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RESUMO ABSTRACT
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 12. n. 73. p.628-635. Set./Out. 2018. ISSN 1981-9927.
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como dos métodos adotados. Mediante seu validado por Slater e colaboradores (2003)
consentimento, foi assinado o Termo de com adaptações para alimentos que possuíam
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por as vitaminas A e C. Além do consumo
parte do entrevistado. alimentar, também foi questionada a ingestão
Foi garantido o sigilo dos dados, além das vitaminas na forma de suplementação,
do retorno dos resultados das avaliações analisando a marca, dosagem, horário e
realizadas. Os pesquisadores estiveram à tempo de uso destes suplementos. O QFAQ
disposição para esclarecimentos a qualquer foi composto por alimentos separados em
dúvida acerca dos procedimentos, riscos, grupos de acordo com o gênero alimentício.
benefícios e demais dúvidas relacionadas com Os resultados foram transformados em
a pesquisa. gramas utilizando as tabelas de Pinheiro e
colaboradores (2004).
Coleta de dados O consumo dietético foi analisado e
tabulado através do software Microsoft® Excel
Os dados foram coletados a partir da 2013, utilizando como base de dados a Tabela
aplicação de questionários relacionados a Brasileira de Composição de Alimentos
sintomas de ITRS, percepção subjetiva de (TACO). Os resultados do consumo de
esforço e consumo alimentar das vitaminas A vitamina A e C foram comparados com os
e C. valores da Dietary Reference Intakes (DRI’s)
A identificação de sintomas de ITRS propostos pelo Institute of Medicine (IOM,
foi realizada a partir do Wisconsin Upper 2006).
Respiratory Symptom Survey-21 (WURSS-21),
questionário constituído por 21 questões que Processamento e análise dos dados
procura coletar informações de sintomas
relacionado a infecções do trato respiratório A análise estatística foi realizada
superior. utilizado o programa Statistical Package for
As questões são divididas em: um item Social Sciences – SPSS versão 13.0 (SPSS
de severidade global, dez itens relacionados Inc., Chicago, IL). Na descrição das
com os sintomas de ITRS, nove itens proporções, a distribuição binomial foi
relacionados a qualidade de vida, e um item aproximada à distribuição normal pelo
de mudanças gerais do estado de saúde. Os intervalo de confiança de 95%. Para analisar a
itens foram respondidos a partir de uma escala associação entre as categorias e os grupos foi
tipo Likert de severidade de 0 a 7 (Moreira e realizado o teste por partição de Qui-
Cavazzoni, 2009). quadrado. Um valor de p menor que 0,05 foi
A utilização do questionário WURSS- considerado significante.
21 no monitoramento de sintomas de ITRS em
praticantes de exercício físico foi validado por RESULTADOS
Moreira e Cavazzoni (2009) e por Moreira e
colaboradores (2009). Participaram da pesquisa 50
A percepção subjetiva de esforço foi praticantes de musculação, onde a maior
mensurada através da escala de Borg (6-20), proporção era do sexo masculino. Quanto ao
que classifica o esforço realizado durante a tempo de pratica de musculação, a maioria
sessão de treinamento em sete níveis, que praticava por tempo superior a 12 meses. Com
vão do muito fácil ao exaustivo. Os valores de relação a duração do treino, a maioria
6 a 20 presentes na escala, quando respondeu que durava mais de 60 minutos. No
multiplicados por dez, são referentes a que se refere ao nível de esforço percebido
estimativa da frequência cardíaca do exercício. durante as sessões de treinamento, a maioria
Como forma de facilitar a identificação do classificou o esforço como leve/moderado
esforço percebido por parte do avaliado, foi (Tabela 1). Ao analisar o consumo de vitamina
utilizada uma escala com faces, como A e C, mais da metade dos avaliados
proposto por Da Costa e colaboradores conseguiram atingir os valores recomendados
(2009). de ingestão deste nutriente. Os sintomas de
A verificação do consumo alimentar foi Infecções do Trato Respiratório Superior
realizada pela aplicação de um questionário de estiveram presentes em uma grande
frequência alimentar quantitativo (QFAQ), proporção dos avaliados (Tabela 1).
