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Rev.

Basílio Catalá Castro – Centenário do seu Nascimento


Em maio de 2004 transcorreu o centenário do nascimento do Rev. Basílio
Catalá Castro, ilustre pastor, professor e parlamentar do Estado da
Bahia. Basílio nasceu em Palmeiras, nas Lavras Diamantinas (região central
do estado), no dia 7 de maio de 1904, sendo seus pais o advogado
provisionado Joaquim de Castro Lima e a professora Delfina Catalá Lima.
Por volta de 1910, Joaquim defendeu um pastor que havia chegado à
cidade, Rev. João Capistrano, que corria o risco de ser expulso por uma
turba de fanáticos. Por causa desse episódio, o menino, embora pertencente
a uma família católica, conseguiu matrícula na escola presbiteriana de Ponte
Nova, às margens do rio Utinga. O Colégio de Ponte Nova, localizado no
atual município de Wagner, havia sido fundado em 1906 pelo missionário
norte-americano Rev. William Alfred Waddell.
 
Durante os seus estudos nessa instituição (1915-1920), Basílio abraçou a fé
evangélica. Sentindo a vocação ministerial, fez os estudos pré-teológicos no
Instituto Gammon, em Lavras (MG), e estudou por três anos no Seminário
Presbiteriano do Norte, em Recife (1923-1925). Passou um ano em São
Paulo, onde estudou português e literatura com o famoso professor Silveira
Bueno, no Mackenzie College, e fez um curso de extensão teológica no
Seminário Presbiteriano Independente, tendo sido aluno de Alfredo Borges
Teixeira, Epaminondas Melo do Amaral e Otoniel Mota. 

Foi ordenado pastor no dia 27 de novembro de 1927 pelo Presbitério Bahia-


Sergipe, junto com o colega e amigo Otacílio Alcântara. Iniciou o seu
ministério em Ponte Nova, onde também foi professor de português,
literatura e história. Casou-se em 9 de janeiro de 1933 com Edelvira Regis,
membro de uma destacada família presbiteriana de Campo Formoso.
Tiveram quatro filhas: Célia (médica), Anete e Sônia (arquitetas) e Gláucia,
que não concluiu os estudos em virtude de grave enfermidade, vindo a ser
motivo de grandes aflições para o pai. Basílio também foi pastor no sul da
Bahia (Itabuna) e no nordeste do estado, nos municípios de Bonfim, Campo
Formoso, Saúde e Jacobina, tendo o seu campo uma extensão territorial
maior que o Estado de Sergipe.

Em 1933, Basílio fundou a Igreja Presbiteriana do Salvador, junto ao


Colégio 2 de Julho, no bairro do Garcia, pastoreando-a até ficar
incapacitado pela enfermidade. Essa igreja, a segunda a ser organizada na
capital baiana, está hoje filiada à Igreja Presbiteriana Unida do Brasil. Foi
professor, diretor e capelão do referido colégio, de origem presbiteriana, por
cerca de trinta anos. Também foi muito atuante nos concílios da igreja e na
imprensa secular. Em 1941, publicou o livro Cochilos de um Sonhador, uma
resposta ao padre Francisco de Sales Brasil, que havia escrito um libelo
contra os protestantes intitulado Eu Tive um Sonho. Como parlamentar por
dois mandatos na Assembléia Legislativa da Bahia (a partir de 1946),
destacou-se pela dignidade de atuação e pela defesa de princípios éticos.
Sendo grande orador sacro, foi considerado o príncipe dos pregadores
presbiterianos da Bahia. 

Nos últimos anos da vida, sofreu muito com acessos de asma. Foi jubilado
em 1965, após 37 anos de ministério. Faleceu no Hospital Espanhol, em
Salvador, no dia 13 de maio de 1972. No mesmo ano, foi publicado um livro
com alguns de seus sermões, que acaba de vir a lume em 2ª edição, sendo
introduzido por valiosas reminiscências do seu neto Luiz Humberto Castro
de Freitas. No dia 8 de outubro de 2004, em sessão solene na Faculdade 2
de Julho, foi inaugurada a Biblioteca Basílio Catalá Castro e entregue o
prêmio de igual nome ao vencedor de um concurso de monografias sobre o
homenageado. D. Edelvira e as filhas ainda vivem na cidade de Salvador.

