Sei sulla pagina 1di 5

SENHORA – JOSÉ DE ALENCAR

AUTOR
• José Martiniano
artiniano de Alencar (Messejana – Fortaleza –
Ceará - 1 de maio de 1829 — Rio de Janeiro, 12 de dezembro de
1877) foi um escritor e político brasileiro.
• Criou o romance de temática nacional, e defendeu a
escravidão no Brasil quando ministro da Justiça do segundo reinado.
ANÁLISE DA OBRA
• Senhora foi publicado em 1875 trata do casamento burguês baseado no interesse
financeiro. Pode
ode ser considerada precursora
precursora do Realismo. Mas é romântica
porque, no final, o amor é apresentado
apresentado como instrumento de transformação dos
personagens – Aurélia (de vingativa a arrependida) e Seixas (de cafajeste a bom
rapaz).
• Aurélia é a protagonista do romance, uma jovem mulher dividida entre o amor e
o ódio, o desejo e o desprezo pelo homem que ama.
• Ela é idealizada como uma rainha, como uma heroína romântica, pelo narrador.
De "régia fronte, coroada de diadema de cabelos castanhos, de formosas
espáduas", essa personagem, no entanto, é ao mesmo tempo "fada encantada" e
"ninfa das chamas, lasciva
lasciv salamandra".
• Ao estereótipo da "mulher-anjo"
"mulher anjo" romântica, o narrador acrescenta, assim, um
elemento demoníaco, elemento que, em vez de explicitar, deixa sugerido, "sob
as pregas do roupão de cambraia que a luz do sol não ilumina", e também "sob a
voz bramida,
ida, o gesto sublime, escondendo o frêmito que lembrava silvo de
serpente" ou quando "o braço mimoso e torneado faz um movimento hirto para
vibrar o supremo desprezo".
• Tal maneira de caracterizar a personagem - pelos elementos exteriores - é típica
do narrador
rador observador. Tal caracterização, por sua vez, humaniza a
personagem, afastando-a
afastando a do maniqueísmo romântico e acrescentando-lhe
acrescentando traços
realistas.
• No romance, percebemos a necessidade do dinheiro, veículo central de uma
sociedade aristocrática e burguesa,
burguesa que obriga personagens a trocarem seus
sentimentos por dinheiro.
• O grande vilão, o antagonista, é sempre a sociedade e seus hábitos doentios e
seus costumes imorais. Se é essa a pretensão do autor, o seu recado para a
sociedade de seu tempo, devemos classificar
classificar Senhora com um romance de
costumes.
• Se o cenário das personagens é o Rio de Janeiro da segunda metade do século
XIX, podemos também considerá-lo
considerá como um romance urbano com traços de
psicologismo e crítica social.
ESTRUTURA DA OBRA
• Senhora é um romance dividido em quatro partes e
não obedece uma ordem cronológica, isto é, a primeira
parte (O Preço), narra os episódios atuais, enquanto que a
segunda parte (Quitação), fala-nos do passado de Aurélia,
seguem os capítulos: Posse e Resgate. A narrativa é feita
por um narrador que parece penetrar na alma de Aurélia
Camargo para transmitir suas confidências mais intimas.
• Esses títulos contrariam o espírito de uma história
de amor, como efetivamente é o romance Senhora. Mas,
como se trata de um amor contrariado pelos hábitos
sociais, fica clara a ideia de que os títulos foram assim
escolhidos para esconder a metáfora contida no livro. Eles
explicitam a ideia de que a compra efetuada por Aurélia é uma metáfora do
casamento por interesse, muito corrente na época, mas sempre disfarçado por
elegantes e frágeis encenações sociais.

ENREDO
• Primeira parte - O PREÇO - Aurélia Camargo éuma jovem de 18 anos, linda e
debutando nos bailes. Ela pede ao tio que ofereça ao jovem Fernando Seixas,
recém-chegado na corte após uma longa viagem ao Nordeste, a sua mão em
casamento.
• Entretanto, uma aura de mistério cobre o pedido, pois Fernando não deve saber a
identidade da pretendente. Além disso, a quantia do dote proposto deve ser
irrecusável: cem contos de réis ou mais, se necessário.
• A habilidade mercantil de Lemos e a péssima situação financeira de Fernando -
moço elegante mas pobre, que gastou a herança deixada pelo pai e que precisava
restituí-lo à família para a compra do enxoval da irmã - fazem com que deem
certo os planos de Aurélia.
• Na noite de núpcias, Fernando se surpreende ao ver nas mãos de Aurélia, um
recibo assinado por ele aceitando um adiantamento do dote. Aurélia se enfurece,
acusa-o de mercenário e venal (vendido). E ela começa a contar a vida e os
motivos que a levaram a comprá-lo.
• Segunda parte – QUITAÇÃO - conhecemos a vida de ambos os protagonistas.
Aqui há um retorno aos acontecimentos em suas vidas, o que explica ao leitor o
procedimento cruel de Aurélia em relação a Fernando.
• Terceira parte - POSSE - a história retorna ao quarto do casal. Vemos Fernando
arrasado de vergonha, mas Aurélia toma o seu silêncio como cinismo. É o início
da fase de hipocrisia conjugal.
• Quarta parte – RESGATE - temos o desenrolar da trama. Intensificam-se os
caprichos e as contradições do comportamento de Aurélia, ora ferina, irônica,
insaciável na sua sede de vingança, ora ciumenta, doce, apaixonada.
• Intensifica-se também a transformação de Fernando, que não usufrui da riqueza
de Aurélia, tornando-se modesto nos trajes, assíduo na repartição onde
trabalhava, e assim adquirindo, sem perder a elegância, uma dignidade de caráter
que nunca tivera.