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Pereira, 2005; Souza, Terra e colaboradores, de exercícios com intensidade alta esse risco
2012; Walsh e colaboradores, 2011) a aumenta a níveis maiores que em indivíduos
realização de exercícios de força com alta sedentários (Papacosta e Gleeson, 2013).
intensidade, elevada frequência cardíaca e Como o tipo de exercício praticado
longa duração induzem ao estresse sistêmico, influencia na frequência de ITRS (Chodzko-
submetendo o atleta a um estado de Zajko e colaboradores, 2009; Mendes e
imunossupressão, e aumentando o risco de Sousa, 2011), e o mesmo é capaz de induzir a
infeções do trato respiratório superior. alterações transitórias no sistema imunológico
Entretanto, a maior parte da população em indivíduos submetidos tanto nos
analisada neste estudo classificou a treinamentos de força como na hipertrofia
intensidade dos treinos de musculação como muscular (Miles e colaboradores, 2002),
leve a moderada, o que de acordo com a sugere-se a realização de mais estudos
literatura não seria o suficiente para induzir um envolvendo exclusivamente praticantes de
estado de imunossupressão. musculação.
Na população deste estudo, foi No que se refere às limitações no
observado que quando a intensidade do estudo, por se tratar de um estudo transversal,
exercício era classificada como leve a não foi possível garantir relações causais, e
moderada houve uma tendência para o variáveis de confusão podem ter afetado as
desenvolvimento de ITRS, fato que discordou associações relatadas.
com o estudo de Karacabey e colaboradores Somado a isso, o instrumento
(2005), onde avaliaram mulheres tanto escolhido para avaliar nível de esforço, por ser
fisicamente ativas como sedentárias e subjetivo, pode não ter estimado de maneira
verificaram que a prática de exercício, tanto real o nível de esforço durante o exercício,
aeróbicos quanto resistidos, de forma regular podendo ter interferido nas análises
com intensidade moderada apresentou efeitos realizadas.
favoráveis na resposta imunológica. Uma Os achados do presente estudo
possível justificativa para a discordância se dá demonstraram que nos praticantes de
pela metodologia aplicada no estudo, onde os musculação e exercícios resistidos, a
autores avaliaram dosagens sérias de frequência e duração do exercício, assim
imunoglobulinas obtidas de amostras como ingestão de vitaminas A e C não
sanguíneas coletadas no período de 4 horas, 2 apresentaram associação com o surgimento
e 5 dias após o exercício, promovendo de ITR.
resultados confiáveis sobre os parâmetros No entanto, foi observado uma
imunológicos. tendência para maior frequência de ITRS
Além disso, o nível de esforço foi quando o exercício era realizado com
medido através do VO2, proporcionando uma intensidade leve a moderada. Sugere-se,
maior confiabilidade do resultado de todavia, que mais investigações sejam
intensidade do exercício. realizadas com praticantes de exercícios
O estudo realizado por Moreira e resistidos a fim de confirmar a associação
Cavazzoni (2009) com atletas profissionais de entre as variáveis analisadas.
Futsal observou que a frequência de ITRS
aumentava de acordo com o aumento da REFERÊNCIAS
intensidade do treinamento e do nível de
esforço percebido. 1-Camargo, D.R.; Souza, V.V.; Mezzomo, T.R.
Já Moreira e colaboradores (2009) Consumo alimentar de praticantes de
avaliaram a frequência de ITRS em praticantes musculação de uma academia em Curitiba--
de canoagem do sexo feminino e observaram PR. BRASPEN Journal. Vol. 32. Num. 1. 2017.
que a frequência de ITRS apresentava relação p. 36-41. Disponível em:
diretamente proporcional com a carga e o <http://www.braspen.com.br/wp-
esforço realizado durante os treinamentos. content/uploads/2017/04/07-AO-Consumo-
Os resultados sugerem que os alimentar.pdf>
indivíduos sedentários apresentam um risco
moderado para ITRS, e que este risco diminui 2-Chodzko-Zajko, W.J.; Proctor, D.N.; Singh,
quando há a prática de exercícios físicos em M.A.F.; Minson, C.T.; Nigg, C.R.; Salem, G.J.;
intensidade moderada, porém com a prática Skinner, J.S. American College of Sports
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