Um dos seus discípulos mais conhecidos foi o Rev. Eudaldo Silva Lima
(1909-1988), ilustre pioneiro presbiteriano em Brasília, também natural da
Bahia, que professou a fé com o Rev. Basílio em 29 de novembro de 1929,
em Ponte Nova, e foi por ele encaminhado nos estudos para o ministério.
Em seu livro Romeiros do Meu Caminho, Eudaldo diz o seguinte sobre o seu
mentor: “Sempre marcou ele seu ministério de pregador e educador por um
otimismo sadio e uma lhaneza de trato que a todos envolvia e a todos
cercava de simpatia. Nos problemas e discussões dos Concílios sua atuação
era caracterizada pelo bom senso e bom humor, nunca se mostrando
irritado nem levantando a voz senão para defender a justiça e o direito”.
Por sua carreira brilhante como ministro, educador e homem público, bem
como por suas valiosas contribuições à igreja e à sociedade, o Rev. Basílio
Catalá Castro será sempre lembrado como um dos grandes vultos do
presbiterianismo no Brasil.
 
Fontes:
 
Eudaldo Silva Lima, “Rev. Prof. Basílio Catalá Castro”, Brasil Presbiteriano (Ago e
Set 1972, p. 4); Eudaldo Silva Lima, Romeiros do Meu Caminho (Brasília, 1981), p.
207-215; informações do presbítero e historiador Eudaldo Andrade Costa
(Salvador).
Eudaldo Silva Lima

* Euzébio Cardozo Neto.

Nenhum cristão se retirou, jamais, impune dos sermões de Eudaldo Silva Lima ( 1909 –
1988 ), nome insculpido e imortalizado no coração de sem-número de presbiterianos
nos quatro cantos do Brasil.  Eudaldo trocou a dimensão terrena pela vida eterna há
quase cinco lustros.  Um ano depois estaria octogenário.

Como tribuno evangélico, de que o presbiterianismo nacional se envaidece, Eudaldo


teve a estatura  de um Galdino Moreira, de um Álvaro Reis, de um Jerônimo Gueiros,
de um Matatias dos Santos, de um Miguel Rizzo, de um Basílio Catalá de Castro (seu
pastor, amigo e incentivador para o ministério).   Possuía o dom de extrair dos textos
bíblicos ensinamentos que eram verdadeiros achados nas esferas espirituais e que não
passaram desapercebidos às mentes esclarecidas e privilegiadas.

A seu respeito não se esgotarão epítetos:  excepcional inteligência, colossal memória,


largueza de alma, inesgotável capacidade de serviço, argumentador nutrido nos textos
sagrados, na cultura teológica, na literatura, no conhecimento universal, no labor
cotidiano, agraciado pela Divindade com a vocação para o ministério da palavra
sagrada, espírito originalíssimo de autêntico missionário, capacidade de envolver-se
com os mais aflitos problemas da alma humana, talento multifário…

As assertivas não pecam pelo exagero.

No múnus de educar, fundou escolas, ministrou ensinamentos nos vários campos do


saber, foi decano do Conselho de Educação do Distrito Federal, tendo presidido a
Câmara de Planejamento e a Comissão de Encargos Educacionais.  Estudioso, adquiriu
profunda cultura nas áreas da Teologia Sistemática e Pastoral, acrescida de curso de
especialização nos EUA.  A assembléia geral de sua igreja, unanimemente, o elegeu
pastor emérito.

Escritor, conferencista, orador, tradutor, memorialista, professor, ficcionista, poeta,


ensaísta, pensador religioso, missionário evangélico, humanista, imperturbável exegeta
das Sagradas Escrituras, produziu Eudaldo variada literatura.  Possuía o condão do
narrador, senhor de invejável pureza de linguagem, estilo enxutíssimo, fluente, isso
tudo conjugado com infatigável riqueza de conteúdo.

Legou-nos, ao entrar na cidade pelas portas douradas para gozo da plenitude da


presença de Jesus ( é dele a metáfora ), as seguintes obras:  Martinho Lutero ( escorço
biográfico em comemoração do qüingentésimo aniversário do monge reformador ),
traduzido do alemão pelo próprio Eudaldo; Escravos  da Serra  ( romance
garimpeiro );  Cantigas de Fim de Safra ( poemas ); Cenas e Perfis na Parábola do
Filho Pródigo(  Sermões );  Romeiros do Meu Caminho ( saudades de um pastor do
sertão -  memórias );  A Presença de Deus Face às Criaturas
Humanas ( Sermões );  Os Régis da Quixaba ( memórias )  e Razões de Minha
Fé ( Obra apologética ).
Eudaldo foi a um tempo orador e pregador.  Como orador teve a eloqüência das
palavras.  Como pregador usufruiu da unção do Espírito.  Como orador possuiu
verve.  Como pregador, carisma. Era um iluminado.  Como poucos dignitários
evangélicos, sabia conversar com o auditório de modo franco,
naturalmente.  Doutrinava e convencia, levando ouvintes a rir ou a chorar.  Sua voz,
invariavelmente aquecida, era oriunda de um coração temperado nas labaredas da fé,
como observou um de sues críticos.

