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Artigo recebido em

15/07/2015
Entre fato e ficção:
Aprovado em
01/09/2015 personagens compostos
Monica Martinez
Universidade de Sorocaba
e fictícios ou fraude em
jornalismo?
(Uniso) –
martinez.monica@uol.com.br
Doutora pela ECA-USP, tem
pós-doutorado pela UMESP e
estágio pós-doutoral pela Texas
University. É docente do Monica Martinez, Eduardo Luiz Correio e Mateus Yuri Passos
Programa de Pós-Graduação
em Comunicação e Cultura Resumo
da Uniso e colíder do NAMI
(Grupo de Pesquisas em Situado na interface entre jornalismo e literatura ao mesclar investigação factu-
Narrativas Midiáticas/Uniso) al às estéticas narrativas da ficção, o jornalismo literário enfrenta o desafio de
produzir obras ambíguas. Um dos fatores nesse sentido é o uso de personagens
Eduardo Luiz Correio
Universidade Municipal compostos, construídos a partir de características biográficas de vários entrevis-
de São Caetano do Sul tados que o repórter concentra num único personagem. Neste artigo, discutimos
(USCS) e FIAM FAAM – os limites entre fato e ficção nesse tipo de narrativa a partir de duas instâncias.
eduardocorreia67@gmail.com
Doutor pela Facom da UnB. A primeira é a histórica, por meio dos perfis de Hugh Griffin Flood, do jornalis-
Tem especialização e mestrado ta estadunidense Joseph Mitchell (1908-1996), publicados na revista The New
pela ECA-USP. Yorker nos anos 1940. A segunda é a ênfase na separação entre personagens
É graduado em Jornalismo pela
UMESP e em História pela reais e imaginários, tratada como fraude em jornalismo a partir dos anos 1980
FFLCH-USP devido a casos como o de Janet Cooke, no The Washington Post, e o de Jason
Blair, no The New York Times, em 2003.
Mateus Yuri Passos
Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) – Palavras-chave
mateus.passos@gmail.com Narrativas midiáticas, Jornalismo literário, Personagens compostos.
Doutor em Teoria e História
Literária pela Unicamp.
Realizou estágio sanduíche Abstract
na Ludwig-Maximilians- Placed between Literature and Journalism by amalgamating fact checking to the
Universität München. Mestre
em Ciência, Tecnologia e narrative aesthetics of fiction, Literary Journalism faces the challenge of produ-
Sociedade (UFSCar) cing works of ambiguous character. One of the factors in this dispute is the use
of composite characters, created by combining biographic features of a number
of sources in a single person. In this paper we discuss the borders between fact
and fiction in this kind of narrative in two instances. The first is a historical one,
with a focus on the profiles about Hugh Griffin Flood by American reporter Jo-
seph Mitchell (1908-1996) published in the New Yorker magazine in the 1940s.
The second one puts an emphasis on the separation between real and fake cha-
racters, treated as fraud in the press from the 1980s due to cases such as those
of The Washington Post reporter Janet Cooke and The New York Times reporter
Jason Blair, in 2003.
Estudos em Jornalismo e Mídia
Vol. 12 Nº 2
Julho a Dezembro de 2015, Keywords
ISSNe 1984-6924 Narratives in the media, Literary journalism, Composite characters.
238 http:dx.doi.org/10.5007/1984-6924.2015v12n2p238
U
ma das publicações que processo de quase coautoria.