• No final, Fernando, um ano após o casamento,


negocia com Aurélia o seu resgate. Devolve-lhe os vinte
contos de réis, que correspondiam ao adiantamento do
montante total do dote com o qual possibilitava o
casamento da irmã, e mais o cheque que Aurélia lhe dera,
de oitenta contos de réis, na noite de núpcias.
• Separam-se, então, a esposa traída e o marido
comprado, para se reencontrarem amantes. A última recusa
de Seixas foi debelada (vencida) quando Aurélia lhe mostra
o testamento que fizera, quando casaram, revelando-lhe o
seu amor e destinando-lhe toda a sua fortuna.
• Foco narrativo - O romance é narrado em terceira pessoa por um narrador
onisciente, ou seja, que tudo sabe sobre as personagens, penetrando em seus
pensamentos e em sua alma. Esse narrador é também intruso, já que interfere em
vários momentos, apresentando-se ao leitor.
• A técnica narrativa empregada por Alencar em Senhora é sem dúvida bem
moderna, se tomarmos como base suas obras anteriores, já que o autor utiliza
digressões(desvio momentâneo do assunto).
• Tempo - O tempo é cronológico, tomando como base o século XIX, durante o
Segundo Império. Entretanto, não há linearidade, já que a história é contada a
partir de flashback.
• Espaço - O espaço central da narrativa é Rio de Janeiro.
PERSONAGENS
• As personagens são bem construídas e já apresentam certa profundidade
psicológica. Ao contrário de várias personagens românticas, não constituem
meros tipos sociais, já que são capazes de atitudes inesperadas.
• 1. Fernando Seixas: Jovem estudante de Direito, bem vestido e apreciador da
vida em sociedade. A falta de dinheiro o conduz a acreditar que a única maneira
de evitar a ruína final é casando-se com um bom dote.
• Envolvido pelo amor de Aurélia, chega a pensar em abandonar os hábitos caros,
mas acaba percebendo que não consegue viver longe da sociedade. Depois do
casamento por interesse, é humilhado, arrepende-se e consegue resgatar o
dinheiro que recebeu a Aurélia.
• 2. Aurélia Camargo: Moça pobre. Aurélia é decente e apaixonada por Fernando
Seixas. A decepção amorosa transforma-a num mulher vingativa e fria, mas que
não consegue disfarçar seu verdadeiro sentimento por Seixas.
• Seu comportamento é típico de uma esquizofrênica, já que se vê dividida entre
sentimentos contraditórios até o final do romance. O amor parece ser sua
salvação, redimindo-a de perder o homem que ama por causa de seu orgulho.
• 3. Dona Emília: Viúva, mãe de Aurélia. Mulher honesta e séria, que amargou
imenso sofrimento por causa de seu amor por Pedro Camargo.
• 4. Pedro Camargo: Pai de Aurélia, filho natural de um rico fazendeiro do interior
de São Paulo, de quem nutria grande medo. Morre à mingua por não conseguir
confessar seu casamento contra a vontade do pai.
• 5. Lourenço Camargo: Avô de Aurélia. Pai de Pedro. Homem duro e rústico,
mas que procura ser justo depois que descobre a existência do casamento do
filho.
• 6. D. Firmina: Parente distante de Aurélia e que lhe serve de companhia
quando fica rica.

• 7. Lemos: Tio de Aurélia. “Velho de pequena estatura,


não muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês.
Apesar de seu corpo rechonchudo tinha certa vivacidade
buliçosa e saltitante que lhe dava petulância de rapaz, e casava
perfeitamente com seus olhinhos de azougue (esperteza).” Foi
escolhido por Aurélia como tutor porque a moça podia dominá-
lo facilmente.
ESTILO DE ÉPOCA E INDIVIDUAL
• Alencar não destoa do Romantismo em voga. A sua
visão de mundo é baseada na emoção, e o mundo urbano, com
seus problemas políticos e econômicos, o aborrece, por isso foge para o passado;
escapa para os lugares selvagens.
• Suas obras procuram retratar um Brasil e personagens mais ideais do que reais,
mais como ele gostaria que moralmente fossem (românticos e moralistas) do que
objetivamente eram (realistas). Senhora é um romance de características
definidas de forma romântica, mas que já traduz uma temática realista: a crítica
ao casamento burguês.

PROBLEMÁTICA E PRINCIPAIS TEMAS


• O conflito amoroso entre os protagonistas nasce desse choque entre os
sentimentos e o interesse econômico. Aurélia Camargo é uma mulher de
personalidade forte, carregada de sentimentalismo romântico.
• Daí sua contradição, sua personalidade marcada por extremos psíquicos: dá
maior valor aos sentimentos, mas vale-se do dinheiro para atingir seu objetivo de
obter o grande amor de sua vida, Fernando Seixas.
• Dessa forma, o dinheiro acaba impondo o valor burguês que lhe era atribuído na
sociedade do século XIX. A realização amorosa só se cumpre depois de Aurélia
vencer a aparente esquizofrenia que parece conduzi-la á dúvida quanto às
intenções de Fernando Seixas.
• O comportamento esquizoide manifesta-se nas atitudes antitéticas de desejar o
amor do marido com todas as suas forças, mas lutar contra o mesmo até suas
últimas reservas.

Potrebbero piacerti anche