O PEDAGOGO
Veio Eudaldo ao mundo em 21 de abril de 1909, no Distrito de Alto Bonito,
Município de Mundo Novo, Bahia, filho de Apolônio Silva Lima e Lucinda
Guimarães da Silva.  Estudou na escola particular de D. Zizinha, da primeira à quarta
série e um ano na Escola Caixeral do professor Pedro Góes.  Fez o curso secundário na
Escola Normal Missionária, em Ponte Nova ( hoje Wagner ), e o pré-teológico no  “José
Manoel da Conceição”, o Mackenzie, em São Paulo.   O teológico, completou-o na
Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana do Brasil, em Campinas, São
Paulo. Freqüentou, nos EUA, curso de especialização em Teologia Pastoral.
Foi pastor da Igreja Presbiteriana de Campo Formoso durante 11 anos.  Nesta “pequena
e inolvidável cidade “, fundou um Ginásio e Escola Normal, denominados Colégio
Augusto Galvão, denominação dada em homenagem a ilustre filho da terra, entusiasta
da Educação.  Pela antiga UDN, foi eleito vereador, tornou-se presidente da Câmara
Municipal, de 1945 a 1949.  Ao instalar-se a Comarca, em 1943, foi nomeado Prefeito
interinamente e serviu por teres anos como Oficial do Registro de Imóveis.

Em Salvador, foi pastor da Igreja Presbiteriana da Bahia, na Rua da Mangueira, bairro


de Nazaré, de 1950 a 1960, quando tomou posse de novos encargos na Capital Federal,
Brasília.

Ministrou aulas de Latim e Português nos colégios Estadual da Bahia ( Central ) e Dois
de Julho.  Na administração do prefeito Hélio Machado, foi diretor do Patrimônio da
Prefeitura por quatro anos.  Na gestão de Heitor Dias, dois anos diretor da Divisão da
Secretaria do Bem-Estar Social.
DISTRITO FEDERAL
Eudaldo desembarcou em Brasília precisamente no dia da inauguração da nova capital
brasileira, em 21 de abril de 1961 ( dia também de seu aniversário ), para reunião
especial da Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil e com a
incumbência de ali fundar e construir a Igreja Nacional de Brasília.  Assentou no
Planalto Central os alicerces da nova ação evangélica, terminando por inaugurar o
Instituto Presbiteriano de Brasília e o Sínodo do Brasil Central.  Elegeram-no membro
do primeiro grupo de professores secundários que inaugurou a Escola Elefante
Branco.  Em 1965 é nomeado membro do Conselho de Educação do Distrito Federal,
cargo a que foi reconduzido por três mandatos de seis anos cada.  Em 1983, Eudaldo é
indicado pela Secretaria da Educação e designado pelo então governador José Ornelas
para integrar grupo de nove pessoas com vistas a preparar os atos constitutivos do
Conselho de Entorpecentes do Distrito Federal.  Nesta mesma oportunidade foi
agraciado com menção honrosa, tendo sido saudado pelo então presidente da Câmara
Federal, deputado Rômulo Galvão, que fora seu aluno na primeira turma do Colégio
Augusto Galvão, fundado por Eudaldo, em Campo Formoso.   Foi eleito membro da
Academia de Letras e Múisica do Brasil, em Brasíliaç, na qual ocupou a Cadeira nº.18,
da qual é patrono e poeta Cruz e Souza

Ainda em Brasília, Eudaldo Lima implantou a Igreja Reformada de tradição


presbiteriana, sua figura tornou-se respeitada nos meios culturais e religiosos. Teve
acatada a palavra não só como homem de fé e princípios, senão também como
possuidor de vasta cultura humanística, específica de suas
convicções.  Pregador  festejado, educador de méritos, militou anos e anos nas
lides jornalísticas secular e evangélica.
O modo raro de dirigir-se às mais diversificadas platéias, o dom e graça singularíssimos
de pregador, a veemência como dava trato às cousas sagradas, fé-lo conhecido e
solicitado nos mais longínquos quadrantes do Brasil.  Na Bahia, sua fama de predicante
enveredou pelas trilhas da lenda e do folclore.  Histórias continuam a correr de boca em
boca, nas zonas rural e urbana, relatando episódios pitorescos do pregador eloqüente,
corajudo e imaginoso, do polemista destemido, do poeta e escritor de talento.  Pedro
Saturnino de Souza, ( já falecido ), que viveu em Campo Formoso , ex-faiscador do
cristal de rocha, ex-presbítero, lembrava de inúmeros casos envolvendo a ação
missionária itinerante de Eudaldo, numa jurisdição evangélica imensa como um
país.  Eudaldo, contava Saturnino, num determinado sermão comparou certos crentes
às andorinhas que fazem verão acocoradas nos fios através dos quais fluem
mensagens em Código Morese , sem nada perceberem do que está ocorrendo a seus
pés.