ajudaram a dar forma Também na New Yorker emergiram e
aos gêneros modernos foram cultivadas práticas que hoje formam
de jornalismo literário – o núcleo da problemática entre ficção e
especialmente o perfil – foi a revista fato no jornalismo literário, entre os anos
semanal The New Yorker, ainda um 1940 e 1970 (UNDERWOOD, 2003). É
ícone entre as revistas estadunidenses. o caso da reconstrução de diálogos entre
Definimos como jornalismo literário o personagens a partir da memória do
conjunto de gêneros narrativos de não repórter, a narração de acontecimentos
ficção situados na zona fronteiriça entre parcial ou inteiramente ficcionais e, em
o jornalismo e a literatura – combinando casos excepcionais, o uso de personagens
os procedimentos investigativos de um compostos, que discutiremos em maior
à estética narrativa da outra – e outras profundidade a seguir. Essas práticas em
áreas do conhecimento (LIMA, 2009), geral não eram adotadas por indolência
como antropologia, geografia, história, ou má-fé por parte dos repórteres e
psicologia e sociologia. tinham uma finalidade principalmente
Lançada em 1925 por Harold Ross simbólica, para conferir mais peso – ou,
(1892-1951) e Jane Grant (1892-1972), por vezes, leveza – a certos pontos da
a publicação logo tornou-se referência narrativa (KUNKEL, 2015); para além
como veículo dedicado ao humor, ao disso, não constituem o centro nervoso
cartum e ao conto, renome que mantém do jornalismo literário, até hoje praticado
até hoje. Contudo, especialmente a sem a necessidade de se recorrer a elas.
partir de 1933, com a contratação de A revelação pública de que havia
William Shawn (1907-1992) como elementos deliberadamente ficcionais
editor e, posteriormente, sua promoção em alguns desses textos colocou a
a editor-chefe em 1939, a reportagem fidedignidade e o valor jornalístico
ganhou proeminência na revista (SIMS, deles em xeque e, por extensão, a
2007). A importância de Shawn se fazia credibilidade de alguns repórteres,
sentir especialmente em duas frentes. A inclusive juridicamente (FORDE, 2008).
primeira era a liberdade de pauta e de A polêmica sobre o uso desses recursos
prazo que dava a seus repórteres – o que voltou à tona em 2015 com o lançamento
permitia um caráter bastante autoral na de Man in Profile, biografia do jornalista,
escolha de temas e o tempo necessário, docente e pesquisador estadunidense
por vezes de anos, para que a apuração e Thomas Kunkel sobre o repórter Joseph
escrita de um texto fossem concluídas. O Mitchell (1908-1996). É importante
indo-americano Ved Mehta, que fez parte notar que, no que se refere à narração
do corpo de redatores da revista, lembra de fatos, o emprego deliberado de ficção
que “a ideia era a de que boa escrita no jornalismo literário se concentra em
nunca fica datada, podendo ser lida a acontecimentos de pequeno impacto e
1
Do original: “The
idea was that good
qualquer momento” (MEHTA, 1998, p. não nos eventos centrais das reportagens
writing never date, 195, tradução dos autores)1. A segunda e perfis. Por conta disso, obras como A
and could be read at
any time.” (MEHTA,
frente era precisamente o trabalho com o Sangue Frio, de Truman Capote, não
1998, p. 125). texto em conjunto com os autores, num perderam o reconhecimento de seu
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caráter jornalístico2. fato de que os peixes, por serem o único
O caso dos personagens compostos é tipo de alimento que não havia sido
bastante singular nesse debate. O termo melhorado por cientistas, eram a comida
se refere a personagens que reúnem verdadeiramente natural que restava
em si características biográficas de (MITCHELL, 2012).
vários entrevistados. Assim, a rigor, não A princípio, Mitchell planejava
existe um indivíduo que corresponda escrever um perfil representativo da vida
factualmente ao sujeito textual, porém no Fulton Fish Market que tivesse como
todos os fatos e descrições atreladas a protagonista um entrevistado real, o ex-
eles foram apurados de forma jornalística. fornecedor de peixes William A. Winant,
Diversos repórteres estadunidenses viram, ou um de seus vizinhos, todos idosos e
entre os anos 1940 e 1970, potencial aposentados, que concediam entrevistas
nesse recurso para a representação de um ao repórter, porém se recusavam a
grupo social por meio de seu mecanismo autorizar a publicação de um texto
reverso: em vez da eleição de um sobre eles. A decisão pela criação de um
personagem factual como representante composto foi tomada a partir da sugestão
de sua classe, a construção de um perfil de Harold Ross, editor e proprietário da
médio que revelasse situações comuns a New Yorker, para que um trabalho de dez
vários indivíduos. anos de entrevistas e apurações não fosse
Hugh Griffin Flood, retratado por perdido (KUNKEL, 2015).
Joseph Mitchell em três textos publicados Na época da publicação dos textos na
na New Yorker entre 1944 e 1945, é New Yorker, Mr. Flood foi tomado como
um exemplo célebre de personagem factual e sua condição semificcional
composto. Seu perfil foi baseado em foi revelada por Mitchell em uma nota
vários entrevistados e no próprio repórter, introdutória para o volume Old Mr. Flood,
que compartilhou com o personagem publicado em 1948, que reúne os perfis
diversos elementos, como sua data de “Old Mr. Flood”, “The Black Clams” e
nascimento, preferências alimentares “Mr. Flood’s Party”, hoje classificados
e religiosas, além de atribuir a ele o como contos. A revelação ocorreu em boa
nome de seu avô paterno, Hugh Griffin medida porque repórteres começaram a
Mitchell. O personagem Mr. Flood é um procurar pelo personagem no Hartford
homem entre 93 e 95 anos – os três textos Hotel e chegaram a contatar Mitchell 2
Ainda que pese
assinalam seu envelhecimento – que no intuito de biografar o suposto Mr. sobre A Sangue Frio
a crítica de que a
havia sido proprietário de uma empresa Flood − o que levou o repórter a mentir,
apuração não teria
de demolição de imóveis e, agora afirmando que ele próprio trabalhava sido exemplar. Com
o objetivo de obter
aposentado, morava no Hartford Hotel, numa biografia dele (KUNKEL, 2015).
detalhes do massacre
região portuária do Fulton Fish Market, Embora hoje rotulado como ficcional, da família no Kan-
sas, Truman Capote
da cidade de Nova York. Mitchell dotou-o Mr. Flood está plenamente enquadrado
(1924-1984) teria
de hábitos e pensamentos excêntricos: no plano geral da obra jornalística de ultrapassado alguns
limites éticos de
desde os 30 anos alimentava-se quase Mitchell, uma espécie de historiografia
coleta de dados du-
exclusivamente de frutos do mar e tópica e informal dos remanescentes rante as entrevistas
com os assassinos,
pensava que por essa razão chegaria da Nova York do início do século XX,
em especial Perry
aos 115 anos de idade. Tinha fé cega no cuja existência e reconhecimento social Smith.
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empalidecia com o avançar das décadas função de fontes de informação: seja como
(PASSOS, 2014). Mitchell especializou- agentes diretamente envolvidos com os
se na confecção de perfis sobre fatos reportados, seja como comentadores
indivíduos anônimos (MARTINEZ, cuja expertise constrói uma interpretação
2008), invisíveis ao grande público: a sobre eles. Seu papel é principalmente
proprietária de um pequeno cinema, um instrumental: são definidores primários
membro do conselho de uma pequena dos acontecimentos (PENA, 2006) e
igreja metodista de uma comunidade vozes autorizadas a emitir opinião, algo
negra, ciganos, trabalhadores indígenas que seria a princípio vedado ao repórter.
da construção civil, mendigos, farsantes Ao longo de um texto, o leitor conhecerá
do rumo do ocultismo, mendigos e sobre eles o mínimo necessário para que
boêmios como Joe Gould, talvez seu se justifique a inclusão de sua voz ali, algo
maior personagem factual. normalmente restrito a uma descrição
Possivelmente por ser um forasteiro de seu cargo ou área de especialização,
– nasceu em 1908 numa fazenda na quiçá acrescido de uma fala entre aspas.
Carolina do Norte e se mudou para Em reportagens de jornalismo literário,
Nova York aos 21 anos para trabalhar porém, entrevistados são personagens –
como repórter –, Mitchell desenvolveu personagens reais, certamente, pessoas
grande sensibilidade a aspectos da cuja vivência e sentimentos interessam
cidade ignorados ou em processo de tanto quanto os fatos que informam
esquecimento por seus habitantes. Por nessas narrativas. Especialmente no caso
vezes de forma consciente, por vezes não, daqueles que protagonizam a narrativa, o
registrou em seus textos fatias generosas repórter busca explorar diversos aspectos
da vida dessas pessoas e conservou para de sua vida e reconstruí-los textualmente
a posteridade seus valores, alegrias e como seres humanos que agem e reagem
angústias enquanto representantes da frente aos estímulos de sua realidade
história oral da cidade. Nesse sentido, com riso ou sofrimento, com raiva ou
como sintetizador não apenas de uma serenidade. Enfim, são representações
classe, mas do próprio Fulton Fish jornalísticas de seres humanos, com
Market do passado, região expressamente todas suas idiossincrasias e paradoxos
favorita de Mitchell, Mr. Flood encaixa- (MARTINEZ, 2015, no prelo).
se junto ao restante da produção do Especialistas ou leigos, são convidados
repórter. a emitir opiniões – inclusive o jornalista,
que por vezes confunde sua voz e ponto
Reflexões sobre a estética e a ética de vista com o de seus protagonistas.
É importante ressaltar esta distinção Dizemos que essa diferença está
entre a ética e a organização estética, que imbricada na ética do texto porque, em
parece demarcar de maneira mais evidente vez de ter como finalidade primeira suprir
as diferenças entre o jornalismo literário o leitor com informação – o que presume
e outras modalidades de jornalismo certo impacto, atualidade, utilidade
também baseadas em apuração, como o e relevância imediata para o leitor e
investigativo. Em notícias e reportagens estaria mais alinhado com o jornalismo
não literárias, os entrevistados cumprem a dito noticioso ou convencional –, o
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jornalismo literário possui uma vocação de um grupo, mas de vidas individuais
para a etnografia (PASSOS & PASSOS, ou de um tópico – cultural, científico,
2009), que ao longo do século XX – esportivo etc –, as personagens ali são
especialmente com os textos de Horace representantes de um segmento social
Miner sobre a comunidade fictícia dos de um determinado espaço em uma
Nacirema – passou a se debruçar também determinada época: sobreviventes do
sobre grupos de organização moderna e ataque atômico a Hiroshima em 1945,
urbana3. Tom Wolfe, um dos expoentes trabalhadores rurais durante a Grande
do Novo Jornalismo, em um ensaio- Depressão no sul dos Estados Unidos,
manifesto de 1970, notou essa orientação trabalhadores do interior da União
na sua obra e nas de seus contemporâneos: Soviética pós-II Guerra Mundial, a alta
sociedade paulistana dos anos 1940,
Vemos surgir um grupo de gangues de motoqueiros dos anos 1960,
escritores [...] que descobrem as matemáticos ucranianos radicados na
alegrias do realismo detalhado e Nova York dos anos 1990, parteiras
seus estranhos poderes. Muitos da floresta amazônica às vésperas da
deles parecem estar apaixonados virada do milênio.
pelo “realismo pelo realismo” Com procedimentos semelhantes
apenas [...]. Parecem dizer: “Ei! aos de Mitchell, outros jornalistas
Venha cá! É assim que as pessoas estadunidenses também fizeram perfis
vivem agora – bem assim como que não revelavam ao leitor que
estou mostrando a você! Pode os protagonistas eram personagens
assustar, incomodar, deliciar você compostos. John Hersey (1914-1993)
ou despertar seu desprezo ou perfilou um soldado que retornava para
fazer você rir... Mas é assim que os Estados Unidos após servir na II
é! Está tudo bem aqui! Você não Guerra Mundial; A. J. Liebling (1904- 3
É importante lem-
vai se chatear! Dê uma olhada!” 1963) retratou um jornalista veterano – brar que as obras de
Miner constituem uma
(WOLFE, 2005, p. 48-49). já na casa dos 70 anos – especializado exceção e que, de um
em corridas de cavalos; Michael Herr modo geral, os antro-
pólogos se dedicam a
Aliás, nos anos 1960, o Novo um general estadunidense em campanha perfilar comunidades
Jornalismo foi uma das mais intensas no Vietnã. Essa prática era conhecida concretas e cuida-
dosamente coletam
manifestações do jornalismo literário pelos editores e permitida em revistas de informações com
estadunidense, compartilhando com este prestígio como The New Yorker e Esquire indivíduos reais, cujas
falas são reproduzi-
o caráter etnográfico da narrativa. Sua (UNDERWOOD, 2013). das fielmente. O caso
finalidade maior seria a de retratar o O impacto midiático desencadeado pela Nacirema (MINER,
1975) travestiu textu-
modo de vida dos mais diversos grupos, corrente do Novo Jornalismo nos anos almente a sociedade
sem que houvesse uma preocupação com 1960 expôs esta linha tênue − e tensionada estadunidense dos
anos 1950 apenas
o valor noticioso dos fatos narrados – e − entre fato e ficção em jornalismo. como estratégia para
talvez justamente por isso esses textos Alguns autores estadunidenses, como defender a viabilidade
e a necessidade de
envelheçam bem e continuem a ser lidos Norman Mailer (1923-2007), não se tratar também das
e discutidos décadas após sua publicação deixavam claro em algumas obras se comunidades urbanas
com os aparatos de
original. Mesmo quando uma reportagem estavam no campo da ficção ou da apuração e análise
ou perfil não se ocupa deliberadamente não ficção, como em A Canção do etnográficos.

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Carrasco (MARTINEZ, 2009). Ao tomar desde fragilidades organizacionais
conhecimento do recurso, o público (PICARD, 2004; SILVA, 2004) até os
passou a questionar o fato, tornando o uso aspectos éticos envolvidos (KUCINSKI,
polêmico e demandando transparência. 2004). O escândalo foi tal que levou Blair
Paralelamente, o desenvolvimento de a abandonar a profissão.
estudos acadêmicos sobre jornalismo Um caso mais recente levou à
literário a partir dos anos 1970 também autodemissão do editor executivo de
indicava que reportagens sobre uma publicação – Will Dana, que durante
personagens compostos poderiam ser 19 anos esteve à frente da Rolling
empregadas, desde que o veículo que a Stone estadunidense. Em novembro
publicasse destacasse a informação de de 2014, a revista publicou “A Rape
que se tratava de um texto ficcional ou on Campus”, reportagem de Sabrina
inspirado em fatos reais. Rubin Erderly sobre um suposto estupro
Nos anos 1980, houve a ênfase nessa coletivo na Universidade de Virgínia,
distinção entre ficção e não ficção, quando cujos dados foram questionados por
o imbricamento passou a ser tratado diversos veículos – dentre eles Slate e
como fraude em jornalismo. Foi quando The Washington Post – nas semanas
se descobriu que o personagem central de seguintes à publicação (MARTINS, 2
“O mundo de Jimmy”, reportagem escrita de agosto de 2015). A Rolling Stone se
pela então jornalista Janet Cooke para prontificou a investigar o caso de forma
o jornal The Washington Post sobre um isenta convidando três docentes da
garoto de oito anos viciado em heroína, Universidade de Columbia para conduzir
tinha sido inventado (HERCOVITZ, as apurações. O que se verificou foi a
2004). Foi a primeira vez na história falta de checagem independente de uma
do Pullitzer, outorgado desde 1917, que série de informações, assim como a
houve devolução de um prêmio concedido existência de um personagem fictício, um
a um autor (EASON, 1986). salva-vidas que teria liderado o estupro
Esse ponto passou a ser particularmente coletivo – inventado não pela repórter,
relevante após os anos 1990 com a mas por “Jackie”, a principal fonte
publicação de um dos livros-base de da reportagem, em quem a jornalista
estudo de jornalismo literário. Foi quando confiou, com o aval de seus editores, na
o docente estadunidense Mark Kramer esperança de alertar o país após diversos
enfatizou a importância de se firmar um estupros reais em universidades serem
pacto claro com o leitor, de forma que abafados. A publicação do relatório da
esse soubesse exatamente que tipo de apuração como mea culpa (CORONEL,
material jornalístico estava recebendo KOLL & KRAVITZ, 4 de abril de 2015)
(KRAMER, 1995). – em texto integral no website da revista
Treze anos mais tarde, em 2003, outro e abreviado em sua versão impressa
caso notório de criação de personagens e – não foi considerada suficiente pelos
histórias seria o de Jason Blair, do The veículos que acompanhavam o caso,
New York Times (MARTINEZ, 2009). insatisfeitos por não haver penalizações
O episódio desencadeou várias reflexões efetivas. Dana, desse modo, preferiu
sobre a práxis jornalística, abordando assumir a responsabilidade por decisões
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editoriais que permitiram a Erderly Martínez (1934-2010) optaram por
levar a reportagem adiante e publicá- seguir um estilo híbrido, como o notado
la, mesmo havendo incertezas quanto em seu livro Santa Evita (1996), sobre
à confiabilidade de declarações e a líder política argentina Eva Perón
evidências apresentadas por “Jackie”. (1919-1952). É importante ressaltar que
Essa tendência notada nas três últimas Martínez, como jornalista argentino, mas
décadas do século XX acompanhou também professor da Universidade de
a própria maturação dos modelos de Maryland, conhecia bem tanto o fazer
gestão jornalísticos (PENA, 2007), uma jornalístico latino-americano quanto o
vez que seus produtos acompanharam o norte-americano.
aumento da diversificação. Um leitor que De toda forma, casos bastante
escolhesse uma obra em estilo gonzo, recentes, como a biografia de Geraldo
como a do escritor estadunidense Hunter Vandré (NUZZI, 2015), apontam
Thompson (1937-2005), por exemplo, para a configuração de um paradigma
teria condições de saber em alguma jornalístico conscientemente marcado
medida o ideário do autor, sua forma pela distinção entre fato e realidade. À
de trabalho e as premissas a partir das semelhança do famoso perfil de Frank
quais aquele livro havia sido concebido. Sinatra feito por Gay Talese (2004, p.
Radicalmente diferentes de um Gay 257-307), Nuzzi também não conseguiu
Talese, outro expoente do período, ainda entrevistar o protagonista de sua história.
que ambos estivessem observando e Contudo, fez mais de 100 entrevistas para
relatando, no primeiro caso, movimentos compor minuciosamente o personagem.
da contracultura, ou, no segundo, as
alterações de algumas normas sociais Da (im)possibilidade de se fixar limites
relativas à vida sexual dos estadunidenses ou conclusões
nos anos 1960. Além de atender ao Como se viu, não são recentes as
posicionamento de seus produtos junto discussões no campo da comunicação
aos mercados jornalístico e editorial, essa e, especificamente, no subcampo
premissa testemunhal, de se posicionar do jornalismo, sobre os limites
publicamente de forma clara, tem raízes fronteiriços, hibridismos narrativos e
profundas na mentalidade do povo dos intertextualidades nas composições
Estados Unidos, ligadas ao protestantismo textuais do jornalismo, da literatura e
(WEBER, 2004). também da história. Os três domínios,
Esse rigor de marcação entre fato cada qual a seu modo e sob seus dogmas,
e ficção, contudo, não foi exatamente contam seus casos, tecem suas narrativas
uma das principais preocupações da regidos pelas suas intencionalidades
comunidade latino-americana nos anos na relação entre autor (narrador) e
1960. Até porque essa enfrentava tensões leitor (receptor).
sociais desencadeadas e restrições de Todos têm, à parte suas peculiaridades,
liberdade de expressão devidas aos idiossincrasias e modos de “contar”
sistemas políticos vigentes, muitos seus relatos, pontos de intersecção no
deles militares (BARBOSA, 2013). processo construtivo de suas narrativas
Autores como o argentino Thomas Eloy que dialogam entre si visando a busca
244
pelo efeito de real. Ou da maior Narrativas que podem ser questionadas
verossimilhança possível − mola mestra por “transgredir” os protocolos de
da feitura tanto das narrativas jornalísticas cada domínio ao qual pertencem, mas
quanto das históricas e/ou das ficcionais. enriquecem a própria narração. Isso
Essas intersecções são elementos de porque, como aponta Motta, ampliam os
contato, dispositivos de troca que, em canais compreensivos do leitor no seu
suma, colocam em questão qualquer busca processo interpretativo:
por uma “pureza” estilística ou retórica
nessas categorias narrativas. Como ressalta Em todo ato comunicativo, o
Maria Aparecida Baccega, do Programa emissor transmite parte do seu
de Pós-Graduação em Comunicação e conteúdo de forma explícita, parte
Práticas de Consumo da Escola Superior de forma implícita. Da mesma
de Propaganda e Marketing (ESPM-SP), maneira, o destinatário interpreta
os “discursos histórico e ficcional, se a mensagem parcialmente
bem tenham características específicas, por meio de seus conteúdos
se interpenetram” (BACCEGA, 1988, literais, parcialmente por meio
p. 48). O mesmo princípio vale para o de estímulos implicitamente
discurso da comunicação que, acrescenta sugeridos pelo enunciado.
a autora, “é apresentado como o resultado Mas, o destinatário acrescenta,
desses dois discursos (o da história e o recria a partir de suas próprias
da literatura) constituindo-se numa perspectivas (MOTTA, 2006, p.
nova totalidade, metassignificada” 17).
(BACCEGA, 1988, p. 11).
Uma nova totalidade formada por Por vezes, figuras de linguagens, como
imbricações e hibridismos que, se por as metáforas, representam com mais
um lado fragilizam fronteiras entre os propriedade a intenção comunicativa do
gêneros (ou campos), têm também o autor-narrador do que a linguagem direta.
condão de potencializar as narrativas Portanto, tais representações figurativas
na busca de sentido de compreensão. da linguagem têm ligação direta ao próprio
Em algumas situações, o uso acentuado gênero ao qual pertencem, mas também,
de recursos linguísticos externos a ao subvertê-los em seu caráter original,
determinado campo acaba por criar abrem novos horizontes compreensivos e
novos gêneros ou subgêneros destes permitem, inclusive, a formação de novas
mesmos campos. Caso, por exemplo, modalidades narrativas, como as citadas
da presença da prosa romanceada no aqui.
discurso jornalístico, concebendo-se o Acreditamos que a intertextualidade
chamado jornalismo literário. Ou nos verificada nos domínios da comunicação,
relatos da historiografia que, dependendo história e literatura deve-se por terem
da escola a qual o historiador é filiado, todos os três campos uma gênese narrativa
permite a recorrência a elementos comum no que se refere ao tratamento
constituintes típicos da literatura. E, com da questão da “verdade”. Seja com os
a chave invertida, cai-se justamente na relatos das factualidades (jornalismo),
categoria dos romances históricos das ficcionalidades (literatura) ou
245
aproximações (história), os narradores gêneros formais. Nesse contexto,
− escritores, jornalistas, historiadores, surgem cenários amplos nos quais
memorialistas etc − confeccionam seus tanto a busca pela verdade quanto os
textos orientados pela maior justeza em esforços por verossimilhança podem
torno da verdade, seja pela ênfase no abrir-se para sofisticações textuais, com
rigor semântico ou mesmo da sintaxe. narrativas elaboradas e, portanto, ricas,
É como aponta Hobsbawn: “não admira ou − em situações extremas − encerrar-
que os historiadores experimentem se com a quebra do acordo tácito entre
diferentes formas dessa apresentação, autor e leitor, conforme mencionamos.
entre as quais, notadamente, aquelas No primeiro caso temos Joseph
que recorrem a antigas técnicas da Mitchell, jornalista cuja realização é
literatura” (2006, p. 204). tida como paradigmática no jornalismo
Assim, os gêneros (ou subgêneros), literário. O ponto interessante − e de certa
híbridos ou não, funcionam como maneira, fora da curva − com relação
linhas-guia ao leitor, como explica o aos textos de Old Mr. Flood foi, naquela
titular de Estética na Universidade de época, a “não necessidade” de tornar
Brasília (UnB), Flávio Kothe: público o contrato entre o leitor e o autor.
Isso porque Mitchell criou personagens
Os gêneros podem ser decifrados de tal modo contextualizados em sua
como esquemas estratégicos narrativa factual de jornalista que os
para montar enredos e falas a leitores acreditavam ser verdadeiros.
fim de conseguir determinados A “liberdade” do jornalista, endossada
efeitos, induzindo o leitor a pelo seu editor, William Shawn, e
uma implícita convicção, não de pela revista, tornou-o um expoente
modo a convencê-lo mediante extremamente talentoso de um modo
um discurso direto, e sim através de fazer jornalístico. Ainda que num
de um percurso em que ele gênero que mais tarde, por causa da
como que convence a si próprio própria evolução social e jornalística,
de uma determinada ‘verdade’” causaria estranhamento hoje entre
(KOTHE, 1994, p. 100). seus pares contemporâneos. Afinal,
a imprensa convencional − dados os
Convencimento que para almejar mandamentos deontológicos correntes
efetividade depende, entre outros da profissão do jornalista, as rotinas
aspectos, do “contrato” implícito entre produtivas e características dos vários
autor (narrador) e leitor (receptor). suportes informativos − é marcada
Por meio dele completa-se o círculo por narrativas monocromáticas. No
compreensivo do texto, desde que jornalismo noticioso, não há espaço
explicitadas suas cláusulas. Mas, para retratar em sua amplitude a
do contrário, sem tal explicitação complexidade da vida, o que resulta em
do “contrato” surgem justamente as retratos da realidade perspectivizados
incompreensões, críticas e discussões por maniqueísmos, por enquadramentos
sob os textos, e autores, que ousam narrativos divididos entre o preto e o
romper os limites fronteiriços dos branco, o bom e o mau, o honesto e o
246
corrupto etc. pelo não texto, formado pelo “mundo
É, portanto, no espaço deixado pela real (ou imaginário) e nossas categorias
narrativa direta, unidirecional e de de apreensão do mundo que existe fora
sentido único do jornalismo tradicional da narrativa singular, mas às quais esta
onde estão as frestas, os respiradouros e se remete” (REUTER, 2007, p. 17).
pontos de fuga que permitem ao autor, em Dessa forma, mesmo que seja permitido
outros domínios, dispositivos estilísticos “burlar” determinados artigos do contrato
ou retóricos a enriquecer sua narração. de leitura, há um limite ao promover o
O estratagema de sucesso utilizado por “distrato” no interior de um determinado
Mitchell, mas que, como vimos, abre- gênero, ou em combinações com outros
se para todo tipo de polêmica, pois “são gêneros, que não são facilmente aceitos
jogos de linguagem que acontecem num pelo campo e seus integrantes.
todo tenso, os quais exigem processo Tendo em vista o jornalismo literário
de negociação constante”. (CORREIA, como uma outra forma de etnografia,
2012, p. 41). contudo, os textos que Flood protagoniza
Em mão contrária, todavia, outras – assim como na maioria dos casos em que
situações de manipulação da narrativa personagens compostos são empregados
não são bem aceitas pelo(s) campo(s). – contêm em grande medida não
Acontecem quando não se respeitam os acontecimentos, descrições de pequenos
ditames dos contratos implícitos de leitura encontros entre Flood e personagens
ou rompem-se, num aspecto mais amplo, fictícios ou reais – inclusive o próprio
os dogmas sagrados daquele domínio. Mitchell – e reuniões de amigos. O maior
Como aconteceu com os jornalistas Jason propósito neles não é a descrição de fatos,
Blair, no The New York Times, e Janet mas a caracterização do personagem,
Cook, no Washington Post, com suas a exposição de seu modo de vida, seus
situações-limite de quebra de contrato pensamentos e valores, que contrastam
onde narraram notícias com personagens fortemente com a veloz modernização
e enredos totalmente inventados, sem da metrópole que habitava. Assim, o
qualquer vínculo com a realidade. Aqui, rótulo de “fraude” não lhes cai bem.
ao contrário de Mitchell, cuja técnica É no aspecto da representação de um
jornalística angariou prestígio para coletivo ou de uma época que se encontra
sua publicação, Blair e Cook criaram seu valor e, nesse sentido, podemos
consideráveis prejuízos à credibilidade afirmar que existe uma representação
de seus veículos e da própria carreira. honesta da realidade, apurada por meio
O contrato de leitura entre narrador e de técnicas jornalísticas.
receptor é firmado levando-se em conta o
mundo construído pelo texto, mas também

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