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Nos últimos anos da vida, sofreu muito com acessos de asma. Foi jubilado
em 1965, após 37 anos de ministério. Faleceu no Hospital Espanhol, em
Salvador, no dia 13 de maio de 1972. No mesmo ano, foi publicado um livro
com alguns de seus sermões, que acaba de vir a lume em 2ª edição, sendo
introduzido por valiosas reminiscências do seu neto Luiz Humberto Castro
de Freitas. No dia 8 de outubro de 2004, em sessão solene na Faculdade 2
de Julho, foi inaugurada a Biblioteca Basílio Catalá Castro e entregue o
prêmio de igual nome ao vencedor de um concurso de monografias sobre o
homenageado. D. Edelvira e as filhas ainda vivem na cidade de Salvador.
Um dos seus discípulos mais conhecidos foi o Rev. Eudaldo Silva Lima
(1909-1988), ilustre pioneiro presbiteriano em Brasília, também natural da
Bahia, que professou a fé com o Rev. Basílio em 29 de novembro de 1929,
em Ponte Nova, e foi por ele encaminhado nos estudos para o ministério.
Em seu livro Romeiros do Meu Caminho, Eudaldo diz o seguinte sobre o seu
mentor: “Sempre marcou ele seu ministério de pregador e educador por um
otimismo sadio e uma lhaneza de trato que a todos envolvia e a todos
cercava de simpatia. Nos problemas e discussões dos Concílios sua atuação
era caracterizada pelo bom senso e bom humor, nunca se mostrando
irritado nem levantando a voz senão para defender a justiça e o direito”.
Por sua carreira brilhante como ministro, educador e homem público, bem
como por suas valiosas contribuições à igreja e à sociedade, o Rev. Basílio
Catalá Castro será sempre lembrado como um dos grandes vultos do
presbiterianismo no Brasil.
Fontes:
Eudaldo Silva Lima, “Rev. Prof. Basílio Catalá Castro”, Brasil Presbiteriano (Ago e
Set 1972, p. 4); Eudaldo Silva Lima, Romeiros do Meu Caminho (Brasília, 1981), p.
207-215; informações do presbítero e historiador Eudaldo Andrade Costa
(Salvador).
Eudaldo Silva Lima
Nenhum cristão se retirou, jamais, impune dos sermões de Eudaldo Silva Lima ( 1909 –
1988 ), nome insculpido e imortalizado no coração de sem-número de presbiterianos
nos quatro cantos do Brasil. Eudaldo trocou a dimensão terrena pela vida eterna há
quase cinco lustros. Um ano depois estaria octogenário.
O PEDAGOGO
Veio Eudaldo ao mundo em 21 de abril de 1909, no Distrito de Alto Bonito,
Município de Mundo Novo, Bahia, filho de Apolônio Silva Lima e Lucinda
Guimarães da Silva. Estudou na escola particular de D. Zizinha, da primeira à quarta
série e um ano na Escola Caixeral do professor Pedro Góes. Fez o curso secundário na
Escola Normal Missionária, em Ponte Nova ( hoje Wagner ), e o pré-teológico no “José
Manoel da Conceição”, o Mackenzie, em São Paulo. O teológico, completou-o na
Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana do Brasil, em Campinas, São
Paulo. Freqüentou, nos EUA, curso de especialização em Teologia Pastoral.
Foi pastor da Igreja Presbiteriana de Campo Formoso durante 11 anos. Nesta “pequena
e inolvidável cidade “, fundou um Ginásio e Escola Normal, denominados Colégio
Augusto Galvão, denominação dada em homenagem a ilustre filho da terra, entusiasta
da Educação. Pela antiga UDN, foi eleito vereador, tornou-se presidente da Câmara
Municipal, de 1945 a 1949. Ao instalar-se a Comarca, em 1943, foi nomeado Prefeito
interinamente e serviu por teres anos como Oficial do Registro de Imóveis.
Ministrou aulas de Latim e Português nos colégios Estadual da Bahia ( Central ) e Dois
de Julho. Na administração do prefeito Hélio Machado, foi diretor do Patrimônio da
Prefeitura por quatro anos. Na gestão de Heitor Dias, dois anos diretor da Divisão da
Secretaria do Bem-Estar Social.
DISTRITO FEDERAL
Eudaldo desembarcou em Brasília precisamente no dia da inauguração da nova capital
brasileira, em 21 de abril de 1961 ( dia também de seu aniversário ), para reunião
especial da Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil e com a
incumbência de ali fundar e construir a Igreja Nacional de Brasília. Assentou no
Planalto Central os alicerces da nova ação evangélica, terminando por inaugurar o
Instituto Presbiteriano de Brasília e o Sínodo do Brasil Central. Elegeram-no membro
do primeiro grupo de professores secundários que inaugurou a Escola Elefante
Branco. Em 1965 é nomeado membro do Conselho de Educação do Distrito Federal,
cargo a que foi reconduzido por três mandatos de seis anos cada. Em 1983, Eudaldo é
indicado pela Secretaria da Educação e designado pelo então governador José Ornelas
para integrar grupo de nove pessoas com vistas a preparar os atos constitutivos do
Conselho de Entorpecentes do Distrito Federal. Nesta mesma oportunidade foi
agraciado com menção honrosa, tendo sido saudado pelo então presidente da Câmara
Federal, deputado Rômulo Galvão, que fora seu aluno na primeira turma do Colégio
Augusto Galvão, fundado por Eudaldo, em Campo Formoso. Foi eleito membro da
Academia de Letras e Múisica do Brasil, em Brasíliaç, na qual ocupou a Cadeira nº.18,
da qual é patrono e poeta Cruz e Souza
Aos 70 anos ( em 1979 ), Eudaldo desabafou: “A vida que agora vivo, vivo-a na saudade
da gente, dos vales, dos panoramas, dos canários, das vozes, das cantigas, das alegrias
desfrutadas”. E mais: “Que saudades me dá dos embiruçus em floração cobrindo a
floresta escura de flores amarelas, ou das barrigudas ao fim de julho na florescência
rósea que promete a lanugem macia da paina branca; que saudade me dá das viagens
ao romper do dia, a brisa matutina roçando-me a fronte ao trote da montaria e na
companhia daquele Santo que se chamou Joaquim Benício; que saudade de
contemplar em qualquer manhã de novembro os umbuzeiros em flor, alvos como se
chuva de neve lhes granizasse a ramaria, e aquele perfume enchendo o espaço e o
zumbido de um milhão de abelhas furtando-lhes o néctar; que saudades que me v~em
das tardes do sertão ao despertar nos sítios e fazendas dos irmãos, as casas simples, ao
redor do mugido das vacas, o balido do gado unido e o aroma das boninas abençoando
o ambiente da querência; que saudades agridoce dos encontros nos cultos celebrados
nas roças, quantas vezes à sombra rotunda dos umbuzeiros sombrios ( … ); quanta
saudade que nesse entre-tempo eu sofria da família distante, a filha morena de olhos
indagadores, o filho pequeno fugindo de casa para a casa dos colegas pela rua sem
prerigos e, respondendo perguntas, explicava: “Estou fugindo para a casa do Rev.
Newman, e da esposa solícita fazendo as vezes de pastora quando eu distante atendia s
populações tão desprotegidas da zona rural”.
Rev. Eudaldo Silva Lima (21/04/1909), nasceu em Alto Bonito, município de Mundo Novo,
Bahia. Filho de Apolônio Silva Lima e Lucinda Guimarães da Silva. Iniciou seus estudos na
escola particular de D. Zizinha e continuou na Escola Caixeral do Prof. Pedro Góes. Fez o
segundo grau na Escola Normal Missionária, em Ponte Nova (hoje Wagner). Seus estudos
teológicos iniciou-se na tradicional instituição de ensino teológico, “José Manoel da Conceição”,
o Mackenzie, em São Paulo, completando-os no Seminário Presbiteriano do Sul, em
Campinas, São Paulo. Fez o curso de especialização em Teologia Pastoral, nos Estados
Unidos.
Sua vida pastoral foi intensa, e fizeram parte de sua vida a Igreja Presbiteriana de Campo
Formoso (11 anos); Igreja Presbiteriana da Bahia, em Salvador (1950-1960); Igreja
Presbiteriana Nacional (fundador) e Igreja Presbiteriana de Brasília (fundador).
O Rev. Eudaldo foi cidadão brasileiro, contribuindo indelevelmente na educação, fundando
escolas (Colégio Augusto Galvão) e lecionando (colégios Estadual da Bahia (Central e Dois de
Julho) e Elefante Branco (Brasília).
Nosso pastor também foi ativo na vida pública e política: vereador e presidente da Câmara
Municipal e Oficial do Registro de Imóveis em Campo Formoso, BA; Diretor do Patrimônio da
Prefeitura (Salvador); diretor da Divisão da Secretaria do Bem-Estar Social (Salvador); membro
do Conselho de Educação do DF, tornando-se, ainda, membro da Academia Brasileira de
Letras e Música, em Brasília, ocupando a 18a Cadeira.
Ao longo de sua vida, publicou várias obras, entre as quais: Martinho Lutero (uma biografia);
Escravos da Serra; Cantigas de Fim de Safra; Cenas e Perfis na Parábola do Filho Pródigo;
Romeiros do Meu Caminho; A Presença de Deus Face às Criaturas Humanas; Os Régis da
Quixaba e Razões de Minha Fé (Obra apologética).
Esposa: Eurídice; Filhos e Filhas: Augusto, Ednah e Eudaldo Júnior.