Aos 70 anos ( em 1979 ), Eudaldo desabafou:  “A vida que agora vivo, vivo-a na saudade
da gente, dos vales, dos panoramas, dos canários, das vozes, das cantigas, das alegrias
desfrutadas”.  E mais:  “Que saudades me dá dos embiruçus em floração cobrindo a
floresta escura de flores amarelas, ou das barrigudas ao fim de julho na florescência
rósea que promete a lanugem macia da paina branca; que saudade me dá das viagens
ao romper do dia, a brisa matutina roçando-me a fronte ao trote da montaria e na
companhia daquele Santo que se chamou Joaquim Benício;  que saudade de
contemplar em qualquer manhã de novembro os umbuzeiros em flor, alvos como se
chuva de neve lhes granizasse a ramaria, e aquele perfume enchendo o espaço e o
zumbido de um milhão de abelhas furtando-lhes o néctar; que saudades que me v~em
das tardes do sertão ao despertar nos sítios e fazendas dos irmãos, as casas simples, ao
redor do mugido das vacas, o balido do gado unido e o aroma das boninas abençoando
o ambiente da querência; que saudades agridoce dos encontros nos cultos celebrados
nas roças, quantas vezes à sombra rotunda dos umbuzeiros sombrios ( … ); quanta
saudade que nesse entre-tempo eu sofria da família distante, a filha morena de olhos
indagadores, o filho pequeno fugindo de casa  para a casa dos colegas pela rua sem
prerigos e, respondendo perguntas, explicava: “Estou fugindo para a casa do Rev.
Newman, e da esposa solícita fazendo as vezes de pastora quando eu distante atendia s
populações tão  desprotegidas da zona rural”.

Eudaldo Silva Lima é uma inapagável falta no púlpito, na família presbiteriana, na


sociedade evangélica, na cultura nacional, em todos os sítios por onde passou, cantando
e espalhando suas orações que a todos surpreendia e embevecia e persuadia.   Dele se
poderá dizer o que foi dito de Abel:  “Depois de morto, ainda fala” (Hebreus  11:4).
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* Euzébio Cardozo Neto é natural de Piritiba (Ba); é professor.  Filho de  Euro Oliveira e


Ivete de Oliveira Sampaio.
Rev. Eudaldo Silva Lima (in memorian)

Rev. Eudaldo Silva Lima (21/04/1909), nasceu em Alto Bonito, município de Mundo Novo,
Bahia.  Filho de Apolônio Silva Lima e Lucinda Guimarães da Silva.  Iniciou seus estudos na
escola particular de D. Zizinha e continuou na Escola Caixeral do Prof. Pedro Góes.  Fez o
segundo grau na Escola Normal Missionária, em Ponte Nova (hoje Wagner). Seus estudos
teológicos iniciou-se na tradicional instituição de ensino teológico, “José Manoel da Conceição”,
o Mackenzie, em São Paulo, completando-os no Seminário Presbiteriano do Sul, em
Campinas, São Paulo. Fez o curso de especialização em Teologia Pastoral, nos Estados
Unidos.
Sua vida pastoral foi intensa, e fizeram parte de sua vida a Igreja Presbiteriana de Campo
Formoso (11 anos); Igreja Presbiteriana da Bahia, em Salvador (1950-1960); Igreja
Presbiteriana Nacional (fundador) e Igreja Presbiteriana de Brasília (fundador).
O Rev. Eudaldo foi cidadão brasileiro, contribuindo indelevelmente na educação, fundando
escolas (Colégio Augusto Galvão) e lecionando (colégios Estadual da Bahia (Central e Dois de
Julho) e Elefante Branco (Brasília).

Nosso pastor também foi ativo na vida pública e política: vereador e presidente da Câmara
Municipal e Oficial do Registro de Imóveis em Campo Formoso, BA; Diretor do Patrimônio da
Prefeitura (Salvador); diretor da Divisão da Secretaria do Bem-Estar Social (Salvador); membro
do Conselho de Educação do DF, tornando-se, ainda, membro da Academia Brasileira de
Letras e Música, em Brasília, ocupando a 18a Cadeira.

Ao longo de sua vida, publicou várias obras, entre as quais: Martinho Lutero (uma biografia);
Escravos da Serra;  Cantigas de Fim de Safra; Cenas e Perfis na Parábola do Filho Pródigo; 
Romeiros do Meu Caminho;  A Presença de Deus Face às Criaturas Humanas;  Os Régis da
Quixaba e Razões de Minha Fé (Obra apologética).
Esposa: Eurídice; Filhos e Filhas: Augusto, Ednah e Eudaldo Júnior.

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