistas e, acima de
tudo, pelo desgaste físico e emocional, como
defende o estudo de que falei, conclui-se que
os enfermeiros foram e são indevidamente
compensados.
Peguemos no seguinte exemplo para que
todos percebam do que falamos: existem
enfermeiros com mais de 20 anos de carrei-
ra que mantém de ordenado o índice inicial
remuneratório, ou seja, levam de ordenado
para casa o mesmo que um enfermeiro que sai
a praticamente todas as outras classes profis-
sionais. Julgo que a melhor recompensa seria
esta, por uma questão de respeito e justiça.
Como classifica a relação da Ordem dos
Enfermeiros com as entidades de saúde nos
Açores durante esta pandemia? O que tem
de ser melhorado no futuro próximo?
Estamos neste mandato em prol dos en-
fermeiros e da comunidade açoriana. E para
conseguirmos construir alguma coisa terá de
haver um relacionamento exemplar com to-
das as entidades com quem lidamos todos os
dias. Como já referi, iniciámos funções em
Janeiro e, desde o primeiro minuto, temos
pautado a nossa prestação com a criação de
pontes entre nós e a tutela, todos os partidos
políticos e todas as entidades, em especial li-
gadas à saúde.
Durante esta pandemia, sinto que estreitá-
mos relações com algumas partes, todas as que
estão interessadas na defesa da enfermagem
açoriana. Não seria justo não referir a gran-
de abertura que houve por parte da Secretária
hoje da escola e começa a trabalhar. Isto é, no
mínimo, pornográfico. E se ontem o apoio que
sentimos foi importante, hoje precisamos que
nos ajudem a resolver esta questão e que seja
feita justiça.
A Ordem realizou um estudo no sentido
de efectuar um levantamento das condições
de trabalho na Região dos enfermeiros no
contexto da actual pandemia pelo Covid-
19. A que conclusões chegaram?
É importante que se perceba que tipo de
estudo fizemos: basicamente, todos os enfer-
meiros na Região receberam um questionário
onde puderam indicar vários elementos refe-
rentes a faltas de material e equipamentos, os
riscos ocupacionais mais comuns para a saúde
e segurança e as medidas para sua prevenção
no contexto da actual pandemia. Esta foi uma
oportunidade de conhecermos, de uma forma
alargada a todas as ilhas, a real dimensão, no
terreno, das condições a que os enfermeiros
estiveram e estão sujeitos no cenário pandé-
mico vivido na Região.
Os resultados de uma análise preliminar
confirmam aquela que foi uma das grandes
preocupações da Secção Regional da Ordem
dos Enfermeiros, e vêm dar razão àquilo que,
em Março, alertávamos com muita preocupa-
ção referente à falta de equipamentos de pro-
teção individual (EPI). Neste estudo, cerca de
49% dos Enfermeiros referiram que, inicial-
mente, não tinham disponíveis esses equipa-
mentos ou parte deles. E, deste grupo, 69%
indicou que a maior falta foi de mascaras FP2,
seguindo-se a falta de proteção ocular.
Outros dados avançados prendem-se com
o racionamento exagerado dos equipamen-
tos, com 72% dos enfermeiros a referirem ter
havido e mesmo 11% admitem que sentiram
pressão para não utilizar os EPI – equipamen-
tos de protecção individual.
Ainda estamos a analisar todos os dados,
da Saúde em tentarmos criar uma sinergia na
resolução imediata de alguns problemas que
foram aparecendo, assim como toda a aten-
ção por parte do Dr. Vasco Cordeiro que, in-
clusive, permitiu à Ordem dos Enfermeiros
apresentar as suas propostas relativamente a
uma saída do Covid-19 da Região. Temos,
igualmente, sentido algum acompanhamento
por parte dos partidos políticos sobre as nos-
sas reais preocupações.
Num futuro próximo, e não só, julgo que
as Ordens profissionais, nomeadamente a dos
Enfermeiros, têm de ser mais envolvidas.
Existem situações em que, quem melhor que
os que estão no terreno para poderem opi-
nar? Eu dou um exemplo: Defendemos desde
cedo os testes, por rotina, aos profissionais de
saúde, ponderado nos acontecimentos inter-
nacionais, e não fomos ouvidos. Referimos,
por diversas vezes, haver falta de material no
terreno, e volto a dizer: alguém mentiu ao Dr.
Vasco Cordeiro e não foram os enfermeiros,
pegando no seu discurso quando ele referiu

“Os Açores são a única região do país
com enfermeiros a receber menos pelo
‘Estagiar L’ e a fazerem as mesmas
tarefas dos seus colegas”
“É preciso uma reorganiza-
ção imediata que permita o
descanso dos enfermeiros.
Havendo uma segunda vaga
de casos em pouco tempo,
pese embora nos Açores te-
nhamos tido números mui-
to inferiores ao esperado,
os enfermeiros estão exaus-
tos e sem descanso teremos
dificuldades acrescidas para
um segundo combate se ele
vier a colocar-se...”
que lhe tinham dado a informação que isso
não era verdade. Hoje, temos a evidência
clara de que o que alertávamos a tempo e
horas era a única verdade.
Agora que a situação da Covid-19 “as-
sentou” um pouco, o que é que destaca
como o mais positivo e o mais negativo
desta fase?
A nível de Enfermagem destaco como o
mais positivo a forma como os enfermeiros
açorianos consideraram este combate como
uma luta realmente sua, colocando todo o
seu esforço e profissionalismo em prol da
nossa comunidade. O desafio dependeu, es-
sencialmente, da solidariedade comum de
toda a classe e isso aconteceu.
Em termos negativos, ficam na história
todos os utentes que não conseguimos prote-
ger do Covid-19, em que os nossos cuidados
não foram suficientes para os devolver ao seu
dia-a-dia. Tenho reflectido muito em como
estes tempos nos vieram mostrar o quão vul-
neráveis somos, o quão ligados estamos e o
quão dependentes uns dos outros.
Concluo ainda que, embora o nosso
retorno a uma nova realidade tenha de ser
progressivo e gradual, não será fácil, e os
enfermeiros terão um papel fulcral nesta
readaptação, num trabalho de saúde comu-
nitária por exemplo, que já vem sendo feito
há muito, mas que agora toma ainda mais
preponderância e valor.
Muitas áreas da saúde foram um pou-
co esquecidas com toda a situação vivida.
Quais as que mais sofreram e o que é que
tem de ser feito para recuperar o tempo
perdido?
Temos a evidência, no terreno, de que a
actividade cirúrgica programada, a realiza-
ção de consultas de especialidade, a presta-
ção de cuidados de saúde primários e até o
recurso aos serviços de urgência, sofreram
uma redução drástica, seja por medidas to-
madas nesse sentido, com vista à redução da
possibilidade de contágio, seja pelo receio
da população em recorrer às instituições de
saúde.
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
“É urgente uma valorização profissional” dos enfermeiros
Posto isto, é urgente uma normalização
na prestação de cuidados de saúde, com a
introdução de medidas que permitam o rea-
gendamento da actividade cirúrgica adiada,
assim como a realização de consultas. Igual-
mente temos de fazer um reagendamento da
prestação de cuidados de saúde primários e
a reabertura, por exemplo, de postos de saú-
de entretanto fechados.
Enquanto não houver novos casos de
Covid-19, os enfermeiros vão voltar para
as suas rotinas diárias. No global, quais as
dificuldades que enfrentam?
Reitero que, no imediato, é preciso uma
reorganização imediata que permita o des-
canso dos enfermeiros. Havendo uma se-
gunda vaga de casos em pouco tempo, pese
embora nos Açores tenhamos tido números
muito inferiores ao esperado, os enfermeiros
estão exaustos e sem descanso teremos difi-
culdades acrescidas para um segundo com-
bate se ele vier a colocar-se no imediato. Há
igualmente a necessidade de uma readapta-
ção aos “novos tempos” por que passamos.
Temos, no entretanto, um problema: a
falta efectiva de enfermeiros para que pos-
samos dar o descanso merecido. Para nós
enfermeiros, - e permita-me o desabafo -,
vermos o copo meio cheio relativamente ao
Covid-19 é a oportunidade para fazer as pes-
soas entenderem, de uma vez por todas, que
há situações no dia-a-dia dos enfermeiros da
Região que têm de ser resolvidas.
Que situações enfrentam os enfermei-
ros que o Serviço Regional de Saúde deve-
ria resolver o quanto antes?
Acima de tudo, e por uma questão de jus-
tiça, é urgente que haja um reconhecimento
efectivo da necessidade de uma valorização
profissional. A 1 de Abril de 2019 foi anun-
ciado pela tutela que os enfermeiros iriam
ver o seu reposicionamento efectivado com
uma recuperação total, repito, à semelhança
do que foi feito com outras classes profissio-
nais. Passados mais de 400 dias, estamos no
mesmo patamar em que sempre estivemos,
pois nada aconteceu.
Devemos, igualmente, olhar para as do-
tações seguras nas instituições e perceber,
de uma vez por todas, que a estatística tem
vários ângulos interpretativos, sendo que a
realidade por vezes não é correspondida. Se
os enfermeiros continuam sobrecarregados
com turnos extraordinários é porque alguma
coisa se passa.
Outro assunto de fácil resolução, e da
maior justiça, será terminar com o Estagiar
L para enfermeiros. Eu recordo que os Aço-
res são a única Região que mantém esse pro-
grama. Todo o resto do país encontrou alter-
nativas dignas para os enfermeiros. Para que
todos percebam, este Estagiar L contrata en-
fermeiros pagando um ordenado muito mais
abaixo do que o valor base que deveria ser. E
esses enfermeiros vão desempenhar funções
iguais aos colegas do serviço para onde vão,
entre outras questões mais.
Devemos ainda olhar para os enfermei-
ros das estruturas residenciais para idosos,
onde uma grande parte aufere ordenado
base igualmente abaixo das remunerações
tabeladas, assim como temos de corrigir as
dotações seguras, pois 1 Enfermeiro para 72
utentes é, a meu ver, inadmissível.
A Secção Regional da Ordem dos Enfer-
meiros nos Açores tem, nos poucos meses
deste mandato, realizado várias diligên-
cias no sentido de ver este e outros assun-
tos atendidos. Existem outras situações em
que é urgente a sua correção, o que só nos
vem lembrar a necessidade de cuidarmos
de quem cuida, neste caso, dos enfermeiros
açorianos.
Luís Lobão
entrevista/regional 7
Produtos e utensílios apreendidos pela PSP
Em São Jorge
Quatro homens
detidos na
posse de 144
doses de
metanfetamina
e um laboratório
Elementos da Esquadra da PSP das Velas
de São Jorge, com “a essencial” colaboração de
elementos da Esquadra da Calheta, detiveram sá-
bado após buscas domiciliárias, quatro indivíduos
de 45, 42, 40 e 34 anos, pela suspeita da prática
do crime de tráfico e fabrico de estupefacientes,
a quem foram apreendidas 144 doses de produ-
to estupefaciente “Metanfetamina”, vulgarmente
denominado “Crystal Meth”.
Nas três buscas domiciliárias realizadas e
uma não domiciliária, foram apreendidos vários
objectos relacionados com a produção do referido
produto e um laboratório clandestino de fabrico
de Anfetaminas.
Ao grupo suspeito de tráfico de droga foram
ainda apreendidas várias viaturas e uma embar-
cação de recreio, de valor elevado, por haver sus-
peitas de estarem relacionadas com o crime em
apreço.
Os detidos serão presentes a primeiro inter-
rogatório judicial para aplicação da conveniente
medida de coacção.
Com mais esta acção, a Divisão Policial de
Angra do Heroísmo, da qual estão dependentes as
Esquadras de Velas e Calheta de São Jorge, “pre-
tende dar continuidade à estratégia de prevenção
e combate à criminalidade, promovendo assim o
aumento do sentimento de segurança da popula-
ção”.
Já na Lagoa, a PSP deteve um homem de 42
anos por condução de veículo sob a influência
de álcool, com uma taxa de alcoolemia de 1,55
gramas por litro. A Esquadra de Trânsito da PSP
deteve dois indivíduos 22 e 60 anos, por condu-
ção de veículos sob a influência de álcool, com as
taxas de alcoolemia de 1,30 g/l.
A Esquadra da PSP de Rabo de Peixe deteve
um indivíduo do género feminino de 52 anos, por
condução de veículo sob a influência de álcool,
com uma taxa de alcoolemia de 2,02 gramas por
litro.
No período entre 12 e 14 do corrente, regis-
taram-se 21 acidentes de viação, dos quais resul-
taram 2 feridos graves; 9 feridos ligeiros e danos
materiais.
8 publicidade Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020

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Um discurso brilhante
e humanista
Por: António Pedro Costa
Já estávamos à espera de um brilhante
discurso de D. José Tolentino Mendonça, no
dia 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões
e das Comunidades Portuguesas, à semelhan-
ça do que o Cardeal nos tem vindo a brindar
com reflexões absolutamente deslumbrantes
que deliciam quem o lê.
As comemorações que estiveram previs-
tas para a Região Autónoma da Madeira e
África do Sul, foram alteradas, para assim
respeitar as regras de precaução sanitária no
quadro da pandemia da doença Covid-19”,
pelo que o Mosteiro dos Jerónimos, um es-
paço simbólico para o país, foi o local esco-
lhido para as comemorações nesta altura de
desconfinamento gradual.
Num discurso profundamente humanista e
brilhante, o Cardeal Tolentino de Mendonça,
com as suas palavras sábias, como sempre,
deixou algumas mensagens muito inspirado-
ras que interpelam à solidariedade, à justi-
ça social, à cooperação, aludindo às nossas
raízes, sobre quem somos, o que vivemos e
para podemos ir.
De destacar das palavras do Cardeal a
afirmação da vida e da saúde em que todas
as vidas contam, defendendo que é preci-
so reforçar o pacto comunitário e lançar a
aliança intergeracional, adiantando que a
vida é um valor sem variações e rejeitando
a ideia de arrumar a sociedade em faixas
etárias. Os idosos são as principais vítimas
da pandemia, do ponto de vista da saúde e
socialmente, porque mais sós, mais pobres,
remetidos muitas vezes para precários con-
textos de institucionalização.
O Cardeal José Tolentino de Mendonça
é considerado pelos meios intelectuais por-
tugueses e não só, como um homem da cul-
tura, um pensador exímio, um escritor e um
poeta reconhecido, mas também um filóso-
fo e ensaísta. Esta insigne figura da Igreja
aproveitou o ambão do dia solene para nos
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
falar da importância dos outros e da sua
redescoberta, a começar na famílias, nas
vizinhanças, nas amizades, da atenção aos
mais pobres, vulneráveis e dependentes, do
pacto entre gerações, tentando ultrapassar o
abismo já cavado entre os mais e os menos
jovens, numa fórmula absolutamente genial
que cativou quem acompanhou o seu discur-
so.
De forma desassombrada, referiu-se à
Encíclica do Papa Francisco “Laudato Si”,
nome inspirado na invocação de São Fran-
cisco “Louvado sejas, meu Senhor”, que no
Cântico das Criaturas recorda que a terra se
pode comparar a uma irmã, com quem par-
tilhamos a existência, apelando para a ne-
cessidade de termos “respeito pela natureza,
pela humildade na aceitação dos nossos li-
mites, pela primazia na afirmação da vida e
da saúde”, e nos recordar que “o humano é
universal e que todas as vidas contam, todas
as vidas importam”.
O Cardeal Tolentino de Mendonça, como
não poderia deixar de ser, referiu-se às suas
raízes madeirenses e à influência da sua avó,
que apesar de analfabeta lhe ensinou e lhe
transmitiu com as suas histórias todo um
legado geracional, com palavras singelas e
simples, mas cheias de encanto, evocando as
nossas raízes e a nossa força, amando o país
pela sua força ou pela sua fragilidade.
Num discurso profundamente humanista
foi muito assertivo, citou o Canto VI dos
Lusíadas e advertiu que não há super-países,
como não existem super-homens, pelo que
celebrar o Dia de Portugal significa, portan-
to, redescobrir e reforçar o pacto comunitário
que é a nossa raiz, incluindo as extensas re-
des da diáspora, pelo que sustentou que cada
português é uma expressão de Portugal e é
chamado a sentir-se responsável por ele.
Uma raiz do futuro de Portugal, acres-
centou o Cardeal madeirense, passa por
aprofundar a contribuição dos seus mais
velhos, ajudando-os a viver e a assumir-se
como mediadores de vida para as novas ge-
rações, defendendo que quis ser mais um en-
tre 10 milhões de portugueses, apelando para
que se olhe para os jovens adultos, como a
faixa etária com menos de 35 anos que sai
desta pandemia com os olhos postos num fu-
turo incerto.
O discurso do Cardeal José Tolenti-
no Mendonça, nas comemorações do 10 de
Junho, foi elogiado por largos sectores da
sociedade portuguesa, pois trata-se de uma
figura conhecida pela sua independência e
criatividade, e por ser uma voz credível que
defende a humildade na aceitação dos limi-
tes e fragilidades das pessoas, da primazia na
afirmação da vida e da saúde.
O próprio Presidente da República refe-
rindo-se ao Presidente das Comemorações
deste ano disse que o 10 de Junho de 2020
fica a dever-lhe o lembrar-nos o que mudou
ou está a mudar na nossa vida nestes tempos
ingratos e decisivos.
Lota de Rabo de Peixe vai
continuar encerrada por
questões de segurança
O PSD pediu a reabertura imediata da
Lota de Rabo de Peixe. A Lotaçor respon-
deu. Considerando as recomendações da
Autoridade de Saúde devido à pandemia
da COVID-19, a empresa pública diz em
comunicado que “a Lota de Rabo de Pei-
xe deve permanecer, para já, encerrada por
motivos de segurança, na medida em que
o espaço destinado aos compradores, de
acordo com a legislação actual, não é am-
plo o suficiente para que sejam cumpridas
as regras de distanciamento social”. Mais,
adianta que “as associações de pescadores
e de compradores foram auscultadas sobre
as medidas a adoptar e informadas sobre
a decisão de se operar em Ponta Delgada,
sendo que a questão central é a segurança
de todos os utilizadores das infraestruturas
da Lotaçor”.
Diz ainda ser falso que e o encerramen-
to da lota de Rabo de Peixe esteja a provo-
car uma quebra de rendimentos nos pesca-
dores. O que se verificou foi uma ligeira
baixa do preço médio devido às atuais con-
dições de mercado, como é o caso da lula,
e não ao fecho da lota de Rabo de Peixe.
Pontualmente, verificam-se situações de
baixa de preço que têm origem na quali-
dade do pescado apresentado para venda,
refere na mesma nota.
Mais, recorda a Lotaçor que em
Abril, a Lotaçor, em parceria com a Au-
toridade Marítima, “e em tempo recor-
de”, montou uma tenda junto à Lota de
Ponta Delgada para duplicar o sistema
de leilão eletrónico, garantindo que a
meia centena de compradores habituais
pudessem efetuar a compra de chicharro
no único espaço com condições para tal.
Açorianos estão a valorizar mais
os resíduos urbanos
A Secretária Regional da Ener-
gia, Ambiente e Turismo adiantou
ontem que, em 2019, “os Açores va-
lorizaram mais de metade dos resí-
duos urbanos produzidos (55,2%) e,
consequentemente, a fração eliminada
em aterro foi menor que a valorizada
(44,8%)”, confirmando a tendência de
crescimento da valorização destes re-
síduos.
“Em 2012, 87% dos resíduos urba-
nos tinham como destino a eliminação
em lixeiras e aterros”, recordou Mar-
ta Guerreiro que falava, na Horta, na
regional/opinião 9
Segundo a Lotaçor esta medida
garantiu que o chicharro fosse sempre
escoado em lota. E ainda sublinha que
esta situação acarreta, para a Lotaçor,
um acréscimo de custos, nomeadamente
com a tenda, a segurança da tenda e a du-
plicação de sistemas, e com o reforço do
sistema de transporte de pescado. Neste
sentido, a empresa pública dá conta que
também tem interesse na retoma do lei-
lão em Rabo de Peixe, mas há que ga-
rantir que todas as questões de segurança
são salvaguardadas.
A Lotaçor, no documento, “repudia a
afirmação do Presidente do PSD/Açores
de que há «um grande desinvestimento»
na manutenção das estruturas da Lotaçor
e de que se verifica “imprevisibilidade
de horário”. E diz que além dos investi-
mentos de reposição, tem estado sempre
disponível para o sector, flexibilizando
horários e mantendo os seus serviços a
funcionar, durante toda a pandemia.
Lembra também a Lotaçor que, com
o apoio do Governo dos Açores, “isentou
as taxas cobradas aos produtores e com-
pradores de pescado para fornecimento
de gelo, congelação e conservação de
pescado”.
Quanto à acusação de que «as pró-
prias caixas de pescado não são substitu-
ídas há muitos anos», “a Lotaçor também
repudia esta afirmação, garantindo que
ainda no mês de abril começaram a ser
introduzidas no circuito de mais 13.000
caixas novas, adquiridas este ano, estan-
do previsto que estejam todas em circu-
lação até ao final do mês de Julho”, con-
forme refere no comunicado. N.C.
apresentação do relatório referente à
produção e gestão de resíduos urba-
nos nos Açores no ano de 2019.
“Os dados constantes neste relató-
rio demonstram a evolução progressi-
va e significativa da Região em maté-
ria de tratamento de resíduos urbanos
desde 2012, e com particular expres-
são desde 2016”, frisou.
Segundo a governante, “estes são
dados consistentes, já que desde 2017,
isto é, pelo terceiro ano consecutivo,
os Açores estão a valorizar a maioria
dos resíduos urbanos”.
publicidade Correio dos Açores
Correio dos Açores publicidade
12 opinião/regional
Associação Espírita de São Miguel
Paz e luta
Muitas vezes, a pretexto de servir
a Jesus, fugimos para a sombra quieta
do claustro, abandonando a luta em que
o Mestre espera de nós a colaboração
salutar.
Mal nos sabe a escolha, porque, em
semelhante contemplação, cultivamos
a inutilidade e acordamos, ao clarim da
morte, na condição do pássaro de asas
entorpecidas.
Diz-se que é preciso aborrecer o
pecado, buscando o recanto silencioso
da virtude improdutiva e anestesiante,
sem o que não abominaremos Satanás
e as suas obras.
Não traduzirá, porém, essa atitude
ruinoso descaso para com o mundo e
para com as almas que o Senhor nos
confiou aos cuidados e salvaguarda?
Fora preciso que o amor não pas-
sasse de escura mentira, para crermos
em nossa salvação exclusiva, com de-
plorável esquecimento dos outros. Um
soluço de criança na Terra destruiria o
Céu que a teologia comum criou para
atender, em caráter provisório, as nos-
sas indagações.
O clima de contrastes em que a inte-
ligência da criatura se alarga e envolve,
propiciando-lhe dificuldades e sombras
temporárias, é, na essência, a paisagem
indispensável ao crescimento do espí-
rito, para a vitória do amor, no coração
do Homem e no caminho da Humani-
dade.
A paz resulta do equilíbrio e não da
inércia.
Jesus, no madeiro, desfrutava a
tranquilidade dos que podem desculpar
o mal e esquecê-lo.
Pilatos, na suntuosidade do Pretó-
rio, conservava um espírito vacilante e
atormentado, que o arrastaria por fim
ao suicídio.
O lago calmo costuma resumir-se
a depósito de lodo estanque, enquan-
to a água corrente, rolando sem cessar
sobre a escarpa, chega pura aos lábios
ressequidos do homem.
A santidade não depende da másca-
ra.
Há príncipes da fortuna e da inte-
ligência, da autoridade e da fama, os
quais, embora situados entre a pol-
trona macia e o louvor incessante dos
grandes e dos pequenos, se esforçam,
no serviço aos semelhantes, obedecen-
do aos ditames da reta consciência; e
há mendigos, esfarrapados e sedentos,
que elevam mãos postas aos céus, pra-
guejando mentalmente em desfavor do
próximo.
Muitos homens, aparentemente san-
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
tificados por viverem repetindo orações
comoventes, são almas leoninas que
se reconhecem necessitadas de cons-
tantes preces e de meditação para não
caírem na soez armadilha da própria
impulsividade; ao passo que tempera-
mentos pacíficos, de exterior indife-
rença por não respirarem na comunhão
contínua dos sagrados ensinamentos,
são espíritos enobrecidos na fé, supe-
riores às tentações da calúnia ou da dor,
que já sabem jornadear na Terra, ache-
gados a Deus, sem as teias de qualquer
empecilho humano.
Ninguém abandone a luta, crendo
conquistar, assim, a paz.
Nenhum general experimenta o sol-
dado em relvas floridas, e alma nenhu-
ma se elevará ao cume da purificação,
sem as provas compreensíveis e justas
do sofrimento, no combate interior às
inclinações menos dignas, ante as cir-
cunstâncias do mundo externo.
Muitas almas piedosas recolhem-se
aos mosteiros, procurando, debalde, no
afastamento da tentação, a serenidade e
a alegria que lá não encontram, porque,
ainda aí, o lírio que adorna o altar pro-
cede da lama desconhecida; a vela que
arde em memória dos anjos consome a
cera extorquida às abelhas laboriosas;
o centeio que fornece o pão abençoado
à mesa nasceu e cresceu na cova anó-
nima do solo estercado; e a seriguilha
que cobre a carne em contemplação foi
roubada à ovelha ao algodoal, que pro-
duz sob a chuva e sob o vento.
Muitos encontram luta amarga onde
procuram as doçuras da paz, porque a
serenidade legítima provém das obriga-
ções bem cumpridas no quadro de tra-
balho que a realidade nos designa.
Conflitos e atritos vibram em toda a
parte, porque, em todos os recantos, o
espírito suspira por ascensão.
Aceitemos os desafios do mundo
sem temer o pecado, as trevas, o lodo,
a morte.
Como sustentar a beleza e a ternura
do lume, se não desculparmos a dureza
e a fealdade do carvão?
A vanguarda do trabalho é uma are-
na de que nos não cabe fugir. Defenda-
mos em suas linhas a nossa posição de
serviço, amando e agindo, imaginando
e elaborando para o bem, e o Senhor,
por certo, nos fará Divina Mercê.
Pelo Espírito Joana Angélica
(Joanna de Ângelis)
Psicografia de Francisco Cândido
Xavier
Do Livro: Falando à Terra
Músicos e profissionais
da música em desespero
Festivais cancelados preocupam os músicos que não têm condições económicas
Por causa das medidas de contenção da
epidemia da covid-19, os espetáculos e festi-
vais foram cancelados nos Açores, pelo que
tal situação tem preocupado muitos músicos
e profissionais ligados ao setor, atendendo à
incerteza quanto ao futuro.
Esses trabalhadores encontram-se numa
posição precária, muitos deles sem rendimen-
tos e sem apoios governamentais para pagar a
renda e as despesas correntes, achando-se em
grandes dificuldades, chegando mesmo orga-
nizar-se um movimento solidário para ajudar
a mitigar situações muito difíceis de famílias
sem qualquer proveito para viverem.
Por isso, alguns profissionais do ramo
apelam ao Governo Regional dos Açores
para olhar para estes casos difíceis por que
têm passado algumas famílias e seja encon-
trada uma medida para apoiar as situações
mais gritantes.
Dada a evolução desta crise pandémica,
os espetáculos ao vivo não acontecerão tão
Agora pode-se aguardar resultados em casa ou no alojamento
Açores livres de Covid-19 abrandam
as regras de entrada na Região
O Governo Regional referiu que a
monitorização permanente feita à evolução da
pandemia de COVID-19 nos Açores permite
concluir pela eficácia dos procedimentos apro-
vados pelo seu executivo na contenção da dis-
seminação do vírus na Região, bem como pela
adesão comprometimento e responsabilidade
dos açorianos às medidas implementadas. As-
sim, a Região não só não tem qualquer regis-
to de casos positivos activos, até ontem, como
todas as cadeias de transmissão que existiram
estão extintas. tendo sempre presente a pro-
babilidade de surgimento de novos casos de
COVID-19, o Conselho do Governo dos Aço-
res, seguindo a estratégia de desconfinamento
social e económico que tem vindo a ser defi-
nida e implementada, entende que estão reu-
nidas as condições para proceder a algumas
alterações nas medidas e procedimentos que
estão em vigor, em duas vertentes: Mantém-se
a exigência de teste RT-PCR realizado nas 72
horas prévias ao embarque para os Açores ou,
em alternativa, a realização do mesmo tipo de
teste à chegada aos aeroportos da Região, com
a recolha de amostras biológicas para esse
fim, no momento desembarque, e neste último
caso o passageiro passa a aguardar o resultado
do mesmo em isolamento profilático, na sua
Foto: Arquivo
cedo, e mesmo que venham a acontecer mui-
tas pessoas vão ter medo de lá ir, por não
quererem estar em espaços com muita gen-
te.
O setor vê, assim, com apreensão tudo o
que se está a passar, pois trata-se duma situa-
ção completamente nova e devastadora para
muitos artistas, que não se sabe como irão
sobreviver até ao final desta pandemia.
A preocupação é enorme, com músicos e
técnicos, que sem espetáculos e sem trabalho,
não têm rendimento nem forma de ir buscar
dinheiro para poder fazer face às despesas,
e por isso, voltam-se agora para o Governo,
na tentativa desesperada de encontrar-se uma
solução para as suas vidas.
A cultura é um bem que todas as socie-
dades necessitam para viver e todas as pes-
soas ligadas ao setor têm de ser vistos como
trabalhadores cruciais para as comunidades
para que os artistas e bandas tenham êxito e
deixem de viver neste sufoco. APC
residência ou no local onde estiver alojado, e
não em hotel designado para o efeito.
O tempo que medeia entre o momento de
recolha de amostras e a obtenção do resultado
do teste é, no caso de S. Miguel e Terceira, de
cerca de 12 horas. Nas ilhas que não têm labo-
ratórios para a realização de testes, esse tempo
pode ser superior, uma vez que há a necessi-
dade de fazer deslocar as amostras biológicas
para a ilha do laboratório e aí realizar o teste
laboratorial. No caso de passageiros que che-
guem a um aeroporto dos Açores, mas que te-
nham como destino final outra ilha da Região,
há duas opções: Ou apresentam comprovativo
da realização de teste PCR prévio ao embar-
que do vôo com destino aos Açores com re-
sultado NEGATIVO e, neste caso, podem se-
guir a sua viagem normalmente; Ou realizam
teste PCR à chegada, sendo que, neste caso,
antes de seguir para a ilha de destino final,
devem aguardar pelo resultado NEGATIVO
do respetivo teste em local próprio na ilha
de desembarque ou em hotel designado para
o efeito. Com o resultado NEGATIVO é que
poderão seguir a sua viagem. Os custos com
o alojamento desses passageiros enquanto
aguardam pelo resultado do teste continuam
a ser assumidos pela Região.
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14 opinião/regional Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
A República não pára de
surpreender os Açorianos
Por: Manuel Estrela
“Durante a pandemia tramou-nos com a história da
“continuidade territorial” e outros comportamentos menos
próprios, de que se veio redimir o Presidente da República
na visita atribulada ao Nordeste.
Não contente com isso, António Costa volta a provocar-nos, desta vez
encaminhando-nos para a banca, se quisermos dinheiro para combater o
impacto económico da pandemia.
Uma cópia de Passos Coelho. E todos sabemos como as cópias são
sempre piores que o original...
A diferença é que, agora, amouchamos, obedientes e submissos. Já não
levantamos a voz como foi contra Passos Coelho.
Pior ainda: até uma deputada do PS dos Açores, na Assembleia da Re-
pública, elogiou a atitude do Governo da República... onde já chegamos!
A autorização para nos endividarmos até 420 milhões de
euros não dá para meia missa, porque se o turismo, como se
prevê, vai cair 10% do PIB regional, são logo 400 milhões
de euros que se perdem, só neste sector.
Depois, o facto do Estado não avalizar a dívida vai provocar um aumen-
to dos juros, que poderão ir até ao dobro do que é contraído pelo Estado.
A atitude de António Costa não tem classificação. É uma provocação às
Regiões Autónomas e uma falta de solidariedade incompreensível.”
Esta é uma parte do editorial do famoso jornalista Osvaldo Cabral, no
Diário dos Açores, do dia 14 de Junho corrente, o que nos fez lembrar
certa publicidade da RTPi, que diariamente afirma que lá no fundo, lá no
fundo, existem dois arquipélagos…
De facto e contra factos não há argumentos, os Açores e a Madeira
parecem estar no fundo das prioridades e da solidariedade do centralismo
odioso de Lisboa.
Por outro lado assusta-nos bastante ter representantes na Assembleia
da República que se vergam aos interesses partidários, em vez de zelarem
pelos interesses de quem representam.
Atitudes como esta do Governo Central fazem-nos recordar o grande
Açoriano, o Rabopeixense, António Tavares Torres, que deixou o Hino
Popular da Autonomia dos Açores:
O clamor açoriano
Em sã justiça fundado,
Pede esta ampla liberdade
Que se deve a um povo honrado.
Para nós é vergonhosa
A central tutela odiosa,
Que em nossos lares recai.
Povos! Pela autonomia
Batalhai com valentia,
Com esp’rança batalhai
Autonomia: eis o lema
Do ideal Açoriano.
Negá-la seria um crime!
Combatê-la, desumano.
Eia! Avante, Açorianos
É já tempo, despertai!
Pela santa autonomia
Com denodo trabalhai.
Este caso que Osvaldo Cabral tão bem narrou não é único na história
dos Açores. Recordamos as construções das docas de Ponta Delgada e
Horta, essenciais ao desenvolvimento dos Açores. Recordamos os aero-
portos, etc.
De facto os Açores e a Madeira estão no fundo, como diz a RTPi.
Julgamos que a RTPi foi do melhor que Portugal ofereceu aos Portu-
gueses que vivem no estrangeiro, mas os seus responsáveis podiam en-
contrar outra maneira, para dizerem que todos os dias há notícias daqueles
arquipélagos…
Fall River
José Manuel Bolieiro defende uma
mudança qualitativa nos Açores
assente no valor de cada ilha
O presidente do PSD/Açores defendeu
uma mudança qualitativa para a Região, as-
sente “numa estratégia política que potencie o
valor de cada uma das nossas ilhas. É preciso
um governo que assuma a missão Açores e um
compromisso com cada ilha”, avançou. Nestas
eleições e para um novo ciclo, “Não bastará
uma alternância democrática, aliás muito im-
portante, mas também de uma mudança efetiva
de governação, uma verdadeira de alternativa”,
disse José Manuel Bolieiro, que participava na
sétima edição do Congresso da Cidadania, esta
dedicada à Ilha Terceira.
“O potencial da Terceira tem, em alguns
segmentos, uma escala mundial, que está a ser
subvalorizado, limitando o seu desenvolvimento
e o do Grupo Central, assim como o peso relati-
vo que pode ter no desenvolvimento da Região”,
afirmou o líder social democrata.
Ao nível da Saúde, José Manuel Bolieiro
diz ser preciso “habilitar a capacidade já instala-
da na ilha, no contexto de todo o arquipélago”,
destacou, estranhando o recente desvio de um
equipamento destinado ao hospital local “sem
qualquer explicação que justifique essa atitude
da tutela, o que é inaceitável”, disse.
Para o presidente do PSD/Açores, o futuro
da Região precisa “de uma governação com a
capacidade de ouvir e de garantir independên-
cia às pessoas e às instituições. Não podemos
continuar a ter uma governação manipuladora”,
considera.
“A manipulação desmerece a democracia e a
liberdade, das pessoas e das instituições, quando
a estratégia é tão só ligada à aposta no dinheiro
público, como solução para resolver os proble-
mas e forma de perpetuação no poder”, referiu.
e disse: “Ao invés, o que é preciso é apostar na
Em parceria com o Hospital Internacional
Escola Profissional da Lagoa promove em
Setembro curso de auxiliar de Saúde
A partir do próximo mês de Setembro, a
Escola Profissional da Lagoa inicia o Curso
de Auxiliar de Saúde. Trata-se de um Curso de
Dupla Certificação - equivalência ao 12.º ano e
qualificação profissional de nível IV.
Para ingressar na ação de formação, os can-
didatos devem ter o 9.º ano, no mínimo, conclu-
ído com aproveitamento e idade até 24 anos à
data de 1 de setembro de 2020.
As pré-inscrições decorrem até ao dia 3 de
julho, sendo que o formulário e toda a informa-
ção estão disponíveis no portal da escola pro-
fissional.
O Curso resulta da parceria com o Hospital
criação de riqueza e na libertação da economia
e da iniciativa dos cidadãos”, adiantou, e deu
como exemplo o “a carência do diálogo e da
conversação social, verdadeiros ativos, que es-
tiveram ausentes nas últimas décadas, e que
agora é preciso reforçar”.
Para o líder social democrata, os Açores
“têm sido igualmente deficitários na criação
de políticas públicas apoiadas no conheci-
mento empírico, isto é, nos dados concretos
reveladores da realidade das nossas ilhas”. As-
sim, “a intuição, uma postura populista e os in-
teresses eleitoralistas têm-se sobreposto a essa
necessidade de saber, de forma clara, o que é
preciso para o arquipélago”, criticou.
José Manuel Bolieiro avançou que deve ha-
ver “uma forte aposta no desenvolvimento dos
territórios, mas que tem de ser acompanhado
pela proximidade do poder”, advogando que
“a relação dos órgãos de governo próprio com
o poder local deve ser valorizada, em sintonia
e com igualdade de tratamento”, disse. E
focou “a transparência da chamada contratação
programática entre administrações públicas, que
é fulcral, assim como um reforço de meios para
a capacidade instalada em cada uma das nossas
ilhas”.
Para o social democrata, falta também “re-
conhecer essa capacidade instalada ao nível das
políticas sociais. Será um trabalho que vai obri-
gar a uma rutura de atitudes face ao que existe
actualmente”, garantiu, referindo que o balanço
de 44 anos de Autonomia “teve muitas virtudes,
mas é preciso uma avaliação dos resultados dos
diferentes ciclos, para poder fazer a mudança
que é necessária”, afirmou.
O líder do PSD regional elogiou “a cora-
gem” de todos os participantes nestas iniciativas
do partido, pois “a independência e a liberda-
de expressa fazem falta à Autonomia, sendo o
que se deseja para uma Democracia madura nos
Açores”.
“Ainda há quem saiba dizer não, quem resis-
ta e tenha a capacidade de não assumir a submis-
são como uma oportunidade, preferindo reagir
com inteligência e mostrando pensamento pró-
prio”, concluiu José Manuel Bolieiro.
O evento teve como oradores Tomaz Den-
tinho, economista e professor da Universidade
dos Açores, Maria Manuela Sousa, mestre em
Gerontologia Social e assessora na Santa Casa
da Misericórdia de Angra, e António Bulcão,
advogado e professor do ensino secundário.
A moderação esteve a cargo de Olivéria San-
tos, jornalista do Diário dos Açores.
Internacional dos Açores, cuja abertura aconte-
cerá na cidade da Lagoa.

Açores - Potência Atlântica?
Por: António Benjamim
Sim. Podem e devem os Açores aspirar
a ser uma Potência Atlântica.
Assim pensem, sintam e queiram os
açorianos nascidos ou os de coração. Os
emigrados e seus descendentes. Primeiro
“acomodar” os que vivendo cá continuam
no “cais a ver passar navios”, enquanto
existem ilhas a perderem população.
Sem gente não há desenvolvimen-
to económico. A digitalização e a nova
globalização, ao contrário do que possa pa-
recer, irão ser um dos pilares fundamentais
para atingir esse objectivo.
A centralidade atlântica dos Açores
com a sua zona económica exclusiva de
quase 1.000 Km2 torna-os uma potência
oceânica, capaz de rivalizar com muitos
países da União Europeia.
São eles que dão profundidade atlânti-
ca, não só a Portugal como à Europa. Os
avanços tecnológicos têm vindo a confir-
mar o potencial do mar imenso que os ro-
deia.
Felizmente que, são já muitos os aço-
rianos com pensamento critico, que se têm
apercebido do quão importantes são. Todas
as verbas que têm sido disponibilizadas e
que irão continuar, pós pandemia, não são
esmolas. Não há almoços grátis.
Os açorianos têm de aumentar a sua
auto estima e exercerem uma cidadania
activa. A “marca Açores” tem de se tornar
um desígnio colectivo e não apenas duma
elite, como vem acontecendo desde o po-
voamento.
A educação, o conhecimento crítico, os
saberes, devem estar ao alcance de todos.
Urge que os açorianos partam do mesmo
patamar e em igualdade de oportunidades,
mas que no ponto de chegada, todos se sin-
tam dignos, embora desempenhando tare-
fas diferentes de acordo com os talentos de
cada qual.
E aqui reside a chave do sucesso dum
povo. Nos nossos dias temos exemplos.
Desde a Islândia, aqui mais perto, ou então
a Nova Zelândia, no outro lado do mundo.
Sugere-se que, antes das eleições de
Outubro de 2020, representantes das di-
versas forças partidárias, tomem conheci-
mento dos factores que estiveram na base
do sucesso desses países. Copiar, adaptar e
inovar, além duma postura de humildade, é
acima de tudo uma atitude de inteligência
e de bom senso.
Os Açores são importantes. Não é só
retórica. São mesmo. Foi a globalização e
o digital, que permitiu a descoberta deste
novo paradigma, daí a urgência dos aço-
rianos não se resignarem em serem ape-
nas uma grande autarquia da metrópole
centralista. O projecto de autonomia con-
cedida, já lá vão quatro décadas, esgotou-
se.
Sem novas formas inovadoras de orga-
nização política quer tenham o modelo de
estado federado, de autodeterminação ou
independência, os Açores estarão conde-
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
nados, como a história regista, a mais um
“ciclo” com milhares de concidadãos a fi-
carem para trás. Se bem que, nestes novos
tempos, a milagrosa “carta de chamada”
que os retirava da pobreza, é bem capaz de
nunca chegar.
Só assim a Açorianidade poderá ser
afirmada, a Portugalidade realizada e a
Universalidade confirmada.
Não é com afirmações, como as que
recentemente têm sido proferidas, por al-
guns ministros de Portugal, que vamos
lá. Dizem-se democratas, embora façam
mais lembrar posturas de algumas figuras
do Estado Novo. Eram centralistas porque
era essa a natureza do regime corporativo
e totalitário.
Em Outubro próximo voltaremos a ter
eleições para o Parlamento Açoriano. A
abstenção voltará a ganhar. Perde a demo-
cracia e a liberdade. Ganham os centralistas.
Que como se tem vindo a constatar, não
estão só nos extremismos autoritários, mas
igualmente nos que se dizem democratas
e liberais.
As promessas efectuadas nas últimas
eleições de que iriam ser tomadas medidas
para combater a abstenção, não foram con-
cretizadas. A pandemia que nos confinou
nos últimos três meses, não vale como des-
culpa. Voto electrónico e premiar a cidada-
nia, revisão dos cadernos eleitorais, parti-
dos açorianos... Boas intenções que já não
serão realizadas nesta legislatura.
Poder-se-ão elaborar planos e orçamen-
tos, que cada conjuntura exige, mas se não
existir um enquadramento político estrutu-
ral onde as grandes decisões estratégicas
fiquem a salvo de constrangimentos tercei-
ros, os Açores continuarão o seu rumo de
subserviência colonial, que como se sabe
estará sempre subordinado aos “superiores
interesses da Mãe-Pátria”.
Partilhamos o que recentemente, três
admirados e respeitados “senadores” dos
nossos Açores Democráticos, afirmavam:
“…As conclusões finais da CEVE-
RA – Comissão Eventual para a Reforma
da Autonomia, serão grandes prioridades
para o futuro dos Açores. Assistiremos a
resistências centralistas perante exemplos
de novos avanços autonómicos…” (Pro-
fessor Doutor José António Vieira da Silva
Contente).
Não há muito tempo o Presidente Mota
Amaral desabafava: “...E passados 46 anos
também são muitos os que a nível nacional
têm a ideia de que os Açores são uma pos-
sessão de Portugal. Esta ideia ainda persiste
na mente de muitos e não podemos deixar
que isso aconteça…”.
“…Toda a gente fala do mar, mas não se
apresentam propostas concretas para além
de meras generalidades inconclusivas sem
caminhos concretos…” (Professor Doutor
José Manuel Monteiro da Silva).
Será oportuno recordar a citação do Pre-
sidente José de Almeida, que os Resisten-
tes da Causa Açoriana fazem por lembrar,
sempre que os Açores são tratados como a
“última fronteira”, garante da “continuida-
de territorial” do Império, como ainda ago-
ra ocorreu em plena crise da pandemia.
“Ter cuidado antes de dar o próximo
passo, não significa parar de sonhar ou se-
guir em frente, mas pisar com firmeza para
não voltar.”
Citação inspiradora da frase - os ideais
quando genuínos não têm prazo de valida-
de, nem são prisioneiros de interesses de
circunstância.
Câmara de Ponta Delgada intensificou
projectos sociais para acudir famílias,
idosos e sem-abrigo na pandemia
Foram atribuídos 603 vales sociais a 147 famílias
A Câmara Municipal de Ponta Delgada fez um
balanço dos projectos/iniciativas criados durante a
pandemia. Assim, o projecto Vales de Apoio Social
para Famílias Carenciadas, uma das muitas medidas
criadas pela Câmara Municipal de Ponta Delgada
para combater as graves dificuldades sócio-econó-
micas que surgiram no âmbito da Covid-19, apoiou
um total de 147 famílias. Foram atribuídos 603 vales
sociais, no valor de 12.060 euros. No caso do vale
social, o objectivo foi colmatar, no imediato, uma
necessidade básica, resultante de situações de de-
semprego ou ausência prolongada ao trabalho, o que
provocou a redução dos rendimentos dos agregados
familiares.
Também devido à Covid-19, a autarquia criou
o Fundo Municipal de Solidariedade Social, destina-
do a indivíduos e agregados familiares em situação
de carência socioeconómica. Os apoios financeiros
atribuídos ao abrigo deste programa, que foram
agilizados, diz uma nota da edilidade, visaram o
pagamento de despesas de água, eletricidade e gás;
aquisição e pagamento de géneros alimentícios; des-
pesas escolares; despesas de saúde.
A autarquia incrementou a prestação de cuida-
dos e ajudas técnicas, através da cedência de 77 ca-
mas articuladas, 37 cadeiras de rodas, 6 andarilhos e
3 canadianas.
Entretanto, com vista ao apoio dos munícipes
mais vulneráveis e considerando o cenário de emer-
gência social decorrente do Covid-19, a Divisão de
Desenvolvimento Social promoveu a criação de
uma rede que assegura a entrega de bens alimentares
e/ou medicação sem exigir deslocação por parte dos
munícipes em questão.
Foram criadas equipas de apoio domiciliário,
disponíveis para se deslocar à residência de pessoas
em situação de maior vulnerabilidade social para en-
trega de bens alimentares e/ou medicação. Cerca de
uma centena de idosos isolados beneficiaram deste
apoio regularmente.
Foi ainda criada pelo Município de Ponta Del-
gada, uma equipa composta por cerca de 60 colabo-
radores para apoio telefónico aos seniores. A equi-
pa da autarquia disponibilizou-se para contactar,
telefonicamente e com regularidade, os idosos em
situação de isolamento social, para conhecer o seu
estado, as suas necessidades ou simplesmente que-
brar a solidão/isolamento social, durante o período
em análise.
Quanto aos atendimentos presenciais e/ou tele-
fónicos, foram realizados 12 para assuntos relativos
à habitação (habitação social e habitação degrada-
da), 22 no âmbito do programa de apoio ao arrenda-
mento, 151 relacionados com a Rede de ATL, 54 na
sequência do Programa de Apoio à 3ª Idade (Con-
forto, Exercício e Saúde na Terceira Idade), 35 para
informações sobre o Fundo Municipal de Solidarie-
dade Social, 402 sobre as Bolsas de Estudo (Ensino
superior), 45 no âmbito dos apoios Covid19 e mais
190 para questões diversas, numa total de 911. No
regional 15
mês de Maio, um grupo de animadoras da Rede Mu-
nicipal de ATL, iniciou a confeção de máscaras de
proteção, garantindo a entrega de mais de 900 unida-
des, que foram distribuídas pelos colaboradores do
município.
O BEI (Banco de Equipamentos Informáticos)
foi criado pelo Município de Ponta Delgada para
possibilitar aos alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico
o acesso ao equipamento informático necessário à
frequência do ensino à distância. Foram adquiridos,
numa fase inicial, 75 equipamentos, num investi-
mento total de 40.000 euros para as 5 Escola Básicas
Integradas do concelho.
A Câmara Municipal de Ponta Delgada, ac-
tualmente liderada por Maria José Duarte, aderiu
ainda ao Student Keep, um projecto pertencente ao
movimento #tech4COVID19 que procura combater
o problema da desigualdade no acesso à Educação,
agravado pela suspensão das aulas presenciais devi-
do à pandemia Covid-19.
Apoio transversal a várias comunidades
O Projeto “Zero Desperdício” conta com a As-
sociação de Seniores de São Miguel como entidade
receptora dos alimentos doados e a Câmara Muni-
cipal como entidade responsável pela supervisão
do projeto. Este grupo, constituído por 98 voluntá-
rios, tornou possível que 13 agregados carenciados,
compostos na sua totalidade por 48 pessoas, fossem
apoiados, diariamente, com refeições, durante este
período. Em Março, foram recolhidos 2.228 Kg de
alimentos, em abril 1.217 Kg e em Maio 1.012 Kg.
O centro ocupacional “Casa Manaias” que apoia,
diariamente, um conjunto de pessoas em situação de
sem-abrigo ou de vulnerabilidade social do centro
histórico de Ponta Delgada, durante o período de
pandemia, reforçou a distribuição de alimentação,
cuidados de higiene pessoal, medicação e, apoio so-
cial, de modo, a minimizar os efeitos daí advenientes
e encontrou respostas para as pessoas em situação
de sem abrigo, que ficaram em quartos e no Centro
Social de Santa Clara.
A “Casa Manaias” procedeu à distribuição de
um total de 757 refeições em Março, 2.508 refei-
ções em Abril e 1.885 refeições em Maio.
Também devido à pandemia foi criada a linha
telefónica de apoio psicológico para ajudar a promo-
ver o bem estar e a saúde psicológica da população
de forma não presencial (telefone, skype, whatsapp).
No período de março a maio, foram realizados 84
contactos de acompanhamento psicológico e 16 de
apoio social. De forma direta ou por encaminhamen-
to, 17 pessoas passaram a receber com frequência o
apoio psicológico.
A Câmara também prosseguiu com a atribuição
de bolsas de estudo aos estudantes do ensino supe-
rior e durante os três meses manteve os apoios aos
alunos beneficiários deste programa. Foram apoia-
das 44 candidaturas, no valor total de 25.428 euros,
conforme revela a autarquia em comunicado.
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 Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
Agradecimento à Câmara
Municipal de Ponta Delgada
Por: Carlos Rezendes Cabral
Fui educado pelos meus saudosos pais que, quando alguém é atendido
num pedido que faz (seja ele dirigido a uma pessoa, ou a uma entidade)
se deve agradecer a quem o atendeu.
Com a implantação da democracia neste país, parece ter ficado em de-
suso tal costume. Isto porque, quase toda a gente acha que só tem direitos
e que não tem quaisquer deveres a cumprir, seja lá com quem for. Daí
que, no que toca aos agradecimentos, o assunto fica reduzido à expressão
mais simples, ou seja:- não fez mais do que a sua obrigação!
Não penso deste modo. Para mim, mesmo que alguém cumpra o seu
dever ou obrigação, é merecedor de reconhecimento.
Estamos a viver tempos difíceis em termos de pandemia. A autoridade
sanitária fez o que devia, mas, isso não obsta que a população destas ilhas
não esteja grata a quem trabalhou para que não tivéssemos resultados
ainda piores daqueles que tivemos.
Vem esta introdução a propósito de uma chamada de atenção que fiz
neste jornal, há 15 dias, alertando a Câmara Municipal de Ponta Delgada
para a falta de um passadiço na zona da baía da Praia das Milícias em S.
Roque.
Atendendo a que a época balnear está prestes a começar e estando a
Câmara Municipal a proceder à manutenção e embelezamento daquela
infraestrutura, a falta daquele passadiço incomoda muita gente, em espe-
cial as crianças que para ali se dirigem.
Logo após a publicação do meu escrito fui, por mensagem, informado
pelo então Presidente da Câmara que, o assunto tinha sido endossado ao
senhor Vereador Dr. Pedro Furtado que resolveria a questão.
Como todos sabemos, a saída do Eng.º Humberto de Melo da Presi-
dência da CMPD alterou o quadro da vereação social-democrata e julguei
que a matéria fosse “enviada” para as calendas gregas.
Aproveito para desejar ao Eng.º. Humberto Melo, a resolução do pro-
blema de saúde o mais breve possível.
Voltando à minha chamada de atenção devo dizer que, na passada sex-
ta-feira, dia 12 de Junho, recebi um telefonema do agora Vice-Presidente
da Câmara, Dr. Pedro Furtado, a informar-me que o assunto tinha sido
entregue à Repartição Técnica da edilidade, e que, a senhora Engª. Vânia
iria resolver o problema, com a colaboração das oficinas camarárias que
executarão os passadiços de madeira, para colocação tanto na areia, como
no acesso terreiro à baía.
Assim, tudo indica que, este ano, tanto os miúdos como os graúdos,
não irão esfolar os pés nas pedras que ali existem quando se dirigirem
para a água.
Por outro lado, também fiquei a saber que este ano a Câmara irá au-
mentar o número de nadadores salvadores naquela estrutura balnear. As-
sim, os banhistas ficarão com maior segurança em toda a extensão do
areal, coisa que não acontecia antes.
Também fiquei sabendo que o plano de reordenamento costeiro da-
quela zona não foi abandonado, estando a aguardar oportunidade finan-
ceira para a sua realização.
Contrariamente a outros organismos públicos, que raramente se inte-
ressam ou respondem a reclamações vindas a público, a actual Câmara
Municipal de Ponta Delgada, neste caso, e provavelmente em muitos ou-
tros, exerce aquilo a que chamo de verdadeira democracia.
Não sei em que condições, nem que tipo de constrangimentos irá ha-
ver por causa da pandemia que atravessamos. Certamente que nada será
como dantes, pelo menos por algum tempo mas, já lá diz o adágio antes
pouco do que nada.
Como prometi ao senhor Vice-Presidente estarei atento, e exercerei o
meu direito de cidadania quando e sempre que entender necessário.
Para já, o meu agradecimento à Câmara Municipal de Ponta Delga-
da.
P. S. Texto escrito pela antiga grafia.
13 de Junho de 2020
opinião/regional 17
Inaugurada hoje Museografia do
Núcleo de Arte Sacra da Ribeira Chã
A Câmara Municipal da Lagoa inaugura freguesia onde apostolou.
hoje, pelas 14h00, a nova museografia do Núcleo A exposição de longa duração integra ainda
Museológico de Arte Sacra e Etnografia da fre- mais duas temáticas. Uma delas tem como tema a
guesia da Ribeira Chã. Um acontecimento que Arte Sacra, destacando-se a reconstituição do altar
foi adiado, e não decorreu na data anteriormen- da antiga igreja de São José da Ribeira Chã, onde
te anunciada, em virtude da pandemia provocada se expõem variadas peças de arte sacra desse tem-
pelo Coronavírus, conforme regista uma nota da plo, aspetos que a anterior exposição já continha
auatrquia. e que agora foram atualizados. A outra centra-se
O Núcleo de Arte Sacra e Etnografia, foi fun- na Etnografia, expondo trajes tradicionais, figuras
dado no século XX, mais precisamente na década cerâmicas concebidas por Luís da Luz Gouveia, e
de 80 pelo padre João Caetano Flores, que foi, a evocação da antiga escola da freguesia.
recentemente, homenageado pela autarquia lago- Com a intenção de garantir maior acessibili-
ense com uma exposição temporária, que esteve dade, esta intervenção disponibiliza no piso térreo
patente na Casa da Cultura Carlos César. um documentário que permite a realização de uma
A nova museografia, localiza-se no piso su- visita virtual.
perior da sede do Centro Social e Paroquial da A autarquia recorda na mesma nota à impren-
Ribeira Chã e irá contemplar, precisamente, uma sa que, através da assinatura do protocolo com a
área em que estará patente, com caráter duradou- paróquia da Ribeira Chã, que se realizou recen-
ro, uma exposição dedicada ao padre João Caeta- temente, a Câmara Municipal da Lagoa apoiou
no Flores. A intenção é homenagear e perpetuar a esta intervenção, que permitiu a integração dos
memória do fundador dos núcleos museológicos núcleos museológicos da Ribeira Chã no Museu
da Ribeira Chã, em reconhecimento ao facto de ter de Lagoa-Açores, instituição que fica assim repre-
dedicado, toda a sua vida, à elevação cultural da sentada nas cinco freguesias do concelho.
PSD reclama melhores acessos aos cuidados
de saúde na ilha das Flores
O deputado do PSD/Açores Bruno Belo quer me-
lhores acessos aos cuidados de saúde para os utentes
das Flores, acusando o Governo Regional “de não
cumprir com a legislação, discriminando claramente
a população da ilha, pelo que se exigem medidas que
corrijam a situação atual”, afirmou, lembrando que a
29 de Janeiro, o governo regional anunciou a sua pro-
gramação de deslocações de especialistas às ilhas sem
hospital, “sendo que para a ilha das Flores o aumento
foi o mais baixo da Região, com apenas 12%”. Deputado Bruno Belo
Segundo a legislação aprovada em 2018, “os
utentes podem optar por recorrer a qualquer hospital incompreensível e injusta”, considera.
do Serviço Regional de Saúde (SRS), caso o façam, Para o deputado do PSD, os açorianos residentes
têm direito às comparticipações como se recorressem nas ilhas sem hospital “têm de ter a garantia de aces-
ao hospital da área de influência com capacidade de sibilidade e qualidade dos cuidados de saúde, ade-
resposta”, explica. quados à realidade geográfica da Região, sem preo-
“Mas não é dada aos doentes da ilha das Flores cupações de cariz exclusivamente economicista, mas
uma efetiva liberdade de escolha do hospital da Re- visando ganhos em saúde para as populações”.
gião onde pretendem ser tratados”, denuncia Bruno Bruno Belo diz que tem de ser o SRS “a adequar-
Belo, já que “quando o utente escolhe ser tratado se à nossa realidade, procurando dar localmente o
em São Miguel (HDES) ou na Terceira (HSEIT), é máximo de respostas às necessidades de saúde dos
obrigado a suportar a diferença do custo da passagem seus utentes, ou seja, deve seguir uma estratégia de
aérea descontado o valor até ao Hospital da Horta”, tendencial autossuficiência na prestação de cuidados
acrescenta. “Esse procedimento não está previsto no de saúde ao nível de cada ilha”.
Estatuto do SRS, nem na Portaria aprovada em 2018. Assim, e num requerimento enviado à Assembleia
Ou seja, o Governo não está a cumprir com o que le- Legislativa, Bruno Belo quer saber as razões que le-
gislou e estamos perante a ilusão de uma livre esco- vam o SRS “a impor aos utentes suportarem o sobre
lha, sendo que na prática o utente escolhe se pagar por custo das viagens quando pretendem ser tratados no
isso”, informa o social democrata. HDES ou no HSEIT”, solicitando igualmente ex-
Bruno Belo critica assim a tutela por estar a exigir plicações sobre os critérios que estiveram na base
“um esforço suplementar às famílias das Flores que, de todas estas decisões, assim a calendarização das
pelo facto de ali residirem, já têm uma maior dificul- deslocações de especialistas à ilha das Flores até ao
dade no acesso aos cuidados de saúde. Essa postura é final de 2020.
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Estudo publicado na revista “Journal of Hepatology”

Mulheres não possuem um maior risco

de morte por cirrose
Investigadores da Universidade Northwes-
tern, Estados Unidos da América, realizaram
um estudo para confirmar se a cirrose cau-
sa mais mortes em mulheres do que em ho-
mens.
Os investigadores analisaram 20.045
doentes com cirrose e verificaram que as
mulheres com cirrose têm uma mortalidade
global mais baixa, mas nenhuma diferença
na causa de morte relacionada com o fíga-
do, apesar de terem uma taxa mais baixa de
transplantes hepáticos em comparação com
os homens.
Daniela Ladner, líder da investigação,
afirma que é importante que tanto homens
como mulheres sejam tratados da mesma
forma, pois o risco de cirrose é o mesmo,
destacando que os estudos com base na po-
pulação são importantes para compreender
os riscos para diferentes subgrupos da popu-
lação.
Os investigadores afirmam que as razões
da incerteza sobre estes dados no passado
devem-se ao facto dos homens e das mulhe-
res terem diferentes causas de doença hepá-
tica, diferentes graus de gravidade da doença
e uma mistura diferente de outras condições
de saúde.
A investigação pretende garantir que
os doentes sejam tratados de forma justa e
equitativa na medicina, visto que em muitas
áreas está cada vez mais salientado que as
mulheres estão em desvantagem.
Os investigadores concluem que se esti-
ma que a cirrose é uma das principais causas
de morte que afeta mais de 4 milhões de pes- doentes com cirrose não tem doenças hepáti- associada à obesidade.
soas nos Estados Unidos da América. cas relacionadas com o álcool. As principais
Embora o álcool seja uma das principais causas da doença nos Estados Unidos são a ALERT Life Sciences
causas de doenças hepáticas, a maioria dos hepatite C e a esteato-hepatite não alcoólica Computing, S.A.

Descoberta publicada na revista “Genetics in Medicine” Necrologia

Exames faciais 3D podem acelerar diagnóstico de doenças genéticas raras
A maioria das crianças com doenças genéticas zagem automática na ferramenta de forma a identi- de proteção de privacidade.
raras passa anos a fazer exames médicos e a aguar- ficar a maioria das síndromes genéticas incluídas no Os investigadores concluem que, atualmente,
dar um diagnóstico, um processo longo e cansativo conjunto de dados com precisão moderada a eleva- a abordagem tem por base câmaras 3D caras, mas
que tem consequências para as crianças e para as da. espera-se que esta situação mude com os avanços da
suas famílias, sendo que quase metade destas crian- Verificaram que 96% dos indivíduos do estudo tecnologia de câmaras de smartphones.
ças nunca obtém um diagnóstico definitivo. puderam ser corretamente classificados como não
A equipa de investigação criou uma biblioteca afetados ou com uma doença, com base na forma da ALERT Life Sciences Computing, S.A.
de imagens faciais 3D de participantes de diversas cara e, para a maioria, o algoritmo foi capaz de for-
idades e etnias, incluindo 3327 crianças e adultos necer uma lista prioritária de diagnósticos prováveis
com 396 síndromes genéticas diferentes, 727 dos com elevada precisão. Necrologia Ana Isabel Bouzon
seus familiares não afetados e 3003 outros indivídu- Os investigadores sublinham que o presente es-
os não afetados. tudo poderá facilitar os diagnósticos genéticos, mas De Almeida
Os investigadores utilizaram então esta base de que é necessário mais trabalho para implantar uma
dados segura para formar um algoritmo de aprendi- ferramenta clinicamente disponível e com sistemas Faleceu ontem dia 15-06-2020,com
48 anos de idade Ana Isabel Bouzon de
Almeida, filha de José Manuel Alves Pe-
MESTRE DOS MESTRES reira de Almeida e de Maria da Glória
MESTRE MALAM Alves Bouzon de Almeida (Falecida) e
Grande mestre e espiritualista, curandeiro, com conhecimentos e poderes absolutos de magia negra-e
Luíz Senra Aguiar de Medeiros mãe de Tomás Bouzon de Almeida Sousa
branca. Conhecedor dos casos mais desesperados, ajuda a resolver qualquer problema grave ou de difícil so- Lima.
lução com rapidez, eficácia e sabedoria em curto prazo, como por exemplo: amor, saúde, negócios e invejas, Faleceu no dia 13, do corrente mês, no O seu corpo encontra-se em câmara
doenças espirituais, impotência sexual, dependência de vícios. Lê a sorte, dá previsão de vida e futuro pelo Hospital do Divino Espírito Santo, em Pon-
bom espírito e forte talismã. Faz trabalho à distância. Considerado como um dos melhores profissionais do
ardente na Capela de Nossa Senhora das
país, tendo dado resultados eficazes. Consulta das 9h às 21h, de Segunda a Domingo.
ta Delgada, Luíz Senra Aguiar de Medeiros, Dores em São José (Ponta Delgada).
com 78 anos de idade, era viúvo de Maria A missa de corpo presente realiza-se
Resultados em 48 horas Filomena Soares Medeiros.
Pagamento após resultado. hoje pelas 10 horas, na Igreja de São José
O seu funeral realizou-se ontem, dia 15,
pelas 09h00, no cemitério de São Joaquim. (Ponta Delgada).
Telm.: 964 295 681 / 913 557 388 Sentidas Condolências.
Rua Coronel Chaves nº 106 9500-309 Ponta Delgada À família enlutada as nossas sentidas
condolências.

Clube União Sportiva
Mafalda Botelho
no plantel sénior
Mafalda Botelho vai continuar no plantel sénior do Clube
União Sportiva.
Produto das escolas do clube, a
jogadora apresenta-se como mais
uma solução para o plantel, ciente
que tem que trabalhar e aprender.
Nas palavras da jogadora “sendo
ainda Sub-19, ter a oportunidade de
fazer parte de uma equipa sénior é
sem dúvida algo que me deixa muito
feliz. Tal como na época passada os
meus objectivos passam por apro-
veitar ao máximo os treinos com
jogadoras experientes para evoluir e
agarrar todas as oportunidades que
me forem dadas a nível de jogo, de
modo a corresponder da melhor for-
ma possível. A nível colectivo es-
pero que sejamos uma equipa com-
petitiva e que disputemos todas as
finais”.
O clube continua a preparar a
próxima época desportivo, tendo já
assegurado a continuidade da inter-
nacional moçambicana Vânia Sengo
e contratado as internacionais por-
tuguesas Emília Ferreira e Ana Ra-
mos.
Emília Ferreira regressa à Liga
Feminina depois de uma aventura
Motards marienses de novo na estrada
Ao fim de quase três meses e com os
cuidados devidos, que derivam do des-
confinamento controlado, o Clube Mo-
tard de Santa Maria, voltou a organizar
um evento de forma, a que os aficcio-
nados marienses pudessem conduzir em
grupo nas estradas marienses.
Quase cinco dezenas de motards res-
ponderam à chamada e fizeram do dia
aparentemente chuvoso pela manhã,
num dia excelente para um convívio
motard que percorreu a maioria das ba-
ías marienses, e com um almoço conví-
vio na zona balnear da Maia.
Esta associação tem o seu plano de
actividades suspensos, bem como todas
as angariações de fundos para acções
PUB.
Correio Desportivo Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
por terras espanholas ao serviço do
Real Canoe Madrid, enquanto Ana
Ramos, vestirá as cores do União
Sportiva depois de quatro anos nos
de cariz social, que também derivam
do cancelamento de todas os eventos e
festas populares organizadas pelo muni-
cípio e outras entidades.
No ano de 2020, a intenção seria
os motards marienses participarem na
“Terceira Moto Fest” que iria decorrer
na ilha Terceira, entre 10 e 14 de Junho,
e posteriormente, uma ida ao continen-
te português com passagem pela Costa
Vicentina durante cinco dias, partici-
pações que ficaram sem efeito, tendo
em conta as limitações impostas pela
pandemia do Covid19.
A 1 de Setembro, a actual direção do
clube irá analisar as restantes actividades
até 31 de Dezembro do corrente ano.
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Ex-treinador do Terceira
Basket encontrado morto
em casa
O Treinador do Tercei-
Foto TBC
ra Basket até à suspensão do
campeonato nacional de bas-
quetebol devido à pandemia da
COVID-19, Luís Abreu foi en-
contrado morto em casa no pas-
sado sábado. A informação foi
confirmada pelo Carnide, clube
que também orientou.
"É com grande pesar que in-
formamos que o treinador Luís
Abreu, faleceu no dia de ontem,
estando ainda por apurar as
causas do seu desaparecimento.
Um incrível treinador, um enorme pai e sobretudo um dos
grandes amigos que a família Carnide teve nos últimos anos,
responsável por algumas das maiores conquistas desportivas
da história do clube", escreveu o clube na sua página oficial
no Facebook.
O técnico de 40 anos tinha assumido no final de Janeiro
o leme dos açorianos do Terceira Basket. No passado tinha
treinado as equipas femininas do Carnide e do Sporting. As
causas da morte não foram divulgadas.
O Terceira Basket Clube lamentou o falecimento do seu
treinador, assim como o Sporting que deixou mensagem de
condolências, a quem tinha orientado, no passado, a equipa
feminina de basquetebol dos “leões”.
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campeonatos universitários norte-
americanos, a representar a Univer-
sidade de San Diego Toreros.
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22 desporto/publicidade
PSD indigna-se com acordo para instalar Academia de Futebol no Tecnoparque
Edilidade lagoense esclarece: “Não existe qualquer
decisão formalizada nem ‘acordo quase fechado’”
Na sequência de uma notícia, divulgada na
imprensa, de que a Câmara Municipal da Lagoa
e a Santa Clara Açores-Futebol SAD têm prati-
camente fechado um acordo para a cedência de
um espaço na zona do Tecnoparque para cons-
truir a sua Academia de Futebol e a propósito
igualmente de uma nota da concelhia do PSD
Lagoa sobre o mesmo assunto, a Câmara Mu-
nicipal da Lagoa esclarece o seguinte:
“À semelhança de outras intenções de in-
vestimento, e como princípio de actuação na
estreita salvaguarda dos potenciais interessa-
dos e dos investimentos, a Câmara Municipal
de Lagoa recusa-se a anunciar projectos sem
decisões fundamentadas e suscetíveis de serem
alvo de aproveitamentos. Esta é a forma de
conduta pela qual esta autarquia se pauta, sa-
lientando o respeito pelos agentes económicos
que manifestam interesse no Concelho e na
consideração pelos munícipes, evitando apro-
veitamentos de expectativas ou suposições.
Contudo, face à notícia atrás referida e in-
terpretações descontextualizadas clarifica-se
que:
Deu entrada, nos serviços camarários, uma
candidatura ao Programa de Apoio a Iniciati-
vas Económicas de Interesse Municipal - La-
goa Investe, cujo regulamento está publicado
em Diário da República. Trata-se de uma can-
didatura para implementação de um centro de
medicina desportiva e reabilitação, com com-
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
plexo desportivo, a instalar em dois lotes do
Tecnoparque, numa área total de 22 139m2,
com investimento global de 4,2 milhões de
Euros;
Nos lotes do Tecnoparque (não exclusiva-
mente estes), o município possui a capacidade
de os subarrendar para projectos que se verifi-
quem relevantes e integrantes para o desenvol-
vimento do Concelho da Lagoa, aliás à seme-
lhança do que já sucedeu com outros projectos
que estão a ser desenvolvidos nesta zona, e é,
por isso, leviano e abusivo falar em cedência
de lotes, situação que não corresponde à ver-
dade;
O promotor desta candidatura é a empresa
Azul International Lda e não a entidade alegada
na notícia e no comunicado da concelhia do
PSD. Contudo, é do conhecimento público que
o promotor tem uma participação na SAD do
Santa Clara;
O projecto de investimento está vocacionado
para o apoio médico-desportivo aos atletas de
alto rendimento, atletas federados e população
desportiva em geral, com centro de medicina
desportiva e de reabilitação com apoio per-
sonalizado nessa área em parceria com uma
clínica especializada em ortopedia e medicina
desportiva, credenciada como Centro Médi-
co de Excelência pela FIFA, o que posiciona
o projecto num contexto internacional, inte-
grando dois campos de treino com relvado na-
tural certificado, entre outros equipamentos e
valências;
Prevê, ainda, a captação e fidelização de
clubes com o intuito de realizarem estágios,
treinos entre outras atividades desportivas, atra-
vés de um serviço de centro de estágios, apro-
veitando a sinergias de alojamento nas ime-
diações, integrando a componente desportiva
com a componente da medicina desportiva e
de reabilitação;
A candidatura apresentada encontra-se em
fase de apreciação pela Comissão de Acompa-
nhamento do Programa de Apoio a Iniciativas
Económicas de Interesse Municipal - Lagoa
Investe, pelo que não existe qualquer decisão
formalizada nem “acordo quase fechado”;
Apenas após a apreciação técnica favorá-
vel e fundamentada da Comissão de Acompa-
nhamento do Programa de Apoio a Iniciativas
Económicas de Interesse Municipal - Lagoa
Investe é que o processo poderá tramitar nos
restantes formalismos regulamentares, onde se
inclui a discussão e decisão em sede de reu-
nião de câmara, cumprindo, deste modo, com o
princípio da transparência e da informação;
Por fim, informar que, o Tecnoparque é
uma zona vocacionada para investimentos na
área da saúde e da tecnologia, mas desde a sua
génese que considera um conjunto de outras
componentes que permitem dar vida ao local,
tanto pelo desporto como pela área habitacional
e que sempre estiveram previstas no Plano de
Pormenor urbanístico desta área”.

Santa Clara – Portimonense, hoje a partir das 18 horas
João Henriques: “Vencer para encerrar
em definitivo a questão da manutenção”
O Santa Clara vai tentar vencer hoje o Portimonense, em jogo inserido no progra-
ma da 27.ª jornada da Primeira Liga de futebol, depois dos algarvios terem imposto
uma igualdade a duas bolas, na recepção ao Benfica.
Curiosamente, recorde-se, os “encar-
nados” de Ponta Delgada tinham também
empatado a duas bolas, diante do Vitória de
Setúbal.
O treinador João Henriques fez ontem a
antevisão ao jogo frente ao Portimonense,
começando por referir que uma vitória per-
mitiria à sua equipa dar um passo importante
rumo à manutenção. “Uma vitória seria tre-
mendamente importante, porque chegar aos
37 pontos e cavar uma vantagem destas, a
sete jornadas do fim, seria um passo muito
importante para encerrarmos, em definitivo,
a questão da manutenção”.
Se o mais importante, neste momento, é
vencer, o treinador reforça que “uma vitória
abriria também aqueles que são os objecti-
vos intermédios”, ou seja, fazer sempre mais
e melhor do que na época anterior.
Sobre o adversário, que tem feito um
campeonato irregular, mas que tem demons-
trado qualidade, como se viu na segunda
parte contra o Benfica, João Henriques não
tem dúvidas que vai encontrar “uma equipa
com grandes jogadores, muito bem orientada
e com muita qualidade em termos colectivos
também”. A juntar a isto, e porque “é uma
equipa a necessitar de conquistar pontos,
torna o Portimonense numa equipa difícil de
ultrapassar”.
João Henriques sente que a sua equipa está
confiante e a testar isto, estão os cinco golos
marcados em dois jogos. “A eficácia deve-se
Cryzan tem sido aposta
regular do treinador
O golo que marcou diante do Vitória
de Setúbal foi importante para o avançado
Cryzan, não só por ter sido o primeiro com
a camisola dos “encarnados” de Ponta Del-
gada, mas porque foi também o tento que
permitiu a equipa chegar à igualdade, a duas
bolas, no Estádio do Bonfim.
Deste modo foi um golo importante, “um
momento de felicidade e espero que seja um
golo que me faça ter uma grande trajectória
no CD Santa Clara”.
A partir do banco, o atleta tem sido uma
aposta regular do treinador João Henriques,
mas esta realidade faz o jogador pensar que
pode vir a ser titular. “Tenho vindo a traba-
lhar para conquistar um espaço na equipa.
Tenho de respeitar as ideias do treinador,
continuo a trabalhar e fico feliz pelas oportu-
nidades que me têm sido dadas”.
O jogador diz que a adaptação ao clube e
ao futebol português tem sido “feita de for-
ma tranquila”, e para isso tem contado com
“a ajuda de amigos e colegas de equipa”,
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
à confiança que a equipa tem neste momen-
to. Estamos numa fase em que continuamos
a criar oportunidades, à semelhança do que
fizemos anteriormente, neste momento com
mais eficácia devido à confiança e à estabi-
lidade da equipa, onde a tabela classificativa
e os pontos dão tranquilidade e confiança
para fazerem aquilo que eles sabem e po-
dem fazer. Portanto, vamos continuar a ser
uma equipa pragmática, eficaz, organizada e
competitiva, que é isso que queremos ser em
todos os jogos, este não foge à regra, saben-
do que tem uma carga emocional acrescida,
porque defrontamos um adversário directo
para o objectivo principal e sabemos que
no final desta partida poderemos concluir a
primeira fase de um dos objectivos, que é a
manutenção”.
O CD Santa Clara, oitavo classificado,
com 34 pontos, defronta o Portimonense,
17.º e penúltimo classificado, com 20 pon-
tos, em jogo a ser disputado no Estádio Ci-
dade do Futebol, a partir das 18 horas (mais
uma hora local), em Oeiras.
Paulo Sérgio: “Tarefa difícil”
Na antevisão ao jogo com o CD Santa
Clara, o técnico Paulo Sérgio referiu que a
sua equipa “vai ter uma tarefa difícil, pois
vamos defrontar uma boa equipa, bem tra-
balhada, consistente e com bons jogadores
individuais”. Apesar disto, diz “estar opti-
sendo que o clube também tem tido um pa-
pel importante nesse particular.
Cryzan sente-se preparado para jogar em
qualquer posição, mas prefere “jogar sobre
as alas”, não se importando de jogar como
avançado ou médio. “Jogo onde for neces-
sário”, reforça.
desporto 23
mista em conseguir os três pontos”, referiu
na conferência de imprensa.
Paulo Sérgio pediu ainda concentração
aos seus jogadores, para não acontecer o que
aconteceu no último jogo frente ao Benfica,
quando a equipa teve de correr atrás do pre-
juízo, quando esteve a perder por 2-0.
O jogo CD Santa Clara – Portimonense
vai ser dirigido por Gustavo Correia, árbitro
da AF do Porto, que será assistido por Bru-
no Trindade e Álvaro Mesquita. David Silva
será o 4.º árbitro, Nuno Almeida estará no
VAR e André Campos no AVAR.
A 27.ª jornada da Liga NOS teve ontem
um jogo antecipado, onde na Madeira, o Ma-
rítimo defrontou o Gil Vicente.
Para além do CD Santa Clara – Porti-
monense (18h00), hoje jogar-se-á ainda o
Desportivo das Aves – FC Porto, a partir das
20h15.
O restante programa desta jornada 27 é
o seguinte:
Amanhã: Paços de Ferreira – Belenenses,
18h00; Rio Ave – Benfica, 20h15.
Quinta-feira: Boavista – Vitória de
Setúbal, às 18h00; Sporting – Tondela, às
20h15.
Sexta-feira: Vitória de Guimarães – Mo-
reirense, às 18h00; Famalicão – Sporting de
Braga, às 20h15.
Marco Sousa
Testes negativos Foto FPF/Diogo Pinto
Os testes de detecção laboratorial ao mitiva).
SARS-CoV-2 ao plantel profissional do CD Ontem, ao final do dia, foi realiza-
Santa Clara, efectuados no domingo confor- do novo teste de detecção laboratorial ao
me as recomendações da Direcção-Geral da SARS-CoV-2, cumprindo os pressupostos,
Saúde (DGS), 48 horas antes do início da recomendados pela DGS (24 horas antes do
partida, recolheram resultados negativos, na início da partida).
totalidade dos elementos testados (toda co-
24 divulgação
Volkswagen inicia comercialização
do ID Charge
Carregador de parede para veículos eléctricos
antecipa a chegada do novo ID.3.
A Volkswagen revelou que iniciou a
comercialização do novo ID Charger, o car-
regador de parede para veículos elétricos
que antecipa a chegada ao mercado do ID.3,
o primeiro veículo de produção totalmente
eléctrico da marca germânica.
O novo carregador de parede que foi de-
senvolvido para o novo ID.3, também pode
ser utilizado para outros veículos eléctricos
já que está dotado de uma tomada Tipo 2 e
o seu custo na versão base arranca nos 399
Euros, valor que não inclui a instalação.
A Wallbox da marca germânica vai estar
disponível em três versões, todas com capa-
cidade de carga até 11kW.
Assim para além da versão ID Charge,
BMW Alpina B5: 621 cv e 800 Nm
para o novo Série 5
Alpina esticou o poder
dos 4,4 litros V8 bitur-
bo para as variantes
carro e carrinha.
A Alpina já meteu mãos ao novo BMW
Série 5 e deixou o recentemente renovado
modelo da marca bávara com um poder
de 621 cv de potência e 800 Nm de bi-
nário.
A especialista em modificações dos
BMW pegou no motor com 530 cv e 750
Nm do M550i xDrive Sedan e elevou esta
capacidade para as variantes carro (Salo-
on) e carrinha (Touring).
O motor de 4,4 litros V8 biturbo do
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
a Volkswagen vai contar ainda com o ID
Charge Connect que está equipado com al-
guns recursos de conectividade e o ID Char-
ge Pro que para além de poder ser gerido
através de uma aplicação para smartphone
conta ainda com um medidor integrado de
forma a disponibilizar os custos do carrega-
mento.
Recorde-se que a Volkswagen anun-
ciou que vai lançar nos próximos 10 anos,
70 novos modelos de veículos eléctricos.
O primeiro modelo é o ID.3 que a marca
germânica já fez saber que vai começar a ser
entregue aos primeiros clientes na Europa já
em Setembro, depois de alguns atrasos devi-
do à pandemia de Covid-19.
BMW Alpina B5 oferece 621 cv de po-
tência e 800 Nm de binário disponível
logo desde as 2.000 até às 5.000 rpm. A
transmissão automática desportiva de 8
A PlayStation 5 vai ser (mesmo)
grande
No Reddit e noutros fóruns ligados aos
videojogos, os fãs de consolas têm vários ca-
nais nos quais discutem qual será o tamanho
real da nova consola da Sony – dimensões
que a tecnológica japonesa ainda não reve-
lou. O utilizador u/GREBO7 colocou ima-
gens dos aparelhos já conhecidos, pegou nas
dimensões das entradas USB e do leitor de
discos, e extrapolou qual será a dimensão da
PlayStation 5, concluindo que será mesmo o
aparelho mais alto deste género.
Há estimativas que apontam para que te-
nha cerca de 35 centímetros de altura. Mes-
mo a Digital Edition, que não tem entrada
para discos ópticos, será bastante maior do
que as congéneres que existem no mercado
atualmente, segundo a publicação The Ver-
ge.
Segundo a “Exame Informática”, os cál-
culos e as estimativas dos fãs têm assentado
velocidades Alpina Switch-Tronic (com
patilhas no volante) foi especialmente de-
senhada para responder a toda esta força
num veículo de tração integral e com o
sistema de escapa de aço inoxidável da
Alpina
Em termos de prestações, o BMW
Alpina 5 acelera dos 0 aos 100 km/h em
3.4 segundos na variante Saloon e em 3.6
segundos na variante Touring – o M550i
tem como registo da BMW os 3.8 segun-
dos, além da velocidade limitada aos 250
km/h.
O Alpina B5 Saloon faz 11.3 segundos
dos 0 aos 200 km/h o Touring faz 11.9 se-
gundos, comas as respetivas velocidades
máximas nos 330 e 322 km/h.
na localização e tamanho dos dois elementos
físicos que se conseguiram ver nos esque-
mas e fotos mostradas pela Sony. A empresa
irá fazer mais apresentações até ao outono,
altura em que lança a consola, para indicar
outras características da PlayStation 5, in-
cluindo as reais dimensões e o preço.
 Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020 passatempos 25

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O Preço Certo - RTP1
05:31 Atlântida Madeira
2020:T1 Ep.14
07:03 Palcos Agora Ep.4
07:30 Açores Hoje
2019:T8 Ep.110
08:15 Zig Zag:T19
Ep.111
08:30 Estudo do Meio e
Cidadania - 1º e 2º
Anos:T1 Ep.9
09:00 Educação Artística
- 1º ao 9º Ano:T1
Ep.16
09:30 Estudo do Meio e
Cidadania - 3º e 4º
Anos:T1 Ep.9
10:00 Educação Física
- 3º e 4º Anos:T1
Ep.9
10:30 Zig Zag:T19
Ep.123
10:45 Zig Zag:T19
Ep.124
11:00 Aprender em
Casa:T1 Ep.38
13:00 Jornal da Tarde -
Açores
13:20 RTP3 / RTP Açores
16:00 Noticias do Atlân-
tico - Açores
16:30 Caminhos Ep.14
17:00 Açores Hoje
2019:T8 Ep.106
17:45 Portugal no Mun-
do - Best Of:T1
Ep.1
18:37 Volta ao Mundo
18:55 Os Nossos
Dias:T2 Ep.38
19:38 Todas as
Palavras:T5 Ep.4
20:00 Telejornal Açores
20:42 Terra Príncipe:T1
Ep.2
21:00 Gente da
Cidade:T19 Ep.5
21:26 Vejam Bem:T1
22:16 Lisboa Azul:T1
Ep.8
22:37 Paraíso Ep.21
22:01 Atlântida Madeira
2020:T1 Ep.14
Qualquer alteração à programação que publicamos é da responsabilidade das respectivas estações
Previsão do estado do tempo nos Açores
Informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Frente fria Frente quente
GRUPO OCIDENTAL
Períodos de céu muito nublado com abertas.
Aguaceiros em geral fracos.
Vento nordeste fresco a muito fresco (30/50 km/h) com rajadas até 60
km/h, tornando-se moderado (20/30 km/h).
ESTADO DO MAR
Mar cavado a grosso.
Ondas nordeste de 2 a 3 metros, diminuindo para 1 a 2 metros.
Temperatura da água do mar: 18ºC
01:49 19-2:T4 Ep.8 07:53 Grizzy e os
02:33 O Sábio Ep.136 Lemingues:T1
Ep.45
03:13 Televendas
08:00 Banda Zig Zag:T2
04:59 Manchetes 3
Ep.3
05:30 Bom Dia Portugal 09:10 Um Dia Quero
09:00 Praça da Alegria Ser...:T1 Ep.3
12:00 Jornal da Tarde 10:06 Como se Faz:T1
13:30 À Roda da Ep.10
Alimentação:T1 11:06 Olá, Como Te
Ep.31 Sentes?:T1 Ep.2
11:08 Vamos À Desco-
13:46 Mesa Portuguesa...
berta Ep.42
Com Estrelas
12:09 Squish:T1 Ep.12
Com Certeza!:T1 13:00 Sociedade
Ep.5 Civil:T16 Ep.111
14:14 A Nossa Tarde 14:02 A Fé dos Homens
16:30 Portugal em Direto 15:06 As Mais Famosas
18:09 O Preço Certo Estações da
Europa:T1 Ep.3
18:59 Telejornal
16:00 Os Pézinhos Má-
20:00 Príncipes do
gicos da Franny
Nada:T5 Ep.2 Ep.51
20:35 Joker:T3 Ep.2 17:00 As Aventuras de
21:20 Fabrico Blinky Bill:T1
Internacional:T1 Ep.41
Ep.14 18:11 Os Lendários:T1
Ep.9
Manuel Alberto Ra-
18:35 She-Ra e as
mos é o nome que
Princesas do
surge por detrás Poder:T1 Ep.11
desta sigla. Uma 18:58 Tufão:T2 Ep.31
sigla tornada nome 19:05 Ioga para
Crianças:T1
de empresa que
ficou famosa com Ep.16
19:13 Waybuloo Ep.40
uma das marcas
19:32 A Casa da
que produz, a mar-
Árvore:T2 Ep.10
ca Nelo. A Nelo são 19:40 Histórias aos Qua-
caiaques e canoas, dradinhos Ep.2
os melhores do 20:30 Jornal 2
mundo, procurados 21:04 Folha de Sala
pela maioria dos 21:12 Aber Bergen:T3
Ep.9
atletas olímpicos.
21:55 Nada Será Como
21:53 A História da
Dante:T1 Ep.37
Europa:T1 Ep.5
22:25 Joséphine Baker,
22:52 A Nova Viagem de première icône
Sinbad noire
Centro Centro
Frente Oclusa Frente Estacionária de Alta Pressão de Baixa Pressão
Céu geralmente pouco nublado.
Vento em geral fraco (05/10 km/h).
Ondas nordeste de 1 a 2 metros.
Temperatura da água do mar: 18ºC
Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020
Terra Brava - SIC
signos
Astrólogo Luís Moniz
site:http://meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt
CARNEIRO BALANÇA
(21/03 a 20/04) (23/09 a 23/10)
Encare as responsabilidades com Verifique todas as atividades com rigor
frontalidade e mantenha os seus planos e evite a falta de concentração que pre-
02:05 Televendas SIC 01:00 1000 à Hora ou compromissos para poder seguir o seu judica a evolução dos acontecimentos,
rumo em direção aos seus objetivos. mas adote uma atitude amável.
04:35 Os Malucos do 02:05 Mar de Paixão
Riso:T10 Ep.9 03:30 TV Shop
TOURO
05:00 Edição da Manhã 05:00 Os Batanetes ESCORPIÃO
(21/04 a 20/05) (24/10 a 21/11)
08:10 Alô Portugal:T12 05:30 Diário da
Ep.118 Manhã
Está com grande capacidade de ação e o Tem todas as condições para concreti-
09:15 O Programa da 09:10 Você na TV!
resultado das suas intervenções serão sur- zar os seus projetos. Defenda de forma
12:00 Jornal da Uma
Cristina:T2 Ep.118 preendentes. Trata-se de uma longa fase convicta os seus valores e demonstre
13:45 Destinos Cru-
12:00 Primeiro Jornal de expansão e de segurança. sempre a sua natureza verdadeira.
zados
13:55 Amor Maior
15:15 A Tarde é Sua
Ep.298
17:15 Big Brother - GÉMEOS SAGITÁRIO
15:15 Júlia:T3 Ep.114
Diário (21/05 a 20/06) (22/11 a 20/12)
17:20 Amor à Vida 18:57 Jornal das 8
Ep.163 Começa um período de novos contatos,
20:45 Quer o É tempo de colocar em prática os seus
18:57 Jornal da Noite que podem ser aproveitados para relançar
Destino:T1 propósitos, mas estabeleça contatos para
20:50 Nazaré:T1 Ep.192 Ep.74 a vida amorosa, mas evite aproximações encontrar os apoios que lhe poderão aju-
precipitadas ou irrefletidas.
21:20 Terra Brava:T1 22:00 Espírito dar a alcançar muitos êxitos.
Ep.163 Indomável:T1
22:15 Quem Quer Ep.22 CARANGUEJO CAPRICÓRNIO
Namorar Com a Duas famílias, (21/06 a 22/07) (21/12 a 19/01)
Agricultora?:T3 separadas há
Uma relação entre duas pessoas necessi- Atravessa uma nova época produtiva e
Ep.37 décadas por
ta muito de afeto e de comunicação para de mudanças proveitosas, mas terá de
A terceira tempo- uma rivalidade
que cada uma das partes possa partilhar alterar alguns hábitos para poder evitar
mortal, reen-
rada conta, pela as suas necessidades íntimas. contrariedades na vida amorosa.
contram-se no
primeira vez, com
presente para
uma concorrente
um último ajus- LEÃO AQUÁRIO
mulher. Catarina (20/01 a 19/02)
te de contas. (23/07 a 22/08)
Manique é do
No seio deste
Fundão e procura Através do pensamento consegue con- Durante este longo trânsito de Saturno
rancor antigo,
o homem ideal trolar a inquietação interior, que provo- por esta Constelação, atue de forma
dois jovens vão
para constituir
ca explosões emocionais. Nesta perspe- construtiva e adquira conhecimentos
viver um amor
tiva, tente refletir antes de agir. relacionados com a espiritualidade.
família. Conheça impossível,
a sua história no cujo desenlace
especial “Quem poderá ser
VIRGEM PEIXES
Quer Namorar com fatal. Será que (23/08 a 22/09)
(20/02 a 20/03)
a Agricultora?”. o amor vai ser
22:25 Amor de Mãe mais forte do Examine tudo em pormenor e todos os A conjuntura beneficia todas as ativida-
Ep.67 que o sangue? fatores de risco devem ser analisados des desenvolvidas com dedicação, senti-
racionalmente para obter progressos na mento e muita fé. Decerto saberá o que
carreira e melhorias económicas. fazer em cada circunstância.
ESTATUTO
EDITORIAL
1 - O Correio dos Açores de-
fine-se como um órgão de comuni-
cação social de grande informação
regional.
2- O Correio dos Açores
orienta-se por critérios de rigor e
criatividade editorial, sem qual-
quer dependência de ordem ideo-
lógica, política e económica.
3- O Correio dos Açores
afirma-se ainda como um porta-
voz dos princípios e valores defen-
didos e aceites pelos Açoreanos
na defesa da sua Autonomia e no
integral respeito pelos princípios
consagrados na Constituição da
República.
4 - O Correio dos Açores
procurara veicular temas sociais,
políticos e culturais diversificados,
correspondendo às motivações e
GRUPO CENTRAL GRUPO ORIENTAL interesses de um público plural,
debatendo ideias suscetíveis de
Períodos de céu muito nublado com abertas. promoverem o enriquecimento da
Aguaceiros em geral fracos.
opinião pública, sempre norteados
ESTADO DO MAR Vento do quadrante sul bonançoso a moderado (10/30 km/h), pelos valores éticos e cívicos.
Mar encrespado.
rodando gradualmente para norte.
ESTADO DO MAR 5 - O Correio dos Açores com-
Mar de pequena vaga a cavado. promete-se a assegurar o respeito
Ondas norte de 1 metro, passando a quadrante leste. pelos princípios deontológicos e
Temperatura da água do mar: 19ºC pela ética profissional dos jornalis-
tas, assim como a boa-fé dos seus
leitores.
 Correio dos Açores, 16 de Junho de 2020 agenda 27

INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

FARMÁCIAS MUSEUS MOVIMENTO AÉREO MOVIMENTO MARÍTIMO TABELA DAS MARÉS

Ponta Delgada – Farmácia Moderna Ponta Delgada Azores Airlines
Chegadas a Ponta Delgada de: NAVIOS DA MONTE BRASIL – Baixa-mar:
Largo de Camões 15-19 Museu Carlos Machado
Tel.: 296 305 780 Lisboa: 13:55 TRANSINSULAR Em viagem de Lisboa 3:01 – 15:20
Inverno (de 1 de outubro a 31 de março)
Terça a domingo, das 9h30 às 17h para Ponta Delgada
Partidas de Ponta Delgada para:
chegando amanhã
Preia-mar:
Ribeira Grande - Farmácia Ribeirinha Verão (de 1 de abril a 30 de setembro) Lisboa: 12:30
Rua Direita 1ª parte, nº1 Terça a domingo, das 10h às 17h30 MONTE DA GUIA 9:10 - 21:29
Telefone: 296479202 Air Açores
Museu Hebraico Sahar Hassamaim de Ponta Chegadas a Ponta Delgada de: – Em viagem de Ponta Delgada para Lisboa
Delgada - Portas do Céu (Sinagoga) Horta: 13:25 e Leixões TEATRO MICAELENSE
HOSPITAIS Segunda a Sexta, das 13h00 às 16h30 Santa Maria: 8:25 MALENA – Em Ponta Delgada
Terceira: 12:55; 17:55; 20:00
Ponta Delgada - 296 203 000 Museu Militar dos Açores S. JORGE – Em Ponta Delgada
Nordeste - 296 488 318 - 296 488 319 Dias úteis: 10h00 - 18h00 Partidas de Ponta Delgada para: PROGRAMAÇÃO
Vila Franca - 296 539 420 Fim-de-semana: 10h00 - 13h30 / 14h30 - 18h00 Horta: 09:00
Terceira: 7:15; 14:00; 16:00 INSULAR - Em SUSPENSA
R. Grande - 296 472 128 - 296 472727 Encerra aos feriados Lisboa
Povoação - 296 585 197 - 296 585 155
Ribeira Grande
TAP LAURA S - Em COLISEU MICAELENSE
Chegada a Ponta Delgada de: Ponta Delgada largando para Horta
POLÍCIA Museu Municipal Lisboa: 12h15
Ponta Delgada - 296 282 022, Museu “Casa do Arcano” PROGRAMAÇÃO
296 205 500 e 296 629 630 Museu da Emigração Açoriana Partida de Ponta Delgada para:
SUSPENSA
Trânsito - 296 284 327 Museu Vivo do Franciscanismo Lisboa: 12h55
R. Grande 296 472 120, 296 473 410 Casa Lena Gal NAVIOS FURNAS - Em Vila
Lagoa - 296 960 410 Aberto de 2ª a 6ª - 09.00/17.00H DA MUTUALISTA do Porto, saindo às 17 ASSOCIAÇÃO DE TÁXIS
Vila Franca - 296 539 312 AÇOREANA horas para Lisboa DE SÃO MIGUEL
Furnas - 296 549 040, 296 540 042 Museu Municipal do Nordeste CORVO - Em Lisboa
Povoação - 296 550 000, 296 550 001, 296 Aberto de 2.ª a 6.ª das 09h00
550 005 e 296 550 006 às 12h00 e das 13h00 às 16h00
Nordeste - 296 488 115, 296 480 110,
296 480 112 e 296 480 118
Maia - 296 442 444, 296 442 996 SERVIÇOS CULTURAIS
R. Peixe - 296 491 163, 296492033 BAÍA DOS ANJOS:
Capelas - 296 298 742, 296 989 433 Povoação
Vila do Porto para
Santa Maria - 296 820 110, Biblioteca:
296 820 111, 296 820 112 e 296 820 110 Transporte Marítimo Ponta Delgada
De Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00 Parece Machado, Lda (INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE
GNR Museu do Trigo PÚBLICA)
De Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00
Largo Dr. Manuel Carreiro, 9504-514 Ponta Delgada
Sábados, Domingos e Feriados 11h00 às 16h00
EFEMÉRIDES Central 296 30 25 30
TelFixo: 296 306 580 / Fax: 296 306 598 296 20 50 50
Horário de Funcionamento 1722 - Morre John Churchill, geral do Partido Comunista Soviético,
Email: ct.acr@gnr.pt
militar britânico e primeiro Duque de torna-se no primeiro dirigente a acumu-
POLÍCIA MUNICIPAL
Ribeira Grande
Marlborough. lar aquele cargo com a de Presidente
TÁXIS
Centro Comunitário e de Juventude 1846 - O cardeal Giovanni Maria da União das Repúblicas Socialistas
Rua Manuel da Ponte, n.º 34 de Rabo de Peixe
9500 – 085 Ponta Delgada Teatro Ribeiragrandense
Mastai Ferretti é eleito Papa Pio IX. Soviéticas (URSS).
Tel. 296 304403/91 7570841 1911 - Nasce Paulo Gracindo, actor 1983 - O secretário-geral do Partido
Horário da 2ª a 6ª das 9h às 17h
Fax: 296 304401 brasileiro conhecido pelo personagem Comunista Soviético e comandante-
E-Mail: policiamunicipal@mpdelgada.pt
do político Odorico Paraguaçú, na em-chefe das Forças Armadas do país,
BOMBEIROS MISSAS telenovela O Bem-Amado. Yuri Andropov, é nomeado Presidente
1940 - As forças francesas aban- da URSS.
Ponta Delgada - Urgência 296 301 301 Semana >> 08h00 – Santuário do San-
Normal 296 301 313 to Cristo 08h30 – Matriz de 2ª a 6ª feira donam a linha Maginot, tomada pelos 1986 - No décimo aniversário da
Ginetes - 296950950 09h30 – Fajã de Cima (3ª a 6ª) 12h30 alemães na II Guerra Mundial. revolta do Soweto, mais de 90 por cento
Nordeste - 296488111 – Matriz 17h30 - Casa Saúde Nossa Se- 1950 - As autoridades portuguesas dos trabalhadores negros sul-africanos
Vila Franca - 296539900 nhora da Conceição (excepto segunda e reprimem sangrentamente uma mani- não comparecem ao trabalho.
296 38 2000
Ribeira Grande: 296 472318, sexta-feira). 18h00 – Igreja do Imaculado
296 470100 Coração de Maria 18h30 - Matriz; São
festação pacífica realizada em Mueda, 1992 - A cimeira americano-russa 96 29 59 255
Lomba da Maia - 296446017, 296446175 Moçambique. de Washington, entre Bush e Ieltsin,
José; 19h00 – São Pedro; Igreja Nª Sra.
Povoação - 296 550050, 296 550052 de Fátima -Lajedo; Santa Clara; Fajã de 1963 - A soviética Valentina Te- salda-se pela assinatura de uma “Carta 91 82 52 777
Centro de Enfermagem Bombeiros de Baixo (3ª e 5ª); Saúde - Arrifes - (3ª e 5ª); reshkova, primeira mulher astronauta, de Cooperação e de Amizade”.
Ponta Delgada Milagres - Arrifes - (4ª e 6ª). parte para o espaço. 1997 - Os Chefes de Estado e do
JOGOS SANTA CASA
Todos os dias das 17h00 – 20h00
Incluindo Sábados, Domingos e Feriados
1971 - Nasce Tupac Shakur, Rapper Governo dos quinze aprovam o Tratado Euromilhões
Sábado >> 12h30 - Matriz 17h – Clínica Americano. de Amsterdão (Holanda). Próximo sorteio terça-feira
do Bom Jesus 17h30 – Igreja do Cora- € 17.000.000
MARINHA ção Imaculado de Maria; Capela de São 1974 - O Presidente dos Estados 2004 - A República da África do
Último sorteio 12/06/2020
João de Deus -Fajã de Baixo; Casa Saú- Unidos da América, Richard Nixon, Sul homenageia o primeiro presidente 2 24 39 45 46 + 4 8
Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Ma-
rítimo (MRCC Delgada) de Nossa Senhora da Conceição. 18h00 e as autoridades sírias anunciam, em de Angola, António Agostinho Neto,
Tel. 296 281 777
– São José; Sete Cidades, Feteiras, Saúde Damasco, o reatamento das relações di- com a outorga do título póstumo “Oli- M1lhão
- Arrifes. 18h30 – Matriz; Santa Clara; plomáticas interrompidas na sequência ver Tambo”. Próximo sorteio sexta-feira
Polícia Marítima de Ponta Delgada (PM Delgada)
Fajã de Baixo. 19h00 - ;Mosteiros, São da guerra Israelo-Árabe de 1967. € 1.000.000
Tel. 296 205 246 Pedro; Relva; São Roque, Candelária; Último sorteio 12/06/2020
Ginetes 19h00 - Fajã de Cima; Milagres 1976 - Na cidade-dormitório de Pensamento do dia: “Amo as
PORTO DE ABRIGO TQB 30112
- Arrifes. 20h00 - Covoada. Soweto, nos arredores de Joanesburgo pessoas que almejam o impossível”-
Estação Costeira Porto de Abrigo (África do Sul), eclode uma série de Wolgang Goethe (1749-1832) - poeta Totoloto
Tel. 296 718 086 Domingo >> 08h00 – Santuário Santo revoltas contra o “Apartheid”, em que alemão Próximo sorteio quarta-feira
Cristo; Saúde – Arrifes, Mosteiros 09h00 perderam a vida mais de 600 negros e Este e o centésimo sexagésimo sé- € 2.700.000
GABINETE DE APOIO À VÍTIMA – Igreja Senhora das Mercês; Clínica Último sorteio 13/06/2020
três brancos. timo dia do ano. Faltam 198 dias para
do Bom Jesus; Fajã de Baixo; Piedade - 11 17 18 19 46 + 10
296 285 399 (número regional) Arrifes. 09h30 - Piedade – Arrifes; 10h00 1977 - Leonid Brejnev, secretário- o fim de 2020.
707 20 00 77 (número único) – Matriz; Igreja Coração Imaculado de Lotaria clássica
apav.pontadelgada@apav.pt Maria – São Pedro; Santa Clara; Mi- Próxima extração 15/06/2020
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às 17:30 João de Deus - Fajã de Baixo; Covoada; Última extração 08/06/2020
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Ponta Delgada Arrifes; Casa Saúde Nossa Senhora da
De 2.ª a 6.ª das 9h00 às 19h00 Lotaria popular
Sábado das 14h00 às 19h00 Conceição. 11h00 – São José; São Pedro; Encerrado por tempo indeterminado Próxima extração 18/06/2020
Biblioteca Municipal Ernesto do Canto Fajã de Cima 11h30 - Santa Clara; Fajã € 112.500
Rua Ernesto do Canto s/n 9500-313 de Baixo; São Roque 12h00 – Santuário Última extração 11/06/2020
Tel: 296 286 879; Fax: 296 281 139 Santo Cristo; Matriz; Relva; Mosteiros;
Email: biblioteca@mpdelgada.pt 1º PRÉMIO 78120
Horário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 18h00 Ginetes, Feteiras; Saúde - Arrifes; Igreja Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada
Horário de verão (durante as férias escola- Nª Sra. de Fátima Lajedo. 12h15 – Igreja Totobola
res): 2ª a 6ª feira das 8h30 às 16h3 de São Gonçalo - São Pedro 17h00 – Ma- Horário das Exposições
Próximo concurso domingo
triz 18h00 – São José 18h30 – Fajã de € 31.000
Ribeira Grande Sábados: das 14h00 às 17h00
Arquivo Municipal; Biblioteca Municipal Baixo 19h00 – São Pedro 2.ª feira a 6.ª feira: das 9h00 Último concurso 14/06/2020
De 2ª a 6ª feira das 9h00 às 17h00 às 17h00 222 2X1 X12 1122 X

Director Américo Natalino Viveiros Director-adjunto Santos Narciso Sub-director João Paz
Chefe de Redacção Nélia Câmara Redacção Carla Dias; Joana Medeiros; Rita Frias, Marco Sousa (Desporto) Fotografia Pedro Monteiro Revisão Rui Leite Melo Paginação, Composição e Montagem
João Sousa (Coordenação); Luís Craveiro; Flávio Cordeiro Marketing Madalena Oliveirinha; Pedro Raposo Correio Económico Luís Guilherme Pacheco; Óscar Rocha Colaboradores João Bosco Mota
Amaral; João Carlos Abreu; Vasco Garcia; António Pedro Costa; Álvaro Dâmaso; Gualter Furtado; Carlos Rezendes Cabral; Eduardo de Medeiros; Valdemar Oliveira; Pedro Paulo Carvalho da Silva; João
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Maria do Carmo Martins; Áurea Sousa; Paulo Medeiros; José Luís Tavares (Desporto)
Tiragem: 4.030 exemplares
Propriedade Gráfica Açoreana, Lda.
Contribuinte 512005915 Gráfica Açoreana, Lda.
Número de registo 100916 Rua Dr. João Francisco de Sousa, n.º 16 – 9500-187 Ponta Delgada – S. Miguel – Açores Governo dos Açores
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Estatuto Editorial disponível na página da internet em www.correiodosacores.pt

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9500-187 Ponta Delgada - São Miguel - Açores

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Estudos sobre a população e recursos

humanos dos Açores entregues pub

ao Conselho Económico e Social

O Presidente do Conselho Económico e Social dos Açores,
Gualter Furtado e o Secretário-Geral do CESA, Renato Medeiros,
reuniram ontem com a Vice Reitora da Universidade dos Aço-
res, Gabriela Silva, num encontro em que recebeu os Estudos
da População dos Açores e Ilhas e o dos Recursos Humanos nos
Açores.
No encontro estiveram ainda presentes Paulo Meneses, Presi-
dente do Conselho Directivo da Fundação Gaspar Frutuoso; Má-
rio Fortuna, Director do Centro de Economia Aplicada; Gilberta
Rocha em representação do Director do Centro Interdisciplinar
de Ciências Sociais; e os investigadores Fernando Diogo e Cabral
Vieira.
O documento entregue ao Conselho Económico e Social apre-
senta ainda respostas e estratégias nos domínios da evolução da
população dos Açores e ilhas e dos recursos humanos açorianos.
Estiveram envolvidos nos trabalhos dois centros de investi-
gação da Universidade dos Açores, representados por Gilberta
Rocha, Cabral Vieira, Sandro Serpa e Tomás Dentinho.
O Plenário do Conselho Económico e Social dos Açores irá
reunir no dia 26 de Junho para discutir estes Estudos e com a
participação dos Investigadores que os realizaram, bem como do
Presidente da Fundação Gaspar Frutuoso.
Os Estudos e as contribuições dos Parceiros Sociais serão
posteriormente disponibilizados à Assembleia Legislativa da Re-
gião Autónoma dos Açores, Governo da Região Autónoma dos
Açores, Autarquias, Parceiros Sociais e a todos o que manifesta-
rem interesse em terem acesso as estes trabalhos